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não estava mais triste do que no dia em que seus familiares

morreram. Apesar de tudo, procurava afastar esse sentimento, pois


queria chegar ao seu destino da melhor forma possível. Ninguém
tinha culpa de sua dor. Além do mais, não havia muito o que ver na
estrada, posto que o clima estava bastante frio e a paisagem
encontrava-se encoberta por uma densa neblina, mesmo estando
na primavera.
Após dez horas de viagem – atrasou um pouco, devido ao mau
tempo e a algumas paradas obrigatórias –, chegou à Kinsley House,
propriedade campestre em Hamptonshire. O cansaço já começava a
agastá-la, a ponto de se sentir um pouco nauseada. Mas, mesmo
assim, ficou encantada com a beleza do local. A mansão ficava
localizada após a descida de uma colina totalmente verde e ao seu
lado direito existia um extenso lago. Era rodeada com algumas
árvores centenárias e um jardim enorme, perfeitamente cuidado,
com a grama aparada meticulosamente. Do lado esquerdo da casa,
outro jardim, com flores das mais variadas espécies, despontava de
forma alegre e convidativa, como se houvesse sido criado, na
lateral, apenas para enlevar os passeios românticos.
À frente da mansão, que devia possuir incontáveis cômodos, a
imaginar pela quantidade de janelas dispostas em todos os lados,
um caminho oposto ao que ela havia chegado levava a algum lugar,
certamente maravilhoso, a exemplo de tudo que cercava aquele
local.
Fazia tempo que Melise não admirava algo tão belo ou sentia-
se tão bem, após meses de sofrimento. Quase sentiu culpa por essa
alegria repentina. Foi como se, ali, tivesse a oportunidade de
esquecer o passado, como se isso fosse possível. A bem da
verdade, sabia que nunca mais seria totalmente feliz. Talvez o
máximo que conseguisse fosse um pouco de alegria, infelizmente.
Estava tão absorta em seus pensamentos que não observou
as pessoas que a esperavam na porta da mansão.
Ao levantar a cabeça, deu de cara com uma menina linda, com
aparência angelical, de olhos verdes e curiosos; longos cabelos

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