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O ENCILHAMENTO
RUI BARBOSA foi nomeado ministro da fazenda, em 17 de janeiro de 1890.
Acreditava que a libertação dos escravos e a expansão do trabalho livre geraria
demanda de moeda. Assim, para incentivar o desenvolvimento industrial no país, a
SOLUÇÃO seria uma farta emissão de
moeda. O resultado foi a desvalorização da
moeda e elevação da taxa de juros.
Dessa forma, Rui Barbosa decretou o
aumento nas taxas de importação para
promover o desenvolvimento da indústria
nacional. Autorizou os bancos a emitirem
papel moeda e a conceder empréstimos
Figura://www.pensador.com/autor/ruy_barbosa/
àqueles que desejassem abrir empresas. A
expansão de crédito gerou especulação: foram criadas empresas
fantasmas e as ações delas eram vendidas na bolsa. O resultado foi
uma crise de graves proporções, e a inflação disparou de 1,1%
para 89,9% em dois anos. Rui Barbosa, criticado, demitiu-se em Figura://ensinarhistoriajoelza.com.br/teste-quiz-republica-velha/
1891.
CONSTITUIÇÃO DE 1891
Foi a primeira constituição republicana e a segunda do
Brasil. Garantiu avanços políticos, embora apresentasse
algumas limitações, pois representava os interesses das
elites agrárias.
Implantou o voto universal para os cidadãos, HOMENS,
maiores de 21 (mulheres, analfabetos, militares de baixa
patente fora).
Figura://www.correiodopovo.com.br/Impresso/?Ano
=116&Numero=147&Caderno=0&Noticia=261166
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Figura://pt.wikipedia.org/wiki/Constitui%C3%
A7%C3%A3o_brasileira_de_1891
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CARACTERÍSTICAS
Instituiu o Presidencialismo e o voto aberto.
O Brasil passava a ser chamado de Estados Unidos
do Brasil.
Garantia de Federalismo, amplos direitos aos
estados (20).
Vigência dos três poderes; executivo, legislativo e
judiciário.
Liberdade de imprensa, de ensino e de religião.
Mantido o Laicismo, separando a Igreja do Estado.
Casamento e registro civil (certidões).
Distrito Federal – antigo município neutro – Rio de
Janeiro.
Cemitérios sob o controle do Estado.
Figura://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?pagina=espaco%2Fvisualizar_aula&aula=32169
&secao=espaco&request_locale=es
VOTO DO CABRESTO
Como o voto era aberto, favorecia as fraudes eleitorais. Os coronéis
exigiam que votassem em seus candidatos, em troca de favores.
“Sistema tradicional de controle de poder político, por meio do abuso
de autoridade; compra de votos ou utilização da máquina pública
para favorecimento pessoal ou de simpatizantes políticos”.
Figura://www.todamateria.com.br/voto-de-cabresto/
CLIENTELISMO
O poder dos coronéis ultrapassava as fronteiras das fazendas. “Forma
de relação entre diferentes atores políticos envolvendo concessão de
empregos, benefícios públicos e fiscais, vantagens econômicas, obras,
donativos, etc., em troca de apoio político, sendo traduzido na maior
parte das vezes em votos para si ou seus aliados”.
REPÚBLICA DO CAFÉ-COM-LEITE
Era a alternância, principalmente, entre São Paulo e Minas Gerais na
presidência da república. PRP+ ricos PRM > bancada no congresso.
Maior aliança política da República Velha, submetendo o restante do
país aos seus interesses, embora contasse com a participação direta de
outros estados: Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Bahia e Pernambuco.
Figura://www.historiadetudo.com/politica-cafe-com-leite
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PRUDENTE DE MORAIS (1894–1898)
Primeiro presidente civil do Brasil eleito pelo voto, ligado à aristocracia cafeeira paulista;
deu início à política oligárquica. Desenvolve uma política econômica liberal, acabando
com as taxas protecionistas.
