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O Uso do Sistema RTK nas Locações de Obras de Engenharia Civil

Thesis · December 2013

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3 authors, including:

Bruno Pereira Toniolo


Centro Paula Souza
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UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES

BRUNO PEREIRA TONIOLO

ERIKA DOS SANTOS CONCEIÇÃO

LAIS DE SOUZA SANTOS

O USO DO SISTEMA RTK NAS LOCAÇÕES DE OBRAS DE

ENGENHARIA CIVIL

São Paulo, SP
2013
UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES

BRUNO PEREIRA TONIOLO

ERIKA DOS SANTOS CONCEIÇÃO

LAIS DE SOUZA SANTOS

O USO DO SISTEMA RTK NAS LOCAÇÕES DE OBRAS DE

ENGENHARIA CIVIL

Trabalho de conclusão de curso


apresentado ao curso de Engenharia
Civil da Universidade de Mogi das
Cruzes como parte dos requisitos para
a obtenção do grau de Engenheiro
Civil.

Prof° Orientador: Me. Daniel Silva Costa

São Paulo, SP
BRUNO PEREIRA TONI
2013
2
BRUNO PEREIRA TONIOLO

ERIKA DOS SANTOS CONCEIÇÃO

LAIS DE SOUZA SANTOS

O USO DO SISTEMA RTK NAS LOCAÇÕES DE OBRAS DE

ENGENHARIA CIVIL

Trabalho de conclusão de curso


apresentado ao curso de Engenharia
Civil da Universidade de Mogi das
Cruzes como parte dos requisitos para
a obtenção do grau de Engenheiro
Civil.

Aprovado em ________________________

BANCA EXAMINADORA

______________________________________________
Profo. Me. Daniel Silva Costa
Universidade

______________________________________________
Profo. Me. Francisco E. Vaz Peralta
Universidade

______________________________________________
Profo. Me. Sergio Copetti Callai
Universidade

3
AGRADECIMENTOS
Primeiramente, gostaríamos de agradecer à Deus, por nos dar força de vontade e
sabedoria para trilharmos este desafio. Também expressamos nossa gratidão aos
nossos familiares, pelo amor e carinho dados.
Ao professor Daniel pela paciência e empenho como nosso orientador. As diretrizes
e a experiência profissional dele foram fundamentais para a composição deste
trabalho, além de terem aumentado o nosso conhecimento emTopografia.
Aos professores Fábio e Rebeca pelas dicas de metodologia de trabalho acadêmico
e ao coordenador de curso, Douglas, pela dedicação e êxito da aprovação do curso
de Engenharia Civil junto ao MEC.
Ao Sr. Dimas, a seu filho Davi e a engenheira Ísis pela grande ajuda em campo, a
qual agilizou o estudo de caso, além de uma melhor coleta de dados.
À Precisão Agrimensura pelo empréstimo dos equipamentos e materiais para
realização do estudo de caso.
E a todas as pessoas que direta ou indiretamente colaboraram para a realização
deste trabalho.

4
"A simplicidade é o que há de mais difícil no mundo: é o

último resultado da experiência, a derradeira força do gênio."

(George Bernard Shaw )


5
RESUMO
A tecnologia Global Navigation Satellite System (GNSS) engloba os sistemas de
posicionamento global de satélites e determina a posição de um ponto em um
sistema de coordenadas geográficas. Entre as tecnologias que empregam o sistema
GNSS está o Real Time Kinematic (RTK). O RTK é um sistema que permite a
correção imediata das observações. As informações são tratadas simultaneamente
com o momento do levantamento dos dados. É a ação em "tempo real", o que
resulta em locações de obras realizadas com rapidez. Este trabalho avalia a
potencialidade do sistema RTK em locações de obras civis, exemplificada pela
locação do projeto geométrico de uma estrada, através da análise comparativa de
dados coletados em campo. Utilizando a Estação Total realizou-se o levantamento
planialtimétrico de um terreno em Taubaté-SP. Um projeto de estrada em curva foi
feito no terreno, definindo o traçado horizontal e o perfil longitudinal, com o auxílio do
software TOPOEVN e baseado nas normas do Departamento Nacional de
Infraestrutura de Transportes (DNIT). A locação da estrada foi realizada duas vezes,
com a Estação Total e com o RTK. O método empregado foi o de deflexão sobre as
tangentes para a Estação Total e o de coordenadas para o RTK. Os dados
levantados de campo foram comparados pelo teste de hipótese estatístico T-student.
Os resultados obtidos mostraram que a precisão do RTK é boa para as coordenadas
norte e este, porém não foram satisfatórios para a altitude ortométrica.

Palavras-chave: Topografia, Locação de obras civis, Estação Total, RTK, GNSS.

6
ABSTRACT
The Global Navigation Satellite System (GNSS) technology includes global
positioning system satellites and determines the position of a point in a geographic
coordinate system. Between technologies that employ GNSS is the Real Time
Kinematic (RTK). RTK is a system that allows immediate correction of the
observations. The information is processed simultaneously with the time of data
collection. It is the action in "real time ", which results in locations of civil works made
quickly. This research determines the capability of the system RTK in locations of
civil works, exemplified through of the location of the geometric project of a road, by
comparing the data collected. Using the Total Station was realized planialtimetric
survey of a land in Taubaté - SP. A road project in curve was made on the ground,
setting the stroke horizontal and longitudinal profile, with the help of software
TOPOEVN and based on Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes
(DNIT) standards . The location of the road was carried out twice, first by the total
station and before by the RTK. The method employed was the deflection of the
tangents to the total station and the coordinates for RTK. The data collected from the
field were compared using the t-student hypothesis . The results showed that the
RTK accuracy is good for the coordinates north and east, but they were not
satisfactory for the orthometric height.

Keywords: Topography, Location of civil works, Total Station, RTK, GNSS.

7
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Planta da curva de nível e a projeção do perfil longitudinal do terreno .... 24

Figura 2 – Interpolação pelo método analítico........................................................... 26

Figura 3 – Interpolação pela forma gráfica ................................................................ 27

Figura 4 – Exemplo de um MDT................................................................................ 28

Figura 5 – MDT tipo GRID (a) e MDT tipo TIN (b) ..................................................... 30

Figura 6 – Diagrama de Voronoi e triangulação de Delaunay ................................... 32

Figura 7 – Esquema de pesos usado na interpolação de vizinho natural ................. 33

Figura 8 – Graficação da geóide e elipsóide ............................................................. 38

Figura 9 – Estrutura geral dos sistemas GNSS ......................................................... 41

Figura 10 – Estrutura básica dos sinais GPS ............................................................ 42

Figura 11 – Pseudodistâncias de cinco satélites ao encontro do receptor GPS ....... 47

Figura 12 – Sistema RTK em campo ........................................................................ 51

Figura 13 – Locação de curva pelo método de deflexão sobre as tangentes ........... 58

Figura 14 – Área do estudo de caso,Taubaté - SP ................................................... 65

Figura 15 – Receptor GNSS Topcon Hiper-V RTK ................................................... 66

Figura 16 – Estação Total Topcon ES 105 ................................................................ 67

Figura 17 – Posição dos marcos ............................................................................... 68

Figura 18 – Tripé da Estação Total sobre o MARCO-1 ............................................. 69

Figura 19 – Levantamento planialtimétrico ................................................................ 70

Figura 20 – Pontos irradiados ................................................................................... 83

Figura 21 – Sequência da geração do MDT graficamente ........................................ 84

Figura 22 – Planta da rodovia projetada em curva simples (sem escala) ................. 87

8
Figura 23 – Estacas cravadas no terreno, representando uma seção transversal da
rodovia ...................................................................................................................... 91

Figura 24 – Operador estacionando baliza, com receptor RTK, na estaca e fazendo


leitura das coordenadas UTM na coletora de dados ................................................. 92

Figura 25 – Gráfico das diferenças da coordenada este .......................................... 99

Figura 26 – Gráfico de distribuição normal de erro para a coordenada este ............ 99

Figura 27 – Gráfico das diferenças da coordenada norte ...................................... 101

Figura 28 – Gráfico de distribuição normal de erro para a coordenada norte ........ 101

Figura 29 – Gráfico das diferenças da altitude ortométrica .................................... 103

Figura 30 – Gráfico de distribuição normal de erro para a altitude ortométrica ...... 104

9
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Comparação entre o GRID e o TIN .......................................................... 29

Tabela 2 – Velocidades diretrizes para projeto ......................................................... 53

Tabela 3 - Coeficientes de atrito longitudinal............................................................. 54

Tabela 4 - Valores máximos admissíveis de coeficientes de atrito transversal ......... 55

Tabela 5 - Rampas máximas..................................................................................... 56

Tabela 6 - Valores do parâmetro K ........................................................................... 57

Tabela 7 - Tipos de erros em análises estatísticas ................................................... 61

Tabela 8 - Coordenadas dos pontos ......................................................................... 68

Tabela 9 - Caderneta de campo ................................................................................ 70

Tabela 10 - Coordenadas calculadas ........................................................................ 77

Tabela 11 - Cálculo das deflexões ............................................................................ 88

Tabela 12 - Pontos locados levantados com Estação Total ...................................... 89

Tabela 13: Pontos locados levantados pelo RTK ...................................................... 92

Tabela 14 - Comparação RTK x Estação Total ......................................................... 94

Tabela 15 - Diferenças entre pontos ......................................................................... 96

Tabela 16 - Teste t para diferenças entre duas médias (este) .................................. 97

Tabela 17 - Teste t para diferenças entre duas médias (norte) ............................... 100

Tabela 18 - Teste t para diferenças entre duas médias (altitude ortométrica) ........ 102

10
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas

Alt. - Altitude

CDMA - Code Division Multiple Access

CE - Curva-Espiral

DGPS - Differential Global Positioning System

DNIT - Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes

DOD - Department Of Defense

DOP - Dilution Of Precision

EC - Espiral-Curva

Est. - Estaca

ET - Espiral-Tangente

ESA - European Space Agency

FAA - Federal Aviation Administration

FDMA - Frequency Division Multiple Access

GCC - Galileo Control Center

GDOP - Geometric Dilution Of Precision

GIOVE - Galileo In-Orbit Verification Element

GLONASS - Global Navigation Satellite System

GNSS - Global Navigation Satellite System

GPS - Global Positioning System

GSS - Galileo Sensor Stations

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística


11
ITRF - Internacional Terrestrial Reference Frame

MDT - Modelo Digital do Terreno

MED - Medidor Eletrônico de Distância

NAVSTAR - Navigation Satellite with Time And Ranging

NBR - Norma Brasileira Registrada

Ort. - Ortométrica

PC - Ponto de Curva

PI - Ponto de Interseção

PT - Ponto de Tangência

PZ 90 - Parametry Zemli 1990

RTCM-SC - Radio Technical Comittee for Maritime Service

RTK - Real Time Kinematic

SAD69 - South American Datum 1969

SIRGAS2000 - Sistema de Referência Geocêntrico para as Américas 2000

SGB - Sistema Geodésico Brasileiro

SGR - Sistema Geodésico de Referência

SV - Spacial Vehicle

TE - Tangente-Espiral

TIN - Triangulated Irregular Network

TTFA - Time To Fix Ambiguities

UHF - Ultra High Frequency

UPR - Unidade de Posicionamento Remoto

UTM - Universal Transversa de Mercator


12
VHF - Very High Frequency

VDM - Volume Diário Médio

WASS - Wide Area Augmentation System

WGS84 - World Geodetic System 1984

13
SUMÁRIO

RESUMO..................................................................................................................... 6

ABSTRACT ................................................................................................................. 7

LISTA DE FIGURAS ................................................................................................... 8

LISTA DE TABELAS ................................................................................................. 10

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS .................................................................... 11

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 16

2. OBJETIVO ......................................................................................................... 17

3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................... 17

3.1. Topografia .................................................................................................... 17

3.1.1. Levantamentos topográficos .................................................................. 18

3.1.1.1. Levantamento Altimétrico ................................................................ 18

3.1.1.2. Levantamento Planimétrico ............................................................. 18

3.1.1.3. Levantamento Planialtimétrico ........................................................ 18

3.1.1.4. Levantamento Planialtimétrico Cadastral ........................................ 19

3.1.2. Principais Métodos de Levantamento Topográfico ................................ 19

3.1.2.1. Método da Poligonal Fechada......................................................... 19

3.1.2.2. Método da Irradiação ...................................................................... 19

3.1.2.3. Método da Interseção ..................................................................... 19

3.1.3. Medição de Distâncias e Ângulos .......................................................... 20

3.1.3.1. Grandezas Lineares ........................................................................ 20

3.1.3.2. Grandezas Angulares ..................................................................... 20

3.1.4. Medições de Distâncias ......................................................................... 21

3.1.4.1. Medição de Distância com Instrumento de Medida Mecânico ........ 21

3.1.4.2. Medição Eletromagnética de Distância ........................................... 21


14
3.1.5. Erros ...................................................................................................... 21

3.1.5.1. Erros Sistemáticos .......................................................................... 22

3.1.5.2. Erros Acidentais .............................................................................. 22

3.1.5.3. Erros Grosseiros ............................................................................. 22

3.1.6. Curvas de Nível ..................................................................................... 22

3.1.6.1. Representação do Relevo ............................................................... 22

3.1.6.2. Traçado de Curvas de Nível............................................................ 23

3.1.6.3. Propriedades do traçado de curvas nível ........................................ 27

3.1.7. Modelo Digital de Terreno ..................................................................... 28

3.1.7.1. Construções de um MDT ................................................................ 29

3.1.7.2. Triangulação de Delaunay e Vizinho Natural .................................. 31

3.1.8. Equipamentos Topográficos .................................................................. 33

3.1.8.1. Teodolito ......................................................................................... 33

3.1.8.2. Nível ................................................................................................ 33

3.1.8.3. Estação total ................................................................................... 33

3.1.8.3.1. Definição ......................................................................................... 33

3.1.8.3.2. Instalação e levantamento .............................................................. 35

3.1.8.3.3. Estações robotizadas ...................................................................... 37

3.2. Sistema Geodésico de Referência (SGR) .................................................... 37

3.3. Sistema GNSS ............................................................................................. 39

3.3.1 GPS ....................................................................................................... 41

3.3.2 GLONASS ............................................................................................. 43

3.3.3 Galileo ................................................................................................... 44

3.3.4 Limitações do GNSS ............................................................................. 45

3.3.5 Pseudodistância .................................................................................... 46


15
3.3.6 Critérios Mínimos para Escolha de Pontos GNSS ................................. 47

3.4 Sistema RTK ................................................................................................ 48

3.5 Projeto Geométrico ...................................................................................... 51

3.5.1. Definições .............................................................................................. 51

3.5.2. Elementos do projeto geométrico .......................................................... 53

3.5.3. Locação do projeto geométrico.............................................................. 57

3.6. Análise Estatística ........................................................................................ 60

3.6.1. Teste de Hipótese ........................................................................................ 60

3.6.2. Teste t Student para diferença entre médias aritméticas ............................. 62

4. MATERIAIS E MÉTODOS ................................................................................. 64

4.1. Área teste ..................................................................................................... 64

4.2. Equipamentos .............................................................................................. 66

4.3. Metodologia .................................................................................................. 67

4.3.1. Levantamento Topográfico........................................................................... 67

4.3.2. Processamento do Levantamento Topográfico ............................................ 70

4.3.3. Projeto da Rodovia ....................................................................................... 85

5. RESULTADOS OBTIDOS E DISCUSSÃO ........................................................ 93

6. CONCLUSÃO .................................................................................................. 104

Referências Bibliográficas ....................................................................................... 106

APÊNDICE A – Desenhos do projeto geométrico ................................................... 109

16
16

1. INTRODUÇÃO

A necessidade do indivíduo de se localizar no espaço está presente desde a


antiguidade, seja por questões de sobrevivência, orientação, construção ou até
mesmo guerra. Registros mostram que a civilização egípcia antes do ano 2000 A.C
já desenvolvia instrumentos de posicionamento e nivelamento, como o esquadro e o
fio de prumo. Outro marco foi a invenção da bússola magnética na China do século
I. Ao longo da história a topografia foi evoluindo com o desenvolvimento de novos
instrumentos e técnicas.
A topografia é fundamental nos projetos de engenharia civil. Conhecer o
terreno em que se vai projetar uma obra é essencial e um dos serviços preliminares.
Para tanto é realizado o levantamento topográfico da área utilizando o método e o
instrumental adequado, obtendo assim a posição relativa, as dimensões e a
altimetria do terreno. No entanto, para que o levantamento seja feito é necessário
estabelecer uma relação com um sistema de referência, que possibilite determinar
as coordenadas de latitude e longitude. No Brasil há legalmente os sistemas de
referência South American Datum 1969 (SAD69) e o Sistema de Referência
Geocêntrico para as Américas 2000 (SIRGAS2000).
Os instrumentos disponíveis atualmente possibilitam que os trabalhos no
campo sejam realizados com muito mais rapidez. O convencionalmente utilizado em
levantamentos e locações de obras de engenharia civil é a Estação Total. É um
medidor eletrônico de ângulos e distâncias, sendo resultado da associação de um
teodolito com um medidor eletrônico de distância. Outra tecnologia disponível e que
possibilita a determinação da posição de um ponto em um sistema de coordenadas
geográficas com elevado rigor é o sistema GNSS, que engloba os sistemas de
posicionamento global de satélites, entre eles o Global Positioning System (GPS).
Entre as tecnologias que empregam o sistema GNSS está o RTK. É um
sistema que permite a correção imediata das observações. Sua utilização permite
que as informações sejam tratadas simultaneamente com o momento do
levantamento dos dados, sendo muito útil nas locações de obras. Mesmo com as
vantagens que apresenta, seu uso ainda não é muito comum, primeiramente pelo
custo e também pela ausência de um parâmetro legal que determine uma
metodologia para sua utilização.
16
17

2. OBJETIVO

Analisar a viabilidade da tecnologia RTK nas locações de obras civis,


fundamentada neste trabalho pela locação do projeto geométrico de uma estrada de
pista simples em Taubaté-SP, e estabelecer a comparação com o método
comumente utilizado, em que se emprega a Estação Total.

3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1. Topografia

A palavra topografia deriva das palavras gregas “topos” (lugar) e “graphen”


(descrever), ou seja, a descrição exata e minuciosa de um lugar. (DOMINGUES,
1979).
“A Topografia tem por finalidade determinar o contorno, dimensão e posição
relativa de uma porção limitada da superfície terrestre, sem levar em conta a
curvatura resultante da esfericidade terrestre” ESPARTEL (1987).
Trabalha com medidas angulares e lineares realizadas num determinado
espaço da superfície terrestre através da geometria e trigonometria. A partir destas
medidas é possível calcular as áreas, volumes, coordenadas, distâncias e desníveis,
sendo possível representar uma porção da superfície da Terra, bem como detalhes
em escala desejada através de cartas ou mapas.
Quando é levada em consideração a curvatura da Terra, a ciência que se
ocupa das dimensões, forma, coordenadas dos pontos, comprimentos e direções de
linha da superfície e variações da gravidade da Terra é a Geodésia.
No Brasil, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) é a
instituição responsável pelas atividades geodésicas. As ações são caracterizadas
pela implantação e manutenção do Sistema Geodésico Brasileiro (SGB).
Na engenharia civil, na maioria dos casos, utiliza-se o levantamento
topográfico pois geralmente é utilizado porções relativamente pequenas da Terra,
desprezando a curvatura da Terra, o qual utiliza um conjunto de métodos, visando a
exatidão através de medições de ângulos horizontais e verticais, distâncias
horizontais, verticais e inclinadas, com instrumental adequado.
17
18

Os levantamentos topográficos são classificados em: levantamento


altimétrico, levantamento planimétrico, levantamento planialtimétrico e levantamento
planialtimétrico cadastral. A seguir será dada uma explicação sobre cada um dos
levantamentos.

3.1.1. Levantamentos topográficos

3.1.1.1. Levantamento Altimétrico

Conjunto de métodos e operações no terreno, que fornecem os dados


necessários para a representação do solo, em um plano horizontal, através das
diferenças de níveis entre pontos do terreno, utilizado para obter as curvas de níveis
do terreno.

