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I - Eletricidade Básica
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PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO
3
Eletricidade Básica
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ÍNDICE:
1 - A Natureza da Eletricidade..................................................................................................08
O circuito elétrico
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6 – Baterias................................................................................................................................52
Circuitos série-paralelo
8- Magnetismo e Eletromagnetismo........................................................................................70
Tipos de motores
Resistência em circuitos CA
6
11 - Capacitância, Indutância, Reatância Capacitiva e Reatância Indutiva.........................94
Circuitos indutivos
Bibliografias.............................................................................................................................115
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1 -A Natureza da Eletricidade
ESTRUTURA DO ÁTOMO
A matéria é algo que possui massa e ocupa lugar no espaço. A matéria é constituída por
partículas muito pequenas denominadas átomos. Toda a matéria pode ser classificada como:
elemento ou composto. Num elemento, todos os átomos são iguais. São exemplos de
elementos o alumínio, o cobre, o carbono, o germânio e o silício. Um composto é uma
combinação de elementos. A água, por exemplo, é um composto constituído pelos elementos
hidrogênio e oxigênio. A menor partícula de qualquer composto que ainda contenha as
características originais daquele composto é chamada de molécula.
Os átomos de elementos distintos diferem entre si pelo número de elétrons e de prótons que
contêm (Figura 1-1). No seu estado natural, um átomo de qualquer elemento contém um
número igual de elétrons e de prótons. Como a carga negativa (–) de cada elétron tem o
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mesmo valor absoluto que a carga positiva (+) de cada próton, as duas cargas opostas se
cancelam. Um átomo nestas condições é eletricamente neutro, ou está em equilíbrio (figura
1.1).
CARGA ELÉTRICA
Certos átomos são capazes de ceder elétrons, outros são capazes de receber elétrons. Assim,
é possível acontecer transferência de elétrons de um corpo para outro. Quando isso ocorre, a
distribuição igual das cargas positivas e negativas em cada corpo deixa de existir. Assim, um
corpo terá um excesso de elétrons e a sua carga terá uma polaridade elétrica negativa (−). O
outro corpo terá um excesso de prótons e a sua carga será positiva (+). Quando dois corpos
possuem a mesma carga, sendo ambas positivas (+) ou então negativas (−), diz-se que os
corpos têm cargas iguais. Quando dois corpos possuem cargas diferentes, isto é, um corpo é
positivo (+) enquanto o outro é negativo (−), diz-se que eles apresentam cargas desiguais ou
opostas. A lei das cargas elétricas pode ser enunciada da seguinte forma:
Se uma carga negativa (–) for colocada próxima a uma outra carga negativa (–), as cargas se
repelirão (Figura 1-2). Se uma carga positiva (+) se aproximar de uma carga negativa (–), as
cargas se atrairão (Figura 1-2).
UNIDADE COULOMB
Uma carga de um coulomb positivo significa que o corpo contém uma carga de 6,25 × 1018
mais prótons do que elétrons.
Exemplo 1.2 Um material dielétrico possui uma carga negativa de 12,5 × 1018 elétrons. Qual é
a sua carga em coulombs?
Q = 2 C.
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CAMPO ELETROSTÁTICO
A característica fundamental de uma carga elétrica é a sua capacidade de exercer uma força.
Essa força está presente no campo eletrostático que envolve cada corpo carregado. Quando
dois corpos de polaridade oposta são colocados próximos um do outro, o campo eletrostático
se concentra na região compreendida entre eles (Figura 1-3). O campo elétrico é representado
por linhas de força desenhadas entre os dois corpos. Se um elétron for abandonado no ponto A
nesse campo, ele será repelido pela carga negativa e será atraído pela positiva. Assim, as duas
cargas tenderão a deslocar o elétron na direção das linhas de força entre os dois corpos. As
pontas das setas na Figura 1-3 indicam o sentido do movimento adquirido pelo elétron se ele
estivesse em posições diferentes do campo eletrostático.
DIFERENÇA DE POTENCIAL
Em virtude da força do seu campo eletrostático, uma carga elétrica é capaz de realizar trabalho
ao deslocar uma outra carga por atração ou repulsão. A capacidade de uma carga realizar
trabalho é chamada de potencial. Quando uma carga for diferente da outra, haverá uma
diferença de potencial entre elas. A soma das diferenças de potencial de todas as cargas do
campo eletrostático é conhecida como força eletromotriz (fem). A unidade fundamental de
diferença de potencial é o volt (V). O símbolo usado para a diferença de potencial é V, que
indica a capacidade de realizar trabalho ao se forçar os elétrons a se deslocarem. A diferença
de potencial é chamada de tensão. (Alguns usam inadequadamente a expressão voltagem.)
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Exemplo 1.4 Qual é o significado da tensão de saída de uma bateria ser igual a 6 V?
Uma tensão de saída de 6 V quer dizer que a diferença de potencial entre os dois terminais da
bateria é de 6 V. Assim sendo, a tensão é basicamente a diferença de potencial entre dois
pontos.
CORRENTE ELÉTRICA
Exemplo 1.5 Se uma corrente de 2 A passar através de um medidor durante 1 minuto, quantos
Coulombs passam pelo medidor?
ou Q = I x T = IT
A carga difere da corrente, pois Q representa um acúmulo de carga e I mede a intensidade das
cargas em movimento.
I = 2A T = 60s Q=?
Q=I x T
Substitua I = 2 A e T = 60 s:
FLUXO DE CORRENTE
Num condutor, por exemplo, num fio de cobre, os elétrons livres são cargas que podem ser
deslocadas com relativa facilidade ao ser aplicada uma diferença de potencial. Se ligarmos às
duas extremidades de um fio de cobre (Figura 1-5) uma diferença de potencial, a tensão
aplicada (1,5 V) faz com que os elétrons livres se desloquem.
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Figura 1-5 A tensão aplicada às extremidades de um fio condutor produz a corrente elétrica.
Essa corrente consiste num movimento dos elétrons a partir do ponto de carga negativa, –Q,
numa das extremidades do fio, seguindo através do fio, e voltando para a carga positiva, +Q,
na outra extremidade. O sentido do movimento dos elétrons é do lado negativo da bateria,
passando através do fio, e de volta ao lado positivo da bateria. O sentido do fluxo de elétrons é
de um ponto de potencial negativo para um ponto de potencial positivo. A seta contínua (Figura
1-5) indica o sentido da corrente em função do fluxo de elétrons.
O sentido do movimento das cargas positivas, oposto ao fluxo de elétrons, é considerado o
fluxo convencional da corrente. Em eletricidade básica, os circuitos geralmente são analisados
em termos da corrente convencional. Portanto, o sentido da corrente convencional é o sentido
das cargas positivas em movimento. Qualquer circuito pode ser analisado tanto através do
fluxo de elétrons como do fluxo convencional em sentido oposto. Nesta apostila, a corrente
sempre será considerada de acordo com o fluxo convencional, ou seja, do pólo positivo para o
pólo negativo.
FONTES DE ELETRICIDADE
Bateria química
Uma pilha química voltaica consiste numa combinação de materiais usados para converter
energia química em energia elétrica. Uma bateria é constituída pela ligação de duas ou mais
pilhas. Uma reação química produz cargas opostas em dois metais diferentes, que servem
como terminais negativo e positivo (Figura 1-6). Os metais estão em contato com um eletrólito.
Gerador
O gerador é uma máquina na qual se usa a indutância eletromagnética para produzir uma
tensão por meio da rotação de bobinas de fio através de um campo magnético estacionário ou
pela rotação de um campo magnético através de bobinas de fio estacionárias. Atualmente,
mais de 95% da energia consumida no mundo é produzida por geradores figura 1-7.
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Figura 1-7 Gerador elementar de energia elétrica.
Energia térmica
A produção da maior parte de energia elétrica em países fora do Brasil origina-se pela
formação de energia térmica figura 1-8. O carvão, o óleo ou gás natural pode ser queimado
para liberar grandes quantidades de calor. Uma vez que a energia térmica está disponível, o
próximo passo é convertê-la em energia mecânica. A água é aquecida para produzir vapor que,
por sua vez, é utilizado para girar as turbinas que impelem os geradores elétricos. Uma
conversão direta da energia térmica em energia elétrica aumentaria a eficiência e reduziria a
poluição térmica dos mananciais de água e da atmosfera.
Células solares
A corrente contínua (DC – direct continue ou CC – corrente contínua) é a corrente que passa
através de um condutor ou de um circuito somente num sentido. A razão dessa corrente
unidirecional se deve ao fato das fontes de tensão, como as pilhas e as baterias, manterem a
mesma polaridade da tensão de saída Figura 1-11. A tensão fornecida por essas fontes é
chamada de tensão de corrente contínua ou simplesmente de tensão dc ou tensão cc. Uma
fonte de tensão contínua pode variar o valor da sua tensão de saída, mas se a polaridade for
mantida, a corrente fluirá somente num sentido.
Uma fonte de tensão alternada (tensão ca) inverte ou alterna periodicamente a sua polaridade
(Figura 1-12). Conseqüentemente, o sentido da corrente alternada resultante também é
invertido periodicamente. Em termos do fluxo convencional, a corrente flui do terminal positivo
da fonte de tensão, percorre o circuito e volta para o terminal negativo, mas quando o gerador
alterna a sua polaridade, a corrente tem que inverter o seu sentido. Um exemplo comum é a
linha de tensão ca usada na maioria das residências. Nesses sistemas, os sentidos da tensão
e da corrente sofrem muitas inversões por segundo, no Brasil ocorrem 60 inversões por
segundo ou 60 Hz.
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Exercícios do Capítulo 1
1) Determine a corrente necessária para carregar um dielétrico para que ele acumule uma
carga de 20 C após 4 s.
a) ( ) A corrente necessária é de 80 A.
b) ( ) A corrente necessária é de 5 V.
c) ( ) A corrente necessária é de 20 A.
d) ( ) A corrente necessária é de 5 A.
e) ( ) Nenhuma das anteriores.
a) ( ) A carga é de 24 C.
b) ( ) A carga é de 8 C.
c) ( ) A carga é de 24 V.
d) ( ) A carga é de 24 A.
e) ( ) Nenhuma das anteriores.
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6) As células solares realizam que tipo de conversão ?
7) O que ocorre quando dois corpos carregados com cargas de polaridades opostas são
aproximados ?
a) ( ) Eles se repelem.
b) ( ) Eles se atraem.
c) ( ) Eles começam a girar.
d) ( ) Não há nenhuma reação.
e) ( ) Nenhuma das anteriores.
a) ( ) Corrente elétrica.
b) ( ) Potência elétrica.
c) ( ) Energia elétrica.
d) ( ) Tensão elétrica.
e) ( ) Nenhuma das anteriores.
a) ( ) Corrente elétrica.
b) ( ) Potência elétrica.
c) ( ) Energia elétrica.
d) ( ) Tensão elétrica.
e) ( ) Nenhuma das anteriores.
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2 - Padronizações e Convenções em
Eletricidade
UNIDADES.
INTRODUÇÃO:
Comprimento Metro m
Massa Quilograma kg
Tempo Segundo s
Temperatura
Termodinâmica Kelvin K
Outras unidades usuais podem ser deduzidas a partir das unidades fundamentais e das
suplementares. Por exemplo, a unidade de carga é o Coulomb, deduzida a partir das unidades
fundamentais segundo e ampère. A maioria das unidades utilizadas em eletricidade é do tipo
unidade derivativa. (Tabela 2.3).