Reata relações diplomáticas com Portugal, que tinha auxiliado os revoltosos durante a
segunda revolta da armada.
No seu governo, ocorre uma das mais violentas revoltas da história do Brasil a GUERRA
DE CANUDOS.
Figura://pt.wikipedia.org/wiki/Prudente_de_Morae
s
CAUSAS
FOME: desemprego e baixa renda das famílias deixavam muitos sem ter
Figura://www.webestudante.com.br/guerra-de-canudos/ o que comer.
SECA: a região do agreste ficava muitos meses e até anos sem receber chuvas. Esse fator dificultava a
agricultura e matava o gado.
FALTA DE APOIO POLÍTICO: os governantes e os
políticos da região não davam a mínima atenção para
as populações carentes.
VIOLÊNCIA: era comum a existência de grupos
armados que trabalhavam para latifundiários. Eles
espalhavam a violência pela região.
DESEMPREGO: grande parte da população pobre
estava sem emprego em função da seca e da falta de
oportunidades em outras áreas da economia. Esse
clima de violência, de fome, de miséria fazia
aumentar o fanatismo religioso e, assim, era comum
a existência de beatos que arrebanhavam seguidores
prometendo uma vida melhor.
Figura://www.historiadetudo.com/guerra-de-canudos
O CONFLITO
O governo da Bahia, com apoio dos latifundiários, não concordava
com o fato dos habitantes de Canudos não pagarem impostos e
viverem sem seguir as leis estabelecidas. Afirmava, também, que
Antônio Conselheiro defendia a volta da Monarquia. Por outro lado,
Antônio Conselheiro defendia o fim da cobrança dos impostos e era
contrário ao casamento civil.
Ele afirmava ser um enviado de
Deus, que deveria liderar o
movimento contra as diferenças
e injustiças sociais. NAS TRÊS
PRIMEIRAS TENTATIVAS DAS
Figura://dougnahistoria.blogspot.com/2016/04/guerra-de-canudos-1896- TROPAS GOVERNISTAS EM
1897.html
COMBATER O ARRAIAL DE
CANUDOS, NENHUMA FOI BEM-SUCEDIDA. Os sertanejos e os
jagunços se armaram e resistiram com força contra os militares.
Figura://www.historiailustrada.com.br/2014/06/fotos-da-guerra-de-canudos.html
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Na quarta tentativa, o governo da Bahia solicitou apoio das tropas federais. Militares de todo o Brasil,
usando armas pesadas, foram enviados para o sertão baiano.
RESULTADO
Massacraram os habitantes do arraial de Canudos
de forma brutal e até injusta. Crianças, mulheres e
idosos foram mortos sem piedade, e Antônio
Conselheiro foi morto em 22 de setembro de 1897.
Após 5 meses de luta, no dia 5 de outubro de 1897,
Canudos foi totalmente destruída, junto com toda a
sua população. “CANUDOS NÃO SE RENDEU.
EXEMPLO ÚNICO EM TODA A HISTÓRIA, RESISTIU
ATÉ O ESGOTAMENTO COMPLETO... CAIU...
QUANDO CAÍRAM SEUS ÚLTIMOS DEFENSORES,
QUE TODOS MORRERAM...”
Figura://historiadomundo.uol.com.br/idade-contemporanea/guerra-canudos.htm
RESULTADO: harmonizou as relações entre as oligarquias estaduais e o governo federal, criando uma
estabilidade que durou até 1920.
FUNDING LOAN foi uma medida econômica tomada por Campos Sales e seu Ministro
da Fazenda, JOAQUIM MURTINHO, em 1898. Sales fez uma viagem para a Europa para
tentar negociar uma saída para a questão da dívida interna causada pela política do
encilhamento e pela herança monárquica.
