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Regime Semestral
Caderno de Apresentação
Sumário:
1. Programa
2. Avaliação de conhecimentos
3. Bibliografia
4. Equipa docente
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FACULDADE DE ECONOMIA E GESTÃO
Curso: ECONOMIA
CÁLCULO FINANCEIRO
Ano Lectivo: 2021/2022 Semestre: 1ºe 2º
Objectivos:
O objectivo global da disciplina de Cálculo Financeiro é transmitir aos alunos a base
teórica indispensável à resolução de problemas, que simulem situações reais, idênticos
aos que possam surgir na sua futura vida profissional e de forma geral na vida quotidiana.
Com a aprovação a esta disciplina espera-se e/ou pretende-se que o aluno tenha aprendido
a conhecer, dominar e aplicar os conceitos, técnicas e ferramentais fundamentais
inerentes a Cálculo Financeiro - valor temporal do dinheiro, regimes de equivalência,
equivalência de capitais em cada um deles, as rendas em regime de juro composto,
amortização de empréstimos clássicos e as diferentes modalidades.
Conteúdo Programático:
Conceitos básicos fundamentais. Regime de capitalização simples e composto: juros
simples; taxas equivalentes, nominais, efectivas médias; operações financeiras; valor
actual e descontos. Rendas certas: inteiras, fraccionadas, de termos variáveis e perpétuas;
capitalização em subperíodos de cada período inteiro. Empréstimos: modalidades de
reembolso; fundos de amortização (Sinking Fund).
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1 Conceitos Básicos Introdutórios
1.1 O valor temporal do dinheiro: tempo, o capital e o juro
1.2 Operações financeiras: conceitos e intervenientes
1.3 Regra de Ouro
1.4 Valor actual e valor acumulado
Leituras: Rogério Matias: Introdução: Capítulo 1
2 Regimes de Equivalência: A Capitalização, a Actualização e a Taxa de Juro
2.1 Regime Geral
2.2 Taxas de Juro (taxas equivalentes, taxas nominais, taxas efectivas)
2.3 Regime de Juros Simples
2.4 Regime de Juros Compostos
Leituras: Rogério Matias: Capítulo 1 e Regimes de Equivalência: Capítulo 2
3 Equivalência de Capitais
3.1 Equação de valor
3.2 Incógnitas possíveis na equação de valor
3.3 Descontos e taxa de desconto em Regime de Juro Simples.
3.4 Descontos e taxa de desconto em Regime de Juro Composto.
3.5 Capital único e vários capitais
3.6 Vencimento único e vencimento médio
Leituras: Rogério Matias: Equivalência de Capitais: Capítulo 3
4 Rendas Financeiras em Regime de Juro Composto
4.1 Definição e Classificação
4.2 Rendas de Termos Constantes
4.3 Rendas de Termos Variáveis
4.4 Leasing Financeiro
4.5 Factoring
Leituras: Rogério Matias: Rendas Financeiras: Capítulo 4
5 Amortização de Empréstimos
5.1 Empréstimos Clássicos
5.2 Modalidades de Amortização de Empréstimos
Leituras: Rogério Matias: Amortização de Empréstimos Clássicos: Capítulo 5
6 Empréstimos por obrigações (este capítulo nunca leccionado)
6.1 Noções gerais.
6.2 Modalidades de amortização de empréstimos obrigacionistas.
6.3 Aspectos específicos dos empréstimos obrigacionistas.
Avaliação:
Sem avaliação contínua:
Por semestre serão realizadas, tradicionalmente 3 provas de avaliação, a saber:
▪ Uma prova parcelar (prova de frequência);
▪ Uma prova de exame sobre a matéria global do programa e
▪ Uma prova de recurso cujo acesso é regulamentado.
O peso da prova parcelar para avaliação na nota final é de 30%, sendo atribuídos os
restantes 70% à prova de exame.
Com avaliação contínua:
O peso da prova parcelar para avaliação na nota final é de 30%, sendo atribuídos 20% a
avaliação contínua e os restantes 50% à prova de exame.
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Método do Curso:
▪ Aulas presenciais e/ou semi-presenciais
▪ Exposição teórica com recurso a projecções ou representações gráficas da matéria
apresentada.
▪ Acompanhamento pelos alunos das aulas teóricas através elementos compilados em
fascículos escritos pelo professor sobre a matéria a explanar, ou com recurso a
bibliografia referenciada.
▪ Exemplos práticos para esclarecimento de aspectos teóricos.
▪ Aulas práticas: Exercícios.
o É dada especial atenção à resolução de casos práticos, muitos deles
retratando situações concretas do nosso quotidiano, tanto do domínio
particular, como do domínio empresarial (aplicação de poupanças,
empréstimos clássicos e Crédito à Habitação, etc.).
Material produzido pelo Docente da cadeira
▪ Guia de estudos com apontamentos como suporte teóricos de cada capítulo da
cadeira e exemplos práticos.
▪ Caderno de exercícios com mais de 450 exercícios de consolidação. Alguns
exercícios com os resultados.
Bibliografia:
Complementar:
Barreto, I.; “Obrigações – Análise e Gestão”, Texto Editora.
Bastardo, C.; Gomes, A.R.; “O Financiamento e as aplicações Financeiras das
Empresas”, Texto Editora.
Cadilhe, M.; Matemática Financeira Aplicada”, Edições Asa.
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Chabrol, F., Mathématiques Commerciales et Financière” Falguières, P.,
“Mathématiques Financières”. Gomes, A.R.; Bastardo, C.; “Instrumentos Financeiros –
Exercícios Resolvidos”, Texto Editora.
Pereira, A.¸” Matemática Financeira”, Lisboa Morais Editora.
Rodrigues, A., Nicolau, I., “Elementos de Cálculo Financeiro”, Rei dos Livros.
Valente, J., Locação Financeira (Leasing), Aluguer de Longa Duração (ALD)”, Edições
Minerva.
Equipa Docente:
Malungo Matesso, MSc, MCIPs, malungo.matesso@ucan.edu
Eric Costa, Lic – eric.costa@ucan.edu
Carga horária:
Mínima: Teoria: _50_ Prática: _20_Total: 70
Máxima: Teoria: _60_ prática: 30_total: 90
Luanda
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Sejam Bem-vindos!
Este material foi concebido e/ou escrito com o objectivo de proporcionar ao aluno o
entendimento dos princípios e dos fundamentos básicos de Cálculo Financeiro ou de
Matematica Financeira, e a utilização deles nas variadas operações financeiras de
investimento ou financiamento, como por exemplo, um investimento de poupanças em
depósitos à prazo ou empréstimos à habitação. Outrossim, os fundamentos básicos
ajudam a resolver questões da vida prática como operações de descontos, amortizações
de empréstimos, dentre outros. Queremos propor uma abordagem e uma organização que
possibilitam que o assunto seja interessante, facilitar a aprendizagem, e incentivar a
curiosidade.
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Os objectivos que se pretende alcançar dentre muitos são:
Abordar o conceito e o papel do valor temporal em finanças;
Compreemder os conceitos de valor acumulado e valor presente de uma
aplicação financeira;
Compreender e efectuar operações de descontos em aplicações financeiras;
Obter o valor acumulado e o valor presente de uma renda anual normal e uma
renda anual antecipada e obter o valor presente de uma perpetuidade.
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1. INTRODUÇÃO A CÁLCULO FINANCEIRO
A
Disciplina de Cálculo Financeiro é bastante fascinante, na medida em que
se começa a ter uma noção e responsabilidade do valor temporal ou do preço
de um activo importante o “dinheiro”. O valor temporal do dinheiro (VTD)
representa o fundamento de análise das finanças. Significa dizer que o
dinheiro (um kwanza, um dólar, um euro ou outra moeda qualquer) possue valor diferente
hoje e no futuro. São apontadas no mínimo três razões. A primeira, dinheiro disponivél
hoje pode ser investido, no final de certo periodo rende juros e o capital acumulado será
seguramente maior. A segunda, está ligado com o valor real ou poder de compra do
dinheiro que pode mudar em conseguência da inflação. Finalmente, a incerteza do valor
esperado.
O Cálculo Financeiro tem como axiomas fundamentais que são: i) não é possível obter
ganhos por arbitragem (i.e., não é possível realizar um ganho sem investimento inicial e
sem risco de perda) e que ii) os mercados são completos (i.e., um indivíduo que tenha um
dado activo no instante de tempo n, pode transferi-lo para qualquer outro instante de
tempo t mediante uma taxa de juro i de transformação.
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o seu conhecimento é útil e necessário para todas as pessoas, independente da profissão
que exerçam. As pessoas que desconhecem os princípios de Cálculo Financeiro são, às
vezes, levadas a acreditarem em informações que não estão de acordo com a realidade.
Ou seja, são “enganadas” e têm prejuízos em investimentos financeiros.
O conhecimento de Cálculo Financeiro possui uma significativa importância em nossa
vida; proporciona o fim de uma escuridão e nos lança com maior clareza para o mundo
em que vivemos diariamente, onde somos activos e passivos a todo o momento, em
termos de agente económico. Esse conhecimento nos faz deixar de ser “vítimas” dos
Agentes conhecedores e formadores de preço, de juros, e de taxas, para sermos pessoas
activas e questionar em relação à utilização do nosso dinheiro.
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2. Rendimento. Aplicações Possíveis.
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capital, tempo e taxa de juro. As operações financeiras são assim resultantes da aplicação
da poupança em investimento financeiro.
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Fig.1 – Rendimento, consumo, endividamento e poupança ao longo da vida
Outra motivação importante para haver poupança é o indivíduo precaver-se face ao risco
quer da diminuição do rendimento (e.g., por ficar desempregado) quer do aumento da
despesa (e.g., por ter um acidente automóvel). O indivíduo pode poupar 15% do seu
rendimento que empresta a alguém de confiança de forma que, em caso de ter um azar,
possa recuperar essas poupanças para poder continuar a consumir normalmente.
Outra razão para haver poupança é a existência de empreendedores. Assim, os individuos
além de emprestarem a outros individuos (para consumo ou compra de bens duradouros)
também podem emprestar a empreendedores para investirem em nova capacidade
produtivas. Como o aumento do stock de capital (máquinas, estradas, escolaridade, etc.)
aumenta a produtividade do trabalho (e de outros factores de produção), os
empreendedores apropriando-se de parte desse ganho conseguem pagar os juros e o
capital inicial ainda tendo um lucro. Então, os empreendedores competem pela poupança
das pessoas pagando-lhe um juro que é determinado no mercado.
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sendo de extrema importância em qualquer análise que envolva capitais e, portanto, é
necessário atribuir-lhe um valor. Esse valor denomina-se juro.
Definição do juro: é o dinheiro pago ou o valor gerado pelo uso do dinheiro emprestado
ou como sendo a remuneração recebida (ou paga) em troca do empréstimo de algum
recurso financeiro ou de um factor produtivo empregue em actividades produtivas
durante um certo período de tempo de capitalização, mas que só está disponível no
momento do seu vencimento (habitualmente o fim do período de capitalização) –
geralmente de um ano.
Quando você possui um recurso financeiro que excede as suas necessidades rotineiras,
você pode, em geral, adquirir alguns bens anormais ao seu dia a dia (tais como bens
imóveis, veículos, viagens etc.), pode também aplicá-los (ou mesmo emprestá-los). Se
você empresta seus recursos financeiros, então, você abriu mão, temporariamente, da
disponibilidade deles e em troca desta disponibilidade você receberá uma recompensa -
o juro.
Portanto, o juro será função do prazo da utilização, do valor do recurso utlizado e do risco
envolvido na transação.
J = f (c,n,i)
Podemos assim identificar alguns factores que determinam a existência do juro.
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Para o investidor o juro é a remuneração do investimento; enquanto para o tomador o
juro é o custo do capital obtido por empréstimo.
Tempo: toda transação financeira deve necessariamente prever quando (datas de início e
do termino da operação) e por quanto tempo (duração da operação) se dará a cessação (do
empréstimo) do capital.