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Grandeza Unidade fundamental Símbolo
Energia Joule J
Força Newton N
Potência Watt W
Freqüência Hertz Hz
Densidade de fluxo
magnético Tesla T
Prefixo (letra
símbolo) Valor
18
Exemplo 2.1 Um resistor tem um valor de 10 MΩ estampado no seu invólucro. Quantos ohms
de resistência tem esse resistor ?
A letra m representa mega ou milhões. Logo, o resistor tem um valor de 10 megohms (MΩ) ou
de 10 milhões de ohms.
Exemplo 2.2 Uma estação geradora de energia tem a capacidade de fornecer 500.000 watts
(W). Qual é a sua capacidade em quilowatts (KW) ?
Observe a Tabela 2.4. O quilo se refere a 1.000. Portanto, 500.000 W = 500 kW.
POTÊNCIA DE 10
1= 100 10 a zero
10 = 101 10 à primeira
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Regra 1: Para expressar números maiores do que 1 na forma de um número pequeno vezes
uma potência de 10, desloca-se a casa decimal para a esquerda tantos algarismos quantos os
desejados. A seguir, multiplica-se o número obtido por 10 elevados a uma potência igual ao
número de casas deslocadas.
Exemplo 2.3:
3000 = 3 x 103
6500 = 65 x 102
880 000 = 88 x 104
Regra 2: Para expressar números menores do que 1 com um número inteiro vezes uma
potência de 10, desloca-se a casa decimal para a direita tantos algarismos quantos forem
necessário. A seguir, multiplica-se o número obtido por 10 elevados a uma potência negativa
igual ao número de posições decimais deslocadas.
Exemplo 2.3:
0,005 = 5 x 10-3
0,000 5 = 5 x 10-4
0,000 005 = 5 x 10-6
0,050 = 50 x 10-3
Regra 3: Para multiplicar dois ou mais números expressos como potências de 10, multiplica-se
os coeficientes para se obter o novo coeficiente e soma-se os expoentes.
Exemplo 2.3:
102 x 104 = 102+4 = 106
10-1 x 104 = 10-1+4 = 103
(40 x 103) (25 x 102)= 40 x 25 x 103 x 102 = 1000 x 103 + 2 = 1000 x 105 = 108
(2 x 10-2) (50 x 102)= 2 x 50 x 10-2 x 102 = 100 x 10-2 + 2 = 100 x 100 = 102
(3 x 10-4) (6 x 106)= 3 x 6 x 10-4 x 106 = 18 x 10-4 + 6 = 18 x 102 = 1800
20
0,25 = 0,25 x 102 = 25
10-2
ARREDONDAMENTO DE NÚMEROS
Um número é arredondado suprimindo-se um ou mais algarismos da sua direita. Se o
algarismo a ser suprimido for menor do que 5 deixamos o algarismo como está. Por exemplo,
4,1632, ao ser arredondado para quatro algarismos, ficará 4,163; ao ser arredondado para três
algarismos, ficará 4,16.
Se o algarismo a ser suprimido for maior que 5, aumentamos o algarismo da sua esquerda de
uma unidade. Por exemplo, 7,3468, ao ser arredondado para quatro algarismos, ficará 7,347;
ao ser arredondado para três algarismos, ficará 7,35.
Exemplo 2.5:
5,6428 = 5,643 ou para três dígitos = 5,64
49,67 = 49,7
305,42 = 305
0,01695 = 0,0170
2078 = 2080
S1
Vcc L1
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Os símbolos gráficos padronizados para os componentes eletrônicos mais comuns são
apresentados nas tabelas que seguem:
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A figura que segue mostra uma parte selecionada de um esquema elétrico do painel de um
trator.
DIAGRAMAS
Um diagrama de circuito pode ser MULTIFILAR, onde todas as ligações são representadas. A
figura abaixo, Figura 2.2 mostra um exemplo de diagrama multifilar onde os circuitos trifásicos
são representados por três filamentos.
Figura 2.2 – circuito multifilar de uma partida estrela-triângulo para motor elétrico trifásico.
Um diagrama também pode ser representado por um esquema UNIFILAR, onde somente um
fio é representado. Note na figura abaixo, Figura 2.3, que sobre o fusível existem três traços,
estes três traços significam que este circuito possui três fios, porém no diagrama unifilar
aparece somente um fio.
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Figura 2.3 – circuito Unifilar de uma partida estrela-triângulo para motor elétrico trifásico.
DIAGRAMA EM BLOCOS
Podemos também representar um circuito por um diagrama em blocos, onde não aparecem os
detalhes das ligações.A figura 2.4 mostra um exemplo de diagrama em blocos.
1
Q1
Saída
1 Digital
AND Q3
Entrada
Analógica LED
Q2
Exercícios do Capítulo 2
1) Um transformador com saída de 13,8 kV possui ?
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3) Um valor de resistência de 560 kΩ é o mesmo que ?
5) Uma corrente medida possui o valor de 30 x 10-3 A, podemos dizer que é igual a ?
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d) O símbolo se refere a um __________________.
Corrente I
(Resistor)
(Bateria)
Carga
Condutor
(Fio)
Chave aberta
Resistor
Bateria
Chave
Corrente I
Resistor
Bateria
Fusível
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Chave Chave
Corrente I Corrente I
Resistor
Bateria
Bateria
Figura 3.4a – Circuito completo. Figura 3.4b – Circuito com símbolo de terra.
RESISTÊNCIA ELÉTRICA.
Os resistores estão presentes na grande maioria dos circuitos eletrônicos e em grande parte
dos circuitos elétricos, eles servem para limitar corrente e tensão.
Um resistor fixo é aquele que possui um único valor de resistência que permanece constante
sob condições normais. Os tipos mais comuns de resistores fixos são os de carbono, os
resistores de fio enrolado e os SMD (resistores para microeletrônica usados nas placas de
equipamentos modernos como computadores, celulares, televisores LCD, etc...), seguem
exemplos nas figuras abaixo:
28
Figura 3.6a – Resistores SMD. Figura 3.6b – SMD ao lado de um Res. de carbono
Nos resistores variáveis, à medida que o cursor (B) deslizante gira, o seu ponto de contato com
o elemento resistivo muda, variando assim, a resistência entre o terminal do cursor (B)
deslizante e os terminais da resistência fixa entre A e C (figura 3.8).
A B C
Figura 3.8 – Representação de um resistor variável.
LEI DE OHM.
A lei de Ohm define a relação entre a corrente, a tensão e a resistência. Há três formas de
expressá-la matematicamente.
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I= V
R
2. A resistência de um circuito é igual à tensão aplicada ao circuito dividida pela corrente
que por ele passa:
R= V
I
R = resistência, Ω
V = tensão, V
4. Através das fórmulas vistas acima é possível dizer que basta conhecermos duas das
três grandezas para conhecermos a terceira.
Exemplo 3.1.: Uma lâmpada de farol automotivo ligada a uma bateria de 12 V consome 4 A,
qual a resistência do seu filamento ?
R= V
I
Utilizando-se da fórmula temos:
R = 12V = 3 Ω
4A
Exemplo 3.2.: Qual a corrente consumida por uma torradeira elétrica ligada em 120 V sabendo
que sua resistência é de 15Ω ?
I= V
R
Utilizando-se da fórmula temos:
I= 120V = 8 A
15Ω
30
Exemplo 3.3.: Usou-se um amperímetro para medir a corrente de um chuveiro elétrico, a
corrente medida foi no valor de I = 20 A, a sua resistência é igual a R = 11Ω. Qual a tensão de
alimentação deste chuveiro ?
V = 11 Ω x 20 A = 220 V
POTÊNCIA ELÉTRICA.
A potência elétrica P usada em qualquer parte de um circuito é igual à corrente I nessa parte
multiplicada pela tensão V nessa parte do circuito. A fórmula para o cálculo da potência é:
P=VI
Onde: P = potência, W
V = tensão, V
I = corrente, A
I= P V= P
V I
V=RI
Teremos:
V = R I e P = RI x I >P=RI2
Exemplo 3.4.: A corrente através de um resistor de 100 Ω, a ser usado num cicuito, é de 0,20
A. Calcule a especificação de potência do resistor ?
2
Utilizando-se a fórmula P = R I temos:
Para evitar que um resistor seja danificado, a especificação de potência de qualquer resistor
usado num circuito deve ser o dobro da potência calculada pela equação de potencia, ou seja,
para este exemplo teríamos que utilizar um resistor de 8 W.
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Exemplo 3.5.: Quantos quilowatts de potência são liberados a um circuito por um gerador de
240 V que fornece 20 A a um circuito ?
Um motor é um dispositivo que converte potência elétrica em potência mecânica num eixo em
rotação. A potência elétrica fornecida ao motor é medida em watts ou quilowatts. A energia
mecânica liberada por um motor elétrico é medida em cavalo-vapor. Um cavalo-vapor é
equivalente a 736 W de potência elétrica.
Quando a potência de um motor é expressa em Hp o seu valor é levemente diferente do CV.
Um Hp equivale a 746 W de potência elétrica.
ENERGIA ELÉTRICA.
Energia e trabalho são praticamente a mesma coisa e ambas são expressas nas
mesmas unidades. Entretanto, a potência é diferente, porque ela leva em conta o tempo gasto
na realização do trabalho. Sendo o Watt a unidade de potência, um Watt usado em um segundo é
igual ao trabalho de um Joule (J), ou um Watt é um Joule por segundo. O Joule é a unidade prática
fundamental de trabalho ou de energia (veja a Tabela 2.3).
O quilowatt-hora (kWh) é uma unidade normalmente usada para designar grandes
quantidades de energia elétrica ou trabalho, por exemplo, a energia que consumimos em
nossas residências e locais de trabalho são pagas às concessionárias em kWh.
Exemplo 3.7.: Que quantidade de energia é liberada em 2h por um alternador que fornece 60
A em 12 V ?
P=VI P = 12 x 60 = 720 W
32
P(kWh) = 5500 W x 0,5h = 2,75 kWh
1000
Observação:
Veja no exemplo acima que quando trabalhamos com kWh, o cálculo deve ser feito em
decimal, então 30 minutos = meia hora = 0,5 h.
Exercícios do Capítulo 3
1) Escreva a palavra, ou palavras, que completam mais corretamente as seguintes
afirmações:
I=5A
a) ( ) O valor da resistência é de 50 Ω.
b) ( ) O valor da resistência é de 0,5 Ω.
c) ( ) O valor da resistência é de 20 Ω.
d) ( ) O valor da resistência é de 2 Ω.
e) ( ) Nenhuma das anteriores.
I = 1,5 A
R=8Ω
a) ( ) O valor da tensão é de 5,33 V.
b) ( ) O valor da tensão é de 12 V.
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c) ( ) O valor da tensão é de 24 V.
d) ( ) O valor da tensão é de 18 V.
e) ( ) Nenhuma das anteriores.
5) Calcule a potência dissipada por uma resistência de um chuveiro elétrico cuja corrente
exigida é de 33 A quando alimentado por uma tensão de 220 V.
a) ( ) A resistência é de 6,66 Ω.
b) ( ) A resistência é de 726 Ω.
c) ( ) A resistência é de 220 Ω.
d) ( ) A resistência é de 7,26 Ω.
e) ( ) Nenhuma das anteriores.
