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HistÓRiA

VORONIN76/sHuttERstOCk

uNidAde 1 – O país
Capítulo 1 • As origens do Estado brasileiro ............... 156
Capítulo 2 • Brasil: da monarquia à república .............. 167

uNidAde 2 – A sociedade brasileira


Capítulo 3 • O Brasil republicano ................................ 178
Capítulo 4 • Democracia e ditadura no Brasil .............. 188

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uNidAde 1 – O país

Capítulo As origens do
1 Estado brasileiro
FRANçOIs-RENÉ mOREAuX - musEu ImPERIAl, PEtRÓPOlIs

s François-René moreaux, A Proclamação da Independência (1844). Óleo sobre tela.


museu Imperial, Petrópolis (RJ).

TEMAS A tela reproduzida nesta página retrata um dos mo-


mentos mais importantes da história do Brasil, a indepen-
◗ A administração colonial dência política em relação a Portugal.
◗ A crise do sistema colonial Contudo, a independência não significou de imediato
◗ O processo de o nascimento de um povo brasileiro e de uma identidade
independência do Brasil
nacional. Em geral, os habitantes do Brasil identificavam-se
como baianos, mineiros, pernambucanos, paraenses, ou
◗ O Primeiro Reinado seja, com as suas províncias de origem.
A construção de uma identidade brasileira foi um pro-
cesso longo e difícil, marcado pelo uso da força, que se
estendeu por todo o século XIX.
Para você o que significa ser brasileiro? O que você ima-
gina que tenha mudado no Brasil após a Independência?
O que permaneceu?

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UNIDADE 1 – O país

1 O Estado brasileiro
O Brasil é atualmente uma República Federativa formada pela união indisso-
lúvel dos estados, dos municípios e do Distrito Federal. Os cidadãos brasileiros
maiores de 16 anos têm o direito de votar e assim escolher seus representantes no
governo (presidente, governador, prefeito, deputados, vereadores etc.)
Contudo, a organização política do país nem

TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO CEARÁ


sempre foi assim. O Brasil já passou por diversas
formas de governo, algumas mais flexíveis, outras
marcadas pelo autoritarismo e pela restrição da
liberdade individual.
Com a Independência, em 1822, o Brasil surgiu
como país, e a primeira forma de governo adotada
pelo Estado brasileiro foi a monarquia, herança da
presença portuguesa durante o Período Colonial.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Contudo, para entendermos como o Brasil dei-


xou de ser uma colônia e tornou-se um Estado in-
dependente, é necessário recorrermos ao Período
Colonial.

Cartaz de campanha para


acessibilidade durante as eleições


de 2012, no estado do Ceará.

O modo de organização indígena


Antes de o Brasil ser conquistado e administrado pelos europeus, os povos indígenas
que já habitavam o território possuíam as suas próprias maneiras de organização.
Contudo, não havia um poder único, centralizado, exercido sobre todos os povos indíge-
nas, como acontecia na administração imposta pelos portugueses no Brasil.
Cada grupo indígena possuía seu próprio líder, RICARDO TELES/PULSAR IMAGENS

conhecido por diferentes denominações, de acor-


do com cada povo. Os portugueses denominavam
indistintamente os líderes indígenas de caciques.
A função do líder indígena dentro de cada gru-
po era aplicar as regras, resolver conflitos, definir
punições, guerrear, organizar a caça, entre outras
atividades.
Havia ainda o líder espiritual, denominado
pajé, sacerdote conhecedor de ervas, rituais e de
todos os aspectos culturais de seu povo.
▲ Cacique Almir Narayamoga Suruí, na
Atualmente, essa maneira de organização ain- aldeia Lapetanha, em Cacoal (RO). Foto
da é comum entre os povos indígenas no Brasil. de 2012.

