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Franklin Cruzio
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Apresentação
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Sumário
Unidade 1 Circuitos de corrente alternada
1.1 Circuitos de corrente alternada....................................................................05
1.1.1 Objetivo.....................................................................................................05
1.1.2 Contexto....................................................................................................05
1.2 Componentes lineares.................................................................................06
1.2.1 Gerador de corrente alternada..................................................................06
1.3 Relação entre corrente e voltagem em cada elemento...............................08
1.3.1 Resistor em regime AC.............................................................................08
1.3.2 Capacitor em regime AC...........................................................................08
1.3.3 Indutor em regime AC...............................................................................08
1.4. Circuito RLC com gerador.........................................................................09
1.4.1 Circuito RLC em série...............................................................................09
1.4.2 Circuito RLC em paralelo..........................................................................13
1.4.3 Circuito AC - Exercícios...........................................................................16
Unidade 2 As equações de Maxwell
2.1 As equações de Maxwell........ ...................................................................19
2.1.1Objetivo......................................................................................................19
2.1.2 Contexto...................................................................................................19
2.1.3 As equações.............................................................................................20
2.1.4 Parâmetros característico dos meios.......................................................24
2.1.5 Informações gerais...................................................................................25
2.1.6 Informação adicional................................................................................26
2.1.7 Operadores diferenciais e Teorema da divergência.................................27
2.1.8 Ondas eletromagnéticas...........................................................................29
Unidade 3 Óptica geométrica
3.1 Óptica geométrica........................................................................................34
3.1.1 Objetivo.....................................................................................................34
3.1.2 Contexto....................................................................................................34
3.2 Conceitos Básicos.......................................................................................35
3.2.1 Os raios de luz e ondas de luz..................................................................35
3.2.1 Os raios de luz e ondas de luz..................................................................37
3.2.3 Reflexão de uma superfície curva...........................................................39
3.2.4 Refração da luz de interfaces ópticas ......................................................40
3.2.5 Lei de Snell...............................................................................................42
3.2.6 Ângulo crítico e reflexão interna total........................................................44
3.2.7 Refração em prismas................................................................................46
3.2.8 Aplicações especiais de prismas..............................................................46
3.2.9 Formação de imagens por espelhos........................................................46
3.2.10 Imagens formadas por espelhos esféricos.............................................48
3.2.11 Raios.......................................................................................................50
3.2.12 Fórmulas do espelho..............................................................................51
3.1.13 Ampliação de uma imagem de espelho..................................................52
3.2.14 Formação de imagem com lentes.........................................................54
3.2.15 Função de uma lente..............................................................................55
3.2.16 Lentes ...................................................................................................;57
3.2.17 Tipos de lentes ......................................................................................58
3.2.18 Localização de imagens pelo método gráfico.................................. ....58
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Unidade 4 Óptica ondulatória
4.1 óptica ondulatória.........................................................................................64
4.1.1 Objetivo.....................................................................................................64
4.1.2 Contexto....................................................................................................64
4.2 Interferência, difração e polarização...........................................................65
4.2.1 Coerência..................................................................................................65
4.2.2 Difração.....................................................................................................68
4.2.3 Experimento de Young.............................................................................71
4.2.4 Redes de difração.....................................................................................75
4.3.1 Polarização da luz.....................................................................................82
4.3.2 Polarizadores............................................................................................82
4.3.3 Polarização por reflexão...........................................................................84
4.3.4 Exercícios adicionais................................................................................84
Referências........................................................................................................
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UNIDADE 1 Circuitos de corrente alternada
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1.2 Componentes lineares
Todos componentes usados em circuitos eletrônicos possuem três
propriedades básicas: resistência, capacitância e indutância. Em muitos casos,
apenas uma das três propriedades prevalece. Portanto, podemos tratar
componentes como tendo somente uma das três propriedades quando
apropriadamente, comporta-se de acordo com as seguintes definições.
Resistência
É a propriedade associada a um componente que exibe oposição a circulação
de corrente elétrica.
Capacitância
É a propriedade do componente associada à oposição a qualquer variação em
voltagem entre seus terminais.
Indutância
É a propriedade do componente associada à oposição a qualquer variação em
corrente entre seus terminais.
Componentes nos quais prevaleça resistência são chamados resistores;
aqueles que exibem capacitância são chamados capacitores, e outros que
exibem indutância são chamados indutores.
1.2.1 Gerador de corrente alternada
Um circuito AC consiste de elementos de circuito e um gerador que provê
corrente alternada.
O gerador de corrente alternada é um dispositivo que converte a energia
mecânica em energia eletrifica. O gerador mais simples consta de uma espira
retangular que gira em um campo magnético uniforme. O movimento de
rotação das espiras é produzido pelo movimento de um elemento externo.
Quando a espira gira, o fluxo do campo magnético a través da espira varia com
o tempo. Produzem-se uma fem.
Ф = B ∙ A = BAcos θ = BA cos t
dФ/dt = - BAsint.
ε = - dФ/dt = BAsint
Os terminais da espira se conectam a dois anéis que giram com a espira, tal
como se vê na figura 1. As conexões ao circuito externo se fazem mediante
escovas estacionarias em contacto com os anéis coletores..
Outros geradores são quase sempre, versões mais complexas do mesmo
dispositivo.
Um circuito AC consiste de elementos de circuito e um gerador que provê
corrente alternada. O princípio básico do gerador AC é uma conseqüência da
lei de indução de Faraday. A espira de fio em rotação entre os pólos de um ímã
é basicamente o protótipo do gerador de corrente alternada ou alternador.
O diagrama da figura 1 mostra um gerador de corrente alternada capaz de
produzir tensão alternada. Quando v ( t ) é positivo ( no topo da onda ), isto
significa que a tensão no terminal superior da carga resistiva é maior do que a
tensão no terminal inferior. E quando v é negativo, então o terminal inferior tem
uma tensão maior do que a tensão no terminal superior. Um osciloscópio
permite exibir isto.
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O diagrama também mostra um gráfico da tensão produzida pelo gerador, em
função do tempo quando a espira gira de um círculo completo. Esta voltagem
senoidal instantânea é v ( t ) = Vmax∙ sin ( t + .φ )
• v ( t ) = Vmax∙ sin ( t + .φ ) é a função que dá a curva sua forma de
onda; Vmax, t e φ são parâmetros que descrevem detalhes da curva:
• Vmax é a amplitude máxima ou de pico da onda senoidal,
• ω é a freqüência angular e descreve a rapidez com que a curva oscila ( é a
taxa de rotação do gerador medida em radianos por segundo ), e φ é o ângulo
de fase; determina o deslocamento da onda para esquerda ou para direita. A
espira em rotação representada na figura 1 pode ser utilizada como fonte num
circuito externo. Uma mudança de 360 graus angulares ( 2 radianos ) é uma
rotação de um ciclo completo e todas as pequenas mudança são mudança de
menos de um ciclo.
O circuito RLC é o circuito elétrico consistindo de um resistor de resistência R,
uma bobina de indutância L, um capacitor de capacitância C e uma fonte de
tensão em série. Analisaremos as relações entre voltagem e corrente
instantâneas em cada um dos elementos: fonte de alimentação ou fem,
resistores, indutores e condensadores. Em particular, se supõe que a fem
proporciona uma voltagem instantânea senoidal da forma v ( t ) = V0sinθ
Num circuito AC, os únicos componentes que dissipam energia são os
resistores. Os reatores, capacitores e indutores, armazenam energia.
Nota: Para representarmos correntes e tensões senoidais faremos diagramas
de fasores. Nesses diagramas, o valor instantâneo de uma grandeza que varia
com o tempo é representado pela projeção vertical segundo um dos eixos
coordenados. A combinação de grandezas senoidais com diferenças de fase, é
análoga a uma soma de vetores.
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1.3 Relação entre corrente e voltagem em cada
elemento
1.3.1 Resistor em regime AC
Quando um resistor de resistência R é
conectado aos terminais de uma fonte
AC como representado na figura 2, tanto
a corrente como a voltagem variam com
sin( t ), de modo que a corrente está
em fase com a tensão. As amplitudes da
corrente e da voltagem, como representa
a figura 2, estão relacionadas da mesma
maneira que em um circuito DC.
