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Antes da II Guerra Mundial, ocultistas alemães acreditavam que a Terra era oca, e
dentro dela habitava uma super raça com poderes telecinéticos, o “vril”. Sociedades ocultistas
como Thule e a Vril na Alemanha contataria esses seres para que os nazistas utilizassem esses
super poderes. Antes da guerra iniciar, a SS promoveu expedições oficiais entre 1931 e 1936 para
visitar os lamas no Tibete em busca de poderes ocultos e uma suposta origem da raça ariana na
Ásia. Em Berlim, os nazis permitiam o ensino do budismo por mestres tibetanos. E a suástica,
símbolo indiano e tibetano da boa sorte imutável, tornou-se o símbolo do Partido Nazista.
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11/03/2024 17:35 A banalidade do Mal do ocultismo nazi no filme "O Cremador" ~ Cinema Secreto: Cinegnose
sombrios. Pessoas aparentemente sérias e equilibradas passaram a acreditar que poderiam criar
uma nova ordem global a partir de ideias e práticas ocultistas.
O diretor Juraj Herz ficou conhecido pelo seu interesse nos aspectos góticos,
grotescos, surreais e decadentes por meio de uma estilização gótico-barroca. O seu protagonista,
com um rosto redondo que sugere um Adolph Hitler por meio de referências ao ator Peter Lorre,
domina a tela: é o operador de um crematório na Tchecoslováquia no final dos anos 1930 às
vésperas da invasão nazista ao país.
“Ao pó retornarás...”
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O Filme
“O sofrimento é um grande mal e temos que fazer de tudo para aliviá-lo”, diz
insinuando a eutanásia. Também se apresenta como abstêmio, não fuma e nem bebe, e aparenta
um caráter convicto. Porém, apenas esconde dois vícios profundos: o desejo por prostitutas e
bordeis; e a ambição em subir socialmente.
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Kopfrkingl parece seguro de si, mas aos poucos é influenciado pelas ideias sobre a
pureza do sangue divulgadas pelo partido nazista que aos poucos se infiltra na vida política,
enquanto as tropas alemãs aproximam-se das fronteiras do país.
Obcecado por budismo e reencarnação, integrando com crenças cristãs que fala em
seus sermões funerários, Kopfrkingl começa a conciliar budismo com nazismo. Ele conclui
maravilhado que os campos de extermínio, com seus crematórios, irão limpar o mundo do
sofrimento.
Claro que essa conclusão é também motivada pelos seus dois vícios: tornando-se
colaborador dos nazistas, terá acesso às prostitutas exclusivas para os membros do partido, além
de tornar-se o diretor do “templo da morte”.
O Cremador começa a ficar ainda mais sinistro quando o protagonista descobre que
sua esposa tem ascendência judaica e, portanto, seus filhos tem uma parte do sangue judeu da
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mãe. Sem filhos na Juventude Nazi e com uma esposa judia, jamais Kopfrkingl poderá assumir a
missão messiânica de transformar os sofrimentos do mundo em cinzas.
Kopdfrkingl conclui de forma sombria que também terá que transformar em cinzas a
“dor” de seus familiares... Ele não percebe as contradições que abraça: ama genuinamente seus
familiares mas não mostra nenhum remorso em se prostituir, delatar os “doentes” para os nazis e
arquitetar a morte da mulher e filhos.
Banalização do Mal
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O auge do delírio de Kopdfrkingl no filme é quando ele cria uma espécie de alter ego
em trajes de monge tibetano que lembra sempre para ele sua missão importante nesse planeta –
reduzir às cinzas todas dores e impurezas do mundo.
Em 1933 morria no Tibete o 13o lama. Em seu delírio o protagonista acredita ser ele
próprio o substituto, incumbido de uma importante missão pelo Partido Nazista, remunerado com
prostitutas e ascensão social. Ascensão que o levará à própria Shambala no topo do mundo.
ódio político, racismo e intolerância, o filme O Cremador de 1968, sobre os anos 1930, mostra-se
perturbadoramente atual.
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