Você está na página 1de 11

UNIVERSIDADE PARANAENSE

ANDRÉ KNECHT DA SILVA

HERANÇA DIGITAL E OS EFEITOS


JURÍDICOS NO DIREITO SUCESSÓRIO

GUAÍRA
2023
2

ANDRÉ KNECHT DA SILVA

HERANÇA DIGITAL E OS EFEITOS


JURÍDICOS NO DIREITO SUCESSÓRIO

Projeto de pesquisa apresentado como exigência parcial para obtenção de aprovação na


disciplina de Trabalho de Curso, da 4ª série, no curso de Direito, sob a orientação do Prof.

GUAÍRA
2023
3

SUMÁRIO

1 DELIMITAÇÃO DO TEMA.........................................................................04
2 PROBLEMATIZAÇÃO...............................................................................04
3 OBJETIVOS...............................................................................................05
3.1 OBJETIVOS GERAIS..............................................................................05
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS....................................................................05
4 HIPÓTESES...............................................................................................06
5 JUSTIFICATIVA.........................................................................................06
6 METODOLOGIA.........................................................................................07
7 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.................................................................08
8 CRONOGRAMA DE DESENVOLVIMENTO..............................................09
9 PROPOSTA DE SUMÁRIO PROVISÓRIO PARA A DISSERTAÇÃO......10
10 REFERÊNCIAS........................................................................................10
4

1 DELIMITAÇÃO DO TEMA

O avanço tecnológico trouxe mudanças significativas na forma como as pessoas se


relacionam e interagem, inclusive no âmbito jurídico. Com a crescente utilização de
dispositivos eletrônicos e a expansão do uso da internet, o tema da herança digital
tem ganhado destaque no Direito Sucessório. Herança digital é o conjunto de bens
digitais, tais como perfis em redes sociais, contas de e-mail, arquivos em nuvem,
entre outros, que uma pessoa deixa após o falecimento. Esses bens podem ter um
valor sentimental ou financeiro e, portanto, precisam ser tratados de forma adequada
em relação ao Direito Sucessório. Os efeitos jurídicos da herança digital no Direito
Sucessório são complexos, já que muitos desses bens não possuem uma
materialidade física, como é o caso dos bens tradicionais, tais como imóveis e
veículos. Além disso, muitas vezes as leis atuais não contemplam a questão da
herança digital, o que pode gerar conflitos e insegurança jurídica.

2 PROBLEMATIZAÇÃO

Os problemas envolvendo à herança digital no Direito Sucessório são, tecnicamente:


A falta de regulamentação específica: a maioria das leis atuais não contempla a
questão da herança digital, o que pode gerar conflitos e insegurança jurídica; A
dificuldade de acesso às contas e perfis online do falecido: muitas empresas de
tecnologia possuem políticas rígidas em relação à privacidade dos usuários e não
permitem o acesso de terceiros às contas e perfis online do falecido, o que pode
impedir o acesso aos bens digitais que compor uma herança digital; A dificuldade de
identificação dos bens digitais: muitas vezes, os bens digitais do falecido podem
estar dispersos em várias plataformas e dispositivos, o que pode dificultar a sua
identificação e gestão; A falta de conhecimento dos herdeiros sobre os bens digitais:
é comum que os herdeiros não tenham conhecimento sobre quais bens digitais o
falecido possuíam, especialmente quando não há registro ou informação sobre
esses bens; A falta de segurança: a herança digital pode incluir informações aceitas,
como senhas e dados bancários, que podem ficar independentes após a morte do
proprietário. Isso pode causar problemas como roubo de identidade ou fraude
financeira e; A diferença entre os termos de serviço das empresas de tecnologia e a
5

legislação: as empresas de tecnologia frequentemente possuem termos de serviço


que podem conflitar com a legislação local em relação à herança digital. Isso pode
criar dificuldades adicionais para os herdeiros que buscam acessar a herança digital.
Esses problemas mostram a complexidade da herança digital e como é importante
haver uma regulamentação específica para lidar com essas questões. É
fundamental garantir a segurança jurídica dos envolvidos e a proteção dos direitos
dos herdeiros, especialmente considerando a crescente importância dos bens
digitais na sociedade atual.

