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Departamento de Engenharia Civil e

Ambiental
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DISCIPLINA DE TOPOGRAFIA
Apostila Parte 1
Base Teórica e Exercícios
ENG1208 – Topografia (Engenharia Civil e Ambiental / DEC)

CIV1301 - Topografia na Arquitetura (Arquitetura e Urbanismo / DAU)

Apostila (Revisão 6.0)


1º SEMESTRE DE 2021

Professor JORGE LUCAS FERREIRA


Engenheiro Civil
Mestre em Engenharia Urbana e Ambiental
Técnico em Construção de Estradas
Cel. 21-98221-8886 / 21-96932-1367
E-mail: jorge_lucas@puc-rio.br / topo.puc.rio@gmail.com
Apostila de Topografia - Base Teórica e Exercícios

ÍNDICE

CAPÍTULO I

APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

1- INTRODUÇÃO
2- OBJETIVO
3- EMENTA
4- CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
5- MATERIAL A SER UTILIZADO
6- BIBLIOGRAFIA
7- AVALIAÇÕES, CRITÉRIOS E DATAS

CAPÍTULO II

AGRIMENSURA

1- GEODÉSIA (Básica e Superior)


2- INSTRUMENTOS TOPOGRÁFICOS E GEODÉSICOS
3- METODOLOGIA DE MEDIÇÕES E LOCAÇÕES
4- TOPOGRAFIA
5- ELABORAÇÃO DE PLANTAS TOPOGRÁFICAS

CAPÍTULO III

CARTOGRAFIA

1- GEODÉSIA (Básica e Superior)


2- AEROFOTOGRAMETRIA
3- SENSORIAMENTO REMOTO
4- TOPOGRAFIA

CAPÍTULO IV

TOPOGRAFIA

1- DESCRIÇÃO
2- TOPOMETRIA – (PLANIMETRIA E ALTIMETRIA)
3- TOPOLOGIA
4- PLANTA TOPOGRÁFICA
5- OPERAÇÕES TOPOGRÁFICAS
6- LEVANTAMENTO TOPOGRÁFICO
7- PLANO TOPOGRÁFICO
8- COORDENADAS TOPOGRÁFICAS
9- UNIDADES DE MEDIDAS
10- SISTEMAS DE COORDENADAS GEORREFERÊNCIADAS

CAPÍTULO V

A FORMA DA TERRA

1- PLANA
2- ESFÉRA
3- ELIPSÓIDE
4- GEOIDE
5- SUPERFÍCIES DE REFERÊNCIA

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CAPÍTULO VI

ABRANGÊNCIA DA TOPOGRAFIA

1- PLANO TOPOGRÁFICO [ESTE (E), NORTE (N) e ALTITUDE (H)]


2- LIMITAÇÕES DO PLANO TOPOGRÁFICO

CAPÍTULO VII

EQUIPAMENTOS

1- NÍVEL GEOMÉTRICO
2- TEODOLITO
3- DISTANCIÔMETRO
4- COLETOR DE DADO
5- ESTAÇÃO TOTAL
6- ESTAÇÕES ROBOTIZADAS
7- ESTAÇÕES INTELIGENTES
8- ESTAÇÕES LASER SCANNER
9- RECEPTORES GNSS
10- FOTOGRAFIAS AÉREAS (AERONAVES)
11- SENSORAMENTO REMOTO (SATÉLITES)
12- VANT’s

CAPÍTULO VIII

MÉTODOS GERAIS DE LEVANTAMENTO

1- MÉTODOS PLANIMÉTRICOS
2- MÉTODOS ALTIMÉTRICOS
3- MÉTODOS PLANIALTIMÉTRICOS

CAPÍTULO IX

DIREÇÃO NA TOPOGRAFIA

1- AZIMUTE
2- CONTRA AZIMUTE
3- AZIMUTE DE UM CAMINHAMENTO
4- RUMO OU AZIMUTE QUADRANTAL
5- CONVERSÃO DE RUMO PARA AZIMUTE CIRCULAR
6- DETERMINAÇÃO DO NORTE VERDADEIRO - MÉTODO ALTURAS IGUAIS OBSERVAÇÕES DO SOL

CAPÍTULO X

POLIGONAÇÃO

1- CONDIÇÃO RELATIVA AOS ÂNGULOS


2- CONDIÇÃO RELATIVA AOS LADOS
3- CÁLCULO DAS COORDENADAS
4- EXEMPLO NUMÉRICO
5- EXERCÍCIOS

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CAPÍTULO XI

CÁLCULO DE ÁREAS

1- MÉTODO GEOMÉTRICO
2- MÉTODO GRÁFICO
3- MÉTODO MECÂNICO
4- MÉTODO ANALÍTICO

CAPÍTULO XII

PLANTAS TOPOGRÁFICAS

1- ESCALA
2- FORMATOS
3- CARIMBOS
4- CONVENÇÕES E LEGENDAS
5- GRAFISMO
6- LEIAUTE

CAPÍTULO XIII

REPRESENTAÇÃO DO RELÊVO

1- PROCESSO DAS CURVAS DE NÍVEL


2- LINHA DE CUMEADA, LINHA DE TALVEGUE, COLO E GARGANTA
3- PRINCIPAIS REGRAS DE BRISSON
4- CLASSIFICAÇÃO DAS CUMEADAS E TALVEQUES
5- TRAÇADO DAS CURVAS DE NÍVEL NUM PLANO COTADO
6- DECLIVIDADE DAS LINHAS DO TERRENO
7- PERFIL DE UM TERRENO
8- ESTAQUEAMENTO
9- SEÇÕES TRANSVERSAIS

CAPÍTULO XIV

LOCAÇÕES E DEMARCAÇÕES

1- IMPLANTAÇÃO E DETERMINAÇÃO DE ALINHAMENTOS E PONTOS


2- LOCAÇÃO E ACOMPANHAMENTO DE OBRAS E CONSTRUÇÕES
3- ELEMENTOS DA DEMARCAÇÃO

CAPÍTULO XV

AEROFOTOGRAMETRIA

1- GENERALIDADES
2- AEROFOTOGRAMETRIA E O MAPA
3- AEROLEVANTAMENTO
4- EMPREGO
5- VANTAGENS E DESVANTAGENS

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CAPÍTULO XVI

GNSS – SISTEMAS DE NAVEGAÇÃO GLOBAL POR SATÉLITE

1- GENERALIDADES
2- SISTEMAS UTILIZADOS
3- SEGMENTOS DO SISTEMA
4- CARACTERÍSTICAS E UTILIZAÇÃO DO SINAL
5- MÉTODOS
6- EMPREGO
7- SIGLAS

CAPÍTULO XVII

SENSORIAMENTO REMOTO

1- GENERALIDADES
2- SISTEMAS UTILIZADOS

CAPÍTULO XVIII

TOPOGRAFIA NOS EMPREENDIMENTOS DA ENGENHARIA CIVIL, AMBIENTAL,


ARQUITETURA E URBANISMO
1- PROCEDIMENTOS
2- ESTUDOS PRELIMINARES OU DE VIABILIDADE
3- PROJETOS DE TOPOGRAFIA
4- EXECUÇÃO DE OBRAS E EMPREENDIMENTOS
5- ANÁLISES TÉCNICAS, PERÍCIAS E VISTORIAS JUDICIAIS
6- PROJETO E PLANEJAMENTO URBANO - URBANIZAÇÃO
7- NORMAS
8- IMPLANTAÇÃO DE PROJETOS, OBRAS E CONSTRUÇÃO
9- EXPERIÊNCIAS EM CAMPO

CAPÍTULO XIX

GLOSSÁRIO

PRINCIPAIS TERMOS USADOS EM TOPOGRAFIA

LISTA DE VARIÁVEIS TOPOGRÁFICAS

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

LISTA DE FIGURAS

LISTA DE TABELAS

LISTA DE ANEXOS

LISTA DE PORTAIS NA INTERNET

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CAPÍTULO I

APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

1- Introdução:

A disciplina de Topografia tem por objetivo o desenvolvimento do futuro profissional para os


serviços de campo e de escritório, nas diversas áreas da Engenharia Civil e Ambiental, bem
como da Arquitetura e Urbanismo, visando a elaboração e/ou interpretação de
Levantamentos, Medições, Aferições, Locações, Cálculos, Croquis, Desenhos e Projetos
Topográficos, representativos nos aspectos físicos, legais e cadastrais, voltados para atividades
específicas, tanto nas etapas de Estudos Preliminares, Analises e Projetos, quanto nas etapas de
Locação, Demarcação, Construção e Controle de Obras Civis, em projetos urbanos e/ou
ambientais e empreendimentos diversos.
Objetiva também o estudo e a sedimentação dos conhecimentos da instrumentação e
metodologia da Prática do Levantamento e Locações Topográficas das Formas e Representação
do Relevo Terrestre, e o contato com o sistema de normalização, informatização e automação,
que no conjunto complementam a formação do Engenheiro Civil Ambiental e/ou Arquiteto
Urbanista nesta disciplina.

2- Objetivo:

Capacitar o aluno a elaborara e interpretar Levantamentos Topográficos necessários à


realização de Projetos e Obras de Engenharia Civil e Ambiental e/ou Arquitetura e Urbanismo,
bem como de Planejamento Regional e Urbano, com apresentação e estudo do conteúdo
programático, destacando-se a importância da Topografia dentro dos diversos ramos e projetos
específicos, para os quais serve de sustentação, e elemento básico primordial, sem a qual não se
obtém resultados precisos e de custos e prazos mais reduzidos, principalmente com o advento e
aplicação de novas Técnicas de Informatização e Automação.

3- Ementa:

Formas e Dimensões da terra; Estudo do Relevo da Superfície Terrestre; Instrumentos de


Topografia; Processos de levantamento topográfico de baixa, média e alta precisão; Planimetria,
Altimetria e Planialtimetria; Cartas Topográficas; Desenhos Topográfico; Projetos Topográficos;
Reconhecimento e levantamento de áreas, faixas e alinhamentos; Elementos básicos de
Aerofotogrametria, Fotointerpretação e Sensoriamento Remoto; Locação e Demarcação de Obras,
Projetos e Empreendimentos.

4- Conteúdo Programático:

A disciplina de Topografia é desenvolvida em módulos contemplando Teoria, Abrangência,


Conceitos, Metodologias, Equipamentos, Práticas de Campo e de Escritório, com determinação de
Coordenadas, Direção, Poligonação, Detalhamentos e elaboração de Desenhos e Projetos
Topográficos, e abordará os seguintes assuntos:

• APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
• AGRIMENSURA / CARTOGRAFIA / TOPOGRAFIA
• A FORMA DA TERRA E SUA REPRESENTAÇÃO
• GEORREFERÊNCIAMENTO E SISTEMAS DE COORDENADAS
• ABRANGÊNCIA DA TOPOGRAFIA E O PLANO TOPOGRÁFICO
• EQUIPAMENTOS: NÍVEIS GEOMÉTRICOS – TEODOLITOS – DISTANCIÔMETROS -
COLETORES DE DADOS - ESTAÇÕES TOTAIS – GNSS (Sistema Global de
Navegação/Posicionamento por Satélites)
• PRÁTICAS DE CAMPO E ESCRITÓRIO

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• MEDIÇÃO DE ÂNGULOS E DIREÇÃO
• DETERMINAÇÃO DO NORTE VERDADEIRO E MAGNÉTICO
• MÉTODOS GERAIS DE LEVANTAMENTO
• CADASTRAMENTO FÍSICO E LEGAL
• MÉTODOS PLANIMÉTRICOS, ALTIMÉTRICOS E PLANIALTIMÉTRICO
• TRIANGULAÇÃO, INTERSEÇÕES, NIVELAMENTO GEOMÉTRICO E TRIGONOMÉTRICO,
TAQUEOMETRIA E TRIGONOMETRIA
• POLIGONAIS TOPOGRÁFICAS ABERTAS, FECHADAS, APOIADAS E ENQUADRADAS
• MEMÓRIAS DE CÁLCULO E CADERNETAS DE CAMPO
• INFORMATIZAÇÃO E AUTOMAÇÃO DOS SERVIÇOS DE CAMPO E ESCRITÓRIO
• DESENHO TÉCNICO E TOPOGRÁFICO – FORMATOS, LAYOUTES – CAD
• ESCALAS, GRAFISMO E SIMBOLOGIA – PROJETOS E PLANTAS TOPOGRÁFICAS
• REPRESENTAÇÃO E ESTUDO DO RELEVO
• AEROFOTOGRAMETRIA E SENSORAMENTO REMOTO
• BATIMETRIA
• CÁLCULO DE ÁREAS E CURVAS CIRCULARES
• PROJETOS LOCAÇÕES E DEMARCAÇÕES

5- Material a Ser Utilizado:

• Calculadora Científica (indispensável)


• Lapiseira (espessuras 0.3, 0.5, 0.7 e 0.9 e grafite HB E B)
• Borracha Branca
• Régua de 30cm
• Régua triangular escala ou escalímetro
• Par de Esquadros (15cm)
• Transferidor (360°)
• Compasso
• Curva Francesa (opcional)
• Gabaritos de Topografia (opcional)
• Folhas A4 (impressão de material didático)
• Pasta de Capa Dura A4

6- Bibliografia:

1) APOSTILA DE TOPOGRAFIA (ENG1208 – CIV1301) - PUC-RIO - Prof. Jorge Lucas

• Base Teórica e Exercícios

2) LIVRO BASE

2.1) TOPOGRAFIA – CONCEITOS E APLICAÇÕES


Autores: José Alberto Gonçalves / Sérgio Madeira / J. João Sousa – Editora: LIDEL

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2.3) Topografia - Exercícios e Tratamento de Erros


Autores: José Alberto Gonçalves / Sérgio Madeira / J. João Sousa – Editora: LIDEL

2.4) Topografia Geral


Autores: João Casaca / João Matos / Miguel Baio – Editora: GEN – Grupo Editorial Nacional

2.5) Fundamentos de Topografia


Autores: Marcelo Tuler / Sérgio Saraiva – Editora: bookman (série tekne)

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2.6) Fundamentos de Geodésia e Cartografia


Autores: Marcelo Tuler / Sérgio Saraiva – Editora: bookman (série tekne)

2.4) NORMAS TÉCNICAS UTILIZADAS NA TOPOGRAFIA

Normas técnicas

• * NBR 13133:1994 – Execução de Levantamento Topográfico – Procedimento

• * NBR 14166:1998 – Rede de Referência Cadastral Municipal – Procedimento

• * NBR 14645-1:2001 – Elaboração do “como construído” (as built) para Edificações –


Parte 1: Levantamento Planialtimétrico e Cadastral de Imóveis Urbanizados com Área
até 25.000 m2, para fins de estudos, projetos e edificação – Procedimento

• * NBR 14645-2:2005 – Elaboração do “como construído” (as built) para Edificações –


Parte 2: Levantamento Planimétrico para Registro Público, para Retificação de Imóvel
Urbano – Procedimento

• * NBR 14645-3:2005 – Elaboração do “como construído” (as built) para Edificações –


Parte 3: Locação Topográfica e Controle Dimensional da Obra – Procedimento

• * NBR 15309:2005 – Locação Topográfica e Acompanhamento Dimensional de Obra


Metroviária e Assemelhada – Procedimento

• * NBR 15777:2009 – Convenções Topográficas para Plantas e Cartas – escalas


1:10.000 – 1:5.000 – 1:2.000 – 1:1.000 – Procedimento

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7- Avaliações, Critérios e Datas:

7.1- Engenharia Civil e Ambiental – TOPOGRAFIA – ENG1208

Tratar-se de disciplina profissionalizante, com conteúdo Teórico e Prático desenvolvidos em


atividades de aulas Teóricas, de Laboratório e de Práticas de Campo, com Laboratório
Informatizado (Escritório), resultando na produção de um Projeto de Topografia, para aplicação
prática do seu conteúdo (MPI – Projeto Integrado).

• Práticas de Campo e Laboratório Informatizado:


L1: Média da Avaliação de 6 (seis) Ensaios de Campo, com a utilização de Métodos,
Equipamentos e seus Acessórios – Relatórios CADCAM de 1 a 6 - Topometria;
L2: Elaboração de Projeto de Topografia abordando: Relatórios, Planta Cadastral, Memórias de
Cálculos de Estudo e Modificação de Relevo (MPI – Projeto Integrado);

• Teoria:
G1: Prova Teórica abordando o estudo da Topometria;
G2: Prova Teórica abordando o estudo da Topologia;
G3: Elaboração de Projeto Topográfico em AutoCAD, abordando: Levantamento Topográfico de
um terreno, Estudo e Modificação de Relevo com traçado de Perfil, Corte e Aterro, e demais
Relatórios (MPI – Projeto Integrado) - Topologia; e
PF: Prova Teórica Final abordando toda a Disciplina de Topografia.

Obs: Critério 10 no PUC online (Critério 4: Nota Teórica e Critério 3: Nota de Ensaios de Campo).

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7.1- Arquitetura e Urbanismo – TOPOGRAFIA NA ARQUITETURA - CIV1301

Trata-se de disciplina técnica profissionalizante, com conteúdo teórico desenvolvido em


atividades de aulas de Teoria, aulas de Práticas de Campo e aulas de Laboratório de Projetos
Topográficos.
Assim, resultando na produção de pequeno Projeto de Topografia para aplicação e prática do
conteúdo programático da Disciplina:
1ª Parte de Topometria; e
2ª Parte de Topologia,

Avaliação G1:
Prova Escrita (PE1) – Topometria → Peso 6; e
Projeto de Topografia 1 (PT1) – Caderneta de Campo, Mem. de Cálculos, e Matriz Numérica/Gráfica → Peso 4.
Nota: G1 = ( PE1*6 + PT1*4 ) / 10

Avaliação G2:
Prova Escrita (PE2) – Topologia → Peso 6; e
Projeto de Topografia 2 (PT2) – Desenho Topog., Estudo/ Alteração de Relevo, Perfil/Corte/ Aterro → Peso 4.
Nota: G2 = ( PE2*6 + PT1*4 ) / 10

Critério 1 definido no Puc-online (SAU):

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CAPÍTULO II

AGRIMENSURA

Vem a ser a arte de medição e representação da superfície terrestre, bem como a locação e
demarcação de projetos de engenharia, arquitetura e urbanismo, abrangendo a Geodésia,
Geoprocessamento, Métodos, Técnicas e Equipamentos de Medição, com coleta, processamento e
representação de Dados, Informações e Cadastro, Estudos de Hidrologia, e de Topografia.

Figura 01 - Medição e Representação da Superfície Terrestre

1. GEODÉSIA (Básica e Superior)

O profissional da área especializa-se nos estudos da forma da Terra e em Sistemas de


representação (Elipsoide de Revolução, Coordenadas Geográficas - Latitude e Longitude,
Coordenadas Topográficas – Sistema UTM - N, E, H) e técnicas de determinação do Norte
Verdadeiro, Geográfico e Magnético (Declinação Magnética).

Figura 02 – Estudos das Formas da Terra

2. INSTRUMENTOS TOPOGRÁFICOS E GEODÉSICOS

Também se especializa na operação e utilização de diversos equipamentos Topográficos e


Geodésicos de diversas complexidades.
Equipamentos como Trenas, Teodolitos, Níveis, Estações Totais, Receptores de Satélites e seus
respectivos acessórios, todos em diversos padrões de precisão, são utilizados em atividades de
campo no processo de medições para diversos fins.

Figura 03 – Equipamentos de Medição

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3. METODOLOGIA DE MEDIÇÕES

Especializa-se nas operações de campo, com aplicação de Técnicas Topográficas e Geodésicas


para diversos fins nas áreas urbanas e rurais (Levantamentos, Projetos, Obras e Locações)

Figura 04 – Técnicas de Medição

4. TOPOGRAFIA

O estudo do relevo com suas ocorrências, forma e representação, utilizando os ramos da


Topografia (Topometria e Topologia).

Figura 05 – Estudo e Representação do Relevo

5. ELABORAÇÃO DE PLANTAS TOPOGRÁFICAS

A representação gráfica da superfície da Terra – Elaboração do Desenho ou Planta.

Figura 06 – Desenho ou Planta

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CAPÍTULO III

CARTOGRAFIA

A cartografia abrange a Geodesia, Aerofotogrametria, Sensoriamento Remoto, Técnicas de


Mapeamento, Cadastro, e a Topografia.

O objetivo principal do Cartógrafo é a elaboração do Mapa, pois trata-se de sua ferramenta de


representação dos elementos que evidenciam e descrevem as características abrangidas na
superfície terrestre.

Figura 07

1. A GEODÉSIA é das ciências cartográficas a que estuda forma e dimensões da Terra,


estabelecendo também apoio básico para a confecção de cartas.

2. A AEROFOTOGRAMETRIA é das ciências cartográficas a que trata dos levantamentos por


meio de fotografias aéreas.

3. O SENSORIAMENTO REMOTO se apresenta como novas técnicas de aquisição e


processamento de dados para aplicações cartográficas.

4. A TOPOGRAFIA não é a mera aplicação da geometria. Com seus conceitos particulares ela
resolve com fórmulas próprias figuras poligonais pôr demais irregulares em lados e ângulos.

Figura 08

NOTA: A AGRIMENSURA antigamente era a parte da Topografia que tratava da medição da terra para
definição de propriedades públicas e privadas, de acordo com o estipulado nos respectivos títulos de
propriedade (ESCRITURAS), ajustando-se às prescrições legais, regulamentos técnicos e administrativo em
vigor. Os profissionais encarregados de tais trabalhos eram chamados de agrimensores, hoje
Engenheiros Agrimensores, que se encarregam de medir, representar e descrever a terra sob vários
aspectos.

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CAPÍTULO IV

TOPOGRAFIA

Figura 09 – Topografia – Projeção e Representação de um lugar

1- DESCRIÇÃO

Vem a ser a Topografia a primeira disciplina técnica do curso de engenharia, especialmente a


Engenharia Civil.
Para projeto e construção de qualquer obra de engenharia, arquitetura ou agronomia se impõe
o prévio levantamento topográfico do lugar onde a mesma será implantada.
Assim, quer o projeto de aproveitamento hidrelétrico, quer projeto de estradas, linhas de
transmissão de energia elétrica, condução e distribuição de águas (aquedutos), gasodutos,
oleodutos, urbanização, até mesmo na Administração Pública de área e/ou terras, o
conhecimento do cadastro só é possível com o conhecimento do terreno, ou melhor da planta
topográfica da região.
E o conhecimento da representação fiel e precisa da região é tarefa da TOPOGRAFIA, que
participa com baixo custo no valor total da obra.
TOPOGRAFIA é palavra de origem grega e significa “descrição minuciosa de um lugar”,
vindo a ser o estudo e a representação gráfica de uma porção limitada da superfície terrestre,
sem levar em conta a curvatura, resultante da sua esfericidade.
A Topografia é dividida em Topometria e Topologia, sendo a Topometria dividida em
Planimetria e Altimetria.
PLANIMETRIA
TOPOMETRIA
TOPOGRAFIA
ALTIMETRIA
TOPOLOGIA
Figura 10 – Estrutura da Topografia

2- TOPOMETRIA

A TOPOMETRIA consiste no estudo e aplicação dos processos de medição de ângulos e


distâncias no terreno, através da utilização de equipamentos topográficos (níveis, teodolitos,
trenas, balizas, etc.) para transposição nas plantas, com o auxílio da trigonometria e geometria
aplicada, subdividindo-se em PLANIMETRIA e ALTIMETRIA.

2.1- PLANIMETRIA
Determinação das projeções horizontais dos pontos do terreno no plano topográfico (distâncias
e ângulos horizontais).
2.2- ALTIMETRIA
Determinação do relevo do terreno, ou seja, da determinação das projeções verticais dos
pontos do terreno, obtendo-se suas diferenças de nível (distâncias e ângulos verticais).

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3. TOPOLOGIA

A TOPOLOGIA consiste no estudo das formas e ocorrências do relevo, das suas leis que
regem o seu modelado ou formação (Regras de BRISSON) e bem como sua representação em
desenho de projeção, chamado de Desenho ou Planta Topográfica.

4. PLANTA TOPOGRÁFICA

Seu objetivo é a construção em uma folha plana de papel de uma figura que seja a reprodução
proporcional, convencional e expressiva do terreno a representar. Portanto, a PLANTA
TOPOGRÁFICA vem a ser a representação proporcional, convencional e expressiva do terreno
que representa.

5. OPERAÇÕES TOPOGRÁFICAS

Ao conjunto de operações executadas no terreno (serviços de campo) e no escritório (serviços


de escritório) para atingir esse objetivo denominam-se OPERAÇÕES TOPOGRÁFICAS

Serviços de Campo
OPERAÇÕES TOPOGRÁFICAS
Serviços de Escritório

Figura 11 – Estrutura das Operações Topográficas

• Os serviços de campo são registrados em cadernos, através de esboços, croquis e tabela de


medições, denominados Cadernetas de Campo.
• Os serviços de escritório são compostos por processos de cálculos, formando Memórias de
Cálculos, e desenhos elaborados em processo Manual ou em CAD, Desenho Topográfico.

6. LEVANTAMENTO TOPOGRÁFICO

Fazer um LEVANTAMENTO TOPOGRÁFICO é proceder a todas operações necessárias para


alcançar o objetivo da Topografia, consistindo em medições de ângulos e distâncias, execução de
cálculos e desenhos indispensáveis para representar no papel os elementos colhidos no terreno.
Modernamente, a TOPOGRAFIA é considerada um ramo da Cartografia e da Agrimensura que
abrange o conjunto de operações aéreas, terrestres, hidrográficas e de gabinete que direta ou
indiretamente conduzem a elaboração e reprodução de cartas e mapas.

7. PLANO TOPOGRÁFICO

Plano topográfico vem a ser um plano horizontal de projeção e representação, no qual são
desenhados os elementos representativos de parte da Terra, que no caso da Topografia, não deve
ultrapassar a 6,74km de extensão, e é perpendicular a vertical do lugar que se representa.

Figura 12 – Plano Topográfico

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8. COORDENADAS TOPOGRÁFICAS

Um ponto da superfície da Terra, tem suas Coordenadas Topográficas marcadas num


sistema de coordenadas retangulares planas, medidas em retas paralelas a dois eixos que se
cortam de modo ortogonal, formando o Plano Topográfico, idêntico ao Plano Cartesiano na
Matemática. Utilizando inclusive todo o seu arcabouço matemático.
São convencionalmente representadas por Este (E) em X, e por Norte (N) em Y (para
sistemas com dois eixos de coordenadas) ou por Este (E) em X, por Norte (N) e por Altitudes
(H) em Z (para sistemas tridimensionais).
Suas origens podem ser arbitradas ou georreferenciadas, o que hoje no Brasil é obrigatório na
maioria dos casos – Sistema de Georreferenciamento (SIRGAS2000 – Sistema de Referência
Geocêntrico para as Américas).
Quando georreferenciadas, devem ser declarados quais as origens adotadas, chamadas de
origem planimétrica - “Datum Planimétrico”, e origem altimétricas “Datum Altimétrico”, e devem
ser referenciadas ao SGB - Sistema Geodésico Brasileiro, de responsabilidade do IBGE – Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística.
O SGB - Sistema Geodésico Brasileiro é composto por um conjunto de Redes de Pontos
Altimétricos, Planimétricos e Gravimétricos, espalhados por todo o território brasileiro.
Outro Sistema de Coordenadas também utilizado para a localização de pontos na Topografia, é
o Sistema Polar: Sistema de coordenadas Polares ou Esféricas; onde através da determinação de
uma Distância (Vetor) e um Ângulo (Direção), pode-se localizar pontos no Plano Topográfico,
sendo inclusive, o sistema utilizado nas práticas de campo, visto que classicamente utiliza-se
quipamentos especializados em medição de ângulos (Teodolitos), e medição de distâncias (trenas
diversas).

São convencionalmente representadas por um ângulo plano denominado Azimute (Az), com
origem angular no eixo Y (Norte); e por uma Distância Horizontal medida no Plano Horizontal
(planimétrico) de uma origem, até o ponto em questão. Quando em 3D, mede-se também o
ângulo vertical, com origem no eixo Z para sistemas tridimensionais.

9. UNIDADES DE MEDIDAS

As unidades de medidas adotadas na Topografia, são as adotadas no Brasil pelo Sistema


Internacional (SI).
Medidas Lineares (retilíneas e curvilíneas), o metro (m), com seus múltiplos; o decâmetro
(dm); o hectômetro (hm); e o quilômetro (km) e seus sub-múltiplos decímetro (dm); centímetro
(cm); e milímetro (mm). Em casos especiais: Décimos e Centésimos de milímetro.
Medidas de Superfície (agrária), o metro quadrado (m2) usado em glebas (áreas) urbanas e
o Hectare (ha) usado em glebas (áreas) rurais, com seus sub-múltlipos; o are; e o centiare.
Medidas Angulares, o Grau (º ‘ “), com seus sub-múltiplos; o minuto (`); e o segundo (“),
cuja notação deve ser “ GGGº MM` SS,d” “.
Cabe ressaltar que nos cálculos matemáticos deve ser observado o sistema decimal das
calculadoras, onde se deve converter previamente o ângulo para graus decimal “ GGGº,ddddd “.

Outras unidades angulares em uso além do Grau é:


O Radiano (rad), cuja fração é decimal (uma volta completa num círculo equivale a 2PIrad); e
O Grado (g), cujas frações são o centigrado (c) = 1/100g; e o miriogrado (cc) = 1/10.000g (uma
volta completa num círculo equivale a 400g), cuja notação deve ser “ gggg ddc dd,dcc “ ou
simplesmente “ ggg,dddddg “, forma mais usual e prática.

Cabe observar que:


Uma volta completa num círculo equivale a: 2.PIrad = 400g = 360°

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Exercícios:

Exercício 1:

No círculo abaixo, pede-se:


a) Transformar os ângulos indicados (AOB e BOC) para Radianos e também para Grado.
b) Calcular o valor do ângulo total AOC passando por B e seu replemento.
c) A bissetriz dos ângulos AOB e BOC indicados.

