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Segurança do trabalho

Documentos: tipos, características,


preenchimento e arquivamento em meios
físico e eletrônico
Introdução

Dentro do contexto da segurança e saúde ocupacional, existem alguns


processos burocráticos que envolvem a construção, arquivamento e análise de
documentos importantes, geralmente, tendo seus objetivos dispostos ao atendimento
de demandas fiscalizatórias, administrativas e de cunho prevencionista,
principalmente, no que se refere aos dados estatísticos.

Esses documentos têm importância fundamental para a manutenção da


segurança e qualidade de vida no ambiente de trabalho das empresas, bem como
servindo de suporte de dados aos empregadores e órgãos governamentais.

Lembre-se que existem inúmeros documentos e processos burocráticos dentro das


normas regulamentadoras, porém, buscamos trazer os mais frequentemente
utilizados no exercício das atividades de profissionais de TST(técnico em segurança
do trabalho).

A partir da última atualização da Norma Regulamentadora (NR) 1, os


documentos previstos nas NRs podem ser emitidos por meio digital e armazenados
neste com certificado digital emitido no âmbito da Infraestrutura de Chaves Públicas

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Brasileira (ICP-Brasil), normatizada por lei específica. Isso significa que todos os
documentos com previsibilidade dentro das NRs podem ser digitalizados conforme
estabelecido na NR-1.

Alguns documentos deverão ser digitalizados obrigatoriamente segundo prazos


estabelecidos para digitalização dos documentos:

Cinco anos para microempresas e microempreendedor individual

Três anos para empresas de pequeno porte

Dois anos para as demais empresas

Optando pela guarda em papel, os documentos originais devem ser


armazenados, e não as cópias, no espaço físico. Porém, tais documentos, após o
encerramento dos prazos, já devem estar digitalizados.

Os documentos com digitalização obrigatória são: os arquivos referentes ao


Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA), ao Programa de Controle
Médico e de Saúde Ocupacional (PCMSO), ao Programa de Gestão de Riscos
(PGR), ao Programa de Condições do Meio Ambiente de Trabalho na Indústria de
Construção (PCMAT) e ao Programa de Proteção Respiratória (PPR); o Plano de
Proteção Radiológica (PPR); o Plano de Prevenção e Combate a Incêndio (PPCI); o
Plano de Prevenção de Riscos com Acidentes com Materiais Perfurocortantes
(PPRAMP); a Análise Ergonômica do Trabalho (AET); o Laudo Técnico das
Condições Ambientais do Trabalho (LTCAT); o perfil profissional previdenciário
(PPP); o atestado de saúde ocupacional (ASO); e os certificados de treinamentos.

Esses documentos, após o prazo estabelecido, deverão obrigatoriamente estar


armazenados na forma digital, sendo necessário o armazenamento físico apenas
dos documentos que já estavam armazenados na forma física.

Isso significa que todos os documentos físicos, como LTCAT, PCMAT, AET,
PPCI, PPP, ASO, PPR, PCMSO e PPRA, que já foram produzidos na empresa com
assinatura manual e ainda estão com a guarda estabelecida como necessária pela

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legislação anterior serão digitalizados de acordo com os prazos vinculados de cinco


anos, três anos ou dois anos, dependendo do tamanho. Porém, os documentos
físicos deverão ficar armazenados, considerando que somente a partir de 2021 os
documentos novos poderão ficar apenas na forma digitalizada dentro da empresa.

Além de evitar o espaço ocupado por papéis, a digitalização é uma medida


tecnológica fundamental e ambientalmente amigável, sendo uma das grandes
melhorias apreciadas por todas as instituições participantes da comissão tripartite
que aprovou a atualização da NR-1.

O fluxograma a seguir detalha as informações referentes à digitalização


necessária:

Figura 1 – Fluxograma de digitalizações necessárias

O processo de digitalização deve ser realizado visando a manter a integridade, a


autenticidade e, se necessário, a confidencialidade do documento digital, com o
emprego de certificado digital emitido no âmbito da ICP-Brasil.

A ICP-Brasil é uma cadeia hierárquica de confiança que viabiliza a emissão de


certificados digitais para identificação virtual do cidadão.

