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PARABOLA DO BOM SAMARITANO

Autor: Renato Sampaio


Texto:Lucas 10:25-37
Chave: Lucas 10:33-35
“Certo samaritano, que seguia o seu caminho, passou-lhe perto e, vendo-o,
compadeceu-se dele. E, chegando-se, pensou-lhe os ferimentos, aplicando-
lhes óleo e vinho; e, colocando-o sobre o seu próprio animal, levou-o para uma
hospedaria e tratou dele. No dia seguinte, tirou dois denários e os entregou ao
hospedeiro, dizendo: Cuida deste homem, e, se alguma coisa gastares a mais,
eu to indenizarei quando voltar”.
Devocional:2 Coríntios 8:1-7
Hinos Sugeridos: 313 - 315 do Novo Cântico
Leitura Diária:
2ª Feira: Mt 5:21-25
3ª Feira: Tg1:19-27
4ª Feira: 2Co 9:6-9
5ª Feira: Tg. 2:14-26
6: Feira: Gl 6:1-5
Sábado: At 2:42-47
Domingo: 2Co 8:1-7

A história a seguir é sobre quatro pessoas. TODO MUNDO, ALGUÉM,


QUALQUER UM E NINGUÉM. “Havia um importante trabalho a ser feito e o
TODO MUNDO tinha a certeza de que ALGUÉM o faria; QUALQUER UM
poderia ter feito, mas NINGUÉM o fez. ALGUÉM se zangou porque o trabalho
era de TODO MUNDO. TODO MUNDO pensou que QUALQUER UM poderia
fazê-lo, mas, NINGUÉM imaginou que TODO MUNDO deixasse de fazê-lo. No
final, ALGUÉM culpou TODO MUNDO, quando NINGUÉM fez o que
QUALQUER UM poderia ter feito”. (Autor Desconhecido)

Esta é uma interessante ilustração que traduz a realidade do nosso dia a


dia e, principalmente, sobre o trabalho da Igreja do Senhor Jesus. Infelizmente,
o personagem NINGUÉM tem feito grande parte do serviço que todos deveriam
fazer. A Parábola do Bom Samaritano é uma proposta contrária à tendência
que nós temos de transferir para o outro a responsabilidade pessoal.
Encontramos importantes deveres que o cristão tem em relação ao próximo
nestas palavras proferidas por Jesus

1 – Preservando a Vida

A distância entre Jerusalém e Jericó era de 27 quilômetros e nos tempos


de Cristo esta estrada era muito declinada e rochosa, além de ser perigosa
para os peregrinos. Então, esse homem descia de Jerusalém para Jericó
quando uma um evento trágico lhe afligiu. Ele caiu nas mãos de assaltantes, e
estes lhe espancaram, tiraram suas roupas e o deixaram moribundo,
semimorto.

Devemos preservar vidas ao invés de destruí-las como fizeram aqueles


salteadores (v.30). Podemos não usar uma arma letal, nem tampouco ter a
intenção de dar cabo à vida do outro, mas nossas atitudes se assemelham as
dos salteadores em determinadas situações. Veja o que Jesus disse em
Mateus 5:22: “Eu, porém, vos digo que todo aquele que sem motivo se irar
contra seu irmão estará sujeito a julgamento; e quem proferir um insulto a seu
irmão estará sujeito a julgamento do tribunal; e quem lhe chamar: Tolo, estará
sujeito ao inferno de fogo”. Willian Hendriksen diz que todo homicídio é
precedido pela ira pecaminosa. Frequentemente nos esquecemos deste
princípio que Jesus nos ensina e não consideramos a gravidade do problema.

Precisamos ficar atentos para que nossas atitudes não sejam iguais as dos
salteadores, mas pelo contrário, devemos agir procurando preservar a vida e
fortalecer cada vez mais os relacionamentos..

2 - Sensibilidade

Segundo os versos 31 e 32, passam pelo caminho desse homem dois


religiosos: Um sacerdote e um levita. Eles eram pessoas que tinham
compromissos com as coisas de Deus e no momento que os caminhos se
cruzaram eles não puderam parar para atender o moribundo, então resolveram
passar de largo e não socorrê-lo.

Muitas questões surgem com relação aos motivos que levaram o


sacerdote a negar socorro. Ele era um líder religioso, tinha uma lei a cumprir, e
não poderia chegar nem mesmo perto de um cadáver. Se ele o tocasse, teria
que se submeter a uma cerimônia de purificação se expondo ao ridículo.
Talvez para evitar este constrangimento o sacerdote evitasse prestar socorro.

