uNIDADe 2 – A sociedade brasileira

Capítulo
O Brasil republicano
3

aceRvo iconoGRaphia - Museu da República, Rio de JaneiRo

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
s Com a proclamação da República foi elaborada uma nova bandeira para o Brasil. Pedro Bruno,
A pátria (1919). Óleo sobre tela. Museu da República, Rio de Janeiro (RJ).

TEMAS A atual bandeira do Brasil foi elaborada em 19 de no-

◗ A República da Espada
e a República das
Oligarquias
◗ A Era Vargas
◗ Populismo e democracia
vembro de 1889, logo depois da proclamação da Repúbli-
ca. Ela foi projetada por Raimundo Teixeira Mendes e por
Miguel Lemos, com desenho de Décio Vilares.
Seu hasteamento é obrigatório em escolas públicas e
particulares pelo menos uma vez na semana. As repartições
públicas devem hasteá-la em dias de festa e baixá-la à meia
altura do mastro, em caso de luto oficial. Na Praça dos Três
Poderes em Brasília (DF), a bandeira fica permanentemente
hasteada.
Observe a imagem acima, produzida durante as primeiras
décadas do século XX, e converse com os seus colegas so-
bre o seu significado em relação à jovem República brasileira.

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 UNIDADE 2 – A sociedade brasileira

1 A República da Espada (1889-1894)

A participação do exército na proclamação da República garantiu aos milita-
res a chefia do novo governo. Esse período da República brasileira, governada
por militares, é denominado República de Espada.
O marechal Deodoro da Fonseca foi escolhido para chefiar o novo gover-
no. Imediatamente tomaram-se medidas para consolidar o novo regime. Entre
outras decisões, uma Assembleia Constituinte foi convocada para escrever a
nova Constituição do Brasil, promulgada em 24 de fevereiro de 1891. A con-
solidação do regime republicano foi tumultuada. O marechal Deodoro contou
com o apoio dos militares. Sua proposta política centralizadora se opunha ao
federalismo do Congresso, porta-voz dos cafeicultores paulistas.
Esse choque político levou Deodoro da Fonseca a renunciar em novembro
de 1891. Em seu lugar, assumiu o vice-presidente, o marechal Floriano Peixoto.
O governo do Marechal
benediTo caliXTo - coleção de aRTe da cidade de são paulo, cenTRo culTuRal são paulo

Floriano Peixoto teve o

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

apoio de uma aliança con-

trolada pelos cafeicultores
paulistas, cuja atuação foi
fundamental no enfrenta-
mento de rebeliões que
ameaçavam a República,
como a Revolução Fede-
ralista, no Rio Grande do
Sul, e a Revolta da Arma-
da, no Rio de Janeiro.
Após a repressão das
revoltas, o governo do
Brasil voltaria às mãos dos
civis. A República agora s Nesta obra o artista procurou destacar a presença militar
na fundação da República brasileira. Benedito Calixto,
seria governada pela elite
Proclamação da República (1893). Óleo sobre tela.
cafeeira. Centro Cultural São Paulo (SP).

O que mudou com a Constituição de 1891

• O Brasil passou a ser uma República presidencialista, organizada em três poderes:
Legislativo, Executivo e Judiciário.
• Foi estabelecido o voto direto e universal para os cidadãos maiores de 21 anos e alfa-
betizados, porém não determinava que o voto deveria ser secreto. As mulheres foram
excluídas do direito ao voto.
• As províncias foram transformadas em estados, organizados numa república federa-
tiva; determinou-se o caráter não religioso do ensino público; e foi extinta a pena de
morte.

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 2 A República das Oligarquias (1894-1930)
Com o presidente Prudente de Moraes, cafeicultor e paulista, iniciou-se a
República das Oligarquias. O termo oligarquia é muito adequado para deno-
minar a república brasileira desse período, em que o poder esteve nas mãos
dos grandes proprietários de terra e sob a direção, na maior parte do tempo, dos
cafeicultores paulistas.
O governo de Prudente de Moraes (1894-1898) foi marcado pelo agravamento
da situação financeira do país e pela guerra contra Canudos, no sertão da Bahia.
Prudente de Moraes foi sucedido pelo também paulista Campos Sales
(1898-1902), criador da política dos governadores, que consistia na troca de
favores entre o governo federal e as oligarquias dominantes em cada estado.
A política dos governadores fortaleceu o poder local, dando origem a outro
fenômeno da República das Oligarquias, o coronelismo, que consistia na inter-
ferência dos coronéis, grandes proprietários rurais, na política local por meio do
controle exercido sobre o voto.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Assim, os eleitores das áreas rurais, em troca de favores, como um emprego,
roupas e até alimentos, votavam nos candidatos indicados pelos coronéis, já que
a Constituição de 1891 admitia o voto aberto. Essa prática ficou conhecida como
voto de cabresto.
Durante a República das Oligarquias, os cargos federais mais importantes,
como o de presidente da república, foram dominados particularmente pelas oligar-
quias dos estados de São Paulo e Minas
Gerais, economicamente mais poderosos. Glossário