3 OBJETIVOS

3.1 OBJETIVOS GERAIS

Analisar a complexidade da herança digital e os desafios que ela apresenta para o


Direito Sucessório; discutir a necessidade de uma regulamentação específica para a
herança digital, a fim de garantir a segurança jurídica dos envolvidos e a proteção
dos direitos dos herdeiros e; avaliar as soluções jurídicas disponíveis para lidar com
a herança digital, tais como a nomeação de um herdeiro digital, a inclusão de
cláusulas específicas nos testamentos, entre outras.

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

1. Identificar os bens digitais que compõem a herança digital e discutir sua natureza
jurídica;
2. Analisar as políticas de privacidade das empresas de tecnologia e sua relação
com a herança digital;
3. Discutir a possibilidade de transferência dos bens digitais aos herdeiros e à
gestão desses bens;
4. Avaliar a necessidade de atualização das leis existentes para incluir a herança
digital;
5. Analisar a jurisprudência atual em relação à herança digital e as soluções
atendidas pelos tribunais em casos específicos.
6

4 HIPÓTESES

Regulamentação específica: Há uma demanda crescente por uma regulamentação


específica para a herança digital no Brasil, que aborda questões como a
transferência de bens digitais aos titulares e a privacidade dos dados dos usuários.
É possível que essa seja regulamentação criada em breve, por meio de projetos de
lei ou decisões de tribunal. Maior conscientização dos usuários: É possível que, à
medida que a herança digital se torne mais presente nas discussões jurídicas e na
sociedade em geral, os usuários se tornem mais conscientes da importância de
administrar seus bens digitais e deixar instruções claras sobre sua gestão após a
morte. Desenvolvimento de soluções tecnológicas: À medida que a herança digital
se torna mais importante, é possível que sejam desenvolvidas soluções tecnológicas
para facilitar a gestão desses bens, como ferramentas de inventário de bens digitais
ou serviços prestados de gestão de herança digital. Decisões judiciais: As decisões
judiciais em casos específicos podem ajudar a estabelecer precedentes e orientar a
interpretação das leis existentes em relação à herança digital. É possível que, à
medida que mais casos sejam julgados, haja uma maior clareza em relação aos
direitos dos herdeiros e às obrigações das empresas de tecnologia em relação à
herança digital.

5 JUSTIFICATIVA

O mundo está cada vez mais digital e a sociedade precisa acompanhar essa
evolução. A virtualização das atividades é necessária para manter a competitividade
em um mercado que valoriza a eficiência, alcançada através da tecnologia. Isso se
aplica a todas as esferas da vida em sociedade, inclusive no Direito, que ainda está
em processo de transição para o mundo digital. O estudo da herança digital se
justifica pelo impacto na vida das pessoas, já que quase todos possuem bens
digitais e, consequentemente, estão sujeitos a questões relacionadas à gestão e
transferência desses bens após a morte. É importante que o Direito Sucessório
esteja preparado para lidar com essa realidade e oferecer soluções adaptadas para
os casos envolvendo herança digital. Também, a herança digital é um tema novo e
complexo, e ainda não há uma regulamentação específica que trate do assunto de
7

forma clara e abrangente. Isso pode gerar dúvidas e insegurança jurídica tanto para
os usuários quanto para os profissionais do Direito. Ainda, a herança digital envolve
desafios técnicos e de privacidade, que não são comuns em outras áreas do Direito
Sucessório. O estudo da herança digital pode ajudar a identificar esses desafios e
desenvolver soluções jurídicas adequadas.