Em termos conceptuais, para compararmos activos temos que referir todos os valores ao
mesmo instante (ou momento) de tempo (descontando ou capitalizando), por exemplo, às
00h do dia 1 de janeiro de 2018. Depois, entre o instante de tempo onde o recurso está
disponível e o instante de tempo para o qual o queremos “levar” existe um período de
tempo. Assim, a escala do tempo é uma linha contínua em que cada ponto é um instante
ou momento de tempo, e.g., às 12h00 do dia 15 de janeiro de 2018, e em que um intervalo
de tempo é o segmento que medeia dois instantes de tempo, e.g., o semestre que medeia
entre as 12h00 do dia 15 de janeiro de 2018 e as 12h00 do dia 15 de Julho de 2018. O
instante final de um período é sempre o instante inicial do período seguinte (pagar no fim
de 2018 é igual a pagar no início de 2019).
O primeiro passo na resolução de um problema de Cálculo Financeiro deve ser a sua
representação esquemática. A representação mais divulgada é a chamada representação
do problema num diagrama temporal (também chamado “recta do tempo”). A
configuração de um diagrama temporal é a seguinte:
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uma entrada de capitais (inflows) ou saídas de capital (outflows) na perspectiva de uma
das partes (do mutuário ou mutuante).
Como exemplo considere-se a situação de representação, na óptica do depositante, de
um depósito de 1.000 unidades monetárias que, três anos depois, dá lugar ao levantamento
de 1.331 unidades monetárias.
Este prazo deve estar expresso em determinada unidade de tempo (que pode ser: dia, mês,
bimestre, trimestre, semestre, ano, etc.).
O prazo é o tempo que decorre desde o início até o final de uma dada operação financeira.
Considera-se que na prática, o prazo pode ser a partir de duas convenções:
• Prazo exacto: é aquele que leva em conta o chamado ano civil, no qual os dias
são contados pelo calendário, isto é, o mês pode ter 28 dias (fev.), 29 dias (fev.,
em anos bissextos, como em 2008, 2012, 2016, 2020, e etc.), 30 dias (abr., jun., e
etc.) ou 31 dias (jan., mar., e etc.); assim o ano pode ter 365 dias ou 366 dias.
• Prazo comercial (ou aproximado): é o que leva em conta o chamado ano
comercial, isto é, aquele em que o mês (qualquer que seja ele), é considerado como
tendo 30 dias e o ano (qualquer que seja ele), tem 360 dias.
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Taxa de Juro
A taxa de juro será a razão entre os juros que serão cobrados no fim do periodo e o capital
inicialmente empreque.
Já que a taxa de juro em uma unidade de tempo, é o juro expresso como percentagem do
capital, então se pode dizer que a taxa de juro é igual ao juro dividido pelo capital:
𝐽
𝑖=
𝐶
As taxas de juros referem-se sempre à um dado período financeiro, elas podem ser
diarias, mensais, trimestrais, semestrais, anuais etc. Existem duas maneiras de
apresentação das taxas de juros: a taxa na forma percentual e a taxa na forma unitária.
• Forma percentual
Uma razão centesimal pode ser indicada na forma percentual, anotando-se o
antecedente (numerador) da razão centesimal seguido do símbolo % (lê-se por
cento). Ou seja, 100 unidades do capital, no período referido como unidade de
tempo.
São exemplos:
i = 30% a.m (lê-se: 30 por cento ao mês)
i = 0.5% a.d (lê-se: meio por cento ao dia)
• Forma unitária
Uma razão (ou centesimal) representa o juro de uma (1) unidade do capital, no
período tomado como unidade de tempo.
São exemplos:
i = 0.3 a.m
i = 0.005 a.d
Nas fórmulas a serem utilizadas no presente curso, a taxa a ser adoptada será a unitária.
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EURIBOR é uma sigla (Euro Interbank Offered Rate) que representa a taxa de juro a que
os bancos sem risco (first class credit standing) emprestam euros entre si (operações
também denominadas por “cedência de liquidez”).
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Juro comercial: é aquele que se obtém contando-se o número de dias pelo critério do
prazo comercial, isto é, considera-se em todos os meses 30 dias e os anos 360 dias.
Este último é utilizado nas instituições financeiras.
Simbologia a utilizar.
Para este curso a simbologia a utilisar será a seguinte para cada um dos elementos ou
variável de cálculo:
C = capital;
J = juro;
n = o tempo;
i = taxa de juro;
Fórmulas derivadas
Como ja referido a acima na definição sobre o juro, apresentamos aqui formulas
algumas que são derivadas para o cálculo de juros em função dos prazos apresentados
serem dias e meses. As variáveis, n e i são grandezas referidas à mesma unidade de
tempo – homegeneização.
Geralmente, a taxa de juro é referida ao ano. Entretanto nas operações de juro simples o
período é o dia ou mês.
Então teremos o seguinte na fórmula fundamental do juro simples.
𝐶𝑛 𝐶𝑛
𝐽= 360 =𝐷
1
𝑖
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𝐶𝑛 𝐶𝑛
𝐽= 12 =𝐷
2
𝑖
1ª Princípio:
A presença de capital e a presença de tempo e a ausência de juro é uma impossibilidade
em Cálculo Financeiro.
A ausência de capital ou ausência de tempo e presença de juro é outra impossibilidade.
Isto é: o juro zero pode ocorrer se e só se o capital for zero e/ou o prazo for zero. Para c
=0, n=0, i=0, temos j=0, então, não estamos diante de uma operação financeira.
2ª Princípio:
Qualquer operação matemática sobre dois ou mais capitais requer a sua
homogeneização no tempo. Isto quer dizer que as variáveis devem estar reportadas ao
mesmo tempo ou prazo. Por exemplo. Uma operação em que o periodo está em meses e
taxa de juro referida em anos, deve se converter ou transformar a taxa em meses ou os
meses no prazo equivalente a anos 1. 0F
3ª Princípio:
O juro em cada período de capitalização é igual ao capital do início do período
multiplicado pela taxa de juro.
Isto é: sendo Jk o juro do período k, Ck-1 o stock de capital no início do mesmo período,
ou seja, no momento k-1, ik a taxa de juro em vigor no mesmo período teremos:
Jk = ik x Ck-1 (com k = 1, 2, 3, …)
1
Entretanto, deve-se prestar atenção enunciado e principalmente sobre o periodo de capitalização.
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Temos, pois, que, qualquer capital aplicado durante um determinado período de tempo
(período de capitalização), a uma dada taxa de juro, gera uma remuneração (juro), que é
o produto desse capital pela taxa de juro em vigor nesse período.
Todas as operações envolvendo capitais devem observar estes princípios.
As práticas correntes como o empréstimo de dinheiro sem juros, comum entre amigos ou
familiares, são considerados um erro e uma impossibilidade em termos de Cálculo
Financeiro.
Vimos que o valor de um capital varia ao longo do tempo em que é cedido. Então para
definirmos os seus valores precisamos de referenciar-nos a um instante de tempo. Por
convenção utiliza-se normalmente o momento actual como o momento de referência.
Ao valor desse capital nesse momento de referência dá-se o nome de valor actual. No
entanto, o momento de referência pode não ser o momento do vencimento desse capital
e, portanto, haverá um momento posterior ao momento de referência. Ao valor desse
capital nesse momento posterior dá-se o nome de valor acumulado. Tendo em conta que
o desconto é o processo inverso da capitalização, podemos afirmar que o valor
descontado de um capital acumulado é o seu valor actual. Como exemplo, considere-se
um capital, C0 (aplicado no momento de referência 0), que produz juro, j, quando aplicado
durante um período de tempo, n. No final desse período, n, teremos:
𝑆 = 𝐶𝑜 + 𝑗
em que S é o valor acumulado de C0 durante o período n. Inversamente, teremos que C0
é o valor actual (ou descontado) do capital S, ou seja:
𝐶𝑜 = 𝑆 − 𝑗
Pode então afirmar-se que o valor actual de um capital será sempre o seu valor no
momento de referência e que, para momentos posteriores ao de referência teremos valores
acumulados e, para momentos anteriores ao de referência, teremos valores descontados.
Estes conceitos podem ser resumidos na tabela seguinte:
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5. Regimes de Capitalização
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Juro
Na abordagem das taxas importa referir a diferença existente entre taxas nominais e
efectivas nos dois tipos regime de capitalização.
É de fundamental importância o conhecimento e a compreensão da existência das taxas
nominal e efectiva.
Taxa nominal
Sempre que nos deparamos com uma taxa nominal, faz-se necessário se calcular a taxa
efectiva, ou seja, devemos determinar qual a verdadeira taxa que está por trás da taxa
nominal.
Denomina-se taxa nominal quando o prazo de formação, ou incorporação, de juros ao
capital (capitalizações), não coincide com o prazo a que se refere a taxa.
Neste caso, é comum adoptar-se a convenção de que a taxa, por período de capitalização,
seja proporcional à taxa nominal.
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Em outras palavras, a taxa nominal, não pode ser tomada como referência para decisões
na contratação de um empréstimo, ou aplicação de recursos.
Exemplos:
1. 1200% ao ano com capitalização mensal.
2. 450% ao semestre com capitalização mensal.
3. 300% ao ano com capitalização trimestral.
Taxa efectiva: A taxa efectiva é quando o período de formação e incorporação dos juros
ao Capital coincide com aquele a que a taxa está referida.
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Exemplos:
1. 120% ao mês com capitalização mensal.
2. 450% ao semestre com capitalização semestral.
3. 1300% ao ano com capitalização anual.
● Para o tomador de empréstimos, a melhor opção é o menor n.°de capitalizações.
● Para o investidor, a melhor opção é o maior n.°de capitalizações.
𝒊
𝟏) 𝒊𝒌 =
𝒌
𝟐) 𝒊 = 𝒊𝒌 . 𝒌
𝑖𝑎 = 360. 𝑖𝑑 = 12𝑖𝑚 = 6. 𝑖𝑏 = 4. 𝑖𝑡 = 3. 𝑖𝑞 = 2. 𝑖𝑠
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6.2. Capitalização em Regime de Juro Simples
Breve descrição:
É aquele regime em que a taxa de juro incide somente sobre o capital inicial e que,
portanto, não incide sobre os juros acumulados. Neste regime de capitalização a taxa varia
linearmente em função do tempo.
No caso diz-se que vigora o Regime de Juro Simples, podendo ainda distinguir-se dentro
dele dois sub-regimes – o Regime de Juro Simples “Puro” e Regime de Juro “Dito”
Simples. No primeiro sub-regime, o juro produzido em cada período de tempo é
efectivamente pago, enquanto no segundo o juro produzido é simplesmente retido (i.e.
ainda que não sendo pago, ele não vai gerar juro nos períodos seguintes). De forma
resumida importa reter que em ambos os casos, o juro produzido num determinado
período de capitalização não irá gerar juro nos períodos subsequentes.
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Fórmulas fundamental do juro e do capital:
(i) Aplicação por um Período
No fim de 1 período 𝑗1 = 𝐶. 𝑖 𝑆1 = 𝐶 + 𝐶𝑖 = 𝐶(1 + 𝑖)
- Qual o rendimento produzido por uma aplicação financeira com o valor 2.000 u.m., por
1 ano, à taxa de juro anual de 15%?
- Qual o rendimento produzido pelo investimento de um capital de 2.000 u.m., por 2 anos,
à taxa de juro anual de 15%?
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É importante ter em atenção na resolução dos problemas que as variáveis sejam
expressas ne mesma unidade tempo, como asseguir iremos verificar.
Exemplo 2.1
Qual o juro produzido por um capital de 8.000,00 u.m aplicado em
regime de juro simples, à taxa anual de 24% durante
a) 7 meses
b) 1 ano e 4 meses
c) 180 dias
Resolução:
Como a unidade de tempo do periodo e da taxa não coincidem, ou seja,
temos meses e dias e a taxa anual, logo teremos que homogeneiza-los.
Geralmente, expressa-se o periodo na mesma unidade da taxa.
7
a) j = c.n.i = 8.000 x 𝑥0,24 = 1.120
12
16
b) j = c.n.i = 8.000 x 𝑥0,24 = 2.560
12
180
c) j = c.n.i = 8.000 x 𝑥0,24 = 960
360
Exemplo 2.2
Qual o valor acumulado (total a ser recebido) da aplicação em regime
de juro simples no valor de 280,00 u.m durante 15 meses, à taxa anual
de 3%.
