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SERVIÇOS JURÍDICOS
Olemar Teixera
Técnicas modernas a
serviço de arquivos
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Introdução
Neste capítulo, você vai estudar historicamente o mundo jurídico, que
sempre foi algo interessante para quem estuda direito, gerando um
sentimento, na maioria dos acadêmicos, de que se tornarão bem-suce-
didos e serão chamados de doutor. A realidade do mercado é outra: o
profissional bem preparado intelectualmente com certeza alcançará o
sucesso, especializando-se em direito. Porém, isso não lhe garante que
será um bom empreendedor ou gestor de seu próprio escritório. O que
uma sociedade de advogados precisa é uma gestão profissionalizada
com foco em resultados que sejam alinhados com a ética. A sociedade
necessita de assistência jurídica, principalmente na atualidade, quando o
acesso a bens de consumo e mudanças de comportamento empresarial
oferecem boas oportunidades de consultoria jurídica.
Compreender um escritório ou um departamento como um negócio
é vital para os ativos da sociedade de advogados, dando condições para
sua sobrevivência. Portanto, a gestão dos serviços jurídicos é fundamental.
As modificações de comportamento na sociedade atual e os avanços
tecnológicos, por meio da sociedade da informação, colocaram em xe-
que uma realidade em que as novas gerações nascem digitais, mas não
têm a tradição e a experiência dos advogados que operam o direito há
muito tempo. Portanto, os escritórios precisam fazer gestão financeira e
2 Técnicas modernas a serviço de arquivos
Processos jurídicos
Os processos jurídicos passaram por dois processos distintos e evolutivos,
o analógico, que agrega o processo físico, ou seja, em papel, determinando
o deslocamento do profissional até o foro para ver, analisar ou fotocopiar o
processo, sendo concluso para despacho, e, por fim, a restauração de autos, que
muitas vezes, pelo tempo e pelo desgaste de manuseio, se tornava necessário.
Com a inovação e o desenvolvimento de tecnologias, instalou-se o processo
digital desde 2010, em que a informatização do processo passa a ser digital,
a partir do que o envio da peça é via sistema, com rapidez na distribuição, no
processamento e no julgamento. Não há mais carga de autos, o acesso é via
internet por meio de senha, findando, assim, a restauração dos autos.
Os métodos de arquivamento permanecem os mesmos do físico, mas agora
com aplicação digital, portanto, deve haver uma readequação em ambiente
virtual. O ordenamento deve ser alfabético, geográfico, numérico (simples,
cronológico e com dígito terminal) e ideográfico por assunto, a partir da
digitalização dos documentos físicos. Lidamos com os dois processos em
muitos casos, porque alguns documentos se apresentam com origem física e
a maioria das informações com origem digital, dentro do processo eletrônico.
Nessa nova fase e de acordo com a legislação, o documento original digital
é o que permite perícia de autoria (manifestação de vontade) e integridade
(preservação da mesma no tempo). Em 2006, dentro do processo de moderni-
zação do Estado brasileiro, foi instituída a Lei nº 11.419/06, que dispõe sobre
a informatização do processo judicial: “Art. 1º O uso de meio eletrônico na
tramitação de processos judiciais, comunicação de atos e transmissão de peças
processuais será admitido nos termos desta Lei” (BRASIL, 2006, documento
on-line).
Na gestão de arquivos e documentos, começam a se desenvolver técnicas
modernas digitais. Os principais questionamentos são:
O que guardar?
■ As informações contidas nos diversos processos jurídicos, que deram
origem às ações, pelo prazo prescricional em cada caso.
Como guardar, em que mídia e que formato?
■ Aqui temos as várias opções em cada momento, porque a inovação é
constante. Passamos pelo disquete, pelo HD externo, pelo servidor,
pelo data center e agora pelo cloud computing (nuvem), que pode
ser privado, público e comunitário híbrido.
4 Técnicas modernas a serviço de arquivos
Segurança da informação
Um instrumento importante é o sistema Data Loss Prevention (DLP), no qual
todas as ocorrências no ambiente, caracterizadas como um possível vazamento
de dados ou informações confidenciais sejam visualizadas, remediadas, no-
tificadas e prevenidas. As informações que se julguem confidenciais podem
existir e um eventual vazamento pode resultar em impactos de diversos graus
para os objetivos de negócios. O DLP não é uma “solução mágica”, é neces-
sário que o proprietário da informação a classifique. Caso a organização não
tenha uma classificação da informação aplicada na cultura, o vazamento de
documentos confidenciais pode vir a ocorrer; não por uma falha do DLP, mas
sim por não haver nada que aponte que a informação é sensível e requer meios
de proteção diferenciados. Respostas automáticas podem ser definidas para a
execução de ações no momento que uma determinada operação caracterize um
possível vazamento, seja uma notificação por e-mail ao gestor da área ou um
alerta, exibido ao usuário em sua estação de trabalho, sobre a possibilidade
de o documento em uso conter possíveis informações confidenciais, ou até
mesmo o bloqueio da ação feita pelo funcionário em sua estação de trabalho
(DEPARTAMENTO DE INFORMÁTICA DO SUS, 2016).
Técnicas modernas a serviço de arquivos 5
https://goo.gl/1eTp8S
Área de Nível de
Tipo de confidencialidade Tempo
responsabilidade/ Motivo da
documento/ de
origem da guarda Disponibilidade
assunto guarda
informação Integração
Digitalização de documentos
A digitalização de documentos, que nos parece algo novo, na verdade existe
há muito tempo, mais de 50 anos, com o advento da microfilmagem, regulada
pela Lei nº 5.433/68, que estabelece, em seu art. 1º: “É autorizada, em todo
o território nacional, a microfilmagem de documentos particulares e oficiais
arquivados, estes de órgãos federais, estaduais e municipais” (BRASIL, 1968,
documento on-line).
O Código de Processo Civil, em seu art. 425, dispõe que fazem a mesma
prova que os originais:
Leituras recomendadas
BRASIL. Lei nº 2.313, de 3 de setembro de 1954. Dispõe sobre os prazos dos contratos
de depósito regular e voluntário de bens de qualquer espécie, e dá outras providên-
cias. Casa Civil – Presidência da República. Disponível em: <http://www.planalto.gov.
br/ccivil_03/leis/1950-1969/L2313.htm>. Acesso em: 14 maio 2018.
BRASIL. Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990. Dispõe sobre a proteção do consu-
midor e dá outras providências. Casa Civil – Presidência da República. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8078.htm>. Acesso em: 14 maio 2018.
LOUSADA, M. A mediação da informação na teoria arquivística. São Paulo: Cultura
Acadêmica, 2017. 166 p.
SANTOS, W.; FÉLIX, V. L. Manual básico de organização de documentos para as entidades fi-
liadas à CTNC. Disponível em: <https://www.cntc.org.br/wp-content/uploads/2015/06/
manual-gestao-documental-WEB-COMPLETO.pdf>. Acesso em: 14 maio 2018.
SOUSA, F. R. C.; MOREIRA, L. O.; MACHADO, J. C. Computação em nuvem: conceitos,
tecnologias, aplicações e desafios. Disponível em: <https://www.researchgate.net/
profile/Javam_Machado/publication/237644729_Computacao_em_Nuvem_Con-
ceitos_Tecnologias_Aplicacoes_>. Acesso em: 14 maio 2018.
SCHELLENBERG, T. R. Arquivos modernos: princípios e técnicas. 6. ed. Rio de Janeiro:
FGV, 2006. 386 p.
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
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