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Relatório de Final
(2017-2018)
Teresópolis
Agosto/2018
Resumo
Teresópolis-RJ, located in an area of Atlantic Forest, protected by the Serra dos Órgãos
National Park, whose Damping Zone situates itself in the communities of J ardim
Serrano and Quebra Frascos, which establishes relation to biodiversity. The search was
focused n the relationship of human populations
with marmosets Callithrix gender, attending to a demand for the conservation of the
black-tailed primate (Callithrix aurita) that suffers threats of habitat loss and
hybridization by invading marmosets, the northeastern marmoset (Callithrix jacchus)
and the black tufted marmoset (Callithrix pennicilata). The general objective of the
work was to introduce, in the context of the community discussions and actions on the
socio-environmental problems perceived by the residents, a another type of problem that
is perceived only by researchers and public managers of biodiversity: the risks to the
populations of the black-tailed sage caused by the introduction of invading
marmosets. Semi-structured interviews were carried out during walks along trails and
streets with random or previously selected residents. In s ccording time, environmental
education meetings, for devolution of data, answers to information demanded by the
community and planning collective action. The results showed that the residents interact
directly with the animals, mainly providing food. Residents also showed how to identify
animals from their bodily characteristics and vocalization. They also know the eating
habits of the animals, indicating fruits and small vertebrates. We were able to register
hybrid marmosets, C. penicillata and C. aurita . The work culminated in a seminar,
where we concluded that the residents are interested in biodiversity issues, seeking
to engage in actions to improve the environmental quality of the neighborhood.
Abreviaturas:
Parque Nacional Serra dos Órgãos - PARNASO
Unidade de Conservação - UC
Jardim Serrano - JS
Quebra Frascos - QF
Sistema Nacional de Unidades de Conservação - SNUC
Zona de Amortecimento - ZA
Termo de Consentimento Livre Esclarecido - TCLE
Centro Universitário Serra dos Órgãos - UNIFESO
Centro de Primatologia do Rio de Janeiro - CPRJ
Lista de Figuras
Figura 1: Mapa ilustrando a localização das comunidades em relação ao limite do PARNASO e
Zona de Amortecimento. ............................................................................................................. 10
Figura 2: Animais híbridos registrados sobre o fio de luz transitando ao longo bairro. ............. 14
Figura 3: Sagui híbrido registrado próximo a residências no bairro Quebra Frascos. ................ 17
Figura 4: Abacateiro carregado de frutos onde os saguis foram registrados. .............................. 18
Figura 5: Individuo híbrido registrado em uma bananeira com a presença dos frutos. ............... 18
Figura 6: Saguis híbridos no abacateiro. ..................................................................................... 19
Figura 7: Sagui híbrido observando os pesquisadores no momento do playback. ...................... 21
Figura 8: C. penicillata registrado transitando no fio elétrico. .................................................... 22
Figura 9: Callithrix aurita com características bem visíveis. ..................................................... 23
Figura 10: C. aurita e sua marca característica na face de "caveira". ......................................... 23
Figura 11: Callithrix aurita. ........................................................................................................ 24
Figura 12: Mapa ilustrando a distribuição dos registros animais realizados pela equipe de
pesquisa. Destacando o ponto de registro do Callithrix aurita em cor verde. ............................ 25
Figura 13: Teatro realizado pela "Trupe do Parque" para as crianças da escola. ........................ 26
Figura 14: Materiais didáticos sobre a conservação do Callithrix aurita expostos no evento. ... 26
Figura 15: apresentação da problemática do depósito de lixo na Estrada da Floresta. ............... 27
Figura 16: Apresentação do seminário com os moradores sobre o tema biodiversidade. ........... 28
Figura 17: Participação do primatólogo Rodrigo de Carvalho durante o seminário. .................. 29
Gráficos
Gráfico 1: Animais que foram identificados pelos moradores através do folder. ....................... 13
Gráfico 2: Mostra a percepção dos moradores sobre onde os primatas mais aparecem ao longo
do bairro. ..................................................................................................................................... 14
Gráfico 3: Percepção dos moradores em relação ao aumento ou diminuição dos saguis no bairro.
