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CENTRO DE TECNOLOGIA
ESCOLA POLITÉCNICA
Departamento de Estruturas
2017
Universidade Federal do Rio de Janeiro Prof. Flávia Moll de Souza Judice 1
________________________________________________________________________________________________
SUMÁRIO
I – Introdução .................................................................................................................. 2
II – Tração e Compressão .............................................................................................. 4
III – Cisalhamento Puro .................................................................................................. 13
IV – Torção ..................................................................................................................... 15
V – Propriedades Geométricas das Figuras Planas ........................................................ 19
VI – Tensões em Vigas ................................................................................................... 22
VII – Flexão Composta ................................................................................................... 32
VIII – Energia de Deformação ......................................................................................... 37
IX – Análise de Tensões ................................................................................................. 42
Bibliografia ...................................................................................................................... 52
I – INTRODUÇÃO
A força é derivada das unidades básicas pela segunda lei de Newton. Por definição,
um Newton é a força que fornece a um quilograma massa a aceleração de um metro por
segundo ao quadrado. A equivalência entre unidades é 1 N 1 kg 1 m/s 2 .
Prefixos de Unidades:
1 N 10 1 kgf
10 kN 1 tf
1 MPa 1 N/mm 2 10 3 kN / m 2 1 kgf / cm 2
II – TRAÇÃO E COMPRESSÃO
1 – Tensões e deformações
P
P
σ
A
L
3 4
5
x 2
1
6
x
8
1 – cilindro e êmbolo
2 – bomba hidráulica (medidor de vazão)
3 – mesa (chassi) móvel
4 – corpo de prova para tração
5 – corpo de prova para compressão
6 – mesa (chassi) fixo
7 – manômetro (medidor de pressão)
8 – fluido hidráulico
(MPa)
350
E
D *
300 B C
A E
250
200
150
100
50
F
O
1 2 3 4 5 6 x
0 0
Tanto os aços quanto as ligas de alumínio podem sofrer grandes deformações antes
da ruptura, sendo classificados como dúcteis. Por outro lado, materiais frágeis ou
quebradiços quebram com valores relativamente baixos das deformações.
As cerâmicas, o ferro fundido, o concreto, certas ligas metálicas e o vidro são
exemplos desses materiais.
É possível traçar diagramas análogos aos de tração, para vários materiais sob
compressão, estabelecendo-se tensões características, tais como limite de
proporcionalidade, escoamento e tensão máxima.
Para o aço, verificou-se que as tensões do limite de proporcionalidade e do
escoamento são, aproximadamente, as mesmas na tração e na compressão.
Para muitos materiais quebradiços, as tensões características em compressão são
muito maiores que as de tração.
3 – Elasticidade
E
Vários casos que envolvem barras com carregamento axial podem ser solucionados
PL
aplicando-se a expressão: .
EA
P
A
2P L1
B a
L2
P
C
2P L3 b
P
A soma algébrica dessas variações de comprimento dará a variação total de
comprimento da barra, tal que:
n
Pi Li
E A
i 1 i i
O mesmo método pode ser usado quando a barra é formada por partes com
diferentes seções transversais.
P P1 P2
≠ +
d d1 d2
onde:
d d1 d 2
P d P1 d 1 P2 d 2
P P
L a
A relação entre as deformações transversal e longitudinal é constante, dentro da
região elástica, e é conhecida como relação ou coeficiente de Poisson; dada por:
deformação lateral
(0 0,5)
deformação axial
P P
1
1
Notas de Aula Resistência dos Materiais I
Universidade Federal do Rio de Janeiro Prof. Flávia Moll de Souza Judice 10
________________________________________________________________________________________________
V ' 1 1 2
V ' 1 1 2 2 2
V ' 1 2 2 2 2 2 2 3
Desprezando-se os termos de ordem superior, obtém-se:
V ' 1 2
V ' V V 1 2 1 1 2
V
1 2
V
A equação anterior pode ser usada para calcular a variação do volume de uma barra
tracionada, desde que se conheçam a deformação e o coeficiente de Poisson .
