Você está na página 1de 6

Tradução Introdução

drāmatis persōnae
Eucliō: Eucliō senex est, pater̤Phaedrae.
- Euclião é velho, pai de Fedra.
Phaedra: Phaedra fīlia̤Eucliōnis est.
- Fedra é filha de Euclião.
Staphyla: serua̤Eucliōnis est.
- é escrava de Euclião

Eucliō senex est. Eucliō senex auārus est. Eucliō in̤aedibus habitat cum̤ fīliā. fīlia̤Eucliōnis
Phaedra est. est et serua in̤aedibus. seruae̤nōmen est Staphyla.
- Euclião é velho. Euclião é mesquinho. Euclião mora com sua filha em casa. Fedra é filha de
Euclião. A escrava está em casa. O nome da escrava é Estáfila.

in̤aedibus (3ª declinação, oblativo ou dativo no plural)


por que plural? Porque ‘aedes’ significa “(1) cômodo”; Vários cômodos fazem uma casa.

Eucliōnis̤familia in̤aedibus habitat. sunt in̤familiā̤Eucliōnis paterfamiliās, et Phaedra


fīlia̤Eucliōnis, et Staphyla serua. omnēs in̤aedibus habitant.
A família de Euclião mora em casa. Eu clião é chefe de família na sua família, e Fedra é sua
ilha, e Estáfila, sua escrava. Todos moram em casa.

Tradução 1A
Seção 1

A A cena volta no tempo muitos anos. O avô de Euclião, Demêneto, no dia do casamento de
sua filha, com medo de que seu ouro fosse roubado em meio à confusão dos preparativos,
confia sua riqueza à proteção de seu deus familiar (o Lar). Ele coloca o ouro num pote e o
esconde em um buraco perto do altar.

drāmatis persōnae
Dēmaenetus: Dēmaenetus senex est, Eucliōnis̤auus.
Demêneto é velho, avô de Euclião.
seruus: seruī̤nōmen est Dāuus.
Seu nome (do escravo) é Dauus.
serua: seruae̤nōmen est Pamphila.
Seu nome (da escrava) é Pamfila.
coquus et tībīcina.
O cozinheiro e a flautista.
(seruus in̤scaenam intrat. ante̤iānuam̤ Dēmaenetī stat et clāmat. cūr clāmat? clāmat quod
seruam uocat)
O escravo entra em cena. Diante da porta de Demêneto, para e grita. Por que grita? Grita
porque chama a escrava
SERVVS heus, Pamphila! ego Dāuus tē uocō!
Ei, Pamfila! Eu, Dauus, chamo-te!
SERVA quis mē uocat? quis clāmat?
Quem me chama? Quem grita?
SERVVS ego Dāuus tē uocō.
Eu, Dauus, chamo-te.
SERVA quid est? cūr mē uocās?
O que é? Por que me chamas?
(seruus ad̤iānuam appropinquat, sed iānua clausa est. seruus igitur iānuam pulsat)
(O escravo aproxima-se diante da porta, mas a porta está fechada. O escravo, portanto, bate
à porta)
SERVVS heus tū, serua! ego iānuam pulsō, at tū nōn aperīs: iānua clausa est.
Ei, tu, escrava! Eu bato à porta, mas tu não abres: a porta está fechada.
SERVA (iānuam aperit) cūr clāmās? ego hūc et illūc cursitō, tū autem clāmās. ego occupāta
sum, tū autem ōtiōsus es. seruus nōn es, sed furcifer.
- (aparece à porta) Por que gritas? Eu corro para cá e para lá, mas tu gritas. Eu estou
ocupada, mas tu estás ocioso. Não é um escravo, mas um vagabundo.
SERVVS ego ōtiōsus nōn sum, Pamphila. nam hodiē Dēmaenetus, dominus meus, fīliam
in̤mātrimōnium̤ dat: nūptiae̤fīliae sunt!
- Eu não sou ocioso, Pamfila. Porque hoje Demêneto, meu senhor, dá um casamento para a
filha: é o casamento da filha dele!

(Dēmaenetus, dominus̤seruī ̤et̤seruae, in̤scaenam intrat)


(Demêneto, dono do escravo e da escrava, entra em cena)
DĒMAENETVS cūr clāmātis, Dāue et Pamphila? cūr stātis? cūr ōtiōsī estis? nam hodiē
nūptiae̤fīliae̤meae sunt. cūr nōn in̤aedīs intrātis et nūptiās parātis?
-Por que gritas, Dauus e Pamfila? Por que ficas parado? Por que estás ocioso? Porque hoje é
o casamento de minha filha. Porque não entrataste pela porta e paras o casamento?

