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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALFENAS

INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E LETRAS


LABORATÓRIO DE ENSINO DE SOCIOLOGIA II

NORMAN JOSHUA SILVA MUCAVE

PRÁTICA COMO COMPONENTE CURRICULAR

Alfenas-MG
2021
NORMAN JOSHUA SILVA MUCAVE

PRÁTICA COMO COMPONENTE CURRICULAR

Atividade apresentada para a disciplina de


Laboratório de Ensino de Sociologia II, ministrada
pela Prof. Josefa Alexandrina, como requisito
parcial para aprovação no curso de Ciências
Sociais na Universidade Federal de Alfenas.

Alfenas-MG
2021
SUMÁRIO

4 INTRODUÇÃO
4 PROGRAMA DE ENSINO DE SOCIOLOGIA DO ENSINO MÉDIO
7 PLANOS DE AULA
7 PLANO DE AULA 1ª SÉRIE DO ENSINO MÉDIO
9 PLANO DE AULA 2ª SÉRIE DO ENSINO MÉDIO
11 PLANO DE AULA 3ª SÉRIE DO ENSINO MÉDIO
13 MATERIAL DIDÁTICO DESENVOLVIDO
13 CONTRIBUIÇÕES DA PRODUÇÃO PRÁTICA COMO
COMPONENTE CURRICULAR
14 CONCLUSÃO
INTRODUÇÃO

O trabalho a ser seguir tem como objetivo desenvolver uma proposta de prática como
componente curricular, como destacado no título do trabalho. Para o desenvolvimento dessa
prática, foi tomado como referência os principais pontos que devem ser desenvolvidos durante
a formação docente e preparação para o trabalho profissional dentro do ambiente escolar, nos
baseando nas discussões realizadas durante a disciplina, nos documentos oficiais que foram
norteadores para compreensão da instituição escolar, e na prática que deveria ser aplicada em
sala de aula, este trabalho se dividiu em 3 aspectos centrais que fazem parte do trabalho
docente, e não podem deixar de ser trabalhados durante a formação. Primeiro a produção de
um programa de ensino de sociologia para o ensino médio, depois a elaboração de 3 planos de
aulas, orientados pelo programa de ensino e se dividindo em um para cada uma das séries, por
fim a elaboração de material didático para uma das aulas, material este que vai estar em anexo
ao trabalho.
Apresentadas as questões a serem desenvolvidas, vamos então ao desenvolvimento
de cada um dos componentes.

