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ESCOLAS PADRE ANCHIETA

AUTOMEDICAÇÃO EM ESTUDANTES DA ÁREA DA


SAÚDE: REVISÃO INTEGRATIVA

JUNDIAÍ

2023

Automedicação em estudantes da área da saúde

Objetivo: Identificar os motivos da automedicação em estudantes da área da saúde.

RESUMO
A automedicação é a ingestão de medicamentos por conta própria ou por
indicação de pessoas leigas para cura de dores e sintomas vistos pela pessoa/paciente,
sem a avaliação antes de um profissional da saúde. O uso indiscriminado de
medicamentos é bastante comum entre estudantes da área da saúde, principalmente
enfermeiros que dizem ter conhecimento teórico-prático para tal ação, fazendo assim
um auto diagnóstico, portanto este trabalho foi descrever por meio de estudo da
literatura o objetivo de identificar a prevalência da automedicação em estudantes da área
da saúde.
Descritores: Automedicação, estudantes, motivo, prevalência.

Self-medication in health students

ABSTRACT:

Self-medication is the ingestion of medication on one's own or at the


recommendation of lay people to cure pain and symptoms seen by the person/patient,
without prior evaluation by a health professional. The indiscriminate use of medication
is quite common among health professionals, especially nurses who claim to have
theoretical and practical knowledge for such an action, thus making a self-diagnosis.
prevalence of self-medication in health professionals.
Keywords: Self-medication, Health students.

INTRODUÇÃO
A automedicação é a ingestão de medicamentos por conta própria ou por
indicação de pessoas leigas para cura de dores e sintomas vistos pela pessoa/paciente,
sem a avaliação antes de um profissional da saúde. De um modo geral, a automedicação
é de uso comum e utilizada como uma forma de cura ou alívio dos sintomas,
caracteriza-se como a autoadministração de medicamentos aprovados e disponíveis sem
prescrição médica.(1)
A teoria da automedicação sugere que o uso se desenvolve como uma forma de
lidar com tipos específicos de dor emocional na ausência de soluções adequadas e
relacionamentos sociais significativos. A teoria diz que, para algumas condições, como
dor crônica, os medicamentos prescritos podem ser insuficientes ou problemáticos, há
quem diga também que o uso de informação na internet prevaleceu um ambiente
propício para as pessoas se automedicarem e auto diagnosticarem.(2)
Assim, tem-se observado que, apesar dos riscos inerentes à ingestão de qualquer
droga, as pessoas estão mais propensas a adquirir e usar livremente certas drogas
descritas como de baixa toxicidade. Partindo do pressuposto de que nenhuma das
substâncias farmacologicamente ativas é inócua ao organismo, a automedicação pode
ser prejudicial à saúde individual e coletiva. Cerca de 35% dos medicamentos
consumidos no Brasil não possuem receita médica e são adquiridos por pessoas que se
automedicam, consequentemente, pelo menos três medicamentos são comercializados
em um país sem indicação profissional qualificada.(3)
Diante da constatação existe uma quantidade significativa de casos de
intoxicações por medicamentos e constituem parte de um grande problema de saúde
pública. Essa prática não coloca apenas a saúde individual em risco e pode causar
reações adversas, essas pessoas que se automedicam podem ter a falsa sensação de
segurança. Além disso, o uso indiscriminado de antibióticos também pode contribuir
para o desenvolvimento da resistência bacteriana, reação alérgica, dependência de
substâncias e alívio de sintomas que mascaram o diagnóstico correto da doença
podendo gerar um problema coletivo.(4)
O uso indiscriminado de medicamentos também é bastante comum entre
profissionais da área da saúde, principalmente enfermeiros que dizem ter conhecimento
teórico-prático para tal ação, fazendo assim um auto diagnóstico. Esta situação é
preocupante,pois os enfermeiros estão ligados com as orientações de promoção e
prevenção da saúde, na dispensação, prescrição e administração de medicamentos,
representando o maior percentual dentro das instituições de saúde, e a primeira linha de
cuidado junto aos pacientes (5).
Desse modo, o trabalho da enfermagem em saúde pode acarretar desgaste,
sofrimento e comprometimento, tanto físico quanto mental, para o trabalhador que
executa as atividades, seja na prevenção de doenças ou na recuperação da saúde das
pessoas.(6)
Contraditoriamente, esses profissionais da saúde, para se dedicarem a sua
profissão, ficam expostos a situações que podem comprometer sua qualidade de vida e
saúde, tornando-se expostos às doenças como depressão, estresse, cansaço, dor e não
estarem imunes a qualquer enfermidade ou comportamento de risco como tabagismo,
alimentação, inatividade física, obesidade, consumo de álcool e outras drogas
recorrendo assim à automedicação.(7)
Desta forma, este trabalho tem como objetivo identificar os motivos da
automedicação em estudantes da área da saúde.