Figura 13 – Transformação e Cálculos aritméticos com ângulos

Exercício 2:

Num Loteamento, conforme Planta Topográfica abaixo, foram realizadas as medições indicadas
por linha de cota no Lote 2. Sabendo-se que esse Lote 2 tem 30,000m de frente para a Rua das
Palmeiras, pede-se calcular:
a) Os ângulos internos do Lote 2;
b) As demais medidas de perímetro do Lote 2; e
c) Sua área em m².

Figura 14 – Cálculos angulares, geométricos e trigonométricos

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10. SISTEMAS DE COORDENADAS GEORREFERÊNCIADAS

10.1- COORDENADAS GEOGRÁFICAS

O Sistema de Coordenadas Geográficas é composto por um conjunto de círculos que se


cruzam, contornam a superfície representativa da terra, de dois modos:
• Círculos que contornam a superfície da terra interligando os Pólos (de Norte e a Sul),
chamados de Meridianos; e
• Círculos que contornam a superfície da terra de modo paralelo ao Círculo do Equador (que
divide a Terra em dois hemisférios, Norte e Sul), chamados de Paralelos.
O Meridiano inicial ou de origem é o de Greenwich, e é a partir dele que localizam-se os
demais Meridianos para Este (E ou +), ou para Oeste (O ou -), através do ângulo formado até o
Meridiano a localizar, pelo vértice no centro da Terra, denominado de Longitude (Lon ou ).
Já os Paralelos são localizados a partir do Círculo do Equador (inicial), para Norte (N ou +), ou
para Sul (S ou -), através do ângulo formado até o Paralelo a localizar, também pelo vértice no
centro da Terra, denominado de Latitude (Lat ou ).

Fig. 15 – Coordenadas Geográficas (Adaptado de Tuler/Saraiva)

Fig. 16 – Exemplos de Pontos Coordenados (Adaptado de Tuler/Saraiva)

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10.2- COORDENADAS PLANO-RETANGULARES


Projeção Universal Transversa de Mercator - UTM

Adotado nos Desenhos, Mapas e Cartas Topográficas, é um Sistema de Coordenadas Plano-


Retangulares, obtido através do planisfério cilíndrico transverso secante, onde existem 60
meridianos-central, com amplitude de projeção de 6º, que projetam a superfície da Terra
iniciando no fuso 01, cujo meridiano-central é o antemeridiano de Greenwich (origem), girando
no sentido anti-horário até o fuso 60, formando assim o mapeamento mundial nesse sistema.

Fig. 17 – Sistema de Projeção Adotado na Cartografia e Utilizado pela Topografia (Adaptado de Tuler/Saraiva)

Fig. 18 – Esquema de Fusos do Sistema de Projeção UTM (Adaptado de Alvarez e ....)

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Fig. 19 – Esquema de Fusos do Sistema de Projeção UTM (Adaptado de Casaca Matos e Baio)

Fig. 20 – Visão Geral do conjunto de Fusos do Sistema de Projeção UTM (Adaptado de Noções de Cartografia - IBGE)

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CAPÍTULO V

A FORMA DA TERRA

A Terra, sua forma, características e composição sempre foram objeto de observações, estudos,
pesquisas e tratados científicos. Vários cientistas e pesquisadores dedicaram a vida nestas tarefas.
Modernamente com o avanço e implementação de novas tecnologias, consolida-se como uma
ciência denominada “Geomática”, onde as mais diversas observações, estudos, medições e
pesquisas sobre a Terra, com novas e avançadas tecnologias em diversas especializações,
permitem aprimorar, ampliar e melhor aplicar os conhecimentos dela.

Esta imagem é do U. S. Geography Survey (Pesquisas Geográficas do EUA, algo como o IBGE deles).

A Água da Terra
Foto: simulação do volume de toda água da Terra reunida
Muito se fala que o planeta Terra deveria ser chamado de planeta Água devido a cerca de 70%
de sua superfície ser coberta de água. Mas a realidade é que os oceanos são rasos, se comparados
com o raio da Terra (6,37 quilômetros em média).
A ilustração mostra o que aconteceria se toda a água na superfície ou próxima dela (até a
umidade da atmosfera) fosse reunida em uma esfera.
O raio desta esfera seria de cerca de 700 quilômetros;
Menos que metade do raio da Lua (RLua=1,738km / 2 = 869km).

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Em diversos segmentos os resultados obtidos com as novas tecnologias de análise e estudo da


Terra, vem trazendo novas dinâmicas e relevantes evoluções no cotidiano das diversas atividades
técnicas e científicas, rotinas e procedimentos.
Na Topografia isto é uma realidade com o uso de novos equipamentos eletrônicos
informatizados e automatizados, revolucionando e tornando mais eficazes e precisos os métodos
de coleta de dados e produtos finais (Desenho topográfico).

Segundo o Observatório Nacional Brasileiro:

Solstício de Verão e Inverno: Instante em que o Sol atinge a maior declinação em latitude,
medida a partir da linha do Equador;

Equinócio de Primavera e Outono: Instante em que o Sol cruza o plano do Equador Celeste.

Movimentos da Terra:

Rotação;

Translação;

Precessão.

Imagem adaptada do aplicativo do Observatório Nacional Brasileiro – on.br


https://daed.on.br/astro/movimentos-da-terra

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Propostas para a Forma da Terra:

1- PLANA

Em extensões limitadas sua superfície pode ser considerada plana.

Norte
Altura (Y)
(Z)

Plano
Topográfico

Este
(x)
Fig. 21 – Superfície Plana de Projeção Topográfica

Respeitada determinada extensão, a Terra pode ser considerada plana, o que simplifica a sua
representação no âmbito da Topografia.

Fig. 22 – Simplificação da Projeção da Superfície da Terra na Topografia – Plano Topográfico

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2- ESFÉRA

Em grandes extensões ela pode ser considerada, numa primeira aproximação, esférica com
raio aproximado de 6.370 Km.

Fig. 23 – Sólido Esfera

Fig. 24 – Terra representada por uma esfera de Raio = 6.370.000m

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3- ELIPSÓIDE

Com aproximação maior sua forma geométrica é a de um elipsóide de revolução que gira em
torno de seu eixo menor. O elipsóide que mais se aproxima da forma real da Terra (o GEÓIDE)
chamado “ELIPSÓIDE INTERNACIONAL DE REFERÊNCIA” tem seus parâmetros com os
seguintes valores determinados por HAYFORD, em 1909:

Semi-eixo maior = raio equatorial a = 6.378.388,000m a – b = 21.476 m ou  21,5 Km


Semi-eixo menor = raio polar b = 6.356.911,946m

Que é uma diferença pequena comparada com o comprimento da ponte Rio-Niterói, 13,29Km.

a a
b

Fig. 25 – Sólido Elipsóide

Com advento dos Sistemas de Posicionamento por Satélites, o modelo matemático adotado
para cálculo das coordenadas de localização, sejam Coordenadas Geográficas, sejam
Coordenadas UTM, foi o modelo do sólido elipsoide.
Ao longo dos tempos, esse modelo foi exaustivamente estudado, e conforme o avanço das
técnicas e equipamentos de medição, foram sendo propostas dimensões e parâmetros que mais
se aproximavam da forma real da Terra.

Fig. 26 – Sólido Elipsóide – Histórico da Evolução de Dimensões

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No aplicativo Google Earth, o sistema adotado para a localização georreferenciada nas


fotografias aéreas é o WGS84 – World Geodetic System, que também é o modelo elipsóidico
adotado pelo GPS Norte Americano para posicionamento e navegação.

Fig. 27 – Sólido Elipsóide – WGS84 – World Geodetic System – Coordenadas Geográficas

Fig. 28 – Sólido Elipsóide – WGS84 – World Geodetic System – Coordenadas UTM

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11. GEOIDE

O GEÓIDE, que é a forma mais natural da Terra, pode ser considerado como a superfície
de Nível Médio dos Mares (NMM), supostos em equilíbrio e prolongados através dos continentes
formando a superfície única e ideal, que goza da propriedade de ser normal à direção da
gravidade em todos os seus pontos.

O Geóide é a superfície equipotencial da gravidade ao nível médio dos mares. Não pode ser
definida geometricamente, não pode, portanto, ser representada pôr equação matemática, mas
sim por uma superfície imaginária, que se ajusta e representa determinados pontos, calculados e
obtidos por medições e observações empíricas dos fenômenos das marés e da força gravitacional
ao longo de diversas localizações em nosso planeta.

Fig. 29 – Sólido Geóide – Nível Médio dos Mares – NMM

Fig. 30 Mapa da gravidade terrestre. Imagem:NASA

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Fig. 31 Modelo de ondulação Geoidal Brasil. Imagem:IBGE

Fig. 32 – Sólido Geóide – Nível Médio dos Mares – NMM

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12. SUPERFÍCIES DE REFERÊNCIA

Em resumo, utilizam-se cotidianamente como referência na Topografia, dependendo da


aplicação, as seguintes superfícies:

5.1- SUPERFÍCIE TOPOGRÁFICA

Trata-se da superfície dos Continentes, formada pela crosta terrestre.

5.2- SUPERFÍCIE DO SÓLIDO ELIPSÓIDE

Trata-se da superfície do Elipsóide de Referência, formado pelos parâmetros do modelo


adotado:
SAD69 - South American Datum 1969;
WGS84 - World Geodetic System 1984 (SGR-80); e
SIRGAS2000 - SIstema de Referência Geocêntrica para a América do Sul 2000 (SGR-80).

5.3- SUPERFÍCIE DO SÓLIDO GEÓIDE

Trata-se da superfície do Nível Médio dos Mares (NMM), obtido por Estações Maregráficas,
instaladas ao longo da orla oceânica dos continentes.
No Brasil, a origem vertical adotada é o Nível Médio dos Mares (NMM – Geóide), tendo sido
estabelecida sua origem (“Datum Vertical”) na Estação Maregráfica de Imbituba – MG,
denominado “Datum Vertical de Imbituba – MG”.

Fig. 33 – Superfícies de Referência Altimétrica na Topografia (Adaptado de MapeGeo - IBGE)

Concluindo, ao determinar-se a altitude de um ponto topográfico com técnicas de


posicionamento por satélites (Origem Elipsoidal), a mesma deverá ser corrigida para a origem
Geoidal (NMM).

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O IBGE disponibiliza um aplicativo em sua página na Internet denominado MAPGEO, que faz
essa conversão.

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CAPÍTULO VI

ABRANGÊNCIA DA TOPOGRAFIA

1- PLANO TOPOGRÁFICO [ESTE (E), NORTE (N) e ALTITUDE (H)]

Sendo a Terra de superfície não desenvolvível, torna-se necessária a hipótese do PLANO


TOPOGRÁFICO, que vem a ser plano horizontal tangente ao esferóide terrestre sobre o qual
iremos projetar ortogonalmente todos os detalhes a representar.
Na hipótese do PLANO TOPOGRÁFICO as verticais serão VA’, VB’, ... VD’, embora as
verticais verdadeiras sejam os prolongamentos de OA e OB, ..., orientadas na prática pela
direção de um prumo de centro em repouso, efeito da força da gravidade.

Esferoide
Terrestre

Fig. 34 - O Planisfério Topográfico

O plano topográfico exige então certa limitação no que se refere à extensão da área a ser
levantada, para que o erro devido à curvatura da Terra não seja considerável, (seja desprezível).

2- LIMITAÇÕES DO PLANO TOPOGRÁFICO

2.1- Pelo erro angular

Triângulo
Esférico Triângulo
Plano

Fig. 35 – Triângulo Esférico x Triângulo Plano

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Um triângulo ABC medido na superfície terrestre, tem de fato como lados os arcos de
circunferências máximas:
AB; BC; CA

No triângulo plano temos que: A+B+C =180°, sendo  um ângulo plano;

Mas já no triângulo esférico temos que: + + = 180° + , onde  é o excesso


angular esférico.

Da geometria da esfera sabemos que:  = S / R² (em radianos), e


 = S / R² x arc 1” (em segundos)
onde: S = área do triângulo;

R = 6.370Km (raio da Terra) e

arc 1” = 4,8481 x 10-6 rad/” pois → {2xrad/360º/60’/60” =4,8481x10-6} rad/”

Se fixarmos para  = 0,1”, valor igual a leitura angular fornecida pelos goniômetros
topográficos (teodolitos) de maior precisão, temos:

S = R² x arc 1” x ” , S = (6.370Km) ² x 4,8481 x 10-6 rad/” x 0,1” = 19,6722Km²,

Sabendo-se que nos triângulos equiláteros planos → S = L² x sen60º x cos60º,


Tem-se que: L=RAIZ[S/(sen60ºxcos60º)], onde L=RAIZ [19,6722km²/(Sen60ºxCos60°)].

Que corresponde ao valor da área de um triângulo equilátero de lado aproximadamente de


6,7403Km, ou 6.740.300m.
Recomenda-se, então, que nos trabalhos topográficos os triângulos tenham lados menores que
6,740Km (6.740.300m), o que vem a resultar em um excesso angular menor que 0,1”, inferior a
sensibilidade do Teodolito mais preciso.

Nos serviços de campo, essas distâncias em centros urbanos dificilmente são praticadas.

Fig. 36 – Triângulo Esférico x Triângulo Plano

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Outras precisões angulares:

Tabela 01 – Cálculo das dimensões triangulares para algumas precisões angulares

Na prática, são fabricados Teodolitos com precisões destinadas a cada uma das limitações
desejadas do Plano Topográfico.

2.2- Pelo erro linear

Fig. 37 – Projeção do Arco no Plano Topográfico

Considerada a projeção ortogonal da superfície do esferoide terrestre no Plano Topográfico,


examina-se a que distância máxima a partir do ponto central C, podem ser estendidas as
medições topográficas planimétricas (Distâncias Horizontais).

Chamando na figura acima CA’ de Distância Horizontal (DH) no Plano Topográfico, e CA de


distância real em arco () no esferoide terrestre, tem-se:
O erro devido a substituição de um arco por uma reta será:   =  - DH (1)

Em função do ângulo central  formado pelos raios terrestres OC e OA determina-se:

 = R.  (2) e DH = R. seno  (3) , que substituídos em (1) vem:

  = (R.  ) - (R. seno  ) , donde   = R ( - seno  ) (4)

Nesta expressão (4) o termo [seno  ] pode ser calculado matematicamente por
desenvolvimento em série (chamada “Série de Taylor”), para a função seno conforme segue:

seno  =  + (-1.³/3!) + (1.5/5!) + (-1.7/7!) + ..... (1.(2n+1) /(2n+1)!)

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Sabe-se que  é sempre de valor muito pequeno no âmbito da Topografia, como por exemplo
quando  é igual a 1 minuto ( = 0°01’00”, ou  = 0,00029888rad), e considerando por
aproximação o desenvolvimento da circunferência linha do Equador igual a 40.000Km, CA será
igual a 1 milha marítima, que equivale a 1.852m, valor considerável nas práticas topográficas.

Pode-se assim então, simplificar o desenvolvimento da série, cessando seus cálculos a partir da
3ª parcela, pois a partir daí, resultam em valores desprezíveis:
seno  =  - ³ / 3! , ........ seno  =  - ³ / 6, por fim →  - seno  = ³ / 6 (5),

Substituindo em (4) chega-se a:   = R ³ / 6 onde  =  / R de acordo com (2),

Concluindo-se finalmente então que:  =  ³ / 6 R²

Nestes termos, podem ser observados os erros cometidos em diversas tomadas de distâncias
topográficas, iniciando-se com 6,7403Km; aquela em que pela abordagem do Erro Angular,
conforme demonstrado e concluído no item anterior, resulta em valor desprezível (  < 0,1”);
Para  = 6,7403Km;  = (6,7403Km) ³ / 6 x (6.370Km) ² →  = 0,0013m (1,3mm);
Levando-se em conta que nesta ordem de grandeza, os equipamentos de Topografia têm
precisão de milímetros (mm) + ppm (partes por milhão), torna-se igualmente desprezível o erro
linear cometido, desconsiderando-se assim, a curvatura da Terra.

Fig. 38 – Erro Linear cometido quando  for igual a 6,7403Km


Outras distâncias:

Tabela 02 – Cálculo do erro linear para algumas distâncias

Na prática ficamos muito aquém de 25km, pela própria limitação das visadas que nos oferecem
os instrumentos.

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2.3- Pelo erro altimétrico

DH

H

Fig. 39 – Erro Altimétrico considerando o nível aparente no Plano Topográfico

Quando se substitui o nível médio dos mares pela superfície de nível aparente (plano
topográfico), o erro de esfericidade pode ser considerado conforme a seguir:

A1A = H , que é obtido do triângulo retângulo OCA, onde:


OA² = OC² + CA² (Pitágoras) ou, (R + H) ² = R² + DH²;
R² + 2. R.H + H² = R² + DH², onde H² pode ser considerado desprezível,
Restando concluir que:
H = DH² / 2 R

Assim, mantendo-se os termos para fins comparativos, determina-se o erro altimétrico


inicialmente para 6,7403Km:

Para DH = 6,7403Km; H = (6,7403Km) ² / 2 R → H = 3,56575m

Fig. 40 – Erro Altimétrico cometido quando DH for igual a 6,7403Km

Observa-se então que nesta ordem de grandeza (~ 7Km), no âmbito da Altimetria, de fato o
erro cometido ao desprezar-se a esfericidade da Terra é bastante considerável.

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Assim, torna-se necessário restringir as operações de campo nas medições altimétricas, para
distâncias que resultem em erros desprezíveis, compatíveis com a precisão dos Métodos e
Equipamentos Topográficos empregados.

Desenvolvendo-se então os cálculos do erro altimétrico para diversas distâncias, observam-se


os seguintes resultados e conclusão:

Para DH = 3Km; H = (3Km) ² / 2 R → H = 0,70644m (<1m);

Para DH = 0,5Km; H = (0,5Km) ² / 2 R → H = 0,01962m (~20cm)

Para DH = 0,1Km; H = (0,1Km) ² / 2 R → H = 0,00078m (<1mm)

Tabela 03 – Cálculo do erro altimétrico para algumas distâncias

Considerando-se a precisão na ordem do milímetro, as extensões de medições altimétricas


devem ser limitadas a aproximadamente 100m, que é bastante rigoroso em relação aquelas
obtidas na Planimetria.

2.4- Conclusão Prática

Para se aplicar o trabalho topográfico a uma superfície muito extensa, com dezenas de Km², é
recomendável dividi-la em áreas de triângulos de aproximadamente 20km² com lados de
aproximadamente até 7km e quanto ao nivelamento (altimetria), quando de precisão, com visadas
até 100 m.

Na realidade para levantamento topográfico de uma grande área tomam-se vários planos
topográficos como faces de uma superfície poliédrica, ou recorre-se as Técnicas Geodésicas e
Sistemas de Projeção, que ultrapassam a abrangência da Topografia.

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CAPÍTULO VII

EQUIPAMENTOS DE MEDIÇÃO:

1- NÍVEL GEOMÉTRICO:

1.1- NÍVEL GEOMÉTRICO CONVENCIONAL

Instrumento ótico/mecânico, utilizado para medir diferenças de nível em relação a um Plano de


Referência, por leitura ótica em mira vertical.

Figura 41 – Uso do Nível Geométrico (Catálogo de Fornecedores)

Figura 42 – Nível Geométrico (Catálogo de Fornecedores)

1.2- NÍVEL GEOMÉTRICO ELETRÔNICO

Instrumento eletrônico/mecânico, utilizado para medir diferenças de nível em relação a um


Plano de Referência, por leitura a laser, em mira vertical apropriada, com varredura horizontal,
leitura e armazenamento automático e remoto.

Figura 43 – Nível Geométrico (Catálogo de Fornecedores)

Figura 44 – Nível Geométrico Eletrônico – Leica – Modelo Sprinter (Leica Geosystems)

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2- TEODOLITO:

Instrumento óptico para medir com precisão ângulos horizontais e ângulos verticais, bem
como implantar e/ou determinar alinhamentos, muito usado em trabalhos topográficos e
geodésicos.

Existem teodolitos óptico/mecânicos e óptico/eletrônicos, estes últimos mais modernos


predominantes no mercado por motivos óbvios.

Figura 45 – Teodolito Ótico/Mecânico e Eletrônico (Catálogo de Fornecedores)

2.1- TEODOLITOS CONVENCIONAIS

Instrumento ótico/mecânico, utilizado para medir ângulos verticais e horizontais, por visadas
em pontos notáveis, através de leitura ótica, além de, possuindo fios estadimétricos, ser
utilizado em taqueometria.

Figura 46 – Detalhe de Leitura Angular em Teodolito Optico/Mecânico (Catálogo de Fornecedores)

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2.2- TEODOLITO ELETRÔNICO:

Instrumento eletrônico/mecânico, utilizado para medir ângulos verticais e horizontais, por


visadas em pontos notáveis, através de leitura digital, além de, possuindo fios estadimétricos,
ser utilizado em taqueometria.

Figura 47 – Alguns modelos de Teodolito Eletrônico (Catálogo de Fornecedores)

3- DISTANCIÔMETRO:

Instrumento eletrônico, que acoplado ao Teodolito, é utilizado para medir distâncias através da
emissão e recepção de raio infravermelho ou laser, refletido em prisma ou na superfície
alvo, posicionado no ponto de medição, podendo ser também auto-redutor (obtenção direta da
distância horizontal).

2.1- TRENAS DIGITAIS:

-----

Figura 48 - Trena Eletrônica Digital – Leica DISTO D8 (Leica Geosystems)

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2.1- DISTANCIÔMETRO A LASER OU INFRAVERMELHO:

Figura 49 – Primeiros modelos de Distanciômetro Eletrônico (Catálogo de Fornecedores)

4- COLETOR DE DADOS:

Módulo de memória, que acoplado a um Teodolito Eletrônico, é utilizado para armazenamento


das medidas de ângulos, distâncias e informações relativos ao levantamento topográfico
(Caderneta Eletrônica).

Figura 50 – Primeiros Modelos de Coletora de Dados (Catálogo de Fornecedores)

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5- ESTAÇÃO TOTAL:

Associação em um único instrumento de: Teodolito Eletrônico, Distanciometro, Coletor de


Dados (módulo de memória), e dispositivo de cálculo programável, capaz de realizar de modo
automático, todas as etapas de coleta de dados e processamento de um levantamento
topográfico, podendo ser inclusive controlado e manuseado remotamente, através de balizas com
prismas e dispositivos especiais.

Figura 51 – Estação Total – Bastão Centrador (Baliza) e Prisma Refletor (Leica Geosystems)

Assim, o instrumento mais adequado para uso em Topografia Informatizada e


Automatizada é a Estação Total, que reúne num só equipamento vários acessórios.

São 7 (Sete) os principais acessórios da Estação Total:

1. Teodolito Eletrônico.
2. Visor de Cristal Líquido.
3. Teclado Alfa - numérico.
4. Distanciometro Eletrônico de Longo Alcance.
5. CPU (Unidade Central de Processamento).
6. Módulo de Memória de Softwares / ROM (Métodos e Sistemas de Levantamento).
7. Módulo de Memória de Dados / RAM / Coletor de Dados (Caderneta de Campo Digital)

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6- ESTAÇÕES ROBOTIZADAS

Comandada de modo remoto quando o seu operador utiliza um bastão com prisma, sensor de
localização, teclado e visor de controle a distância.

Figura 52 – Estação Total Robotizada (Leica Geosystems)

7- ESTAÇÕES INTELIGENTES

A SmartStation (Estação Total + GNSS combinados), oferece desempenho com um receptor de


satélites, sem a necessidade de pontos de controle, poligonais longas ou reocupações.
Simplesmente ao instalar a SmartStation o sistema de Navegação por Satélite (GNSS) determina
a posição. Realizam-se levantamentos topográficos com mais facilidade, mais rapidez e menos
instalações.

Figura 53 – Conceito da Estação Total Inteligente – SmartStation (Leica Geosystems)

A SmartStation determina as coordenadas ao toque de uma tecla. Com a SmartStation não é


necessário se preocupar com pontos de controle, poligonais e reocupações.

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8- ESTAÇÕES LASER SCANNER

Instrumento de última geração, revoluciona a forma de aquisição de dados utilizando um


sensor a Laser, que observa superfícies diversas e dimensiona uma nuvem de pontos, propiciando
a criação de modelo digital da superfície observada.

Figura 54 – Estação Laser Scanner (Leica Geosystems)

9- RECEPTORES GNSS:

Instrumento composto de Receptor de sinal de Satélites, com rádio, antena


receptora/transmissora, unidade de processamento e coletor de dados.
Inicialmente, através de sinais de satélites do Sistema NAVSTAR, das Forças Armadas Norte
Americanas, calcula as coordenadas do seu posicionamento.
Atualmente utiliza-se sinais de outros sistemas.

Figura 55 – Receptor de GNSS e Seus Acessórios

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10- FOTOGRAFIAS AÉREAS (AERONAVES)

Mapas em escalas de grande abrangência, mosaicos e ortofotos estabelecem interpretações


topográficas no âmbito dos estudos científicos, administrativos, e gerenciais da superfície
terrestre, com objetivos diversos.

Figura 56 – Técnicas de Aerofotogrametria utilizadas para mapeamento terrestre

11- SENSORIAMENTO REMOTO (SATÉLITES)

Mapas em escalas de grande abrangência, mosaicos e ortofotos agora elaborados por Técnicas
de Sensoriamento Remoto, também estabelecem interpretações topográficas no âmbito dos
estudos científicos, administrativos, e gerenciais da superfície terrestre, com objetivos diversos.

Figura 57 – Sensoriamento Remoto utilizado para mapeamento terrestre

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12- VANT’S

O uso de Veículos Aéreos Não Tripulados - VANT (DRONE) com demais equipamentos,
acessórios e aplicativos de aerolevantamento, vem utilizando modernamente técnicas de
aerofotogrametria para elaboração de mapas, plantas e desenhos na área de topografia,
mineração, agricultura, bem como por empresas que atuam nas áreas de construção e medição
de terreno.
Estas novas tecnologias estão revolucionando o mercado de aerolevantamento no Brasil,
utilizando a funcionalidade e simplicidade desses equipamentos no Planejamento de voo,
levantamento de campo e processamento de dados, em relação as técnicas tradicionais que
requerem investimentos de maiores proporções.

Figura 58 – Sensoriamento Remoto utilizando aeronaves controladas remotamente

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CAPÍTULO VIII

MÉTODOS GERAIS DE LEVANTAMENTO

Num levantamento as operações topográficas são executadas segundo métodos próprios que
defendem da finalidade da planta quanto a precisão, natureza do terreno, extensão da área e o
instrumental disponível.
Atualmente em Grandes áreas é mais rápido e econômico o método aerofotogramétrico que, no
entanto, não dispensa a Topografia Clássica na determinação de pontos para o apoio terrestre.
Em terrenos não muito acidentado e vegetação média é a poligonação indicada como base para
determinação de detalhes enquanto em áreas extensas muito acidentadas e densa vegetação é a
triangulação recomendada`, ou melhor ainda, a trilateração quando se dispõe de instrumental
próprio.
A escolha do método a empregar é tarefa que necessita alguma experiência e conhecimento
técnico. Nos levantamentos de grande porte a escolha é planejada em gabinete de engenheiro
com poder de decisão levando em conta o seu custo e a urgência necessária.

1- MÉTODOS PLANIMÉTRICOS

1.1 – MÉTODOS DAS COORDENADAS RETANGULARES

Para representação de um riacho, pôr exemplo, com margem em superfície pouco acidentada o
método das coordenadas retangulares é de grande valia. Basta escolher um eixo ON
aproximadamente paralelo ao curso dágua onde serão medidas as abscissas X0, X1, X2, ... a
partir de um ponto O marcado no terreno. A referência N bem visível do O deve ser ponto fixo no
terreno e sinalizado com baliza. Uma antena, uma aresta de edifício ou qualquer objeto fixo
também pode ser adotado.
As ordenadas Y0, Y1, Y2 , ... dos pontos de detalhe P0, P1, P2 , ... são medidas sobre normais
ao eixo ON.
As coordenadas (x e y) são distâncias horizontais medidas a trena e o seu perpendicularismo pode
ser obtido com emprego de prisma de reflexão total ou mesmo de uma cruzada de madeira com 0
= 90°. O teodolito pode ser dispensável.

RIO
Os pontos
P1
P0 (X0,Y0); P0 P2

P1 (X1,Y1);
P3
P2 (X2‚Y2);
P4
P3 (X3‚Y3);
Y0 Y1 Y2 Y3 Y4
............... 1

O X0 X1 X2 X3 X4 N
Figura 59
marcados em escala numa folha de papel reproduzirão a figura do terreno que vem a ser a planta
planimétrica da região.
Na operação de campo foi empregado o seguinte instrumental: 1 trena, 3 a 4 balizas e 1 cruzeta
para visadas ortogonais (0 = 90°).
Todos os valores medidos são registrados na chamada caderneta de campo.

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1.2 – MÉTODOS DAS COORDENADAS OBLÍQUAS

As coordenadas (x,y) são distâncias horizontais medidas a trena.


A cruzeta agora permite visadas que fazem um ângulo 0 = 90° com o eixo ON.

Os pontos P0 (X0,Y0), P1 (X1,Y1), P2(X2,Y2), ... marcados em escala na folha de papel


reproduzirão a figura do terreno, que é a planta.

Como no caso anterior o equipamento foi também a trena, balizas e cruzeta. Sem grande
vantagem poderia ser empregado o teodolito em vez da cruzeta.

RIO
Os pontos
P1
P0
P0 (Y0, X0, 0);
P2
P1 (Y1, X1, );
P3
Y0 P4
P2 (Y2, X2‚ ); Y1 Y2 Y3
1 Y4
    
P3 (Y3, X3‚ ) e

P4 (Y4, X4, ).


O X0 X1 X2 X3 X4 N
Figura 60

1.3 – MÉTODOS DAS COORDENADAS POLARES OU


MÉTODO DA IRRADIAÇÃO

Escolhido um eixo ON de polo O as distâncias horizontais são medidas a trena e os ângulos 0,
1, 2, ... horizontais são medidos com um goniômetro, o teodolito.

