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Resumo
O cargo de inspector de ensino foi criado ainda no Período Imperial, com vistas a
fiscalizar o funcionamento das escolas e os procedimentos de seus respectivos gestores.
A proclamação da República . O presente artigo teve por objetivo apresentar outras
facetas dos inspectores de ensino por meio do desenvolvimento de uma breve
prosopografia indicando em meio ao histórico dos inspectores de ensino aspectos para
além de suas atividades supervisoras. Para o cumprimento de tal intento serão utilizadas
fontes jornalísticas como O Estado de São Paulo, disponível no acervo digital do
Estadão, e Correio Paulistano, disponível no acervo digital da Biblioteca Nacional,
registros no Annuarios do Ensino do Estado de São Paulo, disponíveis no acervo digital
do Arquivo Público do Estado de São Paulo, e obras referentes aos inspectores de
ensino. As categorias de análise que alicerçaram este estudo foram classe, segundo o
olhar de Thompson (2011), em que as relações de identidade são formadas
historicamente pelos elementos compartilhados no cotidiano e biografia segundo a
perspectiva de Bourdieu, para o qual a biografia incorre na identificação do sujeito no
ambiente histórico.
1
O cargo extinto mencionado provavelmente foi, em específico, o cargo ocupado por João Chrysóstomo
Bueno dos Reis, uma vez que ainda há menção ao cargo e responsabilidades referentes ao mesmo no
Decreto n. 4101, de 14 de setembro de 1926.
geral (O Estado de São Paulo, 1908, p. 03). Não foram encontradas informações sobre a
sua aposentadoria.
Arnaldo O. Barreto nasceu a 12 de setembro de 1869, em Campinas, e
frequentou, como seus irmãos, com destaque o Colégio Internacional de Campinas,
fundado pelo pastor presbiteriano Nash Morton, em que lecionaram professores como
Rangel Pestana. Entretanto, com o falecimento do pai, em 1876, Arnaldo deixou os
estudos em 1877 e foi exercer atividades nas oficinas do Diário de Campinas,
exercendo atividades tipográficas (MAZIERO, 2015). A experiência de trabalho se
mostrou útil ainda, quando aos 15 anos, foi morar no Rio de Janeiro com seu irmão
Armando O. Barreto que se formaria como engenheiro em 1884, mas que, infelizmente,
morreria afogado em 1887, três anos depois de seu regresso ao lar como engenheiro
formado e contratado pela Companhia Mogyana (Idem).
Este evento, trouxe novo abalo financeiro e emocional à família Barreto, pois
Armando formado e contratado, se tornara o alicerce fundamental da família, como
antes o era o pai. Com o seu falecimento de forma trágica, os familiares tiveram que
lidar com a perca do ente familiar e, consequentemente, dos recursos advindos do
trabalho do jovem engenheiro (Ibidem).
Botyra Camorin foi professora primária em São Paulo, atuando em escolas rurais
durante grande parte da sua carreira. Esta professora diplomou-se pela Escola Normal
do Brás em 1928, mas iniciou sua carreira em 1930, já casada desde o ano anterior. Em
seu percurso profissional atuou na escola isolada de
Juventina M. Dordal foi professora de escola isolada localizada no Largo do
Cambuci
DEMARTINI, Z. de B. F.; ANTUNES, F. F. Magistério primário: profissão feminina, carreira masculina. Cadernos de
Pesquisa, São Paulo, n. 86, p. 5–14, 1993. Disponível em: https://publicacoes.fcc.org.br/cp/article/view/934. Acesso em: 9
nov. 2023.