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( O fenômeno não se altera se ao invés da corrente, I = Io sin ( t ) toma-se
como referência o valor da tensão no circuito ).
v = - vL , vL = - L∙ dI/dt, v = L∙ dI/dt.
dI/dt = Io cos t
v = L Io cos t
v = L Io sin ( t + 90° )
v = Vo sin( t + 90° )
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Neste caso as tensões se somam da seguinte forma:
v1 = RI v1 = Io Rsin t
v2 = LdI/dt v2 = L Io cos t
As condições:
Zcos = R tg = ( L – 1/C ) / R
A amplitude da tensão AC é:
o = ( 1 / LC ) 1/2 .
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Com Q( t ) a carga do capacitor e I( t ) a corrente no circuito as tensões em
R, L e C são: VR = RI, VL = L dI / dt e VC = Q/ C Pela lei de Kirchhoff :
L d I ( t ) / dt + R I ( t ) + Q( t ) / C = v ( t ) ou
LI'( t ) + RI( t ) + Q( t ) / C = v ( t )
I p ( t ) = Asin( ωt – φ )
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Resolvendo as equações [ b ] e [ c ] para A e φ
tan ( φ ) = ( Lω2 - 1/ C ) / Rω
Φ = tan -1 ( Lω / R - 1 / RCω ) ⇒ [ ( Lω2 - 1 / C ) 2 + R 2 ω 2 ] 1/2 A =
= ωE0 ⇒ A = ωE0 / [ ( Lω 2 - 1/ C ) 2 + R2 ω 2 ]1/2 Eq.[ d]
Note que, freqüências externas ω distintas produzem resultados distintos em
amplitudes. O esboço gráfico da figura 6 representa um típico resultado para a
curva A versus ω, com todos os outros parâmetros mantidos fixo.
Note a estreita faixa de freqüência para uma grande resposta em amplitude.
Este é o fenômeno da ressonância.
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Por conseguinte podemos obter a solução I( t ) para esta equação como soma
de uma solução homogênea com solução particular ( de forma senoidal ou
harmônica ).
A solução homogênea se conhece como corrente transitória ou transiente; a
solução particular ou forçada se conhece como corrente permanente.
1.4.2 Circuito RLC em paralelo
No caso de associação em paralelo, figura 7, as três ramificações têm a tensão
total v = Vo sint, a qual origina as correntes I1, I2 e I3, que estão relacionadas,
entre si, da seguinte forma:
v = RI1 I1 = ( Vo / R ) sin t
As condições:
1/Zcos = 1 / R, tg = R ( C – 1/L )
Com: XL = L ; XC = 1/C
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Com: I = I1 + I2 + I3 , I( t ) = v / R + ( 1 / L ) vdt + C ( dv /d t)
Na condição I = 0
Para v ( t ) = C ert
v ( t ) = C1e r1 t + C2e r1 t
= 1/2RC; 02 = 1 / L C
http://extraphysics.com/java/models/rlc.html
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O circuito RLC é de segunda ordem, porque é descrito por uma equação
diferencial de segunda ordem. Sua equação característica é:
r 2 + 2r + ω02 = 0.
P = ( Vo Io / 2) cos
P = ( ZIo ) (Io / 2) ( R / Z ) = 1 / 2 Io 2 R, I ef 2 = 1 / 2 Io 2
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1.4.3 Circuito AC - Exercícios
Exercício 1
Uma bobina retangular de 50 espiras, cada uma com 50cm 2 de área, gira em
torno de um eixo num campo magnético uniforme de 0.14Wb / m 2, com o eixo
de rotação perpendicular ao campo e velocidade angular 150 rad / s. A
resistência ôhmica da bobina é 5, e a fem está aplicada por meio de anéis e
escovas a uma resistência externa de 10 , figura 1.
Calcule a corrente de pico que flui e a potência média fornecida ao resistor.
Solução
NAB
NAB sin t , I sin t . O valor de pico da corrente é:
R R
Exercício 2
Uma lâmpada fluorescente de 500W absorve corrente de 2.5A, com um fator
de potência 1. Calcule a indutância da bobina que é necessário incluir em série
com a lâmpada, caso esta deva funcionar com uma fonte de 250V e 60Hz.
Solução
Uma vez que a lâmpada absorve corrente de 2.5A, com fator de potência 1, ela
deve ser puramente resistiva e ter resistência tal que P I 2 R
P 500W
R 2 80
I 2.5 A2
Uma vez que o arranjo definitivo deverá funcionar com uma fonte de 250V e
60Hz, um reator de indutância L deve ser ligado em série, onde
Z 2 R 2 L2 2 Z2
250V 2 10000 2
2.5 A2
60
2 L2 3600 2 L 100mH
2 60s 1
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Exercício 3
Determine a amplitude das oscilações de um circuito LC alimentado por um
gerador de tensão alternada.
Solução
d 2q q
A equação diferencial para o circuito LC forçado é: L V (t )
dt 2 C
Em particular, se supõe que o gerador proporciona uma voltagem instantânea
senoidal da forma v(t) = Vo sin t. Além disso, ω0 = ( 1 / LC ) ½
Estes valores substituídos na equação, resulta:
d 2q
L0 q Vo sin t
2
L 2
dt
O sistema é obrigado a pulsar com a freqüência externa ω Assim, a resposta
também é harmônica. A solução da equação diferencial é da forma:
q = qo sint, então:
qo = Vo / ( L ( o2 - 2 ) )
Esta expressão dá a amplitude das oscilações para o circuito LC forçado. Na
condição = o o circuito entra em ressonância. Neste caso a amplitude seria
infinita, mas isto não acontece. Em circuitos práticos a resistência é um
parâmetro importante e deve ser levada em consideração.
Exercício 4
Resolva a equação diferencial para as oscilações livres de um circuito RLC.
Obtenha a carga instantânea Q = Q(t) nas placas do capacitor.
Solução
Q"( t ) + R/LQ'( t ) + Q( t ) / LC = 0
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com: R2L , ω0 = ( 1 / LC ) ½
Q Ae t cos(1t )
A constante A = Qo; ω1 é a freqüência angular das oscilações livre.
A amplitude de oscilação decresce exponencialmente com o tempo, figura 9.
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UNIDADE 2 As Equações de Maxwell
2.1.3 As equações
I. Lei de Gauss para campos elétricos:
( forma integral )
( forma diferencial )
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( A Lei de Gauss estabelece que o fluxo do campo elétrico, através de
qualquer superfície fechada, é igual a 1 o vezes a carga em excesso no
interior da superfície ).
Carga puntiforme Pela lei de Gauss, E q onde E E dS é o fluxo
total do campo elétrico através da superfície S, figura 1.
Assim, o E E dS q ; DdS q . No caso da distribuição uniforme de
q
carga num volume V , a densidade de carga é definida como: ;
V
q V ; E D dS ; lim
dS
D
; div.D lim
dS
D
V 0 V V 0 V
d d
D lim
V 0 V
ou, D
dV
e D dS divD dV
S V
O significado geométrico de divD está expresso no teorema conhecido como
teorema da divergência ou teorema de Gauss.
O teorema de Gauss estabelece que o fluxo de uma função vetorial Dx, y, z
contínua e diferenciável através de uma superfície fechada S é igual a integral
de volume da divergência do vetor considerado, sendo V o volume encerrado
pela superfície.
De acordo com a equação D dS divD dV , “ a quantidade total de D
S V
contida no volume V” é igual ao fluxo total de D que sai por S .
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II. A fórmula correspondente para os campos magnéticos:
( forma integral )
( forma diferencial )
( forma integral )
( forma diferencial )
http://www.youtube.com/watch?v=stUDqGzpev8
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IV. Lei de Ampère e a corrente de deslocamento de Maxwell:
( forma integral )
( forma diferencial )
I I B dl dl
B
B dl o J x S ; J x ; lim
yz z S 0 S
o J x ; rot x B lim
S 0 S
Bz B y
dl B y y Bz y y z B y z z y Bz z
B
Bz B y
B dl
y
z
yz
rot x B lim
B dl Bz B y J i
yz 0 yz y z
o x
B B y Bx Bz B y Bx
rotB z i j k o i J x jJ y k Jz
y z z x x y
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B
rotB o J , H
Com i j k ; H iH x jH y kH z , pode-se verificar que:
x y z
i j k
H o J ou H
x y z
Hx Hy Hz
Num ponto dentro do fio, que conduz uma corrente estacionária, o H é igual
a densidade de corrente J no ponto, figura 3.