A hegemonia de paulistas e mineiros na • Oligarquia: Termo de origem grega

presidência da república, que se alternaram que significa o governo de poucos.
Geralmente de um grupo social domi-
sucessivamente no poder, ficou conhecida nante ou de uma família poderosa.
como política do café com leite.

Rafael lucino

s Charge de Rafael Lucino, de 2010, satirizando o voto de cabresto.

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 UNIDADE 2 – A sociedade brasileira

Transformações econômicas e sociais

Apesar do domínio do café como principal produto de expor-

eMiliano di cavalcanTi - insTiTuTo de esTudos bRasileiRos da

usp, são paulo
tação, durante as primeiras décadas da república brasileira houve
um notável desenvolvimento industrial. Aos poucos vários setores
da sociedade passaram a questionar o domínio das oligarquias,
reivindicando reformas políticas, sociais e econômicas.
Nesse período, no campo das artes, também seriam lançadas
novas bases para se repensar a cultura brasileira. Em fevereiro de
1922, em São Paulo, aconteceria a Semana de Arte Moderna,
organizada por um grupo de artistas que apresentaram suas obras
no Teatro Municipal, entre os dias 13 e 17.
Os participantes da Semana propunham uma ruptura com as
s Capa de Di Cavalcanti
manifestações artísticas tradicionais e defendiam o uso de uma lin- do Catálogo da Exposição
guagem mais simples que valorizasse temas da cultura brasileira. de Artes Plásticas realizada
durante a Semana de Arte
Moderna de 1922.
A crise da República das Oligarquias
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Para a eleição presidencial de 1930, o presidente Washington Luís, repre-

sentante de São Paulo, lançou a candidatura de outro paulista, Júlio Prestes,
quando caberia a Minas Gerais indicar seu sucessor.
Esse fato, associado à insatisfação das elites dos estados excluídos do go-
verno do país, levou à formação da Aliança Liberal, que lançaria a candidatura
de Getúlio Vargas, representante do Rio Grande do Sul, ao cargo de presidente,
apoiado pelo governo de Minas Gerais.
Para agravar a situação, João Pessoa, candidato à vice-presidência pela
Paraíba, foi assassinado em julho de 1930. A oposição se revoltou e tropas se
posicionaram em locais estratégicos nos estados de São Paulo, Minas Gerais,
Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.
Diante da ameaça de uma guerra civil, o presidente Washington Luís se viu
obrigado a renunciar e Getúlio Vargas, chefe do movimento revoltoso, assumiu pro-
visoriamente o poder. Esse movimento ficou conhecido como Revolução de 1930.

A Guerra de Canudos
A comunidade de Canudos foi criada pelo beato Antônio Conselheiro (Antônio Vicente
Mendes Maciel), no sertão da Bahia, após anos de peregrinação e pregação pelo Nordeste. Ca-
tólico fervoroso, Conselheiro era monarquista, falava contra a república e contra os impostos.
Em 1896, moradores de Canudos foram cobrar a entrega de madeira comprada por Con-
selheiro, que, porém, não havia sido entregue por comerciantes de Juazeiro, incidente que teria
causado o primeiro conflito com as forças do governo. Esses fatos resultaram em quatro expedi-
ções militares contra Canudos, envolvendo o governo estadual e o governo federal no conflito.
Em 1897 o arraial foi destruído por uma expedição de 10 mil homens, transformando-
-se num dos episódios mais sangrentos das lutas dos sertanejos.