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O modelo adotado pelo Brasil foi o de certificação com raiz única, sendo que o
ITI (Instituto Nacional de Tecnologia da Informação), além de desempenhar o papel
de Autoridade Certificadora Raiz (AC-Raiz), também tem o papel de credenciar e
descredenciar os demais participantes da cadeia, supervisionar os processos e fazer
a auditoria destes.

O empregador deve garantir a preservação de todos os documentos nato


digitais ou digitalizados adotando procedimentos e tecnologias que permitam
verificar, a qualquer tempo, a validade jurídica dos arquivos em todo o território
nacional, garantindo permanentemente a autenticidade, a integridade, a
disponibilidade, a rastreabilidade, a irretratabilidade, a privacidade e a
interoperabilidade dos documentos.

Autenticidade

É uma característica do que é genuíno, verdadeiro.

Integridade

Significa que é irrepreensível na conduta, honesto e íntegro.

Disponibilidade

É a qualidade de quem se acha aberto para receber auditorias externas,


conselhos, novas ideias etc.

Rastreabilidade

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Significa que é fácil de ser achado.

Irretratabilidade

Significa que não pode ser desfeito nem revogado.

Privacidade

Quando necessário, significa que não pode ser divulgado para conhecimento
de outras pessoas, pois pode ter um dono específico, como é o caso do ASO.

Interoperabilidade

É a capacidade de um sistema (informatizado ou não) de se comunicar de


forma transparente (ou o mais próximo disso) com outro sistema (semelhante ou
não).

A tecnologia adotada (certificada e autorizada) de digitalização deverá atender


às necessidades de busca e rastreamento. Algumas informações requerem
confidencialidade, como o nome dos trabalhadores e os seus exames. Por exemplo,
o único trabalhador que pode ter acesso ao ASO é o médico do trabalho, além, claro,
do próprio trabalhador, devido à confidencialidade exigida dos exames.

O empregador deve garantir para a inspeção do trabalho amplo e irrestrito


acesso a todos os documentos digitalizados ou nato digitais. Isso significa que,
sempre que houver fiscalização dos auditores do trabalho, os documentos devem
ser oferecidos aos fiscais para que eles executem o processo de auditoria. Auditores
fiscais têm fé pública e, por isso, podem ter acesso a qualquer documento privado e
confidencial da empresa.

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Para os documentos que devem estar à disposição dos trabalhadores ou dos seus
representantes, a organização deverá prover meios de acesso às informações de
modo a atender aos objetivos da norma específica. O PGR, por exemplo, é um
documento ao qual, na forma eletrônica, todos os trabalhadores poderão ter acesso.

Ao longo deste material, você conhecerá um pouco mais documentos como o


ASO, os recibos de entrega de equipamentos de proteção individual (EPIs), os
registros de capacitações, o comunicado de acidente de trabalho (CAT), os laudos
de monitoramento ou LTCAT, os laudos de calibração de equipamentos, os
formulários de investigação de acidentes, as atas de reuniões da CIPA (Comissão
Interna de Prevenção de Acidentes). Também verá as formas de arquivamento
desses documentos e a necessidade ou não de digitalização deles.

Atestado de saúde ocupacional (ASO)

É um documento médico que trata da avaliação de saúde dos trabalhadores e,


além da determinação de seu estado geral, tem o objetivo de afirmar a aptidão ou
não para que exerça sua atividade laboral.

Esse documento tem sua regulamentação por meio da NR-7, PCMSO.

De acordo com o item 7.5.19 da nova NR-7, para cada exame clínico
ocupacional realizado, o médico emitirá um ASO, que deve ser comprovadamente
disponibilizado ao empregado e fornecido em meio físico quando solicitado. Isso
significa que o arquivamento deve ser digital obrigatoriamente, mas, quando
solicitado, o empregador deve emitir esse documento de forma física.

O ASO deve ser arquivado na empresa por um período de 20 anos após o


desligamento do trabalhador, exceto quando previsto outro tempo de guarda. Esses
arquivamentos são necessários para que a empresa possa elaborar uma defesa

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para casos de indenização se o trabalhador desenvolver alguma doença ocupacional


no período de 20 anos após o seu desligamento. Por isso – e para que o processo
tenha clareza –, a norma estabelece o prazo de 20 anos após o desligamento do
colaborador.