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2 O governo português no Brasil
O Brasil foi colônia de Portugal por mais de três séculos (1500-1822). Duran-
te esse período, o poder sempre foi exercido por um monarca que governava
de maneira absoluta, ou seja, centralizava todos os poderes e intervinha direta-
mente na economia.
Essa maneira centralizadora de governar foi estendida pela Coroa portugue-
sa para todas as colônias do Império, incluindo-se o Brasil. Assim, no Período
Colonial, o Brasil foi submetido a diversas obrigações em relação a Portugal; a
principal delas era o pacto colonial, que previa uma série de restrições comer-
ciais da metrópole sobre a colônia.
Por isso, enquanto o território brasileiro esteve sob o domínio português, as
relações com Portugal foram marcadas pelas divergências entre os interesses
da Coroa e os dos colonos.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
A insatisfação com o sistema colonial
Com o passar do tempo, a rígida política centralizadora imposta pela admi-
nistração portuguesa, associada às elevadas taxas de impostos pagos pelos
colonos, causou a insatisfação de parcelas da população colonial.
Entre os séculos XVII e XVIII, a situação agra-

CARlOs JulIãO - FuNDAçãO BIBlIOtECA NACIONAl, RIO DE JANEIRO


vou-se com o aumento do controle português
sobre a economia da colônia, em decorrência de
uma grave crise econômica que atingiu a Europa.
As regiões mineradoras foram as mais afeta-
das, devido ao aumento de impostos e porque
se intensificou a fiscalização sobre o ouro e os
diamantes extraídos.
Em fins do século XVIII, a queda na produção
aurífera resultou em atraso do pagamento dos im-
postos, o que levou a Coroa a instituir a derrama,
dia em que os impostos atrasados seriam cobrados.
Além disso, a restrição ao comércio de produ-
tos brasileiros com outros reinos também dificul-
tava o crescimento econômico da colônia.
A insatisfação com a metrópole portuguesa
podia ser percebida tanto entre os membros da
elite colonial quanto entre a população desfavo-
recida, que enfrentava uma série de dificuldades,
entre as quais a falta de alimentos. Esse quadro s A fiscalização sobre os diamantes extraídos foi
mais severa que a do ouro. Carlos Julião, Extração
deu origem a alguns movimentos que contesta- de diamantes (século XVIII). Desenho. Fundação
ram a dominação portuguesa. Biblioteca Nacional, Rio de Janeiro (RJ).

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UNIDADE 1 – O país

Os movimentos emancipacionistas
No final do século XVIII e no início do século XIX, movimentos como a Con-
juração mineira (1789) e a Conjuração Baiana (1798) evidenciaram o desejo de
parte significativa da população colonial pelo fim do domínio português.

A Conjuração Mineira
Em 1789, grupos da elite econômica e intelectual passaram a reunir-se em
Vila Rica (atual Ouro Preto), na região das minas Gerais, para conspirar contra o
domínio colonial. Esse movimento ficou conhecido como Conjuração Mineira.
Os conjurados pretendiam fundar uma universi-

JOAO mIRANDA/NItRO ImAGENs


dade em Vila Rica, promover o desenvolvimento eco-
nômico da região e conquistar o perdão de todas as
dívidas com a Coroa. Alguns desejavam ainda o fim
da escravidão; muitos, por serem donos de escravos,
no entanto, defendiam sua continuidade. Contudo, o
principal objetivo era tornar minas Gerais uma repúbli-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

ca independente.
O levante marcado para ocorrer no dia da derrama
não se concretizou. um dos conjurados, Joaquim sil-
vério dos Reis, denunciou os companheiros em troca
do perdão de suas dívidas com a Coroa.
Os revoltosos foram presos; alguns foram obrigados
a deixar a colônia. O único condenado à morte foi Joa-
quim José da silva Xavier, conhecido como tiradentes,
militar de baixa patente e membro de uma família empo-
s O enforcamento de tiradentes. Detalhe
brecida. mesmo tendo sido frustrado, esse movimento do monumento à civilização mineira, em
contribuiu para um novo horizonte político na colônia. Belo Horizonte (mG). Foto de 2012.