..................................................................................................................................................... 15
Gráfico 4: percentual dos moradores que indicaram se os saguis se aproximam ou não. ........... 16
Sumário
Introdução ..................................................................................................................................... 5
Objetivos ....................................................................................................................................... 9
Material e Métodos ....................................................................................................................... 9
Resultados ................................................................................................................................... 12
Sobre os saberes locais a respeito dos Saguis ......................................................................... 12
Quais saguis você mais observa aqui?................................................................................ 12
Onde os saguis mais aparecem? ......................................................................................... 13
Percebe se os animais aumentaram ou diminuíram? ......................................................... 15
Sabe se eles podem trazer algum prejuízo ou algum benefício? ......................................... 16
Você sabe do que esses animais costumam se alimentar? .................................................. 17
Como é a interação dos moradores com os saguis? ........................................................... 19
Os animais costumam aparecer mais em que época do ano? ............................................. 19
Sobre os saguis registrados nos bairros ................................................................................... 20
Seminários com as comunidades............................................................................................. 25
Discussão e Conclusões .............................................................................................................. 30
Recomendações para o manejo ................................................................................................... 32
Agradecimentos........................................................................................................................... 33
Citações e referências bibliográficas ........................................................................................... 33
Anexo 1: roteiro de entrevistas utilizado para as caminhadas em campo. .................................. 40
Anexo 2: Termo de Consentimento Livre e Esclarecido-TCLE ................................................. 41
Introdução
O Parque Nacional Serra dos Órgãos (PARNASO), criado em 1939, terceira
mais antiga unidade de conservação (UC) no país, protege um importante fragmento de
Mata Atlântica localizado em quatro municípios: Teresópolis, Guapimirim, Magé e
Petrópolis. O entorno desta unidade é habitada por diversas comunidades urbanas,
algumas intimamente próximas aos limites do parque, e localizadas no interior da zona
de amortecimento proposta no Plano de Manejo da UC. Tal é o caso das comunidades
do Jardim Serrano (JS) e do Quebra Frascos (QF), enfocadas neste estudo.
A Lei Federal nº 9.985 de 2000, que institui o Sistema Nacional de Unidades de
Conservação (SNUC), define a zona de amortecimento como: “o entorno de uma
unidade de conservação, onde as atividades humanas estão sujeitas a normas e restrições
específicas, com o propósito de minimizar os impactos negativos sobre a unidade”.
(BRASIL, 2000)
O Plano de Manejo do PARNASO (ICMBIO, 2008) propõe recomendações que
orientam a ocupação desta área, desde domicílios até empreendimentos, e visam a
manter os corredores ecológicos que conectam o PARNASO a outras UC e a monitorar
as atividades produtivas, a fim de evitar práticas predatórias, estimulando o uso de
técnicas sustentáveis, associando desenvolvimento socioeconômico e conservação dos
recursos naturais.
Tendo como base a proximidade das comunidades com o entorno do parque, as
relações com o ambiente local acontecem tanto com o uso das aguas protegidas pela
UC, como também com a admiração pelos aspectos naturais que o parque protege. O
projeto pesquisa-ação (YOSHIKAWA; SILVA; GOMES, 2017) e o estudo
etnoecológico (CUNHA, 2017), ambas nas comunidades do Jardim Serrano(JS) e
Quebra Frascos (QF), nos fizeram perceber que estas comunidades desempenham uma
relação íntima com o fragmento de mata no qual estão próximos.
Os bairros Jardim Serrano e Quebra Frascos, estão situados na Zona de
Amortecimento (ZA) do PARNASO. Suas localizações resultam em uma grande
proximidade com a biodiversidade protegida por tal unidade de conservação, resultando
em uma íntima relação desses moradores com o meio (CUNHA, 2017). Tais
comunidades apresentam diferenças que as distinguem nos aspectos socioeconômicos,
5
principalmente. Porém, ambos os locais se conectam através da biodiversidade que os
cercam.
O JS é uma comunidade que se caracteriza por habitações sub-normais, em
contra ponto ao QF que apresenta, em sua maioria, sítios grandes de segunda residência,
ou seja, em sua maioria veranistas. Quanto aos aspectos escolares, o JS apresenta
moradores com uma baixa escolaridade, enquanto entre os residentes dos QF o ensino
superior é mais frequente.
O campo da etnobiologia utiliza ferramentas das ciências humanas para entender
o meio ambiente percebido e utilizado pelos comunitários. Sendo uma área que integra
os conhecimentos locais e globais, busca conectar culturas tradicionais e acadêmicas,
assim relacionando-as com os aspectos biológicos e sociais da experiência humana com
o ambiente (ALBUQUERQUE; ALVES, 2016).
“A etnobiologia ocupa uma posição privilegiada devido ao seu
potencial integrar o conhecimento local e global, para conectar
culturas tradicionais e acadêmicas, e para relacionar aspectos
biológicos e sociais da experiência humana ao ambiente.”