Conteúdo do ASO

Uma exigência da NR-7 é que todo ASO contenha no mínimo o seguinte


conteúdo:

Razão social e CNPJ ou Cadastro de Atividade Econômica da Pessoa


Física (CAEPF) da organização

Dados do empregado como nome completo, número do CPF e sua


função

Descrição dos perigos/fatores de risco identificados e classificados no


Programa de Gerenciamento de Riscos que necessitam de controle
médico, como previsto pela NR-7, ou em caso de ausência, a indicação
explícita

Indicação e data da realização dos exames ocupacionais clínicos e


complementares a que foi submetido o empregado

Indicação da condição do empregado como inapto ou apto para a


função

Nome e número de registro profissional do médico responsável pelo


PCMSO, quando existente

Data, número de registro profissional e assinatura do médico que


realizou o exame clínico

Todos os dados obtidos nos exames médicos devem ter seu registro no prontuário
clínico individual sob responsabilidade do médico coordenador do PCMSO.

Observe as circunstâncias em que o ASO é necessário:

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Nos exames admissionais

Nos exames periódicos

Exames de retorno ao trabalho

Mudança de risco ocupacional

Exame demissional

Conforme legislação, o ASO se faz obrigatório a todos os empregadores e/ou


instituições que admitam trabalhadores, como empregados pelo regime da CLT
(consolidação das leis do trabalho), lembrando também, que quaisquer custos
gerados por exames ou atestados devem ficar a cargo do empregador.

Recibo de entrega de EPI

O recibo de entrega de EPI é um documento necessário no momento em que o


trabalhador recebe seu equipamento, devendo ter algumas informações importantes
em seu conteúdo:

Nome da empresa

Nome do funcionário

Número registro do funcionário

Setor

Função

Data da entrega do EPI

Descrição EPI

Número CA

Data do recebimento

Assinatura do empregado

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Além dessas informações, é importante também fazer constar um termo de


responsabilidade com a sugestão dos seguintes conteúdos:

Declaro que tenho responsabilidade sobre


a guarda e conservação dos equipamentos de
proteção individual recebidos por mim e
indicados nesta ficha, bem como proceder com a
devolução integral ou parcial no momento de
qualquer solicitação.

Caso haja dano ou extravio dos


equipamentos de proteção individual sob minha
responsabilidade, estarei ciente de que poderá
haver desconto do valor do item diretamente do
salário percebido, conforme legislação em vigor
(artigo 158 – CLT).

A não utilização de qualquer EPI evidencia


ato faltoso e passível de ações legais, conforme
CLT, capítulo V, seção I, artigo 158.

Além da entrega, declaro ter recebido


treinamento adequado a respeito de todos os
itens recebidos e descritos acima.

O prazo para arquivamento da ficha de entrega de EPIs é indeterminado dentro


da nossa legislação. Um colaborador que se desliga da empresa hoje pode vir a
solicitar o documento LTCAT como comprovação daqui a 20 anos, quando for se
aposentar na modalidade de aposentadoria especial, a fim de comprovar período em

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atividade especial. Como no LTCAT há a descrição dos fatores de risco em que


existe exposição por parte dos trabalhadores e também a descrição dos EPIs
utilizados para tais fatores de risco, uma boa prática de gestão dos documentos é
anexar as fichas de entrega de EPIs junto ao LTCAT do funcionário, utilizando o
mesmo critério de 20 anos.

O prazo de arquivamento da ficha de entrega de EPIs é de 20 anos, e não de 20


anos após o desligamento do trabalhador, como no caso do ASO.

Segundo a Portaria n.º 211/2019, o registro de entrega de EPIs não é


obrigatório no armazenamento digital, ou seja, pode-se optar tanto pelo
armazenamento digital quanto pelo físico. A própria NR-6 determina que o
arquivamento das fichas de EPIs pode ser realizado em livros ou fichas eletrônicas.

A NR-1 prevê que qualquer documento estabelecido nas NRs pode ser
digitalizado, o que significa que a ficha de entrega de EPIs também pode estar no
formato digital caso a empresa opte por essa opção.

Registro de capacitação e treinamento

Os registros de capacitação e treinamentos dizem respeito aqueles que para o


exercício de atividade de trabalho específica se fará necessário mediante
atendimento as normas legais, como por exemplo, das atividades em altura,
atividades exercidas em espaço confinado, atividades realizadas em redes
energizadas etc.