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 3 A Era Vargas (1930-1945)
Com a Revolução de 1930, Getúlio Vargas chegou ao poder para governar
o país por quinze anos. Até 1945 Vargas adotou diversas medidas para desen-
volver a indústria, o comércio e a agricultura. De caráter nacionalista, essas
medidas visavam ao desenvolvimento do Brasil, principalmente no momento
em que o mundo atravessava a crise econômica de 1929 e a Segunda Guerra
Mundial (1939-1945), incorporando a seu governo os princípios de interven-
ção do Estado na economia e a promoção de políticas sociais.

A revolta dos paulistas

Durante o Governo Provisório de Getúlio Vargas (1930-1934), foram ado-
tadas medidas para regular a produção e os lucros obtidos com o café; para
proteger os setores industriais; e para regulamentar a relação entre os trabalha-
dores e os patrões.
Em São Paulo, a oposição ao novo governo se reorganizou. Em 9 de julho

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
de 1932 teve início a Revolução Constitucionalista, na qual o estado passou a
lutar contra o governo federal. A exigência mais importante do movimento era a
elaboração de uma nova Constituição para o Brasil.
Entretanto, isolados, os paulis-

aceRvo iconoGRaphia
tas não resistiram às tropas leais ao
governo e foram derrotados militar-
mente.
Embora os paulistas tenham sido
derrotados, a convocação de uma
Assembleia Constituinte em 1933
significou uma vitória política. Em
1934 a Constituição foi promulga-
da e Vargas foi eleito presidente da
República de maneira indireta, com
mandato até 1938, quando eleições s Soldados paulistas em trincheira preparados para o
direitas seriam realizadas. combate contra as tropas federais, em 1932.

A Constituição de 1934
A Constituição de 1934 apresentou novos aspectos em comparação com a Cons-
tituição de 1891, entre os quais a instituição do voto secreto e extensivo às mulheres.
Veja alguns deles.
• Proibição de diferentes salários para um mesmo trabalho; regulamentação do traba-
lho feminino e dos menores, do descanso semanal e das férias remuneradas.
• Instituição da pluralidade e da autonomia sindical.
• Ensino primário gratuito e obrigatório.

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 UNIDADE 2 – A sociedade brasileira

O legado da Era Vargas: populismo ou ditadura?

As eleições de 1938 se aproximavam, porém Vargas e seu grupo não tinham
planos de entregar o poder. Assim, em 10 de novembro de 1937, alegando a
existência de uma conspiração para a tomada do poder, Vargas decretou o Es-
tado Novo (1937-1945).
Getúlio Vargas suspendeu a Constituição e passou a governar por decreto,
fechou o Congresso, nomeou interventores para os estados, proibiu os partidos
políticos e o Brasil recebeu uma nova Constituição.
O Estado Novo, seguindo a tendência iniciada em 1930, desenvolveu também
uma política cultural. Já em 1931 foi criado o Ministério da Educação e Saúde.
A cultura brasileira tornou-se um patrimônio nacional, e passou a ser oficialmente
incentivada. Diversos artistas e intelectuais passaram a trabalhar junto ao Ministé-
rio da Educação, ao Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN,
mais tarde IPHAN), entre outras instituições criadas pelo governo.
Por outro lado, como se tratava de uma ditadura, o Estado desenvolveu uma
política repressiva, de censura à imprensa controlada pelo Departamento de Im-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

prensa e Propaganda (DIP), que cuidava da imagem pública de Vargas, apresen-

tando-o como o grande líder, defensor dos pobres.
A política destinada às classes populares, denominada populismo, tinha
caráter contraditório. Ao mesmo tempo que as medidas consagravam direitos,
subordinavam as organizações sindicais aos interesses políticos do Estado
Novo. Nesse sentido, o estabelecimento, em 1o de maio de 1941, da Justiça
do Trabalho, entidade prevista pela Constituição de 1934, e a promulgação, em
1943, da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), podem ser consideradas
o ápice do populismo do Estado Novo.

fundação GeTúlio vaRGas - cpdoc, Rio de JaneiRo

s Getúlio Vargas acena para o público em evento no estádio do Pacaembu, em São Paulo,
realizado no dia 1o de maio de 1944.

• Por que, de acordo com o texto, o populismo é considerado uma política de caráter
contraditório? Converse com seus colegas.

