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G A B R I E L S A N T O S R O C H A | 7.º G n.

º 8
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EB 2/3 Cardoso Lopes Amadora

Português | 27/03/2024

Ficha de leitura 01.24

Leandro, Rei da Helíria, Alice Vieira, Editorial Caminho 1991

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aluno n.º 18038 | email: gabrielsantosrocha8@gmail.com
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TÍTULO: LEANDRO, REI DA HELÍRIA

AUTORA: Alice Vieira

ILUSTRADORA: Patrício Furtado

EDITORA: EDITORIAL Caminho

LOCAL, ANO E N.º DE EDIÇÃO: Lisboa, 2023, 35.ª edição

NÚMERO DE PÁGINAS: 110

TIPO DE TEXTO E GÉNERO LITERÁRIO: Tipo conversacional, modo dramático e conto de autor.

TEMA: Um conto sobre um rei que, depois de ter um sonho, decidiu conceder o trono à filha que lhe
demonstrasse ter maior amor por ele.

RESUMO

A obra relata a história de um rei que, depois de um sonho, decidiu dar o seu trono e o seu reino à filha
que demonstrasse ter mais amor por ele. Assim, juntou as três filhas, pedindo-lhes que descrevessem o
que por ele sentiam. Amarílis, Hortênsia e Violeta expressaram o seu amor pelo pai: a primeira dizendo
que o seu amor por ele era maior que aquele que tinha à luz do Sol, a segunda que era maior do que
aquele que sentia pelo ar que respirava e a terceira comparou o seu amor à importância do sal na
comida.
Ora, perante estas comparações o rei sentiu-se indignado com aquela feita pela filha Violeta,
entendendo-a como uma afronta e expulsou-a do seu reino, dizendo que a partir dessa altura não tinha
mais filha. Assim decidiu dividir o seu trono em dois, norte e sul, entregando cada um às suas filhas
Amarílis e Hortênsia.
Quando se viram na posse dos mesmos, as duas desprezaram o pai, que a partir desse momento passou
a vaguear e a mendigar acompanhado apenas do seu Bobo.
De tantas dificuldades o rei perdeu a sua saúde, acabando até por ficar cego.
Certo dia, o rei e o Bobo conheceram um pastor, Godofredo Segismundo, que lhes descreveu o seu reino.
O Bobo que ansiava por melhor sorte que aquela que lhes dava a vida nómada a que Amarílis e Hortênsia
obrigaram o pai a ter, convenceu o seu amo a visitar o reino do pastor.
Esperavam-nos Violeta e seu marido, o Príncipe Reginaldo, que o rei não reconheceu por causa da sua
falta de vista. Rei e Bobo foram recebidos com um banquete, mas, recusando o rei todas as iguarias que
lhe foram oferecidas, alegando que todas lhe sabiam mal.
Foi então que Violeta lhe disse que há comida, não faltava senão sal.
Recordando o passado, o rei da Helíria percebeu que estava perante a sua filha e reconhecendo o seu
erro, pediu-lhe perdão. Violeta, que realmente gostava do pai, perdoou-o e ofereceu-lhe guarida no seu
reino.

PERSONAGEM OU PERSONAGENS PRINCIPAIS: Leandro, Bobo, Hortênsia, Amarílis, Violeta, Felizardo,


Reginaldo e Simplício.

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PERSONAGEM OU PERSONAGENS SECUNDÁRIAS: Conselheiro, Criados, Pastor e Briolanja.

NARRADOR: Não participante.

ESPAÇO EM QUE DECORRE A AÇÃO: A ação começa no Reino da Helíria, que o rei divide em dois reinos, o
do norte e o do sul, quando o divide pelas suas duas filhas mais velhas. E termina no Reino de Reginaldo
e Violeta, a filha mais nova que o rei expulsou, mas que a final o acolhe.

TEMPO EM QUE DECORRE A AÇÃO: Indefinido. Não há ao longo do texto nenhuma referência específica
quanto ao tempo em que decorre a história. A existência de reis e reinos dá a ideia que o tempo é antigo,
mas nos comentários do Bobo, nas vezes que ele interage com a plateia, fazem-se referências a contextos
mais contemporâneos, de que é exemplo o Benfica e o Sporting.

SUGESTÃO DE TÍTULO ALTERNATIVO: As aparências iludem

FRASE PREFERIDA: “Tiraste-me as palavras da boca”

COMENTÁRIOS SOBRE A OBRA: O que mais gostei na obra foi a maneira como Violeta demonstrou o seu
amor pelo pai, ao perdoá-lo quando ele reconheceu o seu erro em expulsá-la quando achou que ela não
tinha expressado de forma adequada o seu amor pelo rei. Aprendi que muito mais importante do que
as palavras ou aparências são as ações e os sentimentos.