(ALBUQUERQUE; ALVES, 2016).
Albuquerque et al (2013) ressalta que a etnobiologia é um campo do
conhecimento que, por ser uma ciência que trabalha com inter-relações entre pessoas e
natureza, trata da interação entre os diferentes componentes do ecossistema e relações
dinâmicas que se estabelecem no tempo e no espaço.
“Portanto, não é estranho considerarmos as relações entre pessoas
e recursos biológicos a partir de uma perspectiva ecológica,
embora a ecologia tradicional (nos referimos, aqui, à acadêmica)
ainda mantenha os seres humanos fora de seus interesses
teóricos.” (ALBUQUERQUE et al, 2013)
Logo, a etnoecologia, de acordo com Albuquerque e Alves (2016) aparece como
uma área que busca conexões através das quais os seres humanos se relacionam com
outros componentes de ecossistemas, podendo contribuir no diálogo entre saberes locais
e conhecimentos técnico-científicos na gestão das áreas protegidas. Surge também para
nos auxiliar a compreender o saber acumulado e as conceituações desenvolvidas pelas
sociedades humanas a respeito da natureza e os diferentes usos e formas de manejo dos
recursos naturais. (TOLEDO, 1992 apud TORRES, 2009).
6
Quanto aos aspectos da relação dos grupos humanos com a fauna, Marques
(2002) apud Santos-Fita e Costa-Neto (2007) definem a etnozoologia como o estudo
transdisciplinar dos pensamentos e percepções (conhecimentos e crenças), dos
sentimentos (representações afetivas) e dos comportamentos (atitudes) envolvidos na
interação entre as populações humanas e espécies de animais dos ecossistemas que as
incluem.
Em suma, o conhecimento local pode contribuir com as técnicas e
conhecimentos de conservação trabalhados dentro da unidade de conservação. Nesse
sentido, deve também orientar medidas de educação ambiental, quando necessárias para
a qualificação das ações comunitárias na governança ambiental, na gestão do espaço
urbano e na arena pública como um todo.
Os primatas nativos da Mata Atlântica de altitude C. aurita, vem sofrendo
pressões por perda de habitat e competição por outros dois saguis, o C. jacchus e C.
pennicilata, como mostra o Plano de Ação Nacional para a Conservação dos Mamíferos
da Mata Atlântica Central (2016) que também traz a situação deste animal como
vulnerável em seu habitat.
Estudos desenvolvidos no PARNASO, (NUNES, 2015; PEREIRA, 2010;
CARVALHO, 2015) mostram que ainda há falta de dados sobre esses animais e
propõem mais estudos sobre sua biologia. Os primatas do gênero Callithrix, são
onívoros, com uma ampla distribuição ao longo do território brasileiro (REIS,
PERACCHI e ANDRADE, 2008). São animais que apresentam uma grande
plasticidade no ambiente, o que favorece sua adaptação ao novo ambiente em que estão
vivendo. (SILVA et al., 2013)
Na área do PARNASO foi registrada a presença do sagui de tufo branco
(Callithrix jacchus), que ocorre nordeste do Brasil e o sagui-de-tufo-branco (Callithrix
penicillata) com ocorrência nas regiões centrais do Brasil. Ambos as espécies foram
introduzidas nas matas da região Sudeste, principalmente no Rio de Janeiro, onde se
estabeleceram e adaptaram-se muito bem. (AURICCHIO, 1962)
Sobre a espécie nativa, o sagui-da-serra-escuro (Callithrix aurita), tem
ocorrência na região sudeste e ocupando florestas de altitude. Possui uma dieta a base
de goma, sendo a principal forma de alimentação da espécie, também incluindo
pequenos vertebrados, invertebrados e frutos (REIS, PERACCHI e ANDRADE, 2008).
Faz-se importante realizar este estudo qualitativo para colaborarmos com novos
pontos de ocorrência dos primatas no entorno do parque, envolvendo os moradores no
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processo de conservação da espécie. Este envolvimento faz parte de sua gradativa
inserção na gestão participativa do parque por demandas ambientais relacionadas à zona
de amortecimento.
“O envolvimento comunitário destas populações acontece por
diversas motivações e através de mecanismos variados,
alcançando resultados relacionados tanto à conservação da
biodiversidade quanto ao empoderamento das comunidades locais
em diferentes escalas e dimensões.” (Danielsen et al. 2010,
Constantino et al. 2012 apud CONSTANTINO et al, 2015).
