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Escola SENAI “A.

Jacob Lafer”
Curso Técnico em Eletroeletrônica

Desenvolvimento de
Sistemas Eletroeletrônicos
DSIEL

Prof. Gleydson Zeca Monteiro


gleydson.monteiro@senaisp.edu.br
sites.google.com/site/senai118eletroeletronica
16/07/2019
Dimensionamento da interface de potência AC 22:29

REFERÊNCIAS

Livro Texto: Projetos de Sistemas eletrônicos – Eletroeletrônica


p. 73 a 90 – Editora: SENAI – SP

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16/07/2019
Programação 22:29

• Introdução

• Retificador controlado de silício – SCR

• Triodo de corrente alternada – TRIAC

• SCR em antiparalelo

• Opto acoplador

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16/07/2019
Introdução 22:29

Anteriormente aprendemos a projetar a interface de potência DC através de


opto acopladores DC e transistores de potência.

Agora iremos aprender a projetar a interface de potência AC através de


componentes como SCR, TRIAC e opto acopladores AC.

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Retificador controlado de silício - SCR 22:29

O Retificador Controlado de Silício ou SCR (Silicon Controlled Rectifier) é um


componente eletrônico com três terminais: ânodo, cátodo e gatilho ou gate.

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Retificador controlado de silício - SCR 22:29

❑ Diodo retificador e SCR → conduz apenas o semiciclo positivo do sinal AC

❑ Diodo retificador → conduz 180º do semiciclo positivo sem controle

❑ SCR → pode conduzir de 0º a 180º de maneira controlada

❑ Ângulo de disparo é controlado com um sinal aplicado ao gatilho.

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Retificador controlado de silício - SCR 22:29

❑ Sua aplicação mais importante está no controle de potência de cargas DC,


tais como resistências de aquecimento e motores DC.

❑ Para controle de potência AC, utilizamos o TRIAC, componente semelhante


a um circuito formado por dois SCR ligados em antiparalelo.

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Retificador controlado de silício - SCR 22:29

A escolha do SCR para um circuito de interface de potência é feito de modo


que as grandezas elétricas máximas do componente não sejam ultrapassadas
para não ocorrer a queima ou funcionamento irregular do componente.

a) VDRM: tensão máxima repetitiva que o SCR suporta no estado desligado

b) VRRM: tensão de pico reversa máxima que o SCR suporta já que o mesmo
não conduz o semiciclo negativo da rede elétrica

c ) IGT: corrente aplicada ao gatilho para o SCR entrar em condução

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Retificador controlado de silício - SCR 22:29

d) IT(RMS): corrente máxima que o SCR pode conduzir (até 70°C temperatura)
controlando uma carga resistiva, uma vez que o SCR também pode controlar a
potencia de cargas não resistivas;

e) ITAV: corrente média que o componente suporta quando a condução ocorre


durante os 180º (todo semiciclo +) a uma temperatura de até 70°C

f) IH: corrente de manutenção do componente. Quando a corrente que circula


pelo SCR (corrente da carga) ficar abaixo de IH, o SCR passa para o estado de
desligado automaticamente

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Retificador controlado de silício - SCR 22:29

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Retificador controlado de silício - SCR 22:29

A tensão sobre a carga é controlada por um circuito de disparo de modo que o


SCR entre em condução no início do sinal senoidal (0°) ou próximo do fim do
sinal senoidal (180º). Desse modo, controlando o ângulo de disparo do tiristor,
podemos controlar a tensão aplicada à carga.

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Retificador controlado de silício - SCR 22:29

No circuito, a carga recebe o semiciclo positivo completo, ou seja, o ângulo de


disparo é 0°.