Os Ingleses concordaram com um novo acordo
financeiro: a concessão de um empréstimo de 10
milhões de libras esterlinas, a ser utilizado para o
Figura://www.espiritualidades.com.br/Art
igos/M_autores/MURTINHO_Joaquim_et_
pagamento dos juros da dívida externa brasileira,
nos três anos seguintes. A concessão de um prazo de 10
anos, além dos três iniciais, para o início do pagamento, e a penhora, a
título de garantia com os bancos credores, de toda a receita da
alfândega do Rio de Janeiro, além de, em caso de necessidade, outras
alfândegas, a obrigação assumida perante os bancos de sanear a moeda
brasileira, isto é, fortalecê-la pelo combate à inflação, com o objetivo de
Figura://auladehistoriacesm.blogspot.com/2016/07/republica-do-cafe-
estabilizar a economia do país. com-leite-o-funding.html
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RESULTADO: AUMENTO DAS IMPORTAÇÕES, FALÊNCIAS, DESEMPREGO EM MASSA E NOVOS
EMPRÉSTIMOS.
Campos Sales também suspendeu o auxílio à indústria; consolidou a economia agroexportadora com o fim
das tarifas protecionistas: “É TEMPO DE TOMARMOS O CAMINHO CERTO, E NOS ESFORÇARMOS PARA
IMPORTAR TUDO AQUILO QUE ELES POSSAM PRODUZIR...”
Figura://arquivohistory.blogspot.com/2015/12/formacao-do-
estado-e-do-territorio.html
BOTA ABAIXO
Com o auxílio do prefeito carioca PEREIRA
PASSOS, o governo empreendeu uma
reforma dos bairros e das ruas da antiga
capital, inspirada nos padrões dos centros
urbanos europeus.
Esse projeto de modernização foi realizado
graças a uma série de desapropriações que
expulsaram as populações pobres do Rio de Figura://historiaeavida.blogspot.com/2012/02/o-bota-abaixo-e-revolta-
da-vacina.html
Figura://www.recantodasletras.com.br/biografias/4862466 Janeiro de seus casebres e cortiços.
OS ANTIGOS QUARTEIRÕES, FECHADOS,
EMPOBRECIDOS E SUJOS, COM SEUS CORTIÇOS, FORAM DEMOLIDOS E
SEUS MORADORES FORAM TRANSFERIDOS PARA A PERIFERIA.
Abriu espaço para ruas mais largas e a construção de novas avenidas,
com destaque para a abertura da Avenida Central, atual Avenida Rio
Branco.
Além das mudanças estéticas, novas posturas públicas foram adotadas,
como a proibição do comércio ambulante e as práticas como soltura de
fogos de artifício, balões e criação de fogueiras. Figura://educacao.globo.com/artigo/reforma-urbanistica-de-pereira-
passos-o-rio-com-cara-de-paris.html
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SURTO DA BORRACHA
Esse imenso investimento na remodelação da capital consumia, sem
dúvida, muitos recursos. Nesse aspecto, porém, o governo de
Rodrigues Alves estava devidamente amparado, pois dispunha de
capital suficiente, devido ao auge do ciclo da borracha no Brasil.
O ciclo da borracha viveu seu auge entre
1879 e 1912, tendo, depois, experimentado
uma sobrevida entre 1942 e 1945, durante a
Segunda Guerra Mundial. O PAÍS, NA
Figura://alekspalitot.com.br/amazonia-e-o-ciclo-da-borracha/
ÉPOCA, RESPONDIA SOZINHO POR 97% DA
PRODUÇÃO MUNDIAL.
QUESTÃO DO ACRE
No começo do século XX, grande parte da borracha
comercializada no mundo tinha como origem os seringais da
região amazônica. A geração de empregos na região atraiu
muitos nordestinos, que foram para o Acre, que pertencia à
Bolívia. A ocupação do Acre pelos brasileiros gerou uma
tensão diplomática entre Bolívia e Brasil. Esse problema ficou
historicamente conhecido como – A QUESTÃO DO ACRE.