Revoluções na América e na Europa


No século XVIII, ocorreram importantes revoluções na América e na Europa que in-
fluenciaram os ideais dos movimentos contrários ao domínio português do Brasil.
Nesse período difundiu-se pela Europa um conjunto de novas ideias que defendiam
princípios como a liberdade econômica, a liberdade de pensamento, a igualdade de todos
os homens perante as leis e o fim do poder absoluto dos reis.
Esses princípios fundamentaram a Revolução Francesa (1789-1799), que propa-
gava a liberdade, a igualdade e a fraternidade entre os seres humanos. Os revolucio-
nários derrubaram a monarquia, elaboraram a Constituição de1891 e a Declaração dos
Direitos do Homem e do Cidadão (1789), além de instituírem a república.
Os novos ideais de século XVIII também influenciaram a emancipação política dos
Estados Unidos, que se tornaram independentes da Inglaterra em 1776, e a independên-
cia das colônias espanholas da América.

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A Conjuração Baiana
A Conjuração Baiana ou Revolta dos Alfaiates foi um movimento de caráter
popular que aconteceu em salvador, na Bahia, em 1798. Entre seus líderes e
adeptos havia pequenos comerciantes, artesãos, soldados, mulatos, negros liber-
tos e escravizados, além de alguns brancos mais abastados.
O movimento originou-se em 1763, quando se iniciou um processo de declí-
nio político e econômico decorrente da transferência da sede do governo colonial
de salvador para o Rio de Janeiro.
A situação agravou-se a partir de 1790, com a alta dos preços, principalmen-
te dos gêneros alimentícios. Nesse período, teve início a guerra de independên-
cia do Haiti, colônia francesa no Caribe, conflito em que extensas plantações de
cana-de-açúcar foram destruídas, levando à queda da produção antilhana e à
valorização do açúcar brasileiro.
A recuperação dos lucros com o açúcar, após anos de baixas sucessivas
nos preços, levou os proprietários da Bahia a ampliar o cultivo de cana e a re-
duzir as plantações de alimentos. Assim, a carestia e a escassez de alimentos,

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
associadas às más condições de vida de grande parte da população, criaram
em salvador um ambiente propício para a revolta.
Em agosto de 1798, os revoltosos passaram a divulgar ideias contrárias ao
governo português, afixando em paredes de casas, igrejas e locais públicos de
salvador panfletos manuscritos direcionados ao “povo baiano”. Nesses panfle-
tos, a população era convocada a lutar pelo fim do domínio português na Bahia;
pela implantação de um regime republicano; pelo fim da escravidão; pela liber-
dade de comércio; e pelo aumento de salários.
A ousadia dos revoltosos foi duramente reprimida pela Coroa. Com a ajuda
de delatores, as investigações levaram os principais envolvidos à prisão. As
condenações recaíram sobre negros e mulatos, que foram punidos com rigor.
Quatro deles foram condenados à morte, executados e esquartejados.
BENJAmIN mulOCk - FuNDAçãO BIBlIOtECA NACIONAl, RIO DE JANEIRO

Praça da
s

Piedade, em
salvador (BA),
em 1861. Nesse
local ocorreu a
execução dos
conjurados.

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UNIDADE 1 – O país

3 Brasil: de colônia a Estado independente


A independência política do Brasil foi conquistada em 1822. Porém, a cons-
trução da nação e do Estado brasileiros se limitou a princípio à separação polí-
tica entre Brasil e Portugal.
muitas características da administração portuguesa foram mantidas, e o
Brasil permaneceu um país agrário, escravista e monárquico.
As ações políticas continuaram voltadas para os interesses das elites, prin-
cipalmente dos grandes proprietários de terra. A independência não resultou em
modificações significativas no modo de vida da população em geral.