H dl I ; H dl J x dS ; H dl H dS
C S C S
O exemplo de Maxwell ilustra por que o termo 0dФE/dt deve ser adicionado a
lei de Ampere: Considere a lei de Ampere para o caso de um longo fio
conduzindo uma corrente constante I; considere também que o fio condutor
seja cortado em algum ponto e a seguir ligado a duas placas metálicas
paralelas, um capacitor, de modo que a carga é simplesmente acumulada em
uma das placas e drenada da outra. Para o percurso circular usual ao redor do
fio, a situação parece inalterada, a lei de Ampère diz que o campo magnético
a uma distância r, a partir de:
B dl μ I , 0
é apenas B
0
I
2r
E dA q 0
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Neste caso, a corrente no fio, é apenas a taxa de variação da carga na placa,
I dq dt
d
I 0
dt
Das duas equações acima, E dA
B dl 0
I 0
d
dt
E dA
Esta é a quarta equação de Maxwell.
Note que no caso do fio, ou a corrente no fio, ou o aumento de campo elétrico,
podem contribuir com o termo do lado direito da igualdade da equação.
Corrente de deslocamento
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De E 0 deduzimos que o campo elétrico deriva do gradiente de um
potencial, ou seja, E .
No vácuo podemos supor que no existem fontes (ou seja, que e ).
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- Campo elétrico existente no espaço, criado pelas cargas.
- Campo dielétrico que resume os efeitos elétricos da matéria.
D E;
B
H
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Podemos definir uma nova quantidade D, chamada deslocamento, como a
soma vetorial
D = E + P
Definimos uma propriedade do dielétrico, chamada suscetibilidade , pela
equação P = E. Quanto maior a suscetibilidade, maior a polarização num
dado campo. As quantidades , são diferentes maneira de escrever a
mesma propriedade de um dielétrico, isto é, de quanto ele se polariza quando
em presença de um campo elétrico; “suscetibilidade do vácuo é zero”. Somente
uma substância material pode se tornar polarizada. A constante dielétrica é
definida como 1 . No vácuo 1 e o .
Magnetização
A extensão com que os momentos magnéticos moleculares são induzidos em
um material, ou são alinhados por um campo magnético externo é descrita por
uma quantidade vetorial denominada magnetização M. Esse vetor é definido de
modo a expressar a contribuição do núcleo no aumento da intensidade do vetor
campo magnético, figura 5.
B = o ( H + M )
O vetor intensidade magnética H é definido como: H = B / o - M
A magnetização M em um material depende do campo magnético H e da
natureza do material: M = m . H . Defini-se a suscetibilidade magnética m ,
como a magnetização por unidade de campo magnético.
Essas constantes estão relacionadas pela expressão:
= o ( 1 + m )
é a permeabilidade magnética e é dada em T m / A; a suscetibilidade
magnética é um número.
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A equação (∂2y(x, t)/∂x2) = 1/v2(∂2y(x,t)/∂t2) é uma equação de derivadas
parciais. Qualquer função de (x - vt) ou (x + vt) satisfaz esta equação.
Para simplificar, consideramos x vt e y(x,t) qualquer função de onda,
y(x,t) = y(x - vt) = y( )
Com y' derivada de y em relação a
(∂y/∂x) = (∂y/∂)(∂/∂x) = y' (∂/∂x)
(∂y/∂t) = (∂y/∂)(∂/∂t) = y' (∂/∂t)
Com, ∂/∂x = 1; ∂/∂t = -v
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Isso é chamado de gradiente de p. Por outro lado, se multiplicarmos um campo
vetorial v (x, y, z) pelo "operador del”precisamos primeiro decidir que tipo de
"multiplicação" queremos usar, porque há dois tipos diferentes de multiplicação
do vetor, usualmente chamado de produto escalar e produto vetorial.
Por exemplo, para dois vetores arbitrários
a =axi+ayj+akze b =bi+zbybj+kz
a b “o ponto é o produto escalar” e a x b “o x é o produto vetorial” são
definidos como
29
associada a uma força que o obedece a lei inversa do quadrado ) que
satisfazem a equação , isto é,
30
Para isso, utilizamos a superfície gaussiana representada na figura 7.
Na situação que estamos analisando, o vácuo sem densidade de carga ou de
correntes as duas leis de Gauss indicam que o fluxo de E ou de B através de
qualquer superfície fechada é igual a zero, figura .
∫ B dS = Bzxy
Pela lei de Faraday
(∂Ey/∂x) xy = - (∂Bz/∂t) xy
(∂Ey/∂x) = - (∂Bz/∂t)
A equação (∂Ey/∂x) = - (∂Bz/∂t) mostra que se há um componente do campo
Ey que depende de x, deve haver um componente da indução magnética Bz
que depende do tempo.
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Considerando a lei de Ampere aplicada a curva de lados xy
(∂2Ey/∂x2) = (∂2Ey/∂t2)
Essa expressão possui a mesma forma da equação geral de uma onda,
(∂2y(x, t)/∂x2) = 1/v2(∂2y(x,t)/∂t2)
Assim, os campos elétrico Ey e magnético Bz , obedecem a equação de onda
com as ondas movendo-se a velocidade 1 0 0 c que é a velocidade da
luz.
Uma solução para a equação (∂2Ey/∂x2) = 1/c2 (∂2Ey/∂t2) é a função da forma
Ey = Eyo sin ( kx - t )
Substituindo esta solução na equação (∂Ey/∂x) = - (∂Bz/∂t) , podemos ver
que a indução magnética Bz está em fase com o campo elétrico Ey
(∂Ey/∂x) = k Eyo cos ( kx - t ) = - (∂Bz/∂t)
Bz = k /Eyo sin ( kx - t ) = Bzo sin ( kx - t )
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As ondas eletromagnéticas têm diferentes comprimentos de onda e
freqüências que abrangem uma faixa conhecida como o espectro
eletromagnético figura 8. Luz é uma estreita faixa de ondas
eletromagnéticas que o olho pode detectar. Luz de comprimentos de
onda diferentes produz diferentes percepções de cores. O maior
comprimento de onda produz a percepção do vermelho, enquanto os
mais curtos produzem a percepção da cor violeta.
Exercício:
(a) Qual o comprimento de onda de uma onda de infravermelho, cuja
freqüência é 2,0 x1013 Hz? Qual o número de onda, freqüência angular e
período?.
Solução:
c 3,0 x108
13
1,5 x10 5 m
f 2,0 x10
2 2
k 4,19 x10 5 rad / m
1,5 x10 5
(b) Tente isto para uma onda de Raios-X, cuja freqüência é 3,0x1018 Hz.
Resposta:
33
Exercício:
Sabendo-se que a amplitude do campo elétrico para uma onda de rádio vale
0,05 V/m, calcule a amplitude do campo magnético correspondente.
Solução:
E 0,05
B 8
1,67 x10 10 T
c 3,0 x10
Exercício:
O campo elétrico de uma onda depende da posição e do tempo de acordo com
a seguinte equação: E(x,t) = Emax sin(kx – ωt) = (100 V/m) sin(4,0 106 x – ωt).
(a) Ache a amplitude do campo magnético da onda; (b) ache o valor de ω.
Resposta:
34
UNIDADE 3 Óptica geométrica
35
3.2 Conceitos Básicos
Leis da reflexão e leis da refração.
A figura 1-a mostra a reflexão da luz em uma superfície plana, e a figura 1-b
mostra refração da luz em duas superfícies planas sucessivas. Em cada caso,
a luz é retratada simplesmente em termos de linhas retas, as quais nós
referimos como os raios de luz.
É útil pensar em um raio de luz estreito muito estreito como um feixe de laser,
bem definido.
36
Como representa a figura 3, frentes de onda circular são mostradas com linhas
radiais em várias direções. Cada um dos raios descreve o movimento da frente
de onda em uma direção em particular. Geometricamente, um raio é uma linha
perpendicular a uma série de frentes de onda sucessivas; especifica a direção
do fluxo de energia na onda.
A figura 3 representa planos de frentes de onda de luz. O mesmo diagrama
mostra os raios de luz correspondente a estas frentes de onda, desviado pela
lente. A figura 3 mostra a conexão entre as ondas reais e os raios utilizados
para representá-las. No estudo da ótica geométrica, é usual representar a
interação das ondas de luz com superfícies planas, superfícies esféricas, com
espelhos e lentes a partir de raios de luz.
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Frente de onda: lugar geométrico dos pontos no espaço com o mesmo valor
da amplitude para ondas adjacentes – convenciona-se separar duas frentes de
onda por um comprimento de onda.
Raio luminoso: direções perpendiculares (normais) às frentes de onda
Ondas planas: frentes de onda são planos paralelos, raios luminosos são
paralelos entre si
Ondas esféricas: frentes de onda são superfícies esféricas concêntricas; raios
luminosos têm direções radiais.