3.1.1.2. Levantamento Planimétrico

Conjunto de pontos consolidados no terreno, com coordenadas cartesianas x


e y alcançadas a partir de uma origem definida no horizonte topográfico o qual
servirá como base ao levantamento topográfico e representação gráfica de posição.
Esse levantamento não traz informações acerca do relevo do terreno a ser
levantado, apenas informações relacionadas às medições feitas na horizontal.

3.1.1.3. Levantamento Planialtimétrico

O levantamento planialtimétrico é a junção do levantamento planimétrico, em


função das coordenadas planas x e y (ângulos) com a altimetria do terreno em
função da coordenada z (diferença de nível ou distância vertical).
Deve-se partir de uma origem pré-definida com o auxílio de instrumentos de
excelente precisão, como por exemplo, o GNSS ou Estação Total.

18
19

3.1.1.4. Levantamento Planialtimétrico Cadastral

É o levantamento planialtimétrico adicionado de detalhes visíveis, como por


exemplo, vegetação, córregos, construções, cervas, linhas de energia, entre outros.

3.1.2. Principais Métodos de Levantamento Topográfico

3.1.2.1. Método da Poligonal Fechada

Através da medição em campo, é obtida uma série de “linhas”, onde são


conhecidos os comprimentos e direções. A partir dos vértices da junção dessas
“linhas” medem-se os ângulos internos e distâncias dos alinhamentos.
Esse método permite a verificação de erros de fechamento linear e angular.
Segundo a Norma Brasileira Registrada (NBR) 13133 da Associação Brasileira de
Normas Técnicas (ABNT) (1994 p.7), é necessário ter no mínimo um ponto com
coordenadas conhecidas. Se o apoio topográfico for vinculado ao SGB, é necessário
pelo menos dois pontos de coordenadas conhecidas sejam comuns, do contrário,
não haverá “comunicação geográfica” entre parcelas territoriais.

3.1.2.2. Método da Irradiação

Um dos métodos utilizados para levantamento de detalhes em pequenas


superfícies relativamente planas. Consiste na escolha de um ou diversos pontos,
não necessariamente dentro do perímetro em que se deseja obter as coordenadas.
Para tanto, é necessário medir os azimutes e distâncias. Não há controle de erros,
porém é possível minimizar a partir do cuidado do operador do equipamento.

3.1.2.3. Método da Interseção

Empregado principalmente em pequenas áreas e com terrenos irregulares.


Consiste em medir a distância horizontal de dois pontos, que servirão como base de
referência e também os ângulos horizontais formados entre a base e os demais
pontos. Nesse método, não é possível controlar os erros.
19
20

3.1.3. Medição de Distâncias e Ângulos

3.1.3.1. Grandezas Lineares

a) Distância Horizontal: é obtida através da medida da distância entre dois


pontos no plano horizontal. Se houver uma inclinação entre os pontos
medidos, deve-se calcular a distância horizontal através da equação 1:

DH = 100 x H x cos²α (1)

Onde:
H é a diferença de altura;
Α é o ângulo da inclinação.

b) Distância Vertical: é a diferença de nível entre dois planos horizontais.

3.1.3.2. Grandezas Angulares

a) Ângulos Horizontais:
- Azimute: é o ângulo que parte do Norte do meridiano, variando de 0º a 360º,
medidas em quatro quadrantes, em sentido horário.
- Rumo: é o menor alinhamento que o ângulo faz com o meridiano, podendo
partir do Norte ou do Sul, em sentido horário ou anti-horário, dependerá da
direção mais próxima. Varia de 0º a 90º.
- Deflexão (δ): ângulo que parte de um alinhamento anterior para o seguinte em
um vértice, podendo ter deflexão à direita ou deflexão à esquerda, dependerá do
sentido verificado na trajetória.
b) Ângulos Verticais:
- Ângulo de inclinação: é formado pela linha de visada de um equipamento, como
por exemplo, a estação total e o plano horizontal, variando de 0º a 90º, podendo
ser ascendente se estiver acima da linha de visada ou descendente, se estiver
abaixo da linha de visada.

20
21

- Ângulo zenital: é medido a partir de um ponto na horizontal traçando uma reta


imaginária na vertical, variando de 0º a 90º. Um observador posicionado na
superfície terrestre terá um prolongamento vertical contrário à gravidade.
- Ângulo nadiral: é o ângulo que parte da linha do Nadir, até a direção escolhida,
onde Nadir é o ponto inferior da esfera celeste, diretamente oposto ao zênite.

3.1.4. Medições de Distâncias

3.1.4.1. Medição de Distância com Instrumento de Medida Mecânico

Quando o terreno é de fácil acesso e distâncias relativamente curtas, podem-


se medir as distâncias utilizando trenas, que podem ser de aço, com precisão de 1
cm/100m ou de plástico, com precisão de 5 cm/100m. Deve-se tomar o cuidado para
que a trena fique o mais possível na horizontal para que não haja excesso de erros
de leitura.

3.1.4.2. Medição Eletromagnética de Distância

O primeiro Medidor Eletrônico de Distância (MED) surgiu em meados de


1943, desenvolvido pelo sueco E. Bergstrand. Inicialmente, um medidor eletrônico
de distância era de grandes dimensões e peso, porém, com o avanço da tecnologia
pode-se reduzir as dimensões e o medidor passou a ser disposto sobre um teodolito.
Com o passar do tempo e a rápida evolução da ciência, foi criado um equipamento
com maior rapidez e precisão comparado ao teodolito, que é a Estação Total.
O funcionamento do medidor eletrônico de distância tem como base na
emissão e recepção de sinais eletromagnéticos que retornam ao aparelho, através
de ondas de rádio ou infravermelha.

3.1.5. Erros

É a diferença entre um valor medido e o verdadeiro valor.

21
22

3.1.5.1. Erros Sistemáticos

São erros que alteram a observação sistematicamente, tendendo a acumular-


se se não forem corrigidos ou evitados. Ocorre decorrente de má calibração do
equipamento utilizado, manuseio do operador e condições do ambiente.
Para diminuir a ocorrência desse tipo de erro, é necessário adotar técnicas de
verificação de equipamento, calibrar os instrumentos utilizados, verificar a natureza
do erro para corrigir as observações.

3.1.5.2. Erros Acidentais

São erros acidentais os que não podem ser previstos e de natureza


desconhecida. Poderão apresentar valores positivos ou valores negativos. Não há
como evitar esse tipo de erro.

3.1.5.3. Erros Grosseiros

Erro provocado por falhas do observador, geralmente é de fácil identificação.


Deve-se sempre repetir a experiência para identificação de um possível erro desse
tipo.

3.1.6. Curvas de Nível

3.1.6.1. Representação do Relevo

O relevo (elevações e depressões do terreno) é representado nas plantas


topográficas por curvas altimétricas. O plano de referência que se compara o relevo
é relacionado ao nivel médio dos mares, isto é, a geoide, possibilitando determinar
cotas (altimetria).
Segundo ORTH (2008), curvas de nível são linhas sinuosas que unem pontos
de mesmo nível (altitude ou cota). Representam a intersecção de planos horizontais,
equidistantes entre si e o plano de origem, com a superfície do terreno. A distância
vertical constante (mesma altura) entre as curvas de nível recebe o nome de
22
23

equidistância das curvas de nível. As altitudes ou cotas das curvas correspondem a


um número inteiro, contados a partir de zero e múltiplos do valor da equidistância
adotada para uma determinada planta topográfica. O valor da equidistância das
curvas é definido em função da escala da planta topográfica, da complexidade do
relevo e da finalidade da planta.

3.1.6.2. Traçado de Curvas de Nível

As curvas de nível são feitas inicialmente de pontos topográficos altimétricos,


levantados com critério no campo, por irradiação. Estes pontos devem apresentar
uma mudança marcante de inclinação em relação ao que está próximo (pontos
notáveis) de modo que quando se une em sequência dois desses pontos em
tangente, se obtém uma boa aproximação do perfil longitudinal do terreno.
De acordo com ORTH (2008), por maior que seja o número de pontos
levantados, não se consegue (nem é necessário) representar exatamente a
superfície do terreno. O bom senso, a boa observação e o conhecimento da
morfologia do terreno permitem a sua representação com poucos levantados e com
a fidelidade necessária, aproximada o mais possível da sua forma real. A figura 1
mostra uma planta com curva de nível e o perfil longitudinal do terreno.

23
24

Figura 1 – Planta da curva de nível e a projeção do perfil longitudinal do terreno

Fonte: ORTH, 2008

Com as cotas dos pontos notáveis, traça-se as curvas de nível através dos
processos abaixos:
a) Triangulação: É o mais preciso dos métodos, contudo o mais demorado e
dispendioso, sendo recomendado para pequenas áreas. Consiste em
quadricular o terreno (com piquetes) e nivelá-lo. A quadriculação é feita com a
ajuda de um teodolito/Estação Total para marcar as direções perpendiculares
e da trena/Estação Total para marcas as distâncias entre os piquetes. O valor
do lado quadrilátero é escolhido em função: a) da sinuosidade da superfícies,
b) das dimensões do terreno, c) da precisão requerida e d) do comprimento
da trena. No escritório, as quadrículas são lançadas em escala apropriada, os
pontos de cota inteira são interpolados (usando uma regra de três simples) e
as curvas de nível são traçadas;

24
25

b) Irradiação taqueométrica: É o metodo recomentado para áreas grandes e


relativamente planas, consistindo em levantar poligonais maiores (principais)
e menores (secundárias) interligadas, sempre niveladas. Destas poligonais,
irradiam-se os pontos notáveis do terreno, nivelando e determinando a sua
posição através de ângulos e distâncias horizontais. No escritório, as
poligonais são calculadas e desenhadas, os pontos irradiados sãolocados e
interpolados e as curvas de nível são traçadas;
c) Seções transversais: É o método feito por faixas, isto é, em terreno estreitos e
longos (caso de redes de esgotamento e abastecimento de água, por
exemplo), consistindo em implantar e levantar os pontos que definem as
linhas transversais à linha longitudinal definida por uma poligonal aberta.
Seções transversais;
d) Aerofotogrametria;
e) Interpolação pela forma analítica (cálculo de regra de três). Segundo ORTH
(2008), a posição das curvas de nível de cota intera e eqüidistante sobre cada
seção reta entredois pontos altimétricos levantados em campo é determinada
por cálculos de regra de três, que associa dois triângulos semelhantes de
cada vez: o triângulo 1 formado pelo perfil do corte entre os dois pontos
levantados; o triângulo 2 formado pelo perfil entre um dos pontos levantados e
a primeira curva de nível...e assim em diante. A distância horizontal do
triângulo 1 é tirada graficamente da planta topográfica. As diferenças de nível
(cota de um ponto menos a cota de outro ponto) são calculadas. A distância
horizontal do triângulo 2 é a incógnita. A interpolação é repetida sobre todas
as retas da planta baixa que ligam pontos topográficos altimétricos com
valores levantados em campo. Marcam-se na planta baixa, sobre essas retas,
a posição de todas as curvas de nível (valores inteiros como 1, 2, 3 metros ou
10, 20, 30 metros, dependendo da eqüidistância adotada). Da mesma forma
que no processo de interpolação anterior, traça-se cada curva de nível unindo
as diferentes posições marcadas sobre as retas na planta. A figura 2 ilustra a
interpolação por este método.

25
26

Figura 2 – Interpolação pelo método analítico

Fonte: ORTH, 2008

f) Interpolação pela forma gráfica (desenho técnico). Ainda segundo ORTH


(2008), traça-se um sistema de eixos cartesianos (x, y). Sobre o eixo x,
projeta-se as distâncias horizontais, sobre o eixo y projeta-se as alturas (cotas
ou altitudes). Em topografia, é usual ampliar 10 vezes a escala do eixo y em
relação a escala do eixo x , para facilitar a leitura das diferenças de nível do
terreno. Traça-se o perfil do terreno, com os pontos levantados em campo,
obedecendo as mesmas seções retas do levantamento, para garantir a
continuidade dos valores altimétricos. A partir das cotas das curvas de nível
definidas (cotas inteiras e equidistantes), traçam-se paralelas ao eixo das
distâncias até a linha do perfil. A partir destes pontos baixam-se
perpendiculares até o eixo das distâncias, onde faz-se as leituras das
distâncias que permitem transferir os pontos altimétricos (de cota inteira)
referentes as curvas de nível sobre a planta (baixa) topográfica. Repetindo-se
o processo sobre vários perfis no terreno, poder-se-á unir os pontos de cotas
iguais, traçando as curvas de nível. Não esquecer de respeitar as
propriedades das curvas de nível (não se cruzam, tendem ao paralelismo,
sem ângulos vivos entre outras). A figura 3 ilustra a interpolação pela forma
gráfica.

26
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Figura 3 – Interpolação pela forma gráfica

Fonte: ORTH, 2008

A diferença entre a interpolação gráfica e a analítica é que a última usa de


cálculos enquanto a primeira usa um desenho em escala (perfil topográfico) para
encontrar as posições das curvas de nível altimétrico.
g) Modelo Digital de Terreno (MDT), através de cálculo computadorizado de
triangulação.
O traçado do terreno nas formas de curva de nível facilita a interpretação do
relevo e o processo de implementação do projeto sobre a planta.

3.1.6.3. Propriedades do traçado de curvas nível

O traçado de curvas de nível obedece propriedades que auxiliam na


representação do relevo:
a) formam linhas fechadas em torno das elevações e depressões, dentro ou fora dos
limites do desenho;
b) tendem a um certo paralelismo, não apresentando ângulos vivos nem curvas
bruscas;
c) são linhas contínuas e não se interrompem bruscamente;
27
28

d) não se cruzam;
e) não tangenciam a si mesmas;
f) não se bifurcam;
g) cortam perpendicularmente as linhas d’água;
h) tendem a ser paralelas as linhas de fundo de vale.
Contudo, existem exceções, seja em terrenos naturais (paredões rochosos,
reentrâncias,...), seja por ações antrópicas (terraplenos, cortes,...). Nestas situações,
algumas dessas propriedades não se aplicam.

3.1.7. Modelo Digital de Terreno

Conforme FONTE (2008), um MDT é uma representação numérica e


matemática de uma porção de terreno, a partir de um conjunto discreto de pontos,
cuja distribuição e características permitem calcular por interpolação, em todos os
pontos do terreno, a cota z = f(x, y) com uma determinada precisão. Isto significa
que se pode atribuir apenas um valor de z a cada par (x, y), não sendo portanto
possível representarpor exemplo cavernas, paredes verticais, etc.
A aquisição de informação para a construção de um MDT é usualmente feita
por processos fotogramétricos, no entanto, os dados necessários para a construção
do modelo podem ter como origem a digitalização de curvas de nível de mapas já
existentes, trabalhos taqueométricos, detecção remota ou qualquer outro tipo de
métodos ou sistemas que permitam a obtenção de coordenadas planas e altitude de
pontos do terreno. Na figura 4 pode-se ver um exemplo de MDT.

Figura 4 – Exemplo de um MDT

Fonte: FONTE, 2008

28
29

3.1.7.1. Construções de um MDT

O processo de recolha de dados gera um conjunto de pontos cujas cotas são


conhecidas. Para a construção de um modelo digital de terreno coerente é
necessário estabelecer relações topológicas entre os pontos de cotas conhecidas e
escolher um modelo de interpolação para gerar uma superfície que se aproxime da
forma do terreno. Para a construção de superfície interpoladora é necessário ter
uma rede de pontos de cota conhecida, rede esta que normalmente ou é uma rede
em grelha retangular (GRID), ou uma rede irregular de triângulos, Triangulated
Irregular Network (TIN) (Fonte, 2008). As vantagens e desvantagens de um e outro
tipo de redes são mostradas na tabela 1, e na figura 5 os dois tipos de redes estão
ilustradas.

Tabela 1 – Comparação entre o GRID e o TIN


(continua)
Vantagens Desvantagens
a) A densidade de pontos
não pode ser aumentada
a) O seu manuseamento em
para se adaptar à
computador é simples;
complexidade do relevo;

b) É necessário um
grande número de pontos
para ser possível fazer a
representação do relevo
b) É mais simples construir com determinada
Grelhas
modelos de interpolação para precisão;
rectangular (GRID)
grelhas retangulares. c) Não conseguem
descrever características
estruturais do terreno
como características
topográficas .

29
30

(conclusão)
Vantagens Desvantagens
a) Permitem representar o a) São mais complexos e
terreno com maior fiabilidade; mais difíceis de manusear;
Rede Irregular de
b) São necessários menos b) É mais difícil construir o
Triângulos (TIN)
pontos para se construir um modelo de interpolação.
MDT com determinada precisão.
Fonte: FONTE, 2008

Figura 5 – MDT tipo GRID (a) e MDT tipo TIN (b)

Fonte: FONTE, 2008

Por fim segundo FONTE (2008), existem diversos subtipos de modelos


matématicos interpolantes de GRID e TIN, conforme segue:
• Média das altitudes das amostras vizinhas (determinístico, local de transição e
aproximado);
• Triangulação de Delaunay e vizinho natural (determínistico, local, de transição
abrupta e exato);
• Superficíe de tendência (probabilístico, global, de transição gradual e
aproximado);
• Série de Fourier (probabilístico, global, de transição gradual e aproximado);
• Superfície de mínima curvatura (spline) (determinístico, local, de transição
gradual e exato);

30
31

• Krigagem (probabilístico, local, transição local e exato).


Contudo será explicado a seguir somente o tipo Delauney, que é o mais
utilizado como base nos softwares de topografia atualmente, inclusive os usados
neste trabalho (Autocad Civil 3D e TOPOEVN), segundo MOLLE (2008).

3.1.7.2. Triangulação de Delaunay e Vizinho Natural

A triangulação de Delaunay é o mais frequente método utilizado para


estabelecer os triângulos dentro de uma representação qualquer de pontos, para
aplicar um método de interpolação. A configuração obtida tem a propriedade de que,
numa circunferência qualquer definida pelos três pontos de um triângulo não contém
qualquer outro ponto do conjunto em seu interior. A construção de uma triangulação
de Delaunay é um problema do domínio da computação gráfica, onde a otimização
do algorítimo é um fator crítico para permitir o processamento de grandes volumes
de dados. Existem diversos trabalhos que abordam o tema. (MATOS (2001) apud
FONTE, 2008).
O método de interpolação de vizinho natural utiliza a triangulação de
Delaunay e o diagrama de Voronoi ou Thiessen para descobrir uma vizinhança mais
apropriada para obter a altitude de um dado ponto, conforme ilustrado na figura 6.
Este método se aplica bem tanto para malhas regulares como irregulares. O tempo
de processamento é proporcional ao volume de dados de entrada (id).
Esse algoritmo obtém os pontos mais próximos ou geometricamente mais
convenientes em todas as direções. A subamostra e o ponto cuja altitude vai ser
determinada formariam os vértices de triângulos, como se este ponto fosse
introduzido na triangulação (id).

31
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Figura 6 – Diagrama de Voronoi e triangulação de Delaunay

Fonte: MATOS apud FONTE, 2001

Outro aspecto importante nesta interpolação é o seu esquema de pesos. Os


pesos são aplicados baseados na quantidade de área que seria “roubada” dos
polígonos de Voronoi formados pela subamostra, como se o ponto cuja altitude se
deseja estivesse sendo introduzido nesta. A figura 7 mostra este esquema, onde o
ponto dentro do polígono hachuriado indica o local onde a altitude será estimada. Os
polígonos sólidos são as regiões de Voronoi formados com os pontos da
triangulação. O peso de cada ponto da subamostra é proporcional à área de
sobreposição do polígono hachuriado com os polígonos sólidos. Neste exemplo, o
ponto de triangulação que receberá um peso maior é o que está localizado a
sudoeste (id).

32
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Figura 7 – Esquema de pesos usado na interpolação de vizinho natural

Fonte: MAUNE et. al. apud FONTE, 2001

3.1.8. Equipamentos Topográficos

3.1.8.1. Teodolito

São aparelhos de medida utilizados para medir ângulos azimutais e zenitais,


através das distâncias horizontais e verticais.
Constituído de um limbo horizontal, que é um círculo graduado de 0º a 360º
que permite as leituras dos ângulos, alidade, que é um dispositivo de campo
destinado a medir ângulos mediante o alinhamento ótico com uma estrela sobre um
marco e luneta.

3.1.8.2. Nível

Aparelho utilizado para medir desníveis entre pontos de diferentes alturas,


através de uma visada horizontal.

