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Resistência À Escravidão
Resistência À Escravidão
LICENCIATURA EM HISTÓRIA
RESISTÊNCIA À ESCRAVIDÃO
RECIFE
2023
Aluna: Kauane Adrielly do Nascimento Silva
Marquese argumenta que a derrota de Palmares suscitou a seguinte indagação: por que
não houve outros quilombos de magnitude semelhante na história do Brasil? O autor
apresenta a visão dos historiadores de que a alteração na legislação escravista após a queda de
Palmares resultou em um mecanismo repressivo destinado a conter as fugas de cativos,
representado pela criação do cargo de Capitão-do-mato, cuja função era capturar os escravos
fugitivos. Além disso, nesse contexto, definiu-se o que seria considerado um quilombo.
Para Silvia Lara as razões para a formação de Palmares devem ser buscadas menos na
movimentação escrava e mais nas mudanças na política senhorial de governo dos escravos.
Medidas como a criação do cargo de capitão-do-mato,podem ter contribuído para a formação
de quilombos. A formação desse aparato para conter as fugas foi influenciada pelo medo do
surgimento de novos quilombos como Palmares, e as tentativas de capturar fugitivos
envolviam prêmios, venda de prisioneiros e concessões de terras.
Com base nos textos de Rafael de Bivar Marquese e Silvia Lara, é possível concluir
que ambos os autores abordam de forma abrangente a complexidade do período escravocrata
no Brasil, destacando a formação de quilombos e a resistência escrava como temas centrais de
análise. Embora apresentem perspectivas ligeiramente distintas, eles compartilham várias
áreas de concordância e discordância em relação à formação de quilombos e ao papel das
autoridades coloniais.
LARA, Silvia Hunold. Do singular ao plural. Palmares, capitães do mato e o governo dos
escravos. In: GOMES, Flávio dos S.; REIS, João José (Org.). Liberdade por um Fio. São
Paulo: Companhia das Letras, 1996, p. 81-109.