7) Calcule a potência consumida por um resistor fixo de 25 Ω para uma corrente de 3 A.
a) ( ) A potência consumida é de 75 W.
b) ( ) A potência consumida é de 8,33 W.
c) ( ) A potência consumida é de 150 W.
d) ( ) A potência consumida é de 25 W.
e) ( ) Nenhuma das anteriores.
8) Uma lâmpada de 150 W foi esquecida acesa por 30 dias em um galpão, quantos kWh
foi registrado no medidor nestes 30 dias ?.
9) Sabendo que a concessionária de energia cobra R$ 0,52 por cada kWh, quanto será o
valor da conta do galpão do exercício anterior ?.
10) Um fazendeiro esqueceu os faróis do seu trator ligado durante a noite. Sabendo que o
consumo de cada lâmpada é de 60 W e que o trator possui dois faróis, por quanto
tempo ficarão acesos estes faróis se a bateria é de 12 V/ 60Ah ?.
Nota: a potência disponível na bateria é P = 12V x 60Ah = 720 Wh.
Um circuito série é aquele que permite somente um caminho para a passagem de corrente.
Nos circuitos série (figura 4.1), a corrente I é a mesma em todos os pontos do circuito. Isso
significa que a corrente que passa por R1 é a mesma que passa por R2 e é exatamente aquela
que é fornecida pela bateria Vcc.
I
R1
Vcc
R2
Outro fator importante no circuito série é que quando as resistências são conectadas em série
(figura 4.1), a resistência total do circuito é igual à soma das resistências de todas as partes do
circuito, ou
R T = R1 + R2
35
Exemplo 4.1.: Um circuito série é formado por resistores de 50 Ω , 75 Ω e 100 Ω conforme a
figura. Determine a resistência total do circuito.
R1
R2
R T =
R3
RT = R1 + R2 + R3 RT = 50 + 75 + 100
Então: RT = 225 Ω
A tensão no circuito série é igual a soma das tensões nos terminais de cada resistência do
circuito, (figura 4.2)
V1
R1
I
Vcc
R2
V2
R3
V3
Figura 4.2. – Distribuição das tensões em um circuito série com três resistores.
Exemplo 4.2.: Para o circuito da figura 4.2, calcule a corrente I para uma fonte de 12 V e os
resistores com os seguintes valores R1 = 5 Ω, R2 = 7 Ω e R3 = 12 Ω.
Temos que: RT = R1 + R2 + R3 RT = 5 + 7 + 12 = 24 Ω
36
I
12 V
RT
Para calcular a corrente, utilizamos da Lei de ohm:
I= V
R
I = 12 V = 0,5 A ou 500 mA
24 Ω
A Lei de ohm pode ser aplicada ao circuito todo ou a partes separadas de um circuito. Quando
ela é usada, a tensão através dessa parte é igual à corrente dessa parte multiplicada pela sua
resistência. Veja figura 4.3.
V1 = R1 I V2 = R2 I V3 = R3 I
então, teremos:
R1
I
3,5 V
12V
R2
R3
6V
Figura 4.3. – Distribuição das tensões em um circuito série com três resistores.
As tensões V1, V2, V3, determinadas no exemplo 4.2, são conhecidas como quedas de
tensões ou quedas RI. O efeito delas é reduzir a tensão que é disponibilizada para o restante
dos componentes do circuito. A soma das quedas de tensão em qualquer circuito série é
sempre igual à tensão aplicada ao circuito.
37
POLARIDADES DAS QUEDAS DE TENSÃO.
Quando há uma queda de tensão em uma resistência, uma extremidade deve ser mais positiva
ou mais negativa do que a outra. A polaridade da queda de tensão é determinada pelo sentido
convencional da corrente, ou seja, de um potencial positivo para um mais negativo. O sentido
da corrente em R1 é o do ponto A para o ponto B (figura 4.4). Observe também que as setas
que indicam tensão sempre apontam para a polaridade mais positiva.
A
I
R1 VR 1
Vcc B
C
R2 VR 2
D
Figura 4.4. – Polaridade das quedas de tensão em um circuito série.
Um condutor é um material que possui muitos elétrons livres. O alumínio, o cobre e a prata são
exemplos de bons materiais condutores de eletricidade. Em geral, os metais são bons
condutores. O cobre é o material mais usado em condutores elétricos. Em seguida vem o
alumínio. Certos gases também são usados em vários tipos de lâmpadas (fluorescentes, vapor
de mercúrio).
Os condutores possuem uma resistência muito baixa. A função do condutor é de conectar a
fonte da tensão a uma resistência de carga com uma queda de tensão RI mínima no condutor,
de modo que a maior parte da tensão aplicada possa produzir corrente na resistência de carga.
I = 0,8 A
110V
109,96V
Condutores
R = 0,05 Ω
R I = 0,04 V
Figura 4.5. – Circuito com lâmpada de tungstênio.
38
MEDIDAS E PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DE FIOS CONDUTORES.
No Brasil, os cabos condutores são medidos em função da área da seção, isto é, a parte
hachurada em azul na figura 4.6. Para o cálculo de uma seção circular, utilizamos do diâmetro
e pode ser visto na fórmula abaixo:
2
S=πd
4
Onde:
S = área da seção em mm2.
π = é uma constante = 3,1415.
d = é o diâmetro em mm.
CAPACIDADE DE CORRENTE.
A tabela 4.1 relaciona as dimensões de fios de acordo com a norma NBR5410, a coluna (1) é a
medida da área da seção circular em mm2, a coluna (2) é a capacidade máxima de corrente do
fio para dois condutores carregados (circuitos monofásicos), e a coluna (3) é a capacidade
máxima de corrente do fio para três condutores carregados (circuitos trifásicos).
39
Tabela 4.1.: Seção do fio em função da capacidade de corrente para fio de cobre.
A tabela 4.2 ilustra a seção nominal, o diâmetro máximo e a resistência por 1000 m de fio de
cobre (Ω/km).
Exemplo 4.4. Utilizando-se da tabela 4.2, calcule a queda de tensão para uma instalação com
2 fios de cobre de 1,5 mm2 com comprimento de 100 metros cada, esta instalação é utilizada
para alimentar um holofote de 350 W no portão de uma empresa, a tensão de alimentação é
220V.
100 m
DISTRIBUIÇÃO
LÂMPADA
QUADRO
DE
Vemos na tabela 4.2 que para 1000m de cabo de 1,5 mm2 a sua resistência é de 13,3 Ω, então
para cada 100m teremos um R = 1,33Ω, então:
RT = 2 x 1,33 = 2,66 Ω.
40
100 m
1,33 Ω
DISTRIBUIÇÃO
LÂMPADA
QUADRO
DE
1,33 Ω
I= P
V
I =350/220 = 1,591 A
R= V
I
R =220/1,591 = 138,28 Ω
100 m
1,33 Ω
DISTRIBUIÇÃO
QUADRO
138,28 Ω
DE
1,33 Ω
Com isso temos que a resistência total fica: RT = 1,33 + 1,33 + 138,28 = 140,94 Ω
Então vemos que em cada fio irá ter uma queda de tensão de 2,08 V, a queda total será de
4,16 V.
Observação: Neste exemplo, é importante notar que quando utilizamos de fios longos, há que
tomar cuidado com a queda de tensão, além do sobreaquecimento que pode ocorrer, pois
como a resistência do fio se opõe à passagem de corrente, haverá aquecimento no fio.
E para a solução deste problema, deverão ser utilizados fios de maior seção. Este
exemplo se aplica para instalação de faróis extras em veículos, pois as lâmpadas de faróis
consomem correntes acima de 5 ampères cada.
41
Exercícios do Capítulo 4
1) Em um circuito série, podemos afirmar que ?
3) Sabendo que a fonte Vcc do circuito abaixo é de 24V. Calcule qual a tensão em cada
resistor:
20Ω
R1
I
Vcc
12Ω
R2
4) Calcule e responda, qual a tensão Vcc necessária para que a fonte no circuito abaixo
provoque uma corrente de 10 A ?.
4Ω
R1
10A
Vcc
6Ω
R3
10Ω
R2
a) ( ) O valor da tensão é de 20 V.
b) ( ) O valor da tensão é de 200 V.
c) ( ) O valor da tensão é de 2000 V.
d) ( ) O valor da tensão é de 2 V.
e) ( ) Nenhuma das anteriores.
42
5) No circuito abaixo, sabendo que a fonte é de Vcc = 12 V, dimensione um resistor para
que a tensão e a corrente sejam limitadas no LED (Diodo Emissor de Luz) conforme os
valores indicados de corrente e tensão.
R1
0,05A
VLED = 2V
Vcc
a) ( ) O valor da resistência será de 20 Ω.
b) ( ) O valor da resistência será de 2 kΩ.
c) ( ) O valor da resistência será de 20 kΩ.
d) ( ) O valor da resistência será de 200 Ω.
e) ( ) Nenhuma das anteriores.
6) Para o cálculo do resistor do exercício anterior, deve-se tomar cuidado com a potência
dissipada no resistor para que o mesmo não se queime, pois existem resistores desde
¼ W até 200 W. Sabendo isso, calcule a potência mínima para a compra de um resistor
que possa ser utilizado com o LED.
7) No circuito abaixo, cinco lâmpadas estão conectadas em série. Cada lâmpada necessita
16V e 0,1A. Calcule a tensão e a potência total fornecida pela fonte.
L1 L2
VT L3
L5 L4
43
9) Utilizando-se da tabela 4.2 e calculando-se a queda de tensão nos fios. Descubra qual a
tensão aplicada em um motor cuja instalação possui 2 fios de cobre de 2,5 mm2 e
comprimento de 60 metros cada, o motor tem uma potência de 15 kW e tensão de
alimentação de 220V.
10) Considerando a corrente calculada e sem considerar queda de tensão. Qual fio da
tabela 4.1 você utilizaria para a instalação do motor da questão de número 5.
V = V1 = V2 =V3
IT I1 I2 I3
V R1 V1 R2 V2 R3 V3
44
A corrente total IT é igual à soma das correntes em todos os ramos.
IT = I1 + I2 + I3
Essa fórmula se aplica a qualquer número de ramos em paralelo sejam as resistências iguais
ou não. Pela lei de Ohm, cada corrente de ramo é igual à tensão aplicada dividida pela
resistência entre dois pontos onde a tensão é aplicada. Assim, como vemos na figura 5.1, para
cada ramo temos as seguintes equações:
I1 = V1 = V
R1 R1
Ramo 1:
I2 = V2 = V
R2 R2
Ramo 2:
I3 = V3 = V
R3 R3
Ramo 3:
RESISTÊNCIA EM PARALELO.
A resistência total num circuito em paralelo pode ser determinada aplicando-se a lei de Ohm:
divida a tensão comum através das resistências em paralelo pela corrente total da linha.