3.1.8.3. Estação total

3.1.8.3.1. Definição

33
34

A Estação Total é um aparelho muito utilizado em levantamentos topográficos


e locação de obras civis. É resultado da associação de um teodolito com um MED.
Se popularizou a partir da década de 80 e foi se tornando cada vez mais sofisticada,
proporcionando velocidade e exatidão nos trabalhos de campo.
É um aparelho que mede ângulos verticais e horizontais e distâncias
inclinadas. É dotada de um microprocessador que calcula as componentes verticais
e horizontais das distâncias inclinadas e as cotas e coordenadas dos pontos
observados.
Segundo McCormac (2010) as estações totais desenvolvidas foram:
- Estações Totais Manuais: nestes instrumentos somente a distância inclinada era
determinada eletronicamente, os ângulos horizontal e vertical precisavam ser
obtidos manualmente;
- Estações Totais Semi-automáticas: o usuário precisava fazer a leitura manual do
círculo horizontal. O aparelho fazia a leitura eletrônica do círculo vertical e da
distância inclinada. A maioria destes aparelhos era capaz de calcular as
componentes verticais e horizontais;
- Estações Totais automáticas: são as estações usadas atualmente e que
determinam eletronicamente distâncias e ângulos. Com o uso de um coletor de
dados é possível transferir os dados levantados no campo para um computador e
assim usá-los para cálculos e desenhos.
A Estação Total é constituída essencialmente pelas seguintes partes:
- Tripé: é um elemento de sustentação, podendo ter comprimento fixo ou ajustável.
Deve ser firme de forma a garantir precisão no levantamento;
- Base: constituída de três parafusos niveladores chamados parafusos calantes e um
nível esférico. Geralmente contém um prumo óptico, que é um dispositivo utilizado
para centralizar o instrumento sobre um ponto;
- Alidade: é a parte superior e móvel da estação total e inclui a luneta, as escalas
graduadas verticais e horizontais para a medição de ângulos e outros componentes
que fazem parte da determinação de ângulos e distâncias. A luneta é constituída de
um tubo em cujas extremidades estão dois dispositivos de focagem, a objetiva e a
ocular. A objetiva é um sistema de lentes usado para visar o ponto observado e a
ocular uma lente que aumenta as dimensões do objeto.

34
35

A Estação Total é dotada de um MED. McCormac (2010) define o MED como


um medidor eletrônico de distância, que transmite um sinal portador de energia
eletromagnética de sua posição atual para um receptor localizado em outra posição.
A distância é calculada pelo tempo que uma onda eletromagnética, constituída por
um feixe de raios de luz infravermelha, leva para percorrer duas vezes a distância
entre o emissor/receptor e o refletor.
Os refletores são prismas cúbicos constituídos por espelhos. Os lados destes
prismas são perpendiculares uns aos outros e por esta razão refletem os raios de luz
de volta ao emissor, na mesma direção dos raios incidentes. Grande parte dos
trabalhos com estação total utilizam os prismas de reflexão. A capacidade de
alcance para medir as distâncias pode ser maior se o número de prismas utilizados
for ampliado. Com um prisma simples é possível medir distâncias de 3 a 4 km, com
prismas triplos é possível um alcance duas vezes maior.

3.1.8.3.2. Instalação e levantamento

Para que se instale a Estação Total no campo é preciso definir um ponto


inicial, de coordenadas e azimute conhecidos. Ele é marcado com um piquete e será
o ponto de partida da medição.
Definido o início instala-se o tripé, assegurando que suas pernas estejam
firmemente dispostas no solo. Sobre o tripé é rosqueada a base da Estação Total.
Procede-se então a centragem do aparelho, utilizando o prumo óptico, que está
presente provavelmente na base da estação (alguns modelos podem ter o prumo
óptico na alidade). Se o prumo óptico está presente na base é conveniente concluir
a centragem e o nivelamento da base para que seja finalmente instalada a alidade.
O prumo óptico provê uma linha de visada paralela e alinhada com o eixo
vertical da estação total. Quando a linha de visada do prumo óptico estiver muito
próxima ao ponto de interesse, o instrumento é nivelado utilizando o nível esférico
da base e os parafusos calantes. Este nivelamento final é realizado girando a luneta
do nível esférico até que a mesma fique paralela com a linha que passa sobre um
par de parafusos calantes. A bolha é centrada girando o par de parafusos na direção
central ou oposta. A luneta é rotacionada 90° e a bolha centrada com o terceiro
parafuso calante, conforme dito em McCormac (2010).
35
36

Com o aparelho perfeitamente instalado e nivelado no ponto inicial o


levantamento pode começar. As coordenadas e o azimute deste ponto são
introduzidos no aparelho. Toma-se uma visada ré da linha de azimute conhecido e
uma visada para o próximo ponto, cujo azimute vante será automaticamente
mostrado e armazenado no aparelho. A distância inclinada e os ângulos vertical e
horizontal entre estes dois pontos também são medidos pela estação e a mesma
decompõe a distância inclinada em componente vertical e horizontal.
Através das componentes calculadas e dos azimutes a estação determina e
armazena as coordenadas do segundo ponto. O instrumento é levado para o
segundo ponto, o procedimento repetido, exceto que o azimute ré para o primeiro
ponto e as coordenadas do segundo ponto não precisam ser informados ao
aparelho, uma vez que ele mesmo os calculou e armazenou estes dados, e assim o
próximo ponto pode ser visado. No fim do levantamento o topógrafo volta ao ponto
inicial e compara as coordenadas calculadas pela Estação Total para este ponto
após fazer o levantamento de toda a poligonal com aquelas conhecidas por ele, e
que foram inicialmente introduzidas no aparelho, analisando se o erro de
fechamento está dentro do aceitável.
Para obtenção das cotas dos pontos de interesse é necessário que o
topógrafo informe ao aparelho a altura da estação total e a altura do refletor, desta
forma o aparelho já considera estes dados para determinar a componente vertical.
Analogamente à verificação das coordenadas no fechamento da poligonal, é feita
uma verificação das cotas: a cota determinada pelo instrumento para este ponto e a
cota conhecida são comparadas e o erro deve estar dentro do admissível.
A Estação Total é dotada de um parafuso de fixação e um parafuso de
chamada. De acordo com McCormac (2010) são estes parafusos que permitem que
a luneta seja rotacionada, visando o ponto de interesse. Quando o parafuso de
fixação está solto é possível girar a luneta em torno do eixo vertical do aparelho.
Quando ela encontra-se na posição adequada o parafuso é apertado e o ponto é
precisamente visado movimentando o parafuso de chamada. A lente da luneta
possui fios de retículo horizontal e vertical. Para garantir uma visada precisa, além
de ajustar a luneta através dos parafusos, é necessário que o alvo fique na
interseção dos fios do retículo.

36
37

3.1.8.3.3. Estações robotizadas

O advento das Estações Totais robotizadas a partir dos anos 90 pela empresa
suíça Leica Geosystems deixou os trabalhos ainda mais eficientes. Outras empresas
como a americana Trimble e as japonesas TopCon e Sokkia lançaram modelos
similares.
Com este sistema a Estação é deixada em um ponto de controle e as
coordenadas deste ponto são inseridas no aparelho. O topógrafo leva o prisma,
chamado Unidade de Posicionamento Remoto (UPR) até os pontos que deseja
levantar. Estando o botão UPR da estação ativado, ela é capaz de rastrear o
prisma. O topógrafo posiciona a UPR onde deseja, aciona o botão de procura, o
robô localiza sua posição, faz a leitura necessária e armazena os dados.
O sistema de levantamento robotizado propicia maior velocidade nos
trabalhos de campo e reduzem os gastos com pessoal, uma vez que uma única
pessoa pode fazer todo o levantamento.
Existem modelos de Estação Total no mercado que dispensam a utilização de
prismas de reflexão, utilizando tecnologia a laser. A estação irradia um impulso laser
na direção do ponto que se deseja levantar e a distância é calculada pelo tempo de
percurso de ida e volta do sinal. Esta tecnologia permite uma cobertura rápida e
precisa da área de interesse.

3.2. Sistema Geodésico de Referência (SGR)

É um sistema de coordenadas, usado para mostrar as características


espaciais da Terra, sejam elas físicas ou geométricas. Nesse sistema a superfície de
referência não é um plano horizontal, sendo este utilizado para a determinação das
coordenadas topográficas, e sim uma superfície encurvada que acompanha a
curvatura da Terra. Esta superfície é chamada de elipsóide de revolução, entretanto
por diferentes motivos (técnicos, históricos, políticas, econômicos, etc.) cada país
tem utilizado um determinado elipsóide, que geralmente é distinto dos demais.
Na prática, o SGR serve para a aquisição de coordenadas (latitude e
longitude), possibilitando a localização e representação em mapa de qualquer
elemento da superfície do planeta.
37
38

O Datum Geodésico é o conjunto formado pela elipsoide e por parâmetros


matemáticos que fazem a amarração desta elipsoide à superfície terrestre, conforme
ilustrado na figura 8. Dividido em Horizontal e Vertical, sendo o primeiro para
determinar posições planimétricas na superfície terrestre, definido por um par de
coordenadas geodésicas (latitude e longitude) e o último usado para determinar a
elevação de pontos na superfície terrestre, ou seja, a altitude dos pontos, definido a
partir de medições maregráficas.

Figura 8 – Graficação da geóide e elipsóide

Fonte: LAPIG – UFG, 2013

Nos EUA, o referencial geodésico oficial do Departamento of Defense (DOD)


é o World Geodetic System 1984 (WGS84). No Brasil, há legalmente o SAD69 e o
SIRGAS2000. Há também outros sistemas que, apesar de não terem respaldo em
lei, ainda são utilizados no país.
O IBGE definiu que a partir de 1977, o DATUM adotado fosse o SAD69. O
referencial altimétrico coincide com a superfície equipotencial que contém o nível
médio do mar, definido pelas observações maregráficas tomadas na baia de
Imbituba, no Litoral do Estado de Santa Catarina. Entretanto, a partir de 2014, o
datum oficial será o SIRGAS2000, pois está mais atualizado. Uma curiosidade é que
as informações fornecidas pelo SIRGAS2000 e pelo SAD69 não são compatíveis
entre si, isto é, não podem ser implantados numa mesma carta geográfica. Há uma
diferença espacial entre as coordenadas geradas pelos dois sistemas (variável,
dependendo do local onde se está). A distância média para o mesmo ponto em
SAD69 e SIRGAS2000 é algo em torno de 65 metros.

38
39

Sistemas globais de referência tem sido desenvolvidos pela comunidade


científica. Estes sistemas são chamados Internacional Terrestrial Reference Frame
(ITRF).

3.3. Sistema GNSS

Normalmente se usa o termo GPS quando se refere à navegação por


satélites. Isso é um engano corriqueiro, provavelmente por ser o GPS o mais
conhecido e o mais usado. Entretanto, o uso errôneo dessa terminologia está
acabando pelo contínuo emprego de posicionamento por satélite pela sociedade,
com a revitalização do sistema GLONASS e a ascensão do sistema GALILEO. A
terminologia GPS faz referência a um sistema específico, enquanto que o GNSS faz
menção a qualquer sistema de posicionamento global de satélite, ou seja, GPS,
GLONASS e Galileo são sistemas GNSS.
De acordo com SEGANTINE (2005), o objetivo do GNSS é garantir a melhoria
na geometria, disponibilidade para todas as regiões do globo, integridade e
confiança aos usuários. O desenvolvimento do sistema GNSS passa por duas
considerações distintas:
1. Na primeira etapa foi desenvolvida a geração GNSS-1, que consistiu na
ampliação dos sistemas GPS e GLONASS. Neste contexto, pode-se afirmar que
todo o sistema Wide Area Augmentation System (WASS), desenvolvido pela
Federal Aviation Administration (FAA), com o propósito de ampliar o sinal de
navegação do GPS, faz parte desta primeira etapa;
2. Na segunda etapa será desenvolvida a geração GNSS-2, que resultará num
sistema completamente novo, com uma nova tecnologia para as satélites e os
meios de comunicações. Nesta geração serão incluídos, os satélites do Bloco IIF
do sistema GPS e Galileo. O controle deste sistema será realizado por uma
comissão civil internacional.
Os sistemas GNSS possuem basicamente três componentes principais: o
segmento espacial, o segmento de controle e o segmento de usuários. A estrutura
geral dos sistemas GNSS pode ser vista na figura 10.
O segmento espacial compreende os satélites, também denominados de
Spacial Vehicle (SV), os quais transmitem informações para os outros dois
39
40

segmentos. A constelação de SV’s é distribuída em planos orbitais, inclinadas


aproximadamente 60° em relação ao equador, cujos satélites realizam cerca de
duas órbitas diariamente. Se comparada a órbitas geoestacionárias, estas fornecem
melhor geometria de sinal para o posicionamento e melhor cobertura nas regiões
polares (GROVES, 2007).
Os sinais mandados pelos satélites têm dados que possibilitam aos usuários
definir o instante em que os sinais recebidos foram transmitidos e também há
informações referentes à temporização do sistema e das órbitas dos satélites. Para
que possuam estabilidade em suas referências de tempo, os satélites usam relógios
atômicos.
O segmento de controle é responsável por monitorar e controlar
continuamente o segmento espacial, efetuando as correções e modificações
necessárias. É composto por estações monitoras, estações de controle e estações
monitoras com antenas para enviar dados aos satélites, estando todas na superfície
do nosso planeta. As estações monitoras deduzem medidas de distâncias dos
satélites e as envia às estações de controle. Para tal, precisam estar bem
posicionadas e com seus relógios em sincronia, para que possam definir a trajetória
dos satélites e corrigir o relógio destes. As estações de controle então determinam
se é necessário realizar alguma manobra em algum satélite para reorganizar sua
órbita, ou ainda para contornar a disparidade de outro satélite, sendo então as
correções transmitidas através das estacoes monitoras com antenas (GROVES,
2007).
O segmento de usuários recebe, via seus receptores, os dados da
constelação GNSS e faz o processamento deles para calcular o devido
posicionamento. Os sinais eletromagnéticos emitidos pelos SV’s são recebidos
pelas antenas dos receptores e transformados em sinais elétricos. Esses sinais são
demodulados pelo receptor utilizando um relógio para fornecer uma referência de
tempo. O processador faz uso algoritmos para decodificar as mensagens de
navegação e determinar a distância entre a antena do receptor e cada um dos
rastreados, sendo essa a informação base para que sejam computados a posição,
velocidade e tempo (GONÇALVES, 2011).
Na figura 9 pode-se verificar a estrutura que compõe o sistema GNSS.

40
41

Figura 9 – Estrutura geral dos sistemas GNSS

Fonte: PINTO, 2000

3.3.1 GPS

O GPS é um sistema de rádio que foi concebido nos Estados Unidos no início
da década de 1960, pelo DOD, sob o nome de projeto Navigation Satellite with Time
And Ranging (NAVSTAR), visando ser o principal sistema de navegação das forças
armadas americanas (MONICO, 2008, p.32). Assim, o GPS é um sistema espacial
que proporciona a posição espacial, a velocidade e a disseminação do tempo num
sistema padrão, a qualquer instante, em qualquer ponto nas proximidades da Terra
e independente das condições meteorológicas.
Devido ao enorme potencial dos sistemas e o notável desenvolvimento da
tecnologia envolvida em circuitos integrados nos receptores GPS, os quais estão se
tornando cada vez menores e de custo acessível, um grande número de usuários
surgiu nos mais variados segmentos da comunidade civil (navegação, agricultura,
posicionamento topográfico e geodésico etc).
Como todo sistema GNSS, o GPS consiste de três segmentos principais:
controle, de usuários e espacial, conforme explicado anteriormente.
O segmento de usuários está diretamente associado aos receptores GPS. Os
receptores são desenvolvidos de acordo com os propósitos a que se destinam, tal
como: navegação, geodésia, agricultura etc. A categoria de usuários pode ser
41
42

dividida em civil e militar. Os militares fazem uso dos receptores GPS para estimar
suas posições e deslocamentos quando realizam manobras de combate e de
treinamento. Já para a categoria de usuários civis, as aplicações vão desde uma
simples rota de navegação (de casa para o trabalho) como monitoramento de abalos
sísmicos.
O segmento espacial está associado com a constelação dos satélites e seus
respectivos sinais. Em 1995, quando foi declarado totalmente operacional, o GPS,
consistia de 24 satélites, divididos em seis planos orbitais, situados a uma altitude de
22.000 Km, orbitando a Terra duas vezes ao dia e emitindo continuamente sinais de
rádio codificados. Cada satélite da constelação GPS transmite atualmente duas
freqüências na banda L, denominadas L1 e L2, as quais são obtidas a partir de uma
freqüência fundamental (f0). Os satélites GPS modernizados disponibilizarão mais
uma freqüência, denominada L5. Houve um lançamento em 24 de março de 2009,
do PRN01, o qual emitia o sinal L5. Devidos a problemas em sua órbita esse satélite
teve que ser desabilitado. Atualmente a constelação de GPS possui 30 satélites
operacionais.
A figura 10 mostra, de forma simplificada, a estrutura básica dos sinais GPS
emitidos atualmente e também o modernizado L5 (POLEZEL, 2010).

Figura 10 – Estrutura básica dos sinais GPS

Fonte: PINTO, 2000

42
43

3.3.2 GLONASS

Similar ao GPS, o GLONASS foi desenvolvido pela antiga União Soviética nos
anos de 70 e atualmente é operado pelo governo russo.
O segmento de controle e monitoramento do GLONASS consiste em um
sistema de controle central que planeja todas as funções do sistema, um
sincronizador central que dissemina o tempo GLONASS, um sistema de controle de
frequência (fase) que monitora o tempo e o desvio da frequência (MONICO, 2008,
p.85). O segmento de usuários se restringe aos receptores, dos quais muitos
encontrados no mercado rastreiam os sinais GLONASS concomitantemente com os
sinais GPS.
A partir de 2003 uma nova geração de satélites (GLONASS-M) foi lançada e
em outubro de 2011 o sistema tornou-se completamente operacional e, possuindo
24 satélites, passou a possibilitar cobertura global . Também em 2011 foi lançado o
primeiro satélite da terceira geração de satélites GLONASS, chamada de
GLONASS-K, cuja proposta é atualizar completamente o sistema até o ano de 2021
(SEGANTINE, 2005).
Os satélites são distribuídos em três planos orbitais separados de 120º e com
inclinação de 64,8º. As órbitas têm altitude de 19.100 km e período orbital de 11
horas e 15 minutos. Uma característica dos satélites GLONASS é que devido a sua
maior inclinação, se comparado com o GPS, consegue atingir maiores latitudes
(MONICO, 2008, p.81).
O sistema transmite sinais em duas bandas, denominadas L1 e L2, análogo
ao GPS, utilizando divisões múltiplas de frequências, Frequency Division Multiple
Access (FDMA), para diferenciar cada satélite
Entretanto, o GLONASS conseguiu uma “aprovação preliminar” para adicionar
o código de divisão de acesso múltiplo, Code Division Multiple Access (CDMA),
utilizado no GPS e Galileo. Com isso, os satélites futuros do sistema GLONASS, que
serão CDMA, terão maior interoperabilidade com os demais sistemas, ou seja,
aumenta-se a habilidade de transferir informações coerentes entre os sistemas. No
sistema CDMA, os satélites são distinguidos pelos diferentes ruídos
pseudoaleatórios do código na mesma freqüência.

43
44

Com relação ao referencial geodésico, atualmente as coordenadas das


estações de controle e dos satélites são dadas no referencial Parametry Zemli 1990
(PZ 90). A partir do dia 20 de setembro de 2007 os satélites GLONASS passaram a
transmitir suas coordenadas referenciadas a uma realização refinada do PZ-90,
denominada de PZ-90.02. De forma similar ao que ocorreu com o referencial
geodésico WGS84, o PZ-90.02 se aproximou do ITRF2000, contendo translações
em X, Y e Z de 36 cm, 8 cm e 18 cm, respectivamente.