RIO
Os pontos
P1
P0
P0 (D0,0);
P2
P1 (D1,1); D0 D1 D2 P3
1 D3 P4
P2 (D2‚2); D4
P3 (D3‚3); e
0 a 4
P3 (D4‚4).

0 Figura 61 N

Os pontos P0 (D0, 0); P1 (D1, 1); P2 (D2, 2); ... marcados em escala numa folha de papel
nos fornece a planta.

Neste método além da trena e balizas emprega-se o teodolito.

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1.4 – MÉTODOS DAS COORDENADAS BIPOLARES BIVETORIAIS OU


MÉTODO DAS INTERSEÇÕES AOS LADOS

Para levantamento de um trecho mais extenso em superfície pouco acidentada marcam-se sobre o
eixo ON os polos O e O1 tal que O,O1 = Dbase, distância horizontal de base medida a trena.

RIO
Os pontos
P0
P0 (D0,D’0);

P1 (D1,D’1);
D0’ P1
D0
P2 (D2‚D’2); 1
P3 (D3‚D’3); D1’
D1
P3 (D4‚D’4);

.............
0 01 N
Fig. 38

As distâncias horizontais O,P0=D0; O,P1=D1; O1,P0=D0’ e O1,P1=D1’ são medidas a trena e


constituem as coordenadas dos pontos neste método.

Os pontos de detalhe P0 (D0,D0’); P1 (D1,D1’); P2 (D2‚D2’); ................. quando marcados em


escala numa folha de papel fornece a planta da região.

Todos os valores medidos são registrados em caderneta de campo e o instrumental empregado


constou de 1 a 2 trenas e 3 a 5 balizas.

1.5 – MÉTODO DAS COORDENADAS BIPOLARES BIANGULARES OU


MÉTODO DAS INTERSEÇÕES AOS ÂNGULOS

Quando há possibilidade de sobre um eixo ON, medir com trena a distância horizontal de uma
base O,O1 é o método aconselhado para pontos afastados e de difícil acesso.

RIO
Os pontos
P0
P0 (0, 0’);

P1 (1, 1’); P1
P1 (2, 2’);

P3 (3, 3’); 0 0’ 1’


1
................

0 01 N
Fig. 39

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Com o teodolito centrado nos polos são medidos os ângulos horizontais que as visadas O,P0;
O,P1; O1;P0 e O1P1 fazem com a base O,O1.

Os pontos P0 (0, 0’); P1 (1, 1’); ....... e os polos O e O1 marcados em escala numa folha de
papel nos fornecem a planta da região.
Neste método é indispensável o emprego de um teodolito, além de uma trena para medição da
base OO1 e sinalização para os pontos visado. Todos os valores medidos são registrados na
caderneta de campo.
Conhecendo-se as coordenadas cartesianas dos polos O e O1, os pontos Pn terão suas
coordenadas facilmente determinadas com emprego de fórmulas da geometria Analítica, que é a
solução adotada em trabalhos de responsabilidade.

Nas interseções aos lados e nas interseções ao ângulos as visadas são feitas para pontos a
determinar razão pela qual são, também, conhecidas por interseções avante.

1.6 – PROBLEMA DE POTHENOT OU MÉTODO DA INTERSEÇÃO INVERSA OU PROBLEMA


DOS TRÊS PONTOS

A característica deste método é que as visadas são feitas do ponto que seja determinar para
pontos conhecidos. São visadas ré, por conseguinte.
Assim conhecidos três pontos A(XA,YA,ZA), B(XB,YB,ZB) e C(XC,YC,ZC) a determinação de
um ponto P é facilmente obtida quando se medem os ângulos horizontais
APB =  e BPC = , suficientes para localizar analiticamente ou graficamente na carta o ponto P.
Daí ser o método também chamado PROBLEMA DA CARTA.
Conforme veremos na solução gráfica a seguir, sendo P a interseção das circunferências que
contêm ABP e BCP, o problema torna-se indeterminado quando os quatro pontos A, B, C, e P
formarem um quadrilátero inscritível.

B
C
A

 

P (?)
Fig. 40

Reduzindo-se o método a determinação apenas de dois ângulos horizontais pode ser aplicado em
levantamentos de áreas extensas. Além de muito usado em Topografia é de amplo emprego em
Navegação. Também a Hidrografia faz uso frequente. Assim na determinação do relevo de terreno
submerso o ponto P a bordo de uma pequena embarcação pode ser posicionado com simples
visadas para três pontos fixos e conhecidos no litoral enquanto sua profundidade pode ser obtida
com emprego da sonda.
Neste método a determinação do ponto P pode ser através de uma das três soluções: a gráfica, a
trigonométrica e a analítica.

A solução gráfica quando compatível com a precisão desejada tem a vantagem da rapidez e
simplicidade, enquanto para trabalhos de maior responsabilidade é a solução analítica a mais
recomendada. A solução trigonométrica bem mais trabalhosa está em desuso.

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1.6.1- SOLUÇÕES GRÁFICAS DO PROBLEMA DE POTHENOT

O problema de POTHENOT possui duas soluções gráficas consagradas:

1º Método para Solução Gráfica:

Marcados o ponto P e os ângulos  e  em papel transparente, a superposição das direções


dos lados PA, PB e PC com os pontos A, B, C locados na carta (planta) permitirá marcar
também nesta a posição aproximada do ponto P.
Daí ser o método, também, chamado PROBLEMA DA CARTA ou PROBLEMA DOS TRÊS
PONTOS.

C
B

P (?)

Fig. 41

Ângulos e 
medidos no
campo (Teodolito)

 

P (?)

Fig. 41

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C
B

Ângulos e 
medidos no
campo (Teodolito)
A

 

P (?)

Fig. 41

2º Método para Solução Gráfica:

Pode-se, também, determinar o ponto P construindo-se graficamente os segmentos capazes dos


ângulos  e  medidos no campo.

Sendo A, B e C os pontos conhecidos marcam-se em torno de A o ângulo  (por AB); e em torno


de C o ângulo  (por CB).
Traçando-se por A normal a AA1 e por m (meio de AB) sua normal, o encontro dessas
normais determina o centro O da circunferência que passa pelos pontos A, B e P. Analogamente
traçando-se por C normal a CC1 e por n ( meio de BC ) sua normal, o encontro dessas normais
determina o centro O1

Da circunferência que passa pelos pontos B, C e P.

A interseção das duas circunferências é o vértice P dos ângulos  e  de que os segmentos de


círculo ABP e BCP são capazes.

Evidentemente quando as posições dos pontos A, B, C e P formam um quadrilátero inscritível a


solução é indeterminada.

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Passo a Passo da Solução Gráfica:

1º Rebatimento
1º Rebatimento do ângulo 
do ângulo  por BC
por AB

C
B

A
Ângulos e 
medidos no
campo (Teodolito)
2º Rebatimento
de linha
CAB ortogonal
2º Rebatimento
de linha CBC
ortogonal  
3º Rebatimento
3º Rebatimento de linha
de linha mediatriz a BC
mediatriz a AB

P (?)

4º Traçar um
círculo com 5º Na interseção
dos círculos temos
centro em CAB 4º Traçar um
o ponto P círculo com
centro em CBC
Fig. 42

1.6.2- PROBLEMA DE POTHENOT – SOLUÇÃO ANALÍTICA

Modernamente, o problema de POTHENOT possui solução analítica consagrada, tornando um


método planialtimétrico, determinando as coordenadas X, Y e Z do ponto P.

Fig. 43

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Dados:
XA = 681.108,310m XB = 681.057,964m XC = 681.010,033m
YA = 7.457.106,215m YB = 7.457.126,701m YC = 7.457.112,415m
HA = 306,453m HB = 298,363m HC = 302,737m

ZA = 69º38’05” LMA = 0,000m (CB) = 38º41’20”


ZB = 75º25’55” LMB = 0,000m (BA) = 34º36’20”
ZC = 72º51’44” LMC = 0,000m AI = 1,525m

SOLUÇÃO:
DISTÂNCIA (AK) = 80,288m X (K) = 58,604m
DISTÂNCIA (BK) = 83,540m Y (K) = 43,163m
DISTÂNCIA (CK) = 84,587m H (K) = 275,127m

1.7 – MÉTODO DOS CAMINHAMENTOS OU POLIGONAÇÃO

O caminhamento é uma sucessão de alinhamentos de comprimentos medidos ligados por ângulos


também medidos.
E2
E4
E0

E1
LE0,E1 E3 E4
E2 E5
E1
Onde: Fig. 44 E3

LE0,E1 → é o comprimento horizontal do lado E0,E1

E1, E2, E3 e E4 → são os ângulos horizontais medidos nas estações E1, E2, E3 e E4
respectivamente tal que  = LV – LR. Obtêm-se assim uma linha poligonal que pode ser
fechada, apoiada ou aberta.
E2
E3

Ea
E1
A4 Ec
I
A3
E4

E5 Eb

A2
A1
Fig. 45
→ E1; E2; E3; E4; E5; A1; e A2→ POLIGONAL FECHADA
→ E1; A3; A4; e E4 → POLIGONAL APOIADA OU POLIGONAL ENQUADRADA

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→ E5; Ea; Eb; e Ec → POLIGONAL ABERTA

Esta última é emprego desaconselhável por falta de controle, enquanto as poligonais fechada e
apoiada são de uso freqüente, quando o relevo e a vegetação do terreno tornam as medições
lineares economicamente vantajosas.

Na poligonação as estações E funcionam como pólos para determinação de ponto P nos detalhes
da planta.

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1.8 – MÉTODO DE TRIANGULAÇÃO

Em áreas extensas e quando se requer maior precisão é a Triangulação o método indicado.


Nos terrenos de relevo acidentado e muita vegetação é economicamente mais vantajoso que a
Poligonação.

Consiste na medição de todos os ângulos internos de triângulos implantados na região com lados
comuns que não devem ultrapassar de 6 km de comprimento.

A partir da medição linear de um único lado, chamado BASE, os demais lados da triangulação têm
seus valores determinados pelo cálculo trigonométrico com Analogia dos Senos após a
compensação angular de triângulo.

Para controle do serviço, mede-se uma 2ª base na outra extremidade da rede, chamada BASE DE
CHEGADA ou BASE DE CONTROLE. V5 V8
V3

V1 V9

V2
V7

V10
V6

V1,V2 = Base de partida


V4 V8,V9 = Base de chegada
Fig. 46

Na base de controle, comparando o seu valor medido no campo com o valor calculado, dito
transportado toma-se conhecimento do erro cometido ao longo do trabalho.

Se o erro (valor medido – valor transportado) for menor ou igual à tolerância estabelecida para a
obra, após a compensação da figura pôr processo escolhido, prossegue-se o trabalho.

Na triangulação os vértices V funcionam como polos para determinação de pontos P nos detalhes
da planta.

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1.9 – MÉTODO DE TRILATERAÇÃO

Os instrumentos modernos de medida linear com emprego de microondas, dito


DISTANCIÔMETROS, tais como o TELURÔMETRO, permitem determinar diretamente os
comprimentos dos lados da Triangulação sem necessidade de medir os ângulos.

V5 V8
V3

V1 V9

V2 V7

V6
V10
V4 V1,V2 = Base de partida
Fig. 47 V8,V9 = Base de chegada

Os ângulos são medidos apenas para efeito de determinação das coordenadas dos vértices.

Com teodolito e distanciômetro os levantamentos topográficos de áreas extensas são executados


com emprego de TRILATERAÇÃO.
TRIANGULAÇÃO NA TOPOGRAFIA:

Exercício 1:

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Dados de Campo:

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Solução Geométrica:

1.10 – MÉTODO DA INTERSEÇÃO A RÉ

Os instrumentos modernos de medida linear com emprego de microondas, dito


DISTANCIÔMETROS, tais como o TELURÔMETRO, permitem determinar diretamente os
comprimentos dos lados da Triangulação sem necessidade de medir os ângulos.

Realizados a partir de dois pontos já conhecidos e aferidos:

Estação Livre na Leica; e

Interseção a Ré na topcon.

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2- MÉTODOS ALTIMÉTRICOS

A Altimetria é a parte da Topografia encarregada dos estudos e práticas de métodos e


processos de medição das alturas, desníveis, cotas ou altitudes da superfície de um terreno em
estudo.
Nas análises altimétricas das superfícies topográficas consideram-se as seguintes grandezas:

Altura (h) – Objetos de Ocupação e Uso do Solo (grandeza absoluta) – Árvores, postes,
edificações, muros, aparelhos urbanos, torres etc.

Diferença de Nível (DN) – comparação do nível entre dois pontos quaisquer no terreno
(grandeza relativa) – Pontos A e B.

Cotas (CT) – Altura de pontos no terreno em relação a um plano arbitrado de origem.

Altitude (AT) – Altura de pontos no terreno em relação ao NMM - Geoide (grandeza absoluta)

Referência de Nível (RN) – Ponto de Partida para nivelamento (Altimetria) de todos os pontos no
terreno. Todo Projeto de Engenharia deve ter uma RN, e de preferência oficial, ou seja, relativa ao
Nível Médio dos Mares - NMM (Datum Vertical de Imbituba / SC).

BAROMÉTRICO < TRIGONOMÉTRICO < GEOMÉTRICO

2.1 – NIVELAMENTO BAROMÉTRICO

Através da pressão atmosférica, podemos com auxílio do Barômetro, determinar a altitude


de um determinado lugar.

É, entretanto, um método estimativo de menor precisão, que serve apenas como referência
em determinados situações e serviços de etapas topografia.

2.2 – NIVELAMENTO GEOMÉTRICO

2.2.1- INTRODUÇÃO

É o de maior precisão, realizado com equipamento de precisão (Nível Geométrico e Mira Falante –
Mira Graduada), bastante utilizado na Topografia, Obras Civis em geral e Geodésia.
É por tanto método de suma importância no âmbito da topografia.

2.2.2- CLASSIFICAÇÃO

- 1ª ordem ou de alta precisão quando o erro provável acidental não atinge 2mm por Km. É
empregado em trabalhos geodésicos;
- 2ª ordem ou de precisão quando o erro provável não atinge 6mm por Km;
- 3ª ordem ou de topografia quando o erro provável não atinge 30mm por Km.

2.2.3- INSTRUMENTO UTILIZADO

O instrumento ótico empregado é o NÍVEL DE LUNETA que permite uma visada (EIXO DE
COLIMAÇÃO) rigorosamente horizontal.
No tipo chamado Nível de Linha no momento da visada é que se estabelece a horizontalidade
rigorosa do eixo de colimação com auxílio de centragem da bolha de nível tubular solidário a
luneta. A luneta é fixa apenas em uma extremidade através de uma charneira e a horizontalidade
é obtida pôr meio de um parafuso de elevação situado na outra extremidade da luneta.
Em geral estes níveis de charneira são dotados do dispositivo dito “de coincidência” dos extremos
da bolha do nível tubular com imagem no próprio campo ótico da luneta.

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Observe-se aliás que um teodolito munido de nível de colimação pode ser usado como nível de
charneira, com menor precisão evidentemente.

ESQUEMA DOS EIXOS – Condição principal

Luneta
EP
Esquematicamente um NIVEL
DE LUNETA se reduz a três EL/EC/EV
eixos fundamentais:
Nivel Tubular
EP, Eixo Principal, em torno do
qual gira a luneta e, que deve
manter-se vertical; ENT
EC, Eixo da Luneta/Colimação/Visada; e
Base Niveladora
ENT, Eixo do Nível Tubular
Fig. 48

É condição indispensável EC// ENT, isto é, entre o eixo de colimação e o eixo do nível tubular.

2.2.4- NIVELAMENTO SIMPLES

O nivelamento geométrico entre dois pontos A e B do terreno baseia-se na visada horizontal


através de um nível de luneta sobre duas miras falantes verticalizadas nos pontos A e B.
O nível de luneta é geralmente estacionado entre os pontos A e B, e não necessariamente no seu
alinhamento.
Chamando-se LRé a leitura da mira de ré (em A), e Lvante a leitura da mira de vante (em B)
temos, desprezando os efeitos da curvatura da terra e refração da visada, a Diferença de Nível
(DNAB ou HAB).

Régua Graduada Régua Graduada


Nível Geométrico LB’
LA’
1
1
e I e
LA1   LB1

HAB = LRé – Lvante

A
I B1
A1 L L 1
1
HAB = LRé – Lvante

Fig. 49

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MÉTODO DAS VISADAS EQUIVALENTES

Quando o instrumento estiver igual a distância dos pontos de RÉ e de VANTE um possível erro de
inclinação  na visada que deveria ser rigorosamente horizontal provocará um erro e na leitura de
mira em A, também e na leitura de mira em B e a diferença de nível.

HAB = LA’ - LB’ = LA + e – (LB + e)

Onde: HAB = LA’ - LB’

Recomenda-se adotar L  130m devido aos erros de esfericidade que podem não ser equivalentes
porque as temperaturas podem diferir muito entre si provocando refrações diferentes.

2.2.5- CADERNETA DE CAMPO

CADERNETA DE NIVELAMENTO GEOMÉTRICO


EQUIPAMENTO: N2 LOCAL: PUC/RJ PROJETO: Aula de Topografia
VISADA PLANO DE
ESTAÇÃO VISADA RÉ VANTE REFERÊNCIA COTA OBS:
RN-A 2,389 52,389 50,000 RN Arbitrado
1 1,296 51,093
2 2,252 50,137
5 3,810 48,579
RN-5 0,721 49,300 48,579
3 1,428 47,872
4 1,137 48,163
6 2,104 47,196
7 3,724 45,576 Córrego
8 3,010 46,290
9 3,689 45,611
RESP. TÉCNICO: Jorge Lucas SERVIÇO: Nivelamento Geométrico p/ Aula DATA: 06/01/97 PÁG.: 01/01

2.2.6- NÍVEIS MODERNOS

Os NÍVEIS atuais ditos AUTOMÁTICOS devido a recurso ótico mantêm o EC sempre horizontal.
Dispensam, portanto, qualquer ajuste.
Existindo também os que utilizam a Régua Graduada com Código de Barras, resultando em
Leituras Digitais por parametrização da imagem da régua.

2.2.7- NIVELAMENTO COMPOSTO

Nas distâncias longas temos que efetuar um nivelamento composto que consiste num somatório
de nivelamentos simples.
Neste caso: HAB =  (LR – LV) e HB = HA +  (LR – LV)

Se o nivelamento percorre um circuito fechado ou um circuito aberto nos dois sentidos


(nivelamento e contra - nivelamento) teremos, teoricamente, para o ponto inicial H = 0 e assim:

H =  (LR – LV) =  LR –  V =0

ou teoricamente,  LR =  LV

Na prática, devido a erros cometidos,  LR   V e  LR -  L = h


Onde h será o erro altimétrico de fechamento no circuito.

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Fig. 51

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2.3 – NIVELAMENTO TRIGONOMÉTRICO

Para a determinação da altura do ponto P, partindo-se um ponto E conhecido, adotando-se o


Método do Nivelamento Geométrico, utiliza-se um Teodolito, trena e balizas, conforme a figura
abaixo:
P’

Z hb
Teodolito P

I 
Q
HEP
hi

DH
E
Fig. 52
hi = altura do instrumento na estação E;

hb = altura da baliza no ponto P;

HEP Diferença de Nível entre os pontos E e P;

 = ângulo vertical que faz a visada sobre P’, extremidade superior do sinal, com o plano
horizontal;

DH = distância horizontal da estação E ao ponto P.

Na figura vemos que:


hi = hb + HEP (1)
onde
HEP = hi + QP’ – hb (2)
e
QP’ no triângulo IQP’
é
QP’ = DH. Tang  (3)

que substituído em (2) vem: HEP = DH . Tang  + (hi – hb)

A altura do ponto P será dada por: HP = HE + HEP

ou HP = HE + DH . Tang  + (hi – hb)

desde que se conheça a distância horizontal D.

Sua determinação, no entanto, pode ser facilmente obtida visando-se P de duas estações E1 e E2
com a distância E1, E2 horizontal, medida com trena.

O ângulo  é fornecido pelo teodolito e a altura hi é medida com trena desde o centro do
instrumento (interseção do eixo principal com o eixo secundário) até a estação E no chão.

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Nivelamento Trigonométrico sem possibilidade de medição da distância ao alvo
P’
a) Determinação Simples – Com uma Base Triangular (A, L, A)

hb
P
I 

hi1 HEP

E1 DH1 Q


 DH2
DE1E2


hi2

E2 Fig. 53

A projeção ortogonal dos pontos E1, E2 e P sobre um mesmo plano horizontal nos fornece o
triângulo plano horizontal E1, E2, Q de lados E1, E2, DH1 e DH2.

E1 DH1
1
Q

=−(+)

DE1E2

 DH2

E2
E a Lei dos Senos: Fig. 54

DH1 / seno  = D2 / seno  = DE1E2 / seno ( +  )


nos dá:
DH1 = [DHE1E2 / seno ( +  )]. seno ( )

DH2 = [DHE1E2 / seno ( +  )]. seno ( )

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As diferenças de nível são então:

de E1 ................................. HE1P = DH1 . tg  + (hi1 – hb)

de E2 ................................ HE2P = DH2 . tg  + (hi2 – hb)

e a altura do ponto P será a média entre:

HP = HE1 + HE1P HP = HE2 + HE2P ou

HP = HE1 + DH1.tg  + (hi1 – hb) HP = HE2 + D2 . tg  + (hi2 – hb)

Onde HE1 e HE2 devem ser determinadas por nivelamento geométrico.

b) Determinação Controlada – Com duas Bases Triangulares Adjacentes (A, L, A)

Para determinação (controlada) é conveniente visarmos o ponto P de três estações E1, E2 e E3


medindo-se com trena as distâncias horizontais E1, E2 e E1, E2 e com o teodolito os ângulos
e1,  2e2, 2, 3e3 e as alturas do instrumento i1, i2 e i3 nas três estações E1, E2, e E3.

E1 DH1
Q

 − (  +  )

DE1E2
DH2 −(’+)
 DH2’
’ DH3
E2 

DE2E3
Fig. 55 E3
Com o emprego da Lei dos Senos:

D1 = [DE1E2 / seno (  +  )] . sen 2

D2 = [E1E2 / seno (  +  )] . sen 2

D2 = [DE2E3 / seno ( ’ +  )] . sen 2 Média


D3 = [DE2E3 / seno ( ’ +  )] . sen 2

O controle está agora na média dos valores DH2 determinados como lado comum a dois triângulos
distintos e a altura de P será agora a média entre três valores.

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3- MÉTODOS PLANIALTIMÉTRICOS

3.1- TAQUEOMETRIA

A TAQUEOMETRIA é a parte da Topografia que trata da medida indireta da Distância Horizontal


(DH), e Distância Vertical (DV).

TAQUEÔMETRO é, em geral, um Teodolito provido de dispositivos para essa medida, que pode
ser mediante o emprego de fios estadimétricos ou, de prismas de desvio do raio visual.
Em ambos os casos se pressupõe a visada sobre uma Régua Graduada.
Reserva-se, em geral, o nome de MIRA FALANTE para a que recebe a graduação em metro,
decímetro e centímetro, com interpolação do milímetro.
Quando se adotam escalas convencionais a régua é denominada ESTÁDIA.
Utilizando-se a Taqueometria, admite-se uma precisão de até 1/1.000, podendo-se em alguns
casos chegar até 1/500.

No Taqueômetro além dos retículos (fios) Vertical e Horizontal (fio médio) que definem a linha
visada (eixo da Luneta), existem dois retículos (fios) paralelos e equidistantes do fio médio,
chamados fios Taqueométricos ou fios Estadimétricos.

3.1.1- CAMPO VISUAL DA LUNETA

FS → Fio Superior
a a
/2
FM → Fio Médio m m 
/2
b b
FI → Fio Inferior

Fig. 56

3.1.2- PRINCÍPIO FUNDAMENTAL DA TAQUEOMETRIA

Consideramos um tubo L em cujo extremo existe abertura O pela qual se pode visar e no outro
extremo existem dois fios horizontais a e b que estão simetricamente colocados em relação ao
centro. Mira M
Luneta Objetiva
Ocular A

a Régua
Graduada
m 90°
O
=0°
b

B
L

DH
Fig. 57

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Suponhamos a mira falante (Régua Graduada) M que intercepta em A e B as visadas partidas de


O passando pelos fios a e b.

Dos triângulos OAB e Oab tiramos: DH / L = AB / ab onde: ab = 


Substituindo e deduzindo tem-se: DH = L /  . AB onde: a relação L/ é a constante K.

Assim a Distância Horizontal (DH) pode ser determinada nas visadas horizontais (quando = 0°)
pela equação Estadimétrica:

DH = K . g onde K é a constante Taqueométrica ou constante Estadimétrica;


Geralmente K=100 e g=AB=LA–LB chamado de Número Gerador.

3.1.3- CONSTANTE DE REICHENBACH – TAQUEÔMETRO ANALÁTICO

Para aumentar o alcance das visadas os Taqueômetros são promovidos de sistemas óticos
convergentes na objetiva, e também na ocular que acarretam a necessidade de correções
chamadas de Reichenbach.
Dependendo do instrumento, atingiam até R = 0,70 m nos modelos antigos, ditos Taqueômetros
normais e a equação Estadimétrica se tornava nas visadas horizontais.

DH = K . g + R

Os instrumentos modernos possuem uma lente intermediária entre a objetiva e o plano dos
retículos, dita Lente Analítica que trazendo a imagem para o centro do Taqueômetro faz R = 0 e o
TAQUEÔMETRO é dito ANALÁTICO tal que:
Mira
DH = K.g A
3.1.4- FÓRMULAS GERAIS m

Teodolito (Taqueômetro) D’ B

I 
DH Q HEP
hi

E Fig. 58

(quando   0°) → A Distância Horizontal (DH) neste caso vem ser:

DH = D’. cos  onde D’ = K . g’, admitindo-se g’  g . cos  e DH = K . g . cos  . cos 

DH = K . g . cos²  (I)

Da figura podemos tirar ainda: H = D’ . sen  + hi – m

H ou DN = K . g . sen  . cos  + (hi – m) (II)

que é a Diferença de Nível (DN) entre a Estação E, no piquete, e o Ponto P, no chão, onde:

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DH = Distância Horizontal entre os Pontos do Alinhamento;
H = Diferença de Nível (DN) entre os Pontos do Alinhamento;
K = Constante Taqueométrica K=100 (atualmente todos os Teodolitos Taqueômetros tem k=100);
G = Número Gerador = Ls – Li (Leitura Superior = Fio Superior e Leitura Inferior = Fio Inferior);
 = Ângulo Vertical que a visada faz com Plano Horizontal que passa pelo Eixo do Teodolito;
hi = Altura do Instrumento que vai do Ponto até o Eixo do Teodolito;
m = Leitura de Mira (Régua Graduada), correspondente ao Fio Médio;
(I) e (II) são as fórmulas gerais da Taqueometria quando   0°.

OBS: É conveniente fazer sempre com que o fio médio m seja apontado para um número simples
da mira falante, como m = 1,000 (ou 2,000) porque esta leitura m representa, em geral,
aproximadamente a média das leituras extremas LA e LB, isto é, m  ( LA – LB ) / 2.
Dessa maneira reduz-se a possibilidade de erros de leitura de mira no serviço de campo.
Tal relação só é exata, entretanto, nas visadas horizontais m = (LA – LB) / 2 e nas visadas muito
inclinadas m  (LA – LB) / 2

3.1.5- EXEMPLOS NUMÉRICOS

1) Valores medidos no campo: Ls=1,273m; Li=0,728m; m=1,000m; hi=1,250m; e Z=70°15’00”


Pedem-se: DH e DN =90°-Z; =90°-70°15’00”; =+19°45’00”
DH=100x0,545xCos²(+19°45’00”) DN=100x0,545xSen+19°45’xCos+19°45’+1,250-1,000
DH=54,5x0,88581 DN=54,5x(+0,33792x0,94118)+0,250
DH=48,28m ➔ DH=48,3m DN=+17,333+0,250; DN=+17,58m ➔ DN=+17,6m

2) Valores medidos no campo: Ls=2,321m; Li=1,676m; m=2,000m; hi=1,120m; e Z=110°24’00”


Pedem-se: DH e DN =90°-Z; =90°-120°24’00”; =-20°24’00”
DH=100x0,645xcos²(-20°24’00”) DN=100x0,645xSen-20°24’xCos-20°24’+(1,120-2,000)
DH=64,5x0,87850 DN=64,5x-0,32671+(-0,880)=-21,073+(–0,880)
DH=56,66 m ➔ DH=56,7m DN=-21,95m ➔ -22,0m

3.1.6- VERIFICAÇÃO E DETERMINAÇÃO DAS CONSTANTES K E R

Suponhamos duas distâncias horizontais DH1 e DH2, rigorosamente medidas a trena, em terreno
horizontal.

Fazendo uso do Taqueômetro obtemos os números geradores correspondentes, g1 e g2.


Teremos assim:
Kg1 + R = DH1; e Kg2 + R = DH2; onde K e R do instrumento são as incógnitas.

Subtraindo a 2ª da 1ª equação por g1 temos: K=

e em seguida multiplicando a 1ª equação por g2; e a 2ª equação por g1, temos:

Kg1.g2 + R.g2 = DH1.g2; e Kg2.g1 + R.g1= DH2.g1; por subtração obtém-se:

R=[(DH1.g2)-( Kg1.g2)]/2; e

R=[( DH2.g1)-( Kg2.g1)]/2

Na prática, tomam-se vários pares de distâncias para prevenir os erros de observações.

Normalmente K = 50 ou 100 ou 200 e 0,10m  R  0,70m nos instrumentos chamados normais


ou não analíticos, que são modelos antigos.