MÉTODOS
Trata-se de uma revisão integrativa da literatura científica realizada no ano de
2023, a partir da seguinte questão norteadora: "Identificar os motivos da automedicação
em estudantes da área da saúde". Desta forma, o presente estudo foi elaborado seguindo
as seis etapas recomendadas para a elaboração de uma revisão integrativa: identificação
do tema e seleção da questão de pesquisa; estabelecimento dos critérios de
elegibilidade; identificação dos estudos nas bases científicas; avaliação dos estudos
selecionados e análise crítica; categorização dos estudos; avaliação e interpretação dos
resultados e apresentação dos dados na estrutura da revisão integrativa
A coleta de dados ocorreu no período de Junho a Dezembro de 2023 por meio da
busca eletrônica nas bases: Scientific Electronic Library Online (SCIELO), LILACS,
Revista Eletrônica Acervo Saúde, BDENF fazendo busca com descritores:
"Automedicação, Estudantes, Motivo, prevalência".
Os estudos incluídos na presente revisão integrativa obedeceram aos seguintes
critérios de inclusão: publicação ter como temática os motivos da alta prevalência da
automedicação em estudantes da área da saúde, publicações completas em português,
entre os anos de 2011 a 2023. Foram excluídos os editoriais, as cartas ao editor, bem
como estudos que não abordassem tese, artigo de revisão bibliográfica.

RESULTADOS
Com base nos artigos selecionados foi elaborada uma matriz de síntese com os
artigos selecionados, contendo as informações: Titulo, autores, objetivo e resultados.
No quadro 1, são apresentados os descritores escolhidos, seguindo os
Descritores em Ciências da Saúde padronizados pelo Centro Latino-Americano e do
Caribe de Informação em Ciências da Saúde e selecionados nas bases de dados virtuais
da Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e a
Biblioteca Eletrônica Científica Online (Scielo) supracitadas.
Quadro 1:Associação aos pares dos descritores, bases de dados selecionadas e número
de artigos encontrados e selecionados. Jundiaí/SP. Brasil. 2023.

Descritores Lilacs Scielo BDENF

Encontrado Selecionado Encontrado Selecionado Encontrado Selecionado

Automedicaç 31 1 16 2 13 0
ão and
motivos

Automedicaç 57 6 25 1 14 2
ão and
estudantes

Automedicaç 191 0 77 1 21 2
ão and
prevalência

Os artigos selecionados foram minuciosamente investigados e submetidos ao cruzamento de dados,


de modo a se obter informações suficientes para composição do texto apresentado. Inicialmente,
foram eleitos 15 resultados relacionados ao tema proposto. Contudo, após leitura das publicações,
foram excluídas as duplicatas e, considerando os critérios de seleção já citados no trabalho, foi
reorganizado o número de artigos usados para a revisão, resultando em 10 títulos que, após leitura
qualitativa e escrupulosa, excluíram aqueles que não eram diretamente influentes nos objetivos deste
trabalho. Consideram-se, portanto, relevantes os títulos mencionados no Quadro 2, apresentado a
seguir, que baseiam os dados a serem contemplados.
Quadro 2: Relação de publicações, autor, ano e base de dados. Jundiaí/SP. Brasil. 2023

