Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Práticas em
João Marcelo Oliveira
E-book
Licenciado para - Stephanie Anine dos Santos Oliveira - 10690487479 - Protegido por Eduzz.com
Licenciado para - Stephanie Anine dos Santos Oliveira - 10690487479 - Protegido por Eduzz.com
DEZENAS DE CURSOS,
APOSTILAS, E-BOOKS,
RESUMOS E ATLAS!
A MELHOR
CADA CURSO TEM PLATAFORMA
UMA CERTIFICAÇÃO PARA APRENDER
DE 20 A 60 HORAS MICROBIOLOGIA
TODOS OS DIAS!
TEMOS UMA
PLATAFORMA EXCLUSIVA
PARA OFERTA DE VAGAS
conteúdo
Teorias em microbiologia
atenção
Oi, tudo bem?
Teorias em
microbiologia
A palavra Microbiologia deriva do grego: mikros
(“pequeno”), bios (“vida”), e logos(“ciência”). Esta Ciência estuda
os organismos microscópicos e suas atividades biológicas, isto é,
verificam as diversas formas, estruturas, reprodução, aspectos
bioquímico-fisiológicos, e seu relacionamento entre si e com o
hospedeiro, podendo ser benéficos e prejudiciais. A Microbiologia
trata os organismos microscópicos unicelulares, onde todos os
processos vitais são realizados numa única célula. A Célula é menor
unidade funcional de um organismo e independente da
complexidade que o mesmo apresente, é através das células que
todas as funções vitais são realizadas. Todas as células vivas são
basicamente estão compostas de: membrana plasmática, citoplasma
e núcleo, além de organelas que exercem diversas funções do
metabolismo celular. De forma geral, todos os sistemas biológicos
possuem as seguintes características comuns:
• Habilidade de reprodução.
• Capacidade de ingestão ou assimilação de substâncias
alimentares, visando a obtenção de energia e de crescimento.
• Cabilidade de excreção de produtos tóxicos.
• Capacidade de reagir ou se adaptar às alterações do meio
ambiente.
• Susceptibilidade a mutações.
Teorias em
microbiologia
Outros cientistas acreditavam que os microrganismos se formavam
espontaneamente a partir da matéria orgânica em decomposição ou putrefação,
essa forma de multiplicação chamou-se abiogênese. A abiogênese também fi cou
conhecida como geração espontânea. A crença na geração espontânea de seres
vivos teve uma longa existência. A ideia da geração espontânea teve origem na
Grécia Antiga, que acreditava que rãs e minhocas surgiam, espontaneamente, de
um pequeno lago ou lama. Outros acreditavam que larvas de insetos e moscas
eram produzidas a partir de carne em decomposição. Pouco a pouco, essas ideias
foram perdendo força, por demonstrações científi cas como a do médico italiano
Francesco Redi (1626 – 1697), que demonstrou que as larvas encontradas na
carne em putrefação eram larvas de ovos de insetos e não um produto da geração
espontânea.
Convencer os que apoiavam a abiogênese de que um ser não poderia
surgir apenas da matéria orgânica, tornou-se bem mais difícil, principalmente, a
partir do experimento de Heedham em 1749, que demonstrou que, de muitos
tipos diferentes de infusões, invariavelmente, emergiam criaturas microscópicas
(microrganismos), independentemente do tratamento que receberam, protegidas
ou não, fervidas ou não. Hoje, sabe-se que os experimentos de Heedham foram
falhos, pois este não tomava precauções higiênicas para proteger seus
experimentos do ar circundante, permitindo dessa forma a contaminação de suas
infusões.
Os partidários da teoria da biogênese começaram com o conhecimento de
que o calor matava os microrganismos, assim, meios de cultura submetidos à
fervura por longos períodos, mostravam a ausência de microrganismos. Mas,
com o passar do tempo, os microrganismos surgiam. Logo, eles podiam estar
aparecendo de algum lugar e, o mais lógico, era do ar. Trataram então de aquecer
o material em recipientes fechados e assim o mantinham estéril. Os adeptos da
teoria da abiogênese contra atacaram, argumentando que em ambientes fechados
os microrganismos não teriam acesso ao oxigênio que era considerado, na época,
essencial a todo o tipo de vida. Foi quando entrou em cena Louis Pasteur. Ele
resolveu o problema utilizando um balão de vidro cujo pescoço fora esticado e
encurvado na forma de um pescoço de cisne.
O frasco, contendo no seu interior meio de cultura era, então, aquecido e
fervido. Com esse procedimento, o meio de cultura ficava isento de
microrganismos por longos períodos. Só surgiam microrganismos quando o
gargalo era quebrado ou quando se fazia o líquido vir até a borda do pescoço e
retornar para dentro do frasco. Na realidade, pode-se dizer que Pasteur teve
muita sorte, pois, outro pesquisador, Tyndall, também realizava experimentos
semelhantes, utilizando uma caixa selada. Quando ele passava através da caixa
um raio de luz e verificava que não havia partículas em suspensão no ar, o meio
de cultura permanecia estéril. Seu experimento foi repetido diversas vezes com
sucesso. De repente, o meio começou a apresentar crescimento. Ao investigar o
problema, ele descobriu que o que estava crescendo era um microrganismo que
produzia endósporos, capazes de resistir a alguns minutos de fervura. Outra
participação de Pasteur foi no estabelecimento dos processos de fermentação.
Licenciado para - Stephanie Anine dos Santos Oliveira - 10690487479 - Protegido por Eduzz.com
Teorias em
microbiologia
Depois de organizá-las em tribos, podemos definir, por meio de algumas provas adicionais algumas espécies
importantes, como vemos:
Identificação de Enterobacterales
Identificação de Enterobacterales
É muito frequente pensarmos em Enterobacterales e imaginar colônias rosadas em Ágar Macconkey.
A verdade é que tem bactérias desse grupo que não deixam o Macconkey (Mc) tão rosado e bonito como
conhecemos. Ou ainda aquelas que não deixam esse meio tão rosado assim. Isso tudo te diz a respeito do
metabolismo daquela bactéria. Bactérias que apresentam colônias rosas ou levemente avermelhadas em MC são
fermentadoras de lactose, um carboidrato bem mais complexo que a glicose. Quando definimos que uma
bactéria é fermentadora, é pela sua capacidade de fermentar glicose, um açúcar bem simples, “fácil de ser
consumido”. Quase que obviamente, quando uma bactéria fermenta a lactose em Mc, nós a colocamos no grupo
das Enterobacterales, afinal, o Mc foi feito para isso, não é mesmo? Mas, e quando uma bactéria não deixa o
meio rosa, o que pode significar?
Adicione ao seu conhecimento, que quando pensamos em Enterobacterales, estamos falando de
bacilos, Gram negativos, Oxidase negativa, onde suas colônias são características e é por meio dessa
caracterização que vamos trabalhar o nosso raciocínio. Logo, isso precisa ser subentendido a partir daqui, tudo
bem?
Definindo e diferenciando o
metabolismo bacteriano
Nem toda bactéria que cresce em Mc vai fermentar a lactose. Nem muito menos deixar de ser
Enterobacterales por não ter fermentado esse carboidrato. Para definir se uma bactéria que cresceu em
Macconkey sem fermentar a lactose é verdadeiramente um fermentador, precisamos da prova que diferencia
classicamente os microrganismos de metabolismo fermentativo e oxidativo. A prova de Hugh Leifson,
conhecida como OFGlicose (Oxidativo-Fermentativo).
Esquema do livro Diagnóstico microbiológico | texto e atlas / Gary W. Procop ... [et al.] ; tradução Patricia Lydie Voeux. - 7. ed. - Rio de Janeiro : Guanabara
Koogan, 2018.
Licenciado para - Stephanie Anine dos Santos Oliveira - 10690487479 - Protegido por Eduzz.com
Identificação de Enterobacterales
Identificação de Enterobacterales
Se organizássemos um raciocínio onde você olhasse essas duas placas e suspeitasse de Klebsiella e E. coli,
poderíamos pensar em provas rápidas que podem te ajudar a diferenciar esses dois patógenos. Afinal, elas
pertencem a um mesmo grupo ou tribo, a tribo Klebsielleae, na qual estão Klebsiella, Enterobacter, Hafnia e
Serraria. E se você é atento, deve saber que Enterobacter apresenta-se, macromorfologicamente muito parecido
com Klebsiella. Podendo ser confundida muitas vezes. Portanto, tendo em mente, que poderíamos ter: Klebsiella,
Enterobacter ou uma Escherichia: como você otimizaria a sua rotina para resolver esse problema?