3.3.3 Galileo

Galileo é o sistema de posicionamento global de satélite que vem sendo


desenvolvido pela Comunidade Europeia em conjunto com a European Space
Agency (ESA). Seu pleno funcionamento está previsto para 2014. A definição do
Galileo ocorreu em junho de 1999, baseado em trabalhos realizados pelo Fórum
Europeu do GNSS e pelo Ministério do Transporte europeu. O propósito era criar um
sistema aberto e global, com controle civil e compatível com o GPS e o GLONASS.
Os satélites experimentais Galileo In-Orbit Verification Element-A (GIOVE-A) e
GIOVE-B, foram lançados em 2006 e 2008 respectivamente. O GIOVE-A foi
desenvolvido para transmitir cada sinal por vez para as três freqüências (E1-L1-E2),
E5 A/B e E6. O GIOVE-B foi habilitado para transmitir as três freqüências
simultaneamente. Desta forma o sistema Galileo possui os sinais E1-L1-E2, E5 A/B
e E6 utilizando quatro portadoras (E1 com 1575,42 MHz, E5A com 1176,45 MHz;
E5B com 1207,14 MHz e E6 com 1278,75 MHz). As portadoras L1 e L5 do GPS
encontram-se nas mesmas frequências da E5A e E1 do Galileo, o que poderia
representar uma fonte potencial de interferências. Entretanto, isso pode ser reduzido
com técnicas particulares de modulação. Por outro lado, essa interoperabilidade dos
sinais facilita o desenvolvimento de antenas que rastreiem simultaneamente os dois
sistemas.
Em outubro de 2011 foram lançados os dois primeiros satélites operacionais,
seguidos por mais dois em outubro de 2012. Em seu pleno funcionamento o sistema
será constituído por 30 estações Galileo Sensor Stations (GSS) distribuídas
globalmente. As GSS transmitirão os dados para os Galileo Control Centers (GCC) e
também darão suporte a determinação de órbitas e sincronização de tempo. Dois
44
45

centros de controle do Galileo tem sido implantados na Europa. Um desses centros


é o responsável pela geração das mensagens de navegação e sistema de tempo,
enquanto o outro é o responsável pelo controle da integridade.

3.3.4 Limitações do GNSS

Em teoria, o GNSS apresenta posições de ponta em 3d pelo dia inteiro (24


horas), sob quaisquer condições climáticas. Entretanto, apesar disso, o sistema tem
algumas restrições (SEGANTINE, 2001).
A captação dos sinais emitidos pelo sistema GNSS é uma atividade realizada
quase em sua totalidade a “céu-aberto”. Geralmente, as antenas receptoras são
posicionadas em locais que não exista obstrução para a captação de sinais, ou seja,
locais onde se deseja conhecer suas coordenadas. Devem-se evitar locais que de
alguma forma existam obstáculos que dificultem a recepção integral dos sinais pelas
antenas ou objetos que interfiram na qualidade do sinal originalmente adotado.
Estes efeitos certamente interferem na qualidade do resultado final das coordenadas
dos pontos medidos.
É necessária a captação de sinais de pelo menos quatro satélites de modo a
possibilitar a determinação da posição do ponto. A acurácia da posição deste ponto
é função da geometria dos satélites no momento da observação. Então, um mínimo
de quatro satélites deverá estar disponível e relativamente espelhado no horizonte
do observador. A Dilution Of Precision (DOP) é um parâmetro que representa a
qualidade geométrica dos satélites. Quando os satélites estão bem distribuídos no
espaço, a posição gerada será mais precisa do que quando os satélites apresentam-
se muito agrupados ou alinhados no espaço.
As obstruções que bloqueiam a luz solar podem bloquear os sinais GNSS.
Estes sinais podem ser absorvidos quando ultrapassam alguns materiais – a este
fenômeno dá-se o nome de atenuação do sinal. Os sinais podem ultrapassar através
de uma folhagem e sofrer uma atenuação julgada como média. Entretanto, o sinal
pode não ultrapassar uma peça de madeira de alguns centímetros de espessura,
tais como árvores. Nestes casos, pode-se afirmar que a presença de árvores afeta a
recepção dos sinais através da atenuação e em alguns casos isto pode ser tão
grave que ocorre uma alteração do número de satélites que estão em sintonia com a
45
46

antena receptora. A consequência deste fator é alterar os valores dos fatores DOP
no momento da observação.
A tecnologia GNSS é a mais indicada na obtenção de dados que outras
tecnologias, porém em algumas situações ela deixa de ser a mais recomendada,
como em casos onde existam interferências como árvores, passarelas e outros tipos
de construções, que podem bloquear a linha de visada entre a antena do satélite e a
antena do receptor.
A instalação das antenas dos receptores próximas a objetos ou ao solo pode
criar situações do surgimento de um efeito denominado de multicaminhamento. O
efeito do multicaminhamento é causado pela inabilidade da antena receptora
reconhecer os sinais que foram emitidos diretamente das antenas dos satélites e os
sinais resultantes de reflexões que atingem a antena de forma indireta.
A influência dos efeitos SA e AS aplicados pelo Departamento de Defesa
americano também deve ser considerada. O objetivo do efeito SA é degradar a
acurácia da posição de navegação através das alterações nas informações do
tempo de emissão dos sinais pelos satélites e/ou nas alterações das efemérides
transmitidas. Em outras palavras, os sinais são alterados de forma a oferecer uma
precisão horizontal de navegação da ordem de 100 metros aos usuários civis. O
efeito AS atua na encriptação do código-P. Os receptores militares do código-P(Y)
não são afetados pelo efeito AS, mas não são instrumentos disponíveis ao público
em geral sendo somente disponíveis aos usuários autorizados pelo DOD.

3.3.5 Pseudodistância

Os dados observados com o GNSS são distâncias deduzidas a partir da


medição do tempo ou diferenças de fases baseadas na comparação entre os sinais
recebidos e os sinais gerados internamente pelos receptores. O GNSS usa o
conceito de pseudodistância porque as distâncias são influenciadas pelos erros dos
relógios dos receptores e dos satélites.
Existem dois tipos de dados observados com o GNSS: pseudodistâncias
derivadas a partir de códigos e por fase da portadora. O conceito de códigos
(pseudodistâncias) é comumente usado em aplicações de navegação, enquanto que
o conceito de fase da portadora é mais favorável para situações que requerem
46
47

maiores precisões. A acurácia da pseudodistância é da ordem de um metro, mas


pode-se obter melhores resultados através de estratégias de correlação e/ou de
suavização. Enquanto que a acurácia da fase da portadora pode ser da ordem de
alguns milímetros.
A pseudodistância calcula a distância entre as antenas dos receptores e as
antenas dos satélites considerando o tempo de percurso do sinal entre as antenas
emissoras e receptoras, conforme figura 11.

Figura 11 – Pseudodistâncias de cinco satélites ao encontro do receptor GPS

Fonte: MONICO et. al., 1996

3.3.6 Critérios Mínimos para Escolha de Pontos GNSS

Os levantamentos executados com GNSS apresentam como característica a


independência das condições atmosféricas e não há necessidade de Inter
visibilidade entre as estações. No entanto algumas considerações devem ser feitas:
• Visão obstruída do horizonte por ângulos superiores a 10° de elevação para as
antenas da estação base e 15° para as antenas remotas;
• O receptor não deve estar posicionado próximo a objetos e lâmina de água que
provoquem reflexão dos sinais emitidos pelos satélites (para reduzir o efeito do
multicaminhamento);
• Fácil acesso (preferencialmente por veículos, para ganhar tempo entre as
sessões) e locais limpos;
47
48

• Os marcos geodésicos não devem estar sujeitos a vandalismos;


• Devem ser escolhidos pontos situados em áreas públicas, com o objetivo de
garantir a proteção dos mesmos.

3.4 Sistema RTK

Em geral, a maior parte dos levantamentos GPS abrangeu momentos cujas


informações colhidas necessitaram de um pós-processamento. A partir dos anos 90,
cresceu o número de aplicações onde as informações são tratadas
concomitantemente com o momento da coleta dos dados. A ação em “tempo real” só
é aceitável se há uma segurança de conversação entre o receptor de referência com
o remoto, através de uma comunicação de rádio. Este método é conhecido
internacionalmente como RTK.
A técnica RTK é destinada ao posicionamento de alta precisão. A estação de
referência deve ser equipada com um receptor GPS e um rádio modem transmissor.
Por meio de programas computacionais específicos, ela gera correções diferenciais
e as transmite via rádio para uma estação móvel, que se utiliza destas informações
para determinar sua posição com precisão.
Segundo SEGANTINE (2005), o RTK está baseado nos seguintes preceitos:
• Na transmissão de dados de correção (fase e pseudodistância) oriundos de uma
estação de referência para antenas remotas utilizadas por usuários, em tempo
real;
• Na resolução das ambiguidades das antenas receptoras remotas de forma “on
the way” ou “on the fly”;
• Na determinação segura de vetores, entre a estação de referência e as posições
da antena remota, em tempo real ou quase real.
O RTK é bastante similar ao Differential Global Positioning System (DGPS) (o
qual é aplicado para definir a posição de uma antena remota via uso de correções
emitidas por uma estação de referência), contudo no primeiro são usados dados da
fase da portadora adicionadas ao protocolo Radio Technical Comittee for Maritime
Service (RTCM-SC-104) e no último a estação de referência manda, via rádio, as
correções diferenciais das pseudodistâncias.

48
49

A restrição deste sistema é produzida pela comunicação de rádio, pois deve


ser feito numa taxa mínima de 3400 bits por segundo (bps) necessitando-se do uso
de Very High Frequency (VHF) e Ultra High Frequency (UHF). Esta limitação reduz a
área de uso que deve estar num raio da ordem de 5 a 10 km da estação de
referência. A equação 2 mostra uma forma de se estimar o comprimento máximo de
alcance com o uso do VHF ou UHF. Este raio de ação precisa ser aumentado num
futuro próximo com o melhoramento da qualidade da comunicação de rádio. Há
estudos para o envio dos dados via Internet e certamente este serviço ampliará
ainda mais a aplicação deste método.

d = 3,57*k1/2*(ht1/2+hr1/2) (2)

Onde:
d é a distância máxima recomendável entre a estação de referência e a remota, em
quilômetros;
ht e hr são as alturas das antenas transmissoras e receptoras, em metros;
k é um fator que depende da curvatura da Terra e da refração atmosférica. O valor
médio dele é 1,33.

A grandeza de observação fundamental utilizada no RTK é a medida da fase


da onda portadora, que propicia precisão subdecimétrica ou melhor (Krueger 1996,
p. 55).
Baseado em MONICO (1996), “outro ponto a ser considerado diz respeito ao
atraso no processamento dos dados, decorrido desde sua coleta na estação de
referência até o instante em que estes se tornam disponíveis no receptor móvel.
Trata-se da latência dos dados. Muitas vezes se faz necessário predizer as medidas
da estação de referência para alimentar o algoritmo que forma as duplas diferenças.
Para latência da ordem de 1 segundo, as duplas diferenças apresentam erros na
ordem do centímetro. Podem-se alternativamente, utilizar correções da fase da
portadora, que varia muito mais lentamente que a fase propriamente dita, reduzindo
os erros inerentes ao atraso. De qualquer forma, a precisão esperada num sistema
RTK é da ordem de poucos centímetros”.

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50

As medidas da fase da onda portadora contêm o termo ambíguo “N”,


correspondente ao número inteiro de comprimentos de onda existente entre a
antena do satélite e a antena do receptor. A alta precisão oferecida pela técnica RTK
só é alcançada após a determinação destas ambiguidades, enquanto a estação
móvel estiver em movimento (MONICO, 1990, p. 219). A fixação das ambiguidades é
uma função do tempo de ocupação, denominado tempo de fixação das
ambigüidades, o qual aumenta em proporção ao comprimento da linha de base. As
soluções como RTK com ambiguidades reais (float solution) apresentam precisões
que variam do metro ao decímetro, enquanto que as ambiguidades fixas (fixed
solution) apresentam soluções centimétricas (SEGANTINE, 2005).
De acordo com SEGANTINE (2005), um grande avanço foi feito quando ao
RTK incorporou-se a resolução da ambiguidade “on-the-fly”. Esta nova técnica de
posicionamento passou a ser reconhecida como Real Time Kinematic with On the
Fly Ambiguity Resolution. A presença de redes ativas potencializa o uso deste
método. Como exemplo de rede ativa pode-se citar a SAPOS (alemã) que oferece
quatro tipos de serviços que podem ser utilizados pelos usuários que queiram
utilizar-se deste método.
Para se obter resultados mais precisos nos levantamentos é necessário
reduzir o tempo para fixação das tais ambiguidades, Time To Fix Ambiguities
(TTFA). A maior parte dos programas de tratamento de GPS usa algoritmos com
junções lineares da banda-larga para agilizar o procedimento de busca das
ambiguidades. Este TTFA é função do comprimento da linha base e do número de
satélites disponíveis no horizonte do usuário no instante da observação, como por
exemplo: mais de seis satélites no horizonte, valor de Geometric Dilution of Precision
(GDOP) menor que 4, linha base menor que 10 km e boas condições atmosféricas
propiciam a definição das ambiguidades com uma única observação. Pelo TTFA a
precisão média é cerca de 10 mm + 1-2 ppm para as horizontais e 15-20 mm + 2
ppm para as verticais.
Outra característica que influencia na precisão e na acurácia do
posicionamento é a perda de ciclo. Um receptor bom para fazer o levantamento com
RTK precisa ter algoritmo que consiga detectar e corrigir as eventuais perdas de
ciclos em tempo real, as quais dependem das soluções das ambiguidades em
caminho. O usuário precisa ficar ciente que os códigos matemáticos utilizados para
50
51

arrumar as ambiguidades nem sempre oferecem soluções corretas. Isso exige


habilidade, vivência e métodos por parte do topógrafo para avaliar a qualidade dos
pontos obtidos no levantamento em tempo real.
A aviação e a marinha possuem muitos tipos de aproveitamentos para o RTK,
assim como a engenharia, na locação de estradas, obras civis, controle de
deslocamentos etc. A figura 12 mostra um esquema de equipamento RTK montado
em campo.
Figura 12 – Sistema RTK em campo

Fonte: SEGANTINE, 2005

3.5 Projeto Geométrico

3.5.1. Definições

O Projeto de Geometria tem como finalidade a definição dos elementos


planimétricos, do perfil longitudinal e das seções transversais de uma via. Nele
constam as características técnicas tais como raios, larguras, superelevação,
superlargura e rampas. No Brasil o DNIT estabelece critérios em seus manuais e
Instruções de Projeto com objetivo de atender aos fatores econômicos, de
segurança e conforto.
Para fins de projeto é necessário definir a classe de projeto em que uma
rodovia se enquadra. Conforme o Manual de Projeto Geométrico de Rodovias Rurais
51
52

(DNIT,1999) os principais critérios para a determinação da classe são: posição


hierárquica dentro da classificação funcional (sistema local, arterial ou coletor),
volume médio diário de tráfego, nível de serviço e outros condicionantes, como o
relevo da região a ser atravessada. São 5 as classes de projeto recomendadas pelo
DNIT:
Classe 0 - Vias Expressas: são rodovias com elevado padrão técnico de projeto,
pista dupla e controle total de acesso, projetadas para operar a velocidades
elevadas, até 120 km/h, e com elevado Volume Diário Médio (VDM);
Classe I - são rodovias com controle parcial de acesso, mas que permitem maior
tolerância no que diz respeito às interferências causadas por acessos freqüentes;
projetadas com velocidade de projeto de até 100 km/h, para operar com elevado
VDM. São divididas em: Classe I-A (rodovia com duas pistas) e Classe I-B (rodovia
em pista simples);
Classe II - rodovias de pista simples, projetadas com velocidade de projeto de até
100 km/h, para operar com VDM moderado, da ordem de até 1400 veículos;
Classe III - rodovias de pista simples, projetadas com velocidade de projeto de até
80 km/h, para operar com VDM da ordem de até 700 veículos;
Classe IV – rodovias de pista simples, projetadas com velocidade de projeto de até
80 km/h. Geralmente não são pavimentadas e fazem parte do sistema viário local.
São divididas em: Classe IV-A (VDM de até 200 veículos) e Classe IV-B (VDM
inferior a 50 veículos).
Definida a classe de projeto, define-se a velocidade diretriz, e esta passa a
ser fator condicionante da maioria das características técnicas do projeto, como raio
das curvas, distância de visibilidade e superelevação. A velocidade diretriz é a maior
velocidade que um veículo pode desenvolver em um trecho viário com segurança e
conforto. O DNIT estabelece a velocidade diretriz para novos traçados de acordo
com a classe de projeto e o relevo. Estes valores são apresentados na tabela 2.

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Tabela 2 – Velocidades diretrizes para projeto


Velocidades diretrizes para projeto (km/h)

Classe de projeto Relevo

Plano Ondulado Montanhoso

Classe 0 120 100 80

Classe I 100 80 60

Classe II 100 70 50

Classe III 80 60 40

Classe IV 80-60 60-40 40-30

Fonte: DNIT, 1999

3.5.2. Elementos do projeto geométrico

O eixo de um projeto geométrico de uma estrada é a linha de referência, cujo


alinhamento sequencial projetado no plano horizontal define o traçado em planta, ou
seja, a ela são referidos os elementos planimétricos da via (DNIT,1999). É composto
pelas tangentes e pelos arcos de circunferência. Eventualmente podem ser
utilizadas as curvas de transição.
A distância de visibilidade é a extensão que o motorista pode ver à sua frente,
estando diretamente ligada ao fator segurança. As distâncias de visibilidade de um
projeto são: distância de visibilidade de parada, as de tomada de decisão e as de
ultrapassagem. Segundo o DNIT (1999) a distância de visibilidade de parada possui
caráter obrigatório, sendo calculada através da equação 3. As demais distâncias de
visibilidade são recomendadas.

D = 0,7 V + V² / [255 (f + i)] (3)

53
54

Onde:
d= distância de visibilidade (m)
V= velocidade diretriz ou a velocidade média de viagem (km/h)
f = coeficiente de atrito longitudinal, em caso de pavimento molhado, com
rugosidade normal e em condições superficiais razoáveis (adimensional)
i = é o greide (m/m)

Para trechos de curvas verticais, onde há variação de i, adota-se o i médio entre a


rampa inicial e a final do trecho em questão.
Os valores de f para a velocidade diretriz são obtidos na tabela 3.

Tabela 3 – Coeficientes de atrito longitudinal


Parâmetros Valores de f para velocidade diretriz
Velocidade diretriz
30 40 50 60 70 80 90 100 110 120
(km/h)
f 0,40 0,37 0,35 0,33 0,31 0,30 0,29 0,28 0,28 0,27
Fonte: DNIT, 1999

A conexão de dois trechos em tangente pode ser feita por uma curva circular
simples, quando a concordância é feita por um arco de círculo, por uma curva
circular composta, onde a conexão se dá por dois ou mais arcos, ou por uma curva
de raio constante combinada com uma curva de raio variável, a chamada curva de
transição.
O raio mínimo de curvatura horizontal a ser adotado em um projeto de
geometria é obtido pela equação 4.

Rmin = V² / 127 * (emax + ƒmax) (4)

Onde:
R= Raio da curva (m)
V=Velocidade diretriz (km/h)
e= Máxima taxa de superelevação adotada (m/m)

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ƒ= Máximo coeficiente de atrito transversal admissível entre o pneu e pavimento


(adimensional)

Os valores de ƒ são recomendados pelo DNIT (1999), conforme tabela 4.