PROGRAMA DE ENSINO DE SOCIOLOGIA NO ENSINO MÉDIO

Um programa de ensino de Sociologia para o ensino médio deve ser elaborado


visando uma formação que introduza os estudantes nos conhecimentos científicos produzidos
pelas Ciências Sociais como um todo, tendo em vista não apenas a Sociologia, mas a Ciência
Política e a Antropologia, tendo a responsabilidade pela formação cidadã dos estudantes e de
desenvolver nestes uma visão crítica sobre a sociedade e seus grupos como um todo,
desenvolvendo compreensão sobre os fenômenos sociais que se apresentam na mesma. O
programa tem de prezar por uma continuidade dos conteúdos ao longo dos 3 anos do Ensino
Médio, visando uma formação que se construa em conjunto à passagem do estudante pela
última etapa da educação básica brasileira, o Ensino Médio.
Para um bom desenvolvimento do programa é necessária uma adequação deste tanto
as necessidades escolares como as estudantis, contemplando as carências de conhecimentos
sociológicos dos estudantes pela falta de contato com a disciplina no Ensino Fundamental, e
visando uma aproximação da Sociologia empregada na escola para os conhecimentos
desenvolvidos nas Ciências Sociais na universidade. O foco da disciplina escolar é trazer as
reflexões e desenvolver as formas do pensar sociológico nos estudantes, afim de que estes
possam se tornar cidadãos reflexivos amparados pelo caráter científico das Ciências Sociais.
No desenvolvimento da Sociologia no Ensino Médio é importante não perder de
vista as formas de padronizar os conhecimentos desenvolvidos para que o ensino da disciplina
numa determinada instituição não seja destoante do que vem sendo ensinado no país, e
desenvolva uma capacidade de reflexão sobre a disciplina que permita aos estudantes pensar
os conteúdos e conhecimentos desenvolvidos por si, de forma a compreender a Sociologia
mesmo após a finalização de seus estudos no fim do Ensino Médio.
A padronização do ensino de Sociologia pode ser tratada de acordo com os
documentos oficiais, organizados pelo Ministério e Secretarias de Educação do país, além de
leis que determinam os sentidos e tipos de atuação necessárias para um bom desenvolvimento
da educação por parte do sistema, instituições e seus componentes, como para os educandos
em sua passagem pela educação básica, tendo como enfoque o momento que nos interessa
neste programa, os 3 anos finais do Ensino Médio. Tomemos por base referencial as
Orientações Curriculares para o Ensino Médio (OCEM) - Ciências Humanas e suas
Tecnologias, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e sua seção sobre o Ensino Médio,
a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), e as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN)
como a “DCN para a Educação Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-
Brasileira e Africana” e a “DCN para a Educação em Direitos Humanos”. Estes são exemplos
de alguns documentos oficiais úteis para o desenvolvimento de um programa de ensino que
cumpra as exigências intrínsecas a disciplina de Sociologia no Brasil observadas suas lacunas
e necessidades estudantis.
Colocadas as referências e direcionamentos para o desenvolvimento de um programa
que contemple as Ciências Sociais sob suas três grandes áreas, e de conta de expandir o
conhecimento dos estudantes sobre a disciplina ao longo dos três anos do Ensino Médio, a
abordagem dos temas, conceitos e teorias deve ser feita de uma forma interrelacionada com os
objetivos os quais se busca atingir com a disciplina a nível escolar. A BNCC trazendo
categorias do pensamento sociológico como tempo e espaço, território e fronteira, entre
outras, apresenta questões fundamentais para a formação do estudante, além de propor
competências que devem ser trabalhadas ao longo da passagem pelo EM, busca desenvolver
habilidades nos estudantes para que estes ao final do ciclo possam pensar a Sociologia de
forma autônoma.
Observado como deve se desenvolver o programa de ensino e formas de trabalhar os
conhecimentos e proposições das Ciências Sociais através da Sociologia, que é a disciplina
que se desenvolve na educação básica, mas sem perder de vista as outras duas grandes áreas
do conhecimento que à compõe. O programa é baseado na lógica de quatro bimestres ao
longo do ano, se projetando para trabalhar em 8 semanas ao longo do bimestre com as
abordagens subdivididas em 2 semanas para cada tópico, visando uma apresentação de 4
tópicos em cada bimestre e 4 aulas para cada tópico proposto nos bimestres, vamos então a
apresentação dos conteúdos que devem ser abordados, em cada uma das séries e ao longo do
ano.

1ª Série do Ensino Médio


1º Bimestre 2º Bimestre
Introdução as Ciências Sociais Sociedade e indivíduo
- O que são as Ciências Sociais - Indivíduo como ser social
- Ciências Sociais e interdisciplinaridade - Cultura e sociedade
- Sociologia, ciência da sociedade - O ser político
- Os 3 clássicos da Sociologia - Construção das diferenças

3º Bimestre 4º Bimestre
Representações socioculturais Revisão
- Construções culturais - Análise das Ciências Sociais na
- Etnocentrismo prática escolar
- Identidade cultural e social do - Indivíduo e as instituições sociais
indivíduo - Interação cultura e sociedade
- Desigualdades culturais como projeto - Cultura, indivíduo, sociedade e sua
de poder aplicação interdisciplinar

2ª Série do Ensino Médio


1º Bimestre 2º Bimestre
Estado e modelos de poder Desigualdade socioculturais
- Primeiras sociedades ao redor do globo - Construção sociocultural das
- Formação do Estado e definição das desigualdades
sociedades - Capitalismo e barbárie: da
- Da democracia greco-romana a acumulação primitiva a
democracia capitalista superprodução
- Capitalismo, globalização e - Violência e instituição das
uniformização mundial desigualdades
- Desnaturalizando a desigualdade

3º Bimestre 4º Bimestre
Preconceito e segregação social O Brasil e suas desigualdades
- O machismo como estamento social - Indígenas: genocídio e ocupação
- Escravidão, racismo e hierarquia social territorial
- História das religiões e intolerância - Da escravidão a democracia racial
religiosa - Violência de gênero no Brasil
- Relações de gênero e a diversidade - Movimentos sociais no Brasil
sexual contemporâneo