Resolução:
Temos duas formas para resolver o problema. Calcular o valor total a
receber de uma só vez ou obter o valor do juro e adicionar ao capital
inicial.
i- Cálculo pela fórmula do valor acumulado
𝑆 = 𝐶(1 + 𝑖. 𝑛)
15
𝑆 = 280(1 + 0,03𝑥 ) = 290,5
12
ii- Calcular obtendo primeiro o juro total:
𝐽 = 𝐶. 𝑛. 𝑖
15
𝐽 = 280𝑥0,03𝑥 = 10,5
12
𝑆 = 𝐶 + 𝑗 ⇒ 𝑆 = 280 + 10,5 ⇒ 𝑆 = 290,5
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6.2.1. Taxas em Regime de Juro Simples
Lembrar o que ja foi abordado sobre taxa nominal e taxa efectiva ou entre taxa
proporcional e taxa equivalente. No regime de juro simples, o cálculo do juro incide
sempre sobre o capital inicial, c, ou seja, como já referido não há o efeito de juro sobre
juros. Podemos fácilmente perceber que uma taxa será simultaneamente taxa nominal e
taxa efectiva ou entre taxa proporcional e taxa equivalente, desde que observada a regra
da homegeneização.
Exemplo 2.3
Qual o valor acumulado (total a receber) de uma aplicação de 10.000
u.m., durante o periodo de um ano em regime de juro simples, à taxa anual
de de 20% ou à taxa semestral de 10%?
Solução:
1. Taxa anual de 20% a capitalização será anual.
Como o periodo de capitalização(anual) coincide com o horizonte
temporal da taxa de juro (anual), então teremos:
𝑆 = 𝐶(1 + 𝑖. 𝑛)
𝑆 = 10.000(1 + 0,2 ∗ 1)
𝑆 = 10.200
2. Taxa semestral de 10% a capitalização será semestral
Neste caso, notamos que o periodo de investimento não coincide com o
horizonte temporal da taxa de juro (semestral). Logo, teremos que
conformar o periodo do investimento, no caso serão 2 semestres que temos no
ano. Então, o nosso n =2.
𝑆 = 𝐶(1 + 𝑖. 𝑛)
𝑆 = 10.000(1 + 0,1 ∗ 2)
𝑆 = 10.200
Nos dois casos o resultado não sofreu alterações, quer em capitalização anual ou
semestral. A taxa de juro utilizada foi a proporcional ao periodo de capitalização.
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6.2.2. O Método Hamburguês
Introduz simplificação nos cálculos de juros simples quando há diversos prazos, à uma
mesma taxa de juro.
Supanhamos que k capitais C1, C2, C3, ..., Ck sejam aplicados ao regime de juro simples
durante os periodos n1, n2, n3, ..., nk a taxa i de juro simples.
Então o juro total obtido será:
𝐽 = 𝐶1 . 𝑖. 𝑛1 + 𝐶2 . 𝑖. 𝑛2 + 𝐶3 . 𝑖. 𝑛3 +. . . +𝐶𝑛 . 𝑖. 𝑛𝑛
𝐽 = 𝑖[𝐶1 . 𝑛1 + 𝐶2 . 𝑛2 + 𝐶3 . 𝑛3 +. . . +𝐶𝑛 . 𝑛𝑛 ]
𝑛
𝐽 = 𝑖 ∑ 𝐶𝑗 . 𝑛𝑗
𝑗=𝑖
Exemplo 2.4
Calcular o valor dos juros referente às aplicações de 400.000 u.m.,
200.000 u.m., e 800.000 u.m., pelos prazos de 5 dias, 10 dias e 15 dias,
respectivamente, sabendo-se que a taxa de juro anual simples considerada
é de 180%.
Solução
Vamos utilizar os conceitos já introduzidos anteriormente sobre
homegeneização.
𝐽 = 𝐶1 . 𝑖. 𝑛1 + 𝐶2 . 𝑖. 𝑛2 + 𝐶3 . 𝑖. 𝑛3 +. . . +𝐶𝑛 . 𝑖. 𝑛𝑛
1,8
𝐽= [400.000 ∗ 5 + 200.000 ∗ 10 + 800.000 ∗ 15]
360
𝐽 = 80.000
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6.3. Capitalização em Regime de Juro Composto
No regime de juro composto os juros de cada período são somados ao capital para o
cálculo de novo(s) juro(s) no(s) período(s) seguinte(s). Os juros são capitalizados, ou seja,
reintroduzidos no processo de formação de novo capital e, consequentemente, rende juro,
originando “juros de juros” – anatocismo.
O conceito de montante é o mesmo definido para capitalização simples, ou seja, é a soma
do capital aplicado ou devido mais o valor dos juros correspondentes ao prazo da
aplicação ou da dívida.
A simbologia é a mesma já conhecida, ou seja, S indica o montante ou valor acumulado,
c o capital inicial, n o prazo e i a taxa de juro.
Diagrama temporal:
Co C1 C2 C3 C4
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É a equação de capitalização ou fórmula geral de capitalização no regime de juro
composto
(2) 𝐽𝑛 = 𝐶(1 + 𝑖)𝑛 − 𝐶
= 𝐶[(1 + 𝑖)𝑛 − 1]
É a equação do juro acumulado pelo capital C ao fim de n períodos de capitalização à
taxa i.
1
𝑆 𝑛
(3) 𝑖 = ( ) − 1
𝐶
(4) 𝑆 = 𝐶 + 𝐽
Da equação de capitalização 𝑆 = 𝐶(1 + 𝑖)𝑛 temos,
𝑆
𝐶= = 𝑆(1 + 𝑖)−𝑛
(1 + 𝑖)𝑛
Que é A EQUAÇÃO DE ACTUALIZAÇÃO no regime de juros compostos.
Exemplo 2.5
Determine o juro composto produzido por um capital inicial de 10.000,00
u.m., à taxa trimestral de 4%, durante 2 anos?
Exemplo 2.6
Um Capital de 7.500 u.m., foi investido em regime de juro composto,
durante 1 ano, à taxa anual de 6%. Qual era o valor acumulado ao fim
desse prazo?
Mostrar a importância da periodicidade das capitalizações.
Exemplo 2.7
Caso você aplique 7.000,00 u.m., em regime de juro composto em uma
instituição, ao final de 4 trimestres receba a importância de 1.640,12 u.m,
de juros. Qual terá sido a taxa de juros dessa operação?
Exemplo 2.8
Qual o tempo necessário para que um capital de 10.000,00 u.m., dobre de
valor, se aplicado a taxa de 20% a.a.?
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6.3.1. Imagens geometricas dos valores acumulados nos dois tipos de
regimes de capitalização
S = c(1+i)n
Regime de juro Composto
S
S = c(1+in)
Regime de juro Simples
1 n
Exemplo 2.9
Determine, para ambos os regimes de capitalização (juro simples e juro
composto), o capital ou valor acumulado produzido por um capital de
1.250 u.m., à taxa de juro anual de 8%, durante:
a) 6 meses
b) 1 ano
c) 2 anos
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6.3.2. Cálculo do valor de n e i no factor(1 + 𝑖)𝑛
Exemplo 2.10
Foi efectuado um depósito de 7.000 u.m., que após 8 trimestres de
capitalização em regime de juro composto, produziu o valor acumulado
de 7.715,20 u.m. A que taxa foi remunerado este deposito?
a) Através de logaritmos ou potências
A equação matemática que traduz o problema é a seguinte:
S = c(1+i)n
b) Através de interpolação linear
1,102171 = (1+i)8
Exemplo 2.11
Foi efectuado um depósito de 40.000 u.m., em regime de juro composto à
taxa anual de 5%. Após algum tempo, o capital acumulado era de
48.620,25 u.m. Qual a duração deste depósito?
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6.4. Estudo de Taxas de Juro
Vamos fazer uma abordagem sobre o funcionamento e aplicação das taxas de juro
principalmente no regime de juro composto diferente ao regime de juro simples.
Geralmente, a taxa de juro está expressa em termos anuais.
Importa realçar alguns conceitos na nossa abordagem e sabemos que capitalização
significa vecimento do juro. Periodicidade da capitalização é a frequência com que se
processa (vence) o juro.
Taxas anuais e taxas periódicas
Mostrar a diferença entre estes dois conceitos
Taxas equivalentes e taxas proporcionais.
Só existe distinção em regime de juro composto. Neste regime a compreensão do conceito
de taxas equivalentes e de capital importância.
Por definição dizemos que duas ou mais taxas são ditas equivalentes quando referidas a
periódos diferentes, mas aplicadas ao mesmo capital, durante o mesmo lapso de tempo
produzem o mesmo juro ou capital acumulado. A taxa de 21% ao ano e 10% ao semestre
são pois, taxas equivalentes, uma vez que
Relação de
equivalência
entre taxas (1+0,21)1 = (1+0,10)2
Taxas proporcionais
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Vejamos agora como calcular cada um dos tipos de taxas atrás referidas. Simbologia a
utilizar:
i taxa anual efectiva
i(k) taxa anual nominal, composta (ou capitalizada) k vezes por ano
ik taxa periódica efectiva (semestral, mensal, etc.).
Partindo de uma taxa efectiva, a taxa periódica é calculada através de
uma relação de equivalência; partindo de uma taxa nominal, a taxa
periódica é calculada através de uma relação de proporcionalidade.
O essencial aqui é perceber que procuramos uma taxa, ik, tal que seja indiferente efectuar
uma capitalização anual à taxa anual efectiva i, ou k capitalizações durante um ano à taxa
ik.
O horizonte temporal comum (dorante designado por HTC), esta relação pode tomar uma
forma mais geral:
(𝟏 + 𝒊𝒉 )𝒉 = (𝟏 + 𝒊𝒌 )𝒌 Caso geral
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▪ Cálculo da taxa anual nominal capitalizada k vezes por ano i(k) ou da taxa
anual efectiva, i, a partir de uma taxa periódica efectiva, ik:
Exemplo 2.12
Dada a taxa trimestral efectiva d 3% qual é:
a) A taxa anual nominal subjacente?
b) A taxa anual efectiva subjacente?
▪ Cálculo da taxa periódica, ik, a partir da taxa anual nominal capitalizada k
vezes por ano, i(k):
Exemplo 2.13
Considere a taxa anual nominal de 9% composta trimestralmente e
calcule as seguintes taxas efectivas:
a) Bimensal
b) Quadrimestral
c) Semestral
d) Anual
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▪ Capitalização Contínua e Taxa Instantânea
Assim, haverá k capitalizações num ano, após as quais o capital acumulado será
𝑖(𝑘) 𝑘
𝑆 = 𝐶 (1 + )
𝑘
Assumamos que a periodicidade aumenta para sub-periodos ainda menores,
tendo para 0 (zero), e número de capitalizações, k, vai tender para ∞. Do ponto
1
de vista matemático, uma vez que 𝑘 → ∞,então 𝑘 → 0.
1 𝑛
Como se sabe 𝑙𝑖𝑚 = (1 + 𝑛) = 𝑒
𝑛→∞
𝑖(∞) 𝑘
Pelo que (1 + ) = 𝑒 𝑖(∞)
𝑘
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7. Equivalencia de Capitais
A abordagem sobre a equivalência de capitais traz consigo interessantes noções e
ferramentas úteis para a análise financeira.
O valor temporal do dinheiro está aqui mais uma vez a ser testado. Como temos vindo a
enfatizar a importância deste conceito, uma vez que um capital tem um determinado valor
num certo momento; reportado a outro momento, o seu valor será outro.
Quando este valor esta reportado a um momento anterior dizemos que está a se efectuar
uma actualização ou descontar aquele valor; e a capitalização será reportar esse capital
a um momento posterior.
Objectivos
Existem dois tipos de descontos: Racional e Comercial. Ambos podem ser utilizados tanto
em juro simples quanto em juro composto.
O Desconto Racional corresponde à verdadeira operação de Desconto. O Desconto
Comercial nada mais é do que uma variação do Desconto Racional adoptada pelo
mercado.