Daue: o terceiro caso na declinação do vocativo, o ‘us’ vira ‘e’

(in̤aedīs intrant seruus et serua, et nūptiās parant. in̤scaenam intrant coquus et tībīcina.
Dēmaenetus coquum et tībīcinam uidet)
- O escravo e a escrava entram pela porta, e preparam o casamento. O cozinheiro e a
flautista entram em cena. Demêneto vê o cozinheiro e a flautista)
DĒM. heus uōs, quī estis? ego enim uōs nōn cognōuī.
- Ei vós, quem sois? Pois eu não vos conheço.
COQVVS ET TĪBĪCINA coquus et tībīcina sumus. ad̤nūptiās̤fīliae̤tuae uenīmus.
Somos o cozinheiro e a flautista. Vimos ao casamento de tua filha.
DĒM. cūr nōn in̤aedīs̤meās intrātis et nūptiās parātis?
- Por que não entrais em minha casa e preparais o casamento?
(coquus et tībīcina in̤aedīs̤Dēmaenetī intrant)
(O cozinheiro e a flautista entram em casa de Demêneto)

(Dēmaenetus corōnam et unguentum portat. aulam quoque portat. aula aurī̤plēna est)
(Demêneto carrega o enfeite/ guirlanda/ coroa e o perfume. Também carrega a panela. A
panela está cheia de ouro.)
DĒM. heu! hodiē nūptiās̤fīliae̤meae parō. cūncta familia festīnat. hūc et illūc cursitant puerī
et puellae, ego coquōs et tībīcinās uocō. nunc aedēs plēnae sunt coquōrum̤ et̤tībīcinārum, et
cūnctī coquī et tībīcinae fūrēs sunt. heu! homo perditus sum, immō, perditissimus hominum.
nam aulam habeō aurī̤plēnam. ecce! aulam portō. (senex aulam mōnstrat) nunc aulam
sub̤ueste cēlō. nam ualdē timeō. (farejando o ar) aurum enim olet; et fūrēs aurum olfactant.
aurum autem nōn olet, sī sub̤terrā latet. sī aurum sub̤terrā latet, nūllum coquum nūllam
tībīcinam nūllum fūrem timeō. aulam igitur clam sub̤terrā cēlō. ecquis mē spectat?
- Ai! Hoje eu preparo o casamento de minha filha. A família inteira apressa-se. Aqui e ali
meninos e meninas correm. Eu chamo o cozinheiro e a flautista. Nunca a casa esteve cheia
de cozinheiros e flautistas, e todos os cozinheiros e flautistas são ladrões. Ei! O homem é
arruinado/ perdido, mais precisamente, homens perdidos. Porque tem uma panela cheia de
ouro. Veja! Carrego a panela. (O velho mostra a panela) agora escondo debaixo da terra.
Nem temo muito. Porque o ouro exala um cheiro; e ladrões sentem o cheiro. Porém, o ouro
não tem cheiro, se fica escondido sob a terra. Se o ouro está debaixo da terra, não temo
nenhum cozinheiro e nenhuma flautista ladrões. Portanto, escondo a panela debaixo da
terra. Alguém me olha/ observa?
(Dēmaenetus circumspectat. nēmo adest. Dēmaenetus igitur nēminem uidet)
Demêneto olha ao redor. Ninguém está presente. Demêneto, então, não vê ninguém)
bene. sōlus sum. sed prius ad̤Larem appropinquō et unguentum corōnamque dō, et
supplicō.
- Bem. Estou só. Mas, antes de tudo/ primeiro, eu me aproximo e enfeito ,eu suplico.

(ad̤Larem appropinquat. unguentum dat et corōnam. deinde Larī supplicat)