Autor/ano Tema Base Método Conclusão


Tognoli, Amaral, Lilacs Quantitativo Motivos: Problemas
Tavares,Oliveira tranversal álgicos sendo cefaleia,
mialgia, febre, gripe,
Automedicação entre
Ramos, N°320 facilidade em como usar o
acadêmicos de
Domingos, medicamento pela
medicina de
Batigalia, internet sem a
Fernandópolis São
necessidade de ler a bula,
Godoy, 2019 Paulo
ou buscar informações em
terceiros

JÚNIOR, Prevalência da Lilacs Quantitativo Problemas álgicos crônico


CAETANO automedicação em como cefaleia que foi
PORTELA, acadêmicos de predominante na
BEZERRA odontologia e N°70 pesquisa,
FERRAZ enfermagem em uma autoconhecimento prévio
FALCÃO 2018 instituição pública sobre o medicamento.
brasileira

MORAES, Automedicação em Lilacs Quantitativo


BERNADINA, acadêmicos de Problemas Álgicos
ANDRIATO, Medicina crônicos sendo
DALVI, N°148
predominante na pesquisa
LOYOLA, 2018 febre inflação, azia
digestão, insônia, falta de
concentração para estudos
e sobrepeso,
autoconhecimento
conforme o ano do curso
Automedicação nos SCIELO Quantitativo e Problemas Álgicos
estudantes do ensino descritivo crônicos sendo
superior da saúde predominante na pesquisa
PRÍNCIPE, cefaleia, mialgia, desmorrei
OLIVEIRA, N° 301 e febre, autoconhecimento
SILVA,SILVA prévio de prescrição
SILVA , 2020 anteriores, influência de
terceiro como familiares,
buscar fonte do
medicamento além da bula

LIMA , COSTA, Automedicação entre SCIELO Quantitativo


SILVA, FILHO, estudantes de
SOUZA , graduação do interior
FERNANDES, do Amazonas N°694 Problemas álgicos
GAMA , 2018 crônicos, autoconfiança
adquirida durante o curso,
sobrecarga acadêmica,
medicamento isento de
prescrição, ação paliativa
e baixo custo somado as
dificuldades de uso de
serviço da saúde, herança
cultural de se
automedicar
.

BOHOMOL, Prática da LILACS Quantitativo Problemas Álgicos como


ELENA, automedicação entre cefaleia, diarreia e febre,
ANDRADE,MOR estudantes de alivio rápido da dor,
EIRA,2019 enfermagem de N°126 autoconhecimento para se
instituição de ensino medicar, influência de
superior terceiros como familiares,
estresse, privação de sono
e ter informação da bula
para se automedicar.
Automedicação: BDENF Quantitativo
Prática entre
graduandos de
enfermagem N°100 Problemas Álgicos, como
ALVES, cefaleia, febre, tosse,
ABRANTES, infecções/inflamações
MARTINS, autoconhecimento prévio
LIMA, RAMOS, ou adquirido conforme a
SANTOS, graduação, falta de tempo
NOGUEIRA, em ir ao médico,
RIBEIRO, 2017 influencia de terceiros.

Abel Santiago Automedicação em Transversal: 116 Problemas álgicos como


Muri Gama estudantes de cefaleia, dor abdominal
Silvia Regina enfermagem do Estado desmorrei, falta de tempo
Secoli,2017 do Amazonas – Brasil em ir ao médico ou
irrelevância ao quadro de
saúde para ir ao médico,
SCIEL dificuldade de acesso a
O serviço da saúde,
influência por terceiros,
conhecimento prévio e
acesso fácil ao
medicamento.
SOUSA, LIA , Automedicação: Quantitativo Problemas Álgicos ,
TEIXEIRA, comportamento de um explorativo, antitérmicos e anti-
LURDES, JESUS, grupo de estudantes de descritivo e inflamatório,
RUI, saúde no ensino transversal autoconhecimento para se
FERNANDES, superior IBCES automedicar por antiga
FILIPE , prescrições e influência
ARAÚJO, N°351 de terceiros
ISABEL ,2020
AQUINO, SCIELO Quantitativo, Problemas Álgicos como
BARROS, A automedicação e os cefaleia, dores
SILVA , 2011 acadêmicos da área de musculares e desmorrei,
saúde N°223 uso de vitaminas para
prevenção de
resfriados/suplementação
alimentar, fácil aceso ao
medicamento
prinpalmente de
substancia controlada
como anorexígenos,
antidepressivos e
ansiolíticos

