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A samaritana
Autor

Joel Duarte

Ilustrações

Joel Duarte

Diagramação

Henrique Gomes

Revisão

Josiane Teixeira

Rio de Janeiro, 2016

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Joel Duarte

A SAMARITANA
1ª edição

Rio de janeiro

Joel Alexandre Duarte

2016

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Sumário

Agradecimentos.................................................................. 11

Prefácio............................................................................... 16

Apresentação ...................................................................... 19

Parte I ................................................................................. 22

Parte II ................................................................................ 26

Parte III............................................................................... 29

Bibliografia......................................................................... 38

Sobre o Autor ..................................................................... 39

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Agradecimentos
“A Jesus, nosso Senhor e Salvador, e, aos amigos leitores que sempre
prestigiam minha obra, demonstrando paciência e solícito afeto pelo
meu humilde trabalho.”

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A SAMARITANA
Joe Duarte

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Prefácio

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iferentemente dos evangelhos sinóticos que nos
fornece uma visão geral do ministério de Jesus, o
Evangelho segundo escreveu João enfatiza a
proximidade de Cristo com as pessoas em entrevistas
particulares como é o caso da conversa com a mulher
estrangeira.

E é nessa passagem do Evangelho que o autor do livro A


Samaritana extrai verdades de suma importância para nossa
vida espiritual, sendo uma delas a fraternidade do Filho de Deus
em relação a todas as pessoas independente da sua etnia, raça
ou cor.

O conto A Samaritana é mais do que uma simples


interpretação literária da mensagem de aproximação e
solidariedade evangélica, é na sua mais pura significação uma
história de amor, pois Deus nos amou primeiro. E esse amor
não ficou só nas palavras. Pois podemos vê-lo, em todo seu
alcance, no encontro de Jesus com a samaritana naquela
memorável tarde.

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Quer saber por que o Salvador escolheu o caminho de
Samaria para chegar à Galileia? E como mais de setecentos
anos de preconceito racial e religioso que separavam os judeus
dos samaritanos foram vencidos?

Então leia A Samaritana.

Samuel Duarte

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Apresentação

N uma tarde ensolarada, próximo à região


montanhosa de Samaria uma mulher teve um
encontro inesquecível com o Filho de Deus! A
samaritana encontrou a Água Viva.

Conta o Evangelho de João que nosso Salvador parou em


um poço para descansar, enquanto seus discípulos foram
comprar comida. Momento depois apareceu uma mulher
samaritana que se espantou com a atitude de Jesus em conversar
com ela.

O encontro com o Messias em Sicar mudou a vida daquela


mulher. Num primeiro momento ela pensou que Cristo possuía
algum tipo de água miraculosa que saciaria a sede física
definitivamente. E ficou muito alegre com isso. Depois

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compreendeu que Jesus se referia à vida espiritual e que Ele era
o Messias enviado por Deus.

A mensagem central é a mesma, se você está sedento, Jesus


continua afirmando:

— Eu sou a água viva!

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Parte I

A samaritana
Já havia pedido três vezes ao seu companheiro para que
buscasse água; e nada. O homem só sabia dizer espere um
pouco e outras desculpas esfarrapadas e vazias. Ainda fez a
última tentativa e não viu nenhuma reação. Meia hora depois,
cansada da demora, a mulher largou o que estava fazendo e
decidida foi realizar a tarefa. Pegou a jarra de barro e saiu. Por
sorte a localização do poço não era longe de sua casa. Seria um
trabalho rápido.

Caminhava sob a claridade do astro rei que fulgurava acima


das montanhas rochosas da província de Samaria situada entre a
Judeia e a Galileia. Uma pequena trilha, cavada na mata rasteira
a levaria ao seu objetivo. Desviou-se de algumas reentrâncias e
pedras que pareciam haver sido coladas ali por alguém, com a
premeditada intenção de dificultar a passagem. O atalho estava
mais íngreme porque dois dias atrás uma chuva forte alterara o
seu desenho geográfico.

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Ia meditando que não era muito boa em relacionamentos e
amizades, talvez por isso, apenas o cântaro lhe fazia companhia
àquela hora do dia. Ou quem sabe seu companheiro Malaad
estava apenas esperando a temperatura ficar mais branda para
que o esforço físico não fosse tão intenso. Não ignorava que o
costume estava contra ela, porém, numa casa em que a
responsabilidade de cada um era definida de maneira justa,
onde cada integrante cumpria a sua parte, tudo bem. Só que, no
seu lar, não era assim. Era dela, praticamente, a
responsabilidade de todas as tarefas, inclusive o sustento da
casa. Por isso não achou nada demais adotar algumas variações
para o costume que determinava ser o abastecimento de água na
casa, papel feminino. Porém o seu companheiro discordava
veementemente dessa mudança de postura.