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3.2- TRIGONOMETRIA COM RÉGUA GRADUADA

A TRIGONOMETRIA COM RÉGUA GRADUADA é a parte da Topografia que trata da medida


indireta da Distância Horizontal (DH), e Distância Vertical (DV), utilizando conceitos de
Trigonometria/Geometria tirando partido da habilidade do Teodolito em ler com precisão os
Ângulos Verticais.
O Levantamento Trigonométrico com a Régua Graduada, dependendo da Precisão Angular do
Teodolito, pode conduzir a uma precisão bem superior ao da Taqueometria >1/2.000, pois utiliza
no seu esquema de cálculos triângulos com ângulos verticais mais abertos.

3.2.1- DESENVOLVIMENTO TEÓRICO

V1 = DH.tg 1 e V2 = DH.tg 2 Desenvolvendo: V2 – V1 = DH.tg 2 – DH.tg 1 ;

V2 – V1 = DH.(tg 2 – tg 1) onde DH = (V2 – V1) / (tg 2 – tg 1)

como (V2 – V1) = (L2 – L1) temos: agiliza os cálculos


Régua
Graduada
DH = (L2 – L1) / (tg2 - tg1) ou DH = (L2 – L1) / (cotgZ2 – cotgZ1)
L2 V2

L1 V1

Z2
Z1
2

1 B
I

hi DNAB

DHAB

DN1 = DH.tg 1 + hi – L1 e DN2 = DH.tg 2 + hi – L2

Finalmente: DN = (DN1 + DN2) / 2

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Exercício:

Dados das Medições:

Altitude A = 8,937;
Hi=1,585m;
L1=2,197m ➔ Z1=78°49’30”; e
L2=6,365m ➔ Z2=72°41’20”.

Memória de Cálculos:

Distância Horizontal DHAB

DH = (L2 – L1) / (cotgZ2 – cotgZ1)

DH = (6,365m– 2,197) / (cotg72°41’20” – cotg78°49’30”) ➔ DHAB = 36,521m

Diferença de Nível DNAB

DN1 = DH.Cotg Z1 + hi – L1 ➔ DN1 = 36,521m.Cotg78°49’30” + 1,585m – 2,197m = +6,603m

DN2 = DH.CotgZ2 + hi – L2 ➔ DN2 = 36,521m.Cotg72°41’20” + 1,585m – 6,365m = +6,603m

DN = (DN1 + DN2) / 2 ➔ DN = (+6,603m + +6,603m) / 2 = +6,603m ➔ DNAB=+6,603m

Altitude B = Altitude A + DNAB = 8,937m +6,603m ➔ Altitude B = 15,540m

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Gabarito:

Na prática procede-se a leitura de três posições na Régua Graduada:

L1 ➔ o mais baixo possível;


L2 ➔ o mais alto possível; e
L3 ➔ um pouco acima da primeira leitura.

Aplica-se o cálculo pela média da formação de dois triângulos assim determinados:


I,L2,L1 e I,L2,L3
L2

Régua
Graduada

L3

L1

Z1; Z2 e Z3
E2
I 1; 2 e 3

hi DN

E1
DH
Fig. 59

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onde:

hi = altura do instrumento na estação E;


Ln = leitura do fio médio na mira;
Zn = leitura do ângulo vertical na mira;
n = ângulo vertical que faz a visada com o plano horizontal;
DH = distância horizontal da estação E1 até a estação E2;
DN = distância vertical ou diferença de nível da estação E1 até a estação E2.

Operações de campo:
1- Ler o fio médio num ponto mais baixo da Régua (L1), e registrar o Ângulo Zenital ➔ Z1;
2- Ler o fio médio num ponto mais alto da Régua (L2), e registrar o Ângulo Zenital ➔ Z2; e
3- Ler o fio médio num ponto acima da primeira leitura (L3) e registrar o Ângulo Zenital ➔ Z3.

Fórmulas:

Distância Horizontal (DH)

DH1 = (L2 – L1) / (cotgZ2 – cotgZ1) DH2 = (L2 – L3) / (cotgZ2 – cotgZ3)

Diferença de Nível (DN)

DN1 = DH1 cotgZ1 + HI – L1 DN2 = DH2 cotgZ3 + HI – L3

Valores a serem adotados

DHm = (DH1 + DH2) / 2 E finalmente a média das distâncias médias de vante e ré será
valor adotado.
DNm = DN1 + DN2 / 2 E finalmente a média das diferenças de nível de vante e ré será
o valor adotado.

Limites de Medição: Utilizando-se mira graduada de 4,000m, o limite para medição de distâncias
pela aplicação deste método, admitindo-se precisão de 1/5.000 é o seguinte, dependendo da
precisão angular do teodolito.

TEODOLITO DISTÂNCIA MÁXIMA


1” 250m
5” 200m
10” 150m
20” 100m

Exemplo Numérico

Altitude A = 14,534m

Hi=1,390m

L1=0,200m ➔ Z1=90°51’20”;
L2=7,500m ➔ Z2=85°52’30”; e
L3=0,300m ➔ Z3=90°47’10”.

Resposta:

DHAB = 83,867m; DNAB=-0,062m; e Altitude B = 14,472m

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CAPÍTULO IX

DIREÇÃO NA TOPOGRAFIA

1- AZIMUTE

É palavra de origem árabe que significa distância angular medida sobre a linha do horizonte a
partir de um ponto de origem.
Assim o AZIMUTE de um alinhamento E1,E2 vem a ser o ângulo horizontal que faz a direção
E1E2 com linha Norte-Sul contado de 0° a 360°a partir do Norte (N), no sentido dos ponteiro do
relógio (sentido horário).
Este azimute circular, contado de 0° a 360°, é usualmente empregado em Topografia.
Norte

AzE1E2
E1

Oeste Este

E2

Fig. 60 Sul

Sua definição é válida também nas demais ciências cartográficas, bem como em Navegação e na
Astronomia. Em Astronomia também se usa sua contagem a partir do Sul no sentido horário sem
a justificativa convincente. É apenas um alerta para aqueles que venham a empregá-lo.
Evidentemente quando o Norte (N) é indicado pela agulha magnética de uma bússola o azimute
é o magnético (Azm), e quando é dirigido para o polo geográfico o azimute é o geográfico
(Azg) ou o verdadeiro (Azv).
O azimute sendo um ângulo horizontal pode ser somado com o ângulo  assim:

Norte
E2

AzE1E3

AzE1E2

E3

AzE1E3 = AzE1E2 + 
E1
Fig. 61

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2- CONTRA AZIMUTE

Chama-se CONTRA AZIMUTE do alinhamento E1,E2 ao azimute da direção no sentido E2,E1,


assim CA1² = A2¹

Vê-se que: AzE2E1 = AzE1E2 + 180°

Norte

Norte AzE1E2

E2

AzE1E2

180°
E1
AzE2E1

Fig. 62

Por exemplo, se AzE1E2 = 210° → AzE2E1= 210° + 180° = 390° ou 30°

Ou AzE1E2 = 210° – 180° = 30°; que nos permite fazer: AzE2E1 = AzE1E2  180°

Pois o azimute e o contra azimute são sempre diametralmente opostos e seus valores diferem
sempre de 180°.

3- AZIMUTE DE UM CAMINHAMENTO

Na figura vemos que no caminhamento de uma poligonal temos:

Norte

Norte
Norte AzE2E3

 AzE3E4 E4

AzE1E2 
E2
180°

AzE2E1
E1 E3

Fig. 63 AzE2E3 = AzE1E2 + (  - 180° )

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Analogamente:

AzE3E4 = AzE2E3 + ( 3 - 180° ) ou AzE3E4 = AzE1E2 + [ 2 + 2 – ( 2 . 180° ) ]

Tal que AzEnEn+1 = AzE1E2 + {   – [ ( n -1 ) . 180° ] }

Exemplos:

Dados: AzE1E2 = 55°38’20”; E = 225°13’50”; E3 = 124°35’20”; e E4 = 317°23’10”

Calcular: AzE2E3 = ?; AzE3E4 = ?; e AzE4E5 = ?

Resultado:

AzE2E3 = 55°38’20” + (225°13’50” - 180° ) = 100°52’10”

AzE3E4 = 100°52’10” + (124°35’20” - 180° ) = 45°27’30”

AzE4E5 = 45°27’30” + (317°23’10” - 180° ) = 182°50’40”

4 - RUMO OU AZIMUTE QUADRANTAL

Rumo ou Azimute Quadrantal de um alinhamento E1,E2 vem a ser o menor ângulo horizontal que
a direção de E1,E2 faz com a linha Norte-Sul. Ë contado de 0°a 90° a partir do ponto N ou do
ponto S para este (E) ou para oeste (O).

E2
Norte
E2

RE1E2 RE1E2

E1

Oeste Este

RE1E2
E2
RE1E2
E2

Fig. 64 Sul

Rumo ou Azimute Quadrantal do alinhamento R E1E2 = 40° SE


A indicação do quadrante a que pertence o sentido da direção é, portanto, indispensável.

Assim:

R E1E2 = 60° NE ou R E1E2 = N 60° E;


R E1E2 = 80° SE ou R E1E2 = S 80° E;
R E1E2 = 5° SW ou R E1E2 = S 5° W; e
R E1E2 = 70° NW ou R E1E2 = N 70° W

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5 - CONVERSÃO DE RUMO PARA AZIMUTE CIRCULAR

Temos que para:

R E1E2 = 60° NE; corresponde a AzE1E2 = 60°

R E1E2 = 80° SE corresponde a AzE1E2 = 180° – 80° = 100°

R E1E2 = 5° SO corresponde a AzE1E2 = 180° + 5° = 185°

R E1E2 = 70° NO corresponde a AzE1E2 = 360° – 70° = 290°

Fig. 65

Era comum que o limbo das bússolas indicasse os pontos cardeais N, S, E, e O, com graduação
de 0° a 90° a partir da linha N - S e a leitura do Rumo de uma direção tornava-se mais cômoda e
frequente.

No entanto, este valor medido em cada quadrante não é atualmente empregado entre as
ciências cartográficas, bem como em Navegação, Astronomia e finalmente na Topografia.

O rumo tem seu uso restrito, e ainda é mantido, em documentos antigos.

A determinação topográfica da direção atualmente é feita sempre utilizando o Azimute Circular.

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6 – RELACIONANDO ÂNGULOS INTERNOS COM AZIMUTES E RUMOS NUMA POLIGONAL

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7 - ORIENTAÇÃO DA PLANTA

Em toda Planta Topográfica deve constar a direção para o Norte.

Para o estudo de qualquer projeto que tenha que levar em conta a insolação, bem como a
ventilação, a direção para o Polo Geográfico Norte deve ser conhecida.

A utilização da Bússola para determinação de direções na Topográfica é simples e prática,


sendo um dos equipamentos topográficos mais antigos e histórico na navegação.

Em títulos de propriedades (escrituras), na descrição de limites de confrontações, os Rumos ou


Azimutes utilizando a Bússola (Rumos Magnéticos e/ou Azimutes Magnéticos) causam discórdias e
questões judiciais frequentes, por não indicarem a data da sua leitura, impossibilitando pôr
conseguinte a atualização de seus valores, visto que o campo eletromagnético da Terra varia de
acordo com a data e o local.

É oportuno advertir que a orientação magnética varia com o lugar e com o tempo, pois trata-se
de um fenômeno geofísico. É indispensável, portanto, o registro da data e do local da leitura de
bússola para a determinação de Direções na Topografia.

Este assunto relativo a Geomagnetismo será tratado com mais detalhes a seguir.

A linha N - S em um lugar vem a ser a projeção do eixo de rotação da Terra sobre o plano
horizontal do lugar. Sua direção é invariável no domínio da Topografia e é obtida através de
Metodologias de Observações Astronômicas.

A agulha imantada de uma bússola aponta a direção do pólo Norte Magnético que varia no
decorrer dos tempos em um determinado lugar, variando também de lugar para lugar; e por tanto
a data e o local da leitura da direção na bússola são obrigatórios.

7.1- DECLINAÇÃO MAGNÉTICA (DMAG)

A declinação magnética em um lugar vem a ser o ângulo horizontal que a direção da agulha
imantada faz nesse lugar com a direção do pólo geográfico, ou pólo verdadeiro.

O valor de DMAG vai de – 23° (W) a + 23° (E) aproximadamente. Sua variaçào secular não é
uniforme e o desconhecimento de observações em épocas remotas não nos permitiu, até agora,
conhecermos o tempo gasto para vencer a amplitude +23°.

No Brasil as observações mais antigas datam de 1660, em Cabo Frio, RJ, quando o valor da
declinação magnética era de 13° E.

Em 1850 as observações efetuadas mostraram uma declinação 0°. Atualmente (1996) a


declinação no Rio de Janeiro atinge aproximadamente 21° W e ainda não começou a voltar,
podendo atingir aproximadamente 23° W.

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Fig. 66

O valor de DMAG sofre variações regulares e variações irregulares chamadas perturbações.


As perturbações podem ser causadas pela presença de minério de ferro no local além de causas
acidentais, como tempestades magnéticas e terremotos. É sabido que a proximidade de rede
elétrica de corrente contínua interfere na leitura de bússola.

Regularmente, a declinação varia com o lugar e com o tempo. Em uma mesma data diferem de
um lugar para outro. No Brasil, de acordo com as posições geográficas, atualmente DMAG tem seus
valores compreendidos entre 0° e 22° W.

7.2- MAPA MAGNÉTICO DO BRASIL

Sobre o Mapa do Brasil estão traçadas linhas em vermelho que ligam pontos de mesma
declinação magnética (DMAG), chamadas CURVAS ISOGÔNICAS em graus, e linhas em azul
que ligam pontos de mesma variação anual da declinação em minutos de arco, chamadas
CURVAS ISOPÓRICAS.

Essas curvas são referidas ao mesmo instante indicado no Mapa Magético. Assim 1990,0
significa 0h de 1° de Janeiro de 1990.

CURVAS ISOGÔNICAS → traçadas em linhas em vermelho - mesma declinação magnética (DMAG)

CURVAS ISOPÓRICAS → traçadas em linhas em azul - mesma variação anual da declinação em


minutos de arco

A Declinação Magnética pode ser para Oeste (Dw) ou para Leste (DE).

Fig. 67

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Assim o Azimute Verdadeiro (AzV) de um alinhamento pode ser conhecido quando são
conhecidos o seu azimute magnético e a declinação magnética local na data da leitura de bússola.

Fig. 68

AzV = AzM – DW AzV = AzM + DE

No MAPA MAGNÉTICO DO BRASIL publicado pelo Observatório Nacional a declinação


magnética a oeste (Dw) é precedida do sinal (–) e a declinação a leste (DE) com o sinal (+). Assim
o valor tirado do MAPA MAGNÉTICO é apenas juntado ao valor do azimute magnético para
obtenção do azimute verdadeiro.

Assim: AzV = AzM + DMAG

7.3- EMPREGO DO MAPA MAGNÉTICO DO BRASIL

A- Sobre o Mapa Magnético do Brasil devemos indicar pontualmente o local onde foi feita a leitura
da bússola.

B- Declinação Magnética (DMAG - CURVAS ISOGÔNICAS – em Vermelho):

B.1- Com auxílio de uma régua graduada devemos medir a menor distância (DISOG), entre as
CURVAS ISOGÔNICAS, passando pelo lugar localizado no mapa.

B.2- Devemos medir também no mesmo alinhamento, a distância (DLOC), da menor curva até o
lugar local indicado no mapa.

B.3- Por regra de três, devemos calcular o acréscimo da declinação magnética até o local indicado
no mapa:
DISOG - 1° (um grau)
DLOC - X° (acréscimo em décimo de grau)

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B.4- Para calcular a Declinação Magnética (D MAG), devemos somar o valor da menor curva junto ao
local indicado no mapa, com o acréscimo calculado na régra de três. Este resultado é o valor da
Declinação Magnética (DMAG), em 01/01/1990 (data da elaboração do Mapa).

C- Variação da Declinação Magnética (DMAG - CURVAS ISOPÓRICAS – em Azul):

C.1- Com auxílio de uma régua graduada devemos medir a menor distância (DISOP), entre as
CURVAS ISOPÓRICAS, passando pelo lugar localizado no mapa.

C.2- Devemos medir também no mesmo alinhamento, a distância (DLOC), da menor curva até o
lugar local indicado no mapa.

C.3- Por regra de três, devemos calcular o acréscimo da declinação magnética até o local indicado
no mapa:
DISOP - 1’ (um minuto)
DLOC - Y° (variação em décimo de minuto)

C.4- Para calcular a Variação Anual da Declinação Magnética (ANUALDMAG) para o local, devemos
somar o valor da menor curva junto ao local indicado no mapa, com o acréscimo calculado na
regra de três. Este resultado é o valor da Variação da Declinação Magnética (DMAG), em
01/01/1990.

C.5- A seguir devemos calcular o número de dias em fração de anos, decorridos de 01/01/1990
(data da elaboração do Mapa), até a data de leitura da bússola:
( JAN(31) + FEV(28) + MAR(31) + ...... + n.° Dias ) / 365 Dias

C.6- Para calcular o valor da Variação Anual da Declinação Magnética (ANUALDMAG) para o local, na
data de leitura da bússola, devemos multiplicar o valor da Variação Anual da Declinação Magnética
(ANUALDMAG) para o local em 01/01/1990 (interpolado no Mapa pela regra de três), pelo n.° de
dias decorridos até a data da leitura da bússola, em fração de anos.
ANUALDMAG = ANUALDMAG(01/01/1990) . n.° de Dias (em Fração de anos)

D- Finalmente para obter a Declinação Magnética (DMAG) para o local, na data de leitura da
bússola, devemos somar o valor da Declinação Magnética (DMAG), em 01/01/1990 (data da
elaboração do Mapa) com o valor da Variação Anual da Declinação Magnética e ANUALDMAG, até
o dia da leitura da bússola.
DMAG = DMAG(01/01/1990) + ANUALDMAG

E- EXERCÍCIOS

E.1- Em 21/05/1996

Por interpolação tira-se do Mapa para 01/01/1990, à 0 hora DMAG,RJ=-20O 23,3’


1,7cm / -1o
0,7cm / X X = 0,7cmx-1o /1,7cm =

São decorridos desde 01/01/1990, 6,36 anos = [6+((4x30)+21)/365]

DISOP - 1’ (um minuto)


DLOC - Y° (variação em décimo de minuto)

E.2- EM 2000

E.3- EM 2001

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Coordenadas da PUC-RIO no Google Earth:

Geográficas Latitude (lat) = - 22° 58’ 48” (S) Topográficas (UTM) E = 681.148,15m
Longitude (lon) = - 43° 13’ 58” (O) N = 7.457.620,06m

Observatório Nacional
http://www.on.br/
https://daed.on.br/astro/

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EXTRATO DA CARTA MAGNÉTICA DO BRASIL – 1990,0

Fig. 69a

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CARTA MAGNÉTICA DO BRASIL – 2012,0

Fig. 69B

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https://daed.on.br/astro/linhas-de-forca

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Determinação da Declinação Magnética


http://www.ngdc.noaa.gov/geomag-web/#declination
Modelo: WMM – Período de 2014 a 2019;
Modelo: IGRF – Período de 1590 a 2019.

PUC-Rio
Coordenadas Geográficas
Lat = 22º58’43.68”
Lon = 43º13’59.27”
Coordenadas UTM
Este = 681.118,23m
Norte = 7.457.694,08m

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Rio de Janeiro
Coordenadas Geográficas
Lat = 22º43’18”
Lon = 43º27’19”

1- DETERMINAÇÃO DO AZIMUTE VERDADEIRO PELO MÉTODO DAS ALTURAS IGUAIS


COM OBSERVAÇÕES DO SOL

Além de ser o Sol astro diurno, o azimute obtido é garantido com precisão 1’, compatível com os
trabalhos topográficos.

O teodolito é centrado na estação E1 visando-se a


E2 com o limbo horizontal zerado visando-se, a
seguir, o Sol a leste com β’ e depois a oeste com β”.

Fig. 70

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Onde:

PM ➔ Passagem meridiana.
 ➔ Ângulo vertical sob o qual é visto o centro do Sol em duas posições
simétricas em relação ao meridiano local.

O Sol corta o meridiano local ao Meio-dia (aprox.12h).


β’ ➔ Ângulo horizontal do Sol antes da passagem meridiana com o ângulo vertical .
β” ➔ Ângulo horizontal do sol depois da passagem meridiana ao atingir o mesmo ângulo
vertical .

β = β‘+ β” ➔ Vem a ser o ângulo horizontal que faz o meridiano (linha NS)
2 com alinhamento E1, E2.

Da figura tiramos então: AzE1E2 = 360° – β

Este é o azimute verdadeiro do alinhamento E1, E2.

Para segurança na determinação e melhor precisão adotam-se vários pares assim:

8h e 16h

8:30h e 15:30h

9h e 15h

9:30h e 14:30h

10h e 14h (em hora legal aproximadamente)

A- CADERNETA DE CAMPO
Serviço:
Local: Inst.: Teodolito N°
Data: Topógrafo:
Hora Limbo Vert. Limbo Horizontal β = β’ + β”
2
Leste Oeste Leste β’ Oeste β”
β1
8h 16h β’1 β”1
α 1 β2
8:30h 15:30h β’2 β”2
α 2 β3
9h 15h β’3 β”3
α 3 β4
10h 14h β’4 β”4
α 4 β = .........
MÉDIA

Em virtude do movimento de rotação da Terra em torno de seu eixo (eixo Norte Sul) no sentido
direto a esfera celeste, isto é, o céu, apresenta o movimento aparente no sentido horário,
chamado movimento diurno.

O movimento diurno é circular, em torno do mesmo eixo Norte Sul, é uniforme, é retrogrado
(sentido horário), é isócrono porque todos os astros completam uma volta em 24h.

Em consequência do movimento diurno os astros nascem a leste, atravessam o meridiano local, e


se põem a oeste. O Sol nasce a leste, aproximadamente às 6h, corta o meridiano
aproximadamente às 12h e se põe a oeste aproximadamente às 18h.

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B- EXERCÍCIO 01:
CADERNETA DE CAMPO
AZIMUTE VERDADEIRO
MÉTODO DAS ALTURAS IGUAIS COM OBSERVAÇÕES DO SOL
L LOCAL
E
I DATA TEODOLITO TOPÓGRAFO
TU
RA
HORA LIMBO VERTICAL LIMBO HORIZONTAL
S LESTE OESTE LESTE (B') OESTE (B") B = (B' + B")/2
(h) (h) ° ' " ° ' " ° ' " ° ' "
1ª 8:00 16:00 84 37 20 235 21 40 115 48 20
2ª 8:30 15:30 82 38 10 220 48 10 130 22 10
3ª 9:00 15:00 80 39 50 206 14 20 144 56 40
4ª 10:00 14:00 78 40 40 191 41 30 159 29 30
MÉDIA
AZIMUTE

RESPOSTA:
CADERNETA DE CAMPO
AZIMUTE VERDADEIRO
MÉTODO DAS ALTURAS IGUAIS COM OBSERVAÇÕES DO SOL
L LOCAL
E
I DATA TEODOLITO TOPÓGRAFO
TU HORA LIMBO VERTICAL LIMBO HORIZONTAL
RA
S LESTE OESTE LESTE (B') OESTE (B") B = (B' + B")/2
(h) (h) ° ' " ° ' " ° ' " ° ' "
1ª 8:00 16:00 84 37 20 235 21 40 115 48 20 175 35 0
2ª 8:30 15:30 82 38 10 220 48 10 130 22 10 175 35 10
3ª 9:00 15:00 80 39 50 206 14 20 144 56 40 175 35 30
4ª 10:00 14:00 78 40 40 191 41 30 159 29 30 175 35 30
MÉDIA 175 35 20
AZIMUTE 184 24 40

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B- EXERCÍCIO 02:
CADERNETA DE CAMPO
AZIMUTE VERDADEIRO
MÉTODO DAS ALTURAS IGUAIS COM OBSERVAÇÕES DO SOL
L LOCAL
E
I DATA TEODOLITO TOPÓGRAFO
TU
RA
HORA LIMBO VERTICAL LIMBO HORIZONTAL
S LESTE OESTE LESTE (B') OESTE (B") B = (B' + B")/2
(h) (h) ° ' " ° ' " ° ' " ° ' "
1ª 8:00 16:00 86 47 30 135 21 40 15 48 20
2ª 8:30 15:30 84 28 50 120 48 10 30 22 10
3ª 9:00 15:00 82 40 10 106 14 20 44 56 40
4ª 10:00 14:00 80 35 40 91 41 30 59 29 30
MÉDIA
AZIMUTE

RESPOSTA:
CADERNETA DE CAMPO
AZIMUTE VERDADEIRO
MÉTODO DAS ALTURAS IGUAIS COM OBSERVAÇÕES DO SOL
L LOCAL
E
I DATA TEODOLITO TOPÓGRAFO
TU HORA LIMBO VERTICAL LIMBO HORIZONTAL
RA
S LESTE OESTE LESTE (B') OESTE (B") B = (B' + B")/2
(h) (h) ° ' " ° ' " ° ' " ° ' "
1ª 8:00 16:00 86 47 30 135 10 30 15 48 20 75 29 25
2ª 8:30 15:30 84 28 50 120 37 00 30 22 10 75 29 35
3ª 9:00 15:00 82 40 10 106 03 10 44 56 40 75 29 55
4ª 10:00 14:00 80 35 40 91 30 20 59 29 10 75 29 45
MÉDIA 75 29 40
AZIMUTE 284 30 20

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2- DETERMINAÇÃO DA DIREÇÃO DO NORTE PELO MÉTODO DA SOMBRA DA BALIZA

Um método bastante simples e prático, mas apenas de referência, é o método da sombra da


baliza. Pode ser utilizado para indicação aproximada da direção do Norte, para diversos fins e
estudos, sem, no entanto, comprometer a qualidade da informação.

NORTE
BALIZA

SOMBRA
MANHÃ SOMBRA

10:00h
TARDE
BISSETRIZ
DO ÂNGULO 14:00h
FORMADO
ENTRE AS
SEMI-CÍRCULO COM
SOMBRAS
MÉDIA BARBANTE NO CHÃO
12:00h Fig. 71

3- DETERMINAÇÃO DA DIREÇÃO DO NORTE PELA OBSERVAÇÃO DO SOL COM AUXÍLIO


DE UM RELÓGIO ANALÓGICO

Figura 71 – Direção Norte Observando o Sol com Auxílio de um Relógio Analógico

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4- DETERMINAÇÃO DA DIREÇÃO NORTE PELA OBSERVAÇÃO DA CONSTELAÇÃO


CRUZEIRO DO SUL

Figura 71 – Direção Norte Observando o Sol com Auxílio de um Relógio Analógico

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CAPÍTULO X

POLIGONAÇÃO

1- CONDIÇÃO RELATIVA AOS ÂNGULOS

1.1 - Erro de fechamento angular

Temos sempre:  = LV – LR

A - Caminhamento no Sentido Ante-Horário: Ângulos Horizontais Internos

E5
E6

E5
E6 E4

E0 E4
E0

E2
L E0,
E1 E3
E1 E2

E3
Caminhamento E1 Fig. 72

Quando  é ângulo interno da figura sabemos que:  Int = 180° (n-2)

B - Caminhamento no Sentido Horário: Ângulos Horizontais Externos

E2

E1 E3
E2
E1 E3

E0
E0

E5

L E0, E1 E4
E6
E4
E5

Caminhamento Fig. 73
E6
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Quando o caminhamento se dá no sentido ante-horário os ângulos internos passam a ser 2 x 180°


-  e segundo a Geometria deveríamos ter:

 Ext = ° (n+2)

Como os ângulos  medidos no campo são afetados de erros acidentais, de fato, nos dois casos
temos

 Int   (n-) e  Ext   (n+2)


ou
f =   Int −  (n-) e f =   Ext -  (n+)

Sendo o valor do Erro = f sempre pequeno podemos condensar em: f =  -  (n)

e a adoção de +2 em vez de -2 poderá apresentar o erro com valor acrescido de 4x 180 ou 20
aceitável na Trigonometria (arcos côngruos).

1.2 – Tolerâncias

Devemos ter sempre: f   onde T é a Tolerância estabelecida.

Aconselha-se adotar de acordo com a natureza do terreno como limites de tolerância:

T = K. S”.  n
Sendo K:

K=1 quando o terreno é bom - plano


K=2 quando o terreno é médio - ondulado
K=3 quando o terreno é mau – acidentado

Sendo n; o número de estações ocupadas

e sendo S”; a menor leitura fornecida pelo Teodolito.

Quando a menor leitura fornecida pelo Teodolito for 1” devem ser fixadas

T = 1”, T = 2” e T = 3”

Quando f   , o serviço de campo é aceito e procede-se a compensação angular.

Quando f  T , o serviço é rejeitado e faz-se a reocupação, com novas leituras dos ângulos.

1.3 - Compensação angular

Quando f  T divide-se o erro pelo número de estações necessárias, tal que a correção não seja
menor que a menor leitura fornecida pelo teodolito.

As correções devem ser aplicadas aos ângulos formados pelos menores lados, porque as visadas
sobre baliza nestes casos são mais imprecisas.

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2 - CONDIÇÃO RELATIVA AOS LADOS

2.1 - Projeções

Norte
(Y) Norte
E2
YE2

D
AzE1E2= AzE1E2= Y E1 E2=D.COS

YE1

E1 X E1 E2=D.SEN

XE1 XE2 Este


Fig. 74 (X)

Da figura tiramos: X E1 E2 = D.SEN  e Y E1 E2 = D.COS 

Vemos que  vem a ser o azimute de vante AzE1E2 = 


Os sinais de X E1 E2 e Y E1 E2 vão depender dos sinais das funções sen e cos do arco  que varia
de 0 a 360.
Az E1 E2 = Arc Tan (E E1 E2 / N E1 E2)

2.2 - Erro de fechamento linear

Norte E5
(Y)
E1’
E4

E1

E3
E2

Sul
Fig. 75 (X)

Sabemos que num contorno fechado, pelo Teorema de Carnot, devemos ter:

  I = 0 e   I = 0

Como nas medições angulares e lineares são cometidos erros, temos de fato:

    0 e     0

ou melhor:    = X e   Y = Y

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Norte
(Y)

E5

E4
E1’

Y
E1

E3

E2

Sul
X (X)
Fig. 76

onde x e y são as projeções do ERRO LINEAR DE FECHAMENTO sobre eixos ortogonais OX


e OY

Com os valores medidos no campo o contorno não satisfaz as condições de fechamento,


chegando a estação E1’ diferente da estação E1 de partida do caminhamento.

