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A relação entre os povos originários e seus colonizadores é de, certamente, grande conflito.

E
isto falo de forma ancestral, até hoje ainda temos conflitos desta natureza. Porém, sabemos
que são fatos muito antigos, para até hoje manter-se remorso, tanto os colonizados (com
sentimentos de raiva, mágoa e rancor), quanto os colonizadores(com sentimentos de
grandiosidade, superioridade e empoderamento). Nossos ancestrais viveram isso, algumas
gerações não tão distantes sofreram o peso enorme desta consequência - algumas que ainda
sofrem -, mas nós como a atual geração devemos deixar desse rancor, tentar e querer
aprender sobre a nossa Mãe Natureza, suas histórias, ritos, passagens, tradições e, reais,
ensinamentos. Como também devemos abraçar, em parte, a tecnologia, para podermos ajudar
ainda mais partes do nosso planeta Terra e, de uma vez por todas, salvar a Mãe Natureza do
lento e prolongado homicídio do qual nós, Homens, estamos a fazendo passar. De um lado,
aprender na selva; de outro, devolver uma tecnologia ecológica que ajude a sua manutenção e
a dos povos que nela habitam.
Ao falar do Homem e Mãe Natureza, jamais podemos esquecer nossas origens rupestres,
onde tudo começou, onde tudo acabará. Não entrarei no mérito do dinheiro, este não vale
nada em meu texto, nem para a Natureza, em uma forma nua de se interpretar. E, para não a
esquece-lá, devemos vivê-la, sentir a terra entre os dedos do pé, a água gelada da cachoeira
escorrendo da cabeça aos pés, revigorando; mas para aqueles que não gostam (mais) destes
momentos, apenas que a preserve, entender que nela habitam pessoas, animais, árvores mais
antigas que nossos tataravós. Então repito, o ato de criamos tecnologias ecológicas, em prol
do Homem moderno, do Homem rupestre e da Mãe Natureza, que sempre nos habitará - no
momento em que vamos relaxar na praia, na lagoa, na mata, nas montanhas, estamos
voltando aos nossos ancestrais, sentindo a verdadeira paz, com ou sem tecnologia.
A expressão “queda do céu” pode ser lida e vista de diversas formas, citarei duas que vêm ao
meu entender: na primeira concepção que tive ao ler esta expressão foi de algo devastador, de
algo onde os seres não compreendem a harmonia e não possuem empatia, um lugar onde o
céu caiu, matando os anjos, matando o belo, a paz, o “paraíso” - a queda de um local onde
depositamos nossas esperanças, ao poder voltar e viver o descanso eterno, no sossego
daqueles que “fizeram bem sem olhar a quem”. Algo que soa até irônico, observando de um
certo ponto de vista, mas trágico se analisarmos como um ato que nós fizemos, nós
destruímos nosso paraíso, nosso descanso eterno. Já na segunda análise que retive foi de um
viés consideravelmente positivo; ao interpretarmos esta expressão sendo algo que, de tão
harmonizados, aprendemos a viver em paz, respeitando as diferenças, esquecendo o senso de
superioridade, tratando-nos como irmãos que somos, não precisamos mais depositar
esperanças no pós vida, no sossego da paz eterna. O Céu caiu na Terra; agora, queremos a
vida do hoje (presente), estamos lado a lado com a Natureza e a Modernidade, estamos
ajudando o outro, não estamos crescendo sem parar para respirar, agora o ar mais puro está na
cidade - pois, agora tudo é um só, como deveria ser.
Felipe Soares

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