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7.1. Equivalencia de Capitais em Regime de Juro
Simples
O desconto ou actualização é assim designado por ser o abatimento obtido sobre o valor
nominal de um título ou uma divida ou uma aplicação financeira quando resgatado antes
da data do vencimento.
Conhecido também por actualização ou desconto é o processo de cálculo inverso, pelo
qual podemos calcular, em função da taxa de juro, quanto vale num momento anterior
um capital vencível num momento posterior.
Actualização ou desconto
períodos
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Simbologia utilizada nas operações de desconto:
Dividimos por S para encontrar o desconto de uma unidade de capital quando faltam n
periodos para o seu vencimento;
𝑛𝑖
1+𝑛𝑖
Dividimos por n para encontrar o desconto de uma unidade de capital quando faltam um
periodo para o seu vencimento; taxa de desconto: é a redução, calculada à taxa d.
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Assim para actualizar um capital em regime de juro simples, segundo solução racional,
1
basta divi-lo por 1 + 𝑛𝑖ou, o que é o mesmo, multiplicá-lo pelo factor 1+𝑛𝑖.
1) 𝑁 = 𝑉𝑟𝑠 (1 + 𝑖.∗ 𝑛)
2) 𝑁 = 𝑉𝑟𝑠 + 𝐷𝑟𝑠
𝑁∗𝑖∗𝑛
3) 𝐷𝑟𝑠 =
1+𝑖∗𝑛
Ou ainda pelas
𝐷𝑟𝑠 = 𝑁 − 𝑉𝑟𝑠
Por outro lado, podemos achar outra fórmula
𝐷𝑟𝑠 = 𝑉𝑟𝑠 . 𝑖. 𝑛
Exemplo: 7.1
Uma pessoa possui 3 títulos aplicados no mercado financeiro, sendo seus valores de
resgate: 110.000 u.m., 150.000 u.m., e 200.000 u.m. As datas de resgates são daqui a 28
dias, 47 dias e 72 dias, respectivamente. Qual o valor presente total destes títulos,
considerando-se uma taxa de juros simples de 30% a.a. e o regime de desconto racional?
Resolução:
𝑁
𝑉𝑟𝑠 =
(1 + 𝑖𝑛)
110.000
𝑉𝑟𝑠1 = = 107.500,00
0,30
(1 + 360 • 28)
200.000
𝑉𝑟𝑠2 = = 188.679,67
0,30
(1 + 360 • 72)
150.000
𝑉𝑟𝑠3 = = 144.364,64
0,30
(1 + 360 • 47)
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Exemplo 7.2
N = 10.000,00
i = 10% ao mês
n = 3 meses
Drs =?
Vrs =?
A taxa real subjacente ao desconto racional simples. O que significa que a equivalência
segundo o desconto racional simples é perfeita.
Exemplo 7.3
N = 10.000
N = 3 anos
i = 6%
Pretende-se calcular a quantia que o mutuário deve pagar hoje, se vigorar o desconto
racional simples e também a taxa de “real” subjacente.
Chamamos de desconto comercial simples ou desconto por fora, ao juro simples aplicado
sobre o valor nominal de um título, durante o número de periodos de antecipação.
Podemos ainda ser mais especificos e dizer que o desconto comercial será a operação pela
qual o titular dum efeito comercial recebe antecipadamente duma terceira entidade
(nomeadamente uma entidade bancária como veremos mais adiante) a importância nele
inscrita deduzida do prémio ou remuneração devida por essa antecipação.
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Neste tipo de Desconto, a taxa de juros é aplicada sobre o Valor Nominal, vezes o número
de períodos que falta para o vencimento da dívida.
O desconto comercial simples é o mais frequentemente utilizado na prática.
Seja:
N – Valor Nominal de um título
dcs - Taxa de desconto comercial (ou por fora) simples
n = Número de períodos de antecipação da dívida
Então teremos:
𝐷𝑐𝑠 = 𝑁. 𝑖. 𝑛
Prémio de desconto = ni
Exemplo 7.5
N = 10.000,00
i = 10% a.m.
n = 3 meses
Dc =? e Vc =?
Assim para actualizar um capital em regime de juro simples, segundo a solução comercial,
basta multiplicá-lo pelo factor (1 − 𝑖. 𝑛), que é chamado factor de actualização de um
capital único em regime de juro simples.
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Taxa “real” em desconto comercial simples
Numa operação de desconto comercial simples a taxa efectivamente suportada pelo
mutuário é superior à taxa anunciada.
Taxa real de juro é a taxa de juro verdadeiramente suportada pelo sujeito passivo e cuja
incidência tem por base o valor actual do capital; em termos práticos significa que é a
taxa que se obtém ou aplica usando a metodologia do desconto racional como vimos atrás.
Esta taxa assume particular importância nas operações com pagamento antecipado de
juros quando estes são calculados pela modalidade do desconto comercial simples ou,
sendo juros pagos postecipadamente, são calculados sobre o valor acumulado.
𝐶 𝑖
donde, 𝐶𝑛𝑖 ′ = 1−𝑛𝑖 𝑛𝑖 ⇒ 𝑖 ′ = 1−𝑛𝑖
Exemplo 7.6
Considere uma divida de 150.000 u.m., com vencimento daqui a 4 anos. Se o mutuário
pretender antecipar o pagamento desta dívida, quanto deve pagar hoje, assumindo que foi
acordado a taxa anual de 8% e a utilização do desconto comercial simples?
Resolução:
Apresentemos o esquema:
Vcs 150.000
0 1 2 3 4 (anos) períodos
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b) Os juros são antecipadamente, mas calculados sobre o valor a pagar no fim do
prazo.
Capitalizando o valor líquido (C-Cni) à taxa real i´ obtemos o valor C:
(𝐶 − 𝐶𝑛𝑖) + (𝐶 − 𝐶𝑛𝑖) ∗ 𝑛𝑖 ′ = 𝐶
entao:
(C-Cni)(1 + ni′ ) = 𝐶
𝑑𝑜𝑛𝑑𝑒,
𝐶(1 − 𝑛𝑖)(1 + 𝑛𝑖 ′ ) = 𝐶 ⇒ (1 − 𝑛𝑖)(1 + 𝑛𝑖 ′ ) = 1
𝑖
Dividindo por n vem 𝑖 ′ − 𝑖 − 𝑛𝑖𝑖 ′ = 0 ⇒ 𝑖 ′ (1 − 𝑛𝑖) = 𝑖 ⇒ 𝑖 ′ = 1−𝑛𝑖
Conclui-se que a taxa real é variável com o prazo n não havendo alteração na taxa de juro
contratada. Sendo que quando maior for n, maior a diferença entre taxa de desconto e à
taxa contratada.
𝑖
𝑑𝑐𝑠 =
1 − 𝑛𝑖
Exemplo 7.7:
Foi contratada um emprestimo de 1.000, por um ano, com juros antecipados calculados à
taxa anual de 20%. Calcule:
Do exposto nas secções anteriores ficou claro que, do ponto de vista “teorico”, o desconto
racional simples é o “mais correcto” que o desconto comercial simples. Isto é evidente
pois a sua taxa coincide com a taxa de juros simples.
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Dc = N .i.n
Dc
= 1 + i.n
ou Dr
N .i.n
Dr =
(1 + i.n)
Exemplo 7.9
Considere o capital de 1.000 u.m., com vencimento daqui a um ano.
a. Assumindo a taxa anual de 20%, pretende-se que determine o capital que lhe é
equivalente, hoje,
1. Em regime de juro simples, solução comercial
2. Em regime de juro simples, solução racional
b. Verifique o que acontece se capitalizar, em regime de juro simples, os valores
obtidos em a1) e a2) à mesma taxa anual de 20%, durante o mesmo prazo de um
ano. Que conclusão pode tirar?
Exemplo 7.10
O Sr. João tem uma divida de 1.000 u.m., para com o Sr. António. Foi acordada a taxa de
juro anual de 25%. Determine o valor que o Sr. João deveria pagar hoje ao Sr. António,
admitindo os seguintes cenários:
a) Faltam 4 anos para o vencimento
b) Faltam 5 anos para o vencimento
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7.1.2. – Desconto Racional Composto
N N [(1 + i ) n − 1]
Drc = N − Vrc = N − =
(1 + i) n (1 + i ) n
Fórmulas de Desconto Racional Composto
A única diferença do Desconto Racional Composto em relação ao Desconto Racional
Simples diz respeito apenas ao regime de juros, o princípio é o mesmo.
1) 𝑁 = 𝑉𝑟𝑐(1+. 𝑖)𝑛
2) 𝑁 = 𝑉𝑟𝑐 + 𝐷𝑟𝑐
1
3) Drc = 𝑁 [1 − ] 𝑜𝑢 𝐷𝑟𝑐 = 𝑁[1 − (1 + 𝑖)−𝑛 ]
(1 + 𝑖)𝑛
Taxa “real” em desconto racional composto
A taxa “real” associada ao desconto racional composto, será 𝑑𝑟𝑐 , necessariamente igual
a i. De facto, 𝑑𝑟𝑐 será a taxa tal que, aplicada ao capital 𝑉𝑟𝑐 , resulte no capital c, após n
periódos de capitalização em regime de juro composto, ou seja:
𝑉𝑟𝑐 (1 + 𝑑𝑟𝑐 )𝑛 = 𝐶
𝐶(1 + 𝑖)−𝑛 (1 + 𝑑𝑟𝑐 )𝑛 = 𝐶
(1 + 𝑖)−𝑛 (1 + 𝑑𝑟𝑐 )𝑛 = 1
1
(1 + 𝑑𝑟𝑐 )𝑛 =
(1 + 𝑖)−𝑛
(1 + 𝑑𝑟𝑐 )𝑛 = (1 + 𝑖)𝑛
𝑑𝑟𝑐 = 𝑖
Pelo que a equivalência segundo o desconto racional composto é perfeita.
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7.1.3. Equações de Equivalência
Este princípio origina, como consequência, que qualquer operação sobre dois ou mais
capitais obriga a referi-los ao mesmo momento.
Assim, dois (ou mais) capitais, com datas de vencimento diferentes são ditos capitais
equivalentes quando, transportados para uma mesma data, à mesma taxa, produzirem,
nessa data, valores iguais.
A data para a qual os capitais serão transportados é chamada data focal. No regime de
juros simples, a escolha da data focal influencia a resposta do problema. Isto significa que
definida uma taxa de juro, e a forma de cálculo (se racional ou comercial), dois capitais
diferentes, em datas diferentes, podem ser equivalentes, se transportados para uma certa
data, e podem não ser equivalentes, se transportados para uma outra data, mesmo
mantendo-se todas as outras condições do problema.
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A fim de fazer o transporte de um capital para a data focal, destaca-se dois casos:
Data focal
Capital
Nesse caso, deve-se encontrar o valor actual do capital na data focal, fazendo uso da
fórmula do valor actual (racional ou comercial, conforme o caso).
3 meses
Data focal
50.000
Nesse caso, deve-se encontrar o valor futuro do capital, fazendo uso da fórmula do valor
nominal (racional ou comercial, conforme o caso).
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data focal), de acordo com o regime (juro simples ou juro composto) e, no caso de ser
necessário actualizar capitais, a abordagem (comercial ou racional) adoptados.
Assim, em função da data comum (focal) estabelecida e dos vencimentos iniciais dos
capitais envolvidos podemos ter uma operação de equivalência em que seja necessario:
São igualmente possivel que um ou mais capitais não necessitem de ser capitalizados ou
actualizados – desde que o seu vencimento coincida com a data focal estabelecida ou
escolhida.
Então podemos ter três tipos:
1. Equivalência entre dois capitais
2. Equivalência entre um capital e um conjunto de capitais
3. Equivalência entre dois conjuntos de capitais
O que? Entre que capital ou capitais, por um lado (1º membro da equação) e que capital
ou capitais, por outro (2º membro da equação), se pretende estabelecer a equivalência?
Quando? Para que data se pretende estabelecer a equivalência (isto é, qual é a data focal
da operação de equivalência)?
Suponha que existam varios capitais aplicados por diferentes lapsos de tempo a taxas de
juro diferenciados, designa-se por taxa média a taxa única ou taxa comum que
substituindo todas as outras produz igual quantitativo de juros.