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Retificador controlado de silício - SCR 22:29

A tensão sobre a carga pode ser calculada por

▪ Vmed: tensão média na carga (V)

▪ Vp: tensão de pico da rede elétrica (V)

▪ cosα: cosseno do ângulo de disparo do SCR

Neste exemplo, como o ângulo de disparo é de 0º, temos que cosα = 1

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Retificador controlado de silício - SCR 22:29

Atrasando o sinal de disparo, a carga recebe uma tensão média menor, porque
o SCR somente irá conduzir tensão para a carga quando receber o pulso de
disparo. Veja as formas de onda com ângulo de disparo de 90°.

Nesse caso, como o ângulo de


disparo é de 90°, cosα = 0.

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Retificador controlado de silício - SCR 22:29

Veja agora as formas de onda com ângulo de disparo de 150°.

Nesse caso, como o ângulo de


disparo é de 150°, cosα = -0,866

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Retificador controlado de silício - SCR 22:29

Vemos que a carga recebe uma tensão mais baixa quando o sinal de disparo
ocorrer próximo do fim do semiciclo da senoide (aos 150°).

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Retificador controlado de silício - SCR 22:29

❑ O gatilho do SCR é sensível a polarização reversa.

❑ Para controle de potência em CA utilizando um SCR, deve-se ligar um diodo


em série para bloqueio do semiciclo negativo da senoide

❑ Nessa configuração o controle do ângulo de disparo é limitado entre 0 e 90º,


que é o ângulo do pico da senoide

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Retificador controlado de silício - SCR 22:29

Circuito de disparo do SCR

➢ O disparo do gatilho pode ser feito de várias formas

➢ Mais comum é aplicar um sinal ao gatilho

➢ Esse sinal pode ser uma tensão DC, desde que não ultrapasse os limites de
tensão e corrente máxima do gatilho.

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Retificador controlado de silício - SCR 22:29

UJT

➢ Utilizamos um transistor de unijunção (UJT) para gerar o pulso de disparo

➢ O UJT apresenta características diferentes dos bipolares e MOSFETs.

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Retificador controlado de silício - SCR 22:29

UJT

➢ Barra de semicondutor tipo N com uma ilha tipo P.

➢ Possui 3 terminais: Duas bases e um emissor.

➢ Também chamado de transistor de dupla base.

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Retificador controlado de silício - SCR 22:29

UJT

✓ Ip → corrente no início do disparo


✓ Iv → corrente de vale
✓ 𝜂 → razão intrínseca de disparo
✓ Rbb0 → resistência entre bases

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Retificador controlado de silício - SCR 22:29

Circuito de disparo do SCR

O UJT tem a finalidade de gerar pulsos de disparo ao SCR. Seu funcionamento


ocorre da seguinte forma:

1) o capacitor C1 se carrega por meio de R3 e de P1

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Retificador controlado de silício - SCR 22:29

Circuito de disparo do SCR

2) Quando a tensão em C1 atingir o valor da tensão de pico do UJT (Veb1 sat),


o transistor entra no estado de condução, descarregando C1 sobre R1

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Retificador controlado de silício - SCR 22:29

Circuito de disparo do SCR

3) Quando a tensão em C1 atinge um valor denominado “tensão de vale” (Vv),


o UJT desliga automaticamente e o processo de carga de C1 se reinicia

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Retificador controlado de silício - SCR 22:29

Circuito de disparo do SCR

Assim, P1 altera a frequência de oscilação do circuito.

Na Figura abaixo vemos o circuito oscilador de relaxação e as formas de onda,


durante a carga de C1 (ponto A) e os pulsos gerados (ponto B).

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Retificador controlado de silício - SCR 22:29

Circuito de disparo do SCR

Cálculo da frequência de oscilação:

R → resistência total formada pelo resistor R3 e pelo potenciômetro P1 (Ω);

C → valor de C1 (F)

f → frequência de oscilação (Hz)

𝜂 → razão intrínseca de disparo

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Triodo em corrente alternada - TRIAC 22:29

❑ TRIAC funcionamento semelhante ao SCR no início, porém pode conduzir


nos dois semiciclos

❑ SCR controla potencia de cargas que trabalham em DC

❑ TRIAC controla potência de cargas que trabalham em AC

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Triodo em corrente alternada - TRIAC 22:29

Aplicação: Por conduzir nos dois semiciclos da rede elétrica, é utilizado como
chave estática, ou seja, uma chave L/D, mas sem os movimentos mecânicos
de uma chave L/D.

