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1 – INTRODUÇÃO:
FOTO 01: PONTE DO RIO FUNDÃO EM PRIMEIRO PLANO PRÉ-MONTADA NA FÁBRICA DA PAREX.
2 – INFORMAÇÕES GERAIS:
A ponte do Rio Fundão é uma ponte ferroviária com superestrutura em treliça metálica e
tabuleiro em placa ortotrópica, constituída por um vão biapoiado de 41,825m de comprimento
(40,722m entre eixos dos apoios), 8,30m de altura e 5,75m de largura. A ponte será utilizada
para a substituição à ponte ferroviária existente sobre o Rio Fundão no KM51+585LT - linha 01
na Estrada de Ferro Vitória a Minas - EFVM.
3 – PROJETOS:
- 4510VM-M-00009
- 4510VM-M-00012
- 4510VM-M-00014
- 4510VM-M-00023
- 4510VM-M-00024
FOTO 02: CONFERÊNCIA DOS PROJETOS DISPONIBILIZADOS EM FÁBRICA COM O POSTADO NO GED.
Ainda a respeito do projeto, foi observado que havia diversos olhais instalados na estrutura
metálica da ponte (cordas superiores) que não estavam em projeto. A fabricante informou que
eles foram instalados apenas para agilizar o içamento durante a pré-montagem e seriam
removidos posteriormente.
FOTO 03: OLHAIS INSTALADOS NA PARTE SUPERIOR DA PONTE NÃO PREVISTOS EM PROJETO.
4 – DIMENSÕES DA ESTRUTURA:
Iniciamos nossas atividades em campo com a conferência das dimensões da estrutura da ponte
(comprimento e largura). Foi verificado uma divergência de 2cm a menor no comprimento e 1cm
a menor na largura. Entretanto, foi observado que as talas que fazem os travamentos dos
diversos módulos que compõem a estrutura da ponte não foram adequadamente fixadas. Foram
utilizados parafusos, barras rosqueadas, etc com diâmetro menor que o dos furos das talas
permitindo que as mesmas não ficassem justas. Dessa forma não há como garantir que a
estrutura da ponte ficasse corretamente posicionada. Sendo assim a conferência das dimensões
totais da estrutura ficam sem valor, sendo necessário corrigir o posicionamento dos módulos
travando adequadamente às talas com parafusos do mesmo diâmetro de projeto. Do modo
como foi executado a pré-montagem não há como afirmar que as dimensões da estrutura estão
corretas e nem erradas, sendo necessário corrigir as ligações para uma nova conferência. Os
desvios nas talas serão melhor apresentados a seguir, em tópico específico.
Foi observado que durante a pré-montagem não foram utilizados parafusos nos diâmetros de
projeto para a fixação das diversas talas que fazem a ligação entre os módulos. Além de não ser
utilizado parafusos no diâmetro de projeto, em muitos pontos foram utilizadas barras
rosqueadas cortadas, ponteiras, etc para travamento da tala quase sempre em diâmetro menor
que o de projeto. Esse arranjo não permite o perfeito alinhamento entre o eixo da furação das
talas e módulos, sendo impossível verificar se a furação ficou correta. Além do mais, esse arranjo
não garante o posicionamento perfeito dos módulos ficando impossível também conferir a
dimensão final do conjunto montado.
Em diversas talas, tentamos sem êxito introduzir um parafuso no diâmetro correto de projeto,
mas o desalinhamento em virtude do mau travamento das peças não permitiu.
Observado em algumas talas de ligação das diagonais ao tabuleiro, a falta de furação de uma
linha de três furos na chapa do módulo. Na verdade, nesse caso em específico não foi executado
uma linha de furos no perfil FT (4x), ficando a furação das talas em desacordo com a furação do
perfil.
FOTO 10: AUSÊNCIA DE FURAÇÃO EM UMA DAS LIGAÇÕES ENTRE MÓDULO E DIAGONAL.
Quanto à montagem, foi observado ainda que nem todas as talas foram instaladas na pré-
montagem da estrutura da ponte do Rio Fundão. São elas:
- F360 (8x), F361 (4x), F362 (8x) e F367 (4x). Trata-se de talas de preenchimento “sanduíche” das
cordas superiores que não foram instaladas;
- Uma tala do fundo (F345) não havia sido instalada porque o ponto de instalação dela coincidiu
com um dos cavaletes que apoiam as pontes.
Ainda a respeito das talas, foi observado que as talas indicadas em projeto como F335 e F337,
estão identificadas em campo como F334a e F334b. Pedimos à fabricante que unifique a
identificação, preferencialmente mantendo a numeração de projeto.
Em nossa vistoria foi observado que os quatro consoles metálicos da Ponte do Fundão não
estavam concluídos. Pudemos aferir que dois deles estavam em processo de fabricação na
caldeiraria da empresa.
O inspetor de qualidade da Bureau Veritas pontuou que há uma chapa que foi instalada na pré-
montagem sem estar devidamente concluída (F019). Essa peça deveria voltar para conclusão do
processo de fabricação após a pré-montagem. Reforçamos à contratada que todas as peças
devem estar 100% concluídas quando de sua utilização na pré-montagem.