TRATADO DE PETRÓPOLIS
(1903)
Figura://www.estudopratico.com.br/o-acre-a-bolivia-e-o-tratado-de-petropolis/
Para resolver essas
tensões, um acordo
diplomático foi feito pelo
Barão de Rio Branco após
violentos conflitos na
região do Acre. Assim, o
Brasil recebia o território
do Acre da Bolívia, em
troca do pagamento ao Figura://maniadehistoria.wordpress.com/o-tratado-de-petropolis-brasil-x-
bolivia/
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REVOLTA DA VACINA
No ano de 1904, estourou um movimento de caráter popular na
cidade do Rio de Janeiro. O motivo que desencadeou a revolta foi a
campanha de vacinação obrigatória, imposta pelo Governo Federal,
contra a varíola. A população sofria com a falta de um sistema eficiente
de saneamento básico.
Esse fato desencadeava constantes epidemias,
entre elas a febre amarela, a peste bubônica e a
varíola, e a população de baixa renda, que Figura://www.estudopratico.com.br/revolta-da-vacina-conheca-as-causas-e-
morava em habitações precárias, era a principal consequencias-desta-historia/
vítima dessa situação.
Preocupado com esta situação, o presidente Rodrigues Alves colocou em prática
um projeto de saneamento e de reurbanização do centro da cidade. A reforma
urbana retirou a população pobre do centro da cidade, derrubando vários cortiços e
outros tipos de habitações mais simples.
O médico OSWALDO CRUZ foi designado como chefe do Departamento Nacional de
Saúde Pública, com o objetivo de melhorar as condições sanitárias da cidade;
começa a combater a febre amarela e a varíola e, em 9 de novembro de 1904, é
Figura://aguinaldosilva.com.br/2017/03/21/cha
mem-oswaldo-cruz/
aprovada a LEI DE VACINAÇÃO OBRIGATÓRIA para toda a população.
A oposição aproveita a insatisfação popular e organiza um comício contra a
campanha de vacinação.
ATENÇÃO - IMPORTANTE
Embora seu objetivo fosse positivo, ela foi aplicada de forma
autoritária e violenta e, em alguns casos, os agentes sanitários
invadiam as casas e vacinavam aqueles que se recusavam a força.
Nessa época, grande parte da população não sabia o que era vacina
e tinha medo de seus efeitos.
A revolta popular aumentava a cada dia, impulsionada, também, pela crise econômica e a resistência
popular, que quase levou a um golpe militar, tendo o apoio de positivistas e dos alunos da Escola Militar
da Praia Vermelha.
As manifestações populares e os conflitos espalham-se pelas
ruas da capital brasileira, mas, no fim, sem lideranças
políticas, o movimento é dominado por líderes populares e,
assim, tem início a REVOLTA DA VACINA. Populares destroem
bondes, apedrejam prédios públicos e espalham a desordem
pela cidade.
A reação popular levou o governo a suspender a
obrigatoriedade da vacina e a declarar estado de sítio (16 de
novemb
ro).
Figura://educador.brasilescola.uol.com.br/estrategias-ensino/revolta-vacina-cidadania.htm
Figura://acervo.oglobo.globo.com/incoming/o-sanitarista-oswaldo-cruz-20894869
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CONVÊNIO DE TAUBATÉ (1906)
Foi uma política de valorização do café, em que SP, MG e RJ se
reúnem para traçar as novas formas de produção e
comercialização do produto.
OBJETIVOS: melhorar a qualidade para a exportação, criar
mecanismos de propaganda do produto. Controlar a quantidade
da produção, criando impostos elevados para novos cafezais.
Garantia de preço mínimo aos cafeicultores.
Os governos estaduais
comprariam o
excedente de café que
não fosse exportado e o Figura://professoravanini.wordpress.com/2012/04/14/economia-cafeeira-primeira-
republica/
financiamento dessa
compra seria feito com empréstimos externos. Inicialmente, deu
certo com a retirada de milhões de sacas de café do mercado,
provocando uma alta momentânea do preço. Mas, com o passar
do tempo, essa política fracassou, pois os produtores não
diminuíram sua produção e os estados acabaram se endividando
devido aos empréstimos externos. Com grande oferta, o valor do
Figura://mundoeducacao.bol.uol.com.br/historiadobrasil/convenio-taubate.htm
café começa a despencar, levando o setor à crise.