RT = V
IT
Exemplo 5.1.: Qual é a resistência total do circuito que aparece na figura 5.2 sabendo:
V = 120V; R1 = 15Ω; R2= 15Ω e R3 = 12Ω
45
IT I1 I2 I3
V R1 R2 R3
IT = I1 + I2 + I3 = 8 + 8 + 10 = 26A
RT =120/26 =4,62Ω
Existem mais duas formas de calcular a resistência total de um circuito paralelo, uma é a soma
dos inversos:
1 = 1 1 1
RT R1 R2 R3
A segunda forma de cálculo para resistências em paralelo é o produto pela soma, o detalhe é
que neste sistema é necessário realizar o cálculo de dois em dois resistores, a fórmula é a
seguinte:
RA = R1 x R2 RT = RA x R3
R1 + R2 RA + R3
IT I1 I2 I3 IT
V R1 RA R2 R3 V RA R3
Primeiro deve ser calculado o paralelo de duas resistências, por exemplo R1 e R2:
RA = 15 x 15 = 7,5 Ω
15 + 15
RT = 7,5 x 12 = 4,62 Ω
46
7,5 + 12
RT R1 Rx
RT = R1 x Rx
R1 + Rx
Temos:
X
IT I1 I3
V R1 R2 R3 V R1 R2 R3
Figura 5.2.a: Circuito em aberto. Figura 5.2.b.: Circuito com um ramo em aberto.
47
a
IT IT
Curto
V R1 R2
b
Figura 5.3: Circuito com um fio em curto
Exemplo 5.3.: Calcule a corrente em cada ramo e a corrente total do circuito abaixo, sabendo
que: V = 120V R1 =6Ω R2 =4Ω
IT I1 I2
V R1 R2
IT I1
V R1 R2
Como a potência dissipada na resistência do ramo tem que ser proveniente da fonte de tensão,
a potência total é igual à soma dos valores individuais da potência em cada ramo.
PT = P1 + P2 + P3 .......+.......Pn
IT I1 I2
V R1 R2
Exercícios do Capítulo 5
1) Complete com uma ou mais palavras, o mais corretamente possível, as afirmações a
seguir:
a) A resistência equivalente RT de ramos paralelos é __________ do que a menor resistência
dos ramos.
b) Quando dois resistores são conectados em paralelo, a tensão em cada um é a _________.
c) Um ramo aberto faz com que a corrente que passa por aquele ramo seja_____________,
mas os outros ramos continuam a ter a sua corrente____________.
d) Um curto-circuito possui resistência___________, resultando numa corrente___________.
e) Se duas resistências conectadas em paralelo dissipam cada uma 5W, a potência total
fornecida pela fonte de tensão é igual a_______________W.
2) Os ramos de circuito num sistema de fiação doméstica são paralelos. Liga-se ao circuito
de cozinha uma torradeira, uma cafeteira elétrica e uma panela de frituras. Sendo a
tensão da linha de 110V (figura 5.3), calcule a corrente total da linha principal e
responda.
Cafeteira Panela de
V = 110V Torradeira
Elétrica Frituras
49
a) ( ) A corrente total é de 110 A.
b) ( ) A corrente total é de 2,62 A.
c) ( ) A corrente total é de 17,9 A.
d) ( ) A corrente total é de 26,2 A.
e) ( ) Nenhuma das anteriores.
IT 3A 9A
V R1 10 Ω
a) ( ) A resistência R1 é de 27 Ω.
b) ( ) A resistência R1 é de 30 Ω.
c) ( ) A resistência R1 é de 45 Ω.
d) ( ) A resistência R1 é de 3 Ω.
e) ( ) Nenhuma das anteriores.
50
c) ( ) A Potência dissipada é de 120 W.
d) ( ) A Potência dissipada é de 1080 W.
e) ( ) Nenhuma das anteriores.
a) ( ) A resistência RT é de 7,5 Ω.
b) ( ) A resistência RT é de 30 Ω.
c) ( ) A resistência RT é de 45 Ω.
d) ( ) A resistência RT é de 3 Ω.
e) ( ) Nenhuma das anteriores.
51
6 – Baterias
Célula Voltaica
Uma célula voltaica química é constituída por uma combinação de materiais usados para
converter energia química em energia elétrica. A célula química é formada por dois eletrodos
de metais ou por compostos metálicos, diferentes, e um eletrólito, que é uma solução capaz de
conduzir corrente elétrica (figura 6.1). Forma-se uma bateria quando duas ou mais dessas
células são conectadas.
Eletrodos
Eletrólito
Íon Íon
negativo positivo
Eletrodo Eletrodo
negativo positivo
Zinco Cobre
52
Se uma carga for conectada entre os eletrodos de cobre e zinco, as forças de atração e
repulsão farão com que os elétrons livres do eletrodo de zinco (negativo), dos fios condutores e
da carga, se desloquem em direção aos eletrodos de cobre carregado positivamente.
Quando várias células são ligadas em série (figura 6.3), a tensão total na bateria de células é
igual à soma da tensão em cada uma das células individualmente. Na figura 6.3, as quatro
células de 1,5 V em série fornecem uma tensão total da bateria de 6V. É importante notar que,
quando as células são colocadas em série, o terminal positivo de uma célula é conectado ao
terminal negativo da seguinte. A corrente que passa através de uma bateria formada por
células em série é a mesma que passa por uma única célula, porque a mesma corrente passa
por todas as células em série.
6V
Para se obter uma corrente maior de um conjunto de baterias, o conjunto deve ser ligado em
paralelo (figura 6.4). Quando as células são dispostas em paralelo, todos os terminais positivos
são conectados juntos e todos os terminais negativos também são conectados juntos.
As células primárias são aquelas que não podem ser recarregadas ou não podem retornar às
condições originais de funcionamento depois de sua tensão de saída ter diminuído
53
excessivamente. As células secas (pilhas comuns) usadas em lanternas e em rádios
transistorizados são exemplos de células primárias.
A célula é recarregada ligando-a a um carregador de bateria aos pólos de mesmo nome, isto é,
positivo com positivo e negativo com negativo (figura 6.5). Alguns carregadores de bateria
possuem um voltímetro e um amperímetro que indicam a tensão e a corrente de carga.
Bateria Carregador
Tipos de baterias.
Bateria de Chumbo-ácido.
Conexão
série entre
células
Cinta
Conectora
de placas
54
A tensão nesse tipo de célula é ligeiramente superior a 2V. As baterias usadas nos automóveis
contêm seis células conectadas em série, de modo que a tensão de saída da bateria é
ligeiramente maior do que 12V.
Essa bateria ou acumulador é capaz de fornecer corrente durante um tempo muito maior do
que a média das pilhas secas. No automóvel, a bateria é ligada ao dispositivo alternador,
enquanto o automóvel estiver ligado, o alternador fornece a corrente necessária para o
automóvel funcionar e, simultaneamente recarregar a bateria.
Quando a bateria se descarrega, parte do ácido do eletrólito se combina com o material ativo
da placa (figura 6.7a). Esta reação química altera o material em ambas as placas tornando-o
um sulfato de chumbo. Quando a bateria está sendo carregada pelo alternador, ocorre a
reação inversa e o ácido que foi absorvido pelas placas retorna ao eletrólito (figura 6.7b). Como
resultado, o material ativo das placas volta à sua condição original (estado de “carregada”) de
peróxido de chumbo e chumbo esponjoso e o eletrólito recupera a sua atividade original.
Toda vez que uma bateria estiver sendo carregada, a reação química produz gás hidrogênio na
superfície de uma das placas e gás oxigênio na outra. Esses gases borbulham até a superfície
e escapam através de um orifício que existe no revestimento da célula.
Carga
da
Bateria Fluxo
de
Elétrons
O ácido
vai para
as
placas
Peróxido de chumbo
Chumbo esponjoso
Transformação
Transformação de peróxido de
de chumbo chumbo em
esponjoso em sulfato de
sulfato de chumbo
chumbo O eletrólito
fica mais
fraco
55
Carregador Fluxo
de
Elétrons
O ácido
deixa
as
placas
Sulfato de chumbo
Sulfato de chumbo
Transformação
Transformação de sulfato de
de sulfato de chumbo em
chumbo em peróxido de
chumbo chumbo
esponjoso O eletrólito
volta a sua
atividade
normal
Pilha alcalina
A pilha secundária alcalina é assim denominada por conter um eletrólito alcalino de hidróxido
de potássio. Uma bateria que recebe a denominação de bateria alcalina possui um eletrodo
negativo de zinco e um eletrodo positivo de dióxido de manganês e gera 1,5V.
A pilha primária alcalina (figura 6.8) tem uma construção semelhante à do tipo recarregável
apresentando a mesma tensão de operação. Esta pilha tem uma vida útil mais longa do que a
pilha de zinco-carbono de mesmo tamanho.
Bateria de níquel-cádmio
56
Figura 6.9: Baterias de níquel-cádmio.
Resistência Interna.
Uma bateria é um gerador de tensão CC.Todos os geradores têm uma resistência interna, Ri .
Numa célula química, a resistência do eletrólito entre os eletrodos é responsável pela maior
parte da resistência interna da célula. Como qualquer corrente na bateria tem que fluir através
da resistência interna, Ri está em série com a tensão gerada VB (figura 6.10a). Sem corrente, a
queda de tensão através de Ri é zero, de modo que toda a tensão gerada, VB projeta-se através
dos terminais de saída (figura 6.10a). Esta é a tensão de circuito aberto, ou tensão sem carga.
Se for conectada uma resistência de carga RL na bateria, RL deve estar em série com Ri (figura
6.10b). Quando uma corrente IL passa por esse circuito, a queda de tensão interna, Ri x IL ,
diminui a tensão VL nos terminais da bateria, de modo que VL = VB – (Ri x IL).
Ri Ri IL
Tensão RL Tensão
VB VB sem VB VL com
carga carga
Exemplo 6.1. Uma bateria tem uma tensão de circuito aberto, ou sem carga, de 100V. Se a
resistência interna for de 100 Ω e a resistência externa for de 600Ω (figura 6.10b), qual será a
tensão na carga VL ?
VB 100
IL = = = 0,143 A
Ri + RL 100 + 600
57
Ri x IL = 100 x 0,143 = 14,3 V
Peso específico.
O peso específico de qualquer líquido é dado por uma razão que compara o seu peso com o
peso de igual volume de água, pois o peso específico da água é aproximadamente 1g para
cada 1ml. O ácido sulfúrico puro tem um peso específico de 1,835, pois ele pesa 1.835 vezes o
peso da água por unidade de volume.
O peso específico de uma solução eletrolítica numa bateria chumbo-ácido varia de 1,210 a
1,300 para baterias novas e com carga máxima. Quanto maior o peso específico, menor a
resistência interna da bateria e mais alta a corrente de carga permitida. À medida que a bateria
se descarrega, a água formada dilui o ácido e o peso específico diminui lentamente para cerca
de 1,150, valor no qual se considera que a bateia está completamente descarregada. O peso
específico é medido com um hidrômetro do tipo seringa ou conhecido também como
densímetro, que possui um bulbo compressível de borracha na parte superior, um cilindro de
vidro e uma mangueira de borracha na extremidade inferior do cilindro (figura 6.11).
Ao se fazer leituras com o hidrômetro, geralmente se omite a posição da vírgula. Por exemplo,
um peso específico de 1,270 é lido simplesmente como “doze-setenta”. Uma leitura no
hidrômetro de 1270 a 1300 indica carga total, cerca de 1250 indica meia carga, e 1150 a 1200
que a bateria está completamente descarregada.
Capacidade de Corrente.
58
Uma célula de bateria de chumbo-ácido de automóvel, quando completamente carregada, tem
uma tensão inicial de cerca de 2,1V sem uma carga conectada.
Prazo de validade.
A bateria tem um período durante o qual ela pode ser guardada sem perder mais do que
aproximadamente 10% de sua capacidade original. A capacidade de uma bateria é a sua
habilidade de liberar uma dada quantidade de corrente para o circuito ao qual está conectada.