(Até o Lar, aproximam-se. Dá perfume e coroa. A seguir, suplica ao Lar)
ō Lar, tūtēla̤meae̤familiae, tē ōrō et obsecrō. ego tē semper corōnō, semper tibi unguentum
dō, semper sacrificium et honōrem. tū contrā bonam Fortūnam dās. nunc ad̤tē aulam
aurī̤plēnam portō. sub̤ueste autem aulam cēlō. familia dē̤aulā ignōrat. sed hodiē sunt
nūptiae̤fīliae. plēnae sunt aedēs coquōrum̤ et̤tībīcinārum. immō, fūrum̤ plēnae sunt. aurum
olet. ego igitur fūrēs timeō. ō Lar, tē ōrō et obsecrō. aulam seruā!
Ó Lar, protetor da minha família, suplico-te e imploro. Eu sempre te enfeito, sempre dou
perfume a ti, sempre te ofereço sacrifício e te respeito. Tu boa sorte dás em troca. Agora,
carrego uma panela cheia de ouro a ti. Porém, escondo uma panela sob a roupa. A família
não sabe acerca da panela. Mas hoje é o casamento da filha. A casa está cheia de cozinheiros
e flautistas. Mai precisamente, está cheia de ladrões. Exala ouro. Eu, portanto, temo ladrões.
Ó Lar, suplico-te e imploro. Protege o ouro!
(senex ad̤focum appropinquat. prope̤focum fouea est. in̤foueā aulam cēlat)
(O velho aproxima-se da lareira. Próximo à lareira está um buraco. Esconde a panela no
buraco)

ecce. saluum aurum est, saluus quoque ego. nunc enim tū aulam habēs, Lar
-Eis! O ouro está salvo, também eu estou salvo. Agora, pois te tens a panela, Lar.

Tradução 1B
Seção 1A

Muito tempo se passou. O velho Demêneto morreu sem ter desenterrado o ouro ou
revelado o segredo a seu fi lho. Agora, porém, seu neto, o velho Euclião, está prestes a tirar
a sorte grande. O deus Lar explica.

(Eucliō in scaenā dormit. dum dormit, Lar in scaenam intrat et fābulam explicat)
(Euclião dorme em cena. \enquanto dorme, Lar entra em cena e explica a peça/ história)

LAR spectātōrēs, ego sum Lar familiāris. deus sum familiae Eucliōnis. ecce Eucliōnis aedēs.
est in̤aedibus Eucliōnis thēsaurus magnus. thēsaurus est Dēmaenetī, auī Eucliōnis. sed
thēsaurus in aulā est et sub terrā latet. ego enim aulam clam in̤aedibus seruō. Eucliō dē
thēsaurō ignōrat. cūr thēsaurum clam adhūc seruō? fābulam explicō.
Eucliō nōn bonus est senex, sed auārus et malus. Eucliōnem igitur nōn amō. praetereā Eucliō
mē nōn cūrat. mihi numquam supplicat.
unguentum numquam dat, nūllās corōnās, nūllum honōrem. sed Eucliō fīliam habet bonam.
nam cūrat mē Phaedra, Eucliōnis fīlia, et multum honōrem, multum unguentum, multās
corōnās dat. Phaedram igitur, bonam fīliam Eucliōnis, ualdē amō. sed Eucliō pauper est.
nūllam igitur dōtem habet fīlia. nam senex dē aulā auī ignōrat. nunc autem, quia Phaedra
bona est, aulam aurī plēnam Eucliōnī dō. nam Eucliōnem in̤somniō uīsō et aulam mōnstrō.
uidēte, spectātōrēs.
- Espectadores, eu sou Lar da família. Deus da família de Euclião. Eis Euclião em casa. O
grande tesouro de Euclião está em sua casa. O tesouro é de Demêneto, avô de Euclião. Mas
o tesouro está numa panela e escondido debaixo da terra. Pois eu protejo secretamente a
panela em sua casa. Euclião não sabe do tesouro. Por que eu protejo o tesouro até agora?
Explico a história. Euclião não é um velho bom, mas avarento e mau. Portanto, não estimo/
gosto de Euclião. Além disso, Euclião não me cuida. Para mim, nunca faz súplicas. Nunca me
dá unguento, nenhum enfeite, nenhum respeito/ sacrifício. Mas a filha de Euclião tem
bondade. Porque me cuida Fedra, filha de Euclião, e dá-me muitos unguentos, muitos
enfeites. Portanto, Fedra, boa filha de Euclião, estimo imensamente. Mas Euclião é pobre.
Portanto, nenhum dote tem a filha. Pois não sabe acerca da panela do avô. Agora, porém,
visto que Fedra é boa, dou a panela cheia de ouro de Euclião. Porque visito Euclião em sonho
e o mostro a panela. Vede, espectadores.
(Eucliō dormit. Lar imāginem auī in scaenam dūcit. Eucliō stupet)
(Euclião dorme. Lar conduz o espectro do avô em cena. Euclião espanta-se)