Figura://pt.wikipedia.org/wiki/Nilo_Pe%C3%
A7anha
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MARECHAL HERMES DA FONSECA (1910–1914)
Seu governo rompeu (temporariamente) com a “política do café com leite”. Criou a
“política das salvações” (salvacionista), em que usava tropas federais para garantir a
intervenção nos estados brasileiros e, assim, retirava do poder todos os governadores
que lhe faziam oposição. Também instituiu a Lei do Serviço Militar obrigatório e o
uso da faixa presidencial.
Seu governo é marcado por muita agitação, expresso na REVOLTA DA CHIBATA,
REVOLTA DE JUAZEIRO e o movimento do CANGAÇO, que chega em seu apogeu.
Figura://pt.wikipedia.org/wiki/Hermes_da_Fons
eca
Figura://www.projetomemoria.art.br/JoaoCa Figura://www.museudeimagens.com.br/revolta-da-chibata-
ndido/biografia15.html joao-candido/
CAUSAS
A estrada de ferro entre São Paulo e Rio Grande do Sul estava
sendo construída por uma empresa norte-americana e contava
com o apoio dos coronéis (grandes proprietários rurais com força
política) da região e do governo. Para a construção da estrada de
ferro, milhares de
Figura://lucinhahb.blogspot.com/2011/11/guerra-do-contestado.html
famílias de camponeses
perderam suas terras. Esse fato gerou muito desemprego entre
os camponeses da região, que ficaram sem terras para
trabalhar. Outro fator foi a compra de uma grande área da
região por um grupo de pessoas ligadas à empresa construtora
da estrada. Essa propriedade foi adquirida para o
estabelecimento de uma grande empresa madeireira, voltada
para a exportação. Com isso, muitas famílias foram expulsas de
suas terras.
Figura://vfco.brazilia.jor.br/ferrovias/Estrada-de-Ferro-Sao-Paulo-Rio-Grande/a-ferrovia-na-
guerra-do-Contestado.shtml
O CONFLITO
O clima ficou mais tenso quando a estrada de ferro ficou pronta, pois
muitos trabalhadores tinham sido trazidos de diversas partes do país
e ficaram desempregados com o fim da obra. Eles permaneceram na
região sem qualquer apoio por parte da empresa norte-americana ou
do governo.
Diante da crise e da insatisfação popular,
ganhou força a figura do BEATO JOSÉ MARIA,
que pregava a criação de um mundo novo,
Figura://www.vocenoticias.com/noticia/826/tres-barras-nao-tera-festividades-
regido pelas leis de Deus, onde todos
para-comemorar-aniversario-do-municipio.html
viveriam em paz, com prosperidade, justiça e
terras para trabalhar.
ATENÇÃO
José Maria conseguiu reunir milhares de seguidores, principalmente de camponeses
sem terras, fundou uma comunidade, a fim de receber os oprimidos – QUADRADO
SANTO, RAZÃO PELA QUAL A GUERRA DO CONTESTADO FICOU TAMBÉM
CONHECIDA COMO GUERRA SANTA. José Maria organizou a resistência popular
contra os coronéis e as tropas federais, a “MONARQUIA CELESTE”.
Figura://progressonocontestado.blogspot.com/2011/0
4/jose-maria-uma-farsa.html
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A GUERRA
José Maria falava que o fim do mundo aconteceria
nos anos 2000, era contra a república e tinha fama
de curandeiro. Preocupado com o desenrolar dos
acontecimentos, o governo envia soldados para a
região, a fim de perseguir o monge e seus
seguidores. A guerra iniciou com o armamento dos
soldados contra as ferramentas agrárias dos
fazendeiros, o que levou à morte de muitas pessoas,
a maior parte camponeses, inclusive do seu líder,
Figura://www.grnews.com.br/10072016/grnews/ha-100-anos-o-fim-da-sangrenta-guerra-do-contestado
que foi morto na BATALHA DE IRANI.