DISCUSSÃO
Objetivo principal do estudo foi caracterizar os motivos dos porque os estudantes da saúde
se automedicam durante o seu percurso acadêmico mesmo após anos de orientações sobre
o risco da automedicação, nesta revisão encontramos prevalência do gênero feminino,
mesmo que nos dias atuais, haja homens na área, há um porcentual pequeno comparado
quanto ao gênero feminino representa, sendo cerca de 65% dos mais seis milhões de
profissionais da área do setor sendo público ou privados, a maioria sendo jovens de media
de 18 a 25 anos.
Uns dos motivos citados pelo estudante para usar a automedicação foram problema álgicos
crônicos como dor de cabeça, dores musculares, dor abdominal, desmorrei, resfriado,
infecções/ inflamações que fazem explorar o uso para o alívio da dor imediatamente, e,
esta afirmação dos estudantes acaba colaborando a com a revisão feita por Fernandes e
Cebranelli (2015), que colocam os analgésicos e relaxantes musculares como os
medicamentos mais utilizados na forma de automedicação no Brasil.
Tem o fator da praticidade da automedicação que por alguns fatores facilita de termos
acessos, como por exemplo, nem todo medicamento precisa de prescrição medica para
você poder comprar, assim como não é necessário realizar uma consulta com o médico
pelos sintomas que são leves e “autolimitadas” que são fáceis de se resolver e que não
exijam muito tempo, quem é estudante acaba vivendo muito no estresse da graduação,
tendo privação de sono , ansiedade por conta de prova que se deve estudar ou estagio que
acaba não tendo tempo de marca uma consulta e socorrendo a automedicação, ás vezes
nem o serviço de saúde ele consiga recorrer a ajuda. Contudo existe outra veracidade de
que o autoconhecimento adquirido pelo curso ajuda o estudante ter a opção de se
automedicar, pois muitos adquirem confiança após o estudo da matéria de fármaco.
Existe muita herança cultural de se automedicar ainda mais terceiros como amigos e
familiares que nos influenciam, ou nós mesmo por adquirir um conhecimento de uns
medicamentos usados anteriormente aonde temos conhecimento prévio.

A automedicação é um tema controverso no campo da saúde. Embora possa parecer


conveniente e acessível, ela carrega riscos significativos. Alunos de cursos da saúde devem
estar cientes desses problemas e promover a conscientização sobre os perigos da
automedicação. Por um lado, a automedicação pode levar a tratamentos inadequados,
mascarar sintomas e agravar condições de saúde subjacentes. Além disso, o uso
indiscriminado de medicamentos pode causar resistência bacteriana e efeitos colaterais
adversos, podendo ser fatal em alguns casos.
Por outro lado, é importante reconhecer que existem situações em que a automedicação
pode ser considerada segura e razoável, como o uso de medicamentos de venda livre para
sintomas leves. É essencial que alunos da área da saúde sejam treinados para orientar
adequadamente pacientes sobre a importância de consultar um profissional de saúde antes
de iniciar qualquer tratamento ou medicação. A educação em saúde é fundamental para que
as pessoas compreendam os riscos associados à automedicação e tomem decisões
informadas sobre sua saúde.

CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
https://www.cosemssp.org.br/noticias/protagonismo-feminino-na-saude-mulheres-sao-a-
maioria-nos-servicos-e-na-gestao-do-sus/
https://www.saudebusiness.com/mercado/73-dos-brasileiros-se-automedica-mulheres-e-
jovens-sao-maioria-na-pratica

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