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 4 Democracia e populismo
Ao final da Segunda Guerra Mundial, em 1945, a

Gráfica York - arquivo Público do Estado do rio dE JanEiro

situação de Vargas tornou-se insustentável. Como
poderia ser mantida uma ditadura no Brasil, se o país
havia lutado ao lado dos aliados contra as ditaduras na
Europa?
Diante da crescente pressão popular pela volta da
normalidade democrática e pressionado pelos militares,
Vargas foi obrigado a ceder e renunciar à presidência.
Assim, no final de 1945, depois de quinze anos, os
brasileiros puderam escolher novamente o presidente
do país. Com o apoio de Vargas, ainda muito influente,
Eurico Gaspar Dutra venceu as eleições e, em 1946, o
Brasil ganharia uma nova Constituição.

O segundo governo Vargas (1951-1954)

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
A influência do ex-presidente era grande. O apoio
das massas trabalhadoras se tornou um divisor de s Cartaz de 1951 defendendo
águas, e os partidos políticos passaram a disputar o a criação da Petrobras.
apoio e o voto popular.
A volta de Vargas com expressiva maioria dos

fundação GEtúlio varGas - cPdoc, rio dE JanEiro

votos, nas eleições de 1950, marcou a radicaliza-
ção política. Os nacionalistas e a corrente favorável
à aliança com o capital estrangeiro passaram a se
enfrentar arduamente.
Defendendo os princípios nacionalistas, Vargas
propôs, entre outras medidas, a criação da Petrobras
e o estabelecimento do monopólio estatal sobre o pe-
tróleo e os recursos naturais do Brasil.
A oposição, liderada pela União Democrática Na-
cional (UDN), expressava a posição contrária como
meio de desenvolvimento: uma aliança com o capital
estrangeiro e a abertura da economia brasileira.
Acusações de corrupção contra o governo e de
envolvimento no atentado contra o jornalista Carlos
Lacerda, ligado à UDN e o principal representante da
oposição a Vargas, puseram a opinião pública e as
s Multidão acompanha o enterro
Forças Armadas contra o governo. Pressionado, Var- de Getúlio Vargas na cidade do
gas suicidou-se em 24 de agosto de 1954. Rio de Janeiro, em 1954.

• Por que o período pós-Estado Novo pode ser considerado um período populista?
Escreva em seu caderno um pequeno texto sobre o tema.

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 UNIDADE 2 – A sociedade brasileira

ATIVIDADES

1 Leia o texto a seguir e responda às questões no caderno.

O destino dos negros após a abolição

“A campanha abolicionista, em fins do século XIX, mobilizou vastos setores da so-
ciedade brasileira. No entanto, passado o 13 de maio de 1888, os negros foram abando-
nados à própria sorte, sem a realização de reformas que os integrassem socialmente.
Por trás disso, havia um projeto de modernização conservadora que não tocou no regi-
me do latifúndio e exacerbou o racismo como forma de discriminação. [...]
Os ex-escravos, além de serem discriminados pela cor, somaram-se à popu-
lação pobre e formaram os indesejados dos novos tempos, os deserdados da Re-
pública. O aumento do número de desocupados, trabalhadores temporários, [...]
mendigos e crianças abandonadas nas ruas redunda também em aumento da
violência, que pode ser verificada pelo maior espaço dedicado ao tema nas pági-
nas dos jornais. [...]
O novo regime, apesar das promessas, não viera para democratizar a socie-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

dade ou possibilitar uma maior mobilidade social. Por suas características acen-
tuadamente oligárquicas, a República brasileira chegara para manter intocada
uma estrutura elitista e excludente. [...]”
MARINGONI, Gilberto. O destino dos negros após a abolição. Disponível em:
<www.ipea.gov.br/desafios/index.php?option=com_content&id=2673:catid=28&Itemid=23>.
Acesso em: 18 mar. 2013.

a) Como o texto descreve a situação do negro no Brasil após a abolição da escravidão,

em 13 de maio de 1888?
b) De acordo com o texto, a proclamação da República trouxe mudanças significativas
para a condição social do negro no Brasil? Explique sua resposta.
c) A proclamação da República, em 1889, significou uma ruptura com as principais
características sociais e econômicas do Período Imperial (1822-1889)?
Converse com seus colegas.

2 Como pode ser dividido o primeiro período da República brasileira, entre os anos 1889-1930?
Responda no caderno.

3 Quais as principais características da República da Espada (1889-1894) e da República das

Oligarquias (1894-1930)?

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 4 O que foi o coronelismo?