RESULTADO
Quatro anos de batalhas: milhares de mortos. É assinado o
acordo de Limites Paraná-Santa Catarina, no Rio de Janeiro.
Surgem as cidades de Mafra, Joaçaba, Chapecó e de Porto União.
As terras ficaram definitivamente liberadas para a exploração
dos coronéis e das multinacionais, e o povo foi excluído das
mínimas condições de sobrevivência.
Figura://sites.google.com/site/logisticadeaviacao/
CANGAÇO
O cangaço esteve presente em toda a república velha, foi uma
onda de banditismo, de crime e de violência que se alastrou
por quase todo o sertão do Nordeste brasileiro, entre o século
XVIII e meados do XX. Sua origem encontra-se na exclusão
social e na marginalização econômica. Foi um fenômeno
social, caracterizado por atitudes violentas por parte dos
cangaceiros que promoviam saques a fazendas, atacavam
comboios e chegavam a sequestrar fazendeiros para
obtenção de resgates.
Aqueles que respeitavam e acatavam as ordens dos
cangaceiros não sofriam; pelo contrário, eram muitas vezes
ajudados. Essa atitude fez com que os cangaceiros fossem
respeitados e até mesmo admirados por parte da população da época.
IMPORTANTE
Figura://franciscomartinsescritor.blogspot.com/2015/07/77-anos-da-
morte-de-lampiao.html
Figura://pt.wikipedia.org/wiki/Venceslau_Br%C3%
A1s
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OS 3 G´S DE WENCESLAU BRÁS
GRANDE GUERRA – GRIPE ESPANHOLA – GREVE OPERÁRIA
A GRANDE GUERRA
Wenceslau Brás adotou uma austera política financeira para
enfrentar a redução das exportações ocorridas com a Primeira
Guerra Mundial. A INDÚSTRIA DE SUBSTITUIÇÃO leva o Brasil
ao SEGUNDO SURTO INDUSTRIAL, pois, com a Primeira Guerra
Mundial, os países industrializados dirigiram suas produções
para a indústria bélica, por isso, tivemos que produzir aqui o
que não era mais fornecido por esses países.
No entanto, no mês
de abril de 1917,
forças alemãs
Figura://blogdomjrodrigues.blogspot.com/2017/10/a-industrializacao-no-brasil-colonial-e.html
abateram o navio
Paraná nas proximidades do Canal da Mancha, e, seis meses
mais tarde, outra embarcação brasileira, o encouraçado
Macau, foi atacado por alemães. Indignados, populares
exigiram uma resposta contundente das autoridades
brasileiras. Essa ação contra navios mercantes brasileiros levou
à ruptura com o Império Alemão e a declaração de guerra, em
Figura://blogdomjrodrigues.blogspot.com/2017/10/a-industrializacao-no-brasil-colonial- outubro de 1917.
e.html
IMPORTANTE-ATENÇÃO
Entre outras ações, o Brasil enviou alguns pilotos da
Força Aérea, navios militares e apoio médico.
Incumbidos de proteger o Atlântico de ataques de
submarinos alemães, sete embarcações foram usadas.
A pequena tripulação desses navios foi vítima da
epidemia de gripe espanhola que assolou a Europa
nesse período.
Figura://www.defesanet.com.br/ecos/noticia/17410/Participacao-do-Brasil-na-1%C2%AA-Guerra-
trouxe-ganhos-modestos-e-baque-economico/
GRIPE ESPANHOLA
Acredita-se que a gripe espanhola tenha chegado a Recife
por meio do retorno de marinheiros que prestaram serviço
militar em Dacar. Mais de 1.500 pessoas morreram de Gripe
Espanhola em seus últimos anos como presidente da
República.
O presidente eleito, Rodrigues Alves, doente, não pôde ser
empossado, para o início de seu segundo mandato, e o vice
Delfim Moreira assumiu interinamente em seu lugar.
