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3º ENCONTRO DE CATEQUESE

(Organizado por Thiago R. Miziara)

TEMAS ABORDADOS:

- As Promessas Divinas: Deus começa a formar o Seu Povo, suscitando os Patriarcas.


- Os Patriarcas: Abraão, Isaac e Jacó.
- O Amor de Deus: em busca de Deus.

RESUMO:

Como vimos nos encontros passados, após a entrada do pecado na História, Deus
não abandonou a criatura humana. Ele bolou um Plano de Salvação, a fim de restaurar a nossa
dignidade. Vimos também que é propriamente por meio das vocações que Deus nos chama a
viver a santidade e a aderirmos ao seu projeto salvífico (que é realizado na pessoa de Jesus).
Vale lembrar que Deus fez duas promessas: prometeu formar um Povo, e prometeu que desse
povo sairia Aquele que iria derrotar a Morte.
É nesse contexto, então, que podemos falar, historicamente, sobre como Deus
começou a cumprir suas Promessas, dando início ao Plano de Salvação. Para tanto, ele
recrutou os Patriarcas.

OS PATRIARCAS:

Nos primórdios da História, os homens haviam se esquecido de Deus, passando a


inventar a existência de várias deidades e a adorá-las. Quase todas as civilizações humanas
eram politeístas, pois acreditavam em inúmeros deuses. Nossa história começa na cidade de
Ur, na Mesopotâmia, lugar onde viviam povos politeístas. Lá também morava Abrão.
Abrão, um dia, teve uma experiência transcendental, na qual Deus se revelou
como sendo a Única divindade do Universo, o Criador de todas as coisas. Deus exortou Abrão a
espalhar esse fato aos povos politeístas, que haviam se distanciado do Deus único.
Abrão, durante anos, tentou convencer as pessoas a acreditarem no Deus único.
Contudo, eles não abandonavam as práticas pagãs e a adoração aos inúmeros deuses.
Assim, Deus disse pra Abrão sair de Ur e partir em busca de um novo local, uma
nova Terra: a terra prometida. Deus lhe prometeu um filho. Prometeu também que desse filho
sairia um numeroso povo, uma grande descendência, tão vasta quando os grãos de areia da
terra e tão incontáveis quanto as estrelas do céu. Assim, Deus mudou seu nome de Abrão para
Abraão (que significa “pai de muitos”).
Acreditando nas promessas desse Deus invisível e sem nome, apenas com a força
de sua fé, Abrão saiu de Ur e foi atrás de cumprir a Vontade de Deus.
Assim, chegando em Canaã, a terra prometida, Abraão viveu muitos anos, até que
por fim nasceu seu filho, o filho da promessa, pondo-lhe o nome de Isaac (que significa
“sorriso”).
De Isaac, após muitos anos, nasceram Esaú e Jacó (os gêmeos). Contudo, Jacó foi
o escolhido por Deus para continuar a descendência do povo de Deus.
Jacó viveu muitos anos, e passou por muitas experiências com Deus. Em uma
dessas experiências, ele lutou com o Senhor, para tomar posse de uma benção. Por esse
motivo, Deus mudou seu nome de Jacó para Israel (que significa “aquele que vence Deus”),
pois Jacó foi tão insistente e perseverante que conseguiu atrair a cupidez do Senhor.
Jacó teve ao todo 12 filhos, de cuja descendência saíram as 12 tribos de Israel. As
tribos de Israel levam os nomes dos respectivos filhos de Jacó. Dentre elas importa-nos saber
de duas em específico: a tribo de Judá (de onde sairá, segundo os profetas, o messias
prometido por Deus), e a tribo de José.
José era um dos filhos de Jacó. Ele era muito inteligente e amado por seu pai. E,
por isso, seus irmãos tinham inveja. Um certo dia, seus irmãos resolveram vendê-lo como
escravo para o Egito, e mentiram para seu pai que ele havia sido comido por uma fera
selvagem que vagava pelo deserto.
No Egito, José prosperou, pois era detentor de muitos dons especiais que Deus lhe
havia dado, entre eles o de sonhar e de interpretar sonhos. Foi interpretando o sonho do
Faraó que José conseguiu posição de destaque no Egito. Ele descobriu que haveria 7 anos de
fartura seguidos de 7 anos de seca e miséria. E com isso o Faraó pôde se prevenir e juntar
alimentos durante os anos de fartura. Faraó constituiu José o administrador mais importante
do Egito, e nada entrava ou saía de suas terras sem que José tivesse conhecimento.
Quando chegaram os anos de seca e miséria, os filhos de Jacó saíram da terra
prometida, para buscar ajuda no Egito, pois estavam morrendo de fome. Foi quando Jacó
descobriu que José estava vivo e que seus irmãos haviam lhe vendido. José, ao se reencontrar
com seus irmãos, perdoa-os. Ele compreende que o mal que os irmãos haviam tentado lhe
fazer foi convertido em bem pelas mãos de Deus, para que, no momento oportuno, o Povo de
Deus pudesse ser alimentado e sustentado. Assim, não pereceria a promessa de Deus, e o
Povo escolhido continuaria vivo, garantindo que a vinda do Messias ocorresse algum dia. Lá
no Egito, o povo de Deus ficou e se multiplicou.
Essa é a história de como Deus suscitou Abraão para ser o grande Patriarca, dando
origem ao povo de Deus, de como eles foram para Canaã (a terra prometida), de como Isaac
gerou Jacó, de como Jacó deu origem às 12 tribos de Israel, e de como o povo inteiro foi
finalmente parar no Egito.