O processo de emancipação política


Outro fator que contribuiu para o processo de Independência do Brasil foi a
chegada da família real portuguesa ao Brasil em 1808. Esse episódio foi motivado
pela ameaça do imperador francês, Napoleão Bonaparte, de invadir Portugal.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

No início do século XIX, a Europa era palco das guerras movidas por Napo-
leão. seu maior objetivo era vencer a Inglaterra, nação que era a principal rival
da França. Para isso, em 1806, Napoleão decretou o Bloqueio Continental que
proibia os países europeus de manter relações comerciais com a Inglaterra.
Essa determinação deixou Por-

JAmEs GIllRAY - BIBlIOtECA DO CONGREssO, WAsHINGtON


tugal em uma situação delicada, pois
o país era aliado dos ingleses. As-
sim, incapaz de enfrentar o exército
napoleônico, e com o país em frágil
situação financeira, a família real por-
tuguesa, acompanhada de aproxima-
damente 10 mil pessoas, partiu para
o Brasil em 29 de novembro de 1807.

Charge de James Gillray (cerca de


s

1809), caricaturando o primeiro-ministro


inglês William Pitt (à esquerda) e
Napoleão Bonaparte dividindo o globo
terrestre entre a Inglaterra e a França.

• Pode-se afirmar que a chegada da família real ao Brasil em 1808 foi um evento
de grande impacto para os brasileiros em todos os aspectos da colônia?
Explique sua resposta.

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A Proclamação da Independência Glossário

Em 24 de janeiro de 1808, a embarcação que conduzia o • Príncipe regente:


membro da realeza que
príncipe regente D. João aportou em salvador, antiga capital comanda o reino, mas
da colônia. não é o monarca. D. João
tornou-se príncipe regente
Dias depois, D. João assinou o decreto que abria os por- em 1792, quando sua
tos brasileiros ao comércio com as nações amigas. O objetivo mãe, Dona Maria I, enlou-
queceu. Ele foi aclamado
era manter as negociações com a Inglaterra – que escoltara rei, em 1816, com a
os portugueses durante a viagem marítima para o Brasil – e morte de sua mãe.
garantir o abastecimento do Brasil com produtos europeus.
A abertura dos portos contribuiu para a extinção do pacto colonial, que im-
punha ao Brasil o comércio exclusivo com Portugal.
Outra medida importante foi a elevação do Brasil à categoria de Reino Uni-
do a Portugal e Algarves, em 1815. Assim, o Brasil deixou de ser uma colônia,
embora as relações políticas de dependência se mantivessem inalteradas.
Durante a permanência da família real no Brasil, eclodiu em Portugal uma

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
grave crise econômica e política, a Revolução Liberal de 1820, na qual os re-
voltosos, entre outras reivindicações, exigiam o retorno da família real ao país.
Pressionado, o rei D. João VI decidiu retornar a Portugal em 1821. Para as-
segurar a permanência da família real no governo brasileiro, ele deixou seu filho,
o príncipe D. Pedro, como regente do Brasil.
Durante a regência de D. Pedro (1821-1822), a maior parte da elite brasileira
aproximou-se do príncipe com o objetivo de garantir as liberdades conquista-
das a partir de 1808.
Essa aproximação, associada ao desejo de grande parte da população do
Brasil de ver-se livre do domínio português, preocupou o governo em Portugal,
que passou a exigir o regresso de D. Pedro.
Contudo, D. Pedro
JEAN BAPtIstE-DEBREt - musEus CAstRO mAIA, RIO DE JANEIRO

decidiu permanecer no
Brasil, e diante dos con-
flitos de interesses entre
os governos de Portugal
e do Brasil, em 7 de se-
tembro de 1822 procla-
mou a Independência
do Brasil.

O retorno da família real a


s

Portugal, em 21 de abril de 1821.


Jean-Baptiste Debret, Partida
da família real (1834-1839).
litografia. museus Castro maia,
Rio de Janeiro (RJ).