3ª Série do Ensino Médio


1º Bimestre 2º Bimestre
Sociabilidade e tecnologias Relações Sociais contemporâneas
- Globalização e as novas tecnologias - Questão urbana X ambiental
- Tecnologias no mundo do trabalho - Movimentos sociais no Brasil
- Redes sociais e os novos espaço de contemporâneo
socialização - Urbanização e uberização
- Realidade virtual e a transição da - Desconstruções sociais e gerações do
sociedade industrial séc. XXI
3º Bimestre 4º Bimestre
As Ciências Sociais no Brasil Revisão para o ENEM
- As Ciências Sociais no Brasil ao - Cultura e cidadania
longo do tempo - Movimentos sociais
- Sociologia, dos pensadores - Política, Estado e Governo
brasileiros a disciplina escolar - Teorias sociológicas
- Antropologia brasileira
- Um olhar político sobre a formação e
realidade brasileira

PLANOS DE AULA: 1ª, 2ª e 3ª SÉRIES DO ENSINO MÉDIO

1ª Série do Ensino Médio - 3º Bimestre: Representações socioculturais

Plano de aula: Identidade cultural e social do indivíduo

Aula 1 – Identidade: O que é? Como se constitui? Perspectivas distintas entre cultura e


sociedade

Tema:
- O que é a identidade?
- Como identificar e definir um indivíduo
- Identidade social
- Identidade cultural
- Identidade política

Objetivos gerais: Apresentar o conceito de identidade a partir da perspectiva sociológica,


trabalhando a conceituação de identidade frente outras áreas que se interrelacionem com o
debate proposto pelas Ciências Sociais, como a Psicologia e a História. Apresentar como a
identidade se constitui, através da perspectiva de cada uma das três grandes áreas das Ciências
Sociais, sendo a identidade social no campo da Sociologia, a construção da identidade cultural
para a Antropologia, e a identidade política dos indivíduos pensada pela Ciência Política.
Desenvolver um debate com os estudantes sobre a compreensão que eles têm de identidade,
de que forma enxergam a própria identidade, e os fatores que acreditem ser essenciais para a
construção da identidade de um indivíduo, sob o olhar dos conhecimentos desenvolvidos
pelas Ciências Sociais.

Objetivos específicos:

- Desenvolver nos estudantes uma compreensão sobre identidade de acordo com os


conhecimentos das Ciências Sociais
- Compreender a formação e função da identidade em seus grupos sociais, nucleares e
mais amplos
- Compreender a formação e função da identidade em seus grupos culturais
- Compreender a formação e função da identidade do indivíduo enquanto ser político
- Construir com os estudantes uma representação sobre suas identidades individuais, sob
o olhar das 3 grandes áreas das Ciências Sociais

Conteúdos:

- Identidade
- Representações subjetivas
- Construção identitária
- Multiplicidade identitária
- Sociabilidade
- Identidade através da diversidade

Recursos didáticos:
Leitura de trechos textuais; Apresentação de slides; Apresentação expositiva; Construção de
mapa conceitual; Debate com os estudantes;

Procedimentos:

 Abordagem inicial do conteúdo da aula, e apresentação do conceito de identidade


 Apresentação dos slides, através de uma abordagem explicativa sobre o tema a ser
discutido
 Discussão com os estudantes sobre suas percepções acerca da identidade
 Construção de mapa conceitual unido os conhecimentos apresentados e suas
percepções
 Debate sobre a formação da identidade a partir dos conhecimentos das Ciências
Sociais
 Proposição de atividade sobre como os estudantes se identificam, partindo dos tipos de
identidade discutidos

Justificativa: A importância do tema pode ser compreendida sob dois aspectos primordiais,
primeiro a relevância do tema nas discussões das Ciências Sociais, segundo pelo momento em
que os estudantes estariam. A questão da identidade aparece com certa frequência nas
Ciências Sociais, e é abordada sob o olhar das 3 grandes áreas que a compõe, o que destaca a
relevância com que se apresenta para a disciplina de Sociologia e a importância de trazer a
Antropologia e a Ciência Política para a composição de uma compreensão mais ampla. Em
relação ao momento escolar dos estudantes, considerando que estarão na série de ingresso ao
Ensino Médio, e chegam nela dos 14 anos em diante, momento em que estão entrando na
adolescência, se preparando para o encerramento do ciclo escolar e inserção no universo
adulto, é de suma importância que compreendam os papeis identitários que já expressam e
serão levados a assumir enquanto cidadãos de uma sociedade cultural e política. A
justificativa a partir das colocações apresentadas acima, se baseia na BNCC e as competências
e habilidades propostas pelo documento para a formação dos estudantes, destacadas abaixo.