Figura://medium.com/jornalismo-de-dados/a-epidemia-que-matou-mais-que-a-guerra-
bc3c3cb1df4f
GREVE OPERÁRIA
A industrialização fez surgir no Brasil um novo perfil social: O
OPERÁRIO FABRIL. No Brasil, o movimento operário surge no
final do século XIX, mas foi com a industrialização provocada
pela primeira guerra que o país rapidamente se transformou
em uma grande força política e, em 1917, pôde ser visto como
um dos maiores movimentos operários do mundo. Teve início
na cidade de São Paulo, nas fábricas têxteis, e a adesão foi
aumentando, passando pelos estados do Rio de Janeiro e Rio
Figura://movimentosociaisrepvelha.blogspot.com/2015/04/movimento-operario-de-1917.html
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Grande do Sul, pelos servidores públicos e por diversos órgãos.
Devido à grande presença de imigrantes, sobretudo italianos, a
ideologia ANARQUISTA marcou o tom
das reivindicações, que exigiam melhores
salários e condições de trabalho. Assim,
em meio a uma manifestação, no dia 9
de julho, a repressão da polícia acabou
causando a morte de um anarquista
espanhol chamado José Martinez. Os
trabalhadores entraram em greve; mais
de 80 mil pessoas aderiram ao
movimento. Algumas das exigências são
atendidas pelos donos das fábricas para conter a greve, como o aumento de 20% no
salário. O MOVIMENTO OPERÁRIO SOFREU INFLUÊNCIA ANARQUISTA E
SOCIALISTA. Figura://imagemerevolucao.wordpress.com/2010/
04/29/grande-greve-e-a-morte-de-jose-i-martinez/
Figura://pt.wikipedia.org/wiki/Delfim_Mor
eira
Figura://prosalunos.blogspot.com/2008/06/seman
a-de-arte-moderna.html
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O MODERNISMO
O evento marcou o início do Modernismo no Brasil, tornou-
se referência cultural do século XX e representou uma
verdadeira renovação de linguagem, na busca de
experimentação, na liberdade criadora da ruptura com o
passado, pois a arte passou, então, da vanguarda para o
modernismo.
ATENÇÃO
“Marcou época ao apresentar novas ideias e conceitos
artísticos, como a poesia, por meio da declamação, que antes
era só escrita, a música, por meio de concertos, que antes só
havia cantores sem acompanhamento de orquestras sinfônicas
e a arte plástica exibida em telas, em esculturas e em maquetes Figura://www.colegioweb.com.br/pre-modernismo/caracteristicas-do-pre-modernismo.html
PARTICIPANTES
Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Víctor
Brecheret, Plínio Salgado, Anita Malfatti, Menotti
Del Picchia, Guilherme de Almeida, Sérgio Milliet,
Heitor Villa-Lobos, Tácito de Almeida, Di
Cavalcanti. Na ocasião, Tarsila do Amaral,
considerada um dos grandes pilares do
Modernismo brasileiro, encontrava-se em Paris.
INFLUÊNCIAS Figura://educacao.uol.com.br/biografias/heitor-villa-
lobos.htm
Mesmo sofrendo influência da arte moderna
europeia, como o cubismo e o futurismo, o movimento modernista
Figura://pt.wikipedia.org/wiki/Semana_de_Arte_Moderna brasileiro buscou romper com a
tradição da arte importada.
LANÇANDO UMA NOVA ARTE QUE VALORIZASSE TEMAS
NACIONAIS, REPRESENTANDO UMA NOVA PREOCUPAÇÃO E
CONSCIENTIZAÇÃO DOS ARTISTAS.
GRUPOS
MOVIMENTO PAU BRASIL, liderado por Oswald de Andrade, lança,
em 1928, o MANIFESTO ANTROPOFÁGICO, com tendências de
esquerda e buscando transformar influências estrangeiras em temas
nacionais.