Os certificados serão emitidos sempre no término das capacitações ou


treinamentos, contendo:

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Nome e assinatura do trabalhador

Conteúdo programático

Carga horária

Data e local

Nome e qualificação dos instrutores

Técnico pelo treinamento

Os registros de capacitação precisam obrigatoriamente ser digitalizados, de


acordo com a Portaria n.º 211/2019. O certificado deve ser entregue ao trabalhador
no formato físico, e uma cópia deve ser arquivada na empresa no formato digital.

O prazo de guarda da cópia do certificado não é determinado em nenhuma


norma, porém a lógica é a de que o treinamento tenha uma validade específica, bem
como intervalos de períodos em que devam ser realizadas reciclagens. Após expirar
o prazo de validade do treinamento, não há mais a necessidade de manter o
documento arquivado na empresa.

CAT – Comunicado de acidente de trabalho

Trata-se de um documento emitido pela empresa para registro da informação


de um acidente de trabalho ou trajeto.

O prazo de guarda desse documento é de cinco anos. O CAT é realizado de


forma eletrônica e é um documento com registro eletrônico vinculado ao próprio
INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). Isso significa que os órgãos
fiscalizadores sempre terão acesso aos acidentes de trabalho dentro da empresa.

O CAT é um dos principais documentos para os auditores fiscais do trabalho.


Em caso de acidentes graves, com afastamento acima de 20 dias, em que o INSS
assumirá as responsabilidades financeiras do funcionário, os auditores são

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informados da situação e podem ir imediatamente à empresa para verificar a


situação que resultou no acidente. Então, o técnico em segurança do trabalho
sempre deve ter um cuidado rigoroso quanto às causas dos acidentes.

O CAT deve ser feita para fins informativos junto à previdência social,
mesmo na ocorrência de acidente sem afastamento das atividades, até
o primeiro dia útil seguinte a ocorrência (prazo legal).

O CAT deve ser emitida imediatamente em caso de morte (prazo legal).

A não realização do CAT pela empresa dentro do prazo legal acarretará


em multa, de acordo com os artigos 286 e 336 do Decreto n.º
3.048/1999.

CAT inicial

Comunicado destinado para informar os acidentes típicos, de trajeto, doença


profissional, do trabalho ou morte imediata.

CAT de reabertura

No caso de ocorrência de casos de afastamento por piora de lesão de acidente


de trabalho ou doença profissional.

Nessa comunicação, constarão as mesmas informações da ocasião do


acidente. As informações, como último dia de trabalho, atestado e emissão deverão
ser relativos a data da reabertura.

CAT de comunicação de óbito

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Esta comunicação deve ser formalizada apenas para casos de óbito decorrente
de acidente ou doença profissional, ou do trabalho após o registro do CAT inicial. As
informações, como último dia de trabalho, atestado e emissão deverão ser relativos
a data da reabertura.

Laudos de monitoramento – LTCAT

O LTCAT é um documento regulamentado pela previdência social, que fornece


informações técnicas sobre condições ambientais de trabalho, sendo um item
obrigatório para todas as empresas que admitem trabalhadores como empregados.

Não podemos dizer que o LTCAT é um programa ou documento que tem o


objetivo de eliminar ou minimizar qualquer tipo de risco, e sim um documento técnico
que irá comprovar que o trabalhador encontra-se exposto a uma série de riscos no
decorrer de sua permanência na empresa. O documento deve ser utilizado em prol
do funcionário, sendo determinada, por exemplo, a necessidade ou não de
pagamento de adicionais (insalubridade ou periculosidade) ou até mesmo a
aposentadoria especial concedida pelo INSS.

É importante dizer que não há validade para o LTCAT, porém, ele deve ser
atualizado sempre que necessário, por exemplo, quando ocorrer alterações no
ambiente de trabalho ou processos, deve estar permanentemente disponível para
consulta na empresa.

O LTCAT é de responsabilidade do engenheiro de segurança do trabalho. Ainda


assim, o técnico em segurança do trabalho pode utilizar os dados da medição do
LTCAT para elaborar o PGR.

Como o LTCAT é um documento acumulativo, sempre que houver uma


mudança de função do trabalhador, o documento deve ser atualizado de acordo com
os novos riscos de exposição. Isso significa que no LTCAT mais atual devem
aparecer os riscos de todas as funções exercidas pelo trabalhador.