Processos de educação ambiental são importantes para a facilitação do diálogo
entre os pesquisadores e a comunidade local, bem como para a qualificação da
participação comunitária na gestão do ambiente. Tendo em vista que o processo de
educar pode ser trabalhado de diversas formas e maneiras, adotaremos aqui a educação
ambiental crítica, que tem como princípio estimular a capacidade de reflexão e
planejamento de ações do grupo que está envolvido no processo, assim, dando-lhes
ferramentas para reivindicar e propor sugestões sobre os problemas ambientais que vem
sofrendo. (LAYRARGUES e LIMA, 2011).
Tal pesquisa justifica-se por contribuir com dados para os projetos que envolvam
o primata C. aurita, bem como coordenadas geográficas, registros fotográficos e
principalmente a relação dos saguis de modo geral com a população que vive de forma
próxima as matas protegidas pelo PARNASO. Também busca promover a participação
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dos moradores em atividades propostas pela UC, estimulando assim, a aproximação da
comunidade com a gestão do parque.
Objetivos
A fim de contribuir com a escassez de dados sobre os primatas e inserir ambas as
comunidades nas discussões sobre conservação da UC, o objetivo geral do trabalho foi
introduzir, no contexto das discussões e ações comunitárias sobre os problemas
socioambientais percebidos pelos moradores, um outro tipo de problema, este percebido
apenas por pesquisadores e gestores públicos da biodiversidade: os riscos sobre as
populações do sagui-da-serra-escuro causados pela expansão dos saguis invasores.
Ao promover tal diálogo, é fundamental construir maneiras efetivas de
comunicar resultados de pesquisas acadêmicas, e de relacionar os problemas percebidos
pela população a problemas de caráter ecológico, tornando mais complexo o cenário de
análise e atuação sociopolítica e, neste caso, sendo possível avaliar o apoio social às
medidas de conservação do C. aurita.
Material e Métodos
Como já mencionado anteriormente, ambas as comunidades do JS e QF estão
localizadas na proposta ZA da unidade (Figura 1). Tal localização nos permitiu o
levantamento da interação dos moradores com a fauna silvestre local. As pesquisas já
desenvolvidas na comunidade nos motivaram a dar início a este estudo, que também se
trata de uma demanda da gestão da UC.
9
Figura 1: Mapa ilustrando a localização das comunidades em relação ao limite do
PARNASO e Zona de Amortecimento.
10
moradores ficou mais efetiva, pois já conhecemos os que mais possuem este costume de
caminhar pelas trilhas do bairro. Durante esta caminhada aplicamos nossas perguntas,
que auxiliaram a introdução do assunto com o morador. Aplicamos também entrevistas
aleatórias com moradores que circulavam pelos bairros, devido à falta de
disponibilidade de alguns moradores chave.
Perguntamos ao entrevistado se consegue nos descrever o animal, se percebe
alguma alteração no número de indivíduos no bairro, os saguis visitam as moradias no
bairro e um pouco da biologia do animal, do que ele costuma se alimentar e em que
período do ano ele mais costuma aparecer (NAKAMURA, 2009; BRASIELIRO,
ALMEIDA e SAITO, 2011). Utilizamos o folder elaborado pelo Plano de Ação
Nacional Mamíferos da Mata Atlântica Central (PAN-MAMAC) com as imagens dos
saguis invasores e nativo, a fim de identificar precisamente a qual animal o entrevistado
está se referindo, trazendo maior confiabilidade ao dado fornecido. (NUNES, 2015)
Os dados fornecidos pelos moradores no momento da caminhada foram
analisados e posteriormente a classificação cultural foi confrontada com a classificação
científica. Foram também analisados os sentidos e significados presentes nos discursos
dos moradores participantes da atividade, buscando relacioná-los às atitudes vivenciadas
no momento da caminhada em relação aos saguis que habitam aquele ambiente.
Buscamos também registrar os animais no momento das caminhadas. Os
registros foram realizados através de fotos onde os animais eram seguidos e
fotografados. Para aproximar os animais da nossa localização, utilizamos um playback,
através do aparelho de som da marca Super Voz III com um chamado de sagui onde os
animais ficavam curiosos e próximos ao ponto onde era possível a observação.
(PEREIRA, OLIVEIRA & RUIZ-MIRANDA 2008).
Por fim, retornamos à comunidade por meio de oficinas participativas e
seminários (Thiollent, 2002) expondo os dados levantados durante o período de campo,
compartilhando os mesmos com os demais moradores de ambos os bairros, com uma
linguagem mais clara para o fácil entendimento e, caso necessário, mais atividades de
educação ambiental para problematizar a relação dos moradores com os animais aqui
pesquisados.
