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SS O cinema surgido no final do século XIX criou nos homens novas formas de ver,
O interpretar e representar a sociedade. Inicialmente como um modo de entretenimento e
registro do “real”, logo se tornaria um grande veículo de comunicação, educação e política.
ArtAs práticas sociais e culturais que se constituíram ao redor da cinematografia ganharam
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huruma atenção especial das ciências humanas e não passaram despercebidas pelos
Lirhistoriadores. A sétima arte mostrou-se um produto complexo em relação à história,
a trazendo novos caminhos de abordagens e aparecendo tanto como objeto quanto fonte.
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Gh Sobre a relação História e Cinema é notável a marca que a Escola dos Annales
deixou na historiografia. A Escola deu ênfase a uma história interdisciplinar, não factual, até
ita
então um prisma fundamental para os historiadores. Ao deixar de ser uma simples
Gacolecionadora de fatos, a História buscou na interdisciplinaridade novas fontes que nos
Uma contra-análise da sociedade? Para Ferro, o cinema é um testemunho singular de seu tempo, pois está fora do controle de
qualquer instância de produção, principalmente o Estado. Mesmo a censura não consegue dominá-lo. O filme, para o autor, possui
uma tensão que lhe é própria, trazendo à tona elementos que viabilizam uma análise da sociedade diversa da proposta pelos seus
segmentos, tanto o poder constituído quanto a oposição. (MORETTIN, 2003: 13)
Partindo das reflexões do historiador Robert A. Rosenstone é relevante pensar que um filme, assim como qualquer
produção historiográfica escrita, não é o real. Os filmes, como os livros, pertencem ao campo das representações, são produções
que “referem-se a acontecimentos, momentos e movimentos reais do passado e, ao mesmo tempo, compartilham do irreal e do
ficcional” (ROSENSTONE, 2010: 14). Semelhante à importância da literatura no campo da nova história cultural, o gênero
cinematográfico também se torna uma leitura da visão de mundo de como grupos sociais davam significado e construíam a
realidade.
CINEMA E EDUCAÇÃO
A facilidade do acesso e de sua dinâmica midiática, tornou o cinema algo comum na cultura escolar. Novas discussões e
propostas de trabalho sobre a relação entre cinema e o ensino de história põem em cheque que o docente não se prenda apenas
a usar o filme “por usar”, mas sim com uma prática de ensino eficiente que vai estimular a aprendizagem do aluno e a construção
da criticidade. Por este motivo, o momento do “debate” torna-se parte essencial das exibições, ferramenta muito estimulada
pelos cineclubes existentes em nosso país. Analisar as produções cinematográficas no contexto em que foi produzida assim como
a representatividade de um passado inserido no roteiro do filme faz parte desse novo leque de fontes e possibilidades fornecidos
as ciências humanas na compreensão de seus conteúdos. Os filmes são, portanto, instrumentos que dinamizaram a produção
humana e que estão à disposição dos professores que pretendem trabalhar nessa perspectiva. Algumas questões podem ser
pensadas sobre a produção de filmes além das imagens: o tempo histórico, suas representações, a linguagem fílmica, circulação,
origem. Como afirma o historiador Marcos Silva: “(...) reaprendemos com Paul Veyne (1987) que tudo é história, logo os filmes
são história (documentos e reflexões)” (SILVA, 2009: 147).
Movimentos de câmera
Constituem a base técnica do plano em movimento. São definidos levando-se em conta se o movimento da câmera é de rotação
(em torno do seu eixo) ou de translação (locomovendo-se em avanço ou recuo, subindo ou descendo).
Panorâmica: A câmera se move em torno do seu eixo, fazendo um movimento giratório, sem sair do lugar. Trata-se de um
movimento da câmera que pode ser horizontal (da esquerda para a direita ou da direita para a esquerda), vertical (de cima para
baixo ou vice-versa) ou oblíquo. A panorâmica vertical é também conhecida como tilt.
Travelling: A câmera é movida sobre um carrinho (ou qualquer suporte móvel) num eixo horizontal e paralelo ao movimento do
objeto filmado. Este acompanhamento pode ser lateral ou frontal, neste último caso podendo ser de aproximação ou de
afastamento. Ao lado temos um exemplo de travelling lateral.
Zoom: No zoom, a câmera se mantém fixa e é seu conjunto de lentes que se move, fazendo com que o objeto se apresente mais
afastado ou mais próximo na imagem.
Projeto "Entre imagens e textos: censura e cinema no Brasil (1964-1985)": O projeto investiga a censura realizada no
Brasil no período da ditadura civil militar. A partir dos arquivos situados no Arquivo Nacional em Brasília (DCDP e propaganda)
e na ESG (Escola Superior de Guerra investiga a formação dos censores, a prática da censura e os textos que orientavam a
prática censória no período. Coordenadora: Profª. Drª Meize Regina de Lucena Lucas (UFC).
Grupo de Pesquisa CNPq "História e Audiovisual: circularidades e formas de comunicação", voltadas às relações entre
História e Audiovisual. O site do grupo conta com acervo, dicas de bibliografia, catálogos de teses e dissertações na área,
filmografia brasileira, chamadas para publicações e evento, etc. Realizam anualmente o Colóquio Internacional de Cinema e
História e promovem o ST da ANPUH "História, cinema e televisão: espaços de construção da memória".
(http://historiaeaudiovisual.weebly.com)
A Filmografia Brasileira da Cinemateca Brasileira (SP) reúne, organiza e disponibiliza informações sobre toda a produção
audiovisual produzida no país desde 1897 até os dias atuais. As informações reunidas e sistematizadas em registros são
baseadas no visionamento de materiais audiovisuais disponíveis e na pesquisa em documentação não fílmica. Entre as fontes de
dados para esse trabalho estão anotações de letreiros dos materiais salvaguardados no acervo, arquivos de obras
digitalizadas na própria instituição e toda uma gama de documentação não fílmica: recortes de jornais, roteiros e releases de
filmes, textos de locução para cinejornais, fichas de depósito legal, livros e periódicos, pesquisas acadêmicas, sites
institucionais, além de documentos dos fundos pessoais e institucionais guardados na Cinemateca. A pesquisa com estas
diferentes tipologias de fontes possibilita descrições técnicas detalhadas e informações de caráter histórico para grande
parte dos registros. (http://cinemateca.gov.br)
Durante a ditadura civil-militar brasileira, toda produção cinematográfica nacional passou pelo pente fino da censura. A maior
parte dos processos censórios e seus documentos, encontram-se digitalizados e disponibilizados a partir das ações do Projeto
Memória da Censura no Cinema Brasileiro dirigido pela pesquisadora Leonor Souza Pinto. “Em dezembro de 2005, o projeto
disponibilizou gratuitamente mais de seis mil documentos relativos a 175 filmes brasileiros – processos de censura,
documentos do DEOPS-SP e material de imprensa. [...] Em outubro de 2007, a segunda edição do projeto disponibilizou mais
269 filmes, de trinta e cinco cineastas, grande parte representantes do cinema marginal, da pornochanchada e do cinema
independente. [...] Agora, em junho de 2016, lançamos a terceira edição, com mais 283 filmes, sendo 232 representantes do
cinema produzido pelos Estúdios Cinematográficos Brasileiros – Atlântida, Vera Cruz, Maristela e Pam Filmes/Mazzaropi, e 50
filmes de cineastas independentes.” http://memoriacinebr.com.br
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