A perda dessa capacidade deve-se principalmente à evaporação do seu eletrólito e a reações
químicas que alteram os materiais que compõem a bateria. Colmo o calor estimula esses dois
processos, a vida sem uso de uma bateria pode ser prolongada mantendo-a num local firo e
seco.
Exercícios do Capítulo 6
2) As células que efetivamente não podem ser carregadas são chamadas de células ?
a) ( ) São chamadas de células primárias.
b) ( ) São chamadas de células secundárias.
c) ( ) Podem ser primárias ou secundárias.
d) ( ) São chamadas de células termoiônicas.
e) ( ) Nenhuma das anteriores.
4) Uma bateria tem uma saída de 12V em circuito aberto. Com uma corrente de carga de 1
A, essa tensão cai para 11,5 V. Qual a resistência interna desta bateria ?
a) ( ) A resistência é de 0,5 Ω.
b) ( ) A resistência é de 720 Ω.
c) ( ) A resistência é de 5 Ω.
d) ( ) A resistência é de 0,20 Ω.
e) ( ) Nenhuma das anteriores.
59
5) Uma bateria de chumbo-ácido de 6 V apresenta uma resistência interna de 0,02Ω. Qual
é o valor da corrente que fluirá na bateria em curto-circuito ?
a) ( ) A corrente média é de 25 A.
b) ( ) A corrente média é de 200 A.
c) ( ) A corrente média é de 20 A.
d) ( ) A corrente média é de 300 A.
e) ( ) Nenhuma das anteriores.
6) Uma bateria de chumbo-ácido tem uma especificação de 200 Ah. Com base numa
descarga de 8h, que corrente de carga média esta bateria pode fornecer ?
a) ( ) A corrente média é de 25 A.
b) ( ) A corrente média é de 200 A.
c) ( ) A corrente média é de 20 A.
d) ( ) A corrente média é de 1600 A.
e) ( ) Nenhuma das anteriores.
7) Qual é o peso específico de uma solução formada por partes iguais de ácido sulfúrico e
água ? Sabendo que o peso específico do ácido sulfúrico (H2SO4) = 1,835 e do água
(H2O) = 1.
a) ( ) O peso específico resultante será de 1,418.
b) ( ) O peso específico resultante será de 1,835.
c) ( ) O peso específico resultante será de 1.
d) ( ) O peso específico resultante será de 2,835.
e) ( ) Nenhuma das anteriores.
10) Suponha que duas baterias de chumbo-ácido de 12V/100Ah foram ligadas em série,
qual será a capacidade total de corrente e qual a tensão final deste conjunto ?
a) ( ) A corrente será de 100Ah e a tensão de 24V.
b) ( ) A corrente será de 200Ah e a tensão de 12V.
60
c) ( ) A corrente será de 200Ah e a tensão de 24V.
d) ( ) A corrente será de 100Ah e a tensão de 12V.
e) ( ) Nenhuma das anteriores.
Já vimos que os circuitos série dividem a tensão da fonte entre os componentes, e a corrente é
única, segue figura:
V1
R1
I
Vcc
R2
V2
R3
V3
V1 + V2 + V3 = Vcc
I = Vcc
RT
Já vimos também que no circuito paralelo a soma das correntes é igual a corrente total, e a
tensão é a mesma em todos os componentes, segue figura:
IT I1 I2 I3
V R1 V1 R2 V2 R3 V3
Então:
V = V1 = V2 =V3 IT = I1 + I2 + I3
61
I1 = V1 = V I2 = V2 = V I3 = V3 = V
R1 R1 R2 R2 R3 R3
Agora veremos que muitos circuitos podem ser formados por associações de circuitos série-
paralelo. Essa associação de circuitos é chamada de circuitos série-paralelo ou circuitos
mistos. Segue figura como exemplo:
V1 A tensão é a mesma
R1
I2 I3
I1
R2
R3
Vcc V2 V3
IT = I1 = I2 + I3
VCC = V1 + V2.3
Neste circuito vemos que a corrente IT = I1 se divide após passar por R1 , sendo que uma parte
passa por R2 , e a outra parte passa por R3 . Depois, as frações da corrente se encontram na
junção dos dois resistores e a corrente volta para o terminal negativo da fonte de tensão e, da
fonte de tensão, para o terminal positivo.
Para calcular os valores de corrente, tensão e resistência num circuito série paralelo, seguem-
se as regras que se aplica aos circuitos em série para a parte em série do circuito e seguem-se
as regras que se aplicam aos circuitos em paralelo para a parte em paralelo do circuito. O
cálculo de circuitos série-paralelo pode ser simplificado se todos os grupos em série e em
paralelo forem primeiramente reduzidos a resistências equivalentes únicas e se os circuitos
forem redesenhados na sua forma simplificada, chamada de circuito equivalente. Não há
fórmulas prontas para a solução de circuitos série-paralelo, porque há infinitas formas
diferentes para esses circuitos.
Exemplo 7.1.: Calcule a resistência total, a corrente total do circuito e as correntes nos ramos
do circuito dado na figura 7.1.
62
V1
R1
10Ω I2 I3
I1
Vcc = 54V
24Ω
12Ω
R2
R3
V2 V3
V1
R1
10Ω I1
I1
Vcc = 54V
R2.3
8Ω V2.3
I1
Vcc = 54V
18Ω
RT
Vcc
I = Vcc
RT
I1 = 54 / 18 = 3 A
Com esta corrente, no circuito da figura 7.2 podemos achar a tensão em R1 e em R2.3 através
da seguinte fórmula:
63
V1 = R1 X I1 = 10 x 3 = 30 V e V2.3 = R2.3 X I1 = 8 x 3 = 24 V
Voltando ao circuito original da figura 7.1, podemos calcular agora as correntes I2 e I3 que
ficará:
I2 = 24 / 12 = 2 A e I3 = 24 / 24 = 1 A
A potência máxima é fornecida pela fonte de tensão e recebida pelo resistor de carga, se o
valor do resistor de carga for igual ao da resistência interna da fonte de tensão (figura 7.4).
Para a máxima transferência da potência, temos:
RL = Ri
I
Ri
RL
Vcc
PL = I2 x RL onde
I= Vcc
Ri + RL
Exemplo 7.2.: Se uma bateria de 10 V tiver uma resistência interna de 5Ω (Ri = 5Ω), qual será
a máxima potência que ela é capaz de liberar para o resistor de carga RL (figura 7.5) ?
64
I
5Ω
Ri
RL = ?
PL = ?
Vcc
Figura 7.5.: Circuito para o exemplo 7.2.
I= Vcc I= 10
Ri + RL 5+5
I = 1 A então PL = I2 x RL PL = 12 x (5) = 5 W
Exemplo 7.3.: Se uma bateria de 12 V/90Ah tiver uma resistência interna de 0,01Ω
(Ri = 0,01Ω), qual será a máxima potência que ela é capaz de liberar para o resistor de carga
RL (figura 7.6) ?
I
0,01Ω
Ri
RL = ?
PL = ?
Vcc
I= Vcc I= 12
Ri + RL 0,01 + 0,01
Nos circuitos elétricos, os fios conectores geralmente são curtos. Devido à resistência desses
pequenos comprimentos ser baixa, ela foi desprezada nos cálculos anteriores. Entretanto, em
65
instalações elétricas domésticas e industriais, em que são empregados fios ou alimentadores
muito extensos, a resistência desses comprimentos longos precisa ser incluída nos cálculos.
A queda de tensão através da resistência dos fios que formam a linha é chamada de queda na
linha. Por exemplo, se um gerador fornece 120 V, mas a tensão disponível para um motor
situado a certa distância for somente 117 V, então houve uma queda de tensão na linha de 3 V.
Precisamos ser muito criteriosos na especificação do tipo e das dimensões dos fios usados nas
instalações. Se os fios forem escolhidos indevidamente, a queda na linha pode ser muito
grande, de forma que a tensão disponível para um equipamento elétrico seja baixa demais para
o seu funcionamento adequado. Estes problemas ocorrem também em ligações automotivas
quando é alimentado um equipamento que consome alta corrente.
Exemplo 7.4.: Um conjunto de componentes que contém três lâmpadas, cada uma
consumindo 1,5 A, é conectado a uma fonte de 120 V (figura 7.7). Cada fio da linha tem uma
resistência de 0,25 Ω. Calcule a queda de tensão e a perda de potência na linha e a tensão
disponível para a carga.
R1 = 0,25 Ω
IT
1,5 A 1,5 A 1,5 A
Vg = 120 V
I1 I2 I3
L1 L2 L3
R2 = 0,25 Ω
Exemplo 7.5.: Suponha um motor de partida de 12V é usado em um trator onde o consumo de
corrente no momento da partida é de 120 A. Sabendo que o fio ligado ao terminal positivo
possui 5 m e o fio ligado ao terminal negativo possui 1 m. Sabendo ainda que este fio é de 10
mm2 e possui uma resistência de 1,91 Ω/km. Calcule a tensão final sobre o motor de partida
quando em funcionamento ?
66
Calculando a resistência dos fios, temos:
VL = VG - VL = 12 – 1,3752 = 10,625 V
Exercícios do Capítulo 7
1) No circuito abaixo, calcule as tensões V1 e V2 conforme os dados:
I2 I3
I1
Vcc = 60V
30Ω
20Ω
R2
R3
V2
18Ω
R1
V1
a) ( ) A tensão V1 = 18 V e V2 = 12 V.
b) ( ) A tensão V1 = 30 V e V2 = 30 V.
c) ( ) A tensão V1 = 60 V e V2 = 60 V.
d) ( ) A tensão V1 = 25 V e V2 = 35 V.
e) ( ) Nenhuma das anteriores.
67
4) Ainda no exercício de n° 1, qual o valor da resistência equivalente total do circuito ?
a) ( ) A resistência equivalente é de R =18 Ω.
b) ( ) A resistência equivalente é de R =68 Ω.
c) ( ) A resistência equivalente é de R =50 Ω.
d) ( ) A resistência equivalente é de R =30 Ω.
e) ( ) Nenhuma das anteriores.
R1 R2 R3
15 Ω R=? 20 Ω
2A
VCC = 100 V
a) ( ) A resistência R2 =50 Ω.
b) ( ) A resistência R2 =25 Ω.
c) ( ) A resistência R2 =35 Ω.
d) ( ) A resistência R2 =15 Ω.
e) ( ) Nenhuma das anteriores.
7) Uma bateria de 12 V aplica sobre uma carga de RL = 2,6 Ω uma tensão de 10,4V,
calcule o valor da resistência interna Ri desta bateria ?
I
Ri
RL = 2,6Ω
Vcc
69
8 – Magnetismo e Eletromagnetismo
A natureza do Magnetismo.
Ímãs Naturais.
O fenômeno do magnetismo foi descoberto pelos chineses por volta do ano 2637 a.C. Os ímãs
usados nas bússolas primitivas eram chamados de pedras-guias. Hoje sabe-se que esse
material nada mais era do que pedaços grosseiros de um minério de ferro conhecido como
magnetita. Como a magnetita apresenta propriedades magnéticas no seu estado natural, esses
pedaços de minérios são classificados como ímãs naturais. Outro ímã natural que existe é a
própria Terra. Todos os demais ímãs são feitos pelo homem e por isso são chamados de ímãs
artificiais.
Campos Magnéticos.