Tabela 4 – Valores máximos admissíveis de coeficientes de atrito transversal


Velocidade
diretriz 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120
(km/h)
Coeficiente
de atrito
0,20 0,18 0,16 0,15 0,15 0,14 0,14 0,13 0,12 0,11
transversal
ƒmax
Fonte: DNIT, 1999

As curvas de transição possuem raio variável e conectam a tangente com a


curva circular, possuindo o raio de curva circular a que serão conectadas somente
no ponto de tangencia com esta. Constituem uma trajetória em que a força
centrífuga cresce gradativamente, uniformizando a velocidade e contribuindo para
que o veículo permaneça na trajetória estabelecida, não atingindo a faixa de tráfego
adjacente. De acordo com o DNIT (1999) a espiral de Cornu é o tipo de curva de
transição mais adotada em projetos de rodovias no Brasil.
As curvas de transição possuem também a função de distribuição da
superelevação e da superlargura. A superlargura é um acréscimo de largura nos
trechos em curva a fim de manter as condições de conforto e segurança
encontradas nos trechos em tangente. De acordo com Pimenta e Oliveira (2004)
para as curvas circulares sem transição a superlargura deve ser feita no lado interno
da curva e para as curvas com transição pode ser feita toda no lado interno da curva
ou metade de cada lado.
Pimenta e Oliveira (2004) definem superelevação como “a inclinação
transversal da pista, feita com o objetivo de criar um componente do peso do veículo
na direção do centro da curva que, somada à força de atrito, produzirá a força
centrípeta”. O DNIT (1999) estabelece como valor mínimo de superelevação

55
56

admissível a declividade de 2%. Já os valores máximos dependem de uma série de


condicionantes tais como localização (zona urbana ou rural), condições topográficas,
classe de projeto e velocidade diretriz. Em vias de elevado padrão, com alta
velocidade de projeto, é recomendado a taxa máxima de 10%, ao passo que em vias
sujeitas a congestionamento de tráfego, ou tráfego frequentemente lento, a taxa não
deve ultrapassar 4% ou 6%.
Vias cuja taxa de superelevação é excessiva podem comprometer a
segurança do usuário, uma vez que pode ocorrer o deslizamento do veículo para o
interior da curva. Caminhões pesados, trafegando em baixas velocidades, estão até
mesmo sujeitos a tombamento em vias cuja superelevação é excessiva, conforme
dito em Pimenta e Oliveira (2004).
Além da determinação do traçado horizontal, o projeto geométrico define o
traçado em perfil, onde toda a altimetria da estrada projetada é definida. O traçado
em perfil consiste em retas conectadas por curvas circulares ou parábolas do 2º
grau, côncavas ou convexas, de forma a constituir um greide o mais uniforme
possível e que atenda as condições de visibilidade, drenagem e operação. Conforme
explicado em Pimenta e Oliveira (2004) a definição do perfil está relacionada
diretamente com o custo da estrada, principalmente custos com terraplenagem.
Os valores máximos de rampa para as tangentes do perfil longitudinal são
recomendados pelo DNIT(1999), de acordo com a classe de projeto e o relevo,
conforme tabela 5, lembrando que extensão de rampas acima de 8% é
desejavelmente limitada a 300m contínuos.

Tabela 5 – Rampas máximas


Relevo
Classe do projeto
Plano Ondulado Montanhoso
Classe 0 3% 4% 5%
Classe I 3% 4,5% 6%
Classe II 3% 5% 7%
Classe III 4% 6% 8%
Classe IV-A 4% 6% 8%
Classe IV-B 6% 8% 10%*
Fonte: DNIT, 1999
56
57

Para a conexão das rampas do greide são utilizadas as curvas verticais.


Segundo Pimenta e Oliveira (2004) as mais utilizadas são as parábolas do 2° grau
pois proporcionam boa conexão entre as tangentes e boa aparência à curva. As
parábolas são definidas pelo parâmetro K, que representa a distância horizontal
necessária para cada 1% de variação de inclinação. O DNIT (1999) recomenda que
o parâmetro de curvatura K seja estabelecido de forma a atender aos critérios de
aparencia, máxima aceleração centrífuga admissível e distância de visibilidade. A
tabela 6 contempla valores arredondados de K para curvas concavas e convexas,
para o critério de distância de visibilidade de parada.

Tabela 6 – Valores do parâmetro K


Velocidade diretriz
30 40 50 60 70 80 90 100 110 120
(km/h)
Curvas verticais convexas
K - Mínimo 2 5 9 14 20 29 41 58 79 102
K - Desejável 2 5 10 18 29 48 74 107 164 233
Curvas verticais côncavas
K - Mínimo 4 7 11 15 19 24 29 36 43 50
K - Desejável 4 7 12 17 24 32 42 52 66 80
Fonte: DNIT, 1999

Com planta e perfil já projetados, tem-se a definição da plataforma da estrada.


A plataforma, mais os taludes de corte e aterro e o terreno constituem o polígono
chamado seção transversal, conforme dito em Pimenta e Oliveira (2004). As seções
transversais são feitas perpendicularmente ao eixo da estrada, localizados nas
estacas inteiras, nos pontos notáveis, e onde mais se façam necessárias, podendo
ser de três tipos: seções em corte, em aterro ou mistas, esta última quando parte da
seção está em corte e parte em aterro.

3.5.3. Locação do projeto geométrico

A locação do projeto geométrico é a sua materialização no campo. Conforme


dito no Manual de Implantação Básica de Rodovia do DNIT (2010), para que locação
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58

seja realizada são necessárias as plantas do projeto, as cadernetas de exploração e


elementos de apoio terrestre. A locação do eixo deve ser feita com estaqueamento
de 20 em 20 metros e nas estacas fracionárias dos pontos notáveis: Ponto de Curva
(PC), Ponto de Tangência (PT), Tangente-Espiral (TE), Espiral-Curva (EC), Curva-
Espiral (CE) e Espiral-Tangente (ET). O DNIT (2010) recomenda que seja
empregado o método de deflexão sobre as tangentes para a locação das curvas
horizontais.
O método consiste no posicionamento de pontos da curva a partir das
medidas do ângulo de deflexão em relação à tangente onde está instalado o
aparelho e da respectiva distância, medidas ao longo da curva, desde o aparelho até
o ponto em questão. O instrumento é levado até o PC, visando o PI e é girado para
o ângulo da primeira deflexão. A distância é marcada, obtendo-se o primeiro ponto
da curva. O aparelho visa à próxima deflexão, a próxima distância é marcada e o
segundo ponto locado. O procedimento é repetido até que se alcance o PT. Quando
os pontos tiveram sido locados, executa-se o nivelamento e o contranivelamento dos
mesmos. Para as espirais de transição a locação é similar à das curvas circulares. A
figura 13 ilustra uma curva com espiral de transição, sendo δ a deflexão sobre a
tangente.

Figura 13 – Locação de curva pelo método de deflexão sobre as tangentes

Fonte: DNIT, 2010

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A marcação dos pontos locados é feita com piquetes de madeira de 3 a 6 cm


de diâmetro e 15 a 20 cm de comprimento. A 25 cm dos piquetes e à esquerda do
sentido crescente do estaqueamento são cravadas estacas testemunhas, onde se
escreve o número da estaca correspondente.
O DNIT (2010) estabelece os seguintes critérios para a locação das curvas,
com base no raio e no grau da curva (G), que é o ângulo central correspondente a
uma determinada corda:
- Para raio até 95,50 m e G5 =3°, de 5m em 5m;
- Para raios até 2455,55 m e G10 =14°, de 10m em 10m;
- Para raios superiores a 2455,55 m e G20 =28°, de 20m em 20m.
Para as espirais de transição os intervalos de estaqueamento são:
- Para Lc até 60m, de 5m em 5m;
- Para Lc maior que 60m, de 10m em 10m.
O grau da curva G para uma corda é obtido através da equação 5:

G=2*arcsen(C/2*R) (5)

Onde:
C=corda (m)
R=raio (m)
G=grau da corda

Determinado o valor G calcula-se a deflexão d pela equação 6:

d= G/2 (6)

Com o eixo locado, realiza-se a locação das seções do projeto. Utilizando a


nota de serviço é feita a marcação dos off-sets no campo. De acordo com as
recomendações do DNIT (2010), o topógrafo faz a marcação do off-set a direita e a
esquerda, utilizando piquetes e estacas testemunhas. Os piquetes são nivelados e
contranivelados, sendo considerado admissível um erro de 0,02 por km de extensão
nivelada.

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É necessário que se verifique também se existe diferença entre as cotas


obtidas no nivelamento e as cotas da seção transversal. Se isto proceder, dentro do
limite de 0,40m, o desenho da nota de serviço deve ser corrigido, distribuindo o erro
no segmento entre o eixo e o off-set que apresentou a diferença de cota. Diferenças
maiores que 0,40m não são aceitáveis acarretando em um novo levantamento da
seção.
Devem ser colocadas junto aos offsets dos aterros varas com cruzetas na
parte superior de forma a indicar a altura a ser alcançada pelo aterro. Os pés do
aterro também são marcados com pequenas varas. Quando a seção está em corte
marcam-se nas estacas testemunhas as alturas a cortar, colocando pequenas varas
nas futuras cristas dos cortes.

3.6. Análise Estatística

3.6.1. Teste de Hipótese

Segundo BITTENCOURT (2009), os testes de hipóteses servem como


inferência estatística para determinar se a preposição adotada pode ser considerada
verdadeira ou não. Hipóteses são afirmações sobre parâmetros populacionais.
Como os testes de hipóteses são muito objetivos, o resultado final é a aceitação ou
rejeição da hipótese formulada.
Veja a seguir as etapas:
a) Formular a hipótese;
b) Definir qual o nível de significância será utilizado (alfa);
c) Verificar qual o teste adequado e calcular a estatística do teste;
d) Decidir pela aceitação ou rejeição da hipótese de nulidade com base no p-value.
e) Conclusão experimental.
A hipótese nula (Ho) é a hipótese sob a qual a teste é feito. Essa hipótese
será aceita ou rejeitada. Se os dados amostrais estiverem de acordo com a hipótese
nula formulada, a estatística de teste nos levará a uma aceitação. Entretanto, se os
dados amostrais não estiverem em sintonia com a hipótese formulada, o teste nos
levará a uma rejeição da hipótese nula (BITTENCOURT, 2009).

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61

A hipótese alternativa (H1 ou Ha) é uma hipótese complementar a Ho. Por


isso se rejeitamos Ho, conseqüentemente aceitamos H1. O nível de significância do
teste (α) é definido pelo pesquisador. Ele significa a probabilidade de cometermos
erro tipo I, ou seja, rejeitarmos Ho sendo a mesma verdadeira. A decisão estatística
é a rejeição ou aceitação de Ho. Essa decisão está sujeita aos erros mostrados na
tabela 7 (BITTENCOURT, 2009):

Tabela 7 – Tipos de erros em análises estatísticas


Realidade / Decisão Ho Verdadeira Ho Falsa
Aceito Ho OK Erro Tipo II (β)
Rejeito Ho Erro Tipo I (α) OK
Fonte: BITTENCOURT, 2009 (adaptado)

O erro do tipo I ou nível de significância (α) é controlado pelo pesquisador. O


erro do tipo II (β) é geralmente esquecido. Por essa razão prefere-se uma rejeição
do que uma aceitação. No caso de uma rejeição ou tomamos a decisão correta ou
cometemos o erro com probabilidade α. Os valores de α mais utilizados são 5%, 1%
e eventualmente 10%.
O p-value, valor de p ou significância da estatística é o valor informado na
saída dos softwares estatísticos. Esse número é, portanto, uma probabilidade que
deve ser comparada ao nível de significância adotado.
Se p-value > nível de significância adotado, então se aceita Ho.
Se p-value < nível de significância adotado, então se rejeita Ho.
A conclusão experimental consiste em explicar com palavras simples o
resultado de um teste de hipóteses. Os testes mais usuais são: a) teste t de Student
para uma média, b) teste t de Student para comparação de duas médias (amostras
independentes), c) teste t de Student para comparação de duas médias (amostras
emparelhadas) e d) teste Qui-Quadrado (para variáveis organizadas na forma de
uma tabela cruzada) (BITTENCOURT, 2009).
No caso desta pesquisa, usaremos a opção c), também conhecida como
“Teste t para diferença entre médias aritméticas”, uma vez que, embora a medição
seja feita por instrumentos distintos (RTK e Estação Total), existe uma dependência
entre as duas medições: os pontos físicos locados são, teoricamente, os mesmos

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(latitude, longitude e altitude), sendo que o interesse é pela diferença de valores e


não pelo valor propriamente observado, além de também desconhecermos o desvio
padrão (se conhecêssemos, usaríamos o teste z).

3.6.2. Teste t Student para diferença entre médias aritméticas

Como disse LEVINE et. al. (2005), este teste é um procedimento para analisar
a diferença entre as médias aritméticas de dois grupos, quando os dados numéricos
selecionados são obtidos a partir de populações relacionadas, ou seja, quando os
resultados do primeiro grupo não são independentes dos resultados do segundo
grupo.
Esta peculiaridade de dependência dos dois grupos pode ocorrer devido ao
fato de os itens ou indivíduos serem colocados em pares, ou combinados, de acordo
com alguma característica, ou em decorrência de as medições repetidas serem
obtidas a partir de um mesmo conjunto de itens ou indivíduos. Em qualquer desses
dois casos, a variável de interesse representa a diferença entre os valores das
observações e não os valores das próprias observações (LEVINE et. al., 2005).
A primeira abordagem para o problema de amostras relacionadas
compreende a combinação ou colocação em pares de itens ou indivíduos de acordo
com alguma característica de interesse. Por exemplo, ao testar um produto sob duas
estratégias diferentes de propaganda e promoções, uma amostra de testes de
mercado pode ser combinada com base no tamanho da população de variáveis
socioeconômicas e demográficas. Controlando essas incógnitas, uma pessoa pode
medir os efeitos de duas diferentes campanhas de propaganda e promoções
(LEVINE et. al., 2005).
A segunda abordagem implica lançar mão de repetidas medições dos
mesmos itens. Com base na teoria de que os mesmos itens irão se comportar da
mesma maneira, caso sejam tratados da mesma forma, o objetivo da análise é
demonstrar que: quaisquer diferenças entre duas medidas dos mesmos itens ou
indivíduos resultam de diferentes condições de tratamento. Por exemplo, ao realizar
uma experiência relacionada a um teste de degustação, cada sujeito na amostra
pode ser utilizado sob seu próprio controle, de modo que sejam obtidas repetidas
medições em relação ao mesmo indivíduo (LEVINE et. al., 2005).
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63

Independentemente de serem utilizadas amostras combinadas (em pares) ou


medições replicadas, o objetivo é estudar as diferenças entre duas medições,
reduzindo o efeito da variabilidade decorrente dos próprios itens (LEVINE et. al.,
2005).
Para determinar se existem quaisquer diferenças entre dois grupos ligados,
as diferenças nos valores individuais em cada grupo são obtidas na forma da tabela
a seguir, segundo a equação 7. Para lê-la, faça com X11, X12, ..., X1n representem as
n observações de uma amostra. Também, faça com que X21, X22, ..., X2n
representem as n observações combinadas de uma segunda amostra, ou as n
medições repetidas correspondentes da amostra inicial. Depois, D1, D2, ..., Dn
representarão o conjunto referente de n resultados de diferenças, assim (LEVINE et.
al., 2005):

D1 = X11 – X21, D2= X12 – X22, ..., e Dn = X1n – X2n (7)

Para testar a hipótese nula de que não existe nenhuma diferença entre as
médias aritméticas de duas populações relacionadas (ou seja, a diferença na média
aritmética das populações, µD, é zero), conforme equação 8:

H0 : µD = 0 (onde µD = µ1 – µ2) (8)

Contra a hipótese alternativa de que as médias aritméticas não são iguais (ou
seja, a diferença nas médias aritméticas, µD, é diferente de zero), segundo a
equação 9:

H1 : µD ≠ 0 (9)

As fórmulas para a realização deste teste seguem nas equações 10, 11 e 12


abaixo:

t = (D – µD) / (sD / √n) (10)

D = ∑i=1 Di / n (11)
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sD = √(∑i=1(Di – D)2 / (n – 1)) (12)

Onde:
µD é a hipótese da diferença da média (geralmente igual a zero);
sD é a o desvio padrão das amostras coletadas;
Di é a diferença entre a amostra 1 pela amostra 2;
D é a média dos Di;
n é a quantidade de amostras.
Para um determinado nível de significância, a hipótese nula é rejeitada se a
estatística do teste t calculada for maior do que o valor crítico da cauda superior tn-1,
da distribuição t, ou se a estatística do teste t calculada for menor do que o valor
crítico da cauda inferior –tn-1, da distribuição t. Ou seja, a regra de decisão é:

Rejeitar H0 se t > tn-1 ou se t < -tn-1;


Caso contrário não rejeitar H0 (LEVINE et. al., 2005)

4. MATERIAIS E MÉTODOS

Neste capítulo é mostrado o estudo de caso feito para analisar o potencial do


uso do RTK em locação de estradas. Trata-se da comparação das coordenadas
Universal Transversa de Mercator (UTM) este e norte e da altitude ortométrica entre
os pontos obtidos a partir do projeto geométrico e locados com a Estação Total
(topografia convencional) e aqueles obtidos com o uso do RTK. Expõe-se a seguir a
área escolhida para o teste, os equipamentos utilizados, a forma de coleta dos
dados, o tratamento e a apresentação dos resultados obtidos.

4.1. Área teste

O local de estudo está situado na Fazenda Santa Maria, no distrito Caieiras


do município de Taubaté no Estado de São Paulo, sendo previamente delimitado por
uma poligonal de área aproximada de 13.425 m² . A área em questão está
delimitada na figura 14.
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A área foi escolhida pelos seguintes fatores:


a) Poucas obstruções (edificação mais próxima está a aproximadamente 700
metros da área estudada) e poucas árvores (bem espaçadas entre si) as
quais reduzem os erros de multicaminhamento nas observações com os
receptores GNSS;
b) Área aberta onde a possibilidade da recepção dos satélites da constelação
GNSS é maior;
c) Desnível ondulado, para que os pontos de projeto estivessem em altitudes
diferentes e fosse possível estudar o comportamento do erro altimétrico na
locação com RTK;
d) Vegetação baixa, o qual facilita a visualização das estacas cravadas e a
leitura do prisma para o operador da Estação Total.

Figura 14 – Área do estudo de caso,Taubaté - SP

Fonte: Google Earth, 2013

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66

4.2. Equipamentos

As observações realizadas em campo foram coletadas com dois tipos de


equipamentos: Estação Total TOPCON ES-105 e Receptor GNSS TOPCON HIPER-
V RTK, mostrados nas figuras 15 e 16. As especificações técnicas fornecidas pelos
fabricantes destes equipamentos são as seguintes:
- Estação Total Eletrônica TOPCON ES105: realiza medições em menos de 1
segundo, precisão linear de 2mm+2ppm, prumo a laser e precisão angular de 5";
- Receptor GNSS TOPCON HIPER-V RTK: Com 226 canais é capaz de rastrear os
sinais L1 CA, L1/L2 P-code, L2C (GPS), L1/L2 CA, L1/L2 P-code (GLONASS) e E1
(GALILEO). Tem integração total entre receptor, rádio e bateria removível. Em
levantamento estático o aparelho tem precisão horizontal de posicionamento de
3mm+0,5ppm (L1+L2), 3mm+0,8ppm (L1), a precisão vertical de 5mm+0,5ppm
(L1+L2) e 4mm+1ppm (L1). Em levantamento estático-rápido a precisão horizontal é
de 3mm+0,5ppm (L1+L2) e a vertical é 5mm+0,5ppm (L1+L2). Para levantamentos
cinemáticos a precisão horizontal é de 10mm+1ppm (L1+L2) e a vertical de 15mm+
1ppm (L1+L2) e por fim a precisão horizontal para RTK é de 10mm+1ppm (L1+L2) e
vertical de 15mm+1ppm (L1+L2) (SANTIGO & CINTRA, 2013).

Figura 15 – Receptor GNSS Topcon Hiper-V RTK

Fonte: SANTIAGO & CINTRA, 2013

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Figura 16 – Estação Total Topcon ES 105

Fonte: MUNDIAL TOPOGRAFIA, 2012

4.3. Metodologia

4.3.1. Levantamento Topográfico

Foram materializados dois marcos em formato tronco-piramidal os quais


definiram a linha base para o trabalho de levantamento topográfico com o uso da
Estação Total. Estes dois marcos (MARCO-0 e MARCO-1) tiveram suas
coordenadas obtidas a partir de um outro marco (MARCO-BASE) já instalado na
propriedade, cujas coordenadas eram conhecidas. Este transporte de coordenadas
foi realizado com o Receptor GNSS. O processamento destas medições foi realizado
a partir do software Topcon Tools 7.5. A tabela 8 informa as coordenadas dos três
pontos em questão em SIRGAS2000.

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68

Tabela 8 – Coordenadas dos pontos


Nome Norte (m) Oeste (m) Alt. Ortométrica (m)
MARCO−0 7444298,125 460402,541 683,152
MARCO−1 7444441,185 460327,808 677,387
MARCO−BASE 7444781,660 460226,838 676,665
Fonte: Do autor, 2013

O MARCO-BASE fica a 764,195m do MARCO-0 e 850,031m do MARCO-1, e


a distância entre estes dois últimos é de 161,404m, conforme figura 17.