Problema resolvido.
Vamos avançar?
Licenciado para - Stephanie Anine dos Santos Oliveira - 10690487479 - Protegido por Eduzz.com
Identificação de Enterobacterales
Nem sempre é possível isolar um microrganismo e recuperá-lo sem companhia. É frequente,
especialmente em secreção traqueal, escarro e tantos outros materiais, isolamento de múltiplos microrganismos.
Vamos a alguns exemplos… Observe o Macconkey a seguir. Analise-o num geral e depois observe cada colônia
fora do comum. Vamos para alguns exemplos:
Licenciado para - Stephanie Anine dos Santos Oliveira - 10690487479 - Protegido por Eduzz.com
Identificação de Enterobacterales
Identificação de Enterobacterales
Identificação de Enterobacterales
Identificação de Enterobacterales
Identificação de Enterobacterales
Identificação de Enterobacterales
Atenção: No caso dessa placa, realizada a partir de secreção traqueal, foi necessário reisolamento. O resultado pode
ser visto na próxima página.
Licenciado para - Stephanie Anine dos Santos Oliveira - 10690487479 - Protegido por Eduzz.com
Identificação de Enterobacterales
Identificação de Enterobacterales
Identificação de Enterobacterales
Colônia de borda
irregular,pigmento esverdeado,
colônia “baixa”, sugere
Pseudomonas spp
Identificação de Enterobacterales
Indol - Indol +
Motilidade + Motilidade +
H2S - H2S -
Indol -
Motilidade - Indol +
H2S - Motilidade -
H2S -
Licenciado para - Stephanie Anine dos Santos Oliveira - 10690487479 - Protegido por Eduzz.com
Citrato + Citrato -
Houve crescimento
Houve crescimento microbiano, mas
microbiano e não houve
mudança de pH no alteração de pH. Sem crescimento
meio. microbiano e sem
alteração de pH.
Licenciado para - Stephanie Anine dos Santos Oliveira - 10690487479 - Protegido por Eduzz.com
Ureia negativa
A ordem dos tubos são: Citrato, TSI, Ureia, SIM, Malonato e Lisina.
Licenciado para - Stephanie Anine dos Santos Oliveira - 10690487479 - Protegido por Eduzz.com
Sabemos que uma “série bioquímica” sozinha não tem sentido. Mas, considere o seguinte contexto: essa série foi
feita baseando-se no crescimento a seguir (seta). Revise a tabela e identifique a bactéria.
A ordem dos tubos são: Citrato, TSI, SIM, Ureia, Malonato e Lisina.
Licenciado para - Stephanie Anine dos Santos Oliveira - 10690487479 - Protegido por Eduzz.com
Sabemos que uma “série bioquímica” sozinha não tem sentido. Mas, considere o seguinte contexto: essa série foi
feita baseando-se no crescimento a seguir (seta). Revise a tabela e identifique a bactéria.
A ordem dos tubos são: Citrato, TSI, SIM, Ureia, Malonato e Lisina.
Licenciado para - Stephanie Anine dos Santos Oliveira - 10690487479 - Protegido por Eduzz.com
Sabemos que uma “série bioquímica” sozinha não tem sentido. Mas, considere o seguinte contexto: essa série foi
feita baseando-se no crescimento a seguir (seta). Revise a tabela e identifique a bactéria.
Sabemos que uma “série bioquímica” sozinha não tem sentido. Mas, considere o seguinte contexto: essa série foi
feita baseando-se no crescimento a seguir (seta). Revise a tabela e identifique a bactéria.
Sabemos que uma “série bioquímica” sozinha não tem sentido. Mas, considere o seguinte contexto: essa série foi
feita baseando-se no crescimento em ágar XLD, para coprocultura. Revise a tabela e identifique a bactéria.
A ordem dos tubos são: Citrato, TSI, SIM, ureia, malonato e lisina.
não fermentadores
das Bacilos Gram Negativos
Identificação
Licenciado para - Stephanie Anine dos Santos Oliveira - 10690487479 - Protegido por Eduzz.com
Licenciado para - Stephanie Anine dos Santos Oliveira - 10690487479 - Protegido por Eduzz.com
Esquema do livro Diagnóstico microbiológico | texto e atlas / Gary W. Procop ... [et al.] ; tradução Patricia Lydie Voeux. - 7. ed. - Rio de Janeiro : Guanabara Koogan, 2018.
Licenciado para - Stephanie Anine dos Santos Oliveira - 10690487479 - Protegido por Eduzz.com
Nas próximas páginas vou disponibilizar algumas tabelas com testes que são realizados para
diferenciar alguns dos principais BGN-NF.
Oxidase
Negativa
Positiva Acinetobacter
Pseudomonas Burkholderiaceae
Burkholderiaceae Stenotrophomonas
Ureia
Positiva
Burkholderiaceae
Stenotrophomonas
ONPG
Positiva Negativa
Burkholderiaceae Stenotrophomonas
Licenciado para - Stephanie Anine dos Santos Oliveira - 10690487479 - Protegido por Eduzz.com
interpretação rápida
Tabelas ilustradas para
Licenciado para - Stephanie Anine dos Santos Oliveira - 10690487479 - Protegido por Eduzz.com
Licenciado para - Stephanie Anine dos Santos Oliveira - 10690487479 - Protegido por Eduzz.com
Cepa de Klebsiella oxytoca sem Cepa de Klebsiella pneumoniae Cepa de E. coli prescipitando
prescipitação de sais biliares, sem prescipitação de sais sais biliares.
rodeada de colônias de E. coli que biliares.
prescipitaram sais de bili.
Nesta pequena tabela, demos atenção as Enterobactérias fenilalanina positivas, na qual é possível observar que
todas crescem bem em Macconkey, porém, não são capazes de fermentar a lactose.
Quanto ao tamanho
Pequena1, média2, grande3, gigante4
Quanto a forma
Puntiforme5, circular6, filamentosa, irregular7 ou rizoide
Elevação/espessura da colônia
Achatada8, elevada, convexa9, côncava, polvinada, umbonada10, umbilicada
Quanto a borda/extremidades
Inteira11, ondulada, lobada, irregular, filamentosa, curva
Características da superfície
Apresenta brilho?12, seca8 lisa, rugosa13, papilada?
Densidade
Opaca, translúcida ou transparente
Consistência
Butirácea, viscosa14, quebradiça ou membranosa
Coloração/pigmentação
Branca15, leitosa, esverdeada16, amarelada, vermelha17. Possui pigmento?18 Pigmento
difusível19 ou apenas na colônia20?
Perfil hemolítico
Alfa21, beta22 ou gama hemolítico23
Quanto ao odor
Pútrido, frutado, chulé, cheiro, mofo.