Fontes luminosas extensas e distantes: ondas planas
Fontes luminosas puntiformes e próximas: ondas esféricas
A construção geométrica do raio de luz permite representar a propagação,
reflexão e refração da luz no espaço com desenhos simples.
Por exemplo, na figura 4-a, a propagação da luz de uma fonte “pontual” é
representada por raios de luz que divergem da fonte. Cada raio indica o
caminho geométrico ao longo do qual a luz se propaga.
A figura 4-b mostra a reflexão de vários raios de luz em uma superfície de
espelho curvo, e a figura 4-c mostra a refração de um único raio de luz que
passa através de um prisma.
38
Além disso, vamos ignorar a absorção da energia ao longo do trajeto da luz,
apesar da absorção ser uma consideração importante em sistemas ópticos.
A lei da reflexão: superfície plana.
O mais simples dos espelhos é o espelho plano; muito da sua função é
explicada usando a Lei de Reflexão. Espelhos planos produzem imagens
virtuais, imagens que não podem ser capturadas e exibidas em uma tela. Isto
porque não existe luz proveniente da imagem, o que vemos é a luz de um
objeto, refletida pelo espelho, figura 6.
39
Os metais polidos, as superfícies líquidas, e os espelhos que refletem a luz de
tal modo que os raios refletidos são perfeitamente definidos, são denominados
refletores especulares, figura 7.
3.2.3 Reflexão de uma superfície curva.
Os espelhos curvos são classificados de acordo com a sua curvatura, figura 8.
40
3.2.4 Refração da luz de interfaces ópticas
Quando a luz incide em uma interface ( plano geométrico que separa um meio
óptico de outro ) será parcialmente refletida e parcialmente transmitida. A
figura 11 é uma representação da luz incidente sobre uma interface. Parte da
luz é refletida pela superfície ( de acordo com leis da reflexão ) e parte é
refratada em um segundo meio. O desvio dos raios de luz em uma interface
entre dois meios ópticos é chamado de refração. A seguir, apresentamos a lei
da refração.
Índice de refração.
Os dois meios ópticos transparentes que formam uma interface distinguem-se
por uma constante chamada de índice de refração, usualmente identificado
com o símbolo n. O índice de refração de uma substância é c / v, onde c é a
velocidade da luz no vácuo e v é a velocidade da luz no meio.
n=c/v
41
A tabela da figura 12 lista os índices de refração de materiais comuns.
42
3.2.5 Lei de Snell.
A lei de Snell da refração relaciona os senos dos ângulos de incidência e
refração em uma interface entre dois meios ópticos com os índices de refração
destes dois meios. A lei de Snell permite calcular a direção do raio refratado se
soubermos os índices de refração dos dois meios e a direção do raio incidente.
A expressão matemática da lei de Snell e o diagrama correspondente são
apresentados na figura 14.
43
O ângulo crítico é – Pela lei de Snell: n1sinc = n2sin 900 ; 2 = 900
c = sin-1 n2 / n1 ( ângulo crítico ).
Nós utilizamos esse resultado e as leis de Snell para determinar o cone de
entrada para os raios de luz na face da fibra óptica, de tal forma que o raio
refratado no núcleo da fibra está incidente no ângulo crítico sobre o
revestimento. Nós fazemos isso também na concepção do prisma "refletor". A
fibra óptica consiste num núcleo central no interior de uma camada de
revestimento externo de índice de refração mais baixo. Somente os raios que
são refletidos internamente podem ser propagados ao longo do cabo, figura 16.
44
3.2.7 Refração em prismas
Os Prismas de vidro são comumente utilizados para desviar a luz. Com o
conhecimento da lei de Snell o processo de refração em prismas fica
simplificado. Observe a figura 18a: quando um raio de luz incide em uma das
superfícies do prisma e sai por outra é desviado de sua direção original. A
figura representa a seção transversal de um prisma isósceles, com o ângulo do
vértice A = 30° e índice de refração n = 1,50. O ângulo de incidência θ e o
ângulo de desvio δ são mostrados no diagrama.
A figura 18b mostra como o ângulo de desvio δ muda quando o ângulo θ do
raio incidente varia. A curva apresentada é específica para o prisma descrito na
figura 18a. Note-se que δ tem um valor mínimo, 23 ° aproximadamente para
este prisma específico. Cada prisma tem seu próprio e único ângulo de desvio
mínimo.
A m
sin
n 2
A
sin
2
onde: A e δm são medidos em graus.
Esta equação é obtida fazendo uso da lei de Snell e relação geométrica entre
os ângulos de refração em cada superfície do prisma.
45
Exercício
Considere o prisma representado na figura 18. Obtenha a relação entre o
índice de refração n do prisma, o ângulo do vértice A e o ângulo de desvio δ.
Solução
O desvio angular é dadopelo ângulo formado entre a direção do raio que
incide no prisma e a direção do raio emergente.
Pela geometria da figura,
= A / 2; - )
A
sin
= ( Pela lei de Snell: sin = n sin n 2
A
sin
2
Dispersão da luz. A figura 19a lista os índices de refração para diversos tipos
de vidro. Note que o índice de refração é ligeiramente dependente do
comprimento de onda da luz. Por exemplo, para a luz azul o índice de refração
do vidro flint é cerca de 1% maior em comparação com o índice de refração do
mesmo material para a luz vermelha. A variação do índice de refração n do
material, com comprimento de onda λ da luz é chamada de dispersão.
A figura 19a mostra uma curva de dispersão de nλ versus λ para diferentes
tipos de vidro ótico.
A figura 19b mostra a separação em cores individuais da luz branca produzida
por um prisma para comprimentos de onda λ no intervalo de 400nm a 700 nm.
Note-se que nλ diminui de curto comprimento de onda para longo comprimento
de onda, produzindo um desvio menor para a luz vermelha do que o desvio
causado a luz azul, por exemplo. Este tipo de dispersão representa as cores
vistas em um arco-íris, sendo o "prisma" gota individual de chuva.
46
3.2.8 Aplicações especiais de prismas.
Os prismas são comumente usados em sistemas ópticos, tanto para mudar a
direção da luz como para alterar a orientação de uma imagem. Embora os
espelhos possam ser usados para atingir fins semelhantes, as faces refletoras
de um prisma são mais fáceis de manter livre de contaminação e o processo de
reflexão interna total é de alta refletividade. Alguns prismas usuais são
mostrados na figura 20, com detalhes do redirecionamento de luz e
reorientação de imagem.
47
Imagens formadas com espelhos planos
A figura 21 mostra um ponto luminoso de origem O, o objeto pontual, localizado
a uma distância o à frente de um espelho plano. A luz que incide sobre o
espelho é representada pelos raios que divergem de O. A formação da imagem
I é obtida pelo prolongamento dos raios refletidos pelo espelho.
A lei da reflexão assegura que os pares de triângulos como ONP e INP são
iguais, assim todos os raios refletidos parecem ter origem na imagem I , que
fica ao longo da linha normal ON, e em tal profundidade que a distância da
imagem i ao espelho é igual a distância do objeto o.
O olho vê a imagem de um ponto luminoso em i, exatamente da mesma forma
que veria um objeto pontual real. Uma vez que os raios luminosos não existem
abaixo da superfície do espelho, a imagem é dita ser virtual. A imagem I não
pode ser projetada em uma tela, como no caso de uma imagem real. No caso
de um objeto extenso, como a seta na figura 21b, cada ponto objeto tem o seu
ponto de imagem. A construção da figura 21b também deixa claro que o
tamanho da imagem é idêntico ao tamanho do objeto. Além disso, as
orientações transversais do objeto e imagem são as mesmas. Um objeto como
a mão direita, no entanto, aparece como a mão esquerda em sua imagem.
48
3.2.10 Imagens formadas por espelhos esféricos
No caso do espelho plano, a imagem é exatamente do mesmo tamanho do
objeto. O espelho plano quando encurvado de forma a torná-lo côncavo em
direção ao observador, como na figura 22a, a imagem formada é maior que o
objeto. Se encurvado para torná-lo convexo na direção do observador, como na
figura 22b a imagem aproxima-se do vértice do espelho e é diminuída.
Como mostrado anteriormente na figura 10, a lei de reflexão pode ser utilizada
para determinar a direção ao longo do qual qualquer raio incidente em uma
superfície de espelho esférico é refletido. Utilizando a lei da reflexão, podemos
traçar os raios desde qualquer ponto sobre o objeto até o espelho, e do
espelho para o ponto imagem correspondente.