Figura 17 – Posição dos marcos

Fonte: Do autor, 2013

A partir do MARCO-0 e do MARCO-1 foi realizado o levantamento topográfico


planialtimétrico, com a Estação Total Topcon ES-105. A metodologia empregada
neste levantamento foi a irradiação a partir de um único ponto (MARCO-1) tendo
como referência de azimute o MARCO-0, conforme figura 18.

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69

Figura 18 – Tripé da Estação Total sobre o MARCO-1

Fonte: Do autor, 2013

Foram coletados 148 pontos do terreno natural, desprezando-se outros


elementos como árvores e trilhas de pastagem. Estes pontos foram distribuídos na
área afim de representar o mais fielmente possível o comportamento do seu relevo
para que o MDT fosse gerado com maior precisão. A leitura de um destes pontos
pode ser vista na figura 19.

69
70

Figura 19 – Levantamento planialtimétrico

Fonte: Do autor, 2013

4.3.2. Processamento do Levantamento Topográfico

Os dados coletados na Estação Total foram processados com o software de


automação topográfica TOPOEVN. A tabela 9 apresenta a caderneta resumida de
campo.

Tabela 9 – Caderneta de campo


(continua)
Altura do Instrumento = 1,33m
Altura do Prisma = 1,60m
Distância
Ponto Ângulo Ângulo
Estação Descrição Inclinada
Visado Horizontal Zenital
(m)
MARCO1 MARCO0 Re 359º59'59" 161,593 272º12'36"
MARCO1 P001 COTA 354º44'59" 133,182 270º50'39"
MARCO1 P002 COTA 355º49'02" 133,413 270º53'52"
MARCO1 P003 COTA 355º26'47" 122,573 270º37'11"
MARCO1 P004 COTA 356º38'33" 122,898 270º40'50"

(continuação)
70
71

Altura do Instrumento = 1,33m


Altura do Prisma = 1,60m
Distância
Ponto Ângulo Ângulo
Estação Descrição Inclinada
Visado Horizontal Zenital
(m)
MARCO1 P005 COTA 355º39'54" 112,111 270º30'12"
MARCO1 P006 COTA 356º54'49" 111,97 270º34'21"
MARCO1 P007 COTA 355º47'38" 100,745 270º15'38"
MARCO1 P008 COTA 356º52'42" 100,527 270º20'21"
MARCO1 P009 COTA 354º57'04" 89,183 270º05'50"
MARCO1 P010 COTA 356º30'38" 89,132 270º13'25"
MARCO1 P011 COTA 354º33'10" 78,118 269º54'42"
MARCO1 P012 COTA 355º51'12" 78,424 270º09'35"
MARCO1 P013 COTA 353º50'34" 67,083 269º43'45"
MARCO1 P014 COTA 356º07'15" 67,493 269º44'23"
MARCO1 P015 COTA 354º28'03" 55,782 269º09'59"
MARCO1 P016 COTA 356º51'45" 56,216 269º17'58"
MARCO1 P017 COTA 354º20'51" 44,262 268º36'36"
MARCO1 P018 COTA 357º57'45" 44,674 268º41'02"
MARCO1 P019 COTA 352º25'14" 32,581 267º40'17"
MARCO1 P020 COTA 357º01'54" 32,935 267º52'35"
MARCO1 P021 COTA 346º36'20" 20,988 265º36'28"
MARCO1 P022 COTA 356º17'45" 20,343 265º43'20"
MARCO1 P023 COTA 338º29'53" 8,838 257º42'21"
MARCO1 P024 COTA 324º42'00" 10,362 258º59'15"
MARCO1 P025 COTA 220º43'16" 7,083 253º37'02"
MARCO1 P026 COTA 239º25'10" 8,732 255º54'02"
MARCO1 P027 COTA 210º39'05" 20,69 263º06'43"
MARCO1 P028 COTA 199º07'49" 19,195 263º28'48"
MARCO1 P029 COTA 201º34'44" 34,023 265º11'58"
MARCO1 P030 COTA 195º20'33" 32,937 265º23'48"

71
72

(continuação)
Altura do Instrumento = 1,33m
Altura do Prisma = 1,60m
Distância
Ponto Ângulo Ângulo
Estação Descrição Inclinada
Visado Horizontal Zenital
(m)
MARCO1 P031 COTA 195º16'52" 45,984 266º45'36"
MARCO1 P032 COTA 200º11'16" 46,538 266º29'41"
MARCO1 P033 COTA 196º39'05" 56,833 267º10'28"
MARCO1 P034 COTA 201º12'21" 56,683 266º46'50"
MARCO1 P035 COTA 190º12'36" 51,114 268º45'17"
MARCO1 P036 COTA 187º44'28" 51,408 269º31'40"
MARCO1 P037 COTA 184º57'13" 40,972 269º21'23"
MARCO1 P038 COTA 187º45'55" 40,564 268º30'25"
MARCO1 P039 COTA 180º34'11" 28,968 269º25'33"
MARCO1 P040 COTA 184º25'17" 28,444 268º25'11"
MARCO1 P041 COTA 190º18'12" 27,124 267º05'04"
MARCO1 P042 COTA 194º14'48" 24,071 265º04'37"
MARCO1 P043 COTA 193º25'56" 13,927 266º09'20"
MARCO1 P044 COTA 182º23'02" 14,464 269º04'27"
MARCO1 P045 COTA 175º28'59" 14,563 269º27'46"
MARCO1 P046 COTA 161º04'18" 3,541 271º21'11"
MARCO1 P047 COTA 205º59'53" 4,788 266º58'56"
MARCO1 P048 COTA 1º19'32" 10,536 272º30'20"
MARCO1 P049 COTA 19º21'28" 11,025 274º51'54"
MARCO1 P050 COTA 5º25'37" 21,029 272º29'14"
MARCO1 P051 COTA 18º07'15" 22,173 275º11'59"
MARCO1 P052 COTA 3º15'13" 32,606 272º28'17"
MARCO1 P053 COTA 9º17'00" 33,615 273º44'43"
MARCO1 P054 COTA 1º44'39" 44,871 272º08'41"
MARCO1 P055 COTA 4º47'14" 45,108 272º40'30"
(continuação)
72
73

Altura do Instrumento = 1,33m


Altura do Prisma = 1,60m
Distância
Ponto Ângulo Ângulo
Estação Descrição Inclinada
Visado Horizontal Zenital
(m)
MARCO1 P056 COTA 3º23'07" 56,193 272º45'33"
MARCO1 P057 COTA 0º30'07" 55,521 272º11'17"
MARCO1 P058 COTA 358º48'59" 67,227 272º03'08"
MARCO1 P059 COTA 1º54'42" 68,654 272º48'27"
MARCO1 P060 COTA 358º29'12" 80,853 272º10'18"
MARCO1 P061 COTA 0º52'55" 81,209 272º39'35"
MARCO1 P062 COTA 359º17'59" 94,125 272º09'51"
MARCO1 P063 COTA 0º29'53" 93,57 272º17'17"
MARCO1 P064 COTA 359º21'11" 106,373 272º07'45"
MARCO1 P065 COTA 0º25'22" 105,959 272º08'44"
MARCO1 P066 COTA 359º12'12" 117,245 272º09'13"
MARCO1 P067 COTA 0º04'54" 117,047 272º08'50"
MARCO1 P068 COTA 358º18'08" 129,926 272º12'33"
MARCO1 P069 COTA 359º19'17" 129,649 272º22'34"
MARCO1 P070 COTA 358º24'48" 138,731 272º09'08"
MARCO1 P071 COTA 356º42'16" 139,003 271º47'37"
MARCO1 P072 COTA 358º39'54" 150,811 271º55'01"
MARCO1 P073 COTA 0º06'34" 160,605 272º11'07"
MARCO1 P074 COTA 358º39'22" 158,366 271º48'58"
MARCO1 P075 COTA 1º25'37" 159,609 272º40'14"
MARCO1 P076 COTA 2º40'26" 158,449 273º02'47"
MARCO1 P077 COTA 5º33'18" 155,635 273º55'23"
MARCO1 P078 COTA 4º11'19" 159,563 273º31'32"
MARCO1 P079 COTA 6º58'50" 152,957 274º29'32"
MARCO1 P080 COTA 5º51'25" 144,622 274º09'29"
MARCO1 P081 COTA 7º31'21" 146,96 274º44'09"

73
74

(continuação)
Altura do Instrumento = 1,33m
Altura do Prisma = 1,60m
Distância
Ponto Ângulo Ângulo
Estação Descrição Inclinada
Visado Horizontal Zenital
(m)
MARCO1 P082 COTA 2º48'46" 143,869 273º14'48"
MARCO1 P083 COTA 4º38'02" 144,513 273º47'41"
MARCO1 P084 COTA 359º40'27" 144,078 272º22'47"
MARCO1 P085 COTA 1º26'24" 144,33 272º51'20"
MARCO1 P086 COTA 358º20'38" 142,983 271º58'50"
MARCO1 P087 COTA 0º12'14" 130,139 272º43'49"
MARCO1 P088 COTA 358º21'21" 129,957 272º08'23"
MARCO1 P089 COTA 3º48'25" 130,115 273º41'01"
MARCO1 P090 COTA 1º45'52" 130,358 273º08'47"
MARCO1 P091 COTA 7º08'03" 130,553 274º42'26"
MARCO1 P092 COTA 5º22'41" 130,223 274º10'02"
MARCO1 P093 COTA 8º41'53" 117,165 275º20'37"
MARCO1 P094 COTA 7º04'33" 116,874 274º39'53"
MARCO1 P095 COTA 5º25'21" 116,623 274º07'47"
MARCO1 P096 COTA 3º26'08" 115,587 273º21'34"
MARCO1 P097 COTA 1º43'43" 115,898 272º48'03"
MARCO1 P098 COTA 359º26'19" 114,448 272º01'30"
MARCO1 P099 COTA 359º19'43" 100,412 272º07'15"
MARCO1 P100 COTA 2º10'08" 101,535 273º06'00"
MARCO1 P101 COTA 6º16'29" 101,856 274º44'52"
MARCO1 P102 COTA 4º04'34" 101,401 273º45'57"
MARCO1 P103 COTA 8º13'19" 103,561 275º28'47"
MARCO1 P104 COTA 9º24'22" 90,942 276º18'58"
MARCO1 P105 COTA 7º08'25" 90,112 275º07'38"
MARCO1 P106 COTA 4º58'14" 89,464 274º16'48"

74
75

(continuação)
Altura do Instrumento = 1,33m
Altura do Prisma = 1,60m
Distância
Ponto Ângulo Ângulo
Estação Descrição Inclinada
Visado Horizontal Zenital
(m)
MARCO1 P107 COTA 2º53'52" 88,303 273º26'40"
MARCO1 P108 COTA 6º50'22" 77,28 274º59'39"
MARCO1 P109 COTA 3º41'08" 76,269 273º51'40"
MARCO1 P110 COTA 9º24'50" 65,37 275º43'42"
MARCO1 P111 COTA 9º33'05" 78,17 276º18'51"
MARCO1 P112 COTA 12º48'19" 64,909 277º13'12"
MARCO1 P113 COTA 15º33'38" 67,725 278º27'08"
MARCO1 P114 COTA 17º32'20" 54,144 278º42'40"
MARCO1 P115 COTA 20º01'34" 56,958 280º10'41"
MARCO1 P116 COTA 17º33'49" 54,176 278º43'35"
MARCO1 P117 COTA 9º25'22" 65,667 275º52'03"
MARCO1 P118 COTA 15º40'48" 51,026 277º24'03"
MARCO1 P119 COTA 6º45'25" 62,993 274º33'49"
MARCO1 P120 COTA 12º32'17" 47,69 275º43'55"
MARCO1 P121 COTA 17º01'49" 49,638 277º54'37"
MARCO1 P122 COTA 7º45'41" 45,796 273º54'07"
MARCO1 P123 COTA 20º51'18" 51,26 279º44'03"
MARCO1 P124 COTA 15º12'02" 34,349 275º45'54"
MARCO1 P125 COTA 29º14'11" 40,844 281º40'21"
MARCO1 P126 COTA 22º09'43" 35,843 278º00'52"
MARCO1 P127 COTA 45º48'04" 31,65 284º47'03"
MARCO1 P128 COTA 33º30'05" 26,967 280º24'30"
MARCO1 P129 COTA 27º00'17" 23,874 278º20'05"
MARCO1 P130 COTA 59º18'49" 19,377 285º46'59"
MARCO1 P131 COTA 52º27'55" 16,266 284º06'42"
(conclusão)
75
76

Altura do Instrumento = 1,33m


Altura do Prisma = 1,60m
Distância
Ponto Ângulo Ângulo
Estação Descrição Inclinada
Visado Horizontal Zenital
(m)
MARCO1 P132 COTA 43º26'12" 12,506 281º47'08"
MARCO1 P133 COTA 55º05'57" 24,167 285º43'53"
MARCO1 P134 COTA 132º42'01" 10,098 280º58'37"
MARCO1 P135 COTA 120º33'52" 15,217 283º35'17"
MARCO1 P136 COTA 99º42'14" 21,495 288º04'29"
MARCO1 P137 COTA 118º35'49" 19,11 285º30'16"
MARCO1 P138 COTA 141º16'26" 25,76 284º27'23"
MARCO1 P139 COTA 152º43'15" 23,726 281º16'33"
MARCO1 P140 COTA 161º17'04" 31,493 279º06'14"
MARCO1 P141 COTA 166º32'15" 19,611 274º00'11"
MARCO1 P142 COTA 172º37'16" 40,35 275º58'44"
MARCO1 P143 COTA 180º50'47" 18,662 269º19'25"
MARCO1 P144 COTA 177º37'53" 54,093 274º06'23"
MARCO1 P145 COTA 184º22'04" 33,806 268º55'27"
MARCO1 P146 COTA 183º56'07" 58,604 271º07'50"
MARCO1 P147 COTA 176º03'14" 33,255 272º28'10"
MARCO1 P148 COTA 184º05'15" 47,408 271º05'34"
MARCO1 P146 COTA 183º56'07" 58,604 271º07'50"
MARCO1 P147 COTA 176º03'14" 33,255 272º28'10"
MARCO1 P148 COTA 184º05'15" 47,408 271º05'34"
Fonte: Do autor, 2013

As observações da tabela 10 foram processadas e as coordenadas UTM de


cada um dos pontos foram calculadas no sistema de referência SIRGAS2000. A
Tabela 10 mostra as coordenadas de todos os pontos levantados em campo.

76
77

Tabela 10 – Coordenadas calculadas


(Continua)
Alt.
Coordenada este Coordenada norte
Ponto Visado Ortométrica
(m) (m)
(m)
P001 460400,0083 7444329,2891 679,079
P002 460398,0317 7444327,7686 679,207
P003 460393,0032 7444337,3969 678,443
P004 460390,9888 7444335,7812 678,577
P005 460387,0772 7444346,0268 678,102
P006 460384,9169 7444344,8803 678,236
P007 460380,8774 7444355,5521 677,575
P008 460379,1355 7444354,7512 677,712
P009 460375,8972 7444366,0783 677,268
P010 460373,8088 7444364,8416 677,465
P011 460370,3871 7444375,6913 676,997
P012 460369,0504 7444374,4816 677,336
P013 460365,0661 7444385,4009 676,800
P014 460363,0333 7444383,6143 676,810
P015 460358,2790 7444394,4679 676,305
P016 460356,5227 7444392,8608 676,430
P017 460352,0592 7444404,1735 676,043
P018 460349,8815 7444402,3588 676,091
P019 460346,5552 7444414,5709 675,793
P020 460344,5370 7444412,8413 675,897
P021 460341,5304 7444425,3859 675,510
P022 460338,3428 7444423,8486 675,600
P023 460334,3334 7444435,5293 675,235
P024 460336,8610 7444436,5487 675,138
P025 460329,3527 7444447,8025 675,119
P026 460332,2755 7444448,3797 674,990
P027 460328,9080 7444461,6962 674,636

77
78

(continuação)
Alt.
Coordenada este Coordenada norte
Ponto Visado Ortométrica
(m) (m)
(m)
P028 460325,0051 7444460,0488 674,937
P029 460324,2625 7444474,9027 674,270
P030 460320,8481 7444473,2696 674,474
P031 460318,0272 7444486,0416 674,518
P032 460321,8302 7444487,2497 674,272
P033 460317,0448 7444496,9191 674,315
P034 460321,5233 7444497,4285 673,934
P035 460312,5506 7444489,9560 676,006
P036 460310,3605 7444489,5399 676,693
P037 460312,0451 7444479,0007 676,657
P038 460314,0612 7444479,3340 676,060
P039 460314,6521 7444466,9916 676,827
P040 460316,6251 7444467,3267 676,333
P041 460319,7622 7444467,0515 675,737
P042 460322,2766 7444464,5206 675,051
P043 460324,4112 7444454,6591 676,183
P044 460321,6508 7444454,2709 676,883
P045 460320,0699 7444453,5213 676,980
P046 460325,2397 7444443,6213 677,201
P047 460327,6759 7444445,9646 676,865
P048 460332,4645 7444431,7451 677,578
P049 460329,3794 7444430,3127 678,052
P050 460335,7308 7444421,7269 678,030
P051 460331,4377 7444419,4036 679,126
P052 460341,2279 7444411,5020 678,523
P053 460338,3394 7444409,3379 679,313
P054 460347,3500 7444400,8278 678,796

78
79

(continuação)
Alt.
Coordenada este Coordenada norte
Ponto Visado Ortométrica
(m) (m)
(m)
P055 460345,2650 7444399,6453 679,222
P056 460350,8129 7444389,9882 679,822
P057 460353,0644 7444391,7866 679,237
P058 460360,1384 7444382,2917 679,524
P059 460357,5123 7444379,3811 680,480
P060 460367,0953 7444370,5852 680,181
P061 460364,2571 7444368,7132 680,885
P062 460372,3736 7444358,3551 680,671
P063 460370,3755 7444357,9420 680,853
P064 460378,0867 7444347,5279 681,069
P065 460376,1401 7444346,9747 681,084
P066 460383,4942 7444338,1024 681,523
P067 460381,8163 7444337,4360 681,502
P068 460391,3036 7444327,9420 682,125
P069 460389,1411 7444327,0876 682,492
P070 460395,3746 7444320,1317 682,327
P071 460399,1094 7444321,9415 681,468
P072 460400,6899 7444309,2504 682,162
P073 460401,8442 7444298,7943 683,241
P074 460404,3669 7444302,6449 682,136
P075 460398,0867 7444298,0744 684,554
P076 460394,4459 7444297,6769 685,538
P077 460386,0403 7444297,2480 687,765
P078 460391,0405 7444295,0148 686,929
P079 460381,4621 7444298,4490 689,097
P080 460381,1986 7444307,1887 687,603
P081 460378,0418 7444303,6110 689,250

79
80

(continuação)
Alt.
Coordenada este Coordenada norte
Ponto Visado Ortométrica
(m) (m)
(m)
P082 460387,9865 7444310,7609 685,265
P083 460384,0289 7444308,4004 686,681
P084 460395,1849 7444313,9725 683,099
P085 460391,3197 7444311,7798 684,307
P086 460397,6042 7444316,4925 682,059
P087 460387,5852 7444325,7535 683,316
P088 460391,2157 7444327,8503 681,969
P089 460380,1544 7444322,3579 685,476
P090 460384,4936 7444324,0152 684,272
P091 460373,2627 7444319,2704 687,831
P092 460376,8890 7444320,9372 686,580
P093 460365,5633 7444330,8079 688,028
P094 460368,6137 7444332,0791 686,622
P095 460371,6818 7444333,4563 685,516
P096 460375,0094 7444335,8925 683,890
P097 460378,2867 7444337,0112 682,780
P098 460381,7565 7444340,3309 681,161
P099 460375,3071 7444352,7961 680,833
P100 460371,3166 7444349,6088 682,608
P101 460364,6918 7444346,6168 685,548
P102 460368,1633 7444348,3988 683,777
P103 460361,9814 7444343,9263 687,006
P104 460356,0033 7444355,3050 687,122
P105 460359,1536 7444357,0853 685,170
P106 460362,1087 7444358,8279 683,794
P107 460364,6177 7444361,0956 682,422
P108 460355,0739 7444369,1884 683,845

80
81

(continuação)
Alt.
Coordenada este Coordenada norte
Ponto Visado Ortométrica
(m) (m)
(m)
P109 460358,6329 7444371,6119 682,253
P110 460348,0886 7444379,3840 683,642
P111 460351,8564 7444367,3046 685,714
P112 460344,2316 7444378,9203 685,275
P113 460341,7600 7444375,6646 687,072
P114 460337,1409 7444388,4856 685,317
P115 460335,1794 7444385,6100 687,182
P116 460337,1233 7444388,4526 685,336
P117 460348,1661 7444379,1154 683,830
P118 460338,2436 7444391,6719 683,690
P119 460350,1317 7444382,4938 682,129
P120 460340,1243 7444395,3596 681,880
P121 460336,8111 7444392,8506 683,948
P122 460343,3001 7444398,2018 680,233
P123 460333,7258 7444391,0108 685,784
P124 460335,1356 7444407,8045 680,567
P125 460326,6530 7444401,2024 685,380
P126 460331,1603 7444405,8508 682,114
P127 460318,2400 7444412,1170 685,193
P128 460325,0725 7444414,8031 681,989
P129 460328,0459 7444417,5644 680,578
P130 460318,0009 7444425,3258 682,387
P131 460321,1702 7444426,8744 681,083
P132 460324,4633 7444429,4083 679,671
P133 460317,0606 7444420,5548 683,669
P134 460318,2379 7444443,7705 679,040
P135 460313,0369 7444441,9547 680,692

81
82

(conclusão)
Alt.
Coordenada este Coordenada norte
Ponto Visado Ortométrica
(m) (m)
(m)
P136 460308,3604 7444434,9119 683,786
P137 460309,3963 7444441,5113 682,225
P138 460304,9660 7444451,2082 683,548
P139 460308,7804 7444454,5772 681,756
P140 460305,3274 7444462,6700 682,100
P141 460314,9620 7444455,9396 678,486
P142 460304,8127 7444474,0738 681,320
P143 460319,4131 7444457,8508 676,897
P144 460300,8715 7444487,9340 680,991
P145 460314,4852 7444472,2485 676,482
P146 460304,3070 7444494,8581 678,273
P147 460310,4347 7444469,5048 678,550
P148 460308,9120 7444484,6550 678,021
Fonte: Do autor, 2013

A figura 20 mostra a representação gráfica dos pontos irradiados.