diferentes meios
microbiano em
Glossário de
crescimento
de cultura
placas do
Licenciado para - Stephanie Anine dos Santos Oliveira - 10690487479 - Protegido por Eduzz.com
Licenciado para - Stephanie Anine dos Santos Oliveira - 10690487479 - Protegido por Eduzz.com
Candida krusei
Candida tropicalis
Candida albicans
Licenciado para - Stephanie Anine dos Santos Oliveira - 10690487479 - Protegido por Eduzz.com
positivos
Licenciado para - Stephanie Anine dos Santos Oliveira - 10690487479 - Protegido por Eduzz.com
Licenciado para - Stephanie Anine dos Santos Oliveira - 10690487479 - Protegido por Eduzz.com
Staphylococcus spp
Streptococcus spp
Enterococcus spp
Sabe-se que a esmagadora maioria dos cocos Estudos recentes usando hibridização reversa
Gram positivos de interesse médico têm em tabuleiro de xadrez com sequência de genes
características morfológicas e metabólicas acompanhantes de 60 foram bem sucedido na
semelhantes. Esse fato torna difícil a identificação identificação desses organismos Outros semelhantes
e/ou a diferenciação entre alguns grupos. Por são as espécies de Pediococcus que são cocos gram-
exemplo, Staphylococcus e Micrococcus apresentam positivos que produzem ácido láctico como único
características bem próximas a ponto de serem produto da fermentação da glicose. Esses
confundidos frequentemente. Streptococcus e microrganismos são encontrados naturalmente em
Enterococcus seguem o mesmo padrão, e por isso vegetais e possuem importância nas indústrias de
são agrupados. cerveja e alimentos. Os Pediococcus foram isolados
Este “capítulo” do nosso e-book tem a função de vários tipos de amostras clínicas humanas,
de trazer alguns dos cocos Gram positivos incluindo fezes, urina, feridas, abscessos e
semelhantes, aos Staphylococcus, Streptococcus e hemoculturas. Os pacientes infectados por esses
Enterococcus e descrever algumas das suas microrganismos apresentam afecções em paralelo,
características. incluindo neoplasias hematológicas malignas,
É importante observar que em Microbiologia doença cardiovascular, doença pulmonar crônica,
Clínica Médica, trabalhamos com patógenos mais gastrosquise, pancreatite e diabetes melito. Houve
comuns, dada a sua complexidade e relevância crescimento de P. pentosaceus em hemoculturas e
epidemiológica. Porém é necessário compreender amostras de celulite necrosante que acabou sendo
que essas bactérias relacionadas ou semelhantes, fatal, após ruptura de tumor retroperitoneal. À
guardam informações fenotípicas semelhantes e que semelhança das espécies de Leuconostoc, os
podem passar despercebidas pela maioria dos Pediococcus são intrinsecamente resistentes à
microbiologistas iniciantes. As Micrococcaceae e vancomicina, e muitos pacientes apresentam pela
Dermacoccaceae são geralmente microbiotas. primeira vez sintomas de infecção enquanto estão
Micrococcus, Kocuria e Kytococcus spp. têm sido sendo tratados com esse fármaco. Isolados de
associados a infecções como endocardite, Pediococcus de amostras clínicas foram
pneumonia, sepse e infecções de pele em pacientes identificados como P. acidilactici ou P. pentosaceus.
imunocomprometidos. Em geral, os Pediococcus são sensíveis à
O que, se houver, fatores de virulência são penicilina G, à eritromicina, à clindamicina, à
produzidos pelos demais gêneros dentro deste grupo gentamicina e ao imipeném. O gênero Gemella
não é conhecido. Como esses organismos raramente também faz parte dos semelhantes. O crescimento
estão associados a infecções em indivíduos desse microrganismo é precário em condições
saudáveis, provavelmente são de baixa virulência. anaeróbias. As espécies de Gemella são isoladas com
No grupo dos Streptococcus/Enterococcus, temos pouca frequência de amostras clínicas. A semelhança
alguns exemplos de semelhantes. Vagococcus com estreptococos viridans em culturas
fluvialis, Lactococcus garvieae e Lactococcus lactis provavelmente resultou em identificações incorretas.
às vezes são erroneamente identificados como
Enterococcus spp. Existem algumas características
que podem os diferenciar, por exemplo: Vagococcus
spp são móveis, diferenciando-os dos Lactococcus.
Tanto os Lactococcus quanto os Vagococcus são
suscetíveis à vancomicina e não formam gás no
caldo Mann, Rogosa e Sharpe (MRS); são positivos
para pirrolidonil arilamidase (PYR) e leucina
aminopeptidase (LAP); e crescer em caldo de NaCl a
6,5%.
Licenciado para - Stephanie Anine dos Santos Oliveira - 10690487479 - Protegido por Eduzz.com
Algumas espécies desse gênero podem acontecer Assim como os gêneros mencionados
na veterinária – Gemella palaticanis e Gemella cuniculi. anteriormente outros poderiam ser listados a partir desse
G. palaticanis foi isolada de uma vesícula da cavidade oral novo parágrafo, como: Facklamia, Dolosigranulum,
de um Labrador Retriever, enquanto G. cuniculi foi Ignavigranum, Dolosicoccus e Eremococcus, porém, a
isolada de um abscesso submandibular de um coelho de semelhança fenotípica entre esses microrganismos e os
estimação de orelhas pendentes. O microbioma normal de clinicamente relevantes nos impede de encher nosso
G. bergeriae e G. sanguinis nos seres humanos não é pequeno “HD” cerebral com tanta informação. Embora
conhecido, e, além de seu isolamento de hemoculturas, seja importante reconhecer que quando estamos distantes
nenhuma infecção específica foi associada a essas duas das características das espécies de Streptococcus ou outros
espécies. O membro mais recente, G. asaccharolytica, foi “mais famosos”, precisamos ficar atentos e nos questionar.
isolado de uma ferida no braço de um usuário de drogas, Além disso, essa atenção redobrada nos fará
de uma ferida em um dedo e de abscesso labial de questionar resultados da automação com maior segurança.
paciente com neoplasia maligna. Afinal, é preferível que nós microbiologistas ofereçamos
Diferentemente de outras espécies de Gemella, G. informações úteis à automação para que ela não te dê uma
asaccharolytica não fermenta nenhum carboidrato. G. rasteira no futuro. Atente-se às características dessas
haemolysans constitui parte da microbiota das vias bactérias diante da coloração de gram pois, os
respiratórias superiores, enquanto G. morbillorum é estafilococos aparecem obviamente como já falamos
encontrada nos tratos respiratório e gastrintestinal. como cocos gram-positivos, geralmente em aglomerados.
O gênero Vagococcus foi proposto em 1989 para Já os micrococos geralmente aparecem como cocos gram
acomodar cocos gram positivos móveis e catalase- positivos em tétrades, em vez de grandes aglomerados. As
negativos, isolados de fezes de galináceo e água de rio. bactérias dos gêneros relacionados como Kytococcus,
Fenotípicamente, esses microrganismos assemelhavam-se Nesterenkonia, Dermacoccus, Arthrobacter e Kocuria têm
a lactococcus; porém, estudos demonstraram que essas suas células organizadas na coloração de Gram
bactérias eram distintas dos estreptococos, Enterococcus e semelhante aos Staphylococcus.
das espécies de Lactococcus. Cepas de V. fluvialis foram Em 1992, Collins e colaboradores descreveram
isoladas de lesões cutâneas e de tonsilas de suínos, nove isolados clínicos humanos singulares (cinco de
bovinos, equinos e gatos domésticos. hemoculturas, três de culturas de urina e um de amostra de
Os CDC relataram o recebimento de duas cepas de LCR) de Globicatella. As características fenotípicas
V. fluvialis, uma obtida de hemocultura e a outra do excluíram essas cepas como membros dos grupos
líquido peritoneal de um paciente submetido a diálise Streptococcus, Lactococcus, Enterococcus ou Aerococcus,
renal. Outros isolados de V. fluvialis foram obtidos de e as pesquisas genéticas demonstraram uma linha distinta
fontes clínicas humanas, hemoculturas, líquido peritoneal, de descendência desses isolados dentro das bactérias de
feridas, lesões de canal infectado de dente, de animais e “ácido láctico”. Essas cepas foram classificadas no novo
do meio ambiente. Durante um estudo genético de gênero Globicatella.
lactobacilos atípicos isolados de vários produtos à base de .
carne (membros do gênero Carnobacterium), foram
descritos dois isolados da truta-arco-íris adulta, que foram
distintos dos isolados de aves domésticas; Essas duas
cepas demonstraram o maior grau de homologia de
sequência do rRNA 16S com cepas de V. fluvialis,
formando um grupo genético próximo das carnobactérias,
dos estreptococos, dos lactobacilos e dos enterococos.
Esses isolados de salmonídeos foram incluídos no gênero
Vagococcus, com a denominação de Vagococcus
salmoninarum.
Licenciado para - Stephanie Anine dos Santos Oliveira - 10690487479 - Protegido por Eduzz.com
Essa é uma pergunta muito boa. Poderia ser Vamos dar um exemplo:
respondida de várias formas, mas, considerando a
realidade brasileira onde a maioria dos laboratórios Você tem em suas mãos um líquido
que se dedicam aos exames microbiológicos cefalorraquidiano. Na microscopia pela coloração de
apresentam condições particulares para a execução Gram você observa cocos Gram positivos em
dos exames, podemos organizar o raciocínio de cadeias curtas. Fazendo parecer fácil, para tornar o
várias formas. Em especial, vamos dar foco na nosso caminho o mais racional possível,
possibilidade de identificar o microrganismo de provavelmente você já suspeita de Streptococcus.
forma segura e liberar um exame sem margens para Certo? Claro. Eu disse que são em cadeira. Não tem
o erro ou com a menor margem possível. como ser outra coisa.
