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VORONIN76/sHuttERstOCk
uNidAde 1 – O país
Capítulo 1 • As origens do Estado brasileiro ............... 156
Capítulo 2 • Brasil: da monarquia à república .............. 167
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Capítulo As origens do
1 Estado brasileiro
FRANçOIs-RENÉ mOREAuX - musEu ImPERIAl, PEtRÓPOlIs
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1 O Estado brasileiro
O Brasil é atualmente uma República Federativa formada pela união indisso-
lúvel dos estados, dos municípios e do Distrito Federal. Os cidadãos brasileiros
maiores de 16 anos têm o direito de votar e assim escolher seus representantes no
governo (presidente, governador, prefeito, deputados, vereadores etc.)
Contudo, a organização política do país nem
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Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
A insatisfação com o sistema colonial
Com o passar do tempo, a rígida política centralizadora imposta pela admi-
nistração portuguesa, associada às elevadas taxas de impostos pagos pelos
colonos, causou a insatisfação de parcelas da população colonial.
Entre os séculos XVII e XVIII, a situação agra-
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Os movimentos emancipacionistas
No final do século XVIII e no início do século XIX, movimentos como a Con-
juração mineira (1789) e a Conjuração Baiana (1798) evidenciaram o desejo de
parte significativa da população colonial pelo fim do domínio português.
A Conjuração Mineira
Em 1789, grupos da elite econômica e intelectual passaram a reunir-se em
Vila Rica (atual Ouro Preto), na região das minas Gerais, para conspirar contra o
domínio colonial. Esse movimento ficou conhecido como Conjuração Mineira.
Os conjurados pretendiam fundar uma universi-
ca independente.
O levante marcado para ocorrer no dia da derrama
não se concretizou. um dos conjurados, Joaquim sil-
vério dos Reis, denunciou os companheiros em troca
do perdão de suas dívidas com a Coroa.
Os revoltosos foram presos; alguns foram obrigados
a deixar a colônia. O único condenado à morte foi Joa-
quim José da silva Xavier, conhecido como tiradentes,
militar de baixa patente e membro de uma família empo-
s O enforcamento de tiradentes. Detalhe
brecida. mesmo tendo sido frustrado, esse movimento do monumento à civilização mineira, em
contribuiu para um novo horizonte político na colônia. Belo Horizonte (mG). Foto de 2012.
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Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
associadas às más condições de vida de grande parte da população, criaram
em salvador um ambiente propício para a revolta.
Em agosto de 1798, os revoltosos passaram a divulgar ideias contrárias ao
governo português, afixando em paredes de casas, igrejas e locais públicos de
salvador panfletos manuscritos direcionados ao “povo baiano”. Nesses panfle-
tos, a população era convocada a lutar pelo fim do domínio português na Bahia;
pela implantação de um regime republicano; pelo fim da escravidão; pela liber-
dade de comércio; e pelo aumento de salários.
A ousadia dos revoltosos foi duramente reprimida pela Coroa. Com a ajuda
de delatores, as investigações levaram os principais envolvidos à prisão. As
condenações recaíram sobre negros e mulatos, que foram punidos com rigor.
Quatro deles foram condenados à morte, executados e esquartejados.
BENJAmIN mulOCk - FuNDAçãO BIBlIOtECA NACIONAl, RIO DE JANEIRO
Praça da
s
Piedade, em
salvador (BA),
em 1861. Nesse
local ocorreu a
execução dos
conjurados.
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No início do século XIX, a Europa era palco das guerras movidas por Napo-
leão. seu maior objetivo era vencer a Inglaterra, nação que era a principal rival
da França. Para isso, em 1806, Napoleão decretou o Bloqueio Continental que
proibia os países europeus de manter relações comerciais com a Inglaterra.
Essa determinação deixou Por-
• Pode-se afirmar que a chegada da família real ao Brasil em 1808 foi um evento
de grande impacto para os brasileiros em todos os aspectos da colônia?
Explique sua resposta.
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grave crise econômica e política, a Revolução Liberal de 1820, na qual os re-
voltosos, entre outras reivindicações, exigiam o retorno da família real ao país.
Pressionado, o rei D. João VI decidiu retornar a Portugal em 1821. Para as-
segurar a permanência da família real no governo brasileiro, ele deixou seu filho,
o príncipe D. Pedro, como regente do Brasil.
Durante a regência de D. Pedro (1821-1822), a maior parte da elite brasileira
aproximou-se do príncipe com o objetivo de garantir as liberdades conquista-
das a partir de 1808.
Essa aproximação, associada ao desejo de grande parte da população do
Brasil de ver-se livre do domínio português, preocupou o governo em Portugal,
que passou a exigir o regresso de D. Pedro.