Capitais aplicados: 𝐶1 , 𝐶2 , 𝐶3 , . . . 𝐶𝑘
Prazos de aplicação (períodos): 𝑛1 , 𝑛2 , 𝑛3 , . . . 𝑛𝑘
Taxas de Juros: 𝑖1 , 𝑖2 , 𝑖3 , . . . 𝑖𝑘
Então teremos:
𝐶1 . 𝑖1 . 𝑛1 + 𝐶2 𝑖2 . 𝑛2 + 𝐶3 𝑖3 . 𝑛3 +. . . +𝐶𝑘 𝑖𝑘 . 𝑛𝑘
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Donde,
𝐶1 . 𝑖1 + 𝐶2 𝑖2 + 𝐶3 . 𝑖3 +. . . +𝐶𝑘 𝑖𝑘
𝑖=
𝐶1 + 𝐶2 , 𝐶3 +. . . +𝐶𝑘
Ou
𝑘 𝑘
𝑛𝑝
∑ 𝐶𝑝 . (1 + 𝑖𝑝 ) = ∑ 𝐶𝑝 . (1 + 𝑖)𝑛𝑝
𝑝=1 𝑝=1
𝑋 = ∑ 𝐶𝑝 . (1 + 𝑖𝑝 )𝑛𝑝
𝑝=1
𝑋 𝐶𝑘−1 𝐶𝑘−2 𝐶1
𝑛
= 𝐶𝑘 + + 2
+. . . +
(1 + 𝑖) 𝑘 (1 + 𝑖) (1 + 𝑖) (1 + 𝑖)𝑛𝑘−𝑛1
Finalmente
𝐶𝑘−1 𝐶𝑘−2 𝐶1 𝑋
0 = 𝐶𝑘 + + 2
+. . . + −
(1 + 𝑖) (1 + 𝑖) (1 + 𝑖) 𝑘 1 (1 + 𝑖)𝑛𝑘
𝑛 −𝑛
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Capital Comum
Para um conjunto de capitais, com um vencimento de referência t e a taxa de juro i, o
valor do Capital Comum (Cc) é dado pela expressão:
𝐶𝑐 (𝑛) = ∑ 𝐶𝑘 (1 + 𝑖)𝑛−𝑛𝑘
𝑘=1
Vencimento Comum
Para um conjunto de capitais Ck, com um Capital Comum (Cc) e taxa de juro i, o valor do
Vencimento Comum (n) é:
𝑚 𝑚
𝑛−𝑛𝑘
𝐶𝑐 (𝑛) = ∑ 𝐶𝑘 (1 + 𝑖) ⇔ 𝐶𝑐 (𝑛) = (1 + 𝑖) ∗ ∑ 𝐶𝑘 (1 + 𝑖)−𝑛𝑘
𝑛
𝑘=1 𝑘=1
São conhecidos:
• Os valores e as datas de vencimento dos capitais a substituir
• O valor do capital comum
• A taxa a que será efectuada a equivlência
• A data focal da operação de equivalência
Pretende saber-se:
• A data de vencimento do capital comum para que haja equivalência entre ele e o
conjunto de capitais a substituir.
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Exemplo 7.11:
Considere-se um conjunto de 3 capitais com valor nominal de 500 u.m., 1.000 u.m e 1.500
u.m., com vencimento daqui a 1, 2 e 3 anos, respectivamente. A taxa de juro anual efectiva
de 5%, pretende-se substituir estes 3 capitais por um único de 2.750 u.m. que lhes seja
equivalente. Determine a data de vencimento deste capital.
Vencimento Médio
Caso particular em que:
O valor do Capital Comum no momento tm é o somatório do valor nominal dos
capitais Ck.
Deste modo para um conjunto de capitais Ck, e os respectivos vencimentos tke taxa de
juro i,
O valor do Capital Comum no Vencimento Médio Cc(tm) é:
𝐶𝑐 (𝑡𝑚 ) = ∑ 𝐶𝑘
𝑘=1
Saldo Médio
O conceito de saldo médio é bastante usual na maioria das instituições financeiras,
principalmente no fornecimento de crédito aos clientes através de empréstimos de curto
ou médio prazo, cartões de crédito, etc. Para definir o valor dessas linhas de crédito
geralmente utiliza-se o saldo médio da conta corrente.
Suponhamos que temos os saldos 𝐶1 , 𝐶2 , 𝐶3 , . . . , 𝐶𝑘 , duranteos prazos 𝑛1 , 𝑛2 , 𝑛3 , . . . , 𝑛𝑘 .
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∑𝐾
𝑗=𝑖 𝐶𝑗 . 𝑛𝑗
𝑆𝑀 =
∑𝐾
𝑗=1 𝑛𝑗
Em juros compostos, a determinação da data focal deixa de ter importância, pois qualquer
data focal que venha a ser utilizada leva o resultado da operação ao mesmo valor. Diz-se
que o regime de Juro Composto goza do Princípio de Cindibilidade.
No regime de juro simples, cada data de equivalência é única, dada determinada taxa.
Dito de outro modo, a equivalência só “vale” para uma data focal “de cada vez”, isto é
uma vez estabelecida a data focal da operação, a substituição dos capitais pode ser
efectuada em qualquer momento, desde que aquela data focal não se altere.
Uma referência apenas: como praticamente não se utiliza o desconto comercial composto,
muitas vezes diz-se apenas desconto por fora para significar desconto comercial simples,
desconto por dentro para significar desconto racional simples e desconto composto para
significar desconto racional composto.
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7.1.6. FACTORING
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Banco versus factoring
Factoring não é banco nem instituição financeira. Banco capta dinheiro, empresta
dinheiro e necessita da autorização do Banco Central para funcionar. Factoring presta
serviços e compra créditos. É uma sociedade mercantil.
Banco Factoring
Fonte: LEMOS LEITE, Luiz. - Factoring no Brasil. São Paulo: Atlas, 2001.
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Devido ao seu carácter mercantil e não financeiro, as factorings só podem operar com
pessoas jurídicas, nunca com pessoas físicas. Isso porque não são instituições habilitadas
junto ao Banco Central para fazer empréstimos e sim prestar serviços comerciais.
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8. Rendas Financeiras
8.1. Introduça o
O conceito de renda é utilizado no nosso quotidiano, muito mais do que nós imaginamos.
A abordagem do conceito de rendas financeiras é feita no regime de juro composto e,
quando relevante, a solução racional.
Uma renda, em cálculo financeiro ou matemática financeira é um conjunto finito ou
infinito de valores com vencimento (equidistantes) de periodicidade certa, ou seja, valores
que são pagos ou recebidos com intervalos de tempo constantes.
Por exemplo, o pagamento de um empréstimo para habitação faz-se habitualmente através
de pagamentos com periodicidade constante, em geral num determinado dia de cada mês.
Pode, pois, ser considerado uma renda em termos de matemática financeira - os
recebimentos dos juros de um depósito em regime de juros simples, se o intervalo do seu
vencimento for constante, é também considerado uma renda.
Muitas das operações financeiras envolvem a utilização de rendas, nomeadamente para o
pagamento ou amortização de empréstimos ou investimentos. Os cálculos do valor de
cada prestação (que em matemática financeira se designa por termo), da taxa de juro
associada ou do número de prestações necessárias, são baseados nos princípios
apresentados nos pontos sobre capitalização e actualização em regime de juro composto.
O pagamento parcelado possui uma grande variedade de tipos, podendo ser efectuado em
várias prestações sequencialmente, ou existindo um período de carência para o início dos
pagamentos, ou ser paga em períodos não sequênciais, etc., dependendo do acordo
ajustado entre as partes: o devedor e o credor. O que não diferencia em todos os tipos de
Rendas e que sempre haverá a incidência de juros, proporcional ao tempo e/ou ao número
de prestações.
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Objectivos do capítulo
No final deste capítulo deverá ser capaz de:
- compreender quando é que um conjunto de capítais pode ser considerado uma renda;
- descrever o comportamento das diversas séries de pagamento;
- compreender porque é que em termos práticos, a importância reside nas rendas inteiras
(as rendas fraccionadas são transformadas em inteiras, através da previa conversão da
taxa);
- Reportar o valor de uma renda a qualquer momento;
- compreender os conceitos de valor acumulado e do valor actual de uma renda;
- calcular qualquer variável envolvida nas rendas, conhecidas as restantes.
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Renda de termos variáveis· = T1; T2; T3; T4…… Tn, os termos variam de acordo com
uma lei conhecida (progressão aritmética, progressão
geométrica etc) ou não
Simbologia
Nas operações com Rendas financeiras será utilizada a seguinte simbologia:
T ou t – Termos da Renda
A – Valor Actual.
S – Montante.
i – Taxa de Juros.
n – Número de Termos.
Informações importantes:
• As operações com Rendas utilizam juros compostos.
• O Valor acumulado de uma Renda (S) fica na “altura” do último termo.
• O Valor Actual (A) de uma Renda corresponde à soma dos Valores Actuais de
seus Termos.
• Numa renda é importante conhecer o momento em que ocorre o primeiro termo,
tendo em vista situar o momento que passamos a designar por origem ou
referência da renda.
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c) Quanto ao momento a que são referidos os seus valores actuais: imediatas (se o seu
valor actual é referido a um momento que coincide com o inicio do seu primeiro periodo)
ou diferidas ( se o valor actual se refere a um momento anterior ao inicio do seu primeiro
periodo)
2) quanto ao seu valor: termos constantes (se todos tiverem o mesmo valor) ou termos
variáveis (se o valor dos termos for desigual- a variação poderá obedecer a uma certa lei
matemática: progressão aritmética ou geométrica- ou não).
Imediatas
Antecipadas
Constantes Postecipas
Temporárias Diferidas
Variáveis
Períodicas Antecipadas
Certas Perpétuas
Não-períodicas
Rendas
Aleatórias
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Quadro resumo da Classificação
Exemplo:
Período Vs Momento
Período Momentos Acontecimento
Zero Período de referência Momento de referência Contrato
Primeiro Período do 1º vencimento Momento do 1º vencimento 1º Pagamento
Último Período do último vencimento Momento do último vencimento Último pagamento
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8.4. Estudo das rendas
Por via de regra, e salvo excepções, no estudo das rendas interessa-nos conhecer o seu
valor num de dois momentos de referência:
a) - valor actual, ou seja, o valor da renda reportado ao momento zero, que coincide com
o início do primeiro periodo da renda se esta é imediata ou a um momento anterior se a
renda é diferida. An
b) - valor acumulado, ou seja, o montante capitalizado por uma renda no fim do seu
último periodo como a determinação daqueles valores vai depender da classificação da
renda e da natureza dos seus termos, torna-se necessário desenvolver e determinar os
respectivos algoritmos caso a caso Sn
Para quaisquer outros termos constantes que não são unitários, terá de ser multiplicada por essa constante.
Para calcular o valor actual da renda basta somar o valor de todos os termos, depois de
actualizados para o momento zero (zero = actual, por convenção), à taxa de juro i
𝑇
estipulada, ou seja: 𝐴𝑛 ¬= 𝑖 [1 − (1 + 𝑖)−𝑛 ].
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Observe-se o seguinte quadro:
Termo nº Data de vencimento Nº de periodos de Valor acual de cada termo
do termo actualização (anos) (reportados à origem)
1 1 1 t(1+i) -1
2 2 2 t(1+i) -2
3 3 3 t(1+i) -3
.... ... ... ....
n-1 n-1 n-1 t(1+i) -(n-1)
N n n t(1+i) -n
Soma = An¬
Considera-se uma renda composta por n termos anuais de t unidades cada (constantes,
portanto), aos quais estão associados juros compostos à taxa anual efectiva i. Admitamos
também por generalidades que o primeiro termo ocorre no final do primeiro periodo
(ano). Assim estamos perante uma renda temporária, inteira, imediata, de termos normais
e constantes.