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UNIDADE 1 – O país

4 O governo de D. Pedro I
D. Pedro foi o primeiro governante do Brasil como Estado independente.
Ele procurou organizar as bases administrativas do Estado; para isso, adotou
uma postura autoritária e conservadora, o que marcou seu governo com muitos
conflitos e disputas pelo poder.
Para assegurar a centralização política, o imperador outorgou, ou seja, im-
pôs a Constituição de 1824, a primeira do Brasil, que, entre outras resoluções,
estabelecia: a divisão dos poderes em legislativo, Executivo, Judiciário e Mo-
derador – exclusivo do imperador e que lhe garantia o direito de interferir nos
demais poderes; e o catolicismo como religião oficial do império do Brasil.
sIm
Além disso, o sistema eleitoral proposto pela Constituição privile- Pl
ÍC
IO

giava os interesses da elite. Para votar e ser votado era preciso pos-

RO
DR
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suir uma renda mínima, ser do sexo masculino e maior de 25 anos.

Esu
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A política centralizadora do imperador não agradou os

Eu
Im
grupos políticos, e D. Pedro I passou a buscar o apoio de

PERI
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Al
um partido formado por portugueses, que eram favoráveis à

, PEtRÓPOlIs
recolonização do Brasil por Portugal.
Assim, os grupos políticos passaram a reivindicar a re-
núncia de D. Pedro I, alegando que o imperador estaria mais
preocupado em atender aos interesses dos portugueses do
que aos interesses dos brasileiros.
Diante das pressões políticas e das inúmeras manifesta-
ções que se espalhavam pelas províncias para a derrubada do
governo, em 7 de abril de 1831 D. Pedro I abdicou, ou seja,
renunciou voluntariamente ao trono do Brasil. O imperador s simplício Rodrigues de
sá, D. Pedro I (cerca de
partiu para Portugal, deixando a Coroa para seu filho Pedro de 1830). Óleo sobre tela. museu
Alcântara de apenas 5 anos de idade. Imperial, Petrópolis (RJ).

A conquista do voto feminino


A primeira Constituição do Brasil deixou de fora da participação política a população
pobre e, mesmo entre os membros da elite, as mulheres.
Contudo, a conquista feminina pelo direito ao voto ainda percorreria um longo caminho.
O primeiro estado do país a permitir o voto feminino foi o Rio Grande do Norte, em 1927, e
a primeira eleitora cadastrada nesse estado foi a professora Celina Guimarães.
Esse fato, além de marcar a história das mulheres na política do Brasil, contribuiu para
a disseminação da luta pelo voto feminino por todo o país.
O direito ao voto feminino, contudo, só seria obtido em de 24 de fevereiro de 1932. Nesse
período, o voto só era permitido às mulheres casadas (com autorização de seus maridos), viúvas
e solteiras com renda própria. Somente com o Código Eleitoral de 1934 é que essas restrições
foram revogadas, e as mulheres passaram a exercer plenamente o seu direito ao voto.

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AtividAdes

1 Que fatores favoreceram a insatisfação dos colonos e da população em geral com o


domínio português?

2 Sobre a questão da escravidão, diferencie as ideias defendidas pelos participantes


das Conjurações Mineira e Baiana.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
3 Preencha as lacunas a seguir de acordo com as características da Conjuração
Mineira (CM) e da Conjuração Baiana (CB).
( ) Era um movimento contra a cobrança abusiva de impostos.
( ) Contou com a participação da população mais empobrecida.
( ) Teve a participação de proprietários de minas e intelectuais.
( ) Panfletos manuscritos convocavam a população a lutar pelo fim do domínio português.

4 A Independência do Brasil significou de imediato grandes mudanças para a


sociedade brasileira daquela época? Por quê? Responda no caderno.