82
83

Figura 20 – Pontos irradiados

Fonte: Do autor, 2013

Ainda com o uso do software TOPOEVN, foi gerada uma malha triangular
(triangulação Delaunay) para a construção de um MDT. A partir deste MDT foram
construídas as curvas de nível cuja equidistância foi de 1 metro. A figura 21 mostra a
sequência.

83
84

Figura 21 – Sequência da geração do MDT graficamente

a) pontos cotados, b) triangulação de Delauney, c) curvas de nível e d) sobreposição dos itens a,b e c
Fonte: Do autor, 2013

84
85

4.3.3. Projeto da Rodovia

Tendo o MDT como base, foi feito o projeto geométrico de uma estrada, com
auxílio do software TOPOEVN, atendendo as recomendações do DNIT, e com as
seguintes características técnicas:
• Classe funcional: Sistema local; é uma rodovia curta, para atender ao tráfego
intra-municipal da área rural (fazenda) a um Sistema Coletor Secundário que
dará acesso ao centro da cidade;
• Classe de projeto: Classe IV-B (VDM inferior a 50 veículos no ano de
abertura);
• Leito carroçável com duas faixas de sentidos de tráfego opostos (mão dupla),
sendo cada uma com 4 metros, além de canaletas para drenagem nos bordos
com largura de 0,5 metros, totalizando uma largura de plataforma de 9
metros;
• Terreno tipo ondulado: a área de estudo possui caimentos consideráveis que
obrigam a diminuição da velocidade, mas por pouco período de tempo;
• Os taludes de corte projetados possuem a inclinação de 1H:1V e os taludes
de aterro 1,5H:1V;
• Velocidade diretriz adotada: 60 km/h;
• Veículo de projeto: tipo caminhão e ônibus convencionais (CO), tendo largura
total de 2,6m, comprimento total de 9,1m, raio mínimo da roda externa igual a
12,8m e raio mínimo da roda interna traseira igual a 7,1m;
• Distância de visibilidade de parada d = 0,7 * 60 + 60² / [255 (0,33 + 0,044) =
79,75 m  d = 80m;
• Distância de visibilidade de ultrapassagem = 420 m;
• Distância de visibilidade para tomada de decisão (simples) = 95 m;
• Distância de visibilidade para domada de decisão (desvio de obstáculos) =
175 m;
• Inclinação transversal da pista = 2%;
• Raio de curvatura mínimo Rmin = 60² / [127*(0,02 + 0,15)] = 166,74 m;
• Raio de curvatura adotado = 250 m;
• Desenvolvimento da curva (D) = 64,118 m;

85
86

• Comprimento total da rodovia (L) = 176,539 m;


• Ponto inicial da curva (PC) = Est. 0+17,379 m;
• Ponto final da curva (PT) = Est. 4+1,497 m
• Rampa máxima recomendada = 8%;
• Rampa máxima adotada = 6,257%;
• Comprimento da curva vertical = 100 m;
• Parâmetro K mínimo = 15;
• Parâmetro K adotado = 27,208
O software TOPOEVN gerou os desenhos de planta, perfil longitudinal e
seções transversais da rodovia. A etapa de acabamento dos desenhos foi feita no
software AutoCad. A planta da rodovia, sem escala, pode ser vista na figura 22. Este
desenho e os demais estão disponíveis no apêndice A.

86
87

Figura 22 – Planta da rodovia projetada em curva simples (sem escala)

Fonte: Do autor, 2013

87
88

O método empregado na locação com Estação Total foi o de deflexão sobre


as tangentes. Para tanto foram calculados o grau de curva G para cordas de 2,621
m, 10 m e 1,497 m, através da equação 5 apresentada no item 2.5.3. Locação do
projeto geométrico, cujos resultados foram:
G2,621=0°36'2,49"
G10=2°17'31,14"
G1,497=0°20'35,12"
Com isso as deflexões foram calculadas, e os resultados estão apresentados
na tabela 11.

Tabela 11 – Cálculo das deflexões


Deflexão
Estaca Corda (m)
Simples Acumulada

0+17,397 (PC) - - -

1+0,000 2,621 0°18'1,25" 0°18'1,25"

1+10,000 10,000 1°8'45,57" 1°26'46,82"

2+0,000 10,000 1°8'45,57" 2°35'32,39"

2+0,000 10,000 1°8'45,57" 3°44'17,96"

3+0,000 10,000 1°8'45,57" 4°53'3,53"

3+10,000 10,000 1°8'45,57" 6°1'49,1"

4+0,000 10,000 1°8'45,57" 7°10'34,67"

4+1,497 (PT) 1,497 0°10'17,56" 7°20'52,23"

Fonte: Do autor, 2013

A tabela 12 mostra as coordenadas e altitude ortométrica dos pontos das


seções transversais do projeto.

88
89

Tabela 12 – Pontos locados levantados com Estação Total


(continua)
Coordenada Coordenada Alt. Ort.
Ponto Estaca (m) Tipo
este (m) norte (m) (m)
Crista do Talude
6 0+17,379 460323,6756 7444471,1847 674,539
Esquerdo
Pé do Talude
7 0+17,379 460320,6257 7444470,4853 676,625
Esquerdo
8 0+17,379 460316,2395 7444469,4794 677,125 Eixo
Crista do Talude
9 0+17,379 460311,8534 7444468,4735 676,625
Direito
Pé do Talude
10 0+17,379 460309,0623 7444467,8335 679,488
Direito
Crista do Talude
16 2+0,000 460329,1982 7444449,9485 675,361
Esquerdo
Pé do Talude
17 2+0,000 460326,5632 7444449,0873 677,209
Esquerdo
18 2+0,000 460322,2862 7444447,6893 677,709 Eixo
Crista do Talude
19 2+0,000 460318,0086 7444446,2911 677,209
Direito
Pé do Talude
20 2+0,000 460315,8483 7444445,5849 679,482
Direito
Crista do Talude
21 3+0,000 460334,6514 7444431,2041 676,898
Esquerdo
Pé do Talude
22 3+0,000 460333,4049 7444430,6830 677,799
Esquerdo
23 3+0,000 460329,2530 7444428,9476 678,299 Eixo
Crista do Talude
24 3+0,000 460325,1011 7444427,2122 677,799
Direito
Pé do Talude
25 3+0,000 460322,2320 7444426,0129 680,909
Direito
Crista do Talude
31 4+1,497 460346,0346 7444413,4949 675,842
Esquerdo

89
90

(conclusão)
Coordenada Coordenada Alt. Ort.
Ponto Estaca (m) Tipo
este (m) norte (m) (m)
Pé do Talude
32 4+1,497 460342,3730 7444411,5797 678,597
Esquerdo
33 4+1,497 460338,3855 7444409,4941 679,097 Eixo
Crista do Talude
34 4+1,497 460334,3980 7444407,4085 678,597
Direito
Pé do Talude
35 4+1,497 460331,3064 7444405,7915 682,086
Direito
Fonte: Do autor, 2013

As estacas locadas foram 0+17,379m (início da curva, PC), 2+0,000m,


3+0,000m e 4+1,497m (final da curva, PT). A locação foi realizada com a Estação
Total para os 5 pontos da seção de cada estaca e sobre cada ponto foram cravadas
estacas de madeira. Na figura 23 é possível visualizar as estacas de madeira
cravadas no terreno (destacadas em vermelho), representando os pontos de uma
seção transversal.

90
91

Figura 23 – Estacas cravadas no terreno, representando uma seção transversal da rodovia

Fonte: Do autor, 2013

O RTK foi posicionado em cada um destes pontos e foram levantadas as


coordenadas e a altitude ortométrica, conforme figura 24, e resultando nos valores
apresentados na tabela 13.

91
92

Figura 24 – Operador estacionando baliza, com receptor RTK, na estaca e fazendo leitura das
coordenadas UTM na coletora de dados

Fonte: Do autor, 2013

Tabela 13 – Pontos locados levantados pelo RTK


(continua)
Alt. Ortométrica
Ponto Estaca (m) Coordenada este (m) Coordenada norte (m)
(m)
6 0+17,379 460323,676 7444471,150 674,285
7 0+17,379 460320,629 7444470,403 674,845
8 0+17,379 460316,269 7444469,470 676,062
9 0+17,379 460311,890 7444468,447 677,949

92
93

(conclusão)
Alt. Ortométrica
Ponto Estaca (m) Coordenada este (m) Coordenada norte (m)
(m)
10 0+17,379 460309,051 7444467,798 679,688
16 2+0,000 460329,159 7444449,854 674,909
17 2+0,000 460326,547 7444449,054 676,390
18 2+0,000 460322,299 7444447,724 677,153
19 2+0,000 460318,117 7444446,247 678,532
20 2+0,000 460315,887 7444445,610 679,340
21 3+0,000 460334,583 7444431,287 675,317
22 3+0,000 460333,356 7444430,712 677,237
23 3+0,000 460329,241 7444428,970 678,135
24 3+0,000 460325,161 7444427,419 679,517
25 3+0,000 460322,235 7444425,988 680,770
31 4+1,497 460346,002 7444413,525 675,676
32 4+1,497 460342,375 7444411,619 677,932
33 4+1,497 460338,387 7444409,521 679,228
34 4+1,497 460334,407 7444407,575 680,638
35 4+1,497 460331,290 7444405,823 682,049
Fonte: Do autor, 2013

5. RESULTADOS OBTIDOS E DISCUSSÃO

Na tabela 14 são mostrados os valores obtidos para as coordenadas norte e


este e para a altitude ortométrica com o RTK e com a Estação Total.

Tabela 14: Comparação RTK x Estação Total

93
94

(continua)
Coordenada Coordenada Coordenada Coordenada
Estaca Alt. ortométrica Alt. ortométrica
1 este (m) - este (m) - norte (m) - norte (m) - Tipo
(m) (m) EstaçãoTotal (m) RTK
Estação Total RTK Estação Total RTK
Crista do Talude
6 0+17,379 460323,676 460323,676 7444471,185 7444471,150 678,236 674,285
Esquerdo
Pé do Talude
7 0+17,379 460320,626 460320,629 7444470,485 7444470,403 677,575 674,845
Esquerdo
8 0+17,379 460316,240 460316,269 7444469,479 7444469,470 677,712 676,062 Eixo
Crista do Talude
9 0+17,379 460311,853 460311,890 7444468,474 7444468,447 677,268 677,949
Direito
Pé do Talude
10 0+17,379 460309,062 460309,051 7444467,834 7444467,798 677,465 679,688
Direito
Crista do Talude
16 2+0,000 460329,198 460329,159 7444449,949 7444449,854 676,430 674,909
Esquerdo
Pé do Talude
17 2+0,000 460326,563 460326,547 7444449,087 7444449,054 676,043 676,390
Esquerdo
18 2+0,000 460322,286 460322,299 7444447,689 7444447,724 676,091 677,153 Eixo
Crista do Talude
19 2+0,000 460318,009 460318,117 7444446,291 7444446,247 675,793 678,532
Direito
Pé do Talude
20 2+0,000 460315,848 460315,887 7444445,585 7444445,610 675,897 679,340
Direito

94
95

(conclusão)
Coordenada Coordenada Coordenada Coordenada
Estaca Alt. ortométrica Alt. ortométrica
Ponto este (m) - este (m) - norte (m) - norte (m) - Tipo
(m) (m) EstaçãoTotal (m) RTK
Estação Total RTK Estação Total RTK
Crista do Talude
21 3+0,000 460334,651 460334,583 7444431,204 7444431,287 675,510 675,317
Esquerdo
Pé do Talude
22 3+0,000 460333,405 460333,356 7444430,683 7444430,712 675,600 677,237
Esquerdo
23 3+0,000 460329,253 460329,241 7444428,948 7444428,970 675,235 678,135 Eixo
Crista do Talude
24 3+0,000 460325,101 460325,161 7444427,212 7444427,419 675,138 679,517
Direito
Pé do Talude
25 3+0,000 460322,232 460322,235 7444426,013 7444425,988 675,119 680,770
Direito
Crista do Talude
31 4+1,497 460346,035 460346,002 7444413,495 7444413,525 674,518 675,676
Esquerdo
Pé do Talude
32 4+1,497 460342,373 460342,375 7444411,580 7444411,619 674,272 677,932
Esquerdo
33 4+1,497 460338,386 460338,387 7444409,494 7444409,521 674,315 679,228 Eixo
Crista do Talude
34 4+1,497 460334,398 460334,407 7444407,409 7444407,575 673,934 680,638
Direito
Pé do Talude
35 4+1,497 460331,306 460331,290 7444405,792 7444405,823 676,006 682,049
Direito
Fonte: Do autor, 2013

95
96

É importante salientar que a cota obtida pelo RTK foi comparada com a cota do
terreno natural e não com a cota do projeto, uma vez que esta só pode ser
determinada após a construção da rodovia. A tabela 15 apresenta as diferenças
entre os pontos levantados locados pelos dois aparelhos.

Tabela 15: Diferenças entre pontos


∆este ∆norte ∆Alt.ort.
Ponto Estaca (m)
(m) (m) (m)
6 0+17,379 0,000 0,035 3,952
7 0+17,379 -0,003 0,082 2,730
8 0+17,379 -0,029 0,009 1,650
9 0+17,379 -0,037 0,027 -0,681
10 0+17,379 0,011 0,036 -2,222
16 2+0,000 0,040 0,095 1,521
17 2+0,000 0,017 0,034 -0,347
18 2+0,000 -0,013 -0,034 -1,061
19 2+0,000 -0,108 0,044 -2,739
20 2+0,000 -0,039 -0,025 -3,443
21 3+0,000 0,068 -0,082 0,193
22 3+0,000 0,049 -0,029 -1,636
23 3+0,000 0,012 -0,022 -2,900
24 3+0,000 -0,060 -0,206 -4,378
25 3+0,000 -0,003 0,025 -5,651
31 4+1,497 0,033 -0,030 -1,158
32 4+1,497 -0,002 -0,039 -3,660
33 4+1,497 -0,002 -0,027 -4,912
34 4+1,497 -0,009 -0,166 -6,704
35 4+1,497 0,017 -0,031 -6,043
Fonte: Do autor, 2013

Pode-se notar que as diferenças da coordenada este são as menores


encontradas. O ponto 6 não apresentou nenhuma diferença, os pontos 32 e 33
97

apresentaram uma diferença de 2 milímetros. Já a maior diferença se deu no ponto


19, com 10,8 centímetros.
Para a coordenada norte, as diferenças são quase que em sua totalidade da
ordem de centímetros. Como exemplo, o ponto 8 é o de menor diferença, com
apenas 9 milímetros, e o de maior diferença é o ponto 24, com com 20,6
centímetros.
Contudo, na altitude ortométrica, verifica-se uma divergência bem maior, na
ordem métrica, sendo o ponto de maior diferença, o ponto 34 com 6,704 metros e o
de menor diferença o ponto 21, com 19,3 centímetros.
Comparando os pontos das três coordenadas não se percebeu uma relação
entre as diferenças obtidas, onde uma maior diferença de uma coordenada foi obtida
não era a maior diferença das outras duas. Analogamente, as menores diferenças
também não foram coincidentes para o mesmo ponto.
A partir destas diferenças, usando o teste estatístico de hipótese T, obteve-se
os seguintes dados :

Tabela 16 – Teste t para diferenças entre duas médias (este)


(continua)
Dados
Hipótese da Diferença 0
Nível de Significância 0,05
Amostra da População 1 (este Estação Total)
Tamanho da Amostra 20
Média da Amostra 460326,525
Desvio Padrão da Amostra 9,944905176
Amostra da População 2 (este RTK)
Tamanho da Amostra 20
Média da Amostra 460326,5279
Desvio Padrão da Amostra 9,924850744

Cálculos Intermediários
98

(conclusão)
Dados
Grau de Liberdade da Amostra da
19
População 1
Grau de Liberdade da Amostra da
19
População 2
Total de Graus de Liberdade 38
Variância Agrupada 133,7513311
Diferença nas Médias das Amostras 0,00283
Estatística do Teste t 0,319669908
Desvio Padrão da Diferença nas
0,039591295
Médias
Teste Bicaudal
Valor Crítico Inferior -2,024394164
Valor Crítico Superior 2,024394164
Valor-p 0,750969514

Teste da Cauda Inferior


Valor Crítico Inferior -1,68595446
Valor-p 0,624515243

Teste da Cauda Superior


Valor Crítico Superior -1,68595446
Valor-p 0,375484757

Estimativa do Intervalo de Confiança


0,018529296
para a Diferença da Média Aritmética
Fonte: Do autor, 2013
99

Figura 25 – Gráfico das diferenças da coordenada este

Fonte: Do autor, 2013

Figura 26 – Gráfico de distribuição normal de erro para a coordenada este

Fonte: Do autor, 2013


100

Tabela 17 – Teste t para diferenças entre duas médias (norte)


(continua)
Dados
Hipótese da Diferença 0
Nível de Significância 0,05
Amostra da População 1 (norte Estação Total)
Tamanho da Amostra 20
Média da Amostra 7444438,894
Desvio Padrão da Amostra 22,89803523
Amostra da População 2 (norte RTK)
Tamanho da Amostra 20
Média da Amostra 7444438,909
Desvio Padrão da Amostra 22,85404795
Cálculos Intermediários
Grau de Liberdade da Amostra da
19
População 1
Grau de Liberdade da Amostra da
19
População 2
Total de Graus de Liberdade 38
Variância Agrupada 345,6537538
Diferença nas Médias das Amostras 0,015150001
Estatística do Teste t 0,922900252
Desvio Padrão da Diferença nas
0,073412988
Médias
Teste Bicaudal
Valor Crítico Inferior -2,024394164
Valor Crítico Superior 2,024394164
Valor-p 0,361882331

Teste da Cauda Inferior


Valor Crítico Inferior -1,68595446
Valor-p 0,819058835
101

(conclusão)
Dados
Teste da Cauda Superior
Valor Crítico Superior -1,68595446
Valor-p 0,180941165
Estimativa do Intervalo de Confiança
0,03217407
para a Diferença da Média Aritmética
Fonte: Do autor, 2013

Figura 27 – Gráfico das diferenças da coordenada norte

Fonte: Do autor, 2013

Figura 28 – Gráfico de distribuição normal de erro para a coordenada norte

Fonte: Do autor, 2013


102

Tabela 18 – Teste t para diferenças entre duas médias (altitude ortométrica)


(continua)
Dados
Hipótese da Diferença 0
Nível de Significância 0,05
Amostra da População 1 (altitude ortométrica Estação Total)
Tamanho da Amostra 20
Média da Amostra 675,90785
Desvio Padrão da Amostra 1,236259736
Amostra da População 2 (altitude ortométrica RTK)
Tamanho da Amostra 20
Média da Amostra 677,782375
Desvio Padrão da Amostra 2,205267133

Cálculos Intermediários
Grau de Liberdade da
19
Amostra da População 1
Grau de Liberdade da
19
Amostra da População 2
Total de Graus de
38
Liberdade
Variância Agrupada 86,93160156
Diferença nas Médias das
1,874525
Amostras
Estatística do Teste t 2,832839407
Desvio Padrão da
2,959267875
Diferença nas Médias
Teste Bicaudal
Valor Crítico Inferior -2,024394164
Valor Crítico Superior 2,024394164
Valor-p 0,007
103

(conclusão)
Dados
Teste da Cauda Inferior
Valor Crítico Inferior -1,68595446
Valor-p 0,996328513

Teste da Cauda Superior


Valor Crítico Superior -1,68595446
Valor-p 0,003671487

Estimativa do Intervalo de
Confiança para a
1,296932498
Diferença da Média
Aritmética
Fonte: Do autor, 2013

Figura 29 – Gráfico das diferenças da altitude ortométrica

Fonte: Do autor, 2013


104

Figura 30 – Gráfico de distribuição normal de erro para a altitude ortométrica

Fonte: Do autor, 2013

Os resultados do Teste-t para a coordenada este resultou em um t


aproximado de 0,320, o qual está dentro do intervalo do t limite aproximado de 2,02.
O valor de p foi de 75%, que é > que 5%. Os dois resultados atendem a condição de
existência, que H0 é verdadeira.
Para a coordenada norte resultou-se em um t aproximado de 0,920, o qual
também está dentro do intervalo do t limite aproximado de 2,02. O valor de p foi de
36%, que é > que 5%. Tal como na coordenada este, os dois resultados satisfazem
a condição de existência, que H0 é verdadeira.
Contudo, os resultados estatísticos para a altitude ortométrica resultou em um
t aproximado de 2,83, o qual está fora do intervalo do t limite, aproximado de 2,02. O
valor de p foi de 0,7%, que é < que o grau de significância 5%. Os dois resultados
portanto não atendem a hipótese que H0 é verdadeira.