1 1 1 1 1 − (1 + 𝑖)−𝑛
𝐴𝑛 ¬= 1 [ + +. . . + + ]=[ ]
(1 + 𝑖) (1 + 𝑖)2 (1 + 𝑖)𝑛−1 (1 + 𝑖)𝑛 𝑖
Ou
𝐴𝑛 ¬= 𝑇(1 + 𝑖)−1 + 𝑇(1 + 𝑖)−2 + 𝑇(1 + 𝑖)−3 +. . . +𝑇(1 + 𝑖)−(𝑛−1) + 𝑇(1 + 𝑖)−𝑛
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• 1º termo = 𝑡(1 + 𝑖)−𝑛
• Número de termos = n
• Razão = (1+i)
Como sabemos, a soma dos n termos de uma progressão geometrica de razão r e cujo
primeiro termo é t1 é genericamente dada por
𝑟𝑛 − 1
𝑆𝑃𝐺 = 𝑇1
𝑟−1
Assim, neste caso, temos
(1+𝑖)𝑛 −1
𝐴𝑛 ¬= 𝑇(1 + 𝑖)−𝑛 . (1+𝑖)−1
Ou seja,
[(1 + 𝑖)𝑛 − 1]
𝐴𝑛 ¬= 𝑇(1 + 𝑖)−𝑛 .
𝑖
Donde,
[(1 + 𝑖)𝑛 − 1]
0
𝐴𝑛 ¬= 𝑇(1 + 𝑖) .
𝑖
E finalmente
1 − (1 + 𝑖)−𝑛
𝐴𝑛 ¬= 𝑇
𝑖
(1 + 𝑖)𝑛 − 1
𝐴𝑛 ¬= 𝑇 [ ]
(1 + 𝑖)𝑛 . 𝑖
1−(1+𝑖)−𝑛
O valor de é reportado em tabelas financeiras para diferentes valores de n e i e
𝑖
O valor actual de uma renda constituida por n termos constantes no valor de T unidades
monetárias cada pode, então, ser simbolicamente representada por 𝐴𝑛 ¬= 𝑇𝑎𝑛 ¬𝑖.
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𝟏−(𝟏+𝒊)−𝒏
• Estudo da função 𝒂𝒏 ¬𝒊 =
𝒊
1−(1+𝑖)−𝑛
A função 𝑎𝑛 ¬𝑖 = depende somente de duas variáveis: i e n. Logo, o
𝑖
1 − (1 + 𝑖)−∞
𝑎∞ ¬𝑖 =
𝑖
1
Donde, 𝑎∞ ¬𝑖 = 𝑖
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8.5.1.2. Cálculo do valor acumulado
(1 + 𝑖)𝑛 − 1
𝑆𝑛 ¬= 1[(1 + 𝑖)𝑛−1 + (1 + 𝑖)𝑛−2 +. . . +(1 + 𝑖) + 1] = [ ]
𝑖
Ou seja
𝑆𝑛 ¬= 𝑇(1 + 𝑖)𝑛−1 + 𝑇(1 + 𝑖)𝑛−2 + 𝑇(1 + 𝑖)𝑛−3 +. . . +𝑇(1 + 𝑖)2 + 𝑇(1 + 𝑖)1 + 𝑇
Na realidade estamos diante de uma equação de equivalência.
Analisando a equação, verificamos que a soma que constitui o seu 2º membro é a soma
dos termos de uma progressõ geometrica assim definida.
• 1º termo = 𝑇
• Número de termos = n
• Razão = (1+i)
Como sabemos, a soma dos n termos de uma progressão geometrica de razão r e cujo
primeiro termo é T1 é genericamente dada por
𝑟𝑛 − 1
𝑆𝑃𝐺 = 𝑇1
𝑟−1
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Assim, neste caso, temos
(1+𝑖)𝑛 −1
𝑆𝑛 ¬= 𝑇 (1+𝑖)−1
Ou seja,
(1 + 𝑖)𝑛 − 1
𝑆𝑛 ¬= 𝑇 Valor acumulado de uma renda temporária,
𝑖 inteira, imediata, de n termos normais e
constantes no valor de T, à taxa i.
(1+𝑖)𝑛 −1
O valor de é reportado em tabelas financeiras
𝑖
(𝟏+𝒊)𝒏 −𝟏
• Estudo da função 𝑺𝒏 ¬𝒊 =
𝒊
(1+𝑖)𝑛 −1
A função 𝑆𝑛 ¬𝑖 = depende somente de duas variáveis: i e n. Logo, o
𝑖
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Calculos relacionados com o valor acumulado
(1 + 𝑖)𝑛 − 1
𝑆𝑛 ¬= 𝑇
𝑖
Dado que são quatro variáveis envolvidas, podemos deparar-nos com a necessidade de
obter qualquer uma delas:
1) Qual o valor acumulado, 𝑆𝑛 ¬, de um certo número de termos, n¸de
T unidades cada, a uma dada taxa, i.
2) Qual o valor de cada termo, T, sabendo que n termos de T
unidades monetárias cada conduzem ao valor acumulado𝑆𝑛 ¬, à
taxa i.
3) Qual o número de termos, n, de T unidades monetárias cada que,
a taxa i, conduzem ao valor acumulado 𝑆𝑛 ¬, a uma dada taxa, i .
4) Qual a taxa, i, que aplicada a um certo número de termos, n, de T
unidades monetárias cada que, à taxa i, conduzem ao valor
acumulado 𝑆𝑛 ¬.
Valor acumulado de uma renda de termos
Comparando as duas expressões, fácilmente se conclui constantes é igual à capitalização do valor actual
da renda, à mesma taxa, durante n períodos.
que existe uma relação directa entre as mesmas, que se
traduz:
𝑆𝑛 ¬= 𝐴𝑛 ¬𝑖(1 + 𝑖)𝑛
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Exemplos de Rendas do Modelo Básico
(1) Um determinado bem está sendo vendido por nove prestações de 500,00 u.m.,
vencendo a primeira um mês após a compra. Considerando uma taxa de 2,5% ao mês,
determine o valor à vista desse bem.
(2) Caso você efectue 24 depósitos mensais e iguais de 300,00 u.m., em uma instituição
que pague juros de 1,5% ao mês, quanto disporá por ocasião do último deposito?
(3) Um determinado bem custa 10.000,00 u.m., à vista. Caso você queira adquirir esse
bem a prazo, para pagamento em 24 prestações mensais e iguais, vencendo a primeira um
mês após a compra, qual será o valor do pagamento com taxa de 3% ao mês.
(4) Caso você queira dispor de 10.000,00 u.m., daqui a seis meses, quanto deverá
depositar mensalmente em uma instituição financeira que pague juros de 2% ao mês para
que no último deposito obtenha a quantia desejada?
1 1 1 1
𝐴̈𝑛 ¬= 𝐴𝑛 ¬𝑖 (1 + 𝑖) = 1 [ + +. . . + + ] (1 + 𝑖)
(1 + 𝑖) (1 + 𝑖)2 (1 + 𝑖)𝑛−1 (1 + 𝑖)𝑛
1 − (1 + 𝑖)−𝑛
=[ ] (1 + 𝑖)
𝑖
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Do mesmo modo, o valor acumulado pelo somatório dos termos da renda no fim do último
periodo, também aumenta de igual modo, uma vez que cada termo da renda irá acumular
mais um periodo de juros; sofre ou beneficia de um periodo adicional de capitalização.
Representa-se por:
𝑆𝑛̈ ¬= 𝑆𝑛 ¬(1 + 𝑖) = 1[(1 + 𝑖)𝑛−1 + (1 + 𝑖)𝑛−2 +. . . +(1 + 𝑖) + 1](1 + 𝑖)
(1 + 𝑖)𝑛 − 1
=[ ] (1 + 𝑖)
𝑖
Do mesmo modo que nas rendas de termos normais, também nas rendas de termos
antecipados se verifica a relação entre o valor actual e o valor acumulado: E inversamente.
Exemplo:
1) Consideremos uma compra a prazo em 5 prestações mensais de 250,00 u.m., sendo a
1ª prestação dada como entrada e a taxa de juros de 3 % a.m./m.
Por definição, uma renda é diferida quando o início do seu primeiro periodo é posterior
ao momento actual, ou, como dizemos por simplificação, ao momento zero.
O número de periodos que decorre desde o momento actual (zero) até ao início do periodo
do primeiro termo é designado como o prazo de diferimento-t ou n
Deste modo, para calcular o valor actual de uma renda diferida de t ou n periodos, torna-
se necessário actualizar todos os termos de mais t ou n periodos do que uma renda
imediata.
Assim como as rendas imediatas, as rendas diferidas podem ser postecipadas e
antecipadas.
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O valor actual de uma renda diferida de k periodos e de termos normais, representa-se
pela expressão:
O valor acumulado no final do ultimo periodo da renda, ou seja, no final do periodo do
ultimo termo da renda, isto é, n+t, será exactamente igual ao valor acumulado por uma
renda imediata e de termos normais no final do periodo n, pelo que o algoritmo de cálculo
é exactamente o mesmo.
Exemplos:
1- “compre hoje em 3 x 150,00 e só comece a pagar daqui a 3 meses” ;
2- “deposite 200,00 u.m., durante 4 meses e avalie o montante após 3 meses o último
depósito”
Aplica-se, por analogia, o que descrito para a renda imediata e de termos antecipados.
Assim, o valor actual de uma renda diferida de t periodos e de termos antecipados,
representa-se pela expressão:
Tal como na modalidade anterior, o valor acumulado no final do último periodo da renda,
ou seja, no final do periodo n+t, será igual ao que resultaria de uma renda imediata de
termos antecipados no final do periodo n, pelo que o cálculo se efectua do mesmo modo.
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9. Sistemas de Amortizações
Sistemas de amortizações são formas de pagamentos de empréstimos onde as prestações
pagas correspondem aos juros e mais uma parcela de amortização do capital ou principal.
Amortização é um processo de extinção de uma dívida através de pagamentos periódicos,
que são realizados em função de um plano, de modo que cada prestação corresponde à
soma do reembolso do Capital ou do pagamento dos juros do saldo devedor, podendo ser
o reembolso de ambos, sendo que juros são sempre calculados sobre o saldo devedor!
Os principais sistemas de amortizações ou também considerados empréstimos “clássicos”
são:
3. Sistema de Pagamento único:
Um único pagamento no final.
4. Sistema de Pagamentos variáveis:
Vários pagamentos diferenciados.
5. Sistema de Amortização Americano (SAA):
Pagamento no final com juros calculados período à período.
6. Sistema de Amortização Constante (SAC):
A amortização da dívida é constante e igual em cada período.
7. Sistema Price ou Francês (PRICE) ou SAF:
Os pagamentos (prestações) são iguais.
8. Sistema de Amortização Misto (SAM):
Os pagamentos são as médias dos sistemas SAC e Price ou SAF.
9. Sistema Alemão:
Os juros são pagos antecipadamente com prestações iguais, excepto o primeiro
pagamento que corresponde aos juros cobrados no momento da operação.
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Objectivos:
▪ Reconhecer quando um financiamento é de curto, médio ou longo prazo;
▪ Reconhecer e compreender as várias modalidades de amortizar um
empréstimo;
▪ Compreender os conceitos de prestação, amortização de capital, juro,
período de carência, período de deferimento;
▪ Efectuar amortizações de empréstimo por meio do Sistema de
Amortização Francês (SAF); Sistema de Amortização Constante (SAC);
Sistema de Amortização Misto (SAM); e outros;
▪ Compreender que a essência do Sistema de Amortização Francês, seja na
sua “forma pura”, seja em qualquer uma das suas variantes, tem na base
conceitos relativos a rendas de termos constantes;
▪ Compreender qua a locação financeira é igualmente uma variante do
Sistema Francês.
▪ Calcular uma das variáveis relativamente a um empréstimo contraído em
qualquer sistema de amortização e suas variantes: prestação, amortização
de capital, juro, número de prestações, taxa de juro, capital em divida em
qualquer momento, divida amortizada em qualquer momento ou entre
quaisquer dois momentos, total de juros suportados, etc;
▪ Construir um quadro de serviço da dívida (planilha) ou uma tabela de
amortização dos Sistemas de Amortização mais utilizados.
Conceitos fundamentais
Um empréstimo é um contrato pelo qual uma das partes (o muatuante) cede a outra (o
mutuário) determinada quantia ou importância, ficando este utlimo obrigado a restituir
essa quantia, acrescida dos juros acordados, nas condições previamente estipuladas.