6 METODOLOGIA

O método de pesquisa que será adotado é o dedutivo, partindo de uma hipótese


geral para chegar na específica. Para a coleta de dados e informações, serão
utilizadas a pesquisa bibliográfica, isto é, consulta de livros, artigos científicos,
dissertações e teses que abordam a temática da herança digital no Direito
Sucessório. Ainda, será realizada pesquisa documental, com análise de documentos
oficiais, como projetos de lei, decisões judiciais e pareceres de órgãos reguladores,
que tratam da herança digital no Direito Sucessório. Ademais, serão feitas pesquisas
doutrinárias, consultando obras de autores consagrados na área do Direito
Sucessório, que poderão oferecer contribuições teóricas relevantes para o estudo da
herança digital, permitindo uma análise crítica dos principais argumentos e posições
defendidas pelos estudiosos da área. Por fim, e não menos importante, serão feitas
pesquisas jurisprudenciais com o objetivo de identificar tendências e precedentes
relevantes para a matéria. Com base nos dados e informações coletadas por meio
dessas técnicas de pesquisa, será possível realizar uma análise crítica da hipótese
formulada e chegar a elaborada sobre os efeitos jurídicos da herança digital no
Direito Sucessório no Brasil.

7 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O Direito Sucessório é o conjunto de normas que regulam a transferência do


patrimônio do falecido para seus sucessores. No entanto, a legislação brasileira
ainda não contempla especificamente a questão da herança digital, o que gera
diversas controvérsias na prática.
8

Uma das principais questões é a forma como os dados digitais serão transferidos
aos herdeiros. Como a legislação não trata especificamente da questão, muitas
vezes os provedores de serviços digitais exigem a apresentação de uma ordem
judicial para a transferência das informações. Além disso, muitas vezes os familiares
não têm conhecimento das contas e senhas do falecido, o que dificulta ainda mais o
acesso aos dados.
A ausência de regulamentação específica sobre a herança digital tem gerado
diversas discussões na doutrina brasileira. Alguns autores defendem que a herança
digital deve ser tratada como qualquer outro tipo de patrimônio, devendo ser incluída
no inventário do falecido e transferida aos seus herdeiros. Nesse sentido, é
importante que a legislação brasileira seja atualizada para contemplar
especificamente a questão da herança digital, a fim de garantir segurança jurídica
aos envolvidos.
Por outro lado, outros autores defendem que as informações digitais são de
natureza diferente dos bens materiais e, portanto, devem ser tratadas de forma
diferenciada no âmbito sucessório. Alguns argumentam que a herança digital
deveria ser tratada como um direito de personalidade, passível de proteção pelos
herdeiros, mas não transferível.
Para uma análise mais aprofundada da herança digital no Brasil, é importante
considerar as reflexões de alguns autores da doutrina brasileira.
Carlos Affonso Souza, em seu artigo intitulado "Herança Digital e Direito
Sucessório", defende que a herança digital deve ser tratada como um novo objeto de
patrimônio, devendo ser incluída no inventário do falecido e transferida aos seus
herdeiros. Segundo o autor, a herança digital pode ser composta por informações
em redes sociais, e-mails, arquivos digitais e outros conteúdos produzidos pelo
falecido, que devem ser considerados como bens jurídicos passíveis de
transferência aos herdeiros (SOUZA, 2013).
Por outro lado, Ronaldo Lemos e Sérgio Branco, em seu livro "Direito, Tecnologia e
Cultura", defendem que as informações digitais não devem ser tratadas como bens
materiais e, portanto, não deveriam ser transferidas aos herdeiros. Segundo os
autores, as informações digitais têm natureza diferente dos bens físicos e devem ser
tratadas como um direito de personalidade, que deve ser protegido pelos herdeiros,
mas não transferido (LEMOS; BRANCO, 2011).
9