Parece que sacerdote e o levita eram vítimas de um sistema ético


teológico movido por regras, por um sistema codificado de “faça” e “não faça”.
Esse sistema religioso pode ter impedido esses homens religiosos de estender
as suas “santas mãos” em prol do necessitado. No ponto de vista do sacerdote
e do levita, eles tinham tarefas religiosas a serem cumpridas e coisas bem mais
importantes e interessantes para serem feitas do que acolher alguém que foi
extorquido, abusado, ferido que cruzou os seus caminhos. Então os religiosos
seguem adiante. Indiferença, negligência, insensibilidade são palavras que
definem o momento.

Em Tiago 1:27 está escrito que “a religião pura e sem mácula, para com o
nosso Deus e Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações...”.
Veja que Tiago defende que o verdadeiro cristianismo cuida de pessoas, não
cuida de infraestrutura. O que tem acontecido é que estamos tão preocupados
com as “coisas de Deus” e esquecemos de pensar no Deus de todas as coisas.
Nosso chamado é também em direção ao próximo, portanto, devemos ter
sensibilidade para percebermos os necessitados que estão ao nosso redor.

3 – Altruísmo

Finalmente no verso 33, Jesus diz que um samaritano ajuda aquele homem a
quem o sacerdote e o levita haviam recusado o socorro. O samaritano para o
judeu era um ser desprezível. Ele não frequentava a sinagoga, não devolvia o
dízimo nem tampouco fazia oferta. Não conhecia as escrituras judaicas, não
eram herdeiros, eram considerados marginais. Para os judeus o samaritano era
qualquer um. No entanto, foi esse homem desprezado que fez o que Qualquer
Um poderia ter feito.

É interessante observar algumas atitudes desse samaritano:

1) O samaritano mostrou habilidade em lidar com os ferimentos, aplicando


óleo, vinho e atando as feridas, cuidando do paciente. O vinho servia para fazer
a assepsia da ferida, o óleo para suavizar e a atadura para proteger. Essa
atitude nos mostra como devemos tratar as pessoas que estão feridas ao
nosso redor.

2) Ele não praticou esse ato esperando algo em troca, ele poderia até ter
pedido ao ferido lhe pagasse a dívida depois que fosse curado, mas não o fez.
O samaritano nem ao menos sabia se o ferido iria agradecer. Essa atitude nos
faz refletir sobre a motivação que temos para o trabalho cristão. O cristão deve
trabalhar com zelo independente se o trabalho vai lhe render alguma coisa, vai
trazer algum benefício, reputação, recompensa, reconhecimento e lucro.

3) O samaritano era um sujeito cuja vida demonstrava uma conduta moral


justa, pois se assim não fosse, ele não teria crédito com o dono da hospedaria.
Ele era um homem em quem o hospedeiro podia confiar. “cuida desse homem
e se alguma coisa gastares a mais, eu to indenizarei quando voltar” (v.35 b)
sua palavra tinha valor.

Em 2 Coríntios 8:1-7 temos um rico exemplo de uma igreja que agia de forma
altruísta. Assim como a igreja da Macedônia, o samaritano não mediu
esforços, agiu altruisticamente para atender a necessidade alheia, em
contraste com as atitudes totalmente egoísticas dos anteriores.

Conclusão

Para o judeu, a palavra “próximo” tinha um significado muito limitado.


Aquelas pessoas que não se encontravam dentro do circulo étnico não
poderiam ser consideradas o seu próximo. Após essa lição Jesus se volta para
o mestre da lei e pergunta qual daqueles três seria o próximo do homem que
foi açoitado pelos assaltantes. O doutor responde: “o que usou de misericórdia
para com ele” (v.37). Jesus elimina os limites que havia na mente do doutor
quanto à consideração sobre o próximo.

Na concepção cristã, o nosso próximo não está limitado à nossa família,


nossas amizades, nossa raça. Nosso próximo é todo aquele que necessita de
auxílio. Olhemos ao nosso redor, vejamos quantos necessitados, abandonados
e carentes à beira da estrada, destruídos pelo pecado, assaltados pelo mal.
Observemos o exemplo do samaritano e atendamos à recomendação de Jesus
“... Vai e procede tu de igual modo”. “Levai as cargas uns dos outros e, assim,
cumprireis a lei de Cristo” (Gl 6:2).

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