O erro de fechamento é representado pelo segmento  e suas projeções x e y permitem,


como mostra a figura, estabelecer:

 = [(x)² + (y)² ] ½

2.3 - Erro de Fechamento Linear Relativo

O valor do erro só tem sentido quando em relação ao comprimento do caminhamento (perímetro


da poligonal) tal que:

ER =  / D ou ER =  /  / D /  ER = 1 / M

Onde M = D /  e devendo ser sempre ER =< 

Onde  é a Tolerância fixada.

2.4 - Tolerâncias

São representadas por 1/1000, 1/2000 e 1/5000 que correspondem respectivamente a:

- Poligonal de 3ª Ordem → Erro de 1 m em 1.000m de comprimento;

- Poligonal de 2ª Ordem ou de Precisão → Erro de 1 m em 2.000m de comprimento;

- Poligonal de 1ª Ordem ou Poligonal de Alta Precisão → Erro de 1 m em 5.000m de


comprimento.

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2.5 - Compensação – Correções

Vimos que x representa a projeção do erro (absoluto) sobre o eixo das abscissas ao longo de todo
o caminhamento de comprimento D metros.

O erro unitário vem a ser então igual a: | x | / D

e o raciocínio indutivo permite escrever que no lado D o erro seria: ( | x | / D ) . D

Então sendo sempre a orreção igual ao erro ( x ou y ) com sinal contrário, podemos escrever:

Cx = - ( | x | / D ) . D

Cy = - ( | y | / D ) . D

Onde Cy foi obtido através de raciocínio idêntico para o eixo das ordenadas.
As correções Cx e Cy são aplicadas a X e Y calculados para obtenção de XCorrigido e YCorrigido, tal
que

XCorrigido = D . SEN  + Cx

YCorrigido = D . COS  + CY

3 - CÁLCULO DAS COORDENADAS

Dados X1 e Y1:
X1 Y1
X2 =X1 + X12 corrigido Y2 = Y1 + Y12 corrigido
X3 =X2 + X23 corrigido Y3 = Y2 + Y23 corrigido
X4 =X3 + X34 corrigido Y4 = Y3 + Y34 corrigido
. .
. .
X1 Y1

As coordenadas (X1, Y1) devem ser, quando escolhidas, positivas e de valores suficientes para
nenhuma estação apresentar coordenadas negativas.

4 – EXEMPLO NUMÉRICO

Calcular as coordenadas das estações da poligonal E1, E2, E3, E4, E5, E6, E7, E1, sendo que
para o segmento (lado) E1 E2, o Azimute Verdadeiro calculado foi de AzE1E2 = 124°48’20”, e as
coordenadas da estação E1: X E1 = 10.000,000m e Y E1 = 50.000,000m.
Os ângulos e as distâncias medidos no campo e calculados foram os seguintes:
em E1: E1 = 72°17’10” E1 E2 = 68,800m;
em E2: E2 = 142°51’50” E2 E3 = 89,550m;
em E3: E3 = 140°21’20” E3 E4 = 63,610m;
em E4: E4 = 75°51’20” E4 E5 = 112,500m;
em E5: E5 = 176°09’10” E5 E6 = 37,830m;
em E6: E6 = 87°05’20” E6 E7 = 68,150m;
em E7: E7 = 205°23’10” E7 E1 = 45,500m.
Nota: Foram fixadas as tolerâncias 1’ e 1/1000, SOLUÇÃO: Na planilha

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5 - EXERCÍCIOS

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CAPÍTULO XI

CÁLCULO DE ÁREAS

O cálculo de áreas na topografia pode ser feito de várias maneiras, sendo que a mais usual e
precisa é o método analítico em função das coordenadas planas dos pontos de contorno da figura
em questão.
O cálculo por método gráfico ou mecânico é geralmente empregado para controle grosseiro do
cálculo analítico, ou como auxílio na partilha de propriedades.

1- MÉTODO GRÁFICO

Com a decomposição da área a ser calculada, em figuras geométricas determinadas por medidas
de distâncias na planta, pode-se determinar de maneira grosseira o seu valor.

1.1- TRIÂNGULO

S=1/2.b.h

1.2- RETÂNGULO

S=b.h

1.3- TRAPÉZIO

S = 1 / 2 . ( b1 + b2 ) . h

1.4- CÍRCULO

S =  . R²

1.5- ÁREA LIMITADA POR CURVA

S = 1 / n . ( h1 + h2 + h3 + ...... + hn ) . D

2- MÉTODO MECÂNICO

Com o emprego do instrumento chamado planímetro ou intégrafos, determina-se o valor da área


de uma figura qualquer, através da aplicação de uma constante que depende da escala do
desenho, ao valor numérico obtido no instrumento, após este percorrer toda a trajetória da linha
configurada pelo perímetro da figura.

3- MÉTODO ANALÍTICO

Considerando-se o polígono formado pelo perímetro da área a ser calculada, com seus vértices no
sentido horário, com suas coordenadas conhecidas, aplica-se as seguintes fórmulas:

3.1- FÓRMULA DE GAUSS

S = [  Xn . ( Yn+1 – Yn ) ] / 2 S = - [  Yn . ( Xn+1 – Xn ) ] / 2

3.2- F’RMULA DO TRAPÉZIO

S = - [  ( Xn+1 – Xn ) . ( Y + Y n+1 ) ] / 2 S = [  ( Yn+1 – Yn ) . ( X + X n+1 ) ] / 2

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EXEMPLO NUMÉRICO

Calcular a área da figura dada pelo Método Analítico.

4- TABELAS DE CÁLCULO

VÉRTICE COORDENADA X COORDENADA Y COTA OBSERVAÇÃO

A1 100,00 100,00
A2 100,00 200,00
A3 300,00 200,00
A4 300,00 100,00
A1 100,00 100,00
+ -
ÁREA m2

S=(100x100+200x300+200x300+100x100-100x200-100x200-300x100-300x100)/2

S = (10.000+60.000+60.000+10.000-20.000-20.000-30.000-30.000) / 2

S = (140.000-100.000) / 2 = 40.000 / 2

S = 20.000m2

V2
200 V3

100 2O.000m2

100
V4
V1
200

100 300

Fig. 77

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4.1- FÓRMULA DE GAUSS

4.2- FÓRMULA DO TRAPÉZIO

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CAPÍTULO XII

PLANTAS TOPOGRÁFICAS

Desenho Topográfico, Mapa, Planta, Perfil e Seção Transversal

1- DESENHO TÉCNICO TOPOGRÁFICO

1.1- FORMATOS

FORMATO: Tamanho de uma folha de papel da planta topográfica, cujas dimensões (largura e altura)
expressas em milímetros (mm), conferem ao desenho um padrão técnico apropriado.

As séries de formatos padronizados de papel estão estabelecidas pelo Instituto Alemão de Normalização
(DIN) e recomendado pela Organização Internacional de Normalização (ISO), no qual os formatos mantêm a
mesma proporção entre largura e altura (1:1,414); a ABNT recomenda os seguintes formatos.
===================================
Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT
===================================
FORMATO DIMENSÃO (mm) PLOTAGEM (mm)
A0 1.188 X 840 1260 X 915
A1 840 X 594 900 X 660
A2 594 X 420 660 X 480
A3 420 X 297 480 X 330
A4 210 X 297 270 X 360
A5 148 X 210 208 X 270
A6 105 X 148 165 X 208
A7 74 X 105 134 X 165
===================================
Sãos permitidos múltiplos de formatos e conjugados
A3+A4 630 X 297 690 X 360
2A3+A4 1050 x 297 1110 x 360
2(2A3+A4) 1050 X 594 1110 X 420
===================================
Obs: As dimensões apresentadas na coluna plotagem, servem de referência para sistemas informatizados, e
considera as dimensões brutas necessárias para que a área útil seja alcançada, nos equipamentos de
impressão (impressora e ploter):

1.2- LAYOUT

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1.2.1- Desenho do Formato

a- Limite do Papel
b- Limite do Desenho
c- Margens

1.2.2- Carimbo

1.2.3- Quadro de Revisão

1.2.4- Quadro de Notas Técnicas

1.2.5- Legenda

1.2.6- Quadro de Coordenadas

1.2.7- Quadro de Áreas

1.2.8- Planta de Localização

1.2.9- Desenho Topográfico

a- Definição da Escala
b- Grade de Coordenadas
c- Indicação do Norte

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1.3- PLOTAGEM EM MÍDEA DIGITAL

Gerar arquivo no formato pdf.

1.4- PLOTAGEM EM MÍDEA FÍSICA

Impressão em papel sulfite com determinada gramatura.

▪ 75g/m²
▪ 90g/m²
▪ 150g/m²
▪ 180g/m²
▪ 260g/m²
▪ 270g/m²

Papel Fotográfico

▪ 150g/m²
▪ 180g/m²
▪ 260g/m²
▪ 270g/m²

2- ESCALA

ESCALA: É a relação constante que existe entre as dimensões das linhas desenhadas e as de
suas homólogas no terreno.

As escalas podem ser gráficas ou numéricas.

1. Linha graduada, dividida em partes iguais, que indica a relação das dimensões ou distâncias
marcadas sobre um plano com as dimensões ou distâncias reais: 2. Instrumento usado em
desenho técnico, geralmente com três faces, cada uma delas com duas escalas diferentes, uma
em cada borda, perfazendo, assim, seis opções de dimensionamento.

Representa-se uma escala pela relação:

E= l / L, sendo: E a escala;
l a grandeza de uma linha no desenho; e
L a grandeza de sua homóloga no terreno.

Pode-se fazer E= l/L =l/l/L/l = 1/M E=1/M

Onde: M=L/ l é o denominador da escala ou o “milésimo” da escala.

E= l/L=1/M é a chamada “Equação das Escalas”, e dela tiramos:

l = L / M; L = l. M; e M=L / l

que constituem os três problemas sobre escala que assim se apresentam:

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1.1- TRÊS PROBLEMAS:

A- DADO M E l CALCULAR L: L=M. l

M = 1.000; l = 10mm ; L = 1000 . 10mm = 10.000mm = 10,00m


M= 250; l = 50mm; L = 250 . 50mm = 12.500mm = 12,50m
M = 5.000; l = 120mm; L=5.000 . 120mm= 600.000mm = 600,00m

B- DADO E e L CALCULAR l l=L/M

M = 200 L = 25m l = 25m / 200 = 0,125m = 125mm


M = 500 L = 45m l = 45m / 500 = 0,090m = 90mm = 9cm
M = 300 L = 30m l = 30m / 300 = 0,100m = 100mm = 10cm

DADO L e l CALCULAR E M=L/ l

L = 85m l = 85mm M = 85000mm / 85mm = 1.000 E = 1 / 1.000


L = 45m l = 90mm M = 45000mm / 90mm = 500 E = 1 / 500
L = 25m l = 100mm M = 25000mm / 100mm = 250 E = 1 / 250

1.2- ESCALA GRÁFICA

Sua Importância: As modificações provenientes das condições do tempo, tais como temperatura e,
principalmente umidade do ar, não provocam erros pois a planta e a escala gráfica desenvolvidas
no mesmo papel, se modificam igualmente.

0 100 200 300 400 500m

0 10 20 30 40 50m

1.3- ESCALA NUMÉRICA

Apesar da vantagem da escala gráfica, o seu emprego não é comum. As escalas numéricas são de
uso mais freqüente devido, talvez, ao fato de ser o denominador M, sempre múltiplo de 10, e à
facilidade que têm os técnicos para cálculos imediatos.

Nota: É oportuno afirmar que obrigatoriamente toda planta topográfica deve ter sua escala
indicada.

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1.4- ESCALAS USUAIS

A escala usada depende do tipo de levantamento a que se está procedendo, lembrando que o
preço unitário do levantamento é função da escala a ser adotada. Quanto maior a escala, maior é
o preço unitário.
São usuais em Topografia as escalas: 1 / 50; 1 / 100; 1 / 200; 1 / 250; 1 / 500; 1 / 1.000;
1 / 2.000; 1 / 2.500; 1 / 5.000; 1 / 10.000; 1 / 20.000; 1 / 25.000; 1 / 50.000; e 1 /
100.000.
Estas últimas para levantamentos gerais.
Quanto à escala é comum distinguir: PLANTAS ➔ De 1 / 50 até 1 / 25.000
CARTAS ➔ De 1 / 25.000até 1 / 250.000
MAPAS ➔ Menores que 1 / 250.000

Nas plantas é usada a projeção ortogonal sobre o plano topográfico. Nas CARTAS e MAPAS usam-
se sistemas especiais, tais como Mercartor (UTM) e Conforme.

1.5- PRECISÃO E ERRO GRÁFICO

A- PRECISÃO GRÁFICA

A prática demonstra que o menor comprimento que se pode representar em um desenho é de


0,2mm = 1mm / 5, que vem a ser então, o ERRO GRÁFICO ADMISSÍVEL.

B- ERRO GRÁFICO TOLERÁVEL (EGT)

Fixado este limite gráfico de 0,2mm = 0,0002m, podemos determinar o Erro Tolerável nas
medições de campo a serem desenhadas em determinada escala.
Assim na equação das escalas l / L = 1 / M fazendo-se l = 0,0002m

L = EGT = Erro Gráfico Tolerável no campo, temos: EGT = 0,0002m * M

Assim se a escala é de 1 / 2.000 o Erro Tolerável na medição de campo será:

ET = 0,0002m . 2.000 = +/- 0,400m

O que significa que comprimentos menores que 40cm, não podem ser representadas em plantas
na escala 1 / 2.000.

O conhecimento do ET representa redução de custos nas operações de campo.

EGT = 0,0002m . 500 = +/- 0,100m


EGT = 0,0002m . 250 = +/- 0,050m
EGT = 0,0002m . 200 = +/- 0,040m

3- FORMATOS

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4- CARIMBOS

3.1- Carimbo de Dados do Desenho:

No desenho, na parte inferior à direita:

DISCIPLINA DE TOPOGRAFIA
LEVANTAMENTO TOPOGRÁFICO DE UM TRECHO DO PARQUE DA PUC-RIO
RIO DE JANEIRO
ANO 2.001
ESCALA: 1 / 250
SERVIÇO EXECUTADO PELO ALUNO:

NOME:__________________________________________
MATRÍCULA:_____________

ASSINATURA:____________________________________

3.2- Carimbo de Revisão:

Número da Revisão / Data / Autor / Resp. / Descrição

5- LEGENDAS E CONVENÇÕES

4.1- LEGENDAS
Legenda em um deseho é composta de uma tabela de símbolos gráficos, ilustrações, ou gravuras
acompanhados de um texto explicativo, de modo a representar elementos, objetos e/ou acidentes
existentes em um determinado terreno, compondo uma linguagem gráfica específica, que irá
depender diretamente da escala em uso.

4.2- CONVENÇÕES
=====================================
TABELA PROFISSIONAL DE PENAS PENA
=====================================
PENA MARCH LEROY COR CÓDIGO DA COR
=====================================
1 0,1 4X0 LILAZ 5
2 0,2 3X0 VERMELHA 3
3 0,3 2X0 AZUL 1
4 0,4 0 VERDE 2
5 0,5 1 AMARELO 4
6 0,6 2 BRANCO 0
7 0,8 3 CINZA 7
8 1,0 4 PRETA 8
9 1,2 5 LARANJA 6
=====================================

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6- PLANTAS TOPOGRÁFICAS

7- IMPRESSÃO E DOBRAGEM

Todos os formatos devem ser dobrados primeiro na vertical, (180mm de largura) e depois na
horizontal (297mm de altura), até ficarem no tamanho padrão A4.

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CAPÍTULO XIII

TOPOLOGIA

A TOPOLOGIA consiste no estudo das formas e ocorrências do relevo, das suas leis que
regem o seu modelado ou formação (Regras de BRISSON) e bem como sua representação em
desenho de projeção, chamado de Desenho ou Planta Topográfica.

Estudo do Relevo formado pela Superfície Topográfica, com suas ocorrências, Leis de Formação
e Representação em planta, denominada Desenho Topográfico.
Entendem-se essas ocorrências como as formas de relevo originadas pelas ações de erosão e
transformação elevações, depressões, rios, lagos
Na Topografia dedicada a Engenharia Civil e Ambiental e Arquitetura e Urbanismo, estuda além
do relevo, ocupações e uso do solo urbano, rural e natural, objetivando instruir e orientar diversos
ramos de estudo, projetos e diagnósticos.

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REPRESENTAÇÃO DO RELÊVO

Hipsometria

Hipsometria é uma técnica de representação da elevação de um terreno através das cores. As cores
utilizadas possuem uma equivalência com a cota do terreno. Geralmente é utilizado um sistema de
graduação de cores. Wikipédia

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Figura 1.

Localização dos depósitos de encosta da Seção Bananas e hipsometria da ára de estudo (Org. Rafael Adriano de Castro, 2011)
(Adaptado de Anais do IX SINAGEO – Simpósio Nacional de Geomarfologia)

1- PROCESSO DAS CURVAS DE NÍVEL

Consiste em se projetar sobre o Plano Topográfico, as interseções do terreno com planos


horizontais eqüidistantes. As curvas assim constituídas são as chamadas curvas de nível.

Assim, curvas de nível são linhas que ligam pontos de igual cota, representando, portanto, as
interseções do terreno com os planos horizontais e eqüidistantes.

Podemos, ainda, definir a curva de nível como o lugar geométrico dos pontos de mesma cota.

Facilmente concluímos que quanto mais íngreme for o terreno, mais se aproximam as curvas de
nível e, também, nas elevações as curvas de menor cota envolvem as de maior cota. Nas
depressões as de maior cota, são as envolventes.

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A- ELEVAÇÃO

PERFIL

H=50m
Altitude

H=40m

H=30m

H=20m

H=10m

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Distância

PLANTA

50m
40m
30m
10m 20m

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B- DEPRESSÃO

PERFIL
H=50m
Altitude

H=40m

H=30m

H=20m

H=10m

Distância

PLANTA

10m
20m
30m
50m 40m

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2- LINHA DE CUMEADA, LINHA DE TALVEGUE, COLO E GARGANTA

As formas fundamentais do terreno são as ELEVAÇÕES e as DEPRESSÕES, sendo suas superfícies


laterais chamadas de VERTENTES, ENCOSTAS ou FLANCOS.

Quando íngreme a vertente toma o nome de escarpa.

Esquematicamente podemos assim representar o terreno.

As setas indicam o sentido do deslocamento da água de chuva no terreno.

A LINHA DE CUMEADA (LC) é o encontro de duas vertentes na sua parte mais alta. É uma linha
de pontos altos.
A LINHA DE TALVEGUE (LT) é a linha baixa da junção de duas vertentes. É a linha de pontos
baixos. O caminho seguido pelas águas de chuva é sempre um talvegue. É geralmente indicado
por córregos.
Em planta a LC e a LT são obtidas unindo pontos em que as curvas de nível mudam bruscamente
de direção.

CARACTERÍSTICAS DA LT
AB < AB’ — É a linha de maior declive para quem desce;
BA > BA’ — É a linha de menor inclinação para quem sobe.

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CARACTERÍSTICAS DA LC

CD < CD’ — É a linha de maior declive para quem sobe;


DC > DC’ — É a linha de menor inclinação para quem desce.

COLO vem a ser o encontro de um talvegue com uma cumeada. É o ponto mais baixo da linha
de cumeada e o mais elevado da linha talvegue.

Pela forma apresentada o COLO pode ser um desfiladeiro, um corredor ou uma garganta. Na
Engenharia Civil o nome genérico é GARGANTA.

No estudo das vias de comunicação (estradas) ressalta a importância da garganta por ser o ponto
mais baixo de passagem de uma vertente para outra de uma elevação.

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3- PRINCIPAIS REGRAS DE BRISSON

O método de representação do relevo da superfície topográfica através do Processo das


Curvas de Nível, se consolida como vantajoso e prático, por ser de grande clareza e
objetividade na leitura do desenho.

As Regras propostas por Brisson, são de valor prático na elaboração de uma planta.

REGRA I — “A declividade de um curso d’água decresce de montante para jusante”.

O perfil de equilíbrio para o qual tende o


curso d’água é uma curva côncava de
declividade decrescente de montante para
jusante: α > α’ > α’’

Em planta

ab > bc > cd > de

A exceção desta regra seria um


curso d’água que não tivesse atingido
seu perfil de equilíbrio.

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REGRA II — “Nas sinuosidades de um curso d’água, as declividades exteriores às curvas do Rio,


são mais acentuadas que as declividades interiores”.

Trata-se de uma consequência da ação da força centrífuga da massa d’água, desenvolvida nas
curvas dos Rios.
No Relevo Interior das curvas dos Rios, há tendência de formação de praia, enquanto no Relevo
Exterior das curvas dos Rios, formam-se barrancos.
Não raro, o rio rompe o terreno na direção da força centrífuga, formando um novo leito e
abandonando o leito primitivo.

REGRA III — “Quando dois cursos d’água têm níveis diferentes, a Linha de Cumeada que os
separa aproxima-se daquele que estiver mais elevado”.

DH RIO A DH RIO B DH RIO A > DH RIO B

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REGRA IV — “Se desenvolvermos sobre um mesmo Plano Vertical os perfis de um curso d’água e
seus afluentes, a curva perfil do curso principal envolverá as curvas de seus afluentes, e a
de cada um destes, por sua vez, a dos subafluentes”.

Daí: ab > ab’

REGRA V — “Quando dois Talvegues tiverem nascimento em lados opostos de uma Linha de
Cumeada, esta se abaixa formando um Colo ou Garganta”.

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REGRA VI — A Linha de Cumeada (LC) de um contraforte é aproximadamente paralela e


aproximadamente de igual inclinação a Linha de Talvegue (LT) correspondente.

CLASSIFICAÇÃO DAS CUMEADAS E TALVEQUES

Das cordilheiras se lançam em sentido mais ou menos normal à direção geral, ramificações
alongadas chamadas contrafortes. Por sua vez, dos contra-fortes também se destacam cadeias
mais ou menos normalmente chamadas espigões.

Assim cordilheira é apenas aplicável à cadeia de 1ª ordem, isto é, aquela que segue a direção
geral. As cadeias de 2ª ordem seriam os contra-fortes e as de 3ª ordem seriam os espigões.

Convém notar que duas cadeias terciárias vizinhas são separadas por talvegue terciário que traz
as águas de suas vertentes para o talvegue secundário que corre entre duas cadeias secundárias
(contrafortes). O talvegue secundário, por sua vez, leva ao talvegue principal (geralmente o leito
de um curso d’água) as águas que assim recebe.

Linhas de Cumeada:
1ª Ordem: Serra ou Cordilheira;
2ª Ordem: Contrafortes;
3ª Ordem: Espigões.

Linhas de Talvegue:
1ª Ordem: Rio Principal – Vale;
2ª Ordem: Riachos – Afluentes;
3ª Ordem: Córregos – Subafluentes.

Cordilheiras, grande sistema de montanhas reunidas, geralmente resultado do encontro de duas


placas tectônicas que muitas vezes lançam ramos ou cadeias de montanhas secundárias.

Contra-Forte, Ramificações laterais de uma cadeia de montanhas; Uma montanha alongada que
se destaca da Serra ou Cordilheira, formando em relação a esta, uma cadeia de segunda ordem
(mais baixa).

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Espigão, Contraforte secundário que se liga ao contraforte principal, do mesmo modo como este
se liga à cordilheira.

Garganta, com o significado que adotamos, é um acidente importante num traçado de estradas,
porque é o ponto escolhido para a travessia de uma montanha, por ser seu ponto mais baixo.

Vale, é um acidente geográfico cujo tamanho pode variar de uns poucos quilômetros quadrados a
centenas ou mesmo milhares de quilômetros quadrados de área. É tipicamente uma área de baixa
altitude cercada por áreas mais altas, como montanhas ou colinas.

Talvegue, (Hidrologia) - A linha formada pela intersecção das duas superfícies formadoras das
vertentes de um vale. É o local mais profundo do vale, onde correm as águas de chuva, dos rios e
riachos.

Etimologia: Talvegue vem do alemão talweg e significa: "caminho do vale".

A figura formada pelo traçado de todos os talvegues de uma área é conhecido como rede de
drenagem, sendo útil para estudos de geologia, tectônica, hidrogeológicos, entre outros.

Teoricamente, os talvegues de rios de planícies que desaguam no mar constituem-se no nível de


base para a erosão fluvial.

Córrego, é o nome dado à uma pequena passagem de água corrente, também denominado
"corpo de água" ou "conduta de água", e que possui dimensão menor ao de um riacho.
Os córregos são de extrema importância para a manutenção e existência das bacias hidrográficas,
devido ao seu papel de fluxo d'água.

4- TRAÇADO DAS CURVAS DE NÍVEL NUM PLANO COTADO

Admitida a hipótese de variação uniforme da linha do terreno entre dois pontos consecutivos,
procura-se sempre entre cada dois pontos consecutivos, isto é entre os mais próximos, quais os
planos de cotas inteiras que interceptam o terreno.
Considerada a hipótese de variação uniforme acima estabelecida, a interpolação pode ser linear.
Podemos aplicar o método gráfico ou o método analítico, além do emprego de dispositivos que
permitem a interpolação (caso do papel transparente pautado).

4.1- MÉTODO GRÁFICO

A- Planta

Assim, por exemplo, consideremos dois pontos consecutivos A e B marcados numa planta na
escala 1 / 1.000, com as respectivas cotas 35,20m e 37,40m.
35,20
36,00
A
37,00
37,40

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B- Perfil

Entre os pontos A e B devem passar as curvas de cotas 36,00m e 37,00m

37,40

37,00

36,00

35,20

A B

4.2- MÉTODO ANALÍTICO

A 35,20 - B 37,40 = 2,20 → 48mm


36,00 0,80 X1 = 48mm / 2,20 . 0,80 = 17,5mm
37,00 1,80 X2 = 48mm / 2,20 . 1,80 = 39,3mm

4.3- PRECEITOS ESTABELECIDOS PARA O TRAÇADO DAS CURVAS DE NÍVEL

As curvas de nível devem ser representados por traços contínuos e mais finos que os empregados
pra representação dos acidentes naturais e artificiais.

A curva de nível interrompe sempre no seu encontro com qualquer acidente, quer natural, quer
artificial.

Assim, a curva de nível é interrompida no encontro com um curso d’água, uma pedra, uma casa,
etc.

4.4- PROPRIEDADES

As curvas de nível são linhas sinuosas, fechadas, não apresentando bifurcações, com todos os
seus pontos em uma mesma cota (inteira por conveniência).
Quanto mais íngrme for o terreno, mais próximas serão as curvas de nível.
Temos uma elevação, quando as curvas de nível de menor cota envolvem as de maior cota; sendo
que em caso contrário, temos uma depressão.

4.5- CURVAS MESTRAS

Para facilitar a apreciação do relevo, reforçam-se, geralmente as curvas de nível de cinco em


cinco, sendo estas curvas denominadas de curvas de nível mestras.

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4.6- EQUIDISTÂNCIA VERTICAL DAS CURVAS DE NÍVEL EM FUNÇÃO DA ESCALA DA


PLANTA

A eqüidistância entre as curvas de nível é, por convenção, igual ao milésimo do denominador da


escala. Assim para a escala 1 / 2.000, a eqüidistância deve ser de 2m.
Nota: Não é comum, entretanto, eqüidistância inferior a 1m. Assim, uma planta na escala 1 / 200
deve Ter curva de nível de metro em metro.

4.7- EXERCÍCIO

4.7.1- Elabore o traçado das Curvas de Nível (CN), e faça o estudo e a interpretação do relevo, com
indicação das possíveis Linhas de Talvegue (LT), Linhas de Cumeada (LC) e respectivas Vertentes (V)
existentes no trecho abaixo, extrato de uma Planta Topográfica - Plano Cotado na escala 1/5000.
Calcular a declividade entre o ponto 43 e o ponto 47.

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RESPOSTA

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4.7.2- Elabore o traçado das Curvas de Nível (CN), e faça o estudo e a interpretação do relevo, com
indicação das possíveis Linhas de Talvegue (LT), Linhas de Cumeada (LC) e respectivas Vertentes (V)
existentes no trecho abaixo, extrato de uma Planta Topográfica - Plano Cotado na escala 1/5000.
Calcular a declividade entre o ponto 19 e o ponto 8.

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5- DECLIVIDADE DAS LINHAS DO TERRENO

A Declividade de um alinhamento qualquer no perfil de um terreno, é definida por sua inclinação


sobre o plano horizontal; ou seja, considerando um alinhamento AB no perfil do terreno, a sua
declividade vem a ser a razão entre a Diferença de Nível (DNAB) e a Distância Horizontal (DHAB)
percorridas.

Pode ser expressa em ângulo (GG°MM’SS”) e/ou em percentual ((%), aplicando a relação
numérica entre a diferença de altitudes (DN) dos seus extremos e a sua projeção horizontal (DH).

Alinhamento AB em Perfil ➔ Terreno em Aclive (+)

DNAB = + 5,00m
Alfa

A DHAB = 20,00m

Assim, a declividade da linha AB no terreno é dada por:

DCAB = (DNAB) / DHAB = + 5,00m / 20,00m = + 0,2500 = + 25,00% ou Alfa = + 14º 02’ 11”

Lembrando que a diferença de nível pode ser positiva (quando o terreno sobe), ou negativa
(quando o terreno desce)

Alinhamento AB em Perfil ➔ Terreno em Declive (-)

DHAB = 20,00m
A

Alfa
DNAB = - 5,00m

B
Assim, a declividade da linha AB no terreno é dada por:

DCAB = (DNAB) / DHAB = - 5,00m / 20,00m = - 0,2500 = - 25,00% ou Alfa = - 14º 02’ 11”

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LINHA DE MAIOR DECLIVIDADE

A linha de maior declividade entre duas curvas de nível consecutivas, deverá ser representada
pela menor distância entre elas, isto é, será a normal comum às duas curvas no trecho em que
estão mais próximas.