Mas eram apenas suposições e tentativas frustradas. O fato é


que agora sob os raios solares de Samaria, na cidade de Sicar,
pisando o chão de terra batida que no passado foi palco de
grandes aventuras, numa tarde que se parecia como outra
qualquer, ela se dirigia ao poço que nos tempos patriarcais o
venturoso Jacó presenteara a seu filho predileto José, uma das
maiores personalidades do Antigo Testamento. Um homem de
grandeza admirável que de escravo ascendeu-se a primeiro
ministro do Egito.

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A moça continuou. Enfim os seus pensamentos se perderam
dos patriarcas...

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Parte II

A alguns metros de distância, a samaritana diminuiu os


passos, desconfiada, ao perceber que havia alguém apoiado
sobre o lado esquerdo da proteção de pedra da fonte, debaixo
das folhagens de uma figueira.

Conforme se aproximava, notou que esse alguém não era


um dos seus conterrâneos e por fim a uma distância em que o
vestuário e o tipo físico eram inconfundíveis, ela reconheceu
surpresa se tratar de um judeu.

Um judeu, aproximadamente, de trinta e poucos anos, não


era muito alto. Magro, cabelos negros cumpridos á altura do
ombro, repartidos ao meio à moda dos nazarenos. Vestia uma
túnica azul por cima do seu roupão branco. Sua pele morena
revelava o gosto pela vida ao ar livre.

Quem era esse estranho? Quem era esse israelita? Quem era
esse homem? O que fazia ali sozinho? Estava esperando por
alguém?

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Será que marcara um encontro logo ali, onde iria apanhar
água? Será também que ele desconhecia a notória inimizade
entre os judeus e os samaritanos?

Séculos atrás, precisamente em 722 a.C quando parte da


Terra Prometida foi dominada pelo Império da
Assíria, Samaria, capital do reino do norte, ou seja, o antigo
reino de Israel, foi escolhida como cidade colônia. Ali o rei
Sargom a fim de, certamente, destruir o sentimento nacional
entre os conquistados, colocou um povoamento assírio,
trazendo pessoas da Babilônia e de Cuta e de outras províncias
longínquas. A atitude do soberano não agradou aos poucos
habitantes, remanescentes da escravidão e do domínio
estrangeiro e nem aos judeus que anos mais tarde voltaram do
cativeiro. O tempo passou e mesmo a assimilação dos costumes
e a formação de um novo idioma, o aramaico, uma língua
nascida da junção do hebraico com o assírio, não foram
suficientes para conseguir afastar dos judeus tradicionalistas, o
ódio racial e o preconceito contra os samaritanos.

Esses motivos que ao longo dos séculos foram cozinhados


com picuinhas diárias e inimizades que passavam de pais para
filhos, tornavam a convivência quase impossível entre esses
dois povos. Por isso, a samaritana naquela memorável tarde
estranhava a presença de um judeu nas terras do seu povo, junto
ao poço para o qual se dirigia.

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Parte III

Ela chegou à fonte sem falar absolutamente nada! Afinal o


que tinha a fazer era muito simples. Mais simples que tirar um
cochilo na rede.

Quando já se prontificava a encher o cântaro, ouviu:

— Você pode me dá um pouco de água?

A mulher que já estava irritada, não foi muito cortês com o


desconhecido. Só faltava essa... Já havia um imprestável em
casa, agora encontrar outro aproveitador. Por isso, neste
momento apenas as inimizades antigas moldaram sua voz.

— Como se atreve a falar comigo? Não sabe que nós somos


inimigos? Não sabe que eu sou samaritana?

Depois da resposta pouco hospitaleira, observou


atentamente o homem que não se importava com as barreiras
históricas e culturais. Ele parecia cansado, com fome e sem

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dúvida, sedento também, mas mesmo assim em seu olhar
habitava uma paz indizível. Um frescor de alma. Sua figura
tinha uma áurea imponente.

Deve ter sido por isso que as palavras da samaritana não


surtiram qualquer efeito naquele estranho judeu. Seu estado de
ânimo era proveniente de outra realidade, maior e superior à
realidade material.

O homem olhou ternamente a mulher aborrecida. Ele


conhecia o poder do cotidiano e da rotina sobre as pessoas e não
se importou com a forma ríspida pela qual foi tratado. E o
fundamental era que Ele não necessitava da cortesia alheia para
se sentir bem e nem das convenções sociais para estabelecer
qualquer relacionamento.

Olhando-a fixamente, revelou-lhe um precioso segredo


espiritual.