Nosso objetivo, enquanto profissional Agora, o que eu não te disse é que você, com
microbiologista, é sempre identificar o uma única prova, no máximo duas, consegue
microrganismo a nível de espécie. Mas, sabemos que identificar esse Streptococcus spp. Mas, se você
muitas vezes, o gênero basta. Isso porque o médico, quiser liberar apenas Streptococcus spp já é algo
com a suspeita clínica e todas as informações da significativo, especialmente porque com a prova da
anamnese do paciente, consegue sugerir o agente catalase você confirma que é um Streptococcus e
mais comum. Uma determinada amostra, com a observação do crescimento em Ágar sangue e
característica clínica e certos achados laboratoriais, ao se deparar com uma colônia mediana, mucóide,
diz muito mais do que a identificação errada. alfa-hemolítica, você provavelmente teria mais
coragem para sugerir uma infecção por
Streptococcus pneumoniae, não é mesmo? Sim, é!
Baseando-se no que você observou, na sua
experiência e na epidemiologia, você praticamente
fechou o diagnóstico. O médico, seguramente,
trataria como S. pneumoniae e ficaria feliz com isso.
Sua experiência observacional está de parabéns caro
microbiologista.
.
Licenciado para - Stephanie Anine dos Santos Oliveira - 10690487479 - Protegido por Eduzz.com
Muitos laboratórios usam a prova da coagulase como única forma de caracterizar S. aureus, e isso é útil e
convencionalmente aceito, especialmente aliando-se às características epidemiológicas, porém, deixo aqui um
lembrete de que S. intermedius, S. hyicus, S. schleiferi subsp. coagulans também são Produtores de enzimas
coagulase.
É muito comum alguns laboratórios usarem o ágar manitol salgado “para diferenciar” S. aureus de S.
epidermidis, pois, S. aureus fermenta o manitol, porém, outras espécies de Staphylococcus também tem essa
capacidade, como: S. delphini. S. saprophyticus, S. haemolyticus, e S. wanei podem também ser
fermentadores do mannitol.
1
Licenciado para - Stephanie Anine dos Santos Oliveira - 10690487479 - Protegido por Eduzz.com
1
Licenciado para - Stephanie Anine dos Santos Oliveira - 10690487479 - Protegido por Eduzz.com
1
Licenciado para - Stephanie Anine dos Santos Oliveira - 10690487479 - Protegido por Eduzz.com
Observe o crescimento de dois tipos diferentes de cocos gram positivos. Essa placa foi incubada em
37ºC em aerobioses. Uma colônia acinzentada, maior, brilhosa e beta hemolítica (1). Nas proximidades
dessa colônia outras muito pequenas, chamamos esse tipo de crescimento de puntiforme (2). Essas colônias
são pequenas e beta hemolíticas.
1 2
Nós sabemos que os Streptococcus conseguem crescer na presença de oxigênio, mas, em ambiente
com pouco oxigênio eles costumam se desenvolver melhor. Isso acontece, pois o crescimento de
Staphylococcus (colônias maiores e beta hemolíticas), produz ou libera nutrientes importantes para o
desenvolvimento dos Streptococcus e por isso eles cresceram melhor nas proximidades das colônias de
Staphylococcus.
Licenciado para - Stephanie Anine dos Santos Oliveira - 10690487479 - Protegido por Eduzz.com
Os Streptococcus beta-hemolíticos, os
Streptococcus do grupo D e os Enterococcus são
identificados definitivamente por meio de técnicas
sorológicos, que detectam os antígenos dos
grupos de Lancefield (grupos A, B, C, D, F e G)
ou os antígenos polissacarídeos capsulares, no
caso de S. pneumoniae. A identificação dos
Streptococcus do grupo D até o nível de espécie,
de Enterococcus e dos Streptococcus viridans é
feita por testes bioquímicos, fisiológicos e
enzimáticos. Alguns testes estão descritos nas
tabelas disponíveis neste e-book.
1
Licenciado para - Stephanie Anine dos Santos Oliveira - 10690487479 - Protegido por Eduzz.com
1
Licenciado para - Stephanie Anine dos Santos Oliveira - 10690487479 - Protegido por Eduzz.com
Enterococcus
manitol -
grupo III
+
sacarose/rafinose
arginina,
di-hidrolase/sorbose +/+ -/-
crescimento crescimento
em piruvato em piruvato
grupo I
grupo II + - + -
arabinose/rafinose E. dispar E. hirae E. faecalis E. durans
+/+ = E. raffinosus motilidade
+/- = E. avium (H2S +).
-/+ = E. malodorutatus (H2s+)
-/- = E. pseudoavium
pigmento arabinose
amarelo
+ -
E. casseliflavus E. galinarum +
E. mundtii
pigmento
lactose - amarelo
-
+ - E. faecium
E. faecalis Sacarose/ +
melezitose E. solitarius
-
E. seriolicida
Para realizar alguns dos testes mencionados acima, é necessário as seguintes orientações:
1. Os testes de fermentação de carboidratos e a utilização de piruvato são efetuados em meios à base de caldo de infusão de
coração contendo azul de bromocresol e 1% de carboidratos esterilizados por filtração ou 1% de piruvato.
2. A desaminação da arginina é determinada em caldo de descarboxilase de Moeller.
3. A motilidade é verificada em meio semissólido como ágar SIM.
4. A detecção do pigmento amarelo produzido por E. casseliflavus, E. gallinarum e E. mundtii é obtida pela coleta de parte
do crescimento em swab à procura de cor amarela ou amarelo-alaranjada.
Licenciado para - Stephanie Anine dos Santos Oliveira - 10690487479 - Protegido por Eduzz.com
aeróbico
Staphylococcus + s r
facultativo
Micrococcus + aeróbico r s
90% são
Macrococcus + s > 90% S
aerotolerantes
aeróbico
Streptococcus - > 90% S > 90% R
facultativo
aeróbico
Enterococcus - r r
facultativo
OBSERVAÇÕES IMPORTANTES DA TABELA:
1. A maioria dos Staphylococcus são sensíveis também a polimixina, por esse motivo, Podemos substituir o disco de furazolidona por
polimixina. A Sensibilidade a bacitracina para Staphylococcus ≥ 10mm, para furazolidone ≥ 15mm.
2. Não é possível encontrar na literatura consenso entre os valores para se considerar sensibilidade ou resistência alguns testes de
identificação que utilizam antibióticos. Assim, como nem todas as literaturas são claras sobre as medidas dos discos. Este e-book é
atualizado constantemente, sempre que houver atualização, você receberá um e-mail (no e-mail usado para a compra) solicitando que faça
novo download do mesmo.
3. POL = Polimixina, FUR = Furazolidona (disco de 100 μg), BAC = Bacitracina (disco Taxo A de 0,04 unidade).
Existem várias provas que podem auxiliar o microbiologista a diferenciar esses grupos de
microrganismos, por exemplo a diferenciação de Enterococcus, estreptococos do grupo D e Lactococcus é
tradicionalmente baseada na capacidade dos organismos de hidrolisar esculina na presença de 40% de bile;
outros estreptococos não.
O nosso objetivo com esse e-book é facilitar a vida de quem está aprendendo ou de quem encontra
alguns desafios na rotina. Frequentemente pensamos em Staphylococcus, quando nos deparamos com a prova
da catalase positiva, especialmente quando temos colônias características de Staphylococcus, porém, é
importante ficar atento a outras características também, uma vez que outros grupos podem ser catalase
positiva, como: Micrococcus, Macrococcus, Alloiococcus. A que características você poderia se apegar, por
exemplo: S. aureus é catalase positiva, mas, Alloiococcus também é. E agora? Calma, S. aureus é b-
hemolítico e Alloiococcus é a-hemolítico.