As atividades de educação ambiental foram realizadas em espaços de fácil
acesso para ambas às comunidades, como a Escola Municipal Hilário Ribeiro, a fim de
trazê-los para nossa discussão, aproximando-os do tema a ser discutido. Contamos com
a presença do primatólogo Rodrigo de Carvalho que participou de um dos seminários
11
com os moradores no que diz respeito a informações sobre a biologia da fauna silvestre,
tendo destaque ao gênero Callithrix, e sua interação com os grupos humanos.
Resultados
As analises bibliográficas ajudaram a entender mais sobre as características
biológicas e ecológicas dos Saguis do gênero Callithrix a fim de relacioná-las com as
respostas cedidas pelos moradores, avaliando suas divergências e convergências. As
leituras também seguiram a linha da educação ambiental crítica, para elucidar a forma
como trabalhar em parceria com os moradores em oficinas e palestras realizadas no
bairro. Leituras de trabalhos no campo da etnozoologia nos deram suporte para elaborar
os processos metodológicos da pesquisa. Demos ênfase para os trabalhos cuja execução
se deu dentro de unidades de conservação e suas comunidades, sendo elas tradicionais
ou não.
As entrevistas foram direcionadas para possíveis relações que os moradores de
ambos os bairros desempenhavam com os primatas em estudo. As conversas
aconteceram de dois modos, sendo um deles conversas com caminhadas por um trajeto
do bairro indicado pelo morador, local este que na sua visão os saguis aparecem. O
outro modo foi a entrevista aleatória, no qual os pesquisadores caminhavam pelo bairro
e entrevistaram os moradores ao longo do trajeto.
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presença dos indivíduos híbridos (46% das respostas) no bairro, seguido dos moradores
que não souberam identificar os animais das fotos e chamando os primatas de “micos”.
Somente um morador identificou o C. aurita nas imagens. (Gráfico 1)
Outros dois entrevistados mostraram o C. jacchus no folder, dizendo: "tem muito
desse de tufo branco", entrevistado nº 01, demonstrando entender também sobre a
vocalização característica do animal: "Só tenho escutado, mas não tenho visto" e o C.
penicillata foi citado somente uma vez.
Gráfico 1: Animais que foram identificados pelos moradores através do folder.
HIBRIDOS
27%
AURITA
46%
JACCHUS
PENICILLATA
9%
NÃO SOUBERAM
9% DISTINGUIR
9%
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Gráfico 2: Mostra a percepção dos moradores sobre onde os primatas mais aparecem ao
longo do bairro.
36% 37%
Fios eletricos
Mata
Proximos a residencias
27%
Figura 2: Animais híbridos registrados sobre o fio de luz transitando ao longo bairro.
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Percebe se os animais aumentaram ou diminuíram?
Provocamos nos entrevistados sua percepção em relação ao aumento ou
diminuição dos animais que habitam as matas do bairro. Esta pergunta nos permite
analisar se os participantes da pesquisa percebem diferenças nas populações dos
primatas na localidade. Quanto às respostas fornecidas, os moradores mostraram
opiniões diversificadas, de acordo com as suas percepções. (Gráfico 3)
Foi possível observar que alguns moradores indicam o aumento dos animais nas
matas e também próximos a residências do bairro, como indica o morador nº9, dizendo:
“aparece bastante filhote”. Outro morador também indicou que havia se mudado do
bairro do JS e depois de um tempo ele retornou e disse perceber o aumento dos animais:
"Morei 18 anos, sai e voltei tem 4 anos. Acho que aumentou" entrevistado nº6. Quanto
às outras respostas, somente um entrevistado disse estar diminuindo o número de saguis
no bairro e os demais entrevistados não souberam informar sobre esta pergunta.
Gráfico 3: Percepção dos moradores em relação ao aumento ou diminuição dos saguis
no bairro.
30%
40% Aumentou
Diminuindo
Não aumentaram
Não souberam responder
10%
20%
15
Em relação aos moradores que responderam sobre os animais se aproximarem,
relacionaram esta ação principalmente com a oferta de alimentos, no caso de frutas
como bananas e abacate, cedidos principalmente pelos próprios entrevistados: "Uns 2
metros e se tiver banana ele vem na mão" entrevistado nº3; “Quando tá com comida
sim, principalmente banana.” entrevistado nº10; mostraram também que os animais se
tornam mais mansos quando o alimento é oferecido: "com frutas, eles são bem
mansinho" entrevistado nº6. Além dos alimentos, um morador nos indicou que ao
assobiar também atraia o animal para próximo do entrevistado: "Só assobiar que vem"
entrevistado nº5.