Note que o eixo de simetria normal à superfície do espelho é o seu eixo óptico.
O ponto onde o eixo óptico encontra a superfície do espelho é o vértice. Para
localizar uma imagem nós usamos dois pontos comuns a cada superfície de
espelho, o centro de curvatura C e o ponto focal F. Eles são mostrados na
figura 22, com o vértice V do espelho, tanto para um espelho côncavo como
para o espelho esférico.
49
As bordas dos espelhos côncavos sempre curvam em direção à luz que se
aproxima. Esses espelhos têm o seu centro de curvatura C e F o ponto focal
localizado à esquerda do vértice como visto na figura 23a.
50
3.2.11 Raios.
A figura 25 mostra o desenho de três raios apropriado para localizar um ponto
da imagem corresponde a um determinado ponto do objeto.
51
3.2.12 Fórmulas do espelho
Um procedimento útil para localizar imagens mediante construção geométrica é
o diagrama de raios. No lugar de métodos gráficos, podemos utilizar fórmulas
para localizar a imagem. O diagrama de raios de luz pode ajudar determinar a
localização e tamanho aproximado da imagem, mas não fornecem informações
numéricas sobre a distância e tamanho da imagem. Para obter esse tipo de
informação numérica, é necessário utilizar a “equação dos fabricantes de
lente”. Esta equação expressa a relação quantitativa entre a distância do
objeto, a distância da imagem e a distância focal.
52
Utilizando a regra dos sinais de modo apropriado, ela se aplicará não somente
a espelhos mas também a superfícies de refração esféricas e a lentes. Na
aplicação destas regras chamamos a frente do espelho, onde somente podem
ser formadas imagens reais – de lado R ( real ) do espelho; a parte de trás do
espelho – onde somente podem ser formadas imagens virtuais – de lado V
( virtual ) do espelho. Assim, devem ser associado positivo com real, lado R e
vertical para cima; negativo com virtual, lado V e imagem invertida. Esta
convenção de sinal deve ser usada em conjunto com a figura 26 e a equação
1 / o + 1 / i = - 2 / r.
3.1.13 Ampliação da imagem.
A figura 27 mostra um desenho a partir do qual a ampliação – razão entre a
altura da imagem hi e a altura do objeto ho pode ser determinada. Por
construção geométrica os lados dos triângulos VOP e VIP são proporcionais;
os ângulos θ1, θ1’ e α são iguais,. Assim,
hi / ho = i / o , m = i / o
53
Exemplo
No caso de um espelho que permita ver a imagem do seu próprio rosto
aumentada duas vezes, por exemplo, a uma distância de 50cm, que tipo de
espelho você deve utilizar e qual deve ser o raio de curvatura?
Solução
O espelho deve ser esférico côncavo, figura 28a. O espelho convexo não
produz uma imagem maior do que o objeto real, figura 28b. Um espelho
côncavo só pode produzir uma imagem direta quando a distância entre ele e o
objeto é menor que a distância focal.
Cálculos:
1 1 1 1 1 1 i 50 o
m 2
o i f o 50 o f o o
50 o(50 o) o 2o
50 o 2o o cm f
3 50 2o o
100
f 2o f cm
3
54
3.2.14 Formação de imagem com lentes
Assim como a lei da reflexão determina as propriedades de imagem dos
espelhos, a lei de Snell da refração determina as propriedades de imagem das
lentes. As lentes são essencialmente elementos de controle de luz, usados
principalmente para a formação de imagem com luz visível, mas também para
a luz ultravioleta e infravermelha..
3.2.15 Função de uma lente
Uma lente é um sistema óptico limitado por duas superfícies refratoras. Em
geral a lente é um meio transparente, algum tipo de vidro, com superfícies de
formato esférico. O raio de luz incidente em sua superfície é refratado, se
propaga através da lente e é refratado na interface posterior de acordo com a
lei de Snell . A figura 29 mostra isto, raios refratados de OP formam a imagem
O’P. A construção do diagrama de raios e fórmulas da lente utilizados aqui
baseiam-se na ótica Gaussiana, assim como é para os espelhos.
55
A figura 30 ilustra a formação de imagem pela refração da luz numa superfície
esférica que separa dois meios de índice de refração n1 ( atmosfera ) e índice
de refração n2 ( lente ). Podemos obter a equação que relaciona a distância da
imagem e a distância do objeto à superfície da lente, o raio de curvatura e os
índices de refração – Pela lei de refração de Snell, n1sin1 = n2sin2 .
Por construção geométrica 21
Considerando pequenos ângulos s / o; s / i; s / r.
Assim: n11 = n22 ; 2
n11 = n2
com: 1n1 ( n2 n1 n1 n2 n2
n1n2 n1 n2 s / r n2n1n2s / r n2s / i
A equação é: n2n1r n1 n2i.
Podemos utilizar, nesta equação, a habitual convenção de sinais. Note que no
fenômeno da refração, quando o objeto está a esquerda, as imagens reais se
formam a direita da superfície.
Podemos utilizar esta equação para calcular a profundidade aparente de um
ponto de referência do fundo de um tanque com água.
Neste caso, a superfície refratora é plana, o raio de curvatura é infinito e as
distâncias estão relacionadas da seguinte forma:
n1 n2i i n2 n2 ) o
O sinal negativo indica que a imagem é virtual e está do mesmo lado da
superfície refratora que o objeto.
3.2.16 Lentes
Se a espessura da lente não é negligenciável em comparação com os raios de
curvatura de suas superfícies, o método gráfico e fórmulas de imagem da lente
não é simples. Programas de computador são muitas vezes desenvolvidos
para detectar os raios através das lentes ou fazer cálculos de superfície por
superfície.
Se a espessura t da lente, figura 31, for pequena em comparação com os raios
de curvatura de suas superfícies, pode ser descrita como uma lente delgada,
fina. A equação n2n1r n1 n2i simplifica o cálculo da posição
final da imagem.
Para isto, calculamos a refração em cada superfície separadamente.
Considere uma lente de vidro, com índice de refração n, tendo o ar como meio
externo, figura 31. Os raios de curvaturas de suas superfícies dados por r1 para
a primeira interface e r2 para segunda interface. Para um objeto à distância o
da primeira superfície, a equação n2n1r n1 n2 x dá, para a
distância da imagem:
56
A menos que a lente seja exageradamente espessa em geral esta imagem não
se forma. A luz é refratada na segunda superfície, figura 31.
57
3.2.17 Tipos de lentes
Convergência em lentes
A figura 32, mostra várias formas comum de lentes finas ou delgadas. As três
primeiras lentes são mais espessas no centro do que nas bordas e são
descritas como lentes convergentes ou positivas. Essas lentes dão origem a
distâncias focais positiva. As últimas três lentes são mais finas no centro que
nas bordas e são descritas como lentes divergentes ou negativas. Estas lentes
dão origem a distâncias focais negativa.
58
Para os espelhos, só há um único ponto focal para cada superfície, a luz
permanece sempre do mesmo lado do espelho. Simetricamente em cada lado
da lente, existem dois pontos focais. Os esboços na figura 34 mostram os dois
pontos focais.
59
Note que a lente positiva, figura 35a, forma uma imagem real, enquanto a lente
negativa forma uma imagem virtual, figura 35b.
Uma importante propriedade de imagens geradas por superfícies refletoras ou
por superfícies refratoras é que a imagem gerada por uma superfície ou um
dispositivo óptico pode servir como objeto para a formação de outra imagem
em uma segunda superfície ou dispositivo.
No caso simples de um microscópio ( ou telescópio ), utilizamos sempre a
fórmula dos fabricantes de lentes a cada uma das lentes. A objetiva tem, como
se mostra no diagrama da figura 36, um objeto real em O e uma imagem real
em X; a ocular tem um objeto real em X e uma imagem virtual em I.
Exemplo
Um microscópio composto consiste de uma objetiva e uma ocular com
distâncias focais 0,6 e 2cm, respectivamente. A imagem de um objeto a 5/8
de centímetros da objetiva é vista à distância mínima de visão distinta ( 25cm ).
Qual o aumento do sistema e a distância de separação das lentes.
60
Solução
Num problema simples de microscópio, telescópio a fórmula das lentes é
utilizada sempre a cada uma delas em seguida. A objetiva tem como está
mostrado no diagrama, figura 37, um objeto real O e uma imagem real em X.