Todo ímã tem dois pontos opostos que atraem pedaços de ferro. Esses pontos são chamados
de pólos do ímã; o pólo norte e o pólo sul. Exatamente da mesma forma que as cargas
elétricas iguais se repelem e as cargas opostas se atraem, os pólos magnéticos iguais se
repelem e os pólos opostos se atraem.
Obviamente, um ímã atrai um pequeno pedaço de ferro graças a alguma força existente em
torno do ímã. Esta força é denominada de campo magnético. Embora invisível a olho nu, essa
força pode ser evidenciada espalhando-se limalha de ferro sobre uma placa de vidro ou sobre
uma folha de papel, colocada sobre um ímã em barra (figura 8.1.a)
O campo parece ser formado por linhas de força ou saem do pólo norte do ímã, percorrem o ar
ao seu redor e entram novamente no ímã pelo pólo sul, formando um percurso fechado de
força. Quanto mais forte o ímã, maior o número de linhas de força e a área abrangida pelo
campo.
70
Fluxo Magnético Φ
O conjunto de todas as linhas do campo magnético que emergem do pólo norte do ímã é
denominado fluxo magnético. O símbolo usado para fluxo magnético é a letra grega minúscula
Φ (fi).
A unidade do fluxo magnético no SI é o weber (Wb). 1 weber é igual a 1 x 108 linhas do campo
magnético. Como o weber é uma unidade muito grande para campos típicos, costuma-se usar
o microweber (µWb = 10-6 Wb).
Exemplo 8.1. Se um fluxo magnético ɸ tem 3000 linhas, calcule sua intensidade em
microweber. Transforme o número de linhas em microweber.
A densidade de fluxo magnético é o fluxo magnético por unidade de área de uma seção
perpendicular ao sentido do fluxo. A equação para a densidade de fluxo magnético é:
B= Φ
A
Vemos que a unidade SI para B é webers por metro quadrado (Wb/m2). Um weber por metro
quadrado é denominado de um tesla.
Exemplo 8.2. Qual é a densidade de fluxo em teslas quando existe um fluxo de 600 µWb
através de uma área de 0,0003 m2 ?
A = 0,0003 m2 = 3 x 10-4 m2
B= Φ 6 x 10-4
= =2T
A 3 x 10-4
71
Materiais Magnéticos
Os materiais magnéticos são aqueles que são atraídos ou repelidos por um ímã e que podem
ser magnetizados por eles mesmos. O ferro e o aço são os materiais magnéticos mais comuns.
Os ímãs permanentes são aqueles constituídos por materiais magnéticos duros, como por
exemplo, o aço cobáltico, que mantém o seu magnetismo quando o campo magnetizador é
afastado. Um ímã temporário é aquele incapaz de manter o magnetismo quando o campo
magnetizador é removido.
Eletromagnetismo
72
Figura 8.2.: Limalha de ferro sobre uma folha de papel e um condutor com corrente.
A intensidade do campo magnético em torno do condutor que conduz uma corrente depende
da intensidade dessa corrente. Uma corrente alta produz inúmeras linhas de força que se
distribuem até regiões distantes do fio, enquanto uma corrente baixa produz poucas linhas
próximas do fio, veja figura.
Condutor
Linhas
De
1,5 V
Força
A regra da mão direita é uma forma conveniente de se determinar a relação entre o fluxo da
corrente num condutor (fio) e o sentido das linhas de força do campo magnético em torno do
condutor, veja figura que segue.
Imagine que você segura o fio que conduz a corrente, com a mão direita, feche os quatro
dedos em volta do fio e estenda o polegar ao longo do fio. O polegar ao longo do fio indica o
73
sentido do fluxo da corrente, os outros dedos indicarão o sentido das linhas de força em torno
do condutor.
Ao dobrar um condutor reto de modo a formar um laço simples obtêm-se dois resultados.
Primeiro, as linhas do campo magnético ficam mais densas dentro do laço, embora o número
total de linhas seja o mesmo que para o condutor reto. Segundo, toda as linhas dentro do laço
se somam no mesmo sentido. Forma-se uma bobina de fio condutor quando há mais de um
laço ou espira. Para determinar a polaridade magnética da bobina, aplique a regra da mão
direita, veja a figura abaixo.
UNIDADES MAGNÉTICAS.
Ampères-espira NI.
F = ampères-espira = NI
Onde:
N = número de espiras.
I = corrente, A.
Exemplo 8.3: Calcule os ampères-espira de uma bobina com 1500 espiras e uma corrente de
4 mA.
Aplicando-se a equação, temos:
NI = 1500 x (4 x 10-3) = 6 Ae.
74
Intensidade de Campo H.
Se uma bobina com certo número de ampères-espira for esticada até atingir o dobro do seu
comprimento original, a intensidade do campo magnético, ou seja, a concentração das linhas
de força, terá a metade do seu valor original. A intensidade do campo depende, portanto, do
comprimento da bobina. Expressando na forma de equação, temos:
H = NI / l
NI = ampères-espira, Ae.
10 cm
10 cm 20 cm
20 cm
a) Aplicando a equação H = NI / l
H = 40 x 3 = 1200 Ae/m
75
0,1 m
b) Aplicando a equação H = NI / l
H = 40 x 3 = 600 Ae/m
0,2 m
c) Aplicando a equação H = NI / l
H = 40 x 3 = 600 Ae/m
0,2 m
Observe que nos casos b) e c) aparecem o mesmo valor de H, porém, indiretamente terá uma
concentração do campo e uma maior densidade de fluxo em c). Esse procedimento de colocar
um núcleo de ferro é utilizado em relés, motores e transformadores.
Indução Eletromagnética.
3 2 1 A 0
B
C Galvanômetro
Em resumo:
Lei de Lenz.
A polaridade da tensão induzida é determinada por meio da lei de Lenz. A tensão induzida tem
polaridade tal que se opõe à variação de fluxo que causa a indução. Quando surge uma
corrente produzida por uma tensão induzida, esta corrente cria um campo magnético em torno
do condutor de tal modo que o campo magnético do condutor interage com o campo magnético
externo, produzindo a tensão induzida que se opõe à variação do campo magnético externo.
Se o campo externo diminuir, o campo magnético do condutor será no mesmo sentido,
mantendo assim o campo externo.
Exemplo 8.5. Um imã permanente desloca-se dentro de uma bobina e produz uma corrente
induzida que passa pelo circuito da bobina (figura 8.8). Determine a polaridade da bobina e o
sentido da corrente induzida.
Utilizando-se a lei de Lenz, a extremidade esquerda da bobina deve ser o pólo N para se opor
ao movimento do ímã. Então o sentido da corrente induzida pode ser determinado pela regra
da mão direita. Se o polegar direito apontar para a esquerda, onde está o pólo N, os outros
dedos indicarão o sentido da corrente.
Movimento
para dentro
S N N S
I
Corrente
Induzida
Fi
gura 8.8.: Posição dos pólos da bobina em função da corrente induzida.
Transformadores.
77
VAC
Exercícios do Capítulo 8
1) Sabemos que entre os pólos de um ímã existem linhas de força, a concentração destas
linhas de força dizemos que é ?
a) ( ) Podemos dizer que é o fluxo magnético.
b) ( ) Podemos dizer que é uma imantação.
c) ( ) Podemos dizer que são os pólos.
d) ( ) Podemos dizer que linhas concentradas.
e) ( ) Nenhuma das anteriores.
2) A representação do fluxo magnético é através de uma letra grega, que letra é esta ?
a) ( ) O fluxo magnético é representado pela letra Ω.
b) ( ) O fluxo magnético é representado pela letra β.
c) ( ) O fluxo magnético é representado pela letra µ.
d) ( ) O fluxo magnético é representado pela letra Φ.
e) ( ) Nenhuma das anteriores.
5) Quando temos uma corrente passando por um condutor, o que é gerado no seu
contorno ?
a) ( ) São geradas linhas de força paralelas ao condutor.
78
b) ( ) São geradas linhas de força perpendicular ao condutor.
c) ( ) É gerada uma corrente induzida no condutor.
d) ( ) São geradas linhas de força circulares e concêntricas.
e) ( ) Nenhuma das anteriores.
6) Em relação a uma corrente passando por um condutor, a regra da mão direita nos
indica ?
a) ( ) Indica o sentido das linhas de força paralelas ao condutor.
b) ( ) Indica o sentido das linhas de força perpendiculares ao condutor.
c) ( ) Indica o sentido das linhas de força circulares ao condutor.
d) ( ) Indica o sentido das linhas de força paralelas e circulares ao condutor.
e) ( ) Nenhuma das anteriores.
7) Em relação a uma corrente passando por uma bobina, a regra da mão direita nos indica
?
a) ( ) Indica a polaridade da corrente na bobina.
b) ( ) Indica o sentido da corrente na bobina.
c) ( ) Indica a posição dos pólos magnéticos da bobina.
d) ( ) Indica o sentido das linhas de força circulares na bobina.
e) ( ) Nenhuma das anteriores.
79
d) ( ) Afirma que os pólos gerados em uma bobina por corrente induzida é igual à tensão
gerada pela indução.
e) ( ) Nenhuma das anteriores.
9 – Geradores e Motores
de Corrente Contínua.
Motores e Geradores.
Um motor é uma máquina que converte energia elétrica em energia mecânica de rotação. Os
motores são os responsáveis pelo funcionamento da máquinas de lavar, das secadoras de
roupa, dos ventiladores, dos condicionadores de ar e da maioria das máquinas encontradas na
indústria. O gerador, por sua vez, é uma máquina que converte energia mecânica de rotação
em energia elétrica. A energia mecânica pode ser fornecida por uma queda-d’água, vapor,
vento, gasolina ou óleo diesel ou por um motor elétrico.
S1
CONVERSÃO DE CONVERSÃO DE
ENERGIA ELÉTRICA ENERGIA MECÂNICA
EM MECÂNICA EM ELÉTRICA
Componentes.
Comutadores Enrolamentos
Para contato De Campo
das escovas Armadura
Motor CC
80
Armadura.
Em um motor, a armadura recebe a corrente proveniente de uma fonte elétrica externa. Isto faz
a armadura girar. Num gerador, a armadura gira por efeito de uma força mecânica externa. A
tensão gerada na armadura é então conectada a um circuito externo. Em resumo, a armadura
do motor recebe a corrente de um circuito externo (a fonte de alimentação) e a armadura do
gerador libera corrente para um circuito externo (a carga). Como a armadura gira, ela é
também chamada de rotor.
Comutador.
Uma máquina cc tem um comutador para converter a corrente alternada que passa pela sua
armadura em corrente contínua liberada através de seus terminais (no caso do gerador). Os
comutadores (figura 9.1) são constituídos por segmentos de cobre sendo um par de segmentos
para cada enrolamento da armadura. Cada segmento do comutador é isolado dos demais por
meio de lâminas de mica (figura 9.2)
Os segmentos são montados em torno do eixo da armadura e são isolados do eixo e do ferro
da armadura. No chassi da máquina são montadas duas escovas fixas, que permitem contatos
com segmentos opostos do comutador.
Escovas.
São conectores de grafita fixos, montados sobre molas que permitem que eles deslizem (ou
“escovem”) sobre o comutador no eixo da armadura. Portanto, as escovas servem de contato
entre os enrolamentos da armadura e a carga externa (figura 9.3).
81
Enrolamento de Campo.