O AMOR DE DEUS: EM BUSCA DE DEUS.

A História do povo de Deus é também a nossa própria história. Como dito nos
encontros anteriores, Deus age em nossas vidas da mesma forma como agiu outrora nas vidas
de nossos ancestrais.
A História bíblica nos revela o grande Amor de Deus por nós, a forma como Ele
veio nos conduzindo e nos guiando até encontrarmos o nosso Bem. A narração sobre as
Promessas de Deus e sobre os Patriarcas, por exemplo, demonstra a preocupação que Deus
tem conosco. Deus nos ama de forma infinita.
Observem a seguinte leitura do livro do Profeta Isaías, e tente compreender como
Deus germinou o povo escolhido e o cercou de cuidados e amor:
“E agora, eis o que diz o Senhor, aquele que te criou, Jacó, e te
formou, Israel: ‘Nada temas, pois eu te resgato, eu te chamo
pelo nome, és meu.’

Se tiveres de atravessar a água, estarei contigo. E os rios não te


submergirão; se caminhares pelo fogo, não te queimarás, e a
chama não te consumirá. Pois eu sou o Senhor, teu Deus, o
Santo de Israel, teu salvador.

Dou o Egito por teu resgate, a Etiópia e Sabá em compensação.


Porque és precioso a meus olhos, porque eu te aprecio e te
amo, permuto reinos por ti, entrego nações em troca de ti.

Fica, tranqüilo, pois estou contigo, do oriente trarei tua raça, e


do ocidente eu te reunirei.

-- ‘Devolve-os!’ -- direi ao setentrião; E ao meio-dia direi: ‘Não


os retenhas! Traze meus filhos das longínquas paragens, e
minhas filhas dos confins da terra; todos aqueles que trazem
meu nome, e que criei para minha glória.’ ” (Isa 43, 1-7)

Deus nos ama infinitamente. Ele nos chama pelo nome (ou seja, Ele é o nosso
“dono”, nosso Senhor. Nós Lhe pertencemos). Fomos criados por Ele e para Ele. Ele vem
sempre em nosso auxílio, nos livrando dos perigos. E até mesmo de nossos pecados e
iniquidades, Ele se esquece. Esse é o “Amor de Deus”.
Deus nos ama de forma infinita. E foi justamente em resposta a esse Amor infinito
que o patriarca Abraão partiu “em busca de Deus”.
Da mesma forma como Abraão, na antiguidade, partiu em busca de Deus, nós
também, nos nossos dias, somos chamados a partir em busca de Deus. Hoje, porém, uma vez
que Deus já se revelou de forma completa à Humanidade por meio de Seu Filho Jesus,
compreendemos que a busca por Deus não é mais uma “procura”, mas sim uma “vivência”. E a
melhor forma de se buscar Deus (ou seja, viver Deus, viver em Deus) é AMANDO.
Nesse sentido, observe as palavras do Apóstolo João, ao escrever a sua primeira
epístola:

“Caríssimos, amemo-nos uns aos outros, porque o amor vem de


Deus, e todo o que ama é nascido de Deus e conhece a Deus.

Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor.

Nisto se manifestou o amor de Deus para conosco: em nos ter


enviado ao mundo o seu Filho único, para que vivamos por ele.
Nisto consiste o amor: não em termos nós amado a Deus, mas
em ter-nos ele amado, e enviado o seu Filho para expiar os
nossos pecados.

Caríssimos, se Deus assim nos amou, também nós nos devemos


amar uns aos outros.

Ninguém jamais viu a Deus. Se nos amarmos mutuamente,


Deus permanece em nós e o seu amor em nós é perfeito. Nisto
é que conhecemos que estamos nele e ele em nós, por ele nos
ter dado o seu Espírito.

E nós vimos e testemunhamos que o Pai enviou seu Filho como


Salvador do mundo. Todo aquele que proclama que Jesus é o
Filho de Deus, Deus permanece nele e ele em Deus.

Nós conhecemos e cremos no amor que Deus tem para


conosco. Deus é amor, e quem permanece no amor permanece
em Deus e Deus nele.

Nisto é perfeito em nós o amor: que tenhamos confiança no dia


do julgamento, pois, como ele é, assim também nós o somos
neste mundo.

No amor não há temor. Antes, o perfeito amor lança fora o


temor, porque o temor envolve castigo, e quem teme não é
perfeito no amor.

Mas amamos, porque Deus nos amou primeiro.

Se alguém disser: Amo a Deus, mas odeia seu irmão, é


mentiroso. Porque aquele que não ama seu irmão, a quem vê,
é incapaz de amar a Deus, a quem não vê.

Temos de Deus este mandamento: o que amar a Deus, ame


também a seu irmão.” ( I Jo 4, 7-21)

Portanto, porque Deus nos amou primeiro (nos criou, nos gerou, nos chamou pelo
nome e, por fim, nos mandou seu Filho Jesus para morrer em nosso lugar), assim devemos nos
amar uns aos outros. Ele nos deu o exemplo. Agora nós devemos viver a busca por Deus
amando ao nosso próximo.
INTERAÇÃO:

Escute a música “simplesmente amar”, da banda Vida Reluz, e tente entender


como o artista relaciona a “vocação à santidade de vida” (tema abordado em nosso 2º
encontro) com a nossa missão de “Amar ao próximo como Deus nos amou”.

ORAÇÃO FINAL E COMPROMISSO:

Como oração final, deixamos registrada a oração de São Francisco de Assis, santo
que compreendeu a necessidade de amar sem medidas (sem limites) ao seu próximo, e
dedicou o resto de sua vida a praticar o bem.

Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz.

Onde houver ódio, que eu leve o amor,


Onde houver ofensa , que eu leve o perdão,
Onde houver discórdia, que eu leve a união,
Onde houver dúvida, que eu leve a fé,
Onde houver erro, que eu leve a verdade,
Onde houver desespero, que eu leve a esperança,
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria,
Onde houver trevas, que eu leve a luz.

Ó Mestre, fazei que eu procure mais:


consolar que ser consolado;
compreender que ser compreendido,
amar, que ser amado.

Pois é dando que se recebe,


é perdoando que se é perdoado,
e é morrendo que se nasce para a Vida Eterna...

Como compromisso de vida, deixamos a vocês essa proposta. Que cada um


busque amar o seu próximo com o máximo de suas forças e capacidade. Onde houver dúvida,
que levemos a fé, onde houver trevas, que levemos a Luz, e, onde houver ódio, que levemos o
Amor de Deus. Busquem viver o Amor de Deus na vida de vocês, pois é propriamente amando
que conseguimos cumprir bem a nossa vocação, ou seja, a Vontade de Deus para nossas vidas.

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