Gráfico 4: percentual dos moradores que indicaram se os saguis se aproximam ou não.
Não
45%
Sim
55%
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Figura 4: Abacateiro carregado de frutos onde os saguis foram registrados.
Figura 5: Individuo híbrido registrado em uma bananeira com a presença dos frutos.
18
Figura 6: Saguis híbridos no abacateiro.
19
desapareciam em outro ou sem mantinham uma regularidade de ocorrência nas matas
dos bairros. Dentre as respostas obtidas, vimos que alguns entrevistados percebem os
animais sempre pelo bairro ao longo do ano, dizendo que “sempre estão ai” e não ter
época para o animal aparecer:” Aparece direto, tem época não.” entrevistado nº3.
Duas respostas indicaram estações e períodos do ano que na visão dos
entrevistados os saguis aparecem. Foi-nos indicado o período de verão e época de seca.
Quanto à primeira opção dita, percebemos em campo que os animais de fato estão
circulando pelo bairro no período de verão, já a segunda resposta necessita de uma
análise bibliográfica que será discutida a seguir. Apenas um entrevistado relacionou a
presença dos animais com o período de frutas no bairro. Alguns moradores não
souberam informar sobre esta pergunta.
20
contamos com a ajuda do professor Alcides Pissinatti (CPRJ/ UNIFESO) para
identificação dos espécimes registrados por fotografias e utilizados na confecção do
trabalho final.
Conseguimos um total de 10 registros de grupos de primatas, onde em sua
maioria os indivíduos híbridos e C. penicillata prevaleceram em nossos avistamentos.
Um fato importante para nossa pesquisa foi o registro, em duas oportunidades, de
indivíduos C. aurita com um grupo misto de saguis. Em alguns momentos, os registros
foram realizados ao mesmo tempo das entrevistas, no qual os moradores
complementaram ao ver o animal na mata, dizendo: “Eles sempre aparecem aqui na
mata perto de casa para comer as frutas”.
Os grupos mistos encontrados foram em sua maioria registrados próximos a
residências e transitando por fios elétricos (Figura 8). Um fato a se destacar, foi o
quanto estes animais se aproximaram de nós pesquisadores enquanto eram observados,
sendo à distância de poucos metros em determinadas ocasiões. O uso do playback fez
com que os animais despertassem a curiosidade, se aproximando mais de onde o
chamado estava sendo emitido.
Figura 7: Sagui híbrido observando os pesquisadores no momento do playback.
21
Figura 8: C. penicillata registrado transitando no fio elétrico.
22
Figura 9: Callithrix aurita com características bem visíveis.
23
Figura 11: Callithrix aurita.
Quanto à distribuição dos registros ao longo dos bairros, foi possível avistar os
animais em locais repetidos, ou seja, os indivíduos C. aurita foram vistos duas vezes na
mesma trilha, logo a sua marcação se deu por apenas um ponto destacado no mapa em
cor verde (Figura 12). Os demais primatas registrados seguem a mesma lógica, os que
foram vistos no mesmo ponto foram englobados com um único marcador no mapa com
a cor amarela.
24
Figura 12: Mapa ilustrando a distribuição dos registros animais realizados pela equipe
de pesquisa. Destacando o ponto de registro do Callithrix aurita em cor verde.
25
Figura 13: Teatro realizado pela "Trupe do Parque" para as crianças da escola.
26
no seminário, onde a maioria dos moradores se manifestou de forma dinâmica,
contribuindo inúmeras vezes com o que estava sendo exposto e debatido.
As conversas tiveram inicio com a apresentação dos resultados da pesquisa-ação
referentes à resolução de uma problemática apontada pelos moradores do Quebra
Frascos que era um deposito de lixo na entrada do bairro, o que gerou um movimento da
associação dos moradores do bairro para buscar soluções para o problema. Neste
momento houve grande participação dos moradores, no qual buscaram contribuir com
mais informações e propostas de ações voltadas a situações similares a serem
solucionadas na comunidade (Figura 15).
Figura 15: apresentação da problemática do depósito de lixo na Estrada da Floresta.
27
Figura 16: Apresentação do seminário com os moradores sobre o tema biodiversidade.