A
A”

A linha AB no desenho representa a linha de maior declividade entre as curvas de 10 e 20, por
exemplo.

Exercício:

Calcular as declividades de linhas de terreno pelo ângulo de projeção e pela relação numérica
definida por sua inclinação sobre o plano horizontal, conforme os dados abaixo:

DH = 26,50m e DN = +10,50m →  = _________________ e Dec. = ________%

DH = 5,00m e DN = +1,50m →  = _________________ e Dec. = ________%

DH = 18,30m e DN = -7,50m →  = _________________ e Dec. = ________%

7- PERFIL DE UM TERRENO

Perfil de um terreno em uma determinada direção vem a ser a representação da interseção de um


plano vertical, com o terreno nesse mesmo plano vertical.
Na representação do perfil a escala vertical é geralmente maior que a horizontal para fazer
sobressair o relevo do terreno.

É comum adotar a vertical dez vezes maior que a horizontal.


Assim se a escala horizontal é 1 / 2.000, a vertical deverá ser de 1 /200.

A- Planta

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M N

a b c d e f g h i j
A A A A
10 12 14 16 18

B- Perfil

18

16

14

12

10

a b c d e f g h i j
A A A A

8- ESTAQUEAMENTO

O estaqueamento de uma diretriz se dá pelo acumulo das distâncias em números inteiros de


metros:

De 10 em 10m → Estaqueamento decimal;

De 20 em 20m → Estaqueamento vintesimal;

De 100 em 100m → Estaqueamento centesimal.


O cálculo do estaqueamento se dá mediante o prenchimento de planilha conforme abaixo:
De 10 em 10m → Estaqueamento decimal;
PONTOS DISTÂNCIA (m) ESTACA COTA
PARCIAL ACUMULADA (10m) (m)

a 0,00 0,00 0+0,00 10,00


b 4,70 4,70 0+4,70 12,00
c 4,90 9,60 0+9,60 14,00
d 4,60 14,20 1+4,20 16,00

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e 4,90 19,10 1+9,10 18,00
f 5,00 24,10 2+4,10 16,00
g 5,10 29,20 2+9,20 14,00
h 4,80 34,00 3+4,00 12,00
i 4,90 38,90 3+8,90 10,00

De 20 em 20m → Estaqueamento vintesimal;


PONTOS DISTÂNCIA (m) ESTACA COTA
PARCIAL ACUMULADA (20m) (m)

a 0,00 0,00 0+0,00 10,00


b 4,70 4,70 0+4,70 12,00
c 4,90 9,60 0+9,60 14,00
d 4,60 14,20 0+14,20 16,00
e 4,90 19,10 0+19,10 18,00
f 5,00 24,10 1+4,10 16,00
g 5,10 29,20 1+9,20 14,00
h 4,80 34,00 1+14,00 12,00
i 4,90 38,90 1+18,90 10,00

De 100 em 100m → Estaqueamento centesimal


PONTOS DISTÂNCIA (m) ESTACA COTA
PARCIAL ACUMULADA (100m) (m)

a 0,00 0,00 0+0,00 10,00


b 4,70 4,70 0+4,70 12,00
c 4,90 9,60 0+9,60 14,00
d 4,60 14,20 0+14,20 16,00
e 4,90 19,10 0+19,10 18,00
f 5,00 24,10 0+24,10 16,00
g 5,10 29,20 0+29,20 14,00
h 4,80 34,00 0+34,00 12,00
i 4,90 38,90 0+38,90 10,00

9- SEÇÕES TRANSVERSAIS

As Seções Transversais são traçadas por alinhamento normais ou inclinados em relação a diretriz

A- SEÇÃO TRANSVERSAL NATURAL DO TERRENO

18

16

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14

12

10

E4 E3 E2 E1 10+13,51m D1 D2 D3 D4 D5
MA

B- SEÇÃO TRANSVERSAL PROJETADA

18

16

14

12

10

E4 E3 E2 E1 10+13,51m D1 D2 D3 D4 D5
MA

Exercício:
CÁLCULAR O ESTAQUEAMENTO PROGRESSIVO DA SEGUINTE DIRETRIZ, NOS SISTEMAS INDICADOS:
De 10 em 10m → Estaqueamento decimal;
PONTOS DISTÂNCIA (m) ESTACA COTA
PARCIAL ACUMULADA (10m) (m)

a 0,00 10,00
b 4,70 12,00
c 4,90 14,00
d 4,60 16,00

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e 4,90 18,00
f 5,00 16,00
g 5,10 14,00
h 4,80 12,00
i 4,90 10,00

De 20 em 20m → Estaqueamento vintesimal;


PONTOS DISTÂNCIA (m) ESTACA COTA
PARCIAL ACUMULADA (20m) (m)

a 0,00 10,00
b 4,70 12,00
c 4,90 14,00
d 4,60 16,00
e 4,90 18,00
f 5,00 16,00
g 5,10 14,00
h 4,80 12,00
i 4,90 10,00

De 100 em 100m → Estaqueamento centesimal


PONTOS DISTÂNCIA (m) ESTACA COTA
PARCIAL ACUMULADA (100m) (m)

a 0,00 10,00
b 4,70 12,00
c 4,90 14,00
d 4,60 16,00
e 4,90 18,00
f 5,00 16,00
g 5,10 14,00
h 4,80 12,00
i 4,90 10,00

10- BRASIL EM RELEVO

Através do site da Embrapa está disponibilizado por acesso gratuito, imagens do Satélite
LANDSAT de todo o território brasileiro, com detalhes compatíveis com uma resolução espacial
(pixel) de 30 metros no solo.
Foi desenvolvido também a visualização do modelo digital do relevo brasileiro, por tratamento
numérico dos dados obtidos pela nave espacial norte-americana Endover, durante a missão
conhecida como SRTM – Shuttle Radar Topography Mission. Para cada área de 90 metros por 90
metros, dispõe-se de uma medida altimétricas precisa.

http://www.relevobr.cnpm.embrapa.br/

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http://www.relevobr.cnpm.embrapa.br/download/

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CAPÍTULO XIV

LOCAÇÕES E DEMARCAÇÕES

1- DIRETRIZES

2- PONTOS

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3- CURVA CIRCULAR PARA LOTEAMENTOS:

Fig.

A - Definições:

R ➔ Raio da Curva.
D ➔ Desenvolvimento da Curva é o comprimento da Curva Circular.
AC ➔ Ângulo Central da Curva.
PC ➔ Ponto de Concordância da Curva com a Tangente.
PI ➔ Ponto de Interseção das Tangentes à Curva.
PT ➔ Ponto de Tangência da Curva.
T ➔ Distância do PI ao PC ou PT.
Fmáx. ➔ Distância do PI a Curva (chama-se flexa máxima).
Cmáx. ➔ Distância do PC ao PT (chama-se corda máxima).
Gm ➔ Ângulo Central que subentende uma corda de 1,00 m.
dm ➔ É a deflexão que subentende uma corda de 1,00 m
G20 ➔ É o Ângulo Central que subentende uma corda de 20,00 m
Ss ➔ Área do Setor.
Sr ➔ Área de Recuo.

Observação.:

Em Estradas só se utilizam Curvas Circulares para Raios menores ou iguais a 600,00 m.


Para a locação da Curva Circular, é necessária a marcação de diversos pontos ao longo do seu
desenvolvimento, conhecendo-se suas respectivas deflexões.

B - Formulário para Cálculo de Curvas Circulares

T = R x Tangente (AC/2)

D =  x R x AC / 180

Cmáx. = 2 x T x COSENO (AC/2)

Cmáx. = 2 x R x SENO (AC/2)

Fmáx. = R x [ ( 1 / COSENO (AC/2) ) - 1]

Ss =  x R2 x AC / 360º

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Sr = ( R x T ) - (  x R2 x AC / 360º )

Gm = AC / D

dm = AC / 2 x D

d20 = 20 x ( AC / 2 x D )

dn = n x ( AC / 2 x D )

PT = PC + D/20

CADERNETA DE LOCAÇÃO DE CURVA CIRCULAR


ESTACAS DEFLEXÕES
Inteiras Intermediárias Parciais Totais
PC 0º 00’00” 0º 00’00”
1
2
3
4
5
6
PT

Dados:
1ª Coordenada: E (X) = 1.196,4333 ; N (Y) = 1.102,2892.
2ª Coordenada: E (X) = 1.323,7009 ; N (Y) = 757,7101.
3ª Coordenada: E (X) = 890,7776 ; N (Y) = 625,0971.
Raio desejado: R = 205,000 m

Solução:
Tangente: T = 216,935 m Desenvolvimento do Arco: D = 333,607 m
Corda Total: Ct = 297,995 m Distância Externa: De = 93,472 m
Orden. Média: Om = 64,200 m Área Externa: Ae = 10.276,874 m2 Ângulo Central: Âc = 93º 14’ 26”

Coordenadas PC: E (X) = 1.248,5404 ; N (Y) = 961,2085


Coordenadas PT: E (X) = 1.116,2794 ; N (Y) = 694,1728
Coordenadas Central: E (X) = 1.056,2376 ; N (Y) = 890,1829

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CAPÍTULO XV

AEROFOTOGRAMETRIA

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1- GENERALIDADES

Em lugar do levantamento topográfico clássico, para a confecção de cartas topográficas


cadastrais e técnicas, emprega-se o levantamento fotogramétrico, com fotografias aéreas ou
terrestres. A aerofotogrametria é uma ciência que surgiu em 1849 na França, que se consolidou
com técnicas de elaboração de mapeamento de grandes áreas, utilizando câmeras embarcadas
em aeronaves, e que vem ao longo do tempo passando por diversas modernizações e
transformações, tendo como profissionais especialistas os Engenheiros Cartógrafo e Agrimensor.

É de uso corrente a fotografia aérea, e modernamente a fotografia de satélites, isto é, o


aerolevantamento.

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Fotografias fotogramétricas: São as destinadas a trabalhos de mapeamento, obtidas com


câmaras (máquinas) cartográficas e segundo determinadas condições técnicas.

Fotografia verticais: As fotografias aéreas para fins de mapeamento, podem ser inclinadas ou
verticais; estas últimas as mais comumente usadas e assim consideradas, as tiradas com o eixo
ótico da câmara próximo à vertical (inclinação menor que 5o). As fotografia verticais são
normalmente estereoscópicas com 50 a 60% de recobrimento.

Escala da fotografia vertical: É a relação entre a distância focal (f) da câmara fotográfica e a
altura de vôo do avião (H), no momento da exposição, isto é:

Escala = f / H

Nos terrenos movimentados (dobrados / ondulados), a escala da fotografia varia de um ponto a


outro, assim no ponto 1 será f : H1, e no ponto 2 será f : H2.

2- A AEROFOTOGRAFIA E O MAPA:

O mapa topográfico é a projeção (representação) do terreno sobre o plano topográfico (plano


horizontal) ou sobre o plano da carta carta (plano paralelo à superfície de cota zero ou geóide).
Todas as medidas lineares para serem representadas no mapa, devem ser reduzidas ao plano
horizontal (ao horizonte). Uma fotografia aérea mesmo de eixo rigorosamente vertical não é um
mapa.

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Diferenças entre a fotografia e o mapa:

As principais são:
a) Projeção - A Aerofotografia é uma projeção em perspectiva cônica de centro no eixo ótico da
lente objetiva da câmara; ao passo que o Mapa Topográfico é uma projeção ortogonal em
toda a sua extensão, sempre orientado pela vertical do local;

b) Escala - A Aerofotografia apresenta variações de Escala devido à movimentação do terreno;


Já o Mapa Topográfico apresenta necessariamente Escala constante;

c) Eixo de Visualização - A Aerofotografia apresenta deformações devidas à inclinação do eixo


ótico e às distorções óticas da câmara, resultando em visualização em perspectiva nas laterais
da fotografia; já no Mapa Topográfico todos os objetos são representados em projeção em
planta, ou seja, visão ortogonal dos objetos ao plano de projeção.

Assim, só no caso teórico de eixo ótico perfeitamente vertical e o terreno rigorosamente plano,
é que a fotografia constitui o mapa do terreno.

3- AEROLEVANTAMENTO

A foto topografia com fotografias aéreas ou aerolevantamento abrange as seguintes etapas:

a) a tomada de fotografias ou aerorecobrimento;


b) o apoio terrestre para a restituição fotogramétrica;
c) a reambulação;
d) a restituição fotogramétrica.

a) a tomada de fotografias ou aerorecobrimento;

Planejada a totalidade da área a ser mapeada com aerofotogrametria, determina-se a


abrangência do aerorecobrimento, com a tomada das aerofotografias em sequencia de linhas
de voo, com superposição de fotos longitudinal e transversalmente, formando no conjunto
total um mosaico de aerofotografias.

Tomada de fotografias: tem por fim recobrir o terreno com faixas de fotografias com 50% a
60% de recobrimento entre as fotos e 15% a 30% entre as faixas, como mostra a figura.

SUPERPOSIÇÃO LONGITUDINAL (60%)

Faixa 1:

Foto 1, Foto 2, .......Foto n

60%

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SUPERPOSIÇÃO LATERAL (30%)

Faixa 2:

30%

b) o apoio terrestre para a restituição fotogramétrica;

Pontos Topográficos de Apoio, implantados no campo previamente ao voo, com determinação


de suas coordenadas UTM, para referência na montagem do mosaico e técnicas de restituição.

Ponto de apoio horizontal: é o ponto do terreno identificado na fotografia e determinado pelas


coordenadas planimétricas (x, y).

Ponto de apoio vertical: é o ponto do terreno identificado na fotografia e determinado por sua
altitude (h).
Em geral os pontos de apoio horizontal são também de apoio vertical.

Nas grandes organizações cartográficas, os pontos de apoio para a restituição são


determinados por meio de aerotriangulação executada em máquinas especiais
(aerotrianguladores) com auxílio de pontos do terreno.

Os pontos de apoio, quer para a restituição, quer para a aerotriangulação, são determinados
com o auxílio de rede geodésica nacional, por processos topográficos.

c) a reambulação;

Reambulação: é a operação que consiste no esclarecimento de certos detalhes das fotografias e


na coleta de novos, para ilustrar o mapa.

d) a restituição fotogramétrica.

Restituição: é a operação que visa transformar a fotografia no mapa, retirando dela os detalhes
planimétricos e altimétricos que devem figurar neste. A restituição é feita em aparelhos
chamados restituidores, que geralmente operam estereoscópicamente, par por par
estereoscópico.
A restituição em aparelhos de precisão corrige as influências das variações de escalas, da
inclinação do eixo ótico e das distorções da câmara. A restituição é feita com auxílio de pontos
(pontos de apoio) determinados no terreno e identificados nas fotografias.
Para a restituição nos aparelhos de precisão são necessários, por par estereoscópico, 3
pontos de apoio horizontal (1 de controle) e 4 pontos de apoio vertical (1 de controle).

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AEROFOTOGRAMETRIA: Fotogrametria obtida por meio de fotografias aéreas.

FOTOGRAMETRIA: Técnica de determinação da planialtimetria, nos levantamentos topográfico


(cartográficos), por meio de pares de fotografias tiradas simultaneamente por câmara
percorrendo e mantendo distância constante uma da outra; fotocartografia.

ESTÉREOSCOPIA
Processo fotográfico que produz efeito tridimensional graças à utilização de dois registros
simultâneos, em duas perspectivas diferentes, do mesmo assunto.

ESTEREOSCÓPIO: Instrumento binocular, com aumento não muito grande e profundidade de foco
relativamente elevada, e que permite observações microscópicas de objetos em relevo.
Visor binocular utilizado para observação de imagem registrada por meio de estereoscopia.

FOTOCARTA: Carta ou mapa topográfico obtido por meio de fotografias (tiradas de bordo de
aviões).

MOSÁICO: Conjunto de fotos aéreas que perfazem a cobertura de uma dada região, obtidas por
faixas e com superposição e que devem ser controladas com apoio terrestre (topografia).

CARACTERÍSTICAS DAS FOTOS AÉREAS


• PERSPECTIVA CÔNICA
• PAPEL FOTOGRÁFICO (a foto em si)
• COR (preto e branco ou colorido)
• FOTO VERTICAL
• FAIXA CONTÍNUA
• FORMATO 23cm X 23cm (9 pol X 9 pol)
• ESCALA DA FOTO (altura do vôo) → E = f / H (f = distância focal e H = altura do vôo)
f = 150mm e H = 3.750m E = 3.750m / 0,150mm = 1 / 25.000
f = 150mm e H = 9.000m E = 9.000m / 0,150mm = 1 / 60.000

4- EMPREGO

• Confecção de cartas topográficas, mapas geográficos, geofísicos e geológicos


• Emprego Civil
• Confecção de folha ou planta cadastral
• Urbanismo / Urbanização (loteamento, águas, esgotos, levantamento de cadastro fiscal)
• Controle de inundações e projeto de irrigação
• Projeto de Barragens / Usinas hidroelétricas
• Traçado e projeto de estradas de ferro e de rodagem
• Estudos em geofísica e geologia
• Pesquisa de petróleo / Jazidas minerais

5- VANTAGENS E DESVANTAGENS

VANTAGENS
• A imagem é fiel, completa, precisa e o seu registro é instantâneo
• Reconhecimento imediato do terreno através da foto-interpretação
• Velocidade de levantamento que proporciona a abrangência de grandes áreas

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DESVANTAGEM
• Custo elevado

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CAPÍTULO XVI

GNSS – SISTEMA GLOBAL DE NAVEGAÇÃO POR SATÉLITE

1- GENERALIDADES

Os Métodos Topográficos obtiveram um enorme avanço com o advento da tecnologia de


navegação e posicionamento por satélites.

Esta tecnologia é composta por um conjunto especial de satélites lançados no espaço,


formando uma verdadeira constelação, que controlada por bases terrestres orientadas por um
modelo matemático da Terra (Elipsoide de Revolução), transmitem dados de posicionamento e
temporização, que capturados e analisados por receptores e processadores específicos, permitem
a determinação de localização, objetivando navegação e/ou posicionamento em um sistema de
Coordenadas Mundiais.

Atualmente, vários países desenvolveram sistemas baseados nessa tecnologia, que acabou por
se consolidar e ser definida pela sigla GNSS - Global Navigation Satellite Systems (Sistema Global
de Navegação por Satélites). Posicionamento e Sistemas Globais de Navegação por Satélites.

Estes sistemas vêm apresentando desempenho e avanços cada vez mais ajustados as
questões de Posicionamento por Ponto Preciso (PPP) para a Topografia.

Utilizando a linguagem dos Sistemas de Coordenadas Geográficas (Latitude, Longitude e


Altitude) e/ou dos Sistemas de Projeção Cartográficas (Este, Norte e Altitude), possibilita a
determinação da posição de pontos com precisão topográfica, utilizando-se de receptores e
processadores dos sinais emitidos pelos satélites, associados a métodos e procedimentos de
implantação de pontos e de medição.

Fruto do desenvolvimento de vários segmentos tecnológicos, foi possível conceber e


desenvolver inicialmente, sistemas como o NAVSTAR/GPS – NAVigation System With Time And
Ranging / Global Positioning System ou simplesmente GPS, capaz de oferecer posicionamento e
navegação em escala global.

Figura n - Sistemas de Coordenadas Geográficas (Latitude, Longitude e Altitude)

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Figura n - Sistemas de Projeção Cartográficas (Este, Norte e Altitude) – UTM

2- SISTEMAS DE GNSS DISPONÍVEIS

Os conceitos e consequentes aplicações dos sistemas de navegação global em uso atualmente,


resultam do desenvolvimento e aperfeiçoamento de várias tecnologias e experiências criadas ao
longo do tempo, por várias nações.

2.1 GPS - Sistema de Posicionamento Global por Satélites Americano ((USA’s), NAVSTAR –
NAVigation System With Time And Ranging / GPS - Global Positioning System ou simplesmente
GPS – Sistema de Posicionamento Global (L1, L2 e L2C).

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2.2 GLONASS – Sistema de Posicionamento Global por Satélites (Russia’s), Global'naya


Navigatsionnaya Sputnikovaya - Navigation Satellite Sysstem, ou simplesmente GLONASS -
Sistema Global de Navegação por Satélite (L1 e L2).

Idealizado e implantado na época pela URSS – União das Repúblicas socialistas soviéticas,
operado e mantido hoje pela Federação da Rússia, consiste em uma constelação com mais de 24
satélites, com informações disponibilizadas pela Empresa Estatal Russa ROSKOSMOS.

2.3 GALILEO – Sistema de Posicionamento Global por Satélites Europeu (ESA’s), desenvolvido
pela Agência Espacial Europeia – ESA (União Européia - UE), iniciou suas operações em 2016 e
planeja concluir todo o sistema até 2020, com mais de 24 satélites.

Solução de Navegação Desenvolvido para a Europa, em fase experimental, promete ser o mais
avançado e completo sistema de uso em aplicações de âmbito totalmente civil.

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2.4 BeiDou - Sistema de Posicionamento Global Chinês (China’s) - BeiDou Navigation Satellite
System (BDS).
Já implantado e operando apenas na região da China (sistema regional), de propriedade e
operado pela República Popular da China, que está expandindo o sistema para fornecer cobertura
global, com planos de chegar a 35 satélites até 2020. Era chamado anteriormente de Compass.

2.5 IRNSS - Sistema de Posicionamento Global Indiano (India’s) - IRNSS - Indian Regional
Navigation Satellite System / NavIC - Navigation Indian Constellation.

2.6 QZSS - Sistema de Posicionamento Global Japonês (Japão’s) – QZSS - Quasi-Zenith Satellite
System.

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3- SEGMENTOS DO SISTEMA

A viabilização desses sistemas se deu graças ao desenvolvimento e aplicação de tecnológicas


segmentadas.

3.1- Segmento Espacial; Conjunto de Satélites formando uma constelação de cobertura Regional
ou Global

3.2- Segmento Terrestre; Conjunto de Bases de Controle espalhados em pontos estratégicos na


superfície da Terra, com localização georreferenciada de alta precisão pré-estabelecida e
capacidade de processamento com controle de tempo.

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3.3- Segmento de Comunicação; Transmissão de Dados por rádio frequência, utilizando várias
faixas de controle.

3.4- Segmento do Usuário; Receptores baseados na tecnologia GNSS, que dependendo da sua
capacidade de processamento, disponibilizam sua localização em diversos níveis de
precisão

Exemplo de Receptor de GNSSaplicado a Topografia, utilizando acessórios e metodologia para


Posicionamento por Ponto Preciso - PPP

Alcançando precisões sub-centimétricas.

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4- CARACTERÍSTICAS E UTILIZAÇÃO DO SINAL

a. Precisão dos Relógios utilizados nas Bases de Controle e nos Satélites (Atômicos), e nos
Receptores de GNSS (em geral a Quartzo);
b. Oscilação da Órbita dos Satélites que fazem parte da constelação durante o período de
observação e de coleta de dados de medição;
c. Quantidade de ciclos enviados.

4.1- Modelo Matemático de Representação Referência:

Elipsoide de Referência: Modelo matemático de referência para calibração de todo o conjunto do


sistema.

SAD69
WGS84
SIRGAS2000

Figura Sistemas de Coordenadas para Localização e Navegação

Coordenadas Geográficas e Topográficas

Latitude, Longitude, e Altitude e Norte, Sul e Altitude

Depende da visualização de no mínimo 4 satélites

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Figura Esquema representativo do Uso do GPS (adaptado de www.gps.gov)

Além da Geometria formada pela constelação visível para o usuário (PDOP).

O conceito da diluição da precisão, ou DOP (Dilution Of Precision):

HDOP – horizontal dilution of precision - diluição horizontal de precisão


VDOP – vertical dilution of precision - diluição vertical de precisão
PDOP – position (3D) dilution of precision - posição (3D) de diluição de precisão
TDOP – time dilution of precision - diluição de tempo de precisão

Se o conjunto estiver muito próximo, a triangulação fica menos precisa (PDOP>4).


Se o conjunto estiver afastado, a triangulação resulta em valores mais precisos (PDOP<4).

5- MÉTODOS

5.1- Absoluto

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5.2- Diferencial

5.3- Cinemático

Em movimento, podendo ser absoluto ou diferencial

6- EMPREGO

6.1- Navegação

6.2- Topografia

Na Topografia, o GNSS é largamente utilizado no necessário e obrigatório Georreferenciamento


dos diversos serviços e atividades de projetos.

Para o alcance da precisão inerente aos serviços topográficos, torna-se necessária a utilização
de métodos e equipamentos específicos, observando certos procedimentos e práticas inerentes
aos sistemas de GNSS, caracterizando o chamado Posicionamento por Ponto Preciso – PPP.

Para tanto, no território brasileiro, o assunto encontra-se normatizado e regulamentado junto


ao IBGE, que disponibiliza gratuitamente orientações, publicações, normas e serviços em sua
página na Internet. Um exemplo é o pós-processamento de dados via PPP para medições no
Modo Absoluto.

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Figura – Serviço de Pós- Processamento de Dados via PPP – IBGE - Modo Absoluto (www.ibge.gov.br)

6.3- Geodésia

Com o aprimoramento de técnicas e equipamentos, a Geodésia utiliza o GNSS para


determinação de Coordenadas Geográficas e/ou Topográficas de pontos com precisão compatível
com a elaboração de algoritmos e cálculos nos estudos, atividades e empregos dessa ciência,
levando em conta as teorizações e representações da forma da terra em abordagens
tridimensionais e/ou planas.

7- SIGLAS

GNSS - Global Navigation Satellite System (Sistemas Globais de Navegação por Satélite)
GPS - Sistema NAVSTAR/GPS
GLONASS -
SGB - Sistema Geodésico Brasileiro
RBMC - Rede Brasileira de Monitoramento Contínuo (dos Sistemas GNSS)
SIRGAS - Sistema de Referência Geocêntrico para as Américas
IGS - International GPS Service for Geodynamics

Centro de Controle da Rede Brasileira de Monitoramento Contínuo dos Sistemas GNSS - RBMC

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CAPÍTULO XVII

2- SENSORIAMENTO REMOTO

Com o avanço das técnicas de

Fig. FOTO DO RIO DE JANEIRO DE SATÉLITE - IKONOS II

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1- GENERALIDADES

NDVI - Índice de Vegetação por Diferença Normalizada

O NDVI é um índice que utilizado em vários estudos de Sensoriamento Remoto e é muito


associado ao vigor da planta e produção de biomassa. Diversos estudos associam esse índice a
outras variáveis agronômicas como produção, produtividade, índice de área foliar etc.

2- SISTEMAS UTILIZADOS

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CAPÍTULO XVIII

TOPOGRAFIA NOS EMPREENDIMENTOS DA ENGENHARIA CIVIL, AMBIENTAL,


ARQUITETURA E URBANISMO

1- PROCEDIMENTOS

• Análise da viabilidade técnica - financeira do empreendimento


Consiste no estudo do empreendimento face à conjuntura e perspectiva de desenvolvimento.

• Escolha de lugar (região, estado, município, distrito, local da implantação)


Consiste na determinação da localização mais apropriada para a edificação.

• Levantamento topográfico
As dimensões, as características e a localização (urbana ou rural), determinação do método de
levantamento a ser empregado, o qual constará de alguns ou de todos os elementos a seguir
relacionados.

Altimetria
• Referência de nível;
• Pontos cotados; e
• Curvas de nível.

Planimetria
▪ Localização do imóvel;
▪ Acidentes topográficos;
▪ Orientação magnética ou verdadeira (Rumos e Direções);
▪ Dimensões do terreno com determinação de:
(Perímetro, área e confrontações);
▪ Detalhes planimétricos:
(árvores, postes, bueiros afloramentos de pedras, etc);
▪ Cadastro (Demonminação de imóvel e Proprietário)
▪ Numeração do terreno e dos vizinhos confrontantes;
▪ Indicação de ruas e/ou estradas, com as respectivas dimensões (no caso de
ruas, as larguras das calçadas);
▪ Indicação da projeção e do numero de pavimentos das construções
limítrofes;
▪ Áreas das construções.

Observações
Aos elementos acima referidos, poderão ser acrescentados quaisquer outros que
esclareçam melhor o levantamento topográfico.
Os desenhos representativos do levantamento serão executados em escalas adequadas a
seus fins (1/50; 1/100; 1/500; ou 1/1000), em papel copiativo, acompanhados das
respectivas cadernetas topográficas do levantamento.
Nos desenhos deverão ser indicadas as datas da execução dos trabalhos no campo, além
daqueles exigidos pela legislação do exercício profissional.

• Estudos Geotécnicos

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2- ESTUDOS PRELIMINARES OU DE VIABILIDADE

2.1- PLANTAS CADASTRAIS


2.2- PLANTAS DE LOCALIZAÇÃO
2.3- PLANTAS DE SITUAÇÃO
2.4- LEVANTAMENTO TOPOGRÁFICO EXPEDITO

3- PROJETOS DE TOPOGRAFIA

3.1- PLANTA CADASTRAL

3.2- PROJETOS DE ALINHAMENTO - PA’S

3.3- PROJETOS DE ALINHAMENTO E LOTEAMENTO – PAL’S

3.4- REGISTRO DE IMÓVEIS E ESCRITURAS

3.5- PLANTA TOPOGRÁFICA:


- PLANIMÉTRICA
- ALTIMÉTRICA
- PLANIALTIMÉTRICA

4- EXECUÇÃO DE OBRAS E EMPREENDIMENTOS

4.1- PROJETO BÁSICO

4.2- PROJETO EXECUTIVO

4.3- PROJETO LEGAL

5- ANÁLISES TÉCNICAS, PERÍCIAS E VISTORIAS JUDICIAIS

5.1- RELATÓRIO DE INSPEÇÃO DO LOCAL

5.2- LEVANTAMENTO TOPOGRÁFICO E PLANTAS DE DETALHAMENTO

5.3- MEMORIASL DESCRITIVO E CONCLUSIVO

6- PROJETO E PLANEJAMENTO URBANO – URBANIZAÇÃO

6.1- AEROFOTOGRAMETRIA

6.2- FOTOS DE SATÉLITES

Obs: Mapas na escala 1\2.000, 1\5.000, 1\10.000 e 1\50.000

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Interpretações de Plantas Topográficas:

1) Identificação do Imóvel;
2) Endereço;
3) Escritura e Registro de Imóveis;
4) Localização → Município (Zoneamento, RA, Bairro, etc.)
5) Medidas Parciais e de Perímetro;
6) Ângulos Internos;
7) Coordenadas dos Vértices;
8) Área;
9) Estudos de Perfil e Seção Transversal.