EVCLIŌ dormiō an uigilō? dī magnī! imāginem uideō auī meī, Dēmaenetī. saluē, Dēmaenete!
heu! quantum mutātus ab̤illō… ab̤īnferīs scīlicet in aedīs intrat. ecce! aulam Dēmaenetus
portat. cūr aulam portās, Dēmaenete? ecce! circumspectat Dēmaenetus et sēcum
murmurat. nunc ad āram Laris festīnat. quid facis, Dēmaenete? foueam facit et in foueā
aulam collocat. mīrum hercle est. quid autem in aulā est? dī magnī! aula aurī plēna est.
- Durmo ou estou acordado? Ó deuses grandiosos! Vejo o espectro do meu avô, Demêneto.
Olá, Demêneto! Quão mudado daquilo que eras... Do reino dos mortos, evidentemente,
entras em casa. Eis! Carrega a panela de Demêneto. Por que carregas a panela, Demêneto?
Veja! Demêneto olha ao redor e murmura. Agora, apressa-se ao altar de Lar. O que fazes,
Demêneto? Faz um buraco e coloca a panela no buraco. É admirável/ surpreendente. O que
tem na panela? Ó deuses grandiosos! A panela está cheia de ouro.

DĒMAENETĪ IMĀGŌ bene. nunc aurum meum saluum est.


- Bem. Agora meu ouro está salvo.
EVC. nōn crēdō, Dēmaenete. nūllum in̤aedibus aurum est. somnium falsum est. pauper ego
sum et pauper maneō.
- Não creio/ acredito, Demêneto. Nenhum ouro está na casa. O sonho é falso. Eu sou pobre e
pobre permaneço.

(Euclião acorda bravo, achando que os deuses o atormentam com falsos sonhos de riqueza)
EVC. heu mē miserum. ego sum perditissimus hominum. pauper sum, sed dī falsa somnia
mōnstrant. auum meum in̤somniō uideō. auus aulam aurī plēnam portat. aulam sub terrā
clam collocat iuxtā̤Larem. nōn tamen crēdō. somnium falsum est. quārē Lar mē nōn cūrat?
quārē mē dēcipit?
- Ai, coitado de mim. Eu sou o homem mais perdido/ arruinado. Sou pobre, mas os deuses
me mostram falsos sonhos. Vejo meu avô nos meus sonhos. Meu avô carrega sua panela
cheia de ouro. Coloca, secretamente, a panela debaixo da terra junto de Lar. Entretanto, não
acredito. O sonho é falso. Por que Lar não me cuida? Por que me engana/ ilude?

(Eucliō ad̤Larem appropinquat. subitō autem foueam uidet. Eucliō celeriter multam terram ē
foueā mouet. tandem aula appāret)
(Euclião aproxima-se de Lar. Porém, subitamente/ de repente, vê o buraco. Euclião
rapidamente remove do buraco muita terra. Finalmente, a panela aparece)

EVC. quid habēs, ō Lar? quid sub̤pedibus tenēs? hem. aulam uideō. nempe somnium uērum
est.
- O que tens, ó Lar? O que reténs/manténs/possuis aos/sob os pés? Ei. Vejo a panela.
Claramente, o sonho é verdadeiro.
(Eucliō aulam ē foueā mouet. intrō spectat et aurum uidet. stupet.)
(Euclião remove a panela do buraco. O espectro entra e vê o ouro. Espanta-se)
euge! eugepae! aurum possideō! nōn sum pauper, sed dīues! (subitamente desanimado) sed
tamen hercle homo dīues cūrās semper habet multās. fūrēs in̤aedīs clam intrant. ō mē
miserum! nunc fūrēs timeō, quod multam pecūniam possideō. eheu! ut Lar mē uexat! hodiē
enim mihi multam pecūniam, multās simul cūrās dat; hodiē igitur perditissimus hominum
sum. quid tum? ā! bonum cōnsilium habeō. ecquis mē spectat?
Oba! Viva! Possuo ouro! Não sou pobre, mas rico! Mas, contudo, por Hércules um homem
rico sempre tem muitas preocupações. Secretamente, os ladrões entram na casa. Ó, coitado
de mim.

(Eucliō aurum sub̤ueste cēlat et circumspectat. nēminem uidet. tandem ad̤Larem


appropinquat)
ad tē, Lar, aulam aurī plēnam portō. tū aulam seruā et cēlā!
(Eucliō aulam in̤foueā iterum collocat; deinde multam terram super aulam aggerat)
bene. aurum saluum est. sed anxius sum. quārē autem anxius sum? anxius sum quod
thēsaurus magnus multās cūrās dat, et mē ualdē uexat. nam in┌ dīuitum hominum ┐ aedīs
fūrēs multī intrant; plēnae igitur fūrum multōrum sunt dīuitum hominum aedēs. ō mē
miserum!

Você também pode gostar