6. CONCLUSÃO

Ponderando sobre os resultados obtidos, conclui-se que em áreas onde a


recepção de sinal de satélite é boa, e a transmissão de rádio aceitável, a locação de
obras com o RTK para as coordenadas este e norte é satisfatória.
No que diz respeito a locação altimétrica, os resultados obtidos foram
reprovados. Sabe-se que o sistema GNSS não possui precisão alta na altimetria em
105

condições rápidas de rastreio. Esse é o motivo que leva ao grande erro nos valores
altimétricos.
Comparando o tempo levado para locar os pontos com Estação Total e com o
RTK, o segundo mostrou-se muito mais rápido. Com a Estação Total foram
necessários 7 minutos para cada ponto, enquanto que para o RTK 1 minuto. Além
disso em regiões onduladas, onde a visibilidade com a Estação Total é
comprometida, o sistema RTK ofereceria um ganho de tempo na execução dos
trabalhos.
Contudo, de acordo com os resultados apresentados neste trabalho vê-se que
a locação com sistema RTK é satisfatória apenas para as coordenadas este e norte.
Porém na grande maioria das locações de obras civis a componente altimétrica é de
grande importância, desta forma a Estação Total ainda não pode ser desprezada.
Por fim, se faz necessário o estudo mais aprofundado sobre a interação
GNSS/Topografia, de forma que se tenham mais subsídios sobre os erros
apresentados pelo sistema RTK para os valores altimétricos, verificando a
possibilidade de redução destes erros, e para que se possa avaliar em quais
situações a locação com este sistema é recomendada.
106

Referências Bibliográficas

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Curso de Engenharia Geográfica, Faculdade de Ciências da Universidade de
Lisboa.
• ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13133. Execução
de levantamento topográfico. Rio de janeiro, 1994. 35 p.
• BITTENCOURT, R., H. Bioestatística. Pontifícia Universidade Católica.
Departamento de Estatística. Rio Grande do Sul, 2009.
• CASA, J.; MATOS, J.; BAIO, M. Topografia Geral. 4 ed. Rio de Janeiro: LTC,
2010. 210 p.
• DEPARTAMENTO NACIONAL DE ESTRADAS DE RODAGEM. Divisão de
Capacitação Tecnológica. Manual de Projeto Geométrico de Rodovias
Rurais. Rio de Janeiro, 1999.195 p.
• DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRAESTRUTURA DE TRANPORTES.

Instituto de Pesquisas Rodoviárias. Divisão de Capacitação Tecnológica.

Manual de Implantação Básica de Rodovia. 3 ed. Rio de Janeiro, 2010. 617 p.

• DORA, O. Topografia aplicada. Santa Catarina, 2008, 32 p. Apostila do Curso

de Arquitetura e Urbanismo, Universidade Federal de Santa Catarina.

• ESPARTEL, L.; LUDERITZ, J. Caderneta de campo. 3 ed. Porto Alegre: Globo,

1972. 655 p.

• ESTAÇÃO TOPCON GTS 105n. Mundial Topografia, 2012. Disponível em


<http://www.mundialtopografia.com.br/estacao-topcon-gts-105n.html>. Acesso
em 25 de outubro de 2013.
• FC-236 Controladora de campo robusta. Santiago & Cintra. Disponível em
<http://www.santiagoecintra.com.br/arquivos/produtos/Coletor_FC-236.pdf>.
Acesso em 25 de outubro de 2013.
• FLORESTAL, E.J.M. Apostila de topografia. Santa Maria, 2009, 90 p. Apostila
do Curso Técnico de Geoprocessamento, Universidade Federal de Santa Maria.
107

• FONTE, C. C, Texto de Apoio de Topografia Engenharia Civil, Departamento

de Matemática FCTUC, Universidade de Coimbra, Portugal, 2008.

• GONÇALVES, L. F. S., Desenvolvimento de Sistema de Navegação

Autônoma por GNSS, Dissertação (Mestre em Engenharia de Transportes) -

USP, São Paulo, 2011.

• Hiper II RTK. Santiago & Cintra.Disponível em


<http://www.santiagoecintra.com.br/Produtos.aspx?idSubCategoria=5d59055b-
1481-4800-80cb-0cd0bca6d8cf>. Acesso em 25 de outubro de 2013.
• INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE. Sistema
geodésico brasileiro. Disponível em
<http://www.ibge.gov.br/home/geociencias/geodesia/gravimetrica.shtm>. Acesso
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• KRUEGER,C.P. Investigações sobre aplicações de alta precisão do GPS no
âmbito marinho. Tese (Doutorado em Ciências Geodésicas) – Departamento
de Geociências, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 1996.
• LEVINE, D., M et al. Estatística – Teoria e Aplicações Usando o Microsoft

Excel em Português. 3 ed. LTC. Rio de Janeiro, 2005.

• MCCORMAC, J.C. Topografia. 5 ed. Rio de Janeiro: LTC, 2010. 391 p.


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• MONICO, J.F.G. Posicionamento pelo NAVSTAR-GPS: descrição,
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• OLIVEIRA, M.P.; PIMENTA, C.R.T. Projeto geométrico de rodovias. 2 ed. São
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• ORTH, D. Apostila didática de topometria. Santa Catarina: UFSC, 2008.
• PINTO, J.R.M. Potencialidade do Uso do GPS em Obras de Engenharia.
Dissertação (Mestrado em Ciências Cartográficas) – UNESP, Presidente
Prudente, 2000.
108

• POLEZEL, W. G. C., Investigações sobre o Impacto da Modernização do


GNSS no Posicionamento. Dissertação (Mestrado em Ciências Cartográficas)
– UNESP, Presidente Prudente, 2010.
• RENATO, L. A. Topografia. Iporá, 2011, 14 p. Apostila do curso Técnico em
Agropecuária, Instituto Federal Goiano.
• SEGANTINE, P.C.L. GPS: Sistema de Posicionamento Global. 1 ed. São
Carlos: EESC/USP, 2005. 366 p.
• SEGANTINE, P.C.L., Estudo do Sinergismo entre os Sistemas de
Informação Geográfica e o de Posicionamento Global. Texto de Livre
Docência – USP, São Carlos, 2001.
109

APÊNDICE A – Desenhos do projeto geométrico


E= E=

0
0
46

0
4

0
60

55

40
45
50
04

35
00 45

44

44
44
44
E= 0

44
46

74

74
74
74
03

74
50

N=

N=
N=
N=

N=
L
0
55
44

N
74
N=

0
30
44
74
W

N=
E=
46
04
50

E=
46
03
00

E=
46
04
00
00

E=
5

46
44

02
50
74
N=

50
42
44
7
N=
E=
4 60
35
0

0
0

30

25
45

40

35

44

44
44

44

44

E= E=
46 4 60

74

74
74

74

74

02 30
50

N=

N=
N=

N=

N=

Sistema de Coordenadas
Coordenadas Planas Sistema U T M

Origem das coordenadas:


SAD 69
N Equador acrescido de 10.000.000 m
E MC acrescido de 500.000 m

001
Latitude =
Longitude =
Coeficiente de Escala: K = 0,000000000000
E=

E=
4

46
60

03
35

E=
0

00

46
02
50
N=
74
44
55
0

N=
74
44
45
0

0
N=
PC= 74
EST 44
.0+1 50
7,37 0
9

E=
46
02
50
N=
74
44
40
0
CURVA
E=

18
R=250,0 1
DC=64,1 00
46
04
00

N=
PT=EST.4+1,497 74
44
45
0

1,5:1
1:1
5

N=
74
44
LB=LP

35
0

N=
E=

74
4 44
46

00
03
00

W
E=
46
04
50

N=
74
44
L
30
0

FIM=EST.8+16,539

N=
74
44
35
0

N=
74
44
25
0
E=
E=
4

E=
46

N=
60

7 N=
04

44 74
60
45

42 44
00
0

35

50 30
0
0
COTAS

ESTACA
PROJETO
TERRENO \

PLANIMETRIA
676
678
680
682
684
686

676,54

0
676,676 COTA=676,676

L=17,38
TANGENTE
PC
676,33

1
677,193

i=2,582%
L=40,000m
677,33 PCV=EST.2+0,000

2
677,709 COTA=677,709

D=64,12
R=250,00
678,30

3
678,299

679,22

PT
679,036

PIV=EST.4+10,000
COTA=679,000
e=0,459
k=27,208
Y=100,000

680,29
5

679,920

681,92
6
TERRENO NATURAL

680,951
L=95,04
TANGENTE

682,76 PTV=EST.7+0,000
7

682,129 COTA=682,129
GREIDE PROJETADO

i=6,257%
L=36,539m

683,11
8

683,380

FIM=EST.8+16,539
COTA=684,415
676
678
680
682
684
686
LB=LP

681 681

680 680

679 679

678 678

677 677

676 676

675 675

674 674

673 673
TERRENO PROJETO

674,396

676,176
675,926
676,176

676,676

676,176
675,926
676,176

680,069
COTAS (m)

674,396

674,846
674,923
675,000

676,537

678,090
678,203
678,315

680,069
OFFSETS

-7,171

-4,500
-4,250
-4,000

0,000

4,000
4,250
4,500

8,393
EST.0+0,000

A.corte = 8,759 m 2
EST. 0+0,000
LEGENDA A.aterro= 5,208 m 2
LB=LINHA BASE
LP=LINHA DE PERFIL Escala: Folha:
Cota terreno= 676,537 PROJETO DE GEOMETRIA
Cota projeto= 676,676 1:100 113
LB=LP

681 681

680 680

679 679

678 678

677 677

676 676

675 675

674 674

673 673
TERRENO PROJETO

674,539

676,625
676,375
676,625

677,125

676,625
676,375
676,625

679,488
COTAS (m)

674,539

674,932
675,039
675,104

676,233

677,754
677,870
677,998

679,488
OFFSETS

-7,629

-4,500
-4,250
-4,000

0,000

4,000
4,250
4,500

7,364
EST.0+17,379 (PC)

A.corte = 3,725 m 2
EST.0+17,379
LEGENDA A.aterro= 9,632 m 2
LB=LINHA BASE
LP=LINHA DE PERFIL Escala: Folha:
Cota terreno= 676,233 PROJETO DE GEOMETRIA
Cota projeto= 677,125 1:100 114
LB=LP

681 681

680 680

679 679

678 678

677 677

676 676

675 675

674 674

673 673
TERRENO PROJETO

674,637

676,693
676,443
676,693

677,193

676,693
676,443
676,693

679,569
COTAS (m)

674,637

675,025
675,131
675,238

676,328

677,824
677,953
678,081

679,569
OFFSETS

-7,583

-4,500
-4,250
-4,000

0,000

4,000
4,250
4,500

7,376
EST.1+0,000

A.corte = 3,688 m 2
EST.1+0,000
LEGENDA A.aterro= 8,812 m 2
LB=LINHA BASE
LP=LINHA DE PERFIL Escala: Folha:
Cota terreno= 676,328 PROJETO DE GEOMETRIA
Cota projeto= 677,193 1:100 115
LB=LP

682 682

681 681

680 680

679 679

678 678

677 677

676 676

675 675

674 674
TERRENO PROJETO

675,361

677,209
676,959
677,209

677,709

677,209
676,959
677,209

679,482
COTAS (m)

675,361

676,580
676,674
676,741

677,331

678,568
678,665
678,762

679,482
OFFSETS

-7,272

-4,500
-4,250
-4,000

0,000

4,000
4,250
4,500

6,773
EST.2+0,000

A.corte = 4,674 m 2
EST.2+0,000
LEGENDA A.aterro= 3,746 m 2
LB=LINHA BASE
LP=LINHA DE PERFIL Escala: Folha:
Cota terreno= 677,331 PROJETO DE GEOMETRIA
Cota projeto= 677,709 1:100 116
LB=LP

683 683

682 682

681 681

680 680

679 679

678 678

677 677

676 676

675 675
TERRENO PROJETO

676,898

677,799
677,549
677,799

678,299

677,799
677,549
677,799

680,909
COTAS (m)

676,898

677,296
677,396
677,585

678,302

679,661
679,754
679,847

680,909
OFFSETS

-5,851

-4,500
-4,250
-4,000

0,000

4,000
4,250
4,500

7,610
EST.3+0,000

A.corte = 7,937 m 2
EST.3+0,000
LEGENDA A.aterro= 0,946 m 2
LB=LINHA BASE
LP=LINHA DE PERFIL Escala: Folha:
Cota terreno= 678,302 PROJETO DE GEOMETRIA
Cota projeto= 678,299 1:100 117
LB=LP

683 683

682 682

681 681

680 680

679 679

678 678

677 677

676 676

675 675
TERRENO PROJETO

675,809

678,536
678,286
678,536

679,036

678,536
678,286
678,536

681,992
COTAS (m)

675,809

677,687
677,873
678,058

679,221

680,607
680,694
680,782

681,992
OFFSETS

-8,590

-4,500
-4,250
-4,000

0,000

4,000
4,250
4,500

7,956
EST.4+0,000

A.corte = 9,634 m 2
EST.4+0,000
LEGENDA A.aterro= 3,686 m 2
LB=LINHA BASE
LP=LINHA DE PERFIL Escala: Folha:
Cota terreno= 679,221 PROJETO DE GEOMETRIA
Cota projeto= 679,036 1:100 118
LB=LP

683 683

682 682

681 681

680 680

679 679

678 678

677 677

676 676

675 675
TERRENO PROJETO

675,842

678,597
678,347
678,597

679,097

678,597
678,347
678,597

682,086
COTAS (m)

675,842

677,765
677,951
678,137

679,284

680,686
680,774
680,861

682,086
OFFSETS

-8,632

-4,500
-4,250
-4,000

0,000

4,000
4,250
4,500

7,989
EST.4+1,497 (PT)

A.corte = 9,813 m 2
EST.4+1,497
LEGENDA A.aterro= 3,674 m 2
LB=LINHA BASE
LP=LINHA DE PERFIL Escala: Folha:
Cota terreno= 679,284 PROJETO DE GEOMETRIA
Cota projeto= 679,097 1:100 119
LB=LP

685 685

684 684

683 683

682 682

681 681

680 680

679 679

678 678

677 677
TERRENO PROJETO

676,225

679,420
679,170
679,420

679,920

679,420
679,170
679,420

685,006
COTAS (m)

676,225

679,048
679,111
679,155

680,290

682,015
682,129
682,244

685,006
OFFSETS

10,086
-9,292

-4,500
-4,250
-4,000

0,000

4,000
4,250
4,500
EST.5+0,000

A.corte = 15,416 m 2
EST.5+0,000
LEGENDA A.aterro= 3,546 m 2
LB=LINHA BASE
LP=LINHA DE PERFIL Escala: Folha:
Cota terreno= 680,290 PROJETO DE GEOMETRIA
Cota projeto= 679,920 1:100 120
LB=LP

687 687

686 686

685 685

684 684

683 683

682 682

681 681

680 680

679 679
TERRENO PROJETO

679,274

680,451
680,201
680,451

680,951

680,451
680,201
680,451

686,661
COTAS (m)

679,274

679,962
680,083
680,203

681,916

683,618
683,724
683,831

686,661
OFFSETS

10,711
-6,265

-4,500
-4,250
-4,000

0,000

4,000
4,250
4,500
EST.6+0,000

A.corte = 22,534 m 2
EST.6+0,000
LEGENDA A.aterro= 0,713 m 2
LB=LINHA BASE
LP=LINHA DE PERFIL Escala: Folha:
Cota terreno= 681,916 PROJETO DE GEOMETRIA
Cota projeto= 680,951 1:100 121
LB=LP

687 687

686 686

685 685

684 684

683 683

682 682

681 681

680 680

679 679
TERRENO PROJETO

679,123

681,629
681,379
681,629

682,129

681,629
681,379
681,629

687,252
COTAS (m)

679,123

680,729
680,856
680,982

682,765

684,498
684,598
684,698

687,252
OFFSETS

10,123
-8,259

-4,500
-4,250
-4,000

0,000

4,000
4,250
4,500
EST.7+0,000

A.corte = 18,124 m 2
EST.7+0,000
LEGENDA A.aterro= 3,005 m 2
LB=LINHA BASE
LP=LINHA DE PERFIL Escala: Folha:
Cota terreno= 682,765 PROJETO DE GEOMETRIA
Cota projeto= 682,129 1:100 122
LB=LP

686 686

685 685

684 684

683 683

682 682

681 681

680 680

679 679

678 678
TERRENO PROJETO

678,207

682,880
682,630
682,880

683,380

682,880
682,630
682,880

686,321
COTAS (m)

678,207

681,538
681,620
681,702

683,113

684,822
684,922
685,021

686,321
OFFSETS

-11,509

-4,500
-4,250
-4,000

0,000

4,000
4,250
4,500

7,941
EST.8+0,000
A.corte = 8,321 m 2
EST.8+0,000
LEGENDA A.aterro= 7,015 m 2
LB=LINHA BASE
LP=LINHA DE PERFIL Escala: Folha:
Cota terreno= 683,113 PROJETO DE GEOMETRIA
Cota projeto= 683,380 1:100 123
LB=LP

688 688

687 687

686 686

685 685

684 684

683 683

682 682

681 681

680 680
TERRENO PROJETO

682,272

683,915
683,665
683,915

684,415

683,915
683,665
683,915

686,604
COTAS (m)

682,272

683,130
683,197
683,263

684,415

685,595
685,674
685,752

686,604
OFFSETS

-6,964

-4,500
-4,250
-4,000

0,000

4,000
4,250
4,500

7,188
EST.8+16,539

A.corte = 6,639 m 2
EST.8+16,539
LEGENDA A.aterro= 2,608 m 2
LB=LINHA BASE
LP=LINHA DE PERFIL Escala: Folha:
Cota terreno= 684,415 PROJETO DE GEOMETRIA
Cota projeto= 684,415 1:100 124

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