Licenciado para - Stephanie Anine dos Santos Oliveira - 10690487479 - Protegido por Eduzz.com
Colônias médias a grande, medindo entre 0,5 e 1,5mm. São lisas, inteiras,
ligeiramente elevadas, baixas, convexas e opacas. Apresentam cor que pode
Staphylococcus aureus
variar de branco porcelana a levemente amareladas. A maioria das cepas é
beta-hemolíticas.
Colônias pequenas a médias de cor branco-acinzentadas. A maioria não
S. epidermidis produz padrão hemolítico. Algumas cepas podem aderir fortemente ao
meio.
Colônias medianas, lisas, butiráceas e opacas. São heta-hemolíticos, como
S. haemolyticus
sugere o nome do microrganismo.
Colônias médias a grandes. Possuem bordas inteiras e lisas. São brilhantes,
S. lugdunensis inteira e possuem centro elevado. Não são pigmentadas. Podem apresentar
cor creme ou amarelada. Podem ser beta-hemolíticas.
S. saprophyticus Colônias grandes, muito brilhantes, lisa, opaca, butirácea, convexa,
geralmente brancas, mas, podem variar de tons amarelos a laranja.
Colônias pequenas a médias, medindo entre 1 e 2mm. Apresentam-se
Micrococcus e semelhantes opacas, convexas, não hemolíticas. Possuem enorme variedade de pigmento
que vão de um branco, castanho, amarelo, laranja a rosado.
Licenciado para - Stephanie Anine dos Santos Oliveira - 10690487479 - Protegido por Eduzz.com
S. aureus + - - s r
S. epidermidis - alguns - s r
S. haemolyticus - - + s s
S. lugdunensis - + + s s ou r
S. saprophyticus - - - r s
1. Sobre os teste de identificação usando Novobiocina para Staphylococcus: Resultados ≤ 16mm, considera-se Staphylococcus
saprophyticus. As cepas resistentes à novobiocina irão apresentar zonas de 6 mm (ausência de zona) até 12 mm; enquanto as cepas
sensíveis apresentam zonas de 16 a 27 mm. Sensível = aparecimento de qualquer halo. Resistência = crescimento até o disco é
considerado resistante nesses casos.
2. Não é possível encontrar na literatura consenso entre os valores para se considerar sensibilidade ou resistência alguns testes de
identificação que utilizam antibióticos. Assim, como nem todas as literaturas são claras sobre as medidas dos discos. Este e-book é
atualizado constantemente, sempre que houver atualização, você receberá um e-mail (no e-mail usado para a compra) solicitando que faça
novo download do mesmo.
Licenciado para - Stephanie Anine dos Santos Oliveira - 10690487479 - Protegido por Eduzz.com
Abiotrofia
Granulicatella São pouco frequentes, portanto, suas características não são tão bem
definidas. Geralmente, são cocos que se organizam em cadeia. Em cultura
leuconostoc (ágar sangue) apresentam-se como alfa-hemolíticos ou gama-hemolíticos.
Weissella
S. pyogenes beta + - s r r -
beta ou
S. agapactiae + - s r r +
gama
S. Dos grupos c, F e beta ou
- - v s r -
G gama
s
S. pneumoniae alfa - - v s -
(≥ a 14)
beta ou
S. do grupo viridans - - v s r -
gama
Enterococcus beta, alfa
+ + Ambas são tipicamente sensíveis a
faecium ou gama
vancomicina. Para diferenciá-los é necessário
beta, alfa provas adicionais.
E. faecalis + +
ou gama
Aerococcus alfa v +
Esses testes não se aplica, usa-se vancomicina
alfa ou para identificar, nesse caso Aerococcus,
Abiotrofia + -
gama Abiotrofia e Granulicatella são sensíveis a
alfa ou vancomicina.
Granulicatella + -
gama
alfa ou
Leuconostoc - v Leuconostoc é resistente a vancomicina
gama
alfa ou
Wissella - + Weissella e Pediococcus são resistentes a
gama
vancomicina.
Pediococcus alfa - v
1. Sobre os testes usados para Streptococcus pneumonia com Opitoquina: Optoquina ≥ a 14 é sensível. Opitoquina 8 a 13mm é resistente.
2. Sobre os testes usados para Streptococcus pyogenes: qualquer halo é considerado sensível para testes com bacitracina.
3. Não é possível encontrar na literatura consenso entre os valores para se considerar sensibilidade ou resistência alguns testes de identificação
que utilizam antibióticos. Assim, como nem todas as literaturas são claras sobre as medidas dos discos. Este e-book é atualizado
constantemente, sempre que houver atualização, você receberá um e-mail (no e-mail usado para a compra) solicitando que faça novo
download do mesmo.
SXT = sulfametoxazol-trimetoprima.
Licenciado para - Stephanie Anine dos Santos Oliveira - 10690487479 - Protegido por Eduzz.com
O teste da PYR também mostra-se útil Essa enzima encontra-se também entre os gram
como teste fenotípico para a identificação de positivos e o teste é exatamente o mesmo usado para
estafilococos coagulase negativos. À semelhança enterobactérias. Alguns estafilococos são urease-
dos enterococos, a L-pirrolidonil β-naftilamida é positivos, incluindo S. epidermidis, S. intermedius e a
clivada pela arilamidase a L-pirrolidona e β- maioria dos isolados de S. saprophyticus.
naftilamida livre, que se combina com o reagente
PYR (p-dimetilamino-cinomaldeído [PACA]),
produzindo uma cor vermelha. O teste é efetuado
com caldo PYR semeado até um padrão de Teste de VP
turvação de McFarland aproximado de no 2.
Depois de 2 horas de incubação a 35°C, adiciona- A produção de acetoína (teste de Voges-
se o reagente PYR. O aparecimento de uma cor Proskauer) mostra-se útil para diferenciar S. aureus, que
vermelha dentro de 2 minutos representa um teste é acetoína-positivo, de outras espécies coagulase-
positivo, enquanto uma cor amarela, laranja ou positivas (S. intermedius e S. hyicus) que são acetoína
rosa indica um resultado negativo. negativas. O teste convencional de produção de
acetoína entérica (caldo MR-VP) ou o método rápido
Sensibilidade a polimixina B com disco podem ser usados com resultados
comparáveis.
Muitos iniciantes confundem os testes de
identificação usando discos de antibióticos com o
teste de sensibilidade aos antimicrobianos, o
antibiograma. Esse teste pode ser feito Sensibilidade a novobiocina
separadamente ou até mesmo junto do próprio
antibiograma, porém, lembre-se de não liberar Muitos iniciantes confundem os testes de
como se fosse parte do mesmo. Use o dado de identificação usando discos de antibióticos com o teste
resistência ou não à polimixina para identificação. de sensibilidade aos antimicrobianos, o antibiograma.
A resistência do microrganismo é indicada pela Esse teste pode ser feito separadamente ou até mesmo
presença de uma zona com menos de 10 mm. As junto do próprio antibiograma, porém, lembre-se de não
cepas sensíveis exibem zonas que são iguais ou liberar como se fosse parte do mesmo. Use o dado de
superiores a 10 mm. S. aureus, S. epidermidis, S. resistência ou não à polimixina para identificação.
hyicus e algumas cepas de S. lugdunensis são A resistência do microrganismo é indicada
resistentes à polimixina. pela presença de uma zona com menos de 10 mm. As
cepas sensíveis exibem zonas que são iguais ou
superiores a 10 mm. S. aureus, S. epidermidis, S. hyicus
e algumas cepas de S. lugdunensis são resistentes à
polimixina.
Teste da Novobiocina
Licenciado para - Stephanie Anine dos Santos Oliveira - 10690487479 - Protegido por Eduzz.com
Quanto a forma
Puntiforme5, circular6, filamentosa, irregular7 ou rizoide
Elevação/espessura da colônia
Achatada8, elevada, convexa9, côncava, polvinada, umbonada10, umbilicada
Quanto a borda/extremidades
Inteira11, ondulada, lobada, irregular, filamentosa, curva
Características da superfície
Apresenta brilho?12, seca8 lisa, rugosa13, papilada?
Densidade
Opaca, translúcida ou transparente
Consistência
Butirácea, viscosa14, quebradiça ou membranosa
Coloração/pigmentação
Branca15, leitosa, esverdeada16, amarelada, vermelha17. Possui pigmento?18 Pigmento difusível19 ou apenas
na colônia20?