Como vimos atrás existem várias modalidades de amortização, entre elas os mias
interessantes de abordar são três: Sistema de Amortização Francês (SAF), Sistema de
Amortização Constante (SAC) e Sistema de Amortização Americano (SAA). Estes
sistemas apresentam as suas variantes à forma base ou “pura”.
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Capital em dívida é o valor devido em certo período, imediatamente após a realização do
pagamento relativo a este período.
Na óptica do mutuário, haverá sempre um ou mais fluxos positivos (inflows ou entradas)
– o capital que pediu emprestado – e poderá ter um ou mais fluxos negativos (outflows
ou saidas) – pagamentos que deverá efectuar para extinguir a divida e os juros suportados.
Logo, segundo os princípios da teoria financeira – matemática financeira, deve existir,
em qualquer momento, equivalência entre os fluxos positivos, por um lado, e os fluxos
negativos, por outro.
Terminologia e simbologia:
Podemos afirmar que neste fluxo assume-se que as prestações constituem uma renda
inteira, imediata de termos normais. Este é o formato do pressuposto que assentam as
formas “puras” das modalidades de amortizações que veremos.
Um recurso fundamental utilizado na análise de amortizações de empréstimos é chamado
o quadro de serviço da dívida ou quadro de amortização que permite e ajuda a visualizar
a situação.
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Utilizaremos um financiamento hipotético de 300.000,00 u.m., que será pago ao final de
5 periodos (meses ou anos) à taxa mensal de 4%.
Na sequência, será essencial o uso de tabelas consolidadas com os dados de cada
problema e com informações essênciais sobre o sistema de amortização. Em todas as
análises, utilizaremos a mesma tabela básica que está indicada abaixo, com os elementos
indicados:
Sistema de Amortização
n Juros Amortização do Pagamento Saldo devedor
Saldo devedor
0 300.000,00
1
2
3
4
5
Totais 300.000.00
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Sistema de Pagamento Único
O devedor paga o Montante = Capital + Juros compostos da dívida em um único
pagamento ao final de n=5 períodos. O Montante pode ser calculado pela fórmula:
𝑺 = 𝑪(𝟏 + 𝒊)𝒏
Sistema de Pagamento Único
n Juros Amortização do Pagamento Saldo devedor
Saldo devedor
0 300.000,00
1 12.000,00 312.000,00
2 12.480,00 324.480,00
3 12.979,20 337.459,20
4 13.498,37 350.957,57
5 14.038,30 300.000,00 364.995,87 0
Totais 64.995,87 300.000,00 364.995,87
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Sistema Pagamento Variáveis
Amortização do
n Juros Saldo Devedor Pagamento Saldo devedor
0 300,000.00
1 12,000.00 30,000.00 42,000.00 270,000.00
2 10,800.00 45,000.00 55,800.00 225,000.00
3 9,000.00 60,000.00 69,000.00 165,000.00
4 6,600.00 75,000.00 81,600.00 90,000.00
5 3,600.00 90,000.00 93,600.00 -
Totais 42,000.00 300,000.00 342,000.00
Sistema Americano
O devedor paga o Principal em um único pagamento no final e no final de cada período,
realiza o pagamento dos juros do Saldo devedor do período. No final dos 5 períodos, o
devedor paga também os juros do 5º período.
Sistema Americano
Amortização do
n Juros Saldo Devedor Pagamento Saldo devedor
0 0 0 0 300,000.00
1 12,000.00 12,000.00 300,000.00
2 12,000.00 12,000.00 300,000.00
3 12,000.00 12,000.00 300,000.00
4 12,000.00 12,000.00 300,000.00
5 12,000.00 300,000.00 312,000.00 -
Totais 60,000.00 300,000.00 360,000.00
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Sistema de Amortização Francês (SAF)
O devedor paga o valor do empréstimo em 5 prestações iguais e a uma taxa de 4% ao
periodo.
Principais Características
As principais características do Sistema de Amortização francês são:
• A prestação é constante durante todo o período do financiamento;
• A parcela de amortização aumenta a cada período (n);
• Os juros compensatórios diminuem a cada período (n);
Uma vez que em cada prestação é amortizada uma parte do capital em divida, é intuitivo
que o capital em divida vai diminuindo ao longo do tempo; logo, o juro também vai
diminuindo ao longo do tempo. Como as prestações, que são compostas por parcela de
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capital e juro, são constantes, é forçoso que a parcela relativa a amortização vá
aumentando (no pressuposto de que a taxa não sofra alteração).
+ An T T ... T T
+C0 -p -p ... -p -p
Como sabemos do estudo das rendas, 𝐴𝑛 ¬= 𝑇𝑎𝑛 ¬𝑖. Assim, o valor da prestação (p)
resulta da resolução da seguinte equação:
𝐶0 = 𝑝. 𝑎𝑛 ¬𝑖
Deve perceber-se que estamos na presença de uma equação de equivalência, neste caso
efectuada para o momento 0 (zero), entre todos os fluxos associados aos empréstimos:
os positivos, por um lado (neste caso Co) e os negativos, por outro (as n prestações).
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Exemplo 9.1:
Considere um empréstimo de 120.000,00 u.m., a amortizar em 6 prestações anuais
constantes e postecipadas, compostas por amortização e juro, à taxa anual de 7%.
a. Determine o valor de cada prestação.
b. Elabore o quadro de amortização relativo a este empréstimo.
Sequência seguida na elaboração do quadro de amortização:
Cálculo da prestação constante
𝐶0 = 𝑝. 𝑎𝑛 ¬𝑖
O cálculo da prestação (p) também pode ser obtido pela seguinte fórmula. O produto do
valor financiado C0 pelo coeficiente K dado pela fórmula.
𝑖(1 + 𝑖)𝑛
𝐾=
(1 + 𝑖)𝑛 − 1
4. No início de cada no, o capital em divida (Ck-1) é a diferença entre o capital
em divida no início do ano anterior (Ck-2) e o montante amortizado na
prestação paga no final do ano anterior (mk-1), isto é,
Ck-1 = Ck-2 - mk-1
5. O juro contido na k-esima prestação (jk) resulta da multiplicação do capital
em dívida no início do ano a que respeita essa prestação (Ck-1) pela taxa
de (i), isto é,
jk = Ck-1. i
6. Amortização da capital contida na k-esima prestação (mk) resulta da
diferença entre o valor da prestação (constante) (p) e o juro contido nessa
prestação (jk), isto é,
mk = p - jk
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Equivalência no momento 0:
Para que esta equivalência se verifique é necessario que:
𝐶0 = 𝑝. 𝑎𝑛 ¬𝑖
Equivalência no momento n:
Para que esta equivalência se verifique é necessario que:
𝐶0 (1 + 𝑖)𝑛 = 𝑝. 𝑆𝑛 ¬𝑖
Equivalência em qualquer outro momento (por exemplo, no momento 2) :
Para que esta equivalência se verifique é necessario que:
𝐶0 (1 + 𝑖)2 = 𝑝. 𝑆2 ¬𝑖 + 𝑝. 𝑎2 ¬𝑖
Continuando a observar o comportamento da liquidação do empréstimo, notaremos que
o capital em dívida no início de cada ano vai sendo cada vez menor, dado que em cada
ano é amortizada uma parte da dívida. É de esperar que o juro em cada ano vai sendo cada
vez menor. Entretanto, sendo as prestações relativas a amortização (“quota-capital”) vão
se tornando cada vez maiores, ou seja, teremos o seguinte esquema,
𝐶k-1 ↓ ⇒ j𝑘 ↓ ⇒ m𝑘 ↑
∑ 𝑚𝑘 = 𝐶0
𝑘−1
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Relacionados com as prestações
- Desdobramento de uma qualquer prestação em amortização e juro
Relacionados com os juros
- Total dos juros suportados com o empréstimo
- Total de juros suportados entre quaisquer duas prestações
Uma das caracteristicas mais interessante do Sistema Françês, que nos importa verificar
se prende com a forma com as amortizações de capital evoluem ao longo tempo.
Já observamos e mostramos que as amortizações vão crescendo à medida que o tempo
passa.
Generalizando:
Consideremos duas quaisquer prestações consecutivas, pk e pk+1. Como sabemos, pk =
mk + jk, ou seja
𝑝𝑘 = 𝑚𝑘 + 𝐶⏟𝑘−1 . 𝑖
𝑗𝑘
Como sabemos
𝐶𝑘 = 𝐶𝑘−1 − 𝑚𝑘
Ou seja
𝐶𝑘 + 𝑚𝑘 = 𝐶𝑘−1
𝑝𝑘 = 𝑚𝑘 + 𝐶𝑘 . 𝑖 + 𝑚𝑘 . 𝑖
Logo teremos:
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𝑚𝑘+1 + 𝐶𝑘 . 𝑖 = ⏟
⏟ 𝑚𝑘 + 𝐶𝑘 . 𝑖 + 𝑚𝑘 . 𝑖
𝑝𝑘+1 𝑝𝑘
Donde,
𝑚𝑘+1 = 𝑚𝑘 + 𝑚𝑘 . 𝑖
𝑚𝑘+1 = 𝑚𝑘 (1
Lei das Armortizações em+Sistema
𝑖) Francês
Generalizando,
𝑚𝑘 = 𝑚1 (1 + 𝑖)𝑘−1
Sabemos sobre o estudo das progessões geometricas, 𝑡𝑘 = 𝑡𝑗 . 𝑟 𝑘−𝑗 , podemos assim
obter qualquer valor das amortizações (𝑚𝑘 ), conhecida qualque outra (𝑚𝑗 ).
Assim, em Sistema Francês,
𝑚𝑘 = 𝑚𝑗 (1 + 𝑖)𝑘−𝑗
Vamos demonstrar que existe, em Sistema Francês “Puro”, uma relação interessante
entre a primeira amortização de capital (m1) e o montante do empréstimo (C0)
Como sabemos, a soma dos n amortizações é igual a C0 (montante do empréstimo).
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e
𝑚2 = 𝑚1 (1 + 𝑖)
𝑚3 = 𝑚2 (1 + 𝑖) = 𝑚1 (1 + 𝑖)2
𝑚4 = 𝑚3 (1 + 𝑖) = 𝑚1 (1 + 𝑖)3
. . . 𝑒𝑡𝑐. . .
𝑚𝑛 = 𝑚𝑛−1 (1 + 𝑖) = 𝑚1 (1 + 𝑖)𝑛−1
Daqui resulta que
𝐶0 = 𝑚1 + 𝑚1 (1 + 𝑖) + 𝑚1 (1 + 𝑖)𝑛−2 +. . . +𝑚1 (1 + 𝑖)𝑛−2 + 𝑚1 (1 + 𝑖)𝑛−1
𝐶0 = 𝑚1 . 𝑆𝑛 ¬𝑖
O mesmo é dizer que
𝐶0
𝑚1 = .
𝑆𝑛 ¬𝑖
9.1.1.4. Última Amortização de Capital
Igualmente queremos mostrar que em Sistema Francês, existe uma relação interessante
entre o valor da última prestação (constante p) e o valor da última amortização de
capital (mn).
pn = mn + jn,
𝑝𝑛 = 𝑚𝑛 +𝐶
⏟ 𝑛−1 . 𝑖
𝑗𝑛
Por outro lado, como já referido que é forçoso que a última amortização de capital seja
igual ao capital em divida no inicio do ultimo período.
