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1.

INTRODUÇÃO

A retificação é o processo de converter tensão e corrente alternada em tensão e


corrente continua. Podem ser divididos em:
 Não-controlado (usa apenas diodos como elemento de retificação).
 Controlado (através de dispositivos de chaveamento de estado solido).
 Monofásico
 Trifásico
Os circuitos retificadores controlados constituem a principal aplicação dos tiristores
em conversores estáticos. Esses circuitos possuem uma vasta aplicação industrial, com grande
gama de especificações na alimentação de dispositivos de baixa até médio-alta potência, como
por exemplo, no acionamento de motores de corrente contínua, em estações retificadoras para
alimentação de redes de transmissão C (VHDC), no acionamento de locomotivas, etc.
Retificadores montados com tiristores permitem a manipulação da tensão em sua saída
(VCMED) em função do ângulo de disparo. Varia-se o ângulo de disparo de tiristores,
deslocando no tempo o pulso de disparo enviado ao gate.
Os retificadores monofásicos controlados apresentam grande quantidade de ondulação
AC em sua tensão de saída DC e são limitados pela capacidade de potência da fonte
monofásica. Quando se exigem altos níveis de potência, os retificadores trifásicos controlados
são os preferidos porque fornecem tensão media DC aumentada na saída, bem como uma
componente AC reduzida de ondulação.

2. RETIFICADOR CONTROLADO MONOFÁSICO DE MEIA ONDA COM


CARGA RESISTIVA

Um retificador monofásico controlado é obtido substituindo os diodos por SCRs


(Retificadores Controlados de Silício). Um retificador controlado produz uma tensão de saída
DC variável, cuja amplitude é obtida por meio de controle de fase, isto é, com o domínio do
período de condução, variando o ponto no qual um sinal na porta do SCR é aplicado.
É uma aplicação típica dos tiristores, onde o tiristor conduz somente após a aplicação
de um pulso no gatilho e para de conduzir por comutação natural ou de linha. Se a carga for
muito indutiva o tiristor precisará de comutação forçada. Estes retificadores são simples e têm
uma eficiência de 95%. Os mesmos também podem ser chamados de conversores CA-CC,
sendo usados para controlar a velocidade em máquinas CC de poucos HP até MW.
Figura 1 RETIFICADOR MONOFÁSICO CONTROLADO DE MEIA ONDA COM CARGA RESISTIVA

 Intervalo entre 0 e α: Tensão positiva sobre o SCR, mas ele não conduz.
 Instante α: Pulso de corrente aplicado à porta do SCR. Início da condução.
 Intervalo entre α e π: O SCR continua conduzindo. Mesmo com a extinção da corrente i G
 Instante π: SCR para de conduzir pois a corrente i S chega a zero.
Foi utilizado o programa PSIM para simular este tipo de retificador.

Figura 2 RETIFICADOR CONTROLADO DE MEIA ONDA COM CARGA RESISTIVA

Figura 3 FORMAS DE ONDA


Durante o semiciclo positivo da tensão de alimentação, o SCR estará diretamente
polarizado e conduzira se o pulso de acionamento for aplicado à porta. Uma vez que o SCR
estará inversamente polarizado, a corrente cai naturalmente a zero. Observando o semiciclo
negativo, percebe-se que o dispositivo irá bloquear o fluxo de corrente, assim não havendo
tensão na carga, como pode ser observado no gráfico da tensão V3.

3. RETIFICADOR CONTROLADO MONOFÁSICO DE MEIA ONDA COM


CARGA RESISTIVA – INDUTIVA

Figura 4 RETIFICADOR CONTROLADO MONOFÁSICO DE MEIA ONDA COM CARGA RL

 A corrente cruza o zero depois da tensão.


 O SCR continua a conduzir mesmo quando a tensão é negativa.
 Haverá tensões negativas na carga.
 Quanto mais indutiva a carga, maior será o ângulo β
 O ângulo β depende do ângulo de disparo α
Um retificador de meia onda com carga formada por R e L simulado no PSIM, é
mostrado na figura 5 a seguir.