Como não é razoável admitir-se que um material diminua de volume quando
tracionado, pode-se concluir que é sempre menor do que 0,5.
Para permitir sobrecargas acidentais, bem como para levar em conta certas
imprecisões na construção e possíveis desconhecimentos de algumas variáveis na análise
da estrutura, normalmente emprega-se um coeficiente de segurança.
y
Para os materiais dúcteis, tem-se .
1
u
Para os materiais frágeis, tem-se .
1
Haverá casos em que as equações de equilíbrio não são suficientes para se chegar
às solicitações da estrutura. As equações a mais, necessárias para solucionar o problema,
são encontradas nas condições de deformação.
Um exemplo de estrutura estaticamente indeterminada é mostrado na figura
seguinte.
L1 L2 RA
R RA-F
R
F +
+
A B DEN
C
R A RB F
ΔL 0 ΔL1 ΔL2 0
R A L1 R A F L2
0
EA EA
R A L1 R A L2 F L2 0
R A L1 L2 F L2
F L2 L
RA F 2
L1 L2 L
L L
RB F F 2 F 1
L L
L
F 2
L
+ DEN
-
L
F 1
L
8 – Tensões Térmicas
T 0
L
DEN
-
ΔLN ΔLT 0
RL
- L ΔT 0
EA
R ΔT E A
R
x ΔT E
A
Vimos que as forças axiais provocam tensões normais nos elementos estruturais.
No entanto, pode ocorrer que as forças atuantes no elemento estejam inclinadas com
relação à sua seção transversal. Nesse caso, essas forças podem ser decompostas em
componentes paralelas e perpendiculares ao plano de corte considerado. A componente
normal N à seção transversal do elemento irá provocar tensão normal (sigma) e a
componente V pertencente ao plano da seção transversal irá provocar tensão de
cisalhamento (tau).
C
F
A F
B
D
Como não há tensões normais agindo sobre o elemento, seu equilíbrio na direção
horizontal só é possível se, na face inferior, existir tensão de cisalhamento igual e em
sentido contrario à da face superior. Além disso, essas tensões de cisalhamento irão
produzir momento que deve ser equilibrado por outro momento originado pelas tensões que
atuam nas faces verticais. Portanto, essas tensões de cisalhamento devem ser também
iguais a para que o elemento permaneça em equilíbrio.
Conclusão:
b
a
c
d
O ângulo no vértice c, que media antes da deformação, fica reduzido a .
2 2
Ao mesmo tempo, o ângulo no vértice a ficará aumentado para . O ângulo é a
2
medida da distorção do elemento provocada pelo cisalhamento, e é denominado
deformação de cisalhamento. Pela figura, nota-se que a deformação de cisalhamento é
igual ao deslizamento horizontal da aresta superior em relação à aresta inferior, dividido pela
distância entre essas duas arestas (altura do elemento).
G
E
G
2 1
IV – TORÇÃO
n
n
T R
n´
T
x dx
L
dx
a
c
b
b´
d
d R
d´
R R
L
G G R G R
L
E
onde G é o módulo de elasticidade transversal do material, igual a .
2 1
r r
L
e a tensão de cisalhamento é:
G r G r
L
r d
A
T r dA G r 2 dA G r 2 dA G J
A A A
2
onde J é o momento de inércia polar da seção transversal, igual a r dA .
A
Para uma seção circular, o momento de inércia polar com relação aos eixos que
passam pelo centróide é:
d4
J
32
Tem-se, então:
T
L GJ
T r
J
T R
max
J
r2
r1
r1
r2
T r
, com r1 r r2
J
onde: J
de4 di 4
32
120 N.m
A
B
C
125 mm
125 mm
T A TB 120
Devido aos engastes, o ângulo de torção total é nulo e, para equilibrar o momento
torsor aplicado, os trechos AC e BC do eixo giram em sentidos opostos, tal que 1 2 .