28
informações sobre o tema, reafirmou o que já vinha sendo discutido com os moradores
(Figura 17).
Figura 17: Participação do primatólogo Rodrigo de Carvalho durante o seminário.
29
Discussão e Conclusões
Os resultados obtidos com esta pesquisa possibilitaram uma avaliação das
divergências e convergências do conhecimento popular a respeito dos saguis. Os dados
são discutidos a seguir à luz dos trabalhos acadêmicos e livros que ilustram a relação de
comunidades humanas com os primatas, consultando também a bibliografia específica
sobre a biologia do animal e questões trabalhadas na área da educação ambiental.
O estudo da capacidade dos moradores a respeito da identificação dos animais
nos mostrou que os mesmos conseguem diferenciá-los pelos aspectos morfológicos,
seguindo o mesmo modelo de identificação utilizado pelos pesquisadores e especialistas
da área (Carvalho, 2015; Pereira, 2010; Pereira, 2006). Sendo o foco desta pesquisa o
modo empírico de identificá-los, os moradores apontaram características como a
presença dos tufos (Auricchio, 1995; Reis, Peracchi e Andrade, 2008) e o modo de
vocalização (Barros e Yoshida, 2009), como características marcantes para identificar a
presença do primata no bairro.
Os primatas são animais que apresentam uma grande plasticidade em relação a
sua alimentação. Para Saito et al (2010) a alimentação pode gerar uma relação cada vez
mais estreita com os grupos humanos, havendo uma disputa direta por estes recursos.
Durante nossa pesquisa, vimos que os moradores desempenham uma relação de
proximidade com os animais, principalmente ofertando alimentos para os primatas.
Albuquerque e Oliveira (2014); Nakamura (2009) mostram que em situações de
parques, os saguis também recebem a oferta de alimentos por humanos e também
procuram nas lixeiras formas alternativas de alimentação.
Sobre os benefícios e prejuízos que podem significar, na visão dos moradores, os
saguis representam para a comunidade uma boa conservação das matas que circundam
os bairros. Esta visão dos moradores pode ser relacionada com informações de estudos
que mostram que os primatas de gênero Callithrix, devido a sua dieta conter frutos, são
bons dispersores de sementes ao longo da floresta, sendo vistos como bioindicadores.
(CALOURO, 2005; VALE & PREZOTO, 2016; PEREIRA, 2010)
Os dados também mostraram a visão dos moradores a respeito da predação dos
ninhos de aves no bairro. Os mesmos entendem este hábito dos primatas como um fator
prejudicial para as aves. Este hábito alimentar descrito por Vale e Prezoto (2016), Reis,
Peracchi e Andrade (2008); Auricchio (1995) pode caracterizar em um desequilíbrio na
avifauna do bairro, como mostra Begotti e Landesmann (2008), Alexandrino et. al
30
(2012) em seus artigos, que ilustram a predação de ninhos por Callithrix sp. que vivem
em áreas urbanas e rurais.
Ao passo que ofertam alimentos para os saguis, os moradores se aproximam dos
primatas com certa facilidade, correndo riscos de serem feridos e contrair algum tipo de
doença. Os saguis do gênero Callithrix. sp são considerados potenciais reservatórios do
vírus da raiva silvestre e outras zoonoses, o que em contato com o organismo humano,
pode desencadear o processo de estabelecimento do micro-organismo, levando à morte.
(FAVORETO et al, 2001 ; SOUSA et al, 2013 ; AGUIAR et al, 2011 ; KOTAIT et al,
2007 ; PISSINATTI e SILVA, 2009)
Observando que as populações das comunidades estudadas estão próximas à
espécie de primata que é tratada como vulnerável no Plano de Ação Nacional
Mamíferos da Mata Atlântica Central - PAN-MAMAC (Escarlate-Tavares, Valença-
Montenegro, Jerusalinsky, 2016), cabe a nós pesquisadores e gestores propor ações que
visem uma melhor relação entre primatas-não humanos e humanos. Alves e
Albuquerque (2012) mostram que a conservação da natureza deve levar em
consideração a influência dos seres humanos como agentes de transformação dos
espaços naturais, não apenas nos aspectos considerados negativos.
Buscando traçar estratégias de conservação para os primatas junto à
comunidade, devemos considerar suas interações e os impactos decorrentes de suas
atividades (LIMA, FLORÊNCIO e SANTOS, 2014) e, também, os impactos em escalas
que ultrapassem o alcance da comunidade local, como a fragmentação do habitat e as
deficiências das políticas de saneamento básico. Podemos alinhar atividades de
educação ambiental que busquem refletir com os moradores, a partir do conhecimento
cientifico incorporado ao saber local, maneiras de melhor relacionamento com primatas
presentes na comunidade (TORRES, RODRIGUES e BARRETO, 2014) e com o
ambiente social e natural com um todo.