Perfil hemolítico
Alfa21, beta22 ou gama hemolítico23
Quanto ao odor
Pútrido, frutado, chulé, cheiro, mofo.
17 e 18
11
13
9
1 2 3 4 5e6 7
8 10 14 15 16
19
20 21 22 23
exames de
rotina em
Microbiologia
operacionais
padronizados
dos principais
Procedimentos
Licenciado para - Stephanie Anine dos Santos Oliveira - 10690487479 - Protegido por Eduzz.com
Licenciado para - Stephanie Anine dos Santos Oliveira - 10690487479 - Protegido por Eduzz.com
laboratórios clínicos
Licenciado para - Stephanie Anine dos Santos Oliveira - 10690487479 - Protegido por Eduzz.com
Licenciado para - Stephanie Anine dos Santos Oliveira - 10690487479 - Protegido por Eduzz.com
Ágar Sangue e
Chocolate
O Ágar Sangue (AS) é um meio de cultura
muito nutritivo, não seletivo para cultivo dos
principais microrganismos como: Gram positivos,
Gram negativos, leveduras e fungos filamentosos, a
partir de diversos tipos diferentes de materiais
clínicos.
O ágar Chocolate (AC) consiste em um meio
enriquecido com suplementos altamente nutritivos
que favorece o crescimento de diversos patógenos
fastidiosos como Haemophilus spp. e Neisseria spp.
isolados de materiais clínicos nobres como: LCR,
aspirados diversos e diferentes líquidos cavitários. É
possível adicionar bacitracina no meio, de modo a
facilitar o desenvolvimento de espécies como
Haemophilus spp., promovendo leve inibição a
alguns microrganismos da microbiota.
Formulação básica:
A formulação tanto do AS quanto AC é
composta basicamente por extrato de levedura que
fornece nitrogênio, carbono, aminoácidos e vitaminas.
Ágar Mueller-Hinton
O Ágar Mueller-Hinton é um dos meios mais Formulação básica
utilizados para os ensaios de susceptibilidade aos
Sua formulação clássica é composta de
antimicrobianos, especialmente na rotina da
hidrolisados de caseínas e extrato de carne, que por
bacteriologia. Falamos em rotina da bacteriologia, mas,
sua vez são fontes de aminoácidos, nitrogênio,
eventualmente ele é utilizado também para ensaios a
minerais, vitaminas, carbono e outros fatores que
sensibilidade a antifúngicos, apesar da primeira escolha
potencializam o crescimento de microrganismos. O
para esse fim, ser o MOPS-RPMI 1640 com glicose
amido atua como uma substância protetora contra
(2%). Para a rotina da bacteriologia ele é amplamente
moléculas tóxicas que podem estar presentes no meio.
utilizado para os testes por meio da técnica de Kirby-
A hidrólise de amido durante a esterilização fornece
Baue, disco difusão em placa. Na micologia, apesar de
uma pequena quantidade de glicose.
ser o mesmo princípio, utiliza-se além da técnica de
semeadura justaposta em pelo menos cinco direções
diferentes, a técnica de semeadura com a alça de Características e comentários gerais
Drigalski, em nosso curso mostramos como essa técnica
funciona e como é útil para essa finalidade. • No momento do preparo, esse meio de cultura pode
ser esterilizado em autoclave sem prejuízos a sua
composição.
• Considerar uma quantidade mínima do meio em
placa, de pelo menos 4mm de espessura.
• Deve ser preservado em geladeira, para evitar
ressecamento.
• O tipo de estriamento feito é específico para os testes
de sensibilidade, para bactérias, fazer estriamento
justaposto em pelo menos cinco direções diferentes.
• Para fungos filamentosos ou leveduras, pode-se
utilizar além da técnica descrita acima, a técnica de
semeadura pela alça de Drigalski.
• O MOPS-RPMI 1640 é um dos meios utilizados para
ensaios de susceptibilidade aos antifúngicos. Nele é
possível usar disco ou fita tipo E-test.
Licenciado para - Stephanie Anine dos Santos Oliveira - 10690487479 - Protegido por Eduzz.com
Ágar CLED
Apesar de estar cada vez menos sendo usado Formulação básica
nas rotinas em bacteriologia, visto que hoje o mercado
oferece um número significativo de meios que Os nutrientes são fornecidos pelas peptonas de
favorecem a agilidade da rotina na urocultura, o CLED é caseínas e gelatina e extrato de carne de vaca. A lactose
um meio de cultura que ajuda a presumir alguns isolados fornece uma fonte de energia para os organismos com
fermentadores ou não. Este meio suporta o crescimento capacidade para utilizá-la através de um mecanismo
de agentes patogênicos e contaminantes urinários, mas fermentativo. O indicador de pH nesse meio de cultura é o
evita a proliferação indevida do véu das espécies de azul de bromotimol. A cistina permite o crescimento de
Proteus spp devido a sua deficiência ou até mesmo bactérias coliformes, sendo geralmente de crescimento
ausência de eletrólitos. pobre, evidenciado por colônias pequenas. As fontes de
eletrólitos são reduzidas ou podem estar ausentes para
minimizar a proliferação de espécies de Proteus e seu véu,
que por vez prejudica a identificação de outras bactérias. O
véu de Proteus, atrapalha no reisolamento também, pois, o
seu movimento ocorre para outras regiões do meio, inclusive
sobre outras colônias ou até mesmo suprimindo o seu
crescimento. Deste modo, o meio permite a determinação
quantitativa de agentes patogénicos urinários incluindo o
Proteus.
Ágar MacConkey
O ágar de Macconkey é um meio
diferencial ligeiramente seletivo, utilizado para o
isolamento e diferenciação de Enterobacterales e
uma variedade de outros bastonetes Gram negativos
provenientes de amostras clínicas. Fala-se de um
meio ligeiramente seletivo pois a concentração de
sais biliares, que inibe os microrganismos Gram-
positivos, é reduzida quando comparados a outros
meios de cultura, como é o caso do ágar SS.
Formulação básica
Formulação
Esse meio é rico em nutrientes como peptonas
para o fornecimento de nitrogênio, vitaminas, enxofre
e carbono para esse tipo de cultura. Apresenta também
glicose como fonte de carbono para o processo de Ágar BHI com semeadura simples. S. aureus.
produção de energia.
Licenciado para - Stephanie Anine dos Santos Oliveira - 10690487479 - Protegido por Eduzz.com
Ágar
Salmonella-Shigella (SS)
Esse meio de cultura é considerado
diferencial e seletivo, frequentemente utilizado no Formulação básica
isolamento de bacilos entéricos patogênicos, Sua formulação clássica contém extratos de
especialmente os que pertencem ao gênero carne bovina, hidrolisados péptico de tecido animal,
Salmonella, provenientes de amostras clínicas. Sua pancreático de caseína, sais biliares, verde brilhante,
seletividade, considerada moderada, está baseada no lactose e outros que fornecem diferentes fontes de
grau de inibição dos microrganismos Gram-positivos nutrientes.
e outras Enterobacterales que não a Salmonella e a
Shigella. Neste meio há um teor considerado de sais Características e comentários gerais
biliares, verde brilhante e citratos. A diferenciação
• No momento do preparo, esse meio de cultura não
presuntiva de organismos entéricos é feita por meio
pode ser esterilizado em autoclave. É importante
da fermentação da lactose. Os organismos que
sempre atentar-se para as orientações do fabricante.
fermentam a lactose acidificam o meio, tornando
essas colônias de cor rosa a tons avermelhados. Os • Os organismos que fermentam a lactose produzem
não fermentadores da lactose produzem compostos ácido que, na presença do indicador vermelho neutro,
tóxicos, como o Sulfeto de Hidrogênio, evidenciado resulta na formação de colônias rosas ou vermelhas
pela presença do tiossulfato de sódio e citrato férrico. (imagem, seta branca e amarela, respectivamente).
• Os organismos não fermentadores da lactose
eventualmente formam colônias de centro preto,
indicando a produção de H2S (imagem, seta azul).
Ágar Fenilalanina
É um meio que verifica a capacidade da
bactéria de produzir ácido fenilpirúvico a partir da
fenilalanina por ação da enzima fenilalanina
desaminase.