Vantagem: ausência de desgaste mecânico o que aumenta a vida útil em


relação a chaves mecânicas.

Os parâmetros elétricos máximos que devem ser observados no


dimensionamento do TRIAC são os mesmos do SCR. Nesse caso, só não
temos o parâmetro VRRM, pelo TRIAC conduzir nos dois sentidos.

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Triodo em corrente alternada - TRIAC 22:29

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Triodo em corrente alternada - TRIAC 22:29

Como o TRIAC é bidirecional, seu sinal de disparo pode ocorrer nos quatro
quadrantes. Assim, o melhor ponto de disparo para o TRIAC está nos
quadrantes I e III, pois a polarização de MT2 é a mesma do terminal do gatilho.

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Triodo em corrente alternada - TRIAC 22:29

Analise na figura, os sinais


elétricos, baseados no sinal
de disparo aplicado ao
gatilho:

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Triodo em corrente alternada - TRIAC 22:29

O circuito de disparo fornece


um sinal ao gatilho do TRIAC,
conforme a polarização de
MT2 (semiciclo (+) → pulso (+)
// semiciclo (-) → pulso (-)),
garantindo o funcionamento
nos quadrantes I e III.

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Triodo em corrente alternada - TRIAC 22:29

Como o TRIAC conduz nos dois semiciclos da rede elétrica, a tensão média na
carga é nula; assim, a carga recebe uma tensão eficaz que depende do ângulo
de disparo do TRIAC. Essa tensão eficaz pode ser calculada pela equação:

• Vef → tensão eficaz na carga (V)


• VMAX → tensão de pico da rede elétrica de alimentação (V)
• α → angulo de disparo do TRIAC

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Triodo em corrente alternada - TRIAC 22:29

A potência na carga será determinada por:

Para entendermos melhor essa equação, vejamos o cálculo para determinar a


tensão e a potência em uma carga de 50Ω com um ângulo de disparo de 90°. A
tensão aplicada ao circuito é de 127V.

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SCR em antiparalelo 22:29

Em aplicações industriais, onde a corrente de trabalho de TRIAC é insuficiente


para controlar a corrente exigida pela carga, podemos montar um circuito
composto por dois SCRs em antiparalelo.

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SCR em antiparalelo 22:29

Nessa configuração, o SCR 1 conduz a parte positiva do semiciclo, em azul,


enquanto o SCR 2 conduz a outra parte do semiciclo, em verde. Dessa forma,
a carga passa a receber os dois semiciclos da rede elétrica.

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Optoacoplador 22:29

➢ Utilizado para isolar o circuito de baixa tensão do circuito de alta tensão

➢ Opto acoplador liga o circuito de disparo ao gatilho do tiristor de modo a


proteger o circuito de disparo → interface de baixa para alta tensão

➢ Para uma interface de potência CA, em que há um tiristor controlando a


carga o opto acoplador MOC apresenta-se como uma boa opção.

a) alta tensão de isolação – mínimo de 5300 Vca


b) tensão de bloqueio de 250 V (MOC 3010) e de 400 V (MOC 3020).

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Optoacoplador 22:29

Esse opto acoplador é constituído internamente por um LED que, quando


acionado emite luz a um fotodiac, que permitirá circular uma corrente,
acionando o gatilho do tiristor.

Exemplo de aplicação:
sinal digital é aplicado ao
gatilho de um TRIAC por
meio do opto acoplador,
para controlar a potência
da carga resistiva RL.