5 No caderno, explique com suas palavras o que foi o voto de cabresto. Nos dias atuais
ainda existem práticas antidemocráticas como o voto de cabresto?
6 Como o presidente Getúlio Vargas chegou ao poder? No caderno, escreva um pequeno
texto sobre o período em que Vargas esteve no comando do país.
7 Quais as principais medidas adotadas durante o Estado Novo destinadas à classe trabalhadora?

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
8 Observe a charge a seguir e
alfRedo sToRni - fundação biblioTeca nacional, Rio de JaneiRo

responda às questões no caderno.

a) Descreva a charge.
b) A qual período da história do
Brasil ela pode ser relacionada?
c) Crie um título para a charge e o
explique.
d) Podemos dizer que a corrupção
é uma das forças que
dificultaram a construção da
cidadania no Brasil? Converse
com seus colegas.

A fórmula democrática, charge de

s

Alfredo Stoni, publicada na revista

Careta, em agosto de 1925. Fundação
Biblioteca Nacional, Rio de Janeiro (RJ).

186

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 teXtO COMPLeMeNtAR
Irmãos Villas-Boas
“A primeira expedição realizada na re-

aRquivo/aGÊncia esTado
gião do alto Rio Xingu ocorreu em 1884, che-
fiada pelo alemão Karl von den Steinen. Só
na década de 1940, no governo do presidente
Getúlio Vargas, a região começou a ser sis-
tematicamente visitada e explorada. Foi or-
ganizada a Expedição Roncador-Xingu, que
percorreu regiões inexploradas do Brasil
central com o objetivo de desbravá-las [...].
Os irmãos Orlando, Cláudio e Leonardo
Villas-Boas foram membros da Expedição.
Eles dedicaram-se ao contato amistoso e à
proteção dos índios que viviam nas cabecei-
ras do Rio Xingu. [...] s Os irmãos Claudio Villas-Boas e Orlando Villas-Boas
(de camisa listrada) com indígenas no Parque Nacional
Em 1944, a Expedição Roncador-Xingu
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

do Xingu (atual Parque Indígena do Xingu), em 1974.

contatou o povo Xavante, ainda hostil. Dois
anos depois, estabeleceu contatos pacíficos
com cerca de 14 povos do alto Xingu, de
grande diversidade cultural, linguisticamen-
te representantes das Famílias Tupi, Aruak,
Karib e Jê. [...]
Os irmãos Villas-Boas decidiram per-
manecer no Xingu e desenvolver aí um
programa positivo de proteção aos índios,
buscando assegurar-lhes uma base terri-
torial onde pudessem manter seus modos
tradicionais de organização social e de
subsistência econômica, além de fornecer-
-lhes assistência médica contra doenças
exógenas. Os irmãos defendiam a criação
de reservas e parques indígenas fechados,
que funcionassem como uma espécie de
tampão protetor e seguro entre índios e
sociedade brasileira. [...]
Glossário
• Exógeno: que tem origem, que provém do exterior.
Em 1952, a questão foi levada a debate
junto à Presidência da República e foi elabo-
rado um documento legal solicitando a cria-
ção do Parque Nacional Indígena do Xingu,
ocupando grande extensão de terras da parte
setentrional do estado de Mato Grosso. Este
seria o primeiro parque indígena do Brasil.
[...] Durante vários anos os irmãos Villas-
-Boas estiveram à frente do Parque Nacional
do Xingu. Sua atuação teve muitos aspectos
positivos e outros nem tanto. [...] Ainda assim,
as inovações introduzidas gradualmente pelos
irmãos Villas-Boas não chegaram a ter efeitos
destrutivos no que diz respeito à coesão social
de cada um daqueles povos. Por outro lado, as
medidas sanitárias preventivas que adotaram e
o controle que mantiveram das relações entre
índios e estranhos ao Parque foram fundamen-
tais para garantir sua sobrevivência.”
FUNAI. Irmãos Villas-Boas. Disponível em:
<www.funai.gov.br/indios/fr_conteudo.htm>.
Acesso em: 18 mar. 2013.

Questões

1 Como a atuação dos irmãos Villas-Boas está associada à criação de leis de proteção aos povos
indígenas no Brasil?
2 Pesquise um pouco mais, em livros e na internet, sobre a atuação dos irmãos Villas-Boas
em favor da criação do Parque Nacional do Xingu e, no caderno, descreva os aspectos que
considerou mais interessantes.

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