Contudo, D. Pedro
JEAN BAPtIstE-DEBREt - musEus CAstRO mAIA, RIO DE JANEIRO
decidiu permanecer no
Brasil, e diante dos con-
flitos de interesses entre
os governos de Portugal
e do Brasil, em 7 de se-
tembro de 1822 procla-
mou a Independência
do Brasil.
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4 O governo de D. Pedro I
D. Pedro foi o primeiro governante do Brasil como Estado independente.
Ele procurou organizar as bases administrativas do Estado; para isso, adotou
uma postura autoritária e conservadora, o que marcou seu governo com muitos
conflitos e disputas pelo poder.
Para assegurar a centralização política, o imperador outorgou, ou seja, im-
pôs a Constituição de 1824, a primeira do Brasil, que, entre outras resoluções,
estabelecia: a divisão dos poderes em legislativo, Executivo, Judiciário e Mo-
derador – exclusivo do imperador e que lhe garantia o direito de interferir nos
demais poderes; e o catolicismo como religião oficial do império do Brasil.
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Além disso, o sistema eleitoral proposto pela Constituição privile- Pl
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giava os interesses da elite. Para votar e ser votado era preciso pos-
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suir uma renda mínima, ser do sexo masculino e maior de 25 anos.
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A política centralizadora do imperador não agradou os
Eu
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grupos políticos, e D. Pedro I passou a buscar o apoio de
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um partido formado por portugueses, que eram favoráveis à
, PEtRÓPOlIs
recolonização do Brasil por Portugal.
Assim, os grupos políticos passaram a reivindicar a re-
núncia de D. Pedro I, alegando que o imperador estaria mais
preocupado em atender aos interesses dos portugueses do
que aos interesses dos brasileiros.
Diante das pressões políticas e das inúmeras manifesta-
ções que se espalhavam pelas províncias para a derrubada do
governo, em 7 de abril de 1831 D. Pedro I abdicou, ou seja,
renunciou voluntariamente ao trono do Brasil. O imperador s simplício Rodrigues de
sá, D. Pedro I (cerca de
partiu para Portugal, deixando a Coroa para seu filho Pedro de 1830). Óleo sobre tela. museu
Alcântara de apenas 5 anos de idade. Imperial, Petrópolis (RJ).
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3 Preencha as lacunas a seguir de acordo com as características da Conjuração
Mineira (CM) e da Conjuração Baiana (CB).
( ) Era um movimento contra a cobrança abusiva de impostos.
( ) Contou com a participação da população mais empobrecida.
( ) Teve a participação de proprietários de minas e intelectuais.
( ) Panfletos manuscritos convocavam a população a lutar pelo fim do domínio português.
A chegada da família
s
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6 Por que D. João VI teve de retornar a Portugal em 1821? Quem ficou governando
em seu lugar?
Qual é a forma de
governo?
Quem é o representante
máximo?
Possui Constituição?
Como se organiza o
poder?
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“Hoje acordei com saudade dos velhos Saudade do Prof. Edgar Stein, nos con-
‘Sete de Setembro’, quando era um modesto duzindo. ‘Barriga pra dentro, peito pra
estudante aqui em Taubaté. A gente ficava fora… um dois… um dois…’ A gente dando
uns dois meses antes da Semana da Pátria saltinhos pra acertar o passo. ‘Esquerda…
ensaiando para o desfile. As fanfarras en- direita… esquerda… direita… um dois… um
saiavam todo dia à tardezinha e se apresen- dois…’
tavam impecáveis [...]. A gente carregando com elegância e
Havia uma grande disputa entre as fan- civismo as nossas bandeiras, do Brasil, de
farras [...]. Cada uma reservava uma surpre- Taubaté, dos Estados. As malabaristas lá
sa para levar à avenida, como evoluções, re- à frente, arrancando aplausos do público,
pertório musical, indumentária. evoluindo na pista com fitas e bambolês.
Saudade dos grandes mestres de nossas [...]
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
velhas fanfarras: Cabecinha, Chico Negrini, A Pátria era para nós uma mãe bondosa,
Helvécio, Luizinho, Abraão, Valdir Fafá, Jor- zelosa, que nos dava aconchego. O verde
ginho, Fogaça. de nossa Bandeira ainda simbolizava nos-
sas matas e florestas, onde não havia des-
matamento nem incêndios criminosos.
ARQuIVO/FOlHAPREss
Questões
1 O autor faz uma crítica ao país atual. Quais são os problemas apontados por ele? Em sua opinião,
qual deve ser a postura do povo brasileiro em relação a essa situação?
2 Você já assistiu ou participou de um desfile de 7 de Setembro? Compartilhe essa experiência
com seus colegas.
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