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Facosta,+4310 13161 1 PB
Facosta,+4310 13161 1 PB
Quando começou a publicidade? A resposta seria por exemplo, não raro termos como marketing,
fácil se tomássemos o primeiro anúncio já feito. publicidade e propaganda são confundidos ou
No entanto, aceitá-lo como o ponto zero de uma
história da publicidade implica, novamente uma
naturalização de seu conceito, sem considerarmos distinguir, no dia-a-dia, publicidade de marketing ou
características que lhe são próprias como uma campanha publicitária (o fazer) do fenômeno
produção e consumo em massa e uso dos meios publicitário (demanda+fazer+repercussão)? A linha
parece tênue.
Eguizábal é, provavelmente, quem tem o ponto de Todos estão mais próximos da publicidade que
vista mais original sobre a história da publicidade. da propaganda, buscando um comportamento
Assim como Sánchez Guzmán e Lagneau, reconhece (o voto), por meio de petição direta, ou incluindo
a falta de consenso sobre o “fenômeno da publicidade” um argumento mais persuasivo, mas omitindo
por sua estreita relação com a economia, com qualquer carga ideológica, e empregando técnicas
a persuasão, com a arte, com a comunicação
(Eguizábal, 2011, p. 11). Seu diferencial são as eleitor (Eguizábal, 2011, p. 34).
outras características que apresenta como próprias
Conhecendo como a história da publicidade é
da publicidade: a existência das cidades; as marcas
contada é possível perceber não apenas como
modernas (que possuem valor agregado); e o
aconteceu, mas como ela foi observada e passa
investimento dos comerciantes em ganhar mais
a ganhar importância a medida que a Revolução
dinheiro (e não apenas vender mais). Dessas, a
Industrial se consolida. Isto nos leva a última parte
mais importante para Eguizábal é a existência das
do artigo.
cidades:
Os teóricos
da história da publicidade: o período pré-histórico,
da Antiguidade até a prensa de Gutenberg; o
período proto-histórico indo de Gutenberg até observado em relação às teorias sobre publicidade.
a Revolução Industrial; e a partir daí o período
propriamente histórico. Levando em conta a Em abril de 2001, Raúl Eguizábal e a bibliotecária
literatura especializada o período pré-histórico pode M. Luisa García organizaram uma exposição
ser sub-dividido em três períodos: o mitológico; a
Antiguidade no Oriente Médio, Egito, Grécia e em Complutense de Madri. Sua inspiração foi uma
outra exposição semelhante, organizada por Rafael
Bori, em Barcelona, em 1928. No primeiro evento,
Bori conseguiu reunir mais de 2000 livros sobre
para o desenvolvimento do que hoje denominamos publicidade espanhóis, ingleses, estadunidense,
publicidade e, portanto, nossa proto-história. alemães e até mesmo suecos, romenos e japoneses
Particularmente com a prensa temos a constituição (Eguizábal; García-Ochoa, 2001, p. 4). Quiçá tivesse
da infraestrutura material do sistema de acontecido nos EUA ou na Inglaterra, não causasse
comunicação, como também vemos nascer o surpresa a nós e ao próprio Eguizábal. “Em 1843,
o Edinburgh Review dedicou um longo artigo sobre a imagem da atividade publicitária, buscando um
a história da publicidade. ‘Não há como disfarçar’,
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disse o autor, ‘o grande princípio da existência desenvolvimento técnico, a uma ‘práxis’ incapaz de
moderna é a notoriedade’ (Turner, E. S. 1953). oferecer explicações aos fatos que se contentavam Luiz Claudino Martino
em descrever” (Eguizábal, 2007, p.14), fruto de um Rosana Nantes Pavarino
Analisando os textos de Eguizábal (Eguizábal,
“complexo publicitário”. Esta imagem lhe era tão
2007; Eguizábal; García-Ochoa, 2001) é possível
cara que em seu primeiro parágrafo questiona a
concluir que há três motivos para se escrever sobre
Enero - Junio 2015 falta de interesse dos publicitários em uma formação
publicidade:
Sudamericana.