Este eletroímã produz o fluxo interceptado pela armadura. Num motor, a corrente para o campo
é fornecida pela mesma fonte que alimenta a armadura. Num gerador, a fonte de corrente de
campo pode ser uma fonte separada, chamada de excitador ou proveniente da própria
armadura.
Gerador CC simples.
O gerador cc simples é formado por um enrolamento de armadura contendo uma única espira
de fio. Este enrolamento de uma espira intercepta o campo magnético para produzir a tensão.
Se houver um circuito fechado, passará uma corrente no sentido indicado pelas setas (figura
9.4).
À medida que a armadura gira meia volta no sentido horário, os contatos entre os segmentos
do comutador e as escovas são invertidos. Por causa dessa ação de comutação, o lado da
espira que está em contato com qualquer uma das escovas está sempre interceptando o
campo magnético no mesmo sentido. Portanto, as escovas vermelha e azul da figura têm
polaridade constante, sendo fornecida uma corrente contínua pulsante para o circuito de carga
externo (figura 9.5).
82
Motor de Corrente Contínua.
Princípio do Motor.
Usa-se a regra da mão esquerda para determinar o sentido dos condutores da armadura. A
regra da mão esquerda para os motores é a seguinte: (figura 9.6).
Com o polegar, o indicador e o médio da mão esquerda perpendiculares entre si, aponte o
indicador no sentido do campo e o dedo médio no sentido da corrente que passa pelo
condutor; o polegar indicará o sentido em que o condutor tende a se deslocar.
A velocidade é dada pelo número de rotações do eixo com relação ao tempo e é expressa em
unidades de rotações por minuto (RPM). Uma redução no fluxo do campo do motor provoca um
acréscimo na sua velocidade. Ou, ao contrário, um aumento no fluxo do campo provoca uma
diminuição na velocidade do motor. Como a velocidade do motor varia com a excitação do
campo, uma forma conveniente de se controlar a velocidade é variar o fluxo do campo através
do ajuste da resistência no circuito do campo.
83
Exercícios do Capítulo 9
84
7) Em um motor de corrente contínua, a sua rotação depende de ?
a) ( ) Depende da posição dos pólos magnéticos.
b) ( ) Depende da posição do rotor no motor.
c) ( ) Depende do tamanho do rotor no motor.
d) ( ) Depende da excitação do campo do estator.
e) ( ) Nenhuma das anteriores.
85
10 – Princípios da Corrente
Alternada e Alternadores.
Geração de uma Tensão Alternada.
Uma tensão CA é aquela cujo módulo varia continuamente e cuja polaridade é invertida
periodicamente (figura 10.1).
t (s)
O eixo do tempo é uma linha horizontal que passa pelo centro. As variações verticais na onda
de tensão mostram as variações do módulo. As tensões acima do eixo horizontal têm
polaridade positiva (+), enquanto as tensões abaixo do eixo horizontal têm polaridade negativa
(-).
Uma tensão CA pode ser produzida por um gerador, denominado de ALTERNADOR. Nesse
gerador simplificado, mostrado na figura 10.2, a espira condutora gira através do campo
magnético e intercepta linhas de força para gerar uma tensão CA induzida em seus terminais.
Uma rotação completa da espira corresponde a um ciclo.
LINHAS DE FORÇA
ESPIRA
CONDUTORA
EM ROTAÇÃO
TERMINAIS
DE SAÍDA
Figura 10.3.: Dois ciclos de tensão alternada pela rotação de uma espira.
O ciclo de valores de tensão se repete nas posições A’B’C’D’A” à medida que a espira continua
a girar. Um ciclo inclui as variações entre dois pontos sucessivos que apresentam o mesmo
valor e variam no mesmo sentido. Por exemplo, um ciclo pode ser evidenciado também entre B
e B’.
Corrente Alternada.
Quando uma onda senoidal de tensão alternada é conectada a uma resistência de carga, a
corrente que passa pelo circuito também é uma onda senoidal.
t (s)
Exemplo 10.1.: Uma tensão senoidal CA é aplicada a uma resistência de carga de 10Ω. Mostre
a onda senoidal resultante para a corrente alternada.
87
V
+ 10V I
Gerador de
+1A
10 Ω
~
CA
R t (s)
t (s)
- 10V
-1A
Freqüência.
Sabemos que em nossa rede de energia no Brasil, a freqüência do sinal recebido é de 60 Hz,
sendo representado pela letra f e dado em hertz (Hz). Esta freqüência de 60 Hz significa 60
ciclos durante o tempo de um segundo, ou seja, a cada segundo temos 60 ciclos completos de
senóides.
1 ciclo
60 ciclos
Tempo = 1 s
Período.
Período é o tempo em que acontece cada ciclo, então, como em cada segundo acontecem 60
ciclos, o período de cada senóide será:
Alternadores.
Os geradores de corrente alternada também são chamados de alternadores. Praticamente toda
a energia elétrica consumida nas residências e indústrias é fornecida pelos alternadores das
usinas que produzem eletricidade. Um alternador simples é formado por (1) campo magnético
forte e constante; (2) condutores que giram através do campo magnético; e (3) alguma forma
de se manter um contato elétrico contínuo dos condutores à medida que eles giram.
Alternador Automotivo.
No alternador automotivo, o campo magnético é produzido pela corrente que percorre a bobina
que forma os pólos magnéticos no induzido ou rotor. A excitação para a bobina é fornecida de
88
inicio pela bateria (ou por uma imantação remanente do próprio induzido). A bobina do rotor é
alimentada através dos anéis coletores separados, isolados do eixo.
ESTATOR INDUZIDO
ALTERNADOR ALTERNADOR
Contatos
Armadura para
para alimentação
Enrolamentos
concentração da bobina do
Alternador
dos pólos N/ S rotor
Cada vez que o rotor gira completando uma rotação, ocorre um ciclo completo nas três fases
geradas respectivamente pelas três bobinas no estator. Na prática, um alternador contém
várias centenas de espiras enroladas nas fendas do estator e do rotor. Duas escovas são
pressionadas através de molas contra os anéis coletores, de modo a manter um contato
elétrico contínuo entre a corrente que alimenta o rotor e a fonte externa.
Retificadores.
A placa retificadora dos alternadores são compostas de diodos retificadores para a saída B+
que carrega a bateria, veja abaixo (figura 10.7):
89
Figura 10.7.: Placa retificadora e esquemas ISKRA.
A K
Os diodos são componentes que possuem a característica de fazer com que a corrente elétrica
circule apenas em um único sentido, ou seja, toda vez que ele é polarizado diretamente, o
diodo se comporta como se fosse uma chave fechada, e quando é polarizado inversamente,
tem o comportamento de uma chave aberta (figura 10.9).
Diodo Diodo
Polarizado diretamente Polarizado reversamente
A K K A
VCC VCC
R
ICC
Observe que quando o diodo tem o terminal positivo da bateria ligado ao terminal ANODO (A)
do diodo e o terminal negativo da bateria ligado ao CATODO (K) do diodo, há circulação de
corrente. Porém, quando invertemos a polarização, o mesmo se comporta como se fosse uma
chave aberta e, não haverá circulação de corrente.
Diodos no Alternador.
A tensão de saída nas bobinas do estator é um conjunto de três senoides defasadas em 120°
geométricos conforme a figura 10.10, estas três senoides são aplicadas sobre o conjunto
retificador.
90
V
As senoides são aplicadas nos diodos retificadores e, após a retificação trifásica, aparecem na
saída +B um sinal com somente tensão positiva e negativa conforme a figura 10.11. Este sinal
de tensão contínua é utilizado para alimentação dos circuitos do veículo e para o
carregamento da bateria.
V
Somente tensão
+V1 +V2 +V3 +V1 +V2 positiva
+B = 14 V
t
Regulador.
Carregar a bateria.
O circuito regulador de voltagem (figura 10.12), é um circuito eletrônico que monitora o nível de
tensão da bateria, quando o nível estiver abaixo dos 13 V em média, o regulador aplica a
tensão de saída do alternador sobre a bateria.
Desligamento.
Por exemplo, um regulador da Bosch de 14V, desconecta o alternador quando a tensão estiver
entre 13,5V e 14,09V, veja os valores na tabela abaixo:
91
Modelo Desligamento
(http://www.bosch.com.br/br/autopecas/produtos/eletrica/regulador_ten.htm)
Exercícios do Capítulo 10
1) Podemos dizer que um alternador possui a característica de ?
a) ( ) Alimentar a bateria com tensão de saída alternada.
b) ( ) Converter energia elétrica em energia mecânica.
c) ( ) Converter energia elétrica em energia luminosa.
d) ( ) Converter energia mecânica em energia elétrica.
e) ( ) Nenhuma das anteriores.
93
11 – Capacitores.
Um capacitor é um dispositivo elétrico que consiste em duas placas condutoras de metais
montadas paralelamente e separadas por um material isolante denominado dielétrico (figura
11.1). Os símbolos esquemáticos aplicados aos capacitores aparecem na figura 11.1.
Simbologias
Dielétrico
A B A B
S1 S1
VCC VCC
Capacitor Capacitor
sem carga com carga
Ao se fechar a chave, a carga negativa da placa “A” é atraída para o terminal positivo da
bateria, enquanto a carga positiva da placa “B” é atraída para o terminal negativo da bateria.
Esse movimento de cargas continua até que a diferença de cargas entre as placas “A” e “B”
seja igual à força eletromotriz (tensão) da bateria. Agora o capacitor está carregado. Como
praticamente nenhuma carga pode cruzar a região entre as placas, o capacitor permanecerá
nesta condição mesmo que a bateria seja retirada. Entretanto, se for colocado um condutor
através das placas (figura 11.3), os elétrons encontram um caminho para voltar à placa A e as
cargas em cada placa são novamente neutralizadas. O capacitor está agora descarregado.
94
A B
Capacitor
em descarga
Capacitância.
Q
C=
V
Onde:
C = capacitância, F (Farads)
V = tensão, V (volts)
Tipos de Capacitores.
Os capacitores comerciais são denominados de acordo com o seu dielétrico. Os mais comuns
são os capacitores de ar, mica, papel e cerâmica, além do tipo eletrolítico. Esses tipos são
comparados na tabela que segue:
95
Dielétrico Construção Faixa de Capacitância
Ar Placas Entrelaçadas 10 - 400 pF
A maioria dos capacitores pode ser conectada aos circuitos elétricos sem se dar importância à
polaridade. Mas os capacitores eletrolíticos têm a sua polaridade definida e portanto deve ser
observado a polarização em relação à polaridade da tensão a ser ligada sobre o mesmo.
C1 C2 C3 Cn CT
Paralelo: CT = C1 + C2 + C3 + Cn
Há um limite para a tensão que pode ser aplicada a um capacitor qualquer. Se for aplicada uma
tensão demasiadamente alta, haverá uma corrente que forçará uma passagem através do
dielétrico, às vezes furando o dielétrico. O capacitor entra em curto-circuito e é descarregado. A
tensão máxima a ser aplicada a um capacitor é chamada de tensão de trabalho e não deve
ser ultrapassada.
96
Quando os capacitores são associados em série, a capacitância total CT é:
1 = 1 + 1 + 1 + 1
CT C1 C2 C3 Cn
C1 x C2
CT =
C1 + C2
C1 C2 C3 Cn CT
Reatância Capacitiva.
1 1
XC = =
2πfC 6,28 f C
~ C1
VC = IC x XC IC = VC / XC XC = VC / IC
97
11.1 – Indutores.