Outro autor que se debruçou sobre a questão da herança digital foi Alexandre
Atheniense, em seu artigo intitulado "Herança Digital e o Direito Sucessório: A
Proteção da Memória do Falecido". Para o autor, é importante que a legislação
brasileira seja atualizada para contemplar especificamente a questão da herança
digital, a fim de garantir segurança jurídica aos envolvidos. Segundo Atheniense, "a
legislação atual é omissa em relação à proteção da memória do falecido em
ambiente virtual, o que pode gerar insegurança jurídica e levar a conflitos entre os
herdeiros" (ATHENIENSE, 2015, p. 141).
Esses são apenas alguns exemplos de autores da doutrina brasileira que têm se
dedicado a refletir sobre a herança digital e seus efeitos jurídicos no Direito
Sucessório. É importante destacar que as opiniões dos autores podem variar e que
a questão ainda é objeto de discussão e debate no meio jurídico brasileiro.
A herança digital é um tema relativamente novo e ainda não existe uma
regulamentação específica sobre o assunto no Brasil. No entanto, alguns projetos de
lei já foram apresentados na tentativa de preencher essa lacuna jurídica e garantir
segurança jurídica aos envolvidos, quais sejam, Projeto de Lei n.º 4.099/2012,
Projeto de Lei n.º 4.874/2012, Projeto de Lei n.º 8.562/2017, Lei n.º 5.820/2019,
Projeto de Lei n.º 6.468/2019 e Projeto de Lei n.º 3.050/2020.

8 CRONOGRAMA DE DESENVOLVIMENTO DA DISSERTAÇÃO

Mês / Atividade Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Planejamento X X X

Pesquisa bibliográfica X X X

Fichários X X
bibliográficos
Análise crítica X X

Fichas de síntese X X
pessoal

Plano definitivo X X

Revisão geral do X X X
material
Redação provisória X X X
10

Redação definitiva / X X X
digitação

Revisão X X X X

Correções X X X X

Alterações X X

Digitação final / X
entrega

Contatos com X X X X X X X X
orientador

9 PROPOSTA DE SUMÁRIO PROVISÓRIO PARA A DISSERTAÇÃO

INTRODUÇÃO

1 CONCEITO DE HERANÇA DIGITAL E SUA RELEVÂNCIA NO CONTEXTO


ATUAL

2 TIPOS DE BENS DIGITAIS QUE PODEM FAZER PARTE DE UMA HERANÇA


DIGITAL

3 A FALTA DE REGULAMENTAÇÃO ESPECÍFICA PARA A HERANÇA DIGITAL


NO DIREITO BRASILEIRO

4 OS PRINCIPAIS PROBLEMAS JURÍDICOS RELACIONADOS À HERANÇA


DIGITAL, TAIS COMO O ACESSO A CONTAS DIGITAIS APÓS A MORTE DO
TITULAR E A TRANSMISSÃO DE BENS DIGITAIS PARA OS HERDEIROS

5 AS DIFERENTES ABORDAGENS JURÍDICAS PARA A QUESTÃO DA


HERANÇA DIGITAL EM OUTROS PAÍSES

7 A NECESSIDADE DE ADEQUAÇÃO DO DIREITO SUCESSÓRIO BRASILEIRO


PARA CONTEMPLAR A HERANÇA DIGITAL

8 A ANÁLISE DOS PROJETOS DE LEI APRESENTADOS SOBRE O TEMA E


SUAS PERSPECTIVAS

9 AS DECISÕES JUDICIAIS RECENTES SOBRE CASOS ENVOLVENDO


HERANÇA DIGITAL NO BRASIL

10 AS POSSIBILIDADES DE PLANEJAMENTO SUCESSÓRIO PARA GARANTIR


A TRANSMISSÃO ADEQUADA DOS BENS DIGITAIS
11

11. AS IMPLICAÇÕES ÉTICAS, SOCIAIS E CULTURAIS DA HERANÇA DIGITAL.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

REFERÊNCIAS

Carlos Affonso Souza, em seu artigo intitulado "Herança Digital e Direito Sucessório"
SOUZA, 2013

Ronaldo Lemos e Sérgio Branco, em seu livro "Direito, Tecnologia e Cultura"


LEMOS; BRANCO, 2011

Alexandre Atheniense, em seu artigo intitulado "Herança Digital e o Direito


Sucessório: A Proteção da Memória do Falecido"

ATHENIENSE, 2015, p. 141

Projeto de Lei n.º 4.099/2012,

Projeto de Lei n.º 4.874/2012,

Projeto de Lei n.º 8.562/2017,

Projeto de Lei n.º 5.820/2019,

Projeto de Lei n.º 6.468/2019

Projeto de Lei n.º 3.050/2020

Você também pode gostar