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O prazo para armazenar o LTCAT é de 20 anos. As empresas normalmente


optam por arquivar a ficha de entrega de EPIs, que traz as informações sobre os
EPIs utilizados para determinada função, com o LTCAT.

De acordo com a nova Portaria n.º 211/2019, o LTCAT deve ser


obrigatoriamente arquivado de forma digitalizada dentro da empresa.

Informações básicas do LTCAT

Identificação se laudo coletivo ou individual

Identificação da empresa

Identificação dos setores, das funções e das atividades

Identificação do agente nocivo arrolado na legislação previdenciária


capaz de causar danos à saúde do trabalhador

Fontes geradoras, vias e periodicidade da exposição ao agente nocivo

Metodologias e procedimentos aplicados na avaliação do agente

Descrição das medidas de controle já empregadas

Conclusão do LTCAT

Assinatura e identificação do responsável pela elaboração (médico do


trabalho ou engenheiro de segurança do trabalho)

Data da realização da avaliação ambiental

Certificados de calibração

Chamamos de calibração o processo de verificação da relação dos valores


indicados em um determinado equipamento ou aparelho aos valores
correspondentes aos certos padrões especificados, utilizando métodos em
condições específicas conforme indicação de normas técnicas.

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O objetivo da calibração é a manutenção das condições qualitativas descritas


pelo fabricante do equipamento dentro dos critérios técnicos exigidos, sem que
ocorra nenhum tipo de comprometimento no resultado final das medições.

A obrigatoriedade da calibração ocorrerá em casos de:

Aquisição do aparelho

Utilização do equipamento por longo período, atingindo dessa forma a


quantidade de horas operadas

Choque, vibrações anormais, exposição aos agentes agressivos, ação


de insetos, intempéries ou qualquer acidente envolvendo o aparelho

Indicação do valor de referência fora da faixa adequada

Pós-manutenção

Para esse tipo de documento, não é determinado um prazo específico de


arquivamento, bem como não é necessário arquivá-lo de forma digital. A maioria das
empresas utiliza como prazo de arquivamento desse material o período específico
estabelecido pelo fabricante do equipamento em que a calibração deve ser
realizada. Após uma nova calibração, não é mais necessário o certificado de
calibração anterior, mas pode ser uma boa prática armazená-lo a fim manter um
histórico do equipamento.

Os laboratórios que realizam calibração e fornecem os certificados devem ser


credenciados pela Rede Brasileira de Calibração (RBC). A consulta pode ser feita no
site do Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia). Lembre-
se: a digitalização desse documento é facultativa.

Formulário de investigação de acidentes

É um documento que deve ser utilizado ou construído em caso de ocorrência


de um fato que configure acidente de trabalho.

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Tem a finalidade de fornecer informações importantes, buscando sempre a


prevenção por meio do conhecimento das condições humanas e ambientais que
contribuíram para o incidente.

É necessário o arquivamento desse documento, de anexos, de fotos e de


qualquer outro item relevante.

Devemos lembrar que quando buscamos as causas de acidentes, abre-se uma


hipótese de trabalho preventivo.

Segundo o item 4.12 da NR-4, Portaria n.º 3.214, os representantes do Serviço


Especializado em Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT) devem realizar a
análise e o registro dos acidentes ocorridos.

A CIPA também tem responsabilidade e competência nessa questão,


assegurada pelo item 5.16, alínea “l”, da NR-5.

Para que a análise do acidente tenha total eficácia, é necessário que o


preenchimento do formulário de investigação seja preenchido com a maior riqueza
de detalhes possível.

O formulário de investigação deve ser mantido arquivado pela empresa por


tempo indeterminado, devendo estar disponível aos órgãos fiscalizadores
competentes para tal.

A forma de arquivamento dos formulários de investigação de acidentes é


facultativa, podendo a empresa optar pela forma digital ou pela forma física. É
evidente que, independentemente do método de arquivamento escolhido pela
empresa, tal documento deve estar à disposição para as auditorias das fiscalizações
do trabalho.

Atas da CIPA

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São documentos que têm o objetivo de documentar as reuniões ordinárias ou


extraordinárias da comissão, devendo ser emitidas logo no término destas.

A reunião ordinária ocorre mensalmente de acordo com o calendário de


reuniões.