Figura 5 RETIFICADOR DE MEIA ONDA COM CARGA RL


Caso o SCR for acionado com um ângulo de disparo igual a 20, a corrente na carga
aumentará, uma vez que o indutor forçara a corrente se atrasar em relação à tensão. O indutor
terá a função de armazenar energia em seu campo magnético. Quando a tensão ficar negativa,
o SCR ficara inversamente polarizado. A corrente continuará a fluir até β será quando o SCR
irá passar para o estado desligado, assim a tensão no indutor mudará de polaridade e a tensão
na carga ficara negativa.
As formas de onda para tensão e corrente são mostradas na figura a seguir.

4. RETIFICADOR CONTROLADO MONOFÁSICO DE MEIA ONDA COM


CARGA INDUTIVA E DIODO DE RODA LIVRE

Figura 6 RETIFICADOR DE MEIA ONDA - DIODO DE RODA LIVRE


 Quando a tensão no SCR fica negativa, o mesmo entra em corte.
 A corrente i S passa a fluir pelo diodo de roda livre.
 Deixam de haver tensões negativas na carga
O diodo de roda livre é usado para cortar a porção negativa da tensão de saída
instantânea e amenizar a ondulação da corrente de saída, pode ser visto na figura abaixo.

Figura 7 CARGA RL COM FWD

Quando a tensão na carga tender à inversão, o diodo de roda livre ficara diretamente
polarizado e passara para o estado ligado. Dessa forma, o SCR ficara inversamente polarizado
passando para o estado desligado. Portanto, a corrente que flui da fonte para a carga, irá agora
passar pelo diodo de roda livre.
A tensão de saída é a mesma no circuito com carga resistiva, pode ser visto a seguir.
5. RETIFICADOR CONTROLADO MONOFÁSICO DE ONDA COMPLETA
COM CARGA RESISTIVA

Todas as estruturas monofásicas apresentadas comportam-se do mesmo modo quando


alimentam carga resistiva. As formas de onda estão representadas na figura a seguir.

Figura 8 RETIFICADOR CONTROLADO DE ONDA COMPLETA COM CARGA RESISTIVA

Retificador de onda completa, simulado no programa PSIM são mostrados na figura.


O retificador é formado por quatro SCR’s que são comandados aos pares de diodos. Os SCR’s
S1 e S2 são polarizados diretamente quando a fonte se tornar positiva, porém não conduzirão
quando os sinais nos gatilhos não forem aplicados.
De forma similar, S3 e S4 são polarizados diretamente quando a fonte se tornar
negativa, entretanto não entrarão em condução até que eles recebam sinais nos gatilhos.

Figura 9 RETIFICADOR CONTROLADO DE ONDA COMPLETA


Considerando o intervalo (0, π). Durante o intervalo (0, α) os tiristores encontram-se
bloqueados e a tensão de carga é nula. Quando wt = α, um ou mais tiristores, dependendo da
estrutura, são disparados. A tensão de carga torna-se igual à tensão da fonte.
A forma de onda da tensão de saída para um retificador de onda completa controlado
com carga resistiva é mostrada na figura.

6. RETIFICADOR CONTROLADO MONOFÁSICO DE ONDA COMPLETA


COM CARGA RESISTIVA – INDUTIVA EM MODO DESCONTINUO
Se a indutância for pequena e o ângulo de disparo for alto, a corrente DC de saída
atingirá zero antes que o par seguinte de SCR comecem a conduzir. Diz-se nesse caso que a
corrente é não-continua.
Para condução descontinua, a tensão de carga depende da corrente de carga. O
conversor se comporta como uma fonte ideal em serie com uma resistência variável; este
raciocínio está sendo feito apenas para valores médios de tensão e da corrente.

Figura 10 CONDUÇÃO DESCONTÍNUA


7. RETIFICADOR CONTROLADO MONOFÁSICO DE ONDA COMPLETA
COM CARGA RESISTIVA – INDUTIVA EM MODO CONTÍNUO
Se a indutância for grande, ou se α for pequeno, a corrente na carga não chega a atingir o zero,
então diz-se que a corrente é continua.
Se a corrente na carga ainda for positiva em wt = π + α quando os sinais são aplicados para S3
e S4 na análise anterior, assim S3 e S4 são ligados e S1 e S2 são forçados a desligar.

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