MOVIMENTO VERDE AMARELO, liderado por Plínio Salgado,
ultranacionalista e direitista, negando qualquer influência
estrangeira.
Figura://speglich.blogspot.com/2009/02/semana-de-arte-moderna.html
Figura://pt.wikipedia.org/wiki/Artur_Bernardes
TENENTISMO
Foi o movimento político-militar e a série de rebeliões dos
oficiais de baixa e média patente do Exército, no início da
década de 1920.
OS MOVIMENTOS TENENTISTAS
FORAM: A REVOLTA DOS 18 DO
FORTE DE COPACABANA, EM 1922,
A REVOLUÇÃO DE 1924, A COMUNA
DE MANAUS DE 1924 E A COLUNA
PRESTES. Figura://cursosapientia.wordpress.com/2017/11/17/tenentismo/
OBJETIVOS
Queriam a moralidade política no país e combatiam a corrupção, fim do voto
de cabresto (sistema de votação baseado em violência e fraudes que só
beneficiava os coronéis), reforma no sistema educacional público do país e a
mudança no sistema de voto aberto para secreto.
Figura://lavrapalavra.com/2015/09/17/uma-epopeia-
17
brasileira-a-coluna-prestes/
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ATENÇÃO
Embora tivessem uma posição conservadora e autoritária, os tenentes defendiam reformas políticas e sociais. Foi
um movimento confuso e sem um projeto e ideologias definidas, mas, no entanto, era elitista, pois excluía a
população do processo decisório.
(MARAGATO), tenta impedir a posse iniciando a revolução. DURA CERCA DE 9 MESES E DEIXA UM SALDO
DE 1.200 MORTOS. O conflito chega ao fim com o TRATADO DE PEDRAS ALTAS, e Borges terminaria seu
mandato, mas não poderia mais se reeleger.
ELEIÇÕES DE 1930
Figura://seuhistory.com/hoje-na-historia/presidente-
As eleições de 1930 deram a vitória ao paulista Júlio
getulio-vargas-renuncia-e-da-fim-ao-estado-novo
Figura://pt.wikipedia.org/wiki/Jo%C3%A3o_Pessoa_Cavalc
anti_de_Albuquerque 18
INSTITUTO IVOTI
ENSINO MÉDIO – HISTÓRIA – IMPERIALISMO
PROF. PAULO DANIEL SPOLIER
saem às ruas, em todo país, protestando contra a situação e todos os ódios
reprimidos.
Antônio Carlos, governador de Minas Gerais, conclama as elites para conter a
revolução:
“VARGAS, FAÇAMOS A REVOLUÇÃO,
ANTES QUE O POVO A FAÇA”.
As forças aliancistas articulam-se,
contando com o apoio dos tenentes. Em
início de outubro, as tropas começam a se
Figura://ihgmg.org.br/sme/conteudoinstitucional movimentar em MINAS GERAIS e RIO
/menuesquerdo/
GRANDE DO SUL, e, em seguida, há a adesão
de outros estados. Já São Paulo, Rio de Janeiro, Pará e Bahia
ainda apoiavam o governo. Figura://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/FatosImagens/Revolucao1930
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARRUDA, José Jobson de; PILETTI, Nelson. Toda a História: História geral e história do Brasil. 6.ed. São
Paulo: Ática, 1996.
COTRIM, Gilberto. História Global Brasil e Geral. 8.ed. São Paulo: Saraiva, 2005.
JÚNIOR, Alfredo Boulos. 360° História sociedade & cidadania. Volume 1, 2.ed. São Paulo: Ftd, 2015.
JÚNIOR, Alfredo Boulos. 360° História sociedade & cidadania. Volume 2, 2.ed. São Paulo: Ftd, 2015.
JÚNIOR, Alfredo Boulos. 360° História sociedade & cidadania. Volume 3, 2.ed. São Paulo: Ftd, 2015.
WRIGHT, Edmund; LAW, Jonathan. Dicionário de História do Mundo. Belo Horizonte: Autêntica, 2013.
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