A capacidade que um condutor possui de induzir tensão em si mesmo quando a corrente varia
é a sua auto-indutância, ou simplesmente indutância. O símbolo da indutância é a letra L, e a
sua unidade é o Henry (H). Um Henry é a quantidade de indutância que permite uma indução
de um volt quando a corrente varia na razão de um ampère por segundo (figura 12.1). A
fórmula para indutância é:
L= VL
∆i / ∆t
∆i / ∆t = 1 A/s
vL = 1 V
L=1H
V ~
Figura 12.1.: Indutância de uma bobina de 1H quando
Características Físicas.
A indutância de uma bobina depende de como ela é enrolada, do material do núcleo em torno
do qual é enrolada, e do número de espiras (voltas do fio) que formam o enrolamento.
98
1. A indutância L aumenta com o número de espiras N em torno do núcleo. A indutância
aumenta com o quadrado do número de espiras. Por exemplo, se o número de espiras
dobrar (2x), a indutância aumenta de 22 ou de 4x, supondo que a área e o comprimento
da bobina permaneçam o mesmos.
2. A indutância aumenta com a permeabilidade relativa µr do material de que é feito o
núcleo.
3. À medida que a área A abrangida em cada espira aumenta, a indutância também
aumenta. Como a área é uma função do quadrado do diâmetro da bobina, a indutância
aumenta com o quadrado do diâmetro.
4. A indutância diminui à medida que o comprimento da bobina aumenta (considerando
que o número de espiras permaneça constante).
Perdas no Núcleo.
As perdas por histerese decorrem da potência adicional necessária para inverter o campo
magnético nos materiais magnéticos com corrente alternada. As perdas por histerese
geralmente são menores do que as perdas produzidas por correntes parasitas.
Para reduzir as perdas por efeito de correntes parasitas, enquanto se mantém a densidade de
fluxo, o núcleo de ferro deve ser feito de lâminas isoladas umas das outras, ou de grânulos de
ferro isolados prensados formando um sólido, ou ferrite.
As bobinas com núcleo de ar praticamente não apresentam perdas por correntes parasitas ou
por histerese.
Reatância Indutiva.
XL = 2π f L = 6,28 f L
99
vL = 1 V
L=1H
V ~
Figura 12.2.: Circuito contento apenas Indutância.
pode-se aplicar a lei de Ohm para se calcular a corrente e a tensão substituindo R por XL.
VL = IL / XL IL = VL / XL XL = VL / IL
Se os indutores forem dispostos suficientemente afastados uns dos outros de modo que não
interajam eletromagneticamente entre si,os seus valores podem ser associados exatamente
como se fossem resistores. Se certo número de indutores for conectado em série, a indutância
total LT será a soma das indutâncias individuais, ou Série:
LT = L1 + L2 + L3 +.......+ Ln
1 = 1 + 1 + 1 + 1
LT L1 L2 L3 Ln
Exercícios do Capítulo 11
100
3) Uma característica do capacitor eletrolítico é ?
a) ( ) Ele deve ser ligado na polaridade correta.
b) ( ) Ele pode ser ligado em qualquer polaridade.
c) ( ) Ele deve ser ligado somente na polaridade positiva.
d) ( ) Ele deve ser ligado somente na polaridade negativa.
e) ( ) Nenhuma das anteriores.
12 – Equipamentos e
Ferramentas Elétricas
Voltímetros e Amperímetros.
É importante saber medir os níveis de corrente e tensão de um sistema elétrico para verificar
seu funcionamento, identificar defeitos e investigar efeitos que possam ocorrer e que seriam
impossíveis de serem previstos em uma análise teórica. Como o próprio nome indica, os
amperímetros são utilizados para medir intensidade de corrente, e os voltímetros a diferença
de potencial entre dois pontos. Se os níveis de corrente forem em geral da ordem de
miliampères, o instrumento usado será denominado de miliamperímetro, e se os níveis de
corrente estiverem na faixa de microampères, o instrumento usado será um microamperímetro.
Denominações similares podem ser feitas para tensão. Em toda indústria, as medidas de
tensões são mais comuns do que as de corrente, pois não é necessário alterar as conexões do
sistema para medir uma tensão.
Voltímetro
A diferença de potencial entre dois pontos de um circuito é medida ligando as pontas de prova
do voltímetro aos dois pontos em paralelo, conforme indicado na figura 13.1.
12,50 V
Para obtermos uma leitura positiva, devemos ligar a ponta de prova positiva do voltímetro no
ponto de maior potencial do circuito e a ponta de prova negativa no ponto de menor potencial.
Se a ligação estiver invertida, o resultado será negativo.
Amperímetro.
102
Os amperímetros devem ser ligados conforme ilustrado na figura 13.2. Visto que os
amperímetros medem a taxa do fluxo de cargas, ou seja, a corrente, o medidor tem de ser
colocado no circuito em série de modo que a corrente passe pelo medidor.
0,50A
A única maneira de isso acontecer é abrindo o caminho (a ligação) no qual a corrente tem de
ser medida, colocando o medidor entre os dois terminais resultantes da abertura do circuito.
Para o circuito mostrado na figura 13.2, o terminal positivo (+) da fonte de tensão tem de ser
desconectado do sistema, e o amperímetro inserido conforme mostrado. Para uma leitura
positiva, a polaridade dos terminais do amperímetro deve ser tal que a corrente (no sentido
convencional) entre pelo terminal positivo do amperímetro.
Ohmímetros.
10,00 Ω
103
Neste caso, não é necessário se preocupar com qual fio se conecta a qual extremidade; o
resultado será o mesmo em ambos os casos, pois os resistores oferecem a mesma resistência
ao fluxo de cagas (corrente) em qualquer sentido. Se for usado um multímetro analógico, a
chave seletora deverá ser colocada na faixa de resistência. O multímetro digital também
necessita que seja escolhida a escala adequada para a resistência a ser medida, mas o
resultado aparece como um número no visor do aparelho e o ponto decimal é determinado pela
escala escolhida. Quando se mede resistência de um único resistor, em geral é aconselhável
remover a resistência do circuito antes de fazer a medição. Se isso for difícil ou impossível,
pelo menos uma extremidade do resistor deve ser desconectada do circuito para que a leitura
não seja influenciada pelos outros componentes.
Se as duas pontas de prova do instrumento estiverem se tocando com a chave seletora do
medidor colocada nas posições para medir resistências, a leitura resultante será zero. Uma
conexão pode ser testada, como mostrado na figura 13.4.
0,00 Ω
Neste caso, simplesmente ligando o ohmímetro aos dois lados da conexão, se a resistência for
zero, a conexão é segura. Se for diferente de zero, pode ser que a conexão não esteja boa;
caso a resistência medida seja finita, não há conexão (circuito aberto).
Teste de Diodos.
Os diodos podem ser testados no multímetro através da escala apropriada para diodo (figura
13.5), veja que quando polarizado diretamente o visor indicará a tensão de junção do diodo que
fica entre 0,45 V e 0,7 V para um diodo em bom estado.
104
0,58 V
Figura 13.5.: Diodo polarizado diretamente através do multímetro com escala para medições
de diodo.
Quando colocamos na polaridade reversa, o diodo não pode conduzir corrente e deve indicar
tensão zero para um diodo em bom estado (figura 13.6).
0,00 V
Figura 13.6.: Diodo polarizado reversamente através do multímetro com escala para
medições de diodo.
Os diodos podem ser testados com um multímetro comum que não contenha escala própria
para diodo (figura 13.7), para isso, deve ser usada uma escala de K-Ohms, veja que quando
polarizado diretamente o visor indicará uma resistência de quilo-ohms (KΩ) para um diodo em
bom estado.
105
2,380
Figura 13.7.: Diodo polarizado diretamente através do multímetro com uma escala em K-
Ohms.
Quando colocamos na polaridade reversa e em escala de K-Ohms, o diodo não pode conduzir
corrente e deve indicar uma resistência em aberto (figura 13.8) para diodos em bom estado.
Alicate Amperímetro
O alicate amperímetro possui a grande vantagem de poder medir uma corrente sem que o
circuito seja aberto (figura 13.9), só é necessário colocar a sua garra sobre o fio. Seu
funcionamento baseia-se no princípio da indução magnética.
106
ICA Fio
107
Multímetro Automotivo
Testando a Bateria
- Acenda a luz interna do veículo por 15 segundos para dissipar a carga superficial da bateria.
- Desconecte o terminal negativo (-) da bateria.
- Ajuste a chave rotativa para V (tensão DC).
- Conecte a ponta de prova positiva (+) no terminal positivo da bateria.
- Conecte a ponta de prova negativa (-) no terminal negativo da bateria.
108
- Ajuste a função MAX/MIN no multímetro. Uma leitura menor do que 12.4V indica uma baixa
carga da bateria. Recarregue antes de testar, veja abaixo os níveis de tensão relacionado com
o nível de carga.
109
- Ajuste a chave rotativa para a posição V (tensão DC).
- Encoste a ponta de prova positiva (+) no terminal positivo da bateria e a ponta de prova
negativa (-) no terminal negativo da bateria. Anote a leitura ...... esta será a tensão base para
comparar com sua tensão de teste.
- Conecte a ponta de prova positiva (+) em um ponto limpo do bloco do motor.
- Conecte a ponta de prova negativa (-) no terminal negativo da bateria.
- Ajuste a função MAX/MIN no multímetro.
- Desabilite a ignição, dê a partida no motor por 2- 3seg.
Uma queda de tensão maior do que 0.5V indica um circuito de aterramento pobre. Limpe e
inspecione as conexões do cabo da bateria e o aterramento, faça o teste novamente.
Importante: Repita este teste enquanto o motor estiver completamente aquecido. A expansão
de calor do metal pode causar aumento de resistência.
110
Alimentação da Bateria para o Solenóide de Partida (+).
Uma queda de tensão maior do que 0.3V indica um circuito com alta resistência.
Limpe e inspecione as conexões do cabo da bateria e as conexões do cabo, faça o teste
novamente. Importante: Repita este teste enquanto o motor estiver completamente aquecido.
A expansão de calor do metal pode causar aumento de resistência.
Este teste verifica a eficiência da alimentação da bateria para a partida através do solenóide de
partida.
- Corrente de Partida.
Nos testes de bateria e de queda de tensão, verificou-se que há tensão adequada da bateria
para a partida. O próximo passo é verificar corrente excessiva na partida do motor.
- Conecte a garra transformadora de corrente AC/DC (opcional) ao redor do cabo negativo (-)
ou positivo (+) da bateria.
- Ajuste a chave rotativa para a posição 400mV. Nota : 1mV = 1Amp.
- Ajuste a função MAX/MIN no multímetro. A leitura MIN será a corrente negativa.
- Desabilite a ignição, dê a partida no motor por 2-3seg. Nota: A garra de corrente AC/DC mede
ampéres na direção do fluxo elétrico. Tenha certeza de que a seta na garra está apontada na
direção do fluxo da corrente no cabo.
Teste rápido
Ligue a ignição e mantenha todos os acessórios desligados. Coloque a garra no cabo da
bateria, depois ligue a luz interna. Se a leitura for negativa, desconecte a garra, inverta e
reconecte.
111
Testando o Sistema de Carga Bateria (+)
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Teste de Tensão do Sensor de Efeito Hall (V)
Este teste verifica a ação de chaveamento em qualquer sensor de efeito hall (ignição, RPM,
etc.)
113
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BIBLIOGRAFIAS:
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