Tem-se, então:
T A L1 TB L2
G J1 G J2
J
TB 2 TA
32
20 4 16 4 T 0 ,59 T A
A
J1 20 4
32
Logo:
T A 0 ,59 T A 120
T A 75 ,5 Nm
TB 44 ,5 Nm
VI – TENSÕES EM VIGAS
a a
P L P
Q=0 DEC
-P
P.a
DMF
S0 S1
dx x z
y
O
d
M dx M
y
a b
S0 S1
1 d
k
dx
onde k é a curvatura.
A deformação correspondente é:
y
x ky
x kE y
z
y
dA
y
A força longitudinal em dA é:
dF x dA k E y dA
F x dA k E y dA 0
A A
Logo:
M z x y dA k E y 2 dA k E I z
A A
Daí:
Mz
k
E Iz
Substituindo, obtém-se:
Mz
x y
Iz
Analogamente:
My
x z
Iy
25 mm
+2F/3 y
DEC (N)
- F/3
DMF (N.mm)
+2/3.103 F
y
yi Ai
12 ,5 4875 115 4500
61,7 mm
Ai 4875 4500
Mz
x y 50
Iz
2 F 10 3
3 143 ,3 50
3 ,7 10 7
F 19.359 N
Fmax 19 ,4 kN
b
q
h
V
z
C
n
n m
m
x
y
M M+d h/2
M C z
p p1 y y1
h/2
dA
n n1 y
dx
A face da base deste elemento é a superfície inferior da viga e está livre de tensões.
Sua face superior é paralela à superfície neutra e afasta-se dela a uma distância y1. Nesta
face, atua a tensão de cisalhamento horizontal que existe neste nível da viga.
Sobre as faces mn e m1n1 atuam as tensões normais x produzidas pelos
momentos fletores e as tensões de cisalhamento verticais (que não interferem na equação
de equilíbrio horizontal do elemento na direção horizontal).
Se os momentos fletores nas seções mn e m1n1 forem iguais (flexão pura), as
tensões normais x nos lados np e n1p1 também serão iguais, o que colocará o elemento
em equilíbrio e anulará a tensão de cisalhamento .
No caso de momento fletor variável, a força normal que atua na área elementar dA
da face esquerda do elemento será:
Mz y
dF x dA dA
Iz
h2 h 2 Mz
Re x dA x b dy b y dy
y1 y1 Iz
A
De maneira análoga, a soma das forças normais que atuam na face direita, p1n1, é:
h 2 M z dM z
Rd b dx y dy
y1 I I z dx
z
h 2 dM z dM z h2
R d Re b dx y dy dx y dA
y1 y
I z dx I z dx 1
b dx
dM z h2
b dx dx y dA
y
I z dx 1
Q h2
b y dA
I z y1
Q mz
Iz b
h/2
z
P y
h/2
y
Aplicando a expressão da tensão cisalhante, tem-se:
Q mz
2 4
Q h y y h y
2
Iz b 3
bh
12
Desenvolvendo, chega-se a:
3 Q h2 4 y2
2 b h3
h
y 0
2
3Q Q
y 0 1,5
2bh A
h
y 0
2
h max
tm
h
ta
b
Seja a viga da figura abaixo formada por dois materiais diferentes. Como a seção
transversal da viga permanece plana durante a flexão, independentemente de ser de um
material ou de mais de um, nota-se que a deformação varia linearmente do topo à base da
viga.
x x
1
- -
+ +
2
E 2 E1
x ,1 k E1 y
x ,2 k E 2 y
A posição da linha neutra é obtida igualando-se a zero a força axial resultante que
atua na seção. Logo:
x ,1 dA x ,2 dA 0
A1 A2
ou ainda:
E1 y dA E2 y dA 0
A1 A2
Mz x ,1 y dA x ,2 y dA
A1 A2
Desenvolvendo:
2 2
M z k E1 y dA k E 2 y dA
A1 A2
Daí:
M z k E1 I z ,1 k E 2 I z ,2
ou:
M z k E1 I z ,1 E 2 I z ,2
Mz
k
E1 I z ,1 E2 I z ,2
Substituindo a expressão anterior nas equações de tensões normais, obtém-se:
M z E1 y
x ,1
E1 I z ,1 E2 I z ,2
M z E2 y
x ,2
E1 I z ,1 E2 I z ,2
Mz
Se E1 E 2 E , as equações transformam-se em x y , para vigas de um só
Iz
material.
x (N) x (M)
As tensões normais resultantes em qualquer seção transversal da viga são obtidas
pela superposição das tensões axiais devidas a N e M podem ser calculadas pela equação:
N M
x y
A I
O diagrama final de tensões é:
O princípio da superposição dos efeitos poderá ser aplicado, desde que se garanta
a linearidade da distribuição das deformações longitudinais e das tensões normais em todos
os pontos da seção transversal do elemento.