Já a reunião extraordinária ocorrerá:

Em caso de denúncia de situação de risco grave e iminente,


determinando, portanto, aplicação de medidas de emergência.

No caso de ocorrência de acidente de trabalho considerado grave ou


fatal.

No caso de solicitação expressa de alguma representação.

Algumas situações em relação à documentação que integra a ata de reuniões


da CIPA devem ser observadas, como:

A ata das reuniões da CIPA deve ser redigida pelo secretário, que
deverá fazer constar no documento todo o acontecimento ocorrido
durante a reunião.

As informações numéricas devem ser escritas por extenso, por


exemplo, em vez de proceder a escrita da data de 03/09/2017,
escreveremos três de setembro de dois mil e dezessete.

Todos os membros da CIPA devem assinar a ata, inclusive qualquer


pessoa que esteja participando da reunião.

Conforme itens 5.14.2 e 5.25 da NR-5, as cópias da atas de posse,


eleição e reuniões serão entregues aos titulares e suplentes mediante
recibo protocolado.

Não há a necessidade de protocolar a ata da CIPA no órgão regional de


inspeção da Secretaria do Trabalho, conforme ocorre com o SESMT.

Os livros de atas da CIPA deverão ser arquivados por tempo


indeterminado.

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As atas também podem ser digitalizadas. A escolha da forma de arquivamento


é facultada à empresa, já que as atas não têm a obrigatoriedade de serem
digitalizadas. Portanto, as empresas que optarem pelo arquivamento físico estarão
de acordo com a legislação, assim como as empresas que optarem pelo
arquivamento digital. Os documentos que já estavam arquivados fisicamente devem
permanecer assim.

O prazo para armazenamento das atas da CIPA não é estabelecido pela


legislação. Grande parte das empresas utiliza o prazo de um ano após o término do
mandato, para comprovar a atuação da CIPA no ano anterior e também as ações
propostas pela comissão, a fim de que a CIPA atual possa verificar as necessidades
que ainda permanecem dentro da empresa.

Conclusão

As atividades desenvolvidas no âmbito da segurança e saúde do trabalho são


definidas por processos documentais, como por exemplo, laudos, pareceres,
levantamentos, programas de proteção, planos, projetos, atestados, comunicações,
entre muitos outros.

Sabemos que as exigências dentro desse contexto são legais, portanto, é


evidente que o cuidado no momento da confecção e arquivamento é fundamental,
visto que a responsabilidade civil e criminal incide sobre a autoria, contratantes,
empregadores e empregados.

Para alguns documentos, a digitalização é facultativa; para outros, obrigatória,


dentro dos prazos estabelecidos pela Portaria n.º 211/2019. Os documentos que já
estavam armazenados na forma física, mesmo que tenham a obrigatoriedade de
digitalização, devem permanecer na forma física com os prazos estipulados
conforme a legislação e ser digitalizados conforme os prazos estabelecidos de

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acordo com a classificação do tamanho da empresa, podendo variar entre cinco


anos, três anos e dois anos. Já os novos documentos, após a publicação da Portaria
n.º 211/2019, cuja digitalização é obrigatória, devem ser arquivados somente no
formato digital, não havendo mais a necessidade do arquivamento físico.

Para os documentos em que a digitalização é facultativa, a empresa


determinará quais deles, em termos de gestão, serão armazenados no formato físico
e quais deles serão armazenados no formato digital. Alguns documentos acabam
acumulando muito papel, e é difícil a gestão do arquivamento físico. Para outros
documentos mais simples e de menor tempo de arquivamento, o formato físico pode
ser mais viável.

São decisões que o técnico em segurança do trabalho terá que tomar com
base na melhor forma de se fazer a gestão da segurança dentro da empresa,
levando em consideração o custo do armazenamento físico dos arquivos e também
o custo do processo de digitalização.

Você, como futuro técnico em segurança do trabalho, deve realizar qualquer


tipo de procedimento somente após a verificação e a confirmação dos itens
constantes na legislação competente atualizada.

Neste conhecimento, você verificou os prazos de armazenamento dos


documentos necessários para as auditorias e para a realização de uma boa gestão
da área de saúde e segurança do trabalho.

Portanto, o estudo e atualização de conteúdo são requisitos permanentes para


o bom desempenho das atividades desenvolvidas como profissionais da área de
segurança e saúde do trabalho.

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