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Optoacoplador 22:29

R1 é dimensionado para limitar a corrente que passa pelo DIAC do opto


acoplador. Seu valor pode ser facilmente calculado por:

R1: valor mínimo para o resistor (Ω)


VMAX: tensão de pico da rede elétrica de alimentação (V)
1,2 valor constante fornecido pelo fabricante do opto acoplador

Rin limita a corrente do LED interno ao opto acoplador. Para calcular seu valor
corretamente, devemos consultar o datasheet do componente e ver a tensão
máxima que o LED suporta e a corrente que pode passar por ele.

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Optoacoplador 22:29

No datasheet do opto acoplador MOC3010 encontramos a tensão direta de


entrada (Input Forward Voltage) = 1,5V (max) e a corrente direta (IF) = 10 mA

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Optoacoplador 22:29

Agora que sabemos a tensão máxima e a corrente direta do LED interno do


opto acoplador, podemos calcular o resistor Rin:

Rin: valor do resistor a ser calculado (Ω)


VCC: valor da tensão de alimentação do circuito eletrônico (V)
1,5: valor da tensão máxima do LED interno ao opto acoplador (V)
0,01: corrente direta aplicada ao LED no opto acoplador (A)

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Optoacoplador 22:29

Como exemplo, iremos calcular o valor de Rin para um Vcc de 5 V.

Observe que o valor calculado não é um valor comercial. Sendo assim,


devemos selecionar um resistor comercial próximo do calculado. O valor
comercial mais próximo do calculado é 360 Ω. Agora, vamos calcular a
potência do resistor.

Assim, esse resistor deverá ser de 360 Ω x 250 mW. Note que a potência do
resistor é maior que a calculada, pois é o valor comercial mais próximo.

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16/07/2019
No zero-crossing e zero-crossing 22:29

No zero-crossing (ou non zero-crossing) e zero-crossing são termos técnicos


utilizados no opto acoplador. Quando o opto acoplador recebe um sinal para
disparar o tiristor, a tensão senoidal da rede elétrica pode estar em qualquer
momento do ciclo. Caso o tiristor passe para o estado de ligado, quando a
amplitude da tensão for próxima dos 90°, ocorrem ruídos na rede de
alimentação, prejudicando o funcionamento de outros aparelhos eletrônicos.

Nesse caso, dizemos que o opto acoplador é do tipo NO ZERO-CROSSING,


que significa sem detecção por zero. Para reduzir o ruído gerado, são
necessários componentes externos, o que eleva o custo do projeto. O opto
acoplador MOC3031/MOC3041 possui internamente um circuito de ZERO-
CROSSING, ou seja, é capaz de detectar a amplitude do sinal de entrada e
não deixa o opto acoplador gerar o sinal de disparo para o tiristor. O disparo
somente irá ocorrer próximo do inicio ou do fim da senoide da rede elétrica.

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Projeto 1 22:29

➢ Dimensionar uma interface de potência AC para o acionamento de um


motor elétrico de 1CV 220Vac
OBS.: O sinal de controle será fornecido externamente por um PIC18F4550

➢ Simular o acionamento no Proteus

➢ Desenvolver placa para interface


➢ Considere conectores TBLOCK para ligação externas

Entregar até: 19/10

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Projeto 2 22:29

➢ Desenvolver o projeto a seguir:

1. Controlar o acionamento de um motor DC 12V / 5A 1000 RPM em sentido


horário por 5 segundos.
2. Ao concluir o ciclo anterior, acionar uma resistência elétrica de 220V / 20A
por 10 segundos.
3. Terminado este ciclo, o motor é novamente acionado, agora em sentido
anti-horário a 500 RPM por 10 segundos.
4. Passado este tempo, o motor pausa por 3 segundos e reinicia todo
processo automaticamente.

➢ Simulação e PCI desenvolvidos no Proteus


➢ Considere conectores TBLOCK para ligação externas

Entregar até 26/10


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