Cálculos:
1 1 1
x = 15cm
5 8 x 0.6
A ocular tem um objeto real em X e uma imagem virtual em I
1 1 1
ou o’ = 1,85cm
o' 2 25
A separação das lentes é x + o’ = 16,85cm
x 15
O aumento linear da objetiva é m1 = 24
o 58
y o' 25 1
O aumento angular é M = 13
y 25 o' 2
O aumento total do sistema é m1 x M = - 324
Telescópios
O telescópio, figura 38, segue a mesma finalidade dos microscópios; aumentar
o que se deseja observar. Em ambos a imagem gerada pela objetiva é vista
através da ocular. A diferença essencial é que o telescópio é usado para ver
objetos situados a grandes distâncias
61
Exemplo
Uma lente telescópica simples consiste de uma lente convergente de distância
focal de 20cm seguida, à distância de 20cm, por uma lente divergente de
distância focal –10cm. Qual deve ser a posição do “screen” para receber a
imagem final se o objeto está a 100cm da primeira lente?
Solução
Na ausência da lente negativa, o objeto O produziria uma imagem real em X, à
distância x da lente, figura 39.
Cálculos:
1 1 1
x = 25cm
100 x 20
Os raios nunca alcançam X devido a presença da lente divergente. Desta
forma X funciona para esta lente como um objeto virtual, gerando uma imagem
real em I. A distância do objeto é 20cm – 25cm = - 5cm.
1 1 1
i 10 cm
5 i 10
A objetiva gera uma imagem real de objeto distante nas vizinhanças do seu
segundo ponto focal, que coincide com o primeiro ponto focal da ocular.
62
O Olho
A córnea e o cristalino, em conjunto, focalizam a imagem na retina. A
quantidade de luz que atinge a retina é controlada pela íris, que regula o
tamanho da pupila.
Quando o objeto muda a sua distância em relação à lente, entram em ação os
músculos ciliares, que alteram as curvaturas das faces do cristalino, a imagem
continua a formar-se sobre a retina.. Este mecanismo de ajuste da imagem
sobre a retina é conhecido como acomodação visual.
Quando o objeto se situa muito afastado do olho, objeto no infinito - ponto
remoto PR, o foco-imagem da lente coincide com a retina. Esta situação
corresponde ao estado de repouso do olho, isto é, à ausência de tensão nos
músculos ciliares; portanto, o objeto é observado sem esforço visual. Este fato
justifica o conforto da contemplação de ambientes á distância.
Quando o objeto é aproximado da vista, o músculo ciliar se contrai aumentando
a curvatura do cristalino e diminuindo a distância focal do sistema, a imagem
permanece projetada na retina. O ponto mais próximo da vista em que o
cristalino ainda consegue focalizar a luz na retina é conhecido como ponto
próximo PP. Em geral o ponto próximo é cerca de 25mm.
Quando, na vista relaxada, as imagens de objetos distantes formam-se atrás
da retina, diz-se que há hipermetropia. O defeito é corrigido com uma lente
convergente; quando a imagem do objeto é focalizada antes da retina, há
miopia. O defeito é corrigido com uma lente divergente, figura 41.
63
Exemplo
No caso de um individuo só poder ver distintamente a olho nu objetos entre
75cm e 200cm dos seus próprios olhos. Que tipo de óculos precisa a fim de
enxergar tanto objetos distantes como objetos a 25cm?
Solução
O indivíduo só pode enxergar até 75cm. Mas precisa enxergar até 25cm. Para
correção deste defeito, precisa de uma lente que, recebendo a luz de um objeto
afastado 25cm, vai convergi-la o suficiente para que ao olho atrás da lente, ela
pareça provir de um objeto a 75cm de distância.
Com o objeto a 25cm de distância, a lente produzirá uma imagem virtual à
distância de 75cm.
Cálculos
Para o caso representado na figura 42a – Pela fórmula das lentes:
1 1 1 1 1 1
f 37,5cm
o i f 25 75 f
Para o caso representado na figura 42b a lente necessária é a que produz, de
um objeto no infinito, uma imagem virtual a 200cm.
1 1 1
f 200cm
200 f
Os óculos são bifocais, a parte superior de cada lente sendo a lente divergente
e a parte inferior sendo a lente convergente.
64
UNIDADE 4 Óptica ondulatória
65
4.2 Interferência, difração e polarização
4.2.1 Coerência
Se as ondas que provêem de duas fontes de ondas se encontram em um ponto
do espaço, interferirão, reforçando-se ou anulando-se, segundo a diferença
entre os caminhos percorridos por cada uma delas. A amplitude da onda
resultante é a soma das amplitudes de cada onda e a onda resultante exibe o
que denominamos interferência de ondas. Para que a figura de interferência
seja estável, é necessário que as duas fontes:
Produzam vibrações de igual freqüência
Estejam em fase ou tenham uma diferença de fase constante ao transcorrer
o tempo.
Atendidas estas condições se diz que as fontes são coerentes. Estas
condições se realizam facilmente para fontes mecânicas; por exemplo, as duas
pontas de um diapasão que produzam ondas em uma cuba de água. No
entanto, esta condição não se realiza para duas fontes pontuais luminosas
distintas. O fenômeno da interferência ocorre quando um feixe de luz é dividido
em duas partes e depois recombinado. A figura 1 ilustra a recombinação de
duas ondas em um ponto sobre o “screen”.
Nota: – As figuras são apenas ilustrações e estão fora de escala.
As franjas escuras são geradas por ondas defasadas de meio comprimento de
onda – Interferência destrutiva. A recombinação das ondas refletidas em fase
gera as franjas claras – Interferência construtiva.
66
A figura 2 representa duas ondas com o mesmo comprimento de onda a
mesma freqüência a mesma amplitude A e diferença de fase constante. São
precisamente estes tipos de ondas denominadas de ondas coerentes. No caso
do esquema da figura 60 a distância do foco ou da origem destas ondas são
distintas e as chamaremos de d1 e d2.
Assim, uma onda é 1 sint - k d1) e a outra 2sint - k d2).
67
Os sítios onde este co-seno modulador é nulo, são aquelas para os quais a
condição k( d2 – d1) / 2 = ( 2n + 1 )2é verificada.
A amplitude é sempre zero, independentemente do tempo. Estes pontos que
nunca apresentam amplitude são chamados nodos e as linhas que os unem de
líneas nodais. Um exemplo de interferência destrutiva está representado na
figura.4.
68
4.2.2 Difração
É possível descrever o fenômeno da difração pelo princípio de Huygens. Nesse
princípio, “quando pontos de uma abertura ou de um obstáculo são atingidos
pela frente de onda eles tornaram-se fontes de ondas secundárias que mudam
a direção de propagação da onda principal, contornando o obstáculo”
O Principio de Huygens provê um modelo para interpretar este comportamento.
Huygens considerou o avanço de uma crista da onda como sendo um ponto de
origem para pequenas ondas secundárias circulares que se expandem com a
velocidade da onda. A superfície tangente a estas ondas secundárias ou
“wavelet” determina o contorno do avanço da onda, figura 5. Imagine que em
um determinado momento, cada ponto da frente de onda possa ser
considerado como o ponto de inicio de outra onda esférica (wavelet).
69
A difração de Fresnel ocorre quando a figura de interferência formada pela
difração destas ondas é observada nas vizinhanças da sua origem.
No caso da difração de Fraunhofer o “screen” ou a tela de projeção utilizada
para observar o fenômeno da difração é muito afastado da fenda. A condição
para os mínimos da figura de difração é:
a sin m , m 1,2,3,...
onde: é o ângulo de desvio da luz, o comprimento de onda e a a largura da
abertura da fenda.
A amplitude da onda sobre pontos no “screen” é:
sin a sin
E Eo , com
70
A amplitude da onda em qualquer ponto da tela de projeção é obtida com a
integração desta expressão ao longo de toda fenda. Para simplificar, definirmos
uma nova variável:
a sin
sin
Assim, A Ao
e, portanto,
a sin m
I o sin 2
I
2
71
Exemplo
Calcule o módulo do campo elétrico e a intensidade luminosa no centro de
simetria da figura de difração formada por uma fenda simples na condição de
Fraunhofer.
