Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Coordenadoras
I Encontro Internacional
de Jovens Investigadores
de História e Cultura
Luso-Brasileira
Volume de estudos
Roberta Stumpf | Aline Gallasch-Hall de Beuvink
Coordenadoras
I Encontro Internacional
de Jovens Investigadores
de História e Cultura
Luso-Brasileira
Volume de estudos
4
Ficha técnica
Título
I Encontro Internacional de Jovens Investigadores de História e Cultura Luso-Brasileira.
Volume de estudos.
Coordenadoras
Roberta Stumpf e Aline Gallasch-Hall de Beuvink
Autores
Alec Ichiro Ito, Ana Beatriz Vargem Pinheiro, Anny Barcelos Mazioli, António Luciano
Morais de Melo e Filho, Arlindo José Reis de Souza, Camila Lordy Costa, Clotildes Avellar
Teixeira, Edwar de Alencar Castelo Branco, Ellen Lima, Felipe William dos Santos Silva,
Fernando Santa Clara, Guilherme Oliveira da Silva, Janaina Ferreira dos Santos Silva,
Jeissyane Furtado da Silva, Josiane Nunes Machado Sampaio, Karine de Fátima Mazarão,
Leandro da Silva, Lucas de Lima Silva, Maria de Jesus Daiane Rufino Leal, Maria Schtine
Viana, Natália Cristina de Aquino Gomes, Nicoli Braga Macêdo, Otávio Vítor Vieira Ribeiro,
Rafael Franzese Salmim, Raimundo Cézar Vaz Neto, Sabrinne Cordeiro Barbosa da Silva,
Thaís R. S. de Sant’Ana, Vitória Ribeiro
Edição
Universidade Autónoma de Lisboa
Coordenação editorial
Raquel Medina Cabeças
Capa
Vista do Rio Vaupés, o qual desagua no Rio Negro, Joaquim José Codina, aguarela, 46,5 x 34,5 cm,
séc. XVII., Biblioteca Nacional (Brasil), mss1309084, disponível em: https://www.brasilianai-
conografica.art.br/obras/17490/vista-do-rio-vaupes-o-qual-desagoa-no-rio-negro
ISBN 978-989-9002-24-1
DOI https://doi.org/10.26619/978-989-9002-24-1
Registo CIP
I - STUMPF, Roberta
II – BEUVINK, Aline Gallash-Hall de
E-ISBN 978-989-9002-24-1
DOI https://doi.org/10.26619/978-989-9002-24-1
CDU 930.85
946.9
981
5
Esta publicação obedece aos critérios de acesso aberto, sem prejuízo do copyright
pertencer ao autor e a publicação à Universidade Autónoma de Lisboa. Todas as li-
gações electrónicas foram revistas à data de 11 de abril de 2023 e estão devidamente
apresentadas nas referências de cada capítulo.
Índice
7
“Não se pode fazer guerra sem a gente preta”: o envio do Terço dos Henriques
de Pernambuco para Angola (século XVII)
Guilherme Oliveira da Silva……………………………………………………...............41
Coleção Taba, história e música brasileira afetos: valores e memória no uso da MPB
para o público infantil na década de 1980
Camila Lordy Costa………………..............................................................................…233
Revisitando a categoria colonial para o Atlântico português dos séculos XVI, XVII
e XVIII
Alec Ichiro Ito......................................................................................................................363
378
Resumo
1 Esta pesquisa é financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo
(FAPESP), número de processo 2020/06789-9.
380
Abstract
Considering the globalization during the modern era, the “colonial” notion
is cast out in several Fields. In the 20th century, the colonialism and imperia-
lism conceptions leaded the major debates but, nowadays, topics such as the
diasporas, globalization, and post-colonialism are in vogue. Reassessing old
problems from contemporary themes, in this essay we propose three ques-
tions. In what situation did the monarchical government rule overseas? How
was the overseas colonization? For whom was the colonization process esta-
blished? Henceforth we shall address how political stages, juridical arenas,
and military mobilizations rendered conflicting environments in colonies,
influencing the informational conveyance and archiving. Finally, we shall
interpret the Portuguese Atlantic as a co-invention and, in this sense, imagi-
ne the Old World from the New.
Introdução
processo que, ao mesmo tempo que inventa uma América, inventa e trans-
forma uma Europa conflagrada” (Puntoni, 2022, p. 730).
Diante da necessidade do diálogo crítico e da verbalização periféri-
ca, revisitaremos a categoria colonial. De maneira bastante sucinta, entende-
mos que é necessário evitar antagonismos, procurando saídas consensuais
para problemáticas internacionais. A nosso ver, a categoria colonial é uma
aventura necessária para desvendarmos e compreendermos o sul global, de-
vendo ser revitalizada a partir de perguntas simples, contanto complexas
ao mesmo tempo. Para tal, o nosso fio condutor está alinhavado em torno
de três indagações tradicionais, ainda necessárias para entendermos as de-
sigualdades globais, por exemplo, existentes entre os denominados “países
desenvolvidos” e os “subdesenvolvidos”. Em que situação o governo mo-
nárquico imperou sobre o ultramar? Como governar as colónias? Para quem
colonizar? Diante do conjunto de problemas selecionado, introduziremos
que palcos políticos, arenas jurídicas e mobilizações militares conjugaram
ambientes conflituosos nas colónias atlânticas. Diante da vastidão ultrama-
rina, o governo metropolitano imperou através de saberes e conhecimentos
obtidos à distância, provenientes de um circuito de informação que pres-
supunha uma lógica de transmissão e arquivamento. A partir de um docu-
mento do Arquivo Histórico Nacional de Angola (AHNA), digitalizado em
parceria com o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB), através
do Projeto Acervo Digital Angola Brasil (PADAB), pontuaremos que a co-
municação ultramarina, o reconhecimento metropolitano e a organização de
arquivos foram necessários para tecer e reinventar o governo colonial. Mes-
mo que as elites coloniais tenham participado incomodamente desse circuito de
informação – partimos da hipótese de que essa participação foi alocada, ou
acomodada, na composição imperial a contragosto, ou à revelia, dos órgãos
centrais –, interpretaremos que o Império português imperou como uma coin-
venção do Atlântico português, onde as tessituras sociopolíticas e a memó-
ria comum do Império português tramaram a, ao mesmo tempo que foram
383
2 Somos influenciados por L. Souza (2006, p. 69), Puntoni (2010, pp. 65 e 163-164), M. Souza
(2008, pp. 1 e 104-106) e Elliott (2000, pp. 7-8).
3 Sobre as viagens de Vasco da Gama, além de outros navegadores, ver Yun Casalilla (2021,
pp. 56, 75). Sobre Pedro Álvares Cabral, além de outros navegadores, ver Gruzinski (2014, p.
158).
384
Considerações finais
Referências bibliográficas