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TÓPICOS DA SEGUNDA FREQUÊNCIA

1. A obra sobre a mente de Frei José Mayne: A Dissertação sobre a Alma Racional (1778).

– A equação filosófica do problema da alma no século XVIII. A importância


filosófica do tema e os riscos que existem, segundo o autor, de não o estudar.

– Os adversários filosóficos de Mayne: o empirismo inglês, o Idealismo de Berkeley


e os Materialistas Antigos e Modernos. A evidência da mente consciente a si mesma.

– As formas de argumentação a que recorre Mayne, incluindo a contrafactual.

– O modelo agónico da mente humana.

– O tema quase herético da Anima Mundi.

– A hipótese do autómato. O paralelismo alma-corpos, em antecipação do


paralelismo psicossomático e do psiconeuronal.

– Os argumentos que demonstram a existência e a autonomia do mundo exterior, a


aposta de Mayne e sua comparação com o pari de Pascal.

– A questão das outras mentes e a questão da senciência dos animais.

2. Informação biográfica e intelectual sobre os autores do século XIX, especialmente


criativo. Datas relevantes das vidas dos autores, obras mais significativas, movimentos
filosóficos a que se ligaram, propostas filosóficas, educacionais e intelectuais que
defenderam, etc. Recomenda-se a realização de uma ficha para cada um destes autores.

– Os autores em que a historiografia filosófica se revê, principalmente: Silvestre


Pinheiro Ferreira, Antero de Quental, Teófilo Braga e Sampaio Bruno.

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– Os autores filosóficos “esquecidos”, como José Agostinho de Macedo, Rodrigo
Ferreira da Costa, Marceliano Ribeiro de Mendonça, Manuel Ferreira Deusdado, etc.

– Os movimentos filosóficos do século XIX e do grande século XIX (i.e. 1789-


1914). Por analogia, os movimentos filosóficos mais importantes do Portugal oitocentista.
O contexto histórico: fim do Pombalismo, reforma da Universidade, Invasões Francesas,
Protectorado Inglês, Guerra Civil, Liberalismo, Ultimato Inglês e Mapa Cor-de-Rosa, início
do Republicanismo, etc.

– O vanguardismo e o conservadorismo do pensamento português. Recordar os


autores conservadores, reaccionários ou contra-revolucionários (Marquês de Penalva, José
Agostinho de Macedo, D. Francisco Alexandre Lobo, José Acúrsio das Neves, Joaquim de
Santo Agostinho Brito França Galvão, Fr. Fortunato de S. Boaventura, Visconde de
Santarém, José da Gama e Castro, António Ribeiro Saraiva, D. António de Almeida,
António Joaquim de Gouveia Pinto, Faustino José da Madre de Deus, etc.). Recomenda-se
a realização de uma ficha biográfica e intelectual sobre cada um destes autores.

– Estudos de referência aconselhados a este respeito: Pedro Calafate, Fernando


Campos, Dicionário Crítico de Filosofia Portuguesa (coord. Maria de Lourdes Sirgado
Ganho), Dicionário de Filosofia Portuguesa (Pinharanda Gomes), enciclopédias, etc.

3. Estudo do pensamento filosófico de Antero de Quental. O significado de uma obra vasta


de natureza cívica, literária e intelectual.

– As polémicas e os movimentos culturais em que Antero pontificou: Bom Senso e


Bom Gosto, Conferências do Casino, Geração de 70, etc. Descrever o que estava em causa
em cada uma delas e quem participou nelas.

4. Estudo do ensaio anteriano Tendências Gerais da Filosofia na segunda metade do


Século XIX. Aspectos relevantes: a reflexão sobre a essência da filosofia; as noções

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metafísicas latentes na ciência e na cultura de uma sociedade; a importância para
Oitocentos das noções de desenvolvimento, de evolução e de inconsciente; as relações entre
ciência e filosofia; a centralidade da problemática da alma e do eu consciente; a crise do
pensamento moderno; a relevância da noção de ideal; a procura de sentido; o desespero do
pensamento de Antero; a História como teatro da liberdade; a espiritualização e santificação
do universo.

5. O ensaio de Antero de Quental A Filosofia da Natureza dos Naturalistas.

– A relação entre as ciências da natureza e as questões metafísicas perenes.

– ponto de vista de Antero a respeito da Teoria da Evolução e do Monismo


oitocentista (nomeadamente da obra de Ernst Haeckel e dos seus divulgadores). O que está
em causa no Monismo criticado por Antero? O que ele propõe em alternativa?

6. As outras vertentes da obra intelectual de Antero, como a poesia marcadamente


filosófica (por exemplo, o soneto sobre o Palácio da Ventura).

7. A filosofia da História de Antero; o caso português. O contexto das Conferências


do Casino. O ensaio Causas da Decadência dos Povos Peninsulares nos Últimos Três
Séculos.

– O que está em causa no ensaio? Como interpreta Antero a história lusitana e


ibérica? Quais são as ideias dominantes que ele vê em acção nos muitos séculos de história
portuguesa? Sublinhando a alegada “decadência” oitocentista, que factores são invocados
para a explicar? A comparação com os povos industrializados do Norte será correcta? A
leitura de Antero valoriza mais as instituições, os indivíduos, as correntes de ideias ou
algum outro factor?

8. Características gerais do movimento da Filosofia Positiva e a recepção do


Positivismo em Portugal. O Positivismo de Teófilo Braga, Teixeira Bastos e de Júlio de

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Matos, entre outros. O papel das revistas Era Nova: Revista do Movimento Contemporâneo
e O Positivismo.

– Caracterizar a hegemonia do Positivismo: teses principais (os lemas Ordem e


Trabalho e Ordem e Progresso, a Lei dos Três Estados, Reorganização da Sociedade, a
enciclopédia dos saberes científicos, a noção de facto positivo, projecto de transformação
do Homem); autores determinantes em Portugal, desde 1850; informação biográfica e
intelectual sobre Auguste Comte, traduções portuguesas de Comte; reacção e contestação
do Positivismo (Manuel E. Mota Veiga, Joaquim Alves da Hora, Neotomismo, José Maria
Rodrigues, Padre Sena Freitas, Carlos Caldeira, Alfredo Pimenta, Sampaio Bruno, J.M. da
Cunha Seixas, mais recentemente, Leonardo Coimbra e Álvaro Ribeiro).

– Leitura recomendada: “Positivismo”, in Pinharanda Gomes, Dicionário de


Filosofia Portuguesa.

– Ver online a revista Era Nova, e ler os pequenos artigos sobre o Positivismo.

http://hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/Periodicos/EraNova/EraNova.htm

Alguns artigos são especialmente relevantes, nomeadamente os de Julio de Mattos,


“Os inimigos da philosophia positiva” e “Augusto Comte”; e os de Teixeira Bastos, “Acção
definitiva da philosophia positiva”, e “Considerações gerais sobre a philosophia positiva”.

9. Trabalho individual registado.

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