Nesta obra, podemos constatar a utilização de vários tipos de recursos expressivos, sendo que ao longo
do livro percebemos a predominância da utilização do recurso expressivo da ironia, que consiste numa
figura retórica de pensamento que se caracteriza pela distância, identificável pelo contexto, entre o que
se diz e o que se quer dizer, isto é quando alguém diz algo, querendo na verdade dizer o seu oposto, a
que reiteradamente recorrem as personagens, em especial, o Bobo. Dos vários exemplos destacam-se:
“Sei sim, meu senhor! Sou uma pessoa cheia de sorte! Todas as manhãs, quando o frio me desperta e sinto
o corpo quebrado de dormir na palha estendida no chão, então é que eu percebo como sou feliz...” (pág.
15), “Se ninguém me batesse, se ninguém me cobrisse o corpo de pontapés, acho mesmo que era capaz de
morrer de pasmo…” (pág. 16), “Que graça tinha casar velha, cheia de rugas, desdentada…” (pág. 35), “Não
vos sabia em tão boa companhia” (pág. 49), ou “Trazidas por quem? Será que o vento tem boca? Será que
as aves falam?” (pág. 99).
Da anáfora, que consiste na repetição intencional de uma palavra ou de uma expressão no início de
versos (na poesia), de frases ou de orações (na prosa), encontramos exemplos como: “És tu que me
chamas para te alegrar o pequeno-almoço; é Hortênsia que me chama porque acordou com vontade de
chorar; é Amarílis que me chama porque não sabe se há de rir se há de chorar” (pág. 12), “Será que eu
sonho? Será que eu choro? Será que é sangue igual ao deles o que me escorre das costas quando apanho
chibatadas por alguma inconveniência que disse?” (pág. 14).
Da hipérbole, figura que consiste na utilização de termos excessivos (pelo exagero de qualidades,
defeitos, ações ou capacidades); consegue destacar uma realidade, exagerando-a e de que são exemplos:
“Seria capaz de esperar por vós a vida inteira, se necessário fosse!” (pág. 35), “Acho que se me acabaram
os números, senhor!” (pág. 68), ou “Irei mandar que vos deem um novo manto, que esse que trazeis tem
mais rasgões do que tecido.” (pág. 98).
Do recurso expressivo pleonasmo, que consiste em usar intencionalmente palavras e expressões
repetitivas e redundantes para tornar uma ideia mais expressiva: “Abre bem esses ouvidos para aquilo
que te vou dizer!” (pág. 13).
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Ao longo da obra. também é usada a comparação, a figura de significação que aproxima dois conceitos
distintos, pondo em destaque as semelhanças que os unem. Pode servir-se de elementos gramaticais:
como, como se, tal como, qual, assim como, parecer, lembrar, sugerir e de que são exemplos: “Também
não podemos deitar o velho a afogar, como se faz aos gatos recém-nascidos…” (pág. 77), “Quero-vos como
a comida quer ao sal…” (pág. 102), “Quero-te mais à luz dos meus olhos” (pág. 105), “A tua pele branca
como marfim” (pág. 105).
Da enumeração, o recurso expressivo que consiste em colocar frases ordenadamente numa lista por
exemplo: “Em toda a parte há morte, ambição, loucura… (…) Em toda a parte há medo, conspirações,
intrigas…” (pág. 86) ou “Já me tinha esquecido de como o ar de repente se pode encher de aromas que nos
lembram o verão, as cigarras, o pão quente sobre a mesa, o vento a fazer dançar o centeio” (pág. 96).
Da metáfora, que é o tropo que consiste na transposição (por comparação, sem utilizar o termo real e
sem a partícula comparativa) de uma palavra para um campo semântico diferente. É uma espécie de
comparação latente ou abreviada, da qual temos como exemplos: “Tendes um coração de oiro” (pág. 35)
e “o teu sorriso com a doçura do mel” (pág. 105).
Da repetição, o recurso expressivo que consiste na repetição intencional de uma palavra ou de uma
expressão, por exemplo: “Não me calo, não me calo e não me calo” (pág. 103).

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BIOGRAFIA E BIBLIOGRAFIA DA AUTORA

“Nasceu em 1943, em Lisboa.


É licenciada em Germânicas pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Em 1958 iniciou a sua
colaboração no suplemento “Juvenil” do Diário de Lisboa e a partir de 1969 dedicou-se ao jornalismo
profissional.
Desde 1979 tem vindo a publicar regularmente livros, tendo editado mais de oito dezenas de títulos.
Recebeu em 1979 o Prémio de Literatura Infantil Ano Internacional da Criança com Rosa, Minha Irmã
Rosa; em 1983, com Este Rei Que Eu Escolhi, o Prémio Calouste Gulbenkian de Literatura Infantil; e em
1994 o Grande Prémio Gulbenkian, pelo conjunto da sua obra. Foi indicada, por duas vezes, como candidata
portuguesa ao Prémio Hans Christian Andersen. Foi igualmente apresentada por suas vezes como
candidata ao ALMA (Astrid Lindgren Memorial Award).
A edição francesa do seu livro Os Olhos de Ana Marta recebeu, em 2000, o Prix Octogne de Romance Juvenil,
e a edição sueca de Flor de Mel recebeu, em 2009, a Estrela de Prata do Prémio Peter Pan.
Além de escrever regularmente para a imprensa, é também autora de quatro livros de poesia de várias
coletâneas de crónicas e de livros de ficção escritos em colaboração.”
Fonte: 35.ª edição do livro Leandro, Rei da Helíria da Editorial Caminho

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