Quando o momento fletor for conseqüência de uma excentricidade e da carga N em
relação ao centróide da seção, podemos escrever:
M N e
M = N.e
e = N
N
y y
x z
N z
y
e
80 y
80 cm
N 4 10 6 N
M z 4 106 e Nmm
A 800 800 6 ,4 10 5 mm 2
800 800 3
Iz 3 ,4 10 10 mm 4
12
x
4 ,0 10 6
4,0 106 200 400 15,6 MPa
6 ,4 10 5 3 ,4 10 10
x
4 ,0 10 6
4 ,0 106 200 400 3,1MPa
6 ,4 10 5 3 ,4 10 10
O diagrama de tensões é:
-15,6 MPa
3,1 MPa
x
4 ,0 106
4,0 106 133 400 12,5MPa
6 ,4 10 5 3 ,4 1010
x
4 ,0 106
4,0 106 133 400 0
6 ,4 10 5 3 ,4 1010
O diagrama de tensões é:
-12,5 MPa
x
4 ,0 106
4 ,0 106 100 400
10 ,9 MPa
6 ,4 10 5 3 ,4 1010
x
4 ,0 106
4 ,0 106 100 400 1,6 MPa
6 ,4 10 5 3 ,4 1010
O diagrama de tensões é:
-10,9 MPa
-1,6 MPa
Haverá casos em que será importante garantir que, em um pilar comprimido pela
ação de forças normais excêntricas, não haja inversão do sinal de tensão (como no caso do
concreto, que é praticamente incapaz de suportar tensões de tração). Nesses casos, será
necessário limitar uma região da seção, chamada núcleo central, onde as forças de
compressão nela aplicadas produzirão apenas compressão sobre todas as seções
transversais.
O exemplo mostra um pilar de seção retangular submetido à carga concentrada F
com excentricidade e em relação ao eixo z.
x
z
F
e
y
h
b
N F
M F e
F F e z
x 0
b h b h3
12
F F e 2
h 0
bh b h3
12
h
e
6
h
emax
6
y
h/6
b/6
No caso de um pilar com seção circular, de diâmetro d, o núcleo central tem área
também circular de raio igual à máxima excentricidade admissível, tal que:
F F e d 2
0
d 2 d 4
4 64
d
e
8
d
emax
8
x
z
F
y
e
d
d/4
2 – Flexão e Torção
Tal como vimos anteriormente, os elementos de uma estrutura podem também estar
solicitados simultaneamente por cargas de flexão e de torção. Sob tais condições, a
determinação das tensões em um ponto qualquer da seção transversal será feita utilizando
o princípio da superposição dos efeitos, somando-se algebricamente as tensões devidas
a cada um dos esforços, isoladamente.
Quando uma barra em tração simples é carregada por uma força P, a barra se
alonga e, se o material seguir a lei de Hooke, o diagrama carga-deslocamento será uma
reta, conforme mostra a figura.
dP1
L
P1
O
1 d1
P
P
U
2
PL
Substituindo na expressão anterior, chega-se a:
EA
P2 L E A 2
U ou U
2E A 2L
U U
u
V A L
ou seja,
2 E 2
u ou u
2E 2
O maior valor da energia de deformação, por unidade de volume, que pode ser
armazenada numa barra, sem exceder o limite de proporcionalidade é denominado módulo
de resiliência, que é achado substituindo-se pela tensão-limite de proporcionalidade na
expressão anterior.