Licenciado para - Stephanie Anine dos Santos Oliveira - 10690487479 - Protegido por Eduzz.com
Ágar Sabouraud
Formulação básica
Sua formulação clássica apresenta diferentes
fontes nutricionais para os fungos como: peptonas,
glicose, digestão enzimática de caseína, de tecidos
animais e ágar como componente solidificador.
Ágar Mycosel
O Ágar Mycosel é um meio de cultura altamente seletivos usados no isolamento de fungos
patogênicos provenientes de materiais que possuem uma microbiota contaminante como alguns fungos ou
bactérias. É especialmente útil no isolamento de dermatófitos. Eventualmente é utilizado para auxiliar no
diagnóstico da Criptococose, tendo em vista que as espécies complexas de Cryptococcus neoformans e
Cryptococcus gattii são sensíveis a cicloheximida.
Formulação básica
Sua formulação clássica contém nutrientes fornecidos pelas peptonas. A dextrose é a principal fonte de
energia. A Cicloheximida é usada numa variedade de meios para o isolamento de fungos patogênicos, para
inibir fungos não patogênicos, como os bolores e leveduras saprófitas. O Cloranfenicol é um antibiótico de
largo espectro, que possui uma ação inibidora para uma grande variedade de bactérias Gram-negativas e Gram-
positivas, mas que poderá ter um efeito inibidor sobre vários fungos, portanto é importante saber a finalidade e
como o meio será usado para fazer tais suplementações.
Ágar Canavanina-Glicina-
Azul de Bromotimol
Formulação
Sua formulação clássica traz diferentes fontes nutricionais. Apresenta glicina, sendo essa a sua única fonte de
carbono e nitrogênio, sulfato de magnésio e fosfato de potássio, cloridrato de tiamina, L-canavanina, ágar como
componente solidificador e outros.
Forma de preparo
• Para o preparo desse meio de cultura se faz necessário ambiente estéril, assim como todos os equipamentos
envolvidos no processo.
• Equipamentos de proteção individual também estéril como luvas e jaleco.
Preparo da solução A
10g de glicina.
1g de fosfato de potássio. • Todos os componentes devem ser
adicionados em 100ml de água destilada
1g de sulfato de magnésio. estéril.
30mg de sulfato de L-canavanina. • O pH deve ser ajustado para 5,6.
• A solução A deve ser filtrada em filtro tipo
1mg de Cloridrato de tiamina. Milipore 0,45.
Preparo da solução B
• 0,4g de azul de bromotimol.
• Dissolver em 100ml de água destilada estéril.
Licenciado para - Stephanie Anine dos Santos Oliveira - 10690487479 - Protegido por Eduzz.com
2023
Licenciado para - Stephanie Anine dos Santos Oliveira - 10690487479 - Protegido por Eduzz.com
Licenciado para - Stephanie Anine dos Santos Oliveira - 10690487479 - Protegido por Eduzz.com
Antibiograma e Orientações
do BrCast 2023
Antibiograma
Introdução Sobre o material clínico
O antibiograma é um dos exames laboratoriais Para realizar o antibiograma é necessário ter uma cepa,
mais solicitados na rotina da microbiologia. É um recém identificada e com idade máxima de 24 horas.
exame de sucede ao de identificação de um
determinado microrganismo de uma amostra clínica. Sobre o controle de qualidade
Esse exame foi elaborado com o objetivo de Descrever, justificando, tamanho 10, não itálico (exceto
identificar o perfil ou o Teste de Susceptibilidade aos nome de microrganismos) e não negrito.
Antimicrobianos (TSA) de uma bactéria. Pode ser
realizado de várias formas, porém a mais comum e Procedimentos para realização do exame
difundida pelos laboratórios de microbiologia do
mundo, por se tratar de um ensaio relativamente Primeiro passo - separe todo o material que deve ser usado
barato é a técnica descrita por Kirby-Bauer, por meio para realizar o TSA, isso inclui: ágar mueller-hinton, swab
da disco-difusão (DD). É importante mencionar, que estétil, alça bacteriológica, pinça, suspensão de soro
apesar de ser a técnica mais comum e conhecida, não fisiológico (0,85% NaCl), cultura de 24h a ser testada,
é a mais eficiente e “completa”, isso por que, não é capela ou bancada extremamente limpa com bico de
possível testar todos os antibióticos disponíveis no Bunsen, discos de antibióticos de acordo com o isolado
mercado pela disco-difusão, sendo em alguns casos, identificado.
necessário fazer testes por micro-diluição em caldo. Segundo passo – preparo da suspensão: com a alça, araste
Porém, essa técnica não será descrita deste e-book, (sem trazer junto fragmentos do meio de cultura) uma
pelo menos, não nesta primeira versão. massa de cultura equivalente a 1 ou 2 colônias. Suspenda
Vamos continuar, pensando em como e por que essas colônias em soro fisiológico e equipare ao padrão 0,5
esse exame deve ser realizado. Para que o TSA seja de McFarland. O grau de turbidez da sua suspensão tem
realizado é necessário ter chegado na identificação da que ser o mesmo da escala 0,5.
bactéria, ou pelo menos no grupo bacteriano. Por Terceiro passo – Após adquirir temperatura ambiente
exemplo, você pode não saber que aquela bactéria vamos usar o ágar Mueller-Hinton. Para isso, embebede o
isolada é uma Klebsiella pneuminia, mas, você vê swab com a suspensão, evitando excessos e faça estrias
pelo crescimento em Maccbonkey que é uma bactéria justapostas de 3 a 5 direções sobre a superfície do meio de
fermentadora de lactose. Logo, presumimos ser uma cultura.
Enterobacterales, ordem da qual pertence a Klebsiella Quarto passo – Após 15 minutos, aplique os discos
e tantas outras bactérias comuns, portanto, você fará o utiliazando a pinça estéril de antibióticos sobre a superfície
TSA escolhendo os antibióticos baseados na tabela do do meio, deixando um espaço médio equivalente a 30mm
BrCAST para Enterobacterales. entre os discos. Em seguida, a placa vai para a estufa por 18
Quanto ao uso e escolha dos antibióticos, o a 24 horas. Apenas depois de 18 horas, o ideal é que seja 24
Brasil hoje utiliza o BrCAST como guia padrão para horas, que o antibiograma pode ser lido.
determinação do perfil de sensibilidade aos
antimicrobianos. Neste e-book, fizemos alguns Procedimentos para leitura do exame
ajustes para fins de simplificação da tabela já que o
uso é destinado apenas a técnica de DD. Ainda sobre Essa é a parte mais crítica. Precisamos ler o
a tabela, não a veja como confusa, mas, como antibiograma com muita calma e em condições específicas,
complexa. É um documento que ser a pequenos, preste atenção.
médios e grandes laboratórios. Vamos ajuda-lo, ao
máximo.
Licenciado para - Stephanie Anine dos Santos Oliveira - 10690487479 - Protegido por Eduzz.com
Antibiograma e Orientações
do BrCast 2023
Antibiograma
Para a leitura do antibiograma é necessário ter
algumas condições ideais como: luz, um paquímetro
ou régua calibrada, uma placa de fundo preto para ver
com cuidado as definições de bordas dos halos.
Abaixo, seguem alguns exames importantes de como
o antibiograma é feito e lido. Se você é aluno do
nosso curso de Microbiologia Clínica, veja a aula
sobre o Antibiograma, terá ainda mais vivência
prática de como o exame é feito. 3
4 5
Antibiograma e Orientações
do BrCast 2023
de cultura em
Micologia
procedimentos
Licenciado para - Stephanie Anine dos Santos Oliveira - 10690487479 - Protegido por Eduzz.com
Licenciado para - Stephanie Anine dos Santos Oliveira - 10690487479 - Protegido por Eduzz.com
Introdução à
Micologia Médica
Introdução
As culturas dos fungos são massas de filamentos -
Fungos são seres aclorofilados, sem
hifas entrelaçadas no caso dos bolores - e aglomerados de
capacidade de produzir energia ou material plástico
formas unicelulares no caso das leveduras. Duas partes
por meio da energia da luz e do gás carbônico (C02),
funcionais compõem as culturas de fungos filamentosos e
isto é, são desprovidos da capacidade da fotossíntese,
leveduras: sistema vegetativo e sistema reprodutivo. O
pois não possuem cloroplasto. São seres
primeiro tem por finalidade absorver e metabolizar os
heterotróficos quimiotróficos, dependendo de
alimentos, construindo e organizando as estruturas
substâncias orgânicas previamente formadas. São
plásticas e energéticas; o segundo serve para multiplicar,
eucariotos, podendo ser haplóides, diplóides e
produzir novos seres, transmitir os caracteres genéticos e
poliplóides; têm parede rígida quitinosa constituída de
perpetuar a espécie.
polímeros de amino-açúcares, sem reservas de amido
Quando o fungo cresce no meio de cultura,
e, em alguns casos, com presença de glicogênio.
observa-se o micélio aéreo e o micélio vegetativo, que
Alimentam-se por absorção, pois não são capazes de
penetra no meio para captar nutrientes. Por sua morfologia,
ingerir ou fagocitar alimentos. Os fungos
topografia, coloração, textura etc. os dois lados da cultura
reproduzem-se de forma vegetativa, sexual, assexual
são importantes para o estudo: o anverso ou face e o
e parassexual. Na identificação dos fungos
reverso ou costa (fig. 1).
patogênicos para o homem e os animais, é importante
a reprodução assexual e, raramente, a sexual.