Os avistamentos de grupos mistos de saguis ao longo do trabalho de campo
permitiu o uso de playback que se mostrou bastante eficaz para aproximar e manter os
animais visíveis para os registros fotográficos nas bordas da mata ou circulando por fios
elétricos nas comunidades. Pereira, Oliveira & Ruiz-Miranda 2008 mostram que o uso
do playback se mostrou eficaz para atrair os animais e mantê-los próximos à borda da
mata. O mesmo autor também mostra que os animais se mostraram bem ativos durante a
chamada do playback, corroborando as nossas observações, onde os saguis avistados
também se mostravam agitados durante a sonorização. (PEREIRA, 2006).
31
Foi possível observar também, em dois momentos, a presença do individuo C.
aurita, que se destacava por suas características, como a cauda anelada e a presença da
máscara branca na face em formato de “caveira” (MENDES, STRIER e MELO, 2008).
Durante os encontros com o C. aurita, foi percebido que os mesmos estavam
acompanhados de saguis híbridos e de outras espécies. Os grupos de C. aurita
encontrados no PARNASO por Pereira, Oliveira & Ruiz-Miranda 2008, também
estavam acompanhados de indivíduos da espécie exótica C. penicillata e indivíduos
híbridos.
Como parte conclusiva da pesquisa, a realização de uma atividade de educação
ambiental possibilitou dialogar com o saber local acionando conceitos acadêmicos a
respeito dos primatas Callithrix sp. (JANKE e TOZONI-REIS, 2008). A elaboração de
um seminário, que para Thiollent, (2002) tem função de centralizar e discutir todas as
informações coletadas nos permitindo a troca de ideias entre os pesquisadores e
participantes da pesquisa, culminando em uma participação ativa dos moradores com
perguntas e informações para o nosso seminário.
Logo, a partir dos dados e do seminário apresentado junto à comunidade,
concluímos que os moradores compreendem a presença dos saguis nos bairros,
possuindo uma visão de que a presença dos mesmos representa uma boa conservação
ambiental do bairro. Muitos conhecem também sobre os hábitos alimentares e os
aspectos físicos que os diferenciam ao olhar dos pesquisadores.
32
biodiversidade. Esta ação pode contribuir para solução das diversas demandas
ambientais vividas nas comunidades de entorno, sanando possíveis conflitos existentes
entre a UC e moradores.
Agradecimentos
Agradeço ao PIBIC/ICMBio pelo suporte à execução do plano de trabalho e ao
CIEE por apoiar a pesquisa. Agradeço em especial a ajuda e disponibilidade do meu
orientador Marcus, que sempre se mostrou muito atencioso e acolhedor com todas as
ideias que surgiram ao longo da elaboração do trabalho; Ao professor Alcides Pissinati
pela ajuda, disponibilidade e atenção; ao Projeto Pesquisa-Ação que meu deu a
oportunidade de estagiar de forma voluntaria e aprender um pouco mais sobre o que é
um trabalho de campo e uma pesquisa que envolve participação social de forma
protagonista; ao Parque Nacional Serra Órgãos que me recebeu e acolheu em suas
estruturas; aos demais analistas ambientais que contribuíram com ideias e sugestões e
para a equipe de voluntários que me auxiliaram no campo para a coleta de dados; A
ambas as comunidades que se mostraram disponíveis e abertos a participarem de nossa
pesquisa e pelo acolhimento a nós pesquisadores; A Victória e Dalilla pela atenção e
disposição para a troca de ideias e leituras diversas do trabalho; A namorada, Vanessa
por estar do lado nos momentos de dificuldade e dando ideias para o seguimento da
pesquisa; Minha mãe e pai por sempre estarem ao meu lado.
33
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2018.
39
Anexo 1: roteiro de entrevistas utilizado para as caminhadas em campo.
Roteiro de entrevistas
DATA: / /
n°
IDENTIFICAÇÃO
40
Anexo 2: Termo de Consentimento Livre e Esclarecido-TCLE
_____________________________________________
Marcus Machado Gomes – Orientador
Matrícula SIAPE 1413406
____________________________________________
Entrevistado
Declaro que entendi os objetivos, riscos e benefícios de minha participação na pesquisa e
concordo em participar.
41