7- NORMAS
O QUE FAZ A ABNT

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas


Av. Treze de Maio, 13 / 2º. Andar
www.abnt.org.br

A ABNT foi fundada em setembro de 1940 e considerada de utilidade pública pela lei n.o 4.150, de
novembro de 1962.
O objetivo da entidade é elaborar normas técnicas nos campos científico, técnico, industrial,
comercial e agrícola; adotar e difundir essas normas e incentivar o movimento de normalização
no país; conceder o direito de uso da marca de conformidade às suas normas técnicas;
representar o Brasil como entidade nacional de normalização; promover o intercâmbio e a
colaboração com organizações similares estrangeiras e internacionais e a emissão de pareceres
concernentes à normalização

8- IMPLANTAÇÃO DE PROJETOS, OBRAS E CONSTRUÇÃO

1- Dados Iniciais de Identificação e Apresentação da Obra


a- Tipo de Obra e descrição geral (ver placa da Prefeitura)
b- Endereço
c- Construtora/Incorporadora
d- Responsável Técnico do Projeto Aprovado (PRPA)
e- Responsável Técnico pela Elaboração da Obra (PREO)
f- Projetos Complementares e de Apoio a Obra (Locação, Sondagem, Terraplanagem,
Contenção, etc.)

2- Elaboração de Planta de Localização do Terreno da Obra

Utilizar Guia de Ruas, Guia Rex, Mapas, plantas da cidade, etc., de preferência no formato
A4, assinalando o local da obra.

3- Elaboração de Planta de Situação do Terreno da Obra

Croqui elaborado a mão com ou sem escala, com detalhamento das Quadras, Ruas, terreno e
suas metragens, confrontantes, distância até a esquina mais próxima, etc.

4- Certidão do Registro de Imóveis (R.I.)

Documento do Cartório de Registro de Imóveis, comprovatório de do direito de propriedade,


com dados gerais e características do imóvel.

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5- Planta Cadastral do Município

Planta Topográfica Cadastral da Cidade, normalmente na Escala 1/2000, articuladas em


folhas, adquirida na Prefeitura, no IPP – Instituto Pereira Passos, no Centro Administrativo –
11° andar.

6- PA – Projeto de Alinhamento

Projeto de Alinhamento para Avenidas, Ruas, Travessas e Logradouros em Geral,


reconhecidos e aprovados pela Municipalidade.

7- PAL – Projeto de Alinhamento e Loteamento

Projeto de Alinhamento e Loteamento, podendo ser também de Remembramento, ou


Desmembramento de áreas, onde são indicados e detalhados ruas, praças, lotes etc.

8- Planta Topográfica dos Imóveis Envolvidos

Levantamento Topográfico Planialtimétrico Cadastral dos imóveis envolvidos com a obra, e


suas adjacências, com indicação de todos os detalhes físicos de relevância do local, com
Cadastro Físico, Cadastro Imobiliário e Legal, de modo a permitir uma perfeita e correta
locação e aferição dos limites do terreno onde será executada a obra, também permitindo o
estudo de interferência com o relevo, como cortes e aterros.

9- Inspeção do Terreno

Reconhecimento da localidade (região), do terreno com seus limites “in Loco”, confrontações,
ratificando e aferindo o Levantamento Topográfico.

10- Anteprojeto

Croqui ou planta esboçando a obra a ser projetada, tirando partido das condições físicas e
legais do terreno.

11- Sondagem e Prospeção do Terreno

Determinação do perfil do subsolo e da superfície do terreno, de modo a respaldar o projeto


de fundações e estruturas.

12- Projeto Legal

Aprovação junto a Região Administrativa da Prefeitura, de Projeto Arquitetônico elaborado


em obediência a Legislação Urbana vigente, mediante apresentação dos seguintes
documentos:
a- Certidão do Registro de Imóveis (R.I.–Título de Propriedade)
b- IPTU - Imposto Predial e Territorial Urbano (espelho)
c- Planta Cadastral do Município com a área indicada
d- PA’s e PAL’s
e- Declaração de Valas, Rios, Lagos e Canais
f- Qualificação do PRPA (Identidade e Anuidade do CREA)
g- ART – Anotação de Responsabilidade Técnica junto ao CREA
h- Projeto Arquitetônico:
- Planta de Situação
- Planta Baixa para os diversos pavimentos
- Planta de Cortes Longitudinais e Transversais

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- Planta de Fachadas
- Planta de Cobertura
- Planta de Outros Detalhamentos caso necessário

Aprovação do Projeto (Projetos específicos complementares) junto a Órgão Públicos inerentes


ao tipo de obra tais como: CEDAE, CEG, LIGHT, Corpo de Bombeiros, Geotécnica, Ministério
do Trabalho, FEEMA, IBAMA, SPHAM, etc.

13- Projeto Executivo

a- Cronograma Executivo
Etapas e seus prazos.
b- Projeto de Mobilização
Limpeza do terreno, instalação do canteiro de obras e serviços de apoio, com
alojamentos, depósitos, silos, entrada e saída de material e veículos, etc.
c- Projeto de Locação da Obra
Detalhamento da locação dos elementos estruturais em relação aos limites do terreno e
entre si.
d- Projeto Arquitetônico
Projeto Legal Aprovado.
e- Projeto de Terraplanagem
Cortes e aterros com empréstimos ou bota fora.
f- Projeto de Fundações e Contenções
Detalhamento executivo e do tipo de fundações, tais como sapatas, estacas, tubulões,
etc.
g- Projeto de Estruturas
Planta de Locação, Planta de Formas e Planta de Ferragens.
h- Projeto de Instalações de Hidráulica
i- Projeto de Instalações de Esgoto e Águas Pluviais
j- Projeto de Instalações de Elétrica
k- Especificações e Caderno de Encargos

14- Licenciamento da Execução da Obra


Qualificação do PREO (Identidade e Anuidade do CREA), e Obtenção da Licença por prazo
determinado (1, 3, 6, 12 ou 24 meses).

15- Solicitação e Instalação dos Serviços Públicos


Ligação de Água e Esgoto
Ligação de Luz e Força

16- Execução da Obra


Implementação dos serviços de construção de acordo com o Cronograma e o Caderno de
Encargos.

17- Pedido de Prorrogação de Prazo da Licença


Quando necessário no caso do primeiro prazo concedido não Ter sido suficiente.

18- Pedido de Aceitação das Obras “Habite-se”


Solicitação junto a Prefeitura de vistoria para reconhecimento e aceitação da obra concluídas.

19- Projeto de Desmobilização


Desmobilização do Canteiro de Obras, Limpeza e entrega da construção.

20- Inauguração

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Apostila de Topografia - Base Teórica e Exercícios
9- EXPERIÊNCIAS EM CAMPO

12.1- AULAS PRÁTICAS DE USO E OPERAÇÃO DE EQUIPAMENTO E ACESSÓRIOS DE


TOPOGRAFIA.

12.2- Visitação a diversas Obras, colhendo dados objetivando visualização e absorção de


conhecimentos práticos, mediante acompanhamento e supervisão técnica do Professor.

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SOLUÇÃO DE EXERCÍCIOS

Exercício 1:

Exercício 2:

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CAPÍTULO XIX

GLOSSÁRIO

PRINCIPAIS TERMOS USADOS EM TOPOGRAFIA

A
ABNT, Associação Brasileira de Normas Técnicas

Ação, ato de reivindicar na justiça um suposto direito; quem a promove é o autor e quem a
sofre é o réu; a ação pode ser: amigável, quando as partes concordam plenamente em
escolher o agrimensor, assistir à medição, requerer ao Juiz a sua homologação e repartir entre si
as despesas; sumaríssima, quando, havendo acordo entre os interessados, se procede a
demarcação ou a partilha e, em audiência, a homologação dos acordos; sumária, quando houver
somente disputa sobre a posse, caso em que apenas serão observados os atos substanciais, com
abandono das solenidades; ordinárias, no caso de haver contestação sobre o domínio, posse,
demarcação ou partilha, observando-se no caso, todas as formalidades da lei.

Achatamento da Terra, é a razão da diferença entre o raio equatorial (semi-eixo maior) e o


raio polar (semi-eixo menor) do elipsóide terrestre e o raio equatorial, isto é:

f= (a–b)/a onde: f = achatamento; a = semi-eixo maior e b = semi-eixo menor

No elipsóide internacional ou de Hayford, f = 297,0

Acre, medida de superfície empregada na Inglaterra e nos Estados Unidos, equivale a 4046,8 m²
( cerca de 0,4 Há).

Adjudicar, em processo judicial, é declarar que uma coisa pertence a alguém.

Aerofotografia, Processo de tirar fotografias aéreas; Fotografia panorâmica tomada através de


câmeras especiais que corrigem distorções e erros de perspectiva.

Aerofotogrametria, Levantamento Topográfico, feito por meio de fotografias aéreas, utilizando


técnicas especiais de análise, interpretação, representação e produção plantas topográficas.

Aerolevantamento, é o levantamento por meio de fotografias aéreas. O aerolevantamento é


realizado com auxílio da Topografia para a determinação do apoio terrestre para a restituição,
que se processar por meio de instrumentos chamados restituidores.
Vide: Levantamento

Aforamento, o mesmo que enfiteuse.

Agrimenssura, parte da Topografia que tem por fim o levantamento e o cálculo das áreas de
propriedades públicas e privadas. Os limites das propriedades constam dos títulos de propriedade
(escritura) originários dos títulos dos primitivos proprietários, passando para os donos sucessivos
ou desmembrados em parcelas autônomas, em virtude de partilhas. Os principais trabalhos de
agrimenssura são:
⎯ Levantamento da planta de terreno;
⎯ demarcação dos limites;
⎯ cálculo da área;
⎯ partilha ou divisão de terrenos.

Sintéticamente diz-se que a finalidade da Agrimenssura é a medição de terras.

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Ajustamento das medidas, vide: ... Compensação das observações.

Alidade, é a parte superior do teodolito: luneta e acessórios de leitura e registro.

Alqueire, unidade agrária do ASPM de diferentes valores: paulista, correspondente a área de


um terreno retangular com 50 braças ou 110 metros de frente, , por 100 braças ou 220 metros,
sejam 24.200 metros quadrados; geométrico, correspondente a área de terreno de forma
quadrada de 100 braças ou 220 metros de lado, sejam 48.400 metros quadrados; mineiro,
corresponde a área de um quadrado de 75 braças de lado ou a área de 27.225 metros
quadrados; e outros.

Alqueire, unidade de capacidade do ASPM que corresponde a 36,27 litros (RJ).

Altimetria, e o conjunto de detalhes do modelado do terreno, comumente representado no mapa


pelo processo das curvas de nível.
É a parte da Topografia encarregada dos estudos e práticas de métodos e processos de
medição das alturas, desníveis, cotas ou altitudes da superfície de um terreno em estudo.

Altímetro, aneróide para medida barométrica de altitudes; o mostrador em lugar de graduado


em pressões como o barômetro aneróide comum, é graduado em altitudes.

Altitude, é a distância vertical que vai de um ponto a uma superfície de referência (geóide). Vide:
Cota.

Altitude de um ponto, é a distância vertical que vai do ponto a superfície de referência


(geóide). Vide: Cota.

Altitude de vôo, é a distância entre o geóide e o centro ótico da objetiva da câmara fotográfica.

Altura de vôo, é a distância entre o centro ótico da objetiva e a altitude média do terreno.

Altura, é a dimensão de um corpo ou objeto considerada verticalmente, da sua base até o seu
topo ou cimo.

Álveo, Leito; Sulco, escavação.

Anemômetro, Instrumento que serve para indicar a direção e medir a velocidade do vento.

Aneróide, vide: Barômetro aneróide.

Ângulo, figura formada por duas semi-retas, ou lados, ou por dois semiplanos, ou faces, que se
cortam.

Ângulo horizontal, é o ângulo plano horizontal compreendido entre a estação (vértice) e os


pontos considerados (Ré e Vante). Ë quase universal em Topografia e Geodésia, a norma de
contar os ângulos horizontais no sentido do movimento dos ponteiros do relógio. Nos
instrumentos de Topografia, o limbo horizontal é também graduado da esquerda para a direita.

Ângulo a direita ou a esquerda, vide: Deflexões.

Ângulo vertical, é o ângulo plano vertical que vai da visada horizontal ao ponto visado, vide:
Distância zenital.

Apoio básico, é o conjunto dos pontos da rede geodésica nacional e do nivelamento de alta
precisão nos quais se apoiam os levantamentos topográficos.

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Apoio terrestre para restituição fotogramétrica, é o conjunto dos pontos determinado no


terreno, pelos processos topográficos identificados nas fotografias e escolhidos em situações
particulares, segundo as exigências fotogramétricas.

Are, unidade agrária do SMD, correspondente a superfície de um quadrado de 10 metros de lado,


isto é, 100 metros quadrados. Unidade de medida agrária, equivalente a 100m2 [símb.: a ].

Área, Em matemática, área é a quantidade de espaço bidimensional, ou seja, de superfície.


Existem várias unidades de medida de área, sendo a mais utilizada o metro quadrado (m²) - ver
Sistema internacional de unidades e os seus múltiplos e sub-múltiplos.

Área intra ou extra poligonal; devido aos tapumes, a poligonal de contorno da propriedade
não pode ser executada exatamente pelo perímetro; a área calculada pela estações da poligonal,
tem-se que acrescentar a área extra-poligonal, no caso desta ficar no interior do perímetro e
subtrair a área intra-poligonal, no caso desta ser feita fora do perímetro.

ASPM, antigo sistema de pesos e medidas.

Aviventação de rumos, é a operação que consiste em remarcar a linha divisória anteriormente


fixada, cujos vestígios desapareceram.

Azimute astronômico de uma direção, é o azimute geográfico contado a partir do S (sentido


NE SO) até a direção.

Azimute geográfico de uma direção, é o ângulo contado a partir do N do meridiano geográfico


(sentido NE SO) até a direção.

Azimute magnético de uma direção, é o ângulo contado a partir do N do meridiano magnético


(sentido NE SO) até a direção.

Azimute plano ou da carta, é o contato a partir do N do meridiano do eixo de coordenadas ( ou


uma paralela a esse eixo) até a direção considerada ( sentido NE SO).

Azimute de uma direção, é o ângulo contado a partir da direção de referência ( meridiano


geográfico, meridiano magnético ou meridiano da carta), 0° a 360°, no sentido do movimento
dos ponteiros do relógio, até a direção considerada.

B
Barômetro, instrumento para a medida da pressão atmosférica.

Barômetro aneróide, instrumento portátil que mede a pressão atmosférica por meio de um
dispositivo elástico-mecânico, vide: Altímetro.

Basímetro, instrumento de alta precisão para medida direta de bases geodésicas; antigamente
empregavam-se basímetros rígidos; atualmente os basímetros são constituídos de trenas ou fio
de metal ínvar ( praticamente indeformável). Em Topografia empregam-se, na medida de bases,
trenas de aço convenientemente aferidas no comparador de trenas. Modernamente a Geodésia,
em lugar da medida direta, emprega a medida indireta por meio de instrumentos eletrônicos:
telurômetro, geodímetro, etc.

Bens patrimoniais, são ssim considerados todos os bens móveis e imóveis: palácios, edifícios
públicos, fazendas, pertencentes ao País, aos Estados ou aos Municípios.

Braça, unidade linear do ASPM equivalente a 2,20 metros.

Braça quadrada, é a área correspondente a de um retângulo de uma braça de lado.

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Braça sesmaria, é a área correspondente a de um retângulo de uma braça de frente por uma
légua de fundo.

Bússola, instrumento para a medida de azimutes magnéticos, vide: Declinatória.

Caatinga, e o nome genérico dado as formações vegetais típicas do interior semi árido do
Nordeste do Brasil. As plantas da caatinga apresentam adaptação à escassez e irregularidade das
chuvas. Predominam espécies arbóreas e arbustivas de pequeno porte, espinhosas, que perdem
as folhas na estação seca, associadas a cactáceas e bromeliáceas.

Cabeceira, é o lugar onde nasce um rio ou riacho. O mesmo que nascente.

Cabo, é a porção saliente da linha de costa que avança em direção ao mar. Esta feição tanto
pode ser resultante de uma erosão diferencial como também ser devida à ação das ondas e
correntes marinhas.

Cadeia do agrimensor, dispositivo para medir distâncias, outrora muito usado em Agrimensura.

Calçamento, é a pavimentação de terrenos, ruas, etc., com pedras, asfalto ou concreto.

Câmara cartográfica, é uma máquina fotográfica para a tomada de fotografias aéreas, para fins
de mapeamento.

Cartografia, é o conjunto dos trabalhos aéreos, terrestres, hidrográficos e de gabinete que


direta ou indiretamente conduzem a elaboração de cartas e mapas. Esta definição está longe de
ser universal. Os franceses consideram como Cartografia, os trabalhos de desenho e impressão
de cartas; segundo a definição do engenheiro geógrafo. O Brasil sempre adotou a orientação
francesa. Por influência da Sociedade Brasileira de Cartografia (SBC) esboça-se no País a
tendência para considerar os trabalhos geográficos no campo da engenharia como da alçada do
engenheiro cartógrafo e no campo da Geografia como competência do licenciado em Geografia ou
“Geógrafo”.

Centiare, é a centésima parte do are, seja 1 metro quadrado. Unidade agrária de superfície,
equivalente ao metro quadrado; a centésima parte do are.

Centro do instrumento (centro ótico), é o ponto de encontro do eixo vertical do teodolito com
eixo horizontal.

Cinquenta, unidade agrária empregada da Paraíba e equivalente a área de 50x50 braças,


também chamada de quarta no Rio Grande do Sul.

Citação, é o meio pelo qual se chama alguém a juízo, para responder por qualquer ação.

Clinômetro, instrumento manual para medida de inclinações.

Código do Processo Civil da União, CPC, Decreto Lei n° 1608, de 18 de setembro de 1939.

Colônia, unidade de superfície usada no E. Santo equivalente a 5 alqueires de 100x100 braças.

Compensação das medidas (observações), consiste na determinação e na aplicação de


correções às diferentes medidas para torná-las harmônicas. O método geral de compensação
empregado em Geodésia, é o método dos mínimos quadrados, MMQ, baseado no princípio

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ampírico de Gauss (Legendre). Em topografia, empregam-se métodos abreviado ou expeditos. Os
norte americanos empregam, em lugar do termo compensação, o termo ajustamento.

Condomínio, é a propriedade que pertence a mais de um estado ou pessoa.

Corda, unidade de comprimento do ASPM, equivalente a 33 metros.

Constante aditiva, quantidade, em geral menor que 0,5 m, que nos instrumentos não
analíticos, deve ser adicionada a distância lida na mira, para obter a distância entre a mira e o
centro do instrumento.

Constante multiplicativa (K), valor que multiplicado pelo intervalo lido na mira fornece a
distância; em geral K = 100.

Contra-Forte, Ramificações laterais de uma cadeia de montanhas; Uma montanha alongada que
se destaca da Serra ou Cordilheira, formando em relação a esta, uma cadeia de segunda ordem
(mais baixa).

Convergência meridiana, os meridianos geográficos convergem no pólo. O azimute geográfico


da direção AB, refere-se ao meridiano de A; o azimute da direção BA, ao meridiano de B, que
difere do azimute AB de 180° ± a convergência do meridiano de B em relação ao de A . Na carta,
os azimutes referem-se ao meridiano origem do sistema retangular plano da carta. O azimute da
carta da direção BA é igual ao da direção AB ± 180°. O azimute geográfico da direção AB é igual
ao azimute da carta da direção AB mais ou menos a convergência do meridiano de A em relação
ao meridiano de origem.

Coordenadas Geográficas, cada uma das duas coordenadas (a latitude e a longitude) de um


ponto sobre a superfície da Terra, referidas ao equador e a um meridiano-origem.

Coordenadas Topográficas, sistema de coordenadas retangulares planas de um ponto da


superfície da Terra, projetado no plano topográfico. Retas paralelas a dois eixos que se cortam,
formando o plano topográfico. São convencionadamente representadas por x (E) e y (N) (para
sistemas com dois eixos de coordenadas) ou por x (E), y(N) , z(H) (para sistemas
tridimensionais).

Correção, quantidade que é somada algébricamente aos valores observados para compensá-los
ou ajustá-los; a correção é igual ao erro com sinal contrário.

Cota, altitude em relação a uma superfície arbitrária, vide: Altitude.

Colo, passagem apertada ou estreita entre os contrafortes de uma serra ou cadeia de


montanhas; desfiladeiro, garganta, estreito, passo.

Cravação dos marcos, é a operação, a cargo do agrimensor, que consiste na implantação dos
marcos das divisas.

Curva de nível, linha que une os pontos da mesma altitude.

Cumeada (Cumeeira), Tergo ou Dorso, É uma forma do terreno que consiste em uma
elevação que faz a separação da escorrência de águas.

Cume, é a parte mais alta de uma elevação.

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D
Datum (Data), é a origem do cálculo das operações geodésicas e topográficas; por ex.: o datum
para o cálculo das altitudes é o geóide, para o cálculo das coordenadas planas em Agrimensura,
emprega-se geralmente a origem no cruzamento, em determinado ponto, da meridiana com a
perpendicular, etc.

Datum Vertical ou Datum Altimétrico.

Datum Horizontal ou Datum Planimétrico.

Declinação magnética de um lugar, é o ângulo formado no lugar, pelas direção do pólo


geográfico e do pólo magnético. A declinação pode ser ocidental, quando o pólo magnético fica a
W do geográfico, como é o caso atualmente de grande parte do Brasil; e oriental no caso
contrário.

Declinatória, instrumento destinado a orientação da prancheta topográfica, do limbo dos


instrumentos de topografia etc; é constituído por uma agulha magnética em caixa retangular,
permitindo o movimento da agulha apenas na amplitude da declinação magnética.

Deflexão, termo usado em construção de estradas para designar o desvio de um alinhamento


para a direita ou para esquerda (deflexão a direita e deflexão a esquerda). É de uso mais geral
em Topografia, o ângulo poligonal em lugar do de deflexão.

Delimitação, é a definição dos limites entre propriedades, de acordo com respectivos títulos.

Demarcação, é a operação que consiste em demarcar, por meio de marcos, de azimute e


distância entre eles e entre outros pontos, o contorno que separa a propriedade da dos
confinantes.

Desfiladeiro, passagem apertada ou estreita entre os contrafortes de uma serra ou cadeia de


montanhas; colo, garganta, estreito, passo.

Diapositivo, cópia positiva, em material transparente, do negativo de fotografias aéreas; pode


ser obtido por contacto ou por redução.

Diferença de Nível, é diferença entre as cotas ou altitudes entre dois pontos quaisquer.

Discrepância, diferença entre os resultados de duas medidas, por ex.: mediu-se a distância AB
encontrando-se: pela primeira medida 150,2 m e pela segunda 150,8 m; diz-se que a
discrepância foi  0,6 m; quando a discrepância está dentro da tolerância aceita-se como
resultado da medição, a média das duas determinações, no caso 250,5. A discrepância pode ser
também entre mediadas observadas e calculadas.

Distância focal, os raio luminosos paralelos, pós atravessarem uma lente, convergem num
ponto chamado foco; a distância, segundo o eixo principal, que vai do foco à lente, chama-se
distância focal dalente.

Distância zenital, ângulo medido no plano vertical que vai da vertical do lugar ao ponto visado;
é igual ao complemento do ângulo vertical Z = 90 ⎯ .

Distorção fotográfica, é o deslocamento das imagens dos objetos, devido à aberração das
lentes fotográficas, à inclinação da câmara ou do relevo.

Divisão de propriedades, vide: Partilhas.

Divisas, são as linhas que constituem o perímetro da propriedade; podem ser naturais, artificiais
e convencionais.

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Divisas ou limites artificiais, são os construídos pelo homen: muros, cêrcas, valas, caminhos,
estradas, canais, etc.

Divisas ou limites convencionais, são os formados por linhas retas unindo os marcos.

Divisas ou limites naturais, são os constituídos por acidentes topográficos: linhas de crista, de
reunião das águas, etc.

Domínio particular, são as propriedades pertencentes a pessoas físicas ou jurídicas; a


constituição do país regula o direito de propriedade adquirida pelos meios legais de compra,
herança, doação ou pela ocupação primária.

Domínio público, abrange os bens destinados a uso coletivo e indistinto dos indivíduos.

E
Efluente, é qualquer tipo de água ou líquido, que flui de um sistema de coleta, ou de transporte,
como tubulações, canais, reservatórios, e elevatórias, ou de um sistema de tratamento ou
disposição final, com estações de tratamento e corpos de água receptores.

Eixo de colimação, linha perpendicular ao eixo horizontal do teodolito passando pelo


cruzamento dos fios do retículo.

Eixo horizontal do teodolito ou eixo secundário, é o eixo em torno do qual gira, no plano
vertical, a luneta; o eixo horizontal é perpendicular ao eixo vertical e ao de colimação da luneta.

Eixo ótico, vide: Eixo principal.

Eixo principal, (eixo ótico) de uma lente é a linha normal as superfícies anterior e posterior de
uma lente.

Eixo vertical (ou principal) do de teodolito, é o eixo de rotação da alidade; passa pelo centro do
círculo horizontal e é perpendicular ao seu plano.

Elipsóide ou Esferóide, figura que pouco difere da esfera, é a figura matemática da Terra. As
dimensões do elipsóide terrestre atualmente adotadas são as do Internacional ou de Hayford no
qual:
a (semi-eixo maior ) = 6.378.388 metros
b ( semi-eixo menor ) = 6.356.911 metros

Enfiteuse, é a convenção pela qual o proprietário transfere para outrem, o domínio útil do
imóvel, obrigando-se o cessionário a pagar-lhe uma pensão anual, certa e invariável que se
chama foro.

Enganos, vide: Faltas.

Equador geográfico, círculo máximo que divide a Terra em dois hemisférios; é a origem de
contagem das latitudes geográficas.

Erro sistemático, é o erro que exerce geralmente no mesmo sentido; é resultante da má


aferição dos instrumentos, por ex.: o erro cometido na medição com uma trena que em lugar do
valor declarado de 30 m tenha apenas 29,50 m. A defesa contra tais erros consiste na aferição
dos instrumentos antes de iniciar as medições.

Erro verdadeiro, é a diferença entre o verdadeiro valor de uma quantidade e o valor observado
(medido) ou calculado, da mesma quantidade.

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Erros aparentes ou acidentais, são erros inevitáveis que se cometem nas medidas, ora para
mais, ora para menos e devidos a acuidade visual, a imperfeição dos instrumentos, etc. Estes são
os erros objeto de compensação ou ajustamento, vide: Faltas.

Escala da fotografia, é a relação entre a distância focal da câmara e a altura de vôo.

Escala de impressão, é a escala de publicação do mapa.

Escala de restituição, é a escala do desenho obtido pelo aparelho de restituição.

Escarpa, é a face ou talude íngreme abruptamente cortando a morfologia, frequentemente


apresentando afloramento de rochas. Genericamente distinguem-se as escarpas tectônicas
(produzidas por falhamentos) e escarpas de erosão (formada por agentes erosivos).

Escoamento, é o movimento das águas superficiais ou subterrâneas, sob efeito da gravidade ou


de um gradiente de pressão hidráulica.

Escoamento Superficial, é a parte da água precipitada da atmosfera que escoa na superfície do


solo.

Escritura, vide: Título de propriedade.

Estaca, peça de madeira (normalmente de lei), utilizada para facilitar o encontro do piquete ou
marco.

Estaca testemunha, peça de madeira (normalmente de lei) numerado, colocado perto (20 a 30
cm) do piquete ou marco da estação, utilizado para facilitar o seu encontro, indicando sua
numeração (nomenclatura).

Estação, ponto ocupado pelo teodolito e assinalado no terreno por marcos geodésicos ou
topográficos; permanentes, quando ponto (vétice) de triangulação ou RN; provisórios (estacas de
madeira), nos demais casos. Na comissão da Carta Geral do Brasil, as estações do teodolito em
poligonação, eram assinaladas por um triângulo equilátero de 30 cm de lado, construído
mediante raspagem a facão, da área interna, no centro da qual colocava-se a estaca de madeira.
Assim procedendo, a estação permanece materializada por 2 a 3 meses, facilitando possíveis
reocupações.

Estação excêntrica, quando não é possível ocupar a estação, como no caso de marco de divisa
junto a cerca de arame, ocupa-se uma estação auxiliar tão próxima quanto possível da estação.
Vide: Redução ao centro da estação.

Estacas inteiras, são estacas das estações da poligonal de exploração para o traçado de
estradas, geralmente intervaladas de 20 metros e numeradas seguidamente.

Estacas intermediárias, são estacas colocadas em pontos notáveis do terreno (rios, estradas,
etc. ) entre duas estações inteiras. As estacas intermediárias recebem o número da estaca inteira
anterior mais a distância a esta última. Por ex: 48 + 11,50 indica uma estaca intermediária
colocada a 11,50 m da estaca inteira 48.

Estadia, vide: Mira.

Estereograma, é o desenho de uma parte do mapa resultante da restituição de uma fotografia


(isto é, 2 pares de estereoscópicos).

Estereoscópio, instrumento ótico simples para a observação de fotografias estereoscópicas;


Instrumento ótico, no qual duas imagens planas de uma paisagem, tomadas em ângulos
diferentes e adjacentes próximos, superpostas pela visão binocular, dão a impressão de uma
única imagem em relevo (tridimensional).