Solução
Neste caso, 0 ,
sin I sin 2 a sin
A Ao ; I o 2 onde
sin
lim 1. Assim E Eo ; I I o
0
72
A única fonte de luz está localizada em S0, figura 10. A luz passa através de
duas janelas estreitas em S1 e S2. ( Uma única fonte de luz é necessária
porque as ondas de luz devem ter freqüência e fase idêntica. O feixe de luz é
considerado como de uma única cor ). Cada uma das fendas atua como uma
fonte de ondas circular em expansão. Os pontos de interseção de duas cristas,
uma de cada onda secundária, são pontos de interferência construtiva. O ponto
de interseção de uma crista de uma onda e uma depressão de outra é um
ponto de interferência destrutiva.
Para entender melhor como esses pontos são gerados, a figura 11 mostra raios
com origem em duas fendas direcionados para o ponto P no “screen”.
73
Na interferência com fenda simples, determinamos os ângulos em que se
formam franjas escuras. De forma análoga, é possível determinar para que
ângulos de desvio se formam no “screen” ou tela as franjas claras.
Se a diferença de caminho for um número inteiro de comprimentos de onda,
então ocorre a interferência construtiva. Se os caminhos diferem de um número
inteiro de metade dos comprimentos de onda, ocorre interferência destrutiva.
Utilizando n para representar qualquer número inteiro, os dois casos podem ser
escritos da seguinte forma:
Ao sin 2
2
2d sin
2
A 2 1 cos
2
A condição de máximo é:
2d sin
2n n 1,2,3...
A condição de mínimo é:
2d sin
2n 1 n 1,2,3...
74
Exemplo
Na experiência de Young com duas frestas, usando-se luz de comprimento de
onda = 5.5 10-7m, a franja brilhante de ordem zero do padrão de
interferência situa-se no centro da tela de observação. Quando um filme fino de
material transparente e índice de refração 1.45 é colocado sobre uma das
frestas, a posição central passa a ser ocupada pela franja brilhante de quarta
ordem.
Determine a espessura do filme.
Solução
Quando ambas as frestas estão descobertas, figura 12, a posição sobre a tela
“screen” da franja brilhante de ordem zero está no ponto O eqüidistante de S1 e
S2. Neste ponto, as ondas originadas em S1 e S2 estão em fase por terem
percorrido distâncias iguais.
Quando a fresta S1 é coberta pelo filme de espessura desconhecida d e índice
de refração n, a luz que atravessa o filme percorre um trajeto óptico de
comprimento nd.
Nota: o comprimento óptico de um trajeto de luz, definido como o comprimento
geométrico vezes o índice de refração do meio no qual a luz se propaga,
equivale à distância que a luz teria percorrido no vácuo.
O comprimento óptico nd = c l / v, onde v é a velocidade da luz no meio. Mas
a luz propaga-se neste meio com velocidade constante, e, portanto l / v = t,
onde t é o tempo empregado pela luz para percorrer o trajeto.
nd ct nd lo
4 4 5,5 10 7
d m 4,98 10 6 m
n 1 0,45
75
4.2.4 Redes de difração
Em geral uma rede de difração consiste de um grande número de fendas ou
ranhuras igualmente espaçadas produzidas numa placa de vidro. Este
importante dispositivo é útil na análise da luz, figura 13 . O padrão de difração
da rede ou grade de difração pode ser entendido utilizando resultados para
difração de dupla fenda.
No caso de uma grade de difração com N ranhuras ou fendas,
A sin N 2nd sin
NA o cos ,
n 0
Exemplo
Ondas planas monocromáticas de comprimento de onda 600mm incidem
normalmente sobre uma rede de difração com 500 ranhuras por mm.
Determinar os ângulos de desvio da primeira, segunda e terceira ordem.
Solução
O comprimento de onda da luz é 600mm 6 10 5 cm
A constante de grade é: g 500mm1
1
d mm d 2 10 4 cm
500
Ângulo de desvio correspondente a primeira ordem, m = 1
m 6 10 5
sin 4
0.3 sin 1 0.3 17.5o
d 2 10
76
Ângulo de desvio correspondente a segunda ordem, m = 2
m 12 10 5
sin 0.6 sin 1 0.6 36.9 o
d 2 10 4
m 18 10 5
sin 0.9 sin 1 0.9 64.1o
d 2 10 4
Difração e resolução
A figura 8 representa a difração na condição de Fraunhofer produzida por uma
fenda simples. Podemos observar esta figura de difração utilizando uma fenda
estreita e um laser. Recorde que largura do máximo central depende da razão
entre o comprimento de onda da luz e a largura da fenda. Quanto mais estreita
for a fenda, mais largo é o máximo de difração. Calculamos também o ângulo
entre o raio dirigido para o primeiro mínimo e o máximo central de difração em
função da largura da fenda a e do comprimento de onda : sin .
a
77
Nota adicional
De acordo com o princípio de Huygens, devem ser somadas as contribuições
das ondas originadas de todos os pontos no interior da abertura, de modo a ser
obtida a amplitude resultante. Cada onda secundária contribui com coskrdA ,
onde r é a distância representada na figura 15 e dA é o elemento de área no
interior da abertura circular.
J 2
2
I Io 1 , onde ka sin
4
78
Na abertura circular, o primeiro mínimo ocorre para J 1 x 0 . Como
representado no gráfico da figura 16, a função de Bessel tem seu primeiro zero
em x 3.84 . Assim, min 2 3.84 ; ka sin min 2 3.84 ; sin min 1.22 .
a
Poder de resolução
Um microscópio óptico de alto poder utiliza uma lente objetiva com pequena
distância focal. O objeto a ser ampliado é ajustado próximo ao foco da lente.
79
Pela equação sin 1.22 , quando dois objetos estão no limiar de separação
a
devem ter uma separação angular dada por R sin 1 1.22 . Como os ângulos
a
envolvidos são pequenos podemos substituir sin R por R em radianos
R 1.22 .
a
Num microscópio, é de interesse a distância mínima de resolução entre dois
f
pontos. Seja esta distância d min . Então, d min R f ; d min 1.22 .
a
nformação adicional
Redes de difração e poder de resolução
Se a luz não é monocromática, são geradas imagens das ranhuras da rede ou
grade para distintos comprimento de onda. Diversos espectros são produzidos
correspondente às ordens m = 1, 2, ...Assim, é requerido que uma rede de
difração produza uma separação entre os comprimentos de onda tão grande
quanto possível, apresente grande dispersão. A dispersão de uma rede de
difração é definida por: D , figura 19.
d
d cos d md
m
d d cos
Podemos reescrever o quociente destas grandezas diferenciais como o
quociente de pequenas variações de e da seguinte forma:
m
d cos
80
m
Assim, a dispersão de uma grade é: D
d cos
Para separar linhas do espectro, correspondente a comprimentos de onda
muito próximos, é importante que a largura de cada linha seja tão estreita
quanto possível. Podemos dizer que, neste caso, a grade de difração possui
elevado poder de resolução.
Definimos poder de resolução da seguinte forma: R , onde é o valor
,
médio do comprimento de onda de duas linhas espectrais próximas, no limite
de resolução para qual a diferença de comprimento de onda é .
Considerando uma grade de difração com N fendas, na condição de Frauhofer
ou então com uma tela situada no plano focal de uma lente condensadora,
como mostra a figura 19, os pontos onde ocorrem os máximos de interferência
m
são dados pela equação: sin para m 1,2,3,...
d
Note que d é a distância entre duas fendas ou ranhuras consecutivas. Com as
N fendas consideradas esta condição deve ser cumprida para dois raios com
origem em duas das fendas adjacentes. Aumentando o número N de fendas,
um ponto de máximo na tela é iluminado por um maior número de ondas
aumentando os efeitos da interferência destrutiva nas vizinhanças deste ponto
de máximo. Assim, quanto maior o número N de fendas menor é a largura de
cada franja de interferência.
A diferença de fase entre duas ondas originadas de duas ranhuras adjacentes
é: 2 / N e a diferença de trajeto L / N .
Sendo o espaço angular que subtende a largura da franja central,
L d sin e sin / Nd é a largura da franja central.
Pequena variação de comprimento de onda, de a , produz uma
variação do ângulo de difração de a , então:
m
diferenciando sin e a expressão que dá a diferença de fase entre dois
d
2d sin
raios adjacentes , obtém-se: d cos d md e
2d cos d 2m 2m
d . Assim, 2 / N
81
Exercício
o
A luz amarela de sódio, que consiste de dois comprimentos de onda 5890 A
o
e 5896 A , incide normalmente sobre uma grade de difração com 1500
linhas por centímetro. Que separação angular é observada entre as duas linhas
no espectro de segunda ordem e sob que condições elas serão vistas
separadamente?