— Se você conhecesse quem te pede água, tu é que me


pedirias. E eu te daria água viva!

A mulher sorriu, duvidando das palavras do judeu:

— O poço é fundo e você não tem como tirar água do poço?


Como me daria água viva? É você por acaso maior do que Jacó,

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nosso pai, que nos deu esse poço? E dele bebeu seus filhos e
seus gados?

O judeu tornou a falar:

— Quem beber dessa água da qual me refiro jamais sentirá


sede! Pois essa água que eu dou é fonte a jorrar para vida
eterna!

A mulher percebeu que não estava diante de um estranho


qualquer, ele devia ser algum tipo de mágico. E logo a vontade
de ter aquela espécie de água foi lhe dominando por inteiro o
espírito.

Jamais tivera aquele sonho mirabolante de não precisar


mais beber água, mas não é que era muito bom mesmo?!
Deslizava num intenso contentamento. Sua tediosa e extenuante
rotina tornar-se-ia tranquila e agradável.

Mais simpática e satisfeita suplicou:

— Senhor! Dá-me dessa água para que eu nunca mais tenha


sede!

Jesus então retrucou:

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— Vai, chama o seu marido e volte aqui!

Ela ficou desconcertada:

— Eu não tenho marido!

— Falaste bem, não tenho marido, pois cinco maridos já


tiveste e esse que agora tem não é teu marido!

A revelação abalou o espírito da mulher. Ela nunca havia


visto aquele israelita! Como ele poderia saber da sua vida
particular. Será que estava diante de um homem de Deus?

— Senhor, vejo que tu és profeta! Nossos pais adoraram


nesse monte e dizem que devemos adorar em Jerusalém.

— Haverá um tempo que nem nesse monte, nem em


Jerusalém adorareis o Pai. Mas vem a hora e já chegou que os
verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e verdade,
por que são esses que o Pai procura como adoradores. Deus é
espírito; e importa que os seus adoradores o adorem em espírito
e verdade.

— Eu sei que há de vir o Messias, chamado Cristo; quando


ele vier, nos anunciará todas as coisas. — retrucou a ouvinte.

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Então, aconteceu a grande revelação, da qual ela jamais
esqueceria. A mulher samaritana não estava falando com um
simples judeu, com um profeta qualquer ou outra pessoa a mais
cujo nome era Jesus. Então ela ouviu profundamente abismada:

— Eu sou o Messias. Eu que falo contigo.

Ela não estava acreditando!

Nesse momento chegaram os discípulos de Jesus e ficaram


espantados ao ver o Mestre falando com uma mulher e ainda
por cima sendo samaritana, porém nada falaram.

Se antes era importante encher o cântaro de água do poço,


agora nada disso importava! Não aguentando mais de
expectativa e surpresa. Esquecendo-se de tudo. Deixou a água e
o cântaro e foi à cidade anunciar a maravilhosa descoberta.

Naquela tarde a cidade de Sicar pôde conhecer Jesus Cristo,


o Salvador do mundo.

As preocupações terrenas perderam o lugar prioritário na


vida daquelas pessoas, pois haviam descoberto algo muito,
muito valioso! Haviam achado um tesouro incalculável. Eles
descobriram as Boas Novas do Reino de Deus.

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A samaritana nunca mais foi a mesma, pois ela teve o
privilégio de encontrar a fonte eterna da água viva, o Filho de
Deus. O Salvador do mundo. Sua vida após aquela tarde se
tornou um pequeno afluente do mar infinito que é a poderosa
força divina nos transformando em pessoas melhores e mais
felizes. E por fim, nos libertando do jugo do pecado e da morte.

Você também pode ter um encontro com Jesus e


experimentar da água da vida. A Água que há mais de
dois mil anos vem saciando a sede de milhares de
pessoas no mundo inteiro

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Bibliografia
Dicionário Bíblico Wicliffe- Direção de Charles F. Pfeiffer;
Howard F. Voz; John Rea. Rio de Janeiro: CPAD, 2013

JOSEFO, Flávio. História do Povo Judeu. Rio de janeiro:


CPAD, 2016;

De Almeida, Ferreira João. A Bíblia Sagrada: Rio de


Janeiro: Imprensa Bíblica Brasileira, 1977.

Hörster, Gerhard Introdução e Síntese do Novo


Testamento. Curitiba-PR: Editora Evangélica Esperança, 1996.

SCHULTZ, Samuel J. História de Israel no Antigo


Testamento. Rio de Janeiro-RJ: Nova Editora, 2008

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Sobre o Autor
Joel Duarte é Escrito, Ilustrador e Autor Independente.

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