Competências: 1
Habilidades: EM13CHS103; EM13CHS105;

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

2ª Série do Ensino Médio - 4º Bimestre: O Brasil e suas desigualdades


Plano de aula: Da escravidão à democracia racial

Aula 3 – Comunidade Quilombolas: História, enfrentamentos e seu futuro na sociedade


brasileira

Tema:
- História das comunidades quilombola no Brasil
- Quilombos e personagens importantes para a formação da cultura Afro-Brasileira
- Contextualização atual sobre a situação dos quilombolas no Brasil
- Enfrentamentos para o futuro das comunidades quilombolas e cultura Afro-Brasileira

Objetivos gerais: Apresentar a história dos quilombos no Brasil, de seu surgimento e


espalhamento pelo território brasileiro, passando pelos mais importantes e significativos para
compreensão da constituição da cultura quilombola no Brasil. Contextualizar sua presença na
sociedade brasileira diante enfrentamentos políticos e culturais pela conquista de direitos
legais, políticos e culturais, como a garantia sobre o território quilombola, o estabelecimento
da lei 10.639 que determina a obrigatoriedade do ensino da história e cultura afro-brasileira, e
a determinação de um dia nacional para celebração da consciência negra e Zumbi dos
Palmares, o maior herói quilombola do Brasil. Apresentar um panorama das condições a que
as comunidades quilombolas estão submetidas atualmente, frente aos direitos conquistados e
as mudanças ainda em transição, discutir as condições de realização das leis
institucionalizadas sob um olhar analítico da aplicação das mesmas e possíveis
enfrentamentos futuros para garantia da preservação da cultura Afro-Brasileira no país,
fazendo frente aos desafios apresentados nos últimos tempos.

Objetivos específicos:

- A partir do debate sobre as comunidades quilombolas, trabalhar o debate sobre a


escravidão e preconceito
- Na contextualização sobre os direitos conquistados ao longo do tempo, debater as
representações legais da comunidade afro-brasileira no Brasil como um todo
- Discutir os enfrentamentos políticos e sociais atuais da comunidade negra no Brasil
- Compreender as influências da escravidão para formação dos povos quilombolas no
Brasil
- Compreender as influências das comunidades quilombolas na construção de uma
representatividade cultural para a comunidade negra no Brasil
- Identificar proximidades e distanciamento entre a comunidade negra urbana e as
comunidades quilombolas no Brasil

Conteúdos:

- Escravidão no Brasil
- Demarcação de terras
- Representações culturais
- Territorialidade

Recursos didáticos:

Apresentação expositiva; Apresentação de slides;

Procedimentos:

 Apresentação inicial sobre os temas a serem discutidos


 Perguntas sobre os conhecimentos dos estudantes sobre os temas, prévia da
apresentação expositiva
 Apresenta expositiva através do material didático, composto pelo conjunto de slides
 Abertura para questões e debate, após a apresentação expositiva do material
 Discussão com os estudantes sobre os conhecimentos adquiridos
 Discutir a relação dos conhecimentos, com os adquiridos em outras disciplinas

Justificativa: A primeira necessidade que se impõe frente a apresentação e discussão do tema


está no cumprimento da Lei 10.639/03, que inclui no currículo da Rede de Ensino a
obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira", sendo a questão das
comunidades quilombolas tema essencial para conhecimento e compreensão da formação da
cultura Afro-Brasileira. A aula se mostra amparada pelas diretrizes da OCEM - Ciências
Humanas e suas Tecnologias (Sociologia), quando trabalha o recorte temático, partindo de
uma explicação sobre o conceito de territorialidade, e se reconhece nas teorias sociológicas
sobre representações culturais. Por fim, contempla competências e habilidades destacadas
pela BNCC, apresentadas abaixo.