𝐶𝑛−1 = 𝑚𝑛
Assim substituindo teremos:
𝑝
⏟𝑛 = 𝑚
⏟𝑛 +𝑚
⏟ 𝑛. 𝑖
ú𝑙𝑡𝑖𝑚𝑎 ú𝑙𝑡𝑖𝑚𝑎 ú𝑙𝑡𝑖𝑚𝑜
𝑝𝑟𝑒𝑠𝑡𝑎çã𝑜 𝑎𝑚𝑜𝑟𝑡𝑖𝑧. 𝑗𝑢𝑟𝑜
𝑐𝑎𝑝𝑖𝑡𝑎𝑙
Ou seja,
𝑝𝑛 = 𝑚𝑛 (1 + 𝑖)
Assim,
𝑚𝑛 = 𝑝𝑛 (1 + 𝑖)−1
Pelo facto de em Sistema Francês, p1 = p2 = p3 = ... = pn, podemos então exprimir a
expressão da ultima amortização (mn) em função da prestação constante (p):
𝑚𝑛 = 𝑝𝑛 (1 + 𝑖)−1
Exemplo 9.2
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Um empréstimo no valor de 300.000,00 u.m., amortizado pelo Sistema Francês “Puro”
com n = 6; i = 4% e a prestação p = 12.000,00 u.m., pretende-se que calcule o valor da
amortização de capital contida na
a. Primeira prestação
b. Última prestação
c. Quarta prestação
O cálculo do capital em dívida num determinado momento é muito simples, sendo a sua
determinação fundamental, por exemplo, quando algumas condições do empréstimo se
alteram (a taxa de juro e ou o número de prestações). Nestes casos recorremos apenas ao
conceito da equivalência de capitais, facilmente se verifica que o capital em dívida num
determinado momento poderá ser obtido de duas maneiras:
1. Actualizar para esse momento todas as prestações vincendas (isto é, ainda não
pagas); ou
2. Capitalizar para esse momento o valor do empréstimo e subtraindo-lhe o valor
também capitalizado para o mesmo momento, de todas as prestaçãoes vencidas
(já pagas).
Se pretendermos conhecer o capital em dívida imediatamente após o pagamento da k-
esima
prestação (Ck). De acordo com a primeira abordagem (actualização de todas as
prestações vincendas para o momento k), uma vez que há (n-k) prestações ainda por
pagar, temos:
...... k prestações já pagas ...... Ck
+C0 -p -p . . . -p -p ... -p
𝐶
⏟𝑘 = 𝑝. 𝑎𝑛−𝑘 ¬𝑖
⏟
Capital em 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟𝑑𝑎𝑠(𝑛−𝑘)𝑝𝑟𝑒𝑠𝑡𝑎çõ𝑒𝑠
dívida no momento k 𝑎𝑖𝑛𝑑𝑎 não pagas reportado
ao momento k
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𝐶
⏟𝑘 = 𝐶0 (1 + 𝑖)𝑘
⏟ − 𝑝. 𝑠𝑘 ¬𝑖
⏟
Capital em 𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 do empréstimo 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑑𝑎𝑠 k 𝑝𝑟𝑒𝑠𝑡𝑎çõ𝑒𝑠
dívida no momento k (divida inicial) reportado já pagas reportado
ao momento k. ao momento k
Uma vez obtido o capital em divida num dado momento, é imediato o cálculo da dívida
já amortizada nesse momento. De facto, basta subtrair esse valor (o capital em dívida no
momento desejado) ao montante do empréstimo, ou seja, a dívida amoratizada num dado
momento, k, pode ser obtida fazendo simplesmente Co – Ck.
No que diz respeito a quota de juro, já sabemos que o juro contido na primeira prestação
é dado por j1 = C0.i; o juro contido em qualquer outra prestação, pk, é dado por jk = Ck-
1*i, sendo Ck-1 o capital em dívida imediatamente após o pagamento da prestação número
(k-1), que também já sabemos calcular de dois modos diferentes. Compreende-se, pois,
que há várias formas de calcular a amortização de capital ou juro contido em qualquer
prestação.
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Exemplo 9.4:
Considere um empréstimo de 120.000,00 u.m., a amortizar em 6 prestações anuais
constantes e postecipadas, compostas por amortização e juro, à taxa anual de 7%. O que
se pretende agora é desdobrar a 4ª prestação em amortização e juro.
O total dos juros suportados num empréstimo resulta com sabemos, da diferença entre a
soma de todas as restações e o montante do empréstimo, ou seja,
𝑘 𝑘 𝑘
∑ 𝑗𝑖 = ∑ 𝑝𝑖 − ∑ 𝑚𝑖
𝑖=𝑗 𝑖=𝑗 𝑖=𝑗
Exemplo 9.5
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Considere um empréstimo de 50.000,00 u.m., contraído em Sistema Francês, a amortizar
em 5 prestações anuais postecipadas à taxa anual de 8%, após um prazo de carência de 3
anos. Determine o valor de cada prestação e decomponha a prestação paga no final do 6º
ano em amortização de capital e juro.
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amortizção constante e por outra, que é o juro, calculado sobre o capital em divida
imediatamente anterior (logicamente vai diminuindo ao longo do tempo).
Esquematicamente:
+C0 -p1 -p2 ... –pn-1 -pn
0 1 2 ... n-1 n
Cada prestação (p1, p2, ... pn) contém duas parcelas: uma constante, relativa a amortização
de capital (m) e outra, variável (entenda-se decrescente), relativa a juro (j1, j2, ..., jn).
Assim podemos representar esta situação do seguinte modo:
-m -m -m -m
+C0 -j1 -j2 ... –jn-1 -jn
0 1 2 ... n-1 n
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Desta forma, o cálcuo do capital em dívida em qualquer momento, k, ou seja, Ck, é muito
simples – basta recorrer à expressão do termo geral de uma progressão aritmética: Tk =
Tj + (k-j) * r.
Assim, vem
𝐶𝑘 = 𝐶𝑗 + (𝑘 − 𝑗)(−𝑚)
𝐶𝑘 = 𝐶𝑗 − (𝑘 − 𝑗)𝑚
Partindo de C0, por exemplo, temos
𝐶𝑘 = 𝐶0 − 𝑘𝑚
Temos outra forma de obter o capital em dívida em qualquer momento, mais simples e
intuitiva.
No momento k (isto é, imediatamente após o pagamento da k-esima prestação), estão
ainda por pagar (n-k) prestações. Ora, em cada uma delas é amortizado o valor de m.
Então, intuitivo que o capital em dívida nesse momento seja
𝐶𝑘 = (𝑛 − 𝑘)𝑚
• 1º termo p1 = m + j1
• Número de termos: n
• Razão: r = -mi
Assim é fácil calcular qualquer prestação a partir de qualquer outra – basta recorrer à
expressão do termo geral de uma progressão aritmética que será a seguinte:
𝑝𝑘 = 𝑝𝑗 + (𝑘 − 𝑗)(−𝑚𝑖)
𝑝𝑘 = 𝑝𝑗 − (𝑘 − 𝑗)𝑚𝑖
Considerando a primeira prestação teremos a expressão:
𝑝𝑘 = 𝑝1 − (𝑘 − 𝑗)𝑚𝑖
Os juros evoluem segundo uma progressão aritmética, pelo que é fácil determinar o total
de juros suportados num empréstimo contraído em Sistema de Amortizações Constantes.
Como sabemos, a soma dos n termos de uma progressão aritmética é dada por:
𝑡1 + 𝑡𝑛
𝑆𝑃𝐴 = 𝑛
2
No caso Sistema de Armotizações Constantes,
𝑡1 = 𝑗1 = 𝐶0 ∗ 𝑖
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e
𝑡𝑛 = 𝑗𝑛 = 𝑚 ∗ 𝑖
Esquematicamente, temos:
-C0
+C0 -j1= -C0i -j2= -C0i . . . –jn-1= -C0i –jn = -Co.i
0 1 2 ... n-1 n
O facto de ter que desembolsar de uma só vez, no final do prazo, uma quantia tão elevada,
pode constituir um inconveniente para o mutuário.
Para minimizar este inconveniente, ele pode “preparar” essa quantia, constituindo ao
longo do prazo do empréstimo um “fundo de amortização” (“sinking fund”). Trata-se de
uma “poupança” que, na sua forma pura, consiste em efectuar “n” depositos constantes
(digamos, no valor de m unidades monetárias cada) coincidentes com os periodos de
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pagamentos de juros devidos com o proposito de gerar o montante Co no final do prazo e
em regime de juro composto a taxa passiva anual (inferior a taxa activa i) o valor
acumulado dai resultante seja Co.
Esquematicamente:
+C0
-m -m ... –m -m
0 1 2 ... n-1 n
𝐶0
𝑚=
𝑠𝑛 ¬𝑡
Assim, o mutuário tem que suportar anualmente
𝐶0 ∗ 𝑖 + 𝑚
Desta forma consgue minimizar o maior incoveniente do Sistema Americano “Puro”, que
´e o facto de exigir, num momento preciso (o final do prazo do empréstimo), um grande
esforço financeiro ao mutuário.
Caso exista assincronismo entre a taxa de juros, e a periodicidade do pagamento dos juros,
dever-se-a fazer ajustamentos convertendo adequadamente a taxa de juro à periodicidade
dos juros ou das entregas para o fundo.
Exemplo 9.7.
Consideremos um empréstimo de 30.000,00 u.m., contraído em sistema americano
“puro”, durante 5 anos, com pagamento anual e postecipado de juros à taxa anual de 5%.
Pretende-se que:
a) Represente esquematicamente o serviço da dívida relativo a este empréstimo.
b) Diga que valor deve ser canalizado anual e postecipadamente para um fundo
de amortização cujo objectivo é fazer face ao montante necessário para
amortizar a dívida no final do prazo, se o mesmo for remunerado à taxa anual
de 2%
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9.3.1. Sistema de amortizações americano com juros
pagos “À cabeça”
Pode acontecer que, em vez de serem pagos periodicamente, como acontece no Sistema
Americano “Puro”, os juros sejam pagos de uma só vez, “à cabeça”, isto é, no momento
em que o empréstimo é contraído (valor que representaremos por Jto). Nesta situação
temos esquematicamente.
+ C0 - C0
-Jto
0 1 2 ... n-1 n
Podemos obter o valor de Jto por duas vias:
1. Como habitualmente, estabelecendo uma equivalência entre todos os fluxos
positivos, por um lado e todos os fluxos negativos, por outro, num dado momento
– por exemplo, no momento 0. Assim o valor dos juros a pagar no momento 0
deverá ser Jto tal que.
𝐶0 = 𝐽𝑡0 + 𝐶0 (1 + 𝑖)−𝑛
(Equivalência de capitais efectuada no momento 0)
ou
2. Uma vez que, nesta situação, em vez de os juros serem pagos periodica e
postecipadamente, são pagos, na sua totalidade, no momento 0, então as duas
hipóteses têm que ser equivalentes. Como sabemos no sistema Americano “Puro”
os juros são constantes ao longo de todo prazo do prazo do empréstimo
(admitindo, que não há alteração da taxa de juro).
Esquematicamente:
+C0 - C0
-J -J ... –J -J
0 1 2 ... n-1 n
Então, se se prentender pagar a totalidade dos juros devidos no momento 0, esse valor
deverá ser Jt0, tal que seja equivalente à soma dos valores actualizados à taxa i, para esse
momento, de todos os juros periódicos, os quais constituem uma renda imediata de termos
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constantes (no valor de j unidades monetária) e normais. Ora como sabemos, valor actual
(entenda-se, na origem) de uma renda termos constantes é dado por
𝐴𝑛 ¬= 𝑝. 𝑎𝑛 ¬𝑖
Neste caso, fica
𝐽𝑡0 = 𝑗. 𝑎𝑛 ¬𝑖
0 1 2 ... n-1 n
Igualmente podemos seguir dois caminhos para este método para obtenção do valor Jtn.
1. Como habitualmente, estabelecendo uma equivalência entre todos os fluxos
postivos, por um lado e todos os fluxo negativos, por outro, num dado momento:
𝐶0 = 𝐽𝑡𝑛 (1 + 𝑖)−𝑛 + 𝐶0 (1 + 𝑖)−𝑛
ou
𝐶0 (1 + 𝑖)𝑛 = 𝐽𝑡𝑛 + 𝐶0
2. Uma vez que, nesta situação, em vez de os juros serem pagos periódica e
postecipadamente, são pagos, na sua toalidade, no momento n, então as duas
hipóteses têm que ser equivalentes. Como sabemos, no Sistema Americano
“Puro” os juros são constantes ao longo do todo o prazo do empréstimo
(admitindo, que não há alteração da taxa de juro).
Esquematicamente:
+C0 - C0
-J -J ... –J -J
0 1 2 ... n-1 n
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𝑆𝑛 ¬= 𝑝. 𝑠𝑛 ¬𝑖
Neste caso, fica
𝐽𝑡𝑛 = 𝑗. 𝑠𝑛 ¬𝑖
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