G
onde:
L
V
A
V
U
2
V b
a
V
L
V
c
V d
Substituindo, obtém-se:
V2 L G A 2
U ou U
2 G A 2L
2 G 2
u ou u
2 G 2
A energia de deformação por torção em um eixo de seção circular pode ser obtida a
partir do diagrama carga-rotação.
O
Durante a torção do eixo, o torque T executa um trabalho, que é igual à área sob o
diagrama carga-rotação, de modo que a energia de deformação elástica armazenada na
barra é:
T
U
2
T L
Substituindo na equação anterior , tem-se:
GJ
T2 L G J 2
U ou U
2G J 2L
Seja uma viga em flexão pura. Como o momento fletor M é constante, a viga
deforma-se formando um arco de círculo, tal que a curvatura é:
M
k
EI
M L
EI
A
M M
L O
M
U
2
Substituindo, obtém-se:
M2 L E I 2
U ou U
2EI 2L
M dx
d
EI
M 2 dx
dU
2EI
M 2 dx
U
2E I
IX – ANÁLISE DE TENSÕES
Quando uma barra prismática está sujeita à tração simples, as tensões numa seção
transversal mn, normal ao seu eixo, são uniformemente distribuídas e iguais a P .
A
Consideremos as tensões no plano pq que corta a barra formando um ângulo com
a seção transversal mn. As forças que representam a ação do lado direito sobre o lado
esquerdo da barra são uniformemente distribuídas sobre a seção inclinada pq, conforme
mostra a figura abaixo.
p m
P P
q
n
N
P R
V
P
Uma vez que a parte esquerda está em equilíbrio sob a ação dessas forças e da
carga externa P, conclui-se que a resultante das forças distribuídas sobre a seção inclinada
é igual a P.
Decompondo-se a resultante R em duas componentes N e V, que são normal e
tangente, respectivamente, ao plano inclinado, obtém-se:
N P cos
V P sen
N P
cos 2 x cos 2 (1a)
A´ A
V P
sen cos x sen cos (1b)
A´ A
A Eq. (1a) mostra como a tensão normal varia em função do ângulo . Quando
0 , o plano pq coincide com mn, acarretando x . Se o ângulo aumentar, a
tensão diminuirá até que, em , anula-se. Assim, max x .
2
A Eq. (1b) mostra que a tensão de cisalhamento é nula quando 0 e ,
2
atingindo o valor máximo quando . Este máximo é max
x .
4 2
Convenção de sinais:
Uma representação conveniente das tensões num ponto da barra é feita pelo
isolamento de uma parte elementar do material, com as tensões indicadas em todos os
lados do elemento.
A figura 2 mostra dois elementos A e B cortados de uma barra tracionada.
P x A B P
´
´
b
a
x A x B
d
c ´
´
O elemento A está orientado de modo que 0 e, assim, a única tensão que age
sobre ele é x P .
A
O segundo elemento sofreu um giro definido por e, portanto, as tensões no lado bd
são e . A normal do lado ab do elemento é orientada pelo ângulo em relação
2
ao eixo x, sendo possível determinar as tensões nesse plano substituindo por na
2
Eq. (1), chegando-se a:
´ x cos 2 2 x sen 2 (2a)
´ x sen 2 cos 2 x sen cos (2b)
Como x é positivo, vê-se na figura que a tensão normal ´ é também positiva. A
tensão de cisalhamento ´ .no lado ab do elemento é negativa, indicando que age em
sentido anti-horário em relação à superfície do elemento.
Comparando-se as Eq. (1) e (2), tem-se:
´ x (3a)
´ (3b)
Conclusão: A Eq. (3a) mostra que, para uma barra tracionada, a soma das tensões normais
em dois planos perpendiculares é constante e igual a x . A Eq. (3b) mostra que as tensões
de cisalhamento, em planos ortogonais, são iguais em valor absoluto, porém têm sinais
opostos.
Para calcular as tensões nos outros dois lados do elemento, basta substituir por
(lado ac) ou 3 2 (lado cd). Vê-se, assim, que as tensões normal e de
cisalhamento, no lado ac, são as mesmas que atuam no lado bd e que as tensões, no lado
cd, são idênticas às do lado ab.