Também foi observado que a maior parte das porcas para a fixação das tampas das escotilhas de
acesso ao interior dos caixões na estrutura estavam sem a sua devida fixação.
FOTO 12: UMA DAS MUITAS ESCOTILHAS DE ACESSO AO INTERIOR DO CAIXÃO. A MAIOR PARTE DELAS ESTÁ
PENDENTE A SOLDA DA PORCA NO INTERIOR DO CAIXÃO PARA FIXAÇÃO DOS PARAFUSOS DA TAMPA.
7 – PARAFUSOS:
Pudemos verificar que, conforme solicitado pela VALE, foi fabricado quatro caixas metálicas para
armazenamento adequado dos parafusos a serem enviados para a montagem da ponte. A
identificação das caixas e do conteúdo em seu interior foram gravadas em baixo relevo no
exterior das caixas.
FOTO 13: UMA DAS CAIXAS PARA ARMAZENAMENTO DOS PARAFUSOS DA PONTE DO RIO FUNDÃO.
FOTO 14: GRAVAÇÃO EM BAIXO RELEVO NA CAIXA IDENTIFICANDO OS MATERIAIS EM SEU INTERIOR.
8 – APARELHOS DE APOIO:
FOTO 15: APARELHOS DE APOIO DAS PONTES DO RIO RELÓGIO E DO RIO FUNDÃO ARMAZENADOS EM UM GALPÃO DA FÁBRICA.
FOTO 16: APARELHO DE APOIO TU550 DA PONTE DO RIO FUNDÃO TEVE SEU PONTEIRO AMASSADO.
Foi observado durante essa visita técnica a existência de 8 ligações com 4 parafusos cada (16
talas), no interior da viga caixão do tabuleiro (F336). A particularidade dessas talas é que cabeça
do parafuso e porca estão dentro do caixão. Observamos que há grande restrição no interior do
caixão para o aperto daqueles parafusos, especialmente para a aplicação do torque. Segundo a
fabricante há equipamento disponível no mercado para aplicação de torque em parafusos
naquela situação. Foi pedido que fosse verificado a viabilidade de aplicação do torque naquela
situação, inclusive para a conferência pós-montagem da estrutura. Caso não seja possível, uma
revisão ao projeto será necessária.
Outro ponto observado durante nossa visita em campo, foi o acúmulo de água entre a chapa do
guarda lastro e a chapa da parede da viga caixão. Como havia chovido no dia de nossa visita
técnica, foi possível verificar que as águas de chuva adentram o espaço entre o guarda-lastro e
a viga caixão pela abertura que há para a fixação das talas das diagonais.
Apesar de indesejável, esse problema para ser facilmente contornado com a abertura de um furo
de pequeno diâmetro (algo em torno de 1”) no fundo da chapa no mesmo alinhamento das
aberturas. Necessário consultar o Cliente quanto a essa solução.
FOTO 18: ACÚMULO DE ÁGUA NO ESPAÇO ENTRE O GUARDA-LASTRO E A VIGA CAIXÃO.
10 – GUARDA-CORPO:
No dia 08/02 pela manhã, comparecemos à sede da PAREX onde nos reunimos com o Gestor
Alexandre Rosa e sua equipe. Na oportunidade agradecemos todo o apoio que a empresa nos
forneceu para a realização dessa visita técnica e informamos a eles o não aceite da estrutura pré-
montada. Em seguida repassamos ponto a ponto os desvios aqui elencados, para que desde já o
fornecedor tomasse providências para as tratativas desses.
Foi pedido que todas as talas sejam devidamente travadas com parafusos na mesma bitola de
projeto, colocando-se no mínimo 20% dos parafusos em cada tala e sempre o necessário para
seu perfeito travamento e verificação do alinhamento de todos os furos. Essa verificação é feita
passando-se um parafuso na bitola da furação da chapa em todos os furos.
Informamos ainda que foi pedido ao Inspetor de Qualidade da Bureau Veritas que faça uma nova
conferência da furação de todas as talas de ambas as estruturas.
• Pelo fato de a estrutura não estar 100% fabricada por ocasião de nossa visita;
• Pelo fato de a estrutura não ter 100% das peças que a compõem devidamente montadas;
Optamos pelo não aceite da estrutura pré-montada. Os desvios verificados deverão ser
verificados e corrigidos pela fabricante para o agendamento de uma nova vistoria. Foi solicitado
ao Inspetor de qualidade da Bureau Veritas que faça uma nova conferência da furação de todas
as talas e dos furos da estrutura, em função dos desvios encontrados.
Uma nova visita só será agendada após o Inspetor de Qualidade da Bureau Veritas validar a
informação da fabricante que todas as peças foram fabricadas, inspecionadas e estão 100%
montadas, inclusive atendendo ao bom aspecto visual.
RAFAEL FERREIRA
ENGENHEIRO CIVIL