Competências: 2, 5 e 6
Habilidades: EM13CHS203; EM13CHS204; EM13CHS502; EM13CHS503; EM13CHS601

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
GOMES, Laurentino. Escravidão – Vol. 1: Do primeiro leilão de cativos em Portugal até a
morte de Zumbi dos Palmares. Porto Alegre: Globo Livros, 2019.

UFMG. Site da UFMG, 2021. Comunidade Quilombolas. Disponível em:


https://www.ufmg.br/proex/cpinfo/saberesplurais/comunidades/comunidades-quilombolas/.
Acesso em: 30 de mar. 2021.

FUNDAÇÃO PALMARES. Site da Fundação Palmares, 2020. Tabela de CRQ Completa.


Disponível em: http://www.palmares.gov.br/wp-content/uploads/2015/07/TABELA-DE-
CRQ-COMPLETA-QUADRO-GERAL-29-10-2020-1.pdf. Acesso em: 03 de abr. 2021

VILELA, Túlio. Quilombo dos Palmares – verdades e mitos sobre o Quilombo e Zumbi.
Portal UOL, 2014. Disponível em:
https://educacao.uol.com.br/disciplinas/historia-brasil/quilombo-dos-palmares-verdades-e-
mitos-sobre-o-quilombo-e-zumbi.htm. Acesso em: 03 de abr. 2021

OLIVEIRA, Luiz Fernando de; COSTA, Ricardo C. Rocha. Sociologia para jovens do
século XXI. 4ª ed. Rio de Janeiro: Imperial Novo Milênio, 2016

3ª Série do Ensino Médio - 2º Bimestre: Relações Sociais Contemporâneas

Plano de aula: Movimentos sociais no Brasil contemporâneo

Aula 2 – MST e Reforma Agrária: a luta para ressignificar o território rural brasileiro

Tema:
- Movimento dos Trabalhadores Sem Terra
- Reforma Agrária
- Ocupação da terra
- Despejo e regularização fundiária

Objetivos gerais: Apresentar o MST, fazendo uma contextualização sobre o movimento e


suas lutas, conquista de direitos e representação política do movimento no cenário rural
brasileiro; Destacar o debate sobre a Reforma Agrária, colocando em pauta a presença do
MST nesta luta e a importância dela para uma ressignificação do território rural brasileiro;
Fazer uma observação sobre a ocupação de terras no Brasil, como os motivos, os tipos de
terra que são ocupadas e os rumos que elas tomam quando ocupadas; Colocar em pauta, frente
ao debate sobre as terras ocupadas as situações de despejo e a luta pela regularização
fundiária;

Objetivos específicos:
- Desenvolver nos estudantes uma compreensão sobre as lutas do MST e a
representação cultural que o movimento tem para a população rural
- Permitir que os estudantes compreendam a função da Reforma Agrária no Brasil
- Pensar a ocupação da terra como tomada dos meios de subsistência da população rural
- Avaliar os projetos de poder por trás dos despejos dos acampamentos do MST
- Discutir os entraves frente a regularização fundiária das terras ocupadas pelo MST

Conteúdos: * Já apresentados na seção temas

Recursos didáticos:

Apresentação expositiva; Apresentação de slides;

Procedimentos:

 Conceitualização do movimento, explicando sua área de atuação e bandeiras de luta


 Discussão sobre as necessidade e possíveis efeitos da Reforma Agrária
 Apresentar o debate sobre a ocupação de terras no Brasil
 Discutir os motivos levantados pelo Estado para realização dos despejos
 Discutir os entraves que a regularização fundiária enfrenta no Brasil

Justificativa: A relevância do debate sobre a importância do MST no Brasil se dá primeiro


por este ser o maior movimento rural país, bem como um dos principais produtores
alimentares não industrializados, e o maior produtor de alimentos sem agrotóxicos do Brasil.
Tendo destaque suas lutas pela Reforma Agrária, pela regularização fundiária em direito as
famílias instaladas nas terras ocupadas, e toda produção alimentícia pelo qual o movimento
como um todo é responsável. Além disso, a discussão sobre o MST e a Reforma Agrária se
ampara nas competências e habilidades da BNCC destacadas abaixo.