2 – Tensões Biaxiais
sen2
sen cos
2
1 cos 2
cos 2
2
1 cos 2
sen 2
2
x y x y cos 2 (6a)
2 2
x y sen2 (6b)
2
Substituindo por 2
nas Eq. (6), são obtidas as expressões das tensões
´ e ´ que atuam no plano ortogonal ao plano inclinado:
´
x y x y cos 2 (7a)
2 2
´
x y sen2 (7b)
2
´ x y (8)
Conclusão: A soma das tensões normais, em dois planos quaisquer perpendiculares entre
si, é constante.
3 – Tensões Planas
x y sen cos xy sen 2 cos 2 (9b)
x y x y cos 2
xy sen 2 (10a)
2 2
x y sen2
xy cos 2 (10b)
2
´ x y (11a)
´ (11b)
Convenção de sinais:
termo
x y , elevando ao quadrado os dois membros da equação. Em seguida,
2
quadramos os dois membros da Eq. (10b), somando membro a membro as duas
expressões, tal que:
x y 2
2
x y 2 2
xy (12)
2 2
onde:
x y
med
2
(13)
2
x y
R xy 2
2
med 2 2 R 2 (14)
Circunferência:
D
M
max
R
COMPRESSÃO TRAÇÃO
B C A
min=II
med E
max=I
2 xy
tg 2 p (15)
x y
=0
I
y II
yx
xy
x
x
xy
yx
y
max med R
min med R
2
x y x y
max,min I ,II xy 2 (16)
2 2
tg 2 c
x y (17)
2 xy
2
x y
max xy 2 (18)
2
x y
med (19)
2
1
tg 2 p
tg 2 c
2 c 2 p 90 c p 45 o
max Y(y; xy)
R
B C A
p
II X(x; -xy)
med
I
7 – Tensões Triaxiais
y
z
y
x x
x x
z
z
y z
y
Se um plano inclinado, paralelo a z, cortar o elemento, as únicas tensões na face
inclinada são e , analisadas anteriormente para o caso de tensões biaxiais.
Essas tensões são independentes de z e são determinadas estaticamente pelas
equações de equilíbrio no plano xy. Podemos, então, empregar as equações das tensões
biaxiais, bem como o círculo de Mohr para calcular e .
O mesmo raciocínio pode ser utilizado para determinar as tensões e se um
plano inclinado paralelo a x ou a y cortar o elemento
Desta forma, conclui-se que as tensões x , y e z são as tensões principais no
elemento.
Já as tensões máximas de cisalhamento estarão num plano a 45º, paralelo a um dos
eixos coordenados, dependendo do valor relativo de x , y e z . Considerando-se
somente planos paralelos ao eixo z, a tensão máxima de cisalhamento é:
x y
max z (20a)
2
y z
max x (20b)
2
max y x z (20c)
2
C
A
B
z
y
x
Para planos paralelos ao eixo z, o círculo será indicado por A, supondo-se que x e
y sejam de tração e que x y . Do mesmo modo, para planos paralelos aos eixos x e
y, são obtidos os círculos B e C, respectivamente.
Os raios dos três círculos representam as tensões máximas de cisalhamento dadas
pelas eq. (20) e a tensão máxima absoluta de cisalhamento é igual ao raio do maior dos
círculos.
Em planos que cortem o elemento da figura 6 em direções oblíquas, as tensões
normal e de cisalhamento podem ser obtidas por análise tridimensional mais complicada. As
tensões normais nesses planos têm sempre valor intermediário, entre as tensões principais
máxima e mínima, e as tensões de cisalhamento são sempre menores do que as de
cisalhamento máximo dadas pelas eq. (20).
z
Bibliografia
Beer, F. P., Johnston Jr, E. R., Resistência dos Materiais, Makron Books, 3 ed, 1996.
Timoshenko, S. P., Gere, J. E., Mecânica dos Sólidos, v. 1, Livros Técnicos e Científicos,
1984.
Timoshenko, S. P., Gere, J. E., Mecânica dos Sólidos, v. 2, Livros Técnicos e Científicos,
1984.