5 Observe a pintura reproduzida a seguir e, no caderno, escreva um pequeno


texto relacionando-a com o processo de independência do Brasil.
RePRoduçÃo AutoRizAdA PoR JoÃo CAndido PoRtinARi- BAnCo dA BAhiA, SAlvAdoR

A chegada da família
s

real ao Brasil, em 1808.


Candido Portinari, A
chegada de D. João VI
à Bahia (1952). Óleo
sobre tela. Banco da
Bahia, Salvador (BA).

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UNIDADE 1 – O país

6 Por que D. João VI teve de retornar a Portugal em 1821? Quem ficou governando
em seu lugar?

7 Sobre a primeira Constituição brasileira outorgada em 1824, responda às questões


a seguir.
a) Quais são as características dessa Constituição?
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

b) Em sua opinião, quais aspectos da Constituição de 1824 descritos anteriormente


caracterizariam, no Brasil de hoje, autoritarismo ou desrespeito aos direitos do
cidadão? Responda em seu caderno.

8 Preencha este quadro com as informações que se pedem.

Brasil em 1824 Brasil atual

Qual é a forma de
governo?

Quem é o representante
máximo?

Possui Constituição?

Qual é a religião oficial


do Estado?

Como se organiza o
poder?

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teXtO COMPLeMeNtAR
Sete de setembro: saudades do Brasil

“Hoje acordei com saudade dos velhos Saudade do Prof. Edgar Stein, nos con-
‘Sete de Setembro’, quando era um modesto duzindo. ‘Barriga pra dentro, peito pra
estudante aqui em Taubaté. A gente ficava fora… um dois… um dois…’ A gente dando
uns dois meses antes da Semana da Pátria saltinhos pra acertar o passo. ‘Esquerda…
ensaiando para o desfile. As fanfarras en- direita… esquerda… direita… um dois… um
saiavam todo dia à tardezinha e se apresen- dois…’
tavam impecáveis [...]. A gente carregando com elegância e
Havia uma grande disputa entre as fan- civismo as nossas bandeiras, do Brasil, de
farras [...]. Cada uma reservava uma surpre- Taubaté, dos Estados. As malabaristas lá
sa para levar à avenida, como evoluções, re- à frente, arrancando aplausos do público,
pertório musical, indumentária. evoluindo na pista com fitas e bambolês.
Saudade dos grandes mestres de nossas [...]

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
velhas fanfarras: Cabecinha, Chico Negrini, A Pátria era para nós uma mãe bondosa,
Helvécio, Luizinho, Abraão, Valdir Fafá, Jor- zelosa, que nos dava aconchego. O verde
ginho, Fogaça. de nossa Bandeira ainda simbolizava nos-
sas matas e florestas, onde não havia des-
matamento nem incêndios criminosos.
ARQuIVO/FOlHAPREss

Nosso amarelo ainda representava nosso


ouro, nosso minério, que os estrangeiros
não vinham nos roubar com seus jatinhos
e suas ONGs de fachada. O azul ainda era
nosso céu sem fumaça nem poluição. E o
branco simbolizava ainda a paz, em um
tempo sem violência, sem drogas e sem
crime organizado.
Saudades do Brasil, daquele Brasil que a
gente tinha o sonho de fazê-lo cada vez me-
lhor e transformá-lo com nossa fé, nossa es-
perança, nossas canções…”
Camões Filho. A crônica do Dia –
Sete de setembro: saudades do Brasil.
Voz do Vale Online. Disponível em:
s Desfile de 7 de setembro na cidade <http://vozdovaleonline.com.br.nrserver10.net/
de são Paulo (sP), em 1967. blog/?p=10725>. Acesso em: 23 de nov. 2012.

Questões

1 O autor faz uma crítica ao país atual. Quais são os problemas apontados por ele? Em sua opinião,
qual deve ser a postura do povo brasileiro em relação a essa situação?
2 Você já assistiu ou participou de um desfile de 7 de Setembro? Compartilhe essa experiência
com seus colegas.

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