A dispersão é feita por meio de esporos e formas
vegetativas. O reino Fungi compreende seres FIGURA 1
unicelulares ou filamentosos, que se alimentam por
absorção em mecanismo heterotrófico, sem
capacidade de fotossíntese, têm parede celular rígida
quitinosa, são eucariotos, isto é, têm núcleo
verdadeiro, possuem estrutura nuclear haplóide,
Anverso
diplóide ou poliploide.
A vida de bolores (fungos filamentosos) e
leveduras pode ser saprobiótica, comensal ou parasita.
Artificialmente, crescem sobre meios de cultivo
preparados em laboratório, constituindo colônias ou
culturas. Como comensais, vivem em materiais
orgânicos em hospedeiros animais ou vegetais. Como
parasitas, vivem na dependência de animais e
vegetais, frequentemente causando doenças, com
lesões leves ou graves e até fatais. Como sapróbios,
vivem de materiais em decomposição, formando
colônias. O hábitat, portanto, é constituído por
animais, vegetais e solos.
Reverso
Licenciado para - Stephanie Anine dos Santos Oliveira - 10690487479 - Protegido por Eduzz.com
Conídios
Fiálide
Vesícula
Fungo Filamentoso
Conidióforo
Fungo Leveduriforme
Licenciado para - Stephanie Anine dos Santos Oliveira - 10690487479 - Protegido por Eduzz.com
Rhizopus sp
FIGURA 3
Microcultivo de Rhizopus sp
FIGURA 4 FIGURA 5
Os fungos filamentosos septados podem ser hialinos ou demáceos. Veja a diferença macroscópica
entre eles no esquema abaixo (Esquema 2).
A identificação dos bolores é feita pelos As leveduras exigem provas bioquímicas para
caracteres morfológicos, especialmente no caso dos sua identificação, como as provas de fermentação
agentes patogênicos. O exame microscópico das (zimograma), de assimilação de fontes de carbono, de
culturas é realizado usando-se fragmentos destas, nitrogênio etc.
clareados com lactofenol azul-algodão. Para estudos
mais acurados utiliza-se o cultivo sobre lâminas.
Licenciado para - Stephanie Anine dos Santos Oliveira - 10690487479 - Protegido por Eduzz.com
FIGURA 8
FIGURA 9
Licenciado para - Stephanie Anine dos Santos Oliveira - 10690487479 - Protegido por Eduzz.com
FIGURA 10
FIGURA 11
Licenciado para - Stephanie Anine dos Santos Oliveira - 10690487479 - Protegido por Eduzz.com
FIGURA 14
Semeio por pique central:
Essa técnica é utilizada para organizar o
crescimento de um determinado fungo em uma placa; é
utilizada com maior frequência para fungos filamentosos a
fim de que ele cresça do centro para as bordas da placa.
Assim, essa técnica auxilia no momento da realização de
exames como o da fita adesiva. Consiste em um pique
central em uma placa de Petri ou em um tubo, assim,
através do crescimento centrífugo o fungo irá se
desenvolver normalmente.
Este tipo de semeio é comum quando o objetivo é de
se obter uma cultura pura de fungo filamentoso. Se pega
uma alça bacteriológica, abre-se o seu halo a fim de que
fique como uma agulha. Pica-se na amostra e em seguida
no centro da placa nova. Dessa forma, através do
crescimento centrífugo o fungo se desenvolve como no da
foto (Fig. 14).
Técnicas de
coleta em
Micologia
Licenciado para - Stephanie Anine dos Santos Oliveira - 10690487479 - Protegido por Eduzz.com
Licenciado para - Stephanie Anine dos Santos Oliveira - 10690487479 - Protegido por Eduzz.com
Membranas mucosas:
2) Coleta com suspeita de micoses Subcutâneas:
● Para as infecções de boca ou vagina, o raspado
● Podem ser raspadas as escamas ou crostas da
com lâmina de bisturi ou espátula, nas partes
parte superficial da lesão;
afetadas (áreas com eritema e/ou placas brancas),
● Aspirado do pus e/ou biópsia, são mais
é melhor do que o swab, se o material for
apropriados para o exame;
processado imediatamente;
● O pus é coletado assepticamente de abscessos
● No caso de coleta vulvar/vaginal, o swab (sempre
não drenados com uma agulha estéril em
embebido em salina ou água estéril) é o mais
seringa. Após a coleta, retirar a agulha com uma
adequado. Não esquecer que o swab tem que ser
pinça e passar o material para um frasco estéril;
mantido úmido até ser processado o exame.
● Nas lesões ulceradas, caso o material tenha que
ser colhido com swab (o que não é
Coleta no ouvido:
recomendado), deve ser retirado da parte mais
● As infecções fúngicas de ouvido são geralmente
profunda da lesão, evitando encostar na
secas, exceto quanto associadas a infecções
periferia e na pele adjacente;
bacterianas;
● Se algum grão for visível no pus, este deve ser
● A raspagem do material é sempre melhor para o
incluído na amostra.
diagnóstico laboratorial, embora o swab também
possa ser usado.
3) Coleta com suspeita de micoses sistêmicas ou Processamento e coleta de urina para cultura:
profundas: ● A assepsia com água e sabão da região genital
deve ser rigorosa, podendo após lavar com
povidine, enxaguar com água estéril e secar
Processamento de Sangue para cultura de medula com gaze estéril. (sexo masculino retrair o
óssea: prepúcio e lavar a zona da glande e meato
Coletar de 3 a 5 ml de sangue e colocar em um frasco urinário).
estéril contendo 0,5 ml de heparina diluída 1:1000. ● Coletar 10 ml de urina do segundo jato
urinário (sexo feminino afastando os grandes
lábios) em frasco esterilizado.
Fluidos em geral (Pleural, Sinovial e Peritoneal):
● Aspirados ou drenados, são coletados ● Crianças: Fazer assepsia rigorosa dos genitais
assepticamente em frasco estéril contendo e região perianal com água e sabão, colocar o
heparina estéril 1:1000.; coletor urinário adequado segundo sexo, uma
● A quantidade de heparina usada varia de vez obtida a amostra mandar o coletor
acordo com o volume da amostra fechado ao laboratório. (o coletor deverá ser
(aproximadamente 1 ml por 10 ml de fluído); trocado a cada 30-40 minutos caso a criança
● Em casos de fluído abdominal de pacientes de não tenha urinado).
diálise peritoneal, colher sem heparina ou em ● Paciente com sonda vesical de permanência:
frasco de hemocultura. Desprezar a urina remanescente na sonda
vesical permitindo a descida desta para a
bolsa coletora, pinçar a sonda vesical 20 cm
de distal a proximal logo que a urina fresca se
acumule. Prévia assepsia com álcool 70 %,
coletar 10 ml da amostra puncionando no
lugar do dispositivo para coleta de urina, e
depositar em tubo esterilizado adequadamente
fechado e transportar ao laboratório.
Licenciado para - Stephanie Anine dos Santos Oliveira - 10690487479 - Protegido por Eduzz.com
PROCEDIMENTOS
LABORATORIAIS EM
MICROBIOLOGIA CLÍNICA
João Marcelo Oliveira