Solução
A fórmula da grade é, na notação usual, d sin m ou sin gm onde,
g é a constante de grade.
1
A constante de grade é: g 1500cm 1 d cm
1500
Com, sin gm , uma pequena variação de comprimento de onda, de a
, produz uma variação do ângulo de difração de a , então:
cos d mgd
mgd mgd 1 1500cm 1 6 10 8 cm
d , d
cos 1 m 2 p 2 2 1 12 1500 2 cm 2 58932 10 16 cm 2
9 10 5
d 9.04 10 5 rad
0.9961
O poder de resolução da grade é R mN , onde N é o número total de
ranhuras da grade de difração. Desta forma, mN ou N . Para o
d md
espectro de primeira ordem da grade,
5893 10 8 cm
N 982ranhuras
1 6 10 8 cm
Se a grade for suficientemente larga para conter 982 ranhuras, as linhas
amarelas de sódio serão separadas em primeira ordem.
82
4.3.1 Polarização da luz
Em qualquer instante de tempo, uma onda de luz ou uma onda eletromagnética
consiste de campos E e B, mutuamente perpendiculares em cada ponto do
espaço. A direção de polarização é definida como a direção de E e o plano de
polarização é definido como o plano que contém E e a direção do feixe.
Portanto, a direção de B é perpendicular ao plano e polarização. A radiação
eletromagnética, na qual a direção de E é fixa, é chamada radiação plano-
polarizada. Para um feixe proveniente de uma fonte incoerente, a direção do
campo elétrico se move aleatoriamente, enquanto permanece perpendicular a
direção do feixe. Diz-se que esse feixe é não-polarizado.
4.3.2 Polarizadores
A maior parte das fontes de luz emite luz incoerente, não polarizada. Um feixe
de luz não polarizada pode ser polarizado, fazendo-o passar através do
chamado polarizador. Uma grade de fios finos paralelos funciona como um
polarizador para microondas, como é visto na figura 20.
83
Se os fios estiverem dispostos perpendicularmente ao campo E, figura 21a,
não haverá corrente induzida vertical. Não existirá radiação adicional e a onda
incidente não será perturbada.
O eixo de polarização é definido como sendo perpendicular aos fios. Se um
polarizador tiver seu eixo formando um ângulo com E , figura 22, emitirá um
campo formando um ângulo reto com o eixo de polarização.
1 1 1
I' I , I ' I cos 2 cos 2 cos
4 4 2
60 o 120 o
84
4.3.3 Polarização por Reflexão
Quando a luz não-polarizada é refletida numa interface plana, a superfície que
separa o ar do vidro ou o ar da água, por exemplo, a luz está parcialmente
polarizada. A polarização completa depende do ângulo de incidência e dos
índices refração dos dois meios.
Quando o ângulo de incidência é tal que os raios refletido e refratado são
perpendiculares, a luz refletida está completamente polarizada. Este resultado
foi descoberto por Brewster.
A figura 23 representa a luz incidente no ângulo de polarização p ( ângulo de
Brewster ) em que a luz refletida está completamente polarizada.
Lembre-se que o plano de incidência é o plano que contém a normal a
superfície e o raio incidente. Assim, na figura 23 os pontos referem-se a
polarização perpendicular e as setas curtas referem-se a polarização paralela.
É possível relacionar o ângulo de polarização p aos índices de refração. A lei
de Snell faz isto.. Sendo n1 o índice de refração do primeiro meio e n 2 o índice
de refração do segundo meio – Pela lei de Snell
n1 sinp = n2 sin 2
Exemplo
Se o índice de refração da água for 1.33, em que ângulo a luz refletida na
superfície desaparecerá totalmente, quando vista por alguém usando óculos
polaróide?
Resposta
n
tan p 2 tan p 1.33 , p 53o .
n1
85
horizonte, sua reflexão numa superfície de água parada poderá ser absorvida
pelos óculos.
Exercício
Calcule o ângulo de incidência da luz natural para que ocorra polarização total
por reflexão, em um cristal de índice de refração 1,5.
Solução:
Para que o raio de luz se polarize totalmente é necessário que:
n2
tan p tan p 1.5 p 56 o19 '
n1
Exercícios adicionais
01. Um fio de cobre longo e retilíneo, com área de seção reta circular 2.1mm2 ,
transporta corrente de 16 A . A resistividade do material é de 2.0 10 8 m .
Solução:
I
( a ) A lei de Ohm assegura que E ,
A
E
2.0 10 8
m 16 A
0.15V m .
2.1 10 6 m 2
dE d I 2 10 8 m
(b) 4000 A s 38V m s ;
dt dt A 2.1 10 6 m 2
Como 1 para o cobre, podemos considerar o .
ID 7.14 10 16 A
BD o o 2.38 10 21T
2r 2 0.060m
I o 16 A
BC o C 5.33 10 5 T
2r 2 0.060m
86
“A contribuição de I D para o campo B é de segunda ordem comparada com a
contribuição de I C ”.
Solução:
( a ) I C 1.80 10 3 A ; em t 0 q 0
q I C t 1.80 10 3 A 0.500 10 6 s 9.00 10 10 C
1 q 9.00 10 10 C
E 2.03 10 5 V m
0 A 8.854 10 C / Nm 5.00 10 m
12 2 2 4
2
V Ed 2.03 10 V m 2.00 10 m 406V
5 3
(b)
dE 1 dq dt 1 I C 1.80 10 3 A
4.07 1011V / m s
dt 0 A
0 A 8.854 10 12 C 2 / N m 2 5.00 10 4 m 2
(c)
jD o
dE
dt
j D 8.854 10 12 C 2 / N m 2 4.07 1011 V ms 3.60 A / m 2
I D j D A 3.60 A / m 2 5.00 10 4 m 2 1.80 10 3 A
I D IC
87
03. Considere o campo elétrico na direção x perpendicular a duas placas
condutoras, um capacitor. l é a distância entre as placas e Vo a diferença de
potencial. Calcule: ( a ) a densidade superficial de carga ; ( b ) o campo
elétrico E entre as placas.
Solução:
04. Dois espelhos coaxiais, separados pela distância de 32cm, têm suas
superfícies refletoras uma em frente a outra. Um dos espelhos é côncavo tendo
raio de curvatura 24cm mas o outro é desconhecido; o objeto está situado na
metade da distância entre eles. Qual o tipo do segundo espelho para que a
imagem gerada fique também localizada, na metade da distância entre os dois
espelhos?
Solução:
88
Imagem I 1 gerada pelo espelho côncavo
1 1 1 2
e, neste caso, o1 16cm , f1 12cm
o1 i1 f1 R1
1 1 1 1
i1 48cm
i1 12cm 16cm 48cm
O primeiro espelho forma uma imagem real em I 1 , mas os raios não alcançam
I 1 , e I 1 funciona como um objeto virtual em relação ao segundo espelho,
, onde o' 2 32 48cm 16cm e i' 2 16cm
1 1 1 2
o' 2 i ' 2 f 2 R2
1 1 1
0 f 2 , Neste caso o segundo espelho é plano.
16 16 f 2
Solução:
89
N1
2t
para 1 e N2
2t
para 2
1 n 2 n
2 400
N1 3 . Como N é um número inteiro de comprimentos de ondas
400 1.5
luminosas, não há luz refletida com intensidade. Note que, quando o meio além
da interface tem um índice de refração maior, como neste caso, há uma
mudança de fase de 180 o , a onda refletida é defasada de meio comprimento de
onda.
Assim, o comprimento da onda refletida do espectro visível fortemente
2t 2nt 2 1.5 400
intensificada é: N 480m
n N 2.5
90
Referências
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http://www.gigahertz-optik.de/?/571-1-properties-and-concepts-of-light-and-
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Geometrica/lentes/FormulasLentes.htm
http://mathworld.wolfram.com/letters/E.html
Outros textos
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Hesnick, Robert Halliday e Krane Kenneth, Física, Livros técnicos e
Científicos Editora S.A. Rio-RJ, 1996.
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S.A., Rio de Janeiro, 1981.
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1981.
P. Tipler. Física, Ed. Guanabara, Rio de Janeiro, 1980
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Purcell, E., Eletricidade e Magnetismo Curso de Física de Berkeley, São
Paulo – SP, Editora Edgard Blucher, 1973.
MacDonald, Simon G.G., Física Geral, Livro Técnico S.A., Rio de Janeiro, 1971
‘Physical Science Study Commitee, Física, Ed. preliminar, Brasília,
Ed. Universidade de Brasília, 1963-1964.
92
93