Competência: 3
Habilidade: EM13CHS302; EM13CHS304;

MATERIAL DIDÁTICO DESENVOLVIDO

O material didático produzido por mim, foi pensado para o plano de aula do segundo
ano do ensino médio, para a aula sobre “Comunidades Quilombolas”. O material foi
desenvolvido sobre a temática destacada, fazendo uma breve historicização sobre a cultura
quilombola no Brasil, colocando em evidência o personagem de Zumbi dos Palmares, e
contextualizando a realidade quilombola atual no Brasil em relação com os avanços e
conquistas do movimento negro e das comunidades quilombolas para o fortalecimento da
cultura Afro-Brasileira.
O material estará anexado em conjunto a este documento de prática pedagógica, pois
sendo feito em outro formato, pensando numa apresentação para aula virtual, o anexo pode
ser compreendido juntamente com o plano de aula “Da escravidão à democracia racial – Aula
3” e será o material didático trabalhado numa situação hipotética de realização desta aula.

CONTRIBUIÇÕES DA PRODUÇÃO PRÁTICA COMO COMPONENTE


CURRICULAR

A produção desta atividade foi de grande importância para refletir de uma forma
geral o trabalho docente e toda a preparação que deve ser feita para realiza-lo, pois a produção
passou por todos os processos da composição prática, da construção do programa de ensino,
que nos exige pensar não apenas um momento específico ou recorte específico a ser
trabalhado, mas toda uma dinâmica que deve desenvolver-se ao longo dos 3 anos do ensino
médio de forma a contemplar todas as séries, pensar no momento de transformação dos
estudantes secundaristas, visto que estes estão passando do ensino fundamental, a mais
prolongada da educação básica, para o ensino médio, os anos finais em que este se prepara
para o fim de sua escolarização, a inserção na sociedade do trabalho e no mundo social adulto.
Pensar essa dinâmica de construção de um projeto que pense o Ensino Médio através
de todos esses aspectos, nos permite se preparar para uma prática docente completa e que
reflito não apenas na atuação docente, mas compreender o funcionamento da instituição
escolar como um todo. A leitura dos documentos oficiais que orientam a atuação no ambiente
escolar, através da Sociologia ou sob uma perspectiva geral, foi indispensável para o processo
formativo a qual estamos inseridos e possibilitou relacionar a realização desta disciplina de
Laboratório de Ensino de Sociologia II com outras disciplinas da área de Educação, como a
Sociologia da Educação, os Estágios Supervisionados, e até mesmo o programa institucional
Residência Pedagógica, podendo perceber uma relação e construção conjunta que se realiza a
nível reflexivo e nos auxilia a articular os conhecimentos desenvolvidos em cada uma das
disciplinas para tornar nossa formação docente um processo completo e integral a todas as
áreas trabalhadas no curso de Ciências Sociais.

CONCLUSÃO
As contribuições trazidas pela atividade foram destacadas acima, bem como algumas
contribuições que se relacionam diretamente a disciplina.
A disciplina de Laboratório de Ensino foi realizada de forma multo proveitosa,
devido a multiplicidade de percepções a atuações que exigiu de nós enquanto docentes e
sociólogos em formação, pensando na leitura dos textos que fugiu de um esquema comum na
universidade que é a simples leitura e entrega de fichamentos, tivemos a possibilidades de
debater em fórum podendo ter acesso a percepção de outros colegas, colocar nossas opiniões e
o mais importante, compartilhar conhecimentos e informações que se fizeram parte de nossa
interpretação e entendimento dos textos. Outro momento importante frente as leituras foi a
proposição de atividades intervencionistas sobre seus debates, como na atividade de
transposição didática, e na atividade que pedia uma comparação entre os diferentes sentidos
de atuação diante o proposto pelos documentos oficiais, as Orientações Curriculares para o
Ensino Médio e a Base Nacional Comum Curricular. Atividades dissertativas que exigiram de
nós não simples leitura e replicação do que estava escrito de forma resumida, mas uma
reflexão sobre seus conteúdos, sendo nessas reflexões um descobrimento de capacidades
docentes a serem estimuladas.
Ao meu ver a disciplina foi muito bem aproveitada, mesmo que eu não tenha
participado de todos os encontros síncronos, e tenha encontrado dificuldade para realizar a
atividade final individualmente, mas a forma que ela foi proposta de maneira geral foi
gratificante para minha formação

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