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F
Falésia, designação comum a terras ou rochas altas e íngremes à beira mar, resultado da erosão
marínha.

Falha, plano de separação que se forma entre blocos de uma rocha em conseqüência do
deslocamento desta, por ocasião dos movimentos tectônicos; paráclase.

Faltas, são erros cometidos nas medições por falta de atenção ou negligência do operador. Para
evitar tais enganos, o operador deve observar pelo menos duas vezes a mesma grandeza,
controlando as medidas no mesmo momento que são feitas. Com cansaço do operador,
geralmente, é que começam a aparecer as faltas, devendo o operador quando isso notar, ou
interromper o serviço, ou recorrer aos controles. Uma falta quando descoberta no gabinete obriga
geralmente a repetição do trabalho com perda de tempo e dinheiro.

Formulários de cálculo, são dispositivos de cálculo segundo a sequência geral dos cálculos
simples e de controle; na Argentina e no Uruguai são designados por planilhas.

Foro, vide: Enfiteuse

Fotogrametria, parte da cartografia que trata da exploração da fotografia.

Fotoíndice, mosaico de redução de faixas de fotografias, para facilitar o emprego das mesmas.

G
Garganta, passagem apertada ou estreita entre os contrafortes de uma serra ou cadeia de
montanhas; desfiladeiro, colo, estreito, passo.

Geira, unidade de superfície ( pouco usada ) equivalente a 400 braças quadradas.

Geodésia, ciência que trata, matematicamente, da figura e dimensões da Terra.


Ciência que se ocupa da forma e das dimensões da Terra, ou duma parte da sua superfície,
levando em consideração a sua forma geoidal.

Geofísica, ciência que trata da estrutura e composição da Terra.

Geográfico, vide: Cartografia.

Geóide, é a figura da Terra; em primeira aproximação corresponde a superfície do nível médio


do mar, suposta prolongada sob os continentes; é uma superfície equipotencial, perpendicular a
vertical do lugar em todos os pontos.

Gleba, é uma porção de terras.

Goniômetro, designação francesa para instrumentos topográficos de medida de ângulos, usado


nas forças armadas; Instrumento com que se medem ângulos.

Grado, unidade de medida de ângulo, igual ao ângulo central de uma circunferência de círculo
que subtende um arco de 1/400 de toda a circunferência. Equivale, na graduação sexagesimal, a
0º54'00'', aproximadamente.

Grau, unidade de medida de ângulo, igual ao ângulo central de uma circunferência de círculo que
subtende um arco de 1/360 da circunferência inteira.

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Gravidade, força que atrai os corpos na direção do centro da Terra ( que da peso aos corpos ).

H
Hectare (ha), medida agrária do Sistema Métrico Decimal (SMD) que equivale a superfície de
um quadrado de 100 metros de lado, isto é, a 10.000 metros quadrados, seja 100 ares (a).
Unidade de medida agrária, equivalente a cem ares ou um hectômetro quadrado [símb.: ha.]

Heliotrópio, instrumento simples que, mediante combinação de espelhos, reflete raios solares
para medições geodésicas e topográficas.

Hipoteca, é o contrato pelo qual o credor fica com o direito de pagar-se pelo valor de um bem
imóvel, dado como garantia de um empréstimo, no caso do não cumprimento da obrigação pelo
devedor.

Hipsometria, Ciência da medição e da representação do relevo.

Hipsométrico, Referente à hipsometria; Carta Hipsométrica ou Carta Hipsográfica, carta que


representa a repartição das altitudes, geralmente por coloridos variados, que limitam curvas de
nível.

Hipsômetro, instrumento para medida da pressão atmosférica em função da temperatura de


ebulição da água.

I
Imóveis, são os prédios e terrenos de propriedade pública ou particular.

Imposto predial, é o imposto urbano que os municípios cobram pelos prédios particulares de
acordo com o valor locativo dos mesmos.

Imposto territorial, é o tributo que os estados cobram pela propriedade particular de acordo
com a extensão e valor econômico da mesma.

Invar, liga de aço e níquel empregada na construção de basímetros.

J
Jarda, ( yarda ) , unidade inglêsa equivalente a 0,91438 m.

L
Laje, pedra de superfície plana geralmente quadrada ou retangular.

Latitude de um lugar, a distância angular que vai do lugar ao Equador.

Laudênio, é a quantia paga pelos foreiros em virtude do uso de benfeitorias.

Légua brasileira, unidade do ASPM, equivalente a 6.600 metros.

Légua de sesmaria ( légua quadrada ) , é a área correspondente a um terreno de forma


quadrada de 1 légua de lado.

Légua uruguaia, equivalente a 6.000 metros

Lei Torrens, vide: Registro Torrens.

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Levantamento do perímetro, é o levantamento das divisas entre propriedades.

Logradouros públicos, são obras públicas para uso comum: ruas, praças, estradas, etc.

Longitude geográfica, distância angular que vai do lugar ao meridiano origem, meridiano 0°
ou Gr. Para E ou para W.

Lote, parcela desmembrada de um terreno.

Lote, unidade de superfície empregada em Santa Catarina, equivalente a 25 hectares.


Louvação, é o que se segue a citação em demandas judiciais e nas quais as partes indicam
peritos para conhecerem e decidirem a questão.

Luneta, instrumento ótico formado de dois sistemas de lentes; um objetico, para recepção das
imagens e outro ocular, para exame das imagens no campo ótico. Nos instrumentos de Geodésia
e Topografia, no plano focal ( onde aparecem as imagens recebidas pela objetiva ) encontra-se o
retículo formado por vários fios horizontais e verticais.

Linha de preamar, é a média das linhas correspondentes as maiores e as menores marés. Os


terrenos de marinha referem-se a linha preamar médio de 1831.

M
Mapa ou Carta, representação sobre uma superfície plana dos detalhes físicos (naturais e
artificiais) de uma parte da superfície terrestre ( ou toda ), por meio de símbolos convencionais.

Mapa ( ou carta ) cadastral, é o mapa confeccionado nas escalas de 1:1.000 a 1:5.000,


contendo as propriedades públicas e particulares com os respectivos limites e os acidentes físicos
naturais e artificiais nelas existentes.

Mapa ( ou carta ) geográfico, é o mapa construído por compilação, nas escalas de 1:500.000 e
menores. O Conselho nacional de Geografia, publica mapas murais do Brasil nas escalas de
1:2.500.000 e o mapa do Brasil na escala de 1:1.000.000 ( ao milionésimo ) em 46 folhas de 6°
x 4°.

Mapa Isogônico, mapa publicado anualmente pelo Observatório Nacional do Rio de Janeiro,
com a declinação magnética e sua variação anual.

Mapa ( ou carta ) topográfico, é o mapa construído nas escalas 1:25.000 a 1;250.000 com as
posições horizontais e verticais dos detalhes naturais e artificiais. O mapa topográfico é
geralmente publicado em folhas de 15’ x 15’ na escala 1:50.000 e de 30’ x 30’ na escala de
1:100.000. O mapa do Brasil nesta última escala, compreende cerca de 3.000 folhas de 30’ x
30’.

Marca de referência ou testemunho é a marca subterrânea que em caso de destruição do


marco, permite reconstruí-lo.

Marco pricipal, em medição judicial, é aquele por onde se inicia a demarcação.

Marcos, são construções que assinalam em caráter permanente, os limites entre propriedades e
as estações geodésicas e topográficas de triangulação e nivelamento. Os norte-americanos, com
muita propriedade, os designam por monumentos.

Marégrafo, instrumento para a determinação do nível médio do mar. Vide: Geóide e nível médio.

Margem direita ( esquerda ) de um rio, é a margem a mão direita (esquerda) de quem desce
o rio (rio abaixo).

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Apostila de Topografia - Base Teórica e Exercícios
Meia ação, segundo o CPC, a conservação dos tapumes das divisas compete em partes iguais
aos confrontantes.

Meridiana geográfica (magnética), traço do meridiano geográfico ( magnético ) no plano


horizontal.

Meridiano geográfico ( magnético ) de um lugar, círculo máximo que passa pelo lugar e
pelos pólos geográficos (magnéticos).

Meridiano de Greenwich ( Gr ) , é o meridiano da longitudes geográficas.

Método das direções. Em Geodésia e Topografia, os ângulos são medidas em séries pelo
método das direções. Uma série consiste na observação sucessiva das direções a partir de uma
delas como origem, fazendo o giro de ida na posição CE ( CD ) e de volta na posição CD ( CE ). O
giro de ida e volta. A direção observada é média das determinações de ida e de volta. As direções
reduzidas obtêm-se fazendo a direção origem igual a 0° 0’ 0” e subtraindo das demais a
primitiva leitura da direção origem.

Método dos Mínimos Quadrados. Vide: Compensação.

Método de repetição. Antigo método de medição angular aplicado com os teodolitos repetidores,
isto é, instrumentos que possuem movimento particular ( independente do da alidade ). No
método de repetição, a medição do ângulo é feita um certo número de vezes, tomando-se cada
vez para origem a direção do limo da medição anterior. Assim, para a medida da estação 3 do
ângulo das direções 3.1 e 3.2, tem-se:

a) Com o movimento geral ( grosseiro e micrométrico ) aponta-se para 1 fazendo a leitura 1 do


limbo horizontal;
b) Com o movimento particular ( grosseiro e micrométrico ) , sem alterar após a leitura do limbo,
visa-se o ponto 2;
c) Com o movimento geral visa-se novamente o ponto 1;
d) Agora com o movimento particular, visa-se novamente o ponto 2.

O limbo do instrumento só é lido no ponto 1; na primeira pontaria 11 e na última 1n, o ângulo


compensado será :
1
— ( .1n — 11 ) n

Metro, unidade básica do SMD, originariamente definido (1791) como equivalente a décima
milionésima parte do quadrante do meridiano terrestre, dimensão essa resultante de trabalhos
geodésicos na Lapônia e no Peru, executados sob auspícios da Academis de Ciências de paris.
Desde a Conferência Internacional de 1875, o metro padrão internacional é o comprimento de
uma barra de platina iridiada, conservada no Bureau Internacional de Pois et Mesures em Sevres
( Paris ), sob pressão e temperatura constantes. Todos os países participantes da Conferência,
possuem padrões semelhantes ao do Bureau. O SMD foi aceito no Brasil pela lei 1157 de 1862 e
usado obrigatoriamente a partir de 1° de janeiro de 1874.

O múltiplo mais usado do metro é o quilômetro ( km = 1.000 metros ). Os submúltiplos são: o


decímetro ( 0,1 m ) , o centímetro ( 0,01 m ) e o milímetro ( 0,001 ).

Micrômetro, instrumento para medida de pequenos intervalos.

Milha inglesa, equivale a 1.609,31 metros.

Milha marítima internacional, equivale a 1852 metros.

Mira, ou estadia, régua de 3 a 4 metros empregada para medição estadimétrica das distância.

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Apostila de Topografia - Base Teórica e Exercícios
Morgo, unidade de superfície empregada em Santa Catarina, equivalente a 0,25 do hectare, seja
um quadrado de 50 metros de lado.

Mosaico, foto-carta de uma região obtida por meio da justa posição de fotografias.

Mosaico controlado, é o obtido com auxílio de pontos determinados no terreno para evitar forte
distorções.

N
Nadir, é o ponto abaixo do horizonte onde a vertical do lugar encontra a esfera celeste.

Nível, assim designado comumente o instrumento para o nivelamento geométrico.

Nível, assim chamada a peça da bolha empregada para horizontalizar planos ou verticalizar
eixos.

Nível médio do mar, altura média do mar, determinada por meio de marégrafos. O
Departamento Nacional de Portos, Rios e canais é o encarregado de operar os marégrafos da
costa brasileira. Vide: Geóide.
Nivelamento barométrico, é o nivelamento feito com o barômetro aneróide ( altímetro ).

Nivelamento geodésico ou trigonométrico, é o nivelamento feito de vértice a vértice em


função da distância zenital ( ângulo vertical ) e da distância horizontal ( calculada pela
triangulação).

Nivelamento geométrico, é o nivelamento feito com nível da luneta.

Nivelamento taqueométrico ou poligonométrico, é o nivelamento feito de estação poligonal


a estação poligonal em função do ângulo vertical e da distância diretamente observada.

Nomenclatura Topográfica, é um vocabulário de nomes e termos utilizados na topografia, que


formando conjuntos peculiares a arte de medição e representação; terminologia; lista, relação,
catálogo.

O
Odômetro, instrumento para medida de distâncias em função das rotações da roda de um
veículo.

Ordenada de um ponto, em Topografia, é a distância que vai do ponto do pé da perpendicular


dele baixada a linha de referência. No sistema retangular de coordenadas, a ordenada é a
coordenada que vai da origem, sobre o eixo do yy, até o pé da perpendicular baixada ponto a
esse eixo.

Orientação de uma direção, é a determinação do azimute geográfico ( magnético ) dessa


direção.

P
Palmo, unidade do ASPM equivalente a 0,22 m.

Palmo quadrado, é área correspondente a de um quadrado de 1 palmo de lado.

Palmo de semaria, é a área correspondente a de um ret6angulo de um palmo de frente por


uma légua de fundo.

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Apostila de Topografia - Base Teórica e Exercícios

Partilha, é o ato de dividir entre duas ou mais pessoas, os bens que lhes pertenciam e estavam
em comum.

Passômetro, instrumento de bolso que assinala o número de passos que dá a pessoa que o
conduz.

Pé inglês ( foot ), equivalente a 0,30479 m.


Perímetro, é a linha de contorno da propriedade.

Perito, é o técnico encarregado de vistorias e diligências.

Piquete, peça de madeira (normalmente de lei), utilizada para representar e materializar o ponto
ocupado pelo teodolito, mira ou balisa, ou qualquer outro ponto representativo no terreno
Referência de Nível (RN), Pontos de Vértices (PV).

Planilhas de cálculo, vide: Formulários.

Planimetria, são os detalhes do terreno representados no plano horizontal.

Planímetro, instrumento para medida mecânica de áreas gráficas.

Plano de projeção ou representação, é o plano no qual é desenhado o mapa m,ediante a


redução das medidas e a esse plano.

Plano vertical, plano que contém a vertical do lugar.

Pluviometria, medição da quantidade de chuva que cai num local durante certo período.

Pluviômetro, aparelho que serve para medir a quantidade de água que cai num certo lugar,
durante certo período.

Podômetro, instrumento de bolso para medida de distâncias.

Polegada, unidade do ASPM, equivalente a 0,0275 m.

Polegada inglesa ( inch ) , equivalente a 0,0254 m.

Ponto principal ( fotografia aérea ) , é o ponto resultante do cruzamento das linhas que ligam
as marcas fotogramétricas; é o centro da fotografia.

Pontos de apoio para a restituição, vide: Apoio terrestre.

Pontos Fotogramétricos, são pontos determinados por meios dos aparelhos de restituição.

Prancheta, instrumento topográfico para o levantamento gráfico, vide: Taqueometria.

Preamar, vide: Linha preamar.

Pontos cardeais, são as direções astronômicas na superfície terrestre: norte, sul, este ( ou
leste) e oeste.

Precessão, movimento da Terra em torno de um eixo perpendicular ao plano da sua órbita, com
duração aproximada de 25.800 anos.

Precisão, é a ordem de grandeza da incerteza de uma medição, por ex.: a precisão das medidas
estadimétricas é a correspondente ao erro relativo de 1/300, isto é, em 300 metros pode-se errar
± 1 m; a precisão de uma medida simples de 1’ de aproximação é de ± 1’ etc.

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Q
Quadra, unidade de comprimento so ASPM equivalente a 132 metros

Quadra quadrada, é a ;área correspondente a de um quadrado de 1 quadra de lado.

Quadra de sesmaria, é a área correspondente a de um retângulo de uma quadra de frente por


uma légua de fundo.

Quarta, unidade agrária empregada no Rio Grande do Sul, equivalente a área de 50 x 50


braças; na Paraíba recebe a designação de cinquenta. No Paraná a Quarta vale 50 x 25 braças.

Quadra uruguaia, igual a 110 m.

Quilômetro quadrado, unidade agrária do SDM que vale 1.000.000 de metros quadrados ou
100 hectares.

Quinhão, é a parte que do todo cabe a cada um.

R
RAAP, Rede Altimétrica de Alta Precisão (RAAP).

Radiano, Unidade de medida de arco, ou de ângulo, igual a um arco de circunferência, ou ao


ângulo central que ele subtende, e cujo comprimento é igual ao raio da circunferência [símb.:
rad. ]. Equivale, na graduação sexagesimal, a 57º17'44,8'', aproximadamente.

Raviana, é o sulco produzido na superfície da terra, em que o agente responsável pela erosão é
a água de escoamento.

RAVINAMENTO
Processo de abertura de sulcos, esculpidos na superfície topográfica, por escoamento concentrado ou enxurradas.

Reambulação, coleta de nomes para ilustrar o mapa e esclarecimento de detalhes não


suficientemente esclarecidos nas fotografias.

Recobrimento, parte comum a duas fotografias; quando de fotografias da mesma faixa, chama-
se recobrimento longitudinal; e o recobrimento de faixas paralelas chama-se recobrimento
lateral. Em geral o recobrimento lateral é de 15 a 30% e o longitudinal de 50 a 60%.

Rede Maregráfica Permanente para Geodésia, (RMPG).

Redução ao centro da estação, correção que se deve aplicar a uma direção observada em uma
estação excêntrica para reduzi-la ao centro da estação.

Referência de nível (RN), marca geodésica do nivelamento geométrico ou de precisão,


geralmente contendo, além da altitude, a sigla do respectivo serviço, por ex.: SGE, CNG etc.

Referências de Nível, (RRNN) do SGB tem o Geóide como Plano de Origem (Nível Médio dos
Mares - NMM).

Registro de propriedade, é a matrícula no Cartório de Registro de Imóveis, do título da


propriedade.

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Registro de Torrens, Roberto Richard Torrens, irlandês radicado na Austrália (1814-18888) foi
o autor da legislação imobiliária que leva seu nome e que serviu de base a legislação brasileira
sobre o assunto. O registro de Torrens foi instituído no Brasil pelo Decreto 451-B de 31 de maio
de 1890. Atualmente regula o assunto o Código do Processo Civil da União que incorporou vários
dispositivos do Registro Torrens..

Repetição, vide: Método.

Retículo, são os fios de referência, horizontais e verticais que se encontram no campo ótico do
teodolito. Vide: Luneta.

Restituição, é a operação que consiste em transformar a fotografia em mapa.

Rumo divisório, é a faixa do terreno de 1 braça de largura ( 2,20 m ) completamente limpa que
serve de divisa de propriedades no interior do País.

S
Serviço Geográfico do Exército ( SGE )

Servidão, é limitação do domínio pleno de uma propriedade em benefício de outrem.

Servidão militar, é a relativa aos terrenos compreendidos num raio de 15 braças em torno das
fortalezas, a contar da parte externas das muralhas. Nesta zona não são permitidas culturas,
construções, etc.

São terrenos de servidão pública os das margens dos rios navegáveis, fora do alcance das marés,
até 7 braças para a parte da terra.

Sesmaria, designação empregada no Brasil Colônia para glebas cedidas a particulares, sendo
muito variável a sua superfície; pela Carta Régia de 27 de dezembro de 1695, a sesmaria
equivalia a 4 léguas quadradas, correspondendo à área de uma superfície retangular de 1 légua
de testada por 4 léguas de fundo. Pela Carta Régia, de 7 de dezembro de 1697, as dimensões
foram reduzidas para 3 léguas de fundo. Com o tempo e os estados alteravam-se as dimensões
da sesmarias. Em Mato Grosso usavam-se: a sesmaria de mato que corresponde a uma área de
forma retangular de ¼ légua de frente por 3 de fundo e, a sesmaria de campo formada por 1
légua de frente por 3 de fundo.

Sistema métrico decimal. Ë o sistema de pesos e medidas instituído pela Academia de Ciências
de Paris e usado obrigatoriamente no Brasil, a partir de 1 de janeiro de 1874.

SGB, Sistema Geodésico Brasileiro (SGB).

SMD, Sistema Métrico Decimal.

T
Taqueometria (taquimetria), é o processo númerico ou analítico de levantamento topográfico,
vide: Prancheta.

Taqueômetro ou taquímetro, designação européia de certos teodolitos topográficos,


principalmente os auto-redutores como os de fabricação Kern, Sanguet, etc.

Tarefa, unidade agrária de valor variável de estado a estado. Na Bahia corresponde a superfície
de um quadrado de 30 braças de lado e em outros estados empregam-se tarefas de 25 x 25
braças, de 25 x 30 braças, etc.

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Apostila de Topografia - Base Teórica e Exercícios
Tempo,

Tempo Universal (TU),

Tempo Legal (TL),

Tempo Universal Coordenado (UTC), É uma escala de tempo coordenado, mantida pela
Agência Internacional de Pesos e Medidas e utilizada como padrão de “hora certa” no controle de
tráfego aéreo e serviços de meteorologia aeronáutica. O UTC substitui o GMT (Greenwich
Meridian Time) ou Z (Zulu), que é baseado na hora local de Greenwich, Inglaterra. Pode ser
considerado equivalente ao GMT sempre que não forem importantes as frações de segundo. O
sistema UTC foi desenvolvido pela ITU/UIT em 1970. Como não foi possível obter consenso
quanto à sigla (CUT em inglês ou TUC em francês), decidiu-se adotar UTC como uma solução de
compromisso.

TU-TL = diferença, em horas, entre o Tempo Universal (TU) e o tempo legal (TL).

Teodolito, instrumento universal para medição de ângulos horizontais e verticais.

Terras devolutas, as que não pertencendo ao domínio particular, não estiverem sendo
exploradas pelo País, pelos estados e municípios.

Terraceamento, é uma técnica de cultivo agrícola em que são realizados cortes no terreno para
a realização de plantio em áreas de vertente. Esse procedimento, que torna o relevo semelhante
a uma “escada”, é executado com o objetivo de reduzir a velocidade da água das chuvas durante
o escoamento, o que também reduz a sua força e, portanto, minimiza o índice de erosões por ela
causadas.

Terrenos acrescidos de marinha, são todos os que natural ou artificialmente se tenham


formado além da linha da preamar média, no sentido do mar.

Terrenos de marinha, são os banhados pelas águas do mar estendendo-se até 15 braças para o
interior, contadas a partir do pramar médio. São também terrenos de marinha, os marginais de
rios e lagoas, até onde se faz sentir a influência das marés.

Título de propriedade, é a escritura da propriedade fornecida pelo cartório.

Tolerância, é a quantidade, geralmente estabelecida empiricamente, para os erros acidentais


admissíveis, por ex.: a tolerância para medida estadimétricas em Topografia e de 1/300; assim é
aceitável que na medida de uma distância de 300 metros se cometa um erro de  1 m,
seja 301 m ou 299 m para a distância observada.

Topografia, descrição minuciosa de uma área, localidade ou região.


É a parte da Cartografia que trata do levantamento dos dados e confecção de mapas
topográficos.
No aerolevantamento o papel da Topografia é fornecer o apoio terrestre para a restituição e
elaboração dos mapas.

Topologia, é a parte da Topografia que trata da arte de representar no papel a configuração


duma porção do terreno com todos os acidentes e objetos que se achem à sua superfície.

Topometria, é a parte da Topografia que trata da arte de medição de distâncias (horizontais,


inclinadas e verticais); ângulos (verticais e horizontais), com detalhamento de todos os pontos,
elementos e padrões que devem figurar no desenho topográfico.

Toponímia, Designação das localidades pelos seus nomes.

Trânsito, designação inglêsa para certos teodolitos topográficos.

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Apostila de Topografia - Base Teórica e Exercícios

Triangulação, é o processo operatório geral da Geodésia, isto é, por triângulos que se associam
formando quadriláteros e outros polígonos, para constituírem cadeias e redes geoésicas.

Triangulação aérea, é a operação que tem por fim a determinação de pontos de controle
horizontal e vertical por meio de aparelhos de alta precisão chamados aerotrianguladores.

U
Usocapião, é o meio de aquisição de propriedades pela posse prolongada e contínua, nas
circunstâncias que a lei estabelece.

Usofruto, é a percepção dos frutos de uma coisa, embora sem haver propriedade da coisa.
Termina com a morte do usofrutuário, ou antes, se for estipulado prazo.

Uti possidetis, é a posse efetiva e atual, no momento em que os limites são discutidos.

V
Vadosa, Vide água gravitativa.

Vale, é a depressão topográfica alongada, aberta, inclinada em uma determinada direção em


toda a sua extensão. Pode ser ou não ocupada por água. Os vales podem ser dos tipos: fluvial,
glacial, suspenso e de falha.

Vale Cárstico, Vide poljé.

Vale de Falha, é o vale que segue uma linha de falha.

Vale Encaixado, é o vale cujo aprofundamento do talvegue foi muito grande, propiciando a
existência de margens estreitas e vertentes com fortes declives.

Vale Fluvial, é o vale ocupado por um rio.

Vale Glacial, é o vale em forma de U originado pela erosão glacial.

Vale Suspenso, é o vale cujo fundo encontra-se situado em um nível superior a uma depressão
adjacente, que pode ser outro vale, um lago, ou até mesmo o próprio mar.

Valeteamento, é a prática conservacionista própria para pastagens, consistindo na abertura de


valetas, que são sulcos profundos e largos, abertos por uma valetedeira.

Valor observado, é o valor que resulta das medidas.

Valor compensado ou ajustado, é o valor após a compensação das medidas.

Vara, unidade do ASPM equivalente a 1,10 metros.

Vernier, micrômetro para leitura dos limbos do instrumento.

Vértice, os sinai permanentes geodésicos e topogr;aficos, possuem uma marca geodésica e um


testemunho para sua reconstrução; esta marca constitui o vértice ao qual estão referidas as
medições e as coordenadas.

Vertical do lugar, é a direção do fio a prumo do lugar.

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Visada é a direção colimada; a esquerda ou detrás é comumente chamada visada a ré; a da
direita ou da frente, de visada avante. Vide: Ângulo.

Visão estereoscópica, efeito tri-dimensional que se obtém olhando simultaneamente duas


fotografias do mesmo objeto tiradas de pontos diferentes. O aparelho destinado a visão binocular
chama-se estereoscópio.

Voçoroca, é a escavação mais ou menos profunda, que ocorre geralmente em terreno arenoso,
originada pela erosão. É formada devido a ação da erosão superficial ou mais frequentemente,
pela ação combinada da erosão superficial e da erosão subterrânea. A erosão superficial tem
como ponto de partida estradas antigas, valetas, ou também pontos topográficos favoráveis.
Pode alcançar profundidades de várias dezenas de metros e extensão de centenas de metros. O
mesmo que Boçoroca.

Z
Zênite, ponto acima do horizonte onde ao vertical do lugar (direção do fio a prumo ) encontra a
esfera celeste.

LISTA DE VARIÁVEIS TOPOGRÁFICAS

Variáveis de Topografia Usadas Nesta Apostila

Hi Altura do Instrumento (Teodolito, Estação Total ou GNSS)


hb Altura da Baliza ou Bastão (Prisma)
 Ângulo Vertical Zenital
PD Ângulo Vertical Zenital na Posição Direta (PD)
PI Ângulo Vertical Zenital na Posição Invertida (PI)

 Ângulo Vertical Horizontal

PD Ângulo Vertical Horizontal na Posição Direta (PD)

PI Ângulo Vertical Horizontal na Posição Invertida (PI)


L Leitura do Ângulo Horizontal
LM Leitura Média do Ângulo Horizontal
LRé Leitura do Ângulo Horizontal a Ré
LVante Leitura do Ângulo Horizontal a Vante

n Ângulo Horizontal em um determinado vértice (n) entre dois alinhamentos


Az Azimute
DH Distância Horizontal
DI Distância Inclinada
DV Distância Vertical
DN Diferença de Nível
n Número de Vértices
RN Referência de Nível

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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

BDG – Banco de Dados Geodésicos

CNSS – China’s Compass Navigation SatellitecSystem

DGPS – Differential GPS


DOP – Dilution of Precision

ESA – European Space Agency

GLONASS – GLObal NAvigation Satellite System


GPS – Global Positioning System
GNSS – Global Navigation Satellite System

h – Altitude Geométrica: A Altitude Geométrica ou Elipsoidal é a denominação dada para a altura


de um determinado ponto na Superfície Topográfica (elevação), em relação a uma superfície de
referência de um Modelo Matemático Elipsoidal de representação da forma da Terra.
Na prática é aquela obtida pelos Receptores de GNSS em Métodos de Georreferenciamento.

H – Altitude Ortométrica: A Altitude Ortométrica ou Geoidal é a denominação dada para a altura


de um determinado ponto na Superfície Topográfica (elevação), em relação a uma superfície de
referência de um Modelo Matemático Matricial Geoidal (matriz de pontos representativos do Nível
Médio dos Mares) de representação da forma da Terra.
Na prática é aquela obtida pelos Equipamentos de Topografia em Métodos de
Georreferenciamento, utilizando-se Pontos Geodésicos preexistentes, denominados de Referência
de Nível (RN), implantados por órgãos públicos e/ou privados, a partir do Nível Médio dos Mares
(NMM).

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A altitude determinada pelo receptor GNSS é chamada de Altitude Geométrica ou Elipsoidal, que é o valor da
elevação de um determinado ponto da superfície terrestre em relação ao elipsoide. Já a Altitude
Ortométrica ou Geoidal, é o valor da elevação de um determinado ponto da superfície terrestre em relação ao
Geoide.

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Apostila de Topografia - Base Teórica e Exercícios
LISTA DE FIGURAS

LISTA DE TABELAS

LISTA DE ANEXOS

Anexo 1 – Alfabeto Grego

ALFABETO GREGO
  Alfa   Nu
  eta   Xi
  Gama   Omicron
  Delta   Pi
  Épsilon   Ro
  Zeta   Sigma
  Eta   Tau
  Teta   Upsilon
  Iota   Fi
  Capa   Chi
  Lambda   Psi
  Mu   Ômega

LISTA DE PORTAIS NA INTERNET

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