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Cana-de-açúcar

como base da matriz


Giuliana Aparecida Santini2
Leonardo de Barros Pinto3
Timóteo Ramos Queiroz4

energética nacional1
Resumo – Este artigo tem como objetivo principal mostrar a importância do emprego da cana-de-
açúcar como matéria-prima da matriz energética nacional e discutir os motivos, de âmbito interno e
externo ao País, que dificultam a sua consolidação no papel de principal agente de produção mun-
dial de energias limpas. O método utilizado foi o levantamento bibliográfico, de caráter qualitativo,
para se obter um embasamento teórico e o entendimento de conceitos empregados no estudo. Este
artigo contribui, assim, com subsídios para a formulação de ações públicas e privadas para a supe-
ração das barreiras que se apresentam ao setor.
Palavras-chave: energia limpa, etanol, renovável, sustentabilidade.

Cane sugar as the basis of the national energy

Abstract – This article aims to evidence the mainly importance of sugarcane in the national energy
matrix, as well as discuss the issues related to the internal and external to the country, that compli-
cated the consolidation of their role as major player in cleaned energy world production from the
sugarcane. The method used was a literature review, qualitative, to obtain a theoretical understan-
ding of the concepts employed in the study. The contribution of the paper is the reflection and pro-
position of public and private actions to overcome barriers faced by the industry and consequently
the country.
Keywords: cleaner energy, ethanol, renewable, sustainability.

Introdução mais diversos – de fundamento ambiental, eco-


nômico, social e cultural – estão no cerne das
Nos últimos 40 anos, têm estado em evi-
dência muitas questões sobre riscos decorrentes discussões entabuladas por organizações regio-
da exploração dos recursos naturais, estando nais e mundiais, num contexto que ainda está
entre elas a forma como são explorados e a pos- em construção. Esses múltiplos aspectos não se
sibilidade de escassez. Questões e interesses os excluem; ao contrário, eles se relacionam, ten-

1
Original recebido em 3/1/2011 e aprovado em 7/1/2011.
2
Economista pela Universidade Estadual Paulista (Unesp), professora da Universidade Estadual Paulista/Campus de Tupã (Unesp Tupã/Cepeagro), São Paulo,
Av. Domingos da Costa Lopes, 780, Tupã, SP. E-mail: giusantini@tupa.unesp.br
3
Engenheiro-agrônomo pela Universidade Federal de Lavras (Ufla), professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Campus de Tupã (Tupã/Cepeagro),
Av. Domingos da Costa Lopes, 780, Tupã, SP. E-mail: leonardo@tupa.unesp.br
4
Administrador pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Campus de Tupã (Tupã/
Cepeagro), Av. Domingos da Costa Lopes, 780, Tupã, SP. E-mail: timoteo@tupa.unesp.br

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do em comum a constatação de que os recursos das neste artigo. Essas teorias, que inicialmente
naturais não mais satisfazem as necessidades atendiam exclusivamente a fatores socioeconô-
humanas e a preocupação com a sustentabili- micos, passaram a contemplar, especialmente
dade do meio ambiente. no período pós-guerra mundial, elementos so-
Como contribuição à temática da explora- bre a utilização dos recursos naturais em conso-
ção dos recursos naturais e da sustentabilidade, nância com as necessidades da sociedade.
este artigo mostra a importância da cana-de-açú- Paralelamente ao levantamento teórico, e
car como base da matriz energética nacional e de modo a contribuir para a sistematização, a
discute as questões, de âmbito interno e externo, análise e a discussão acerca da importância da
que dificultam a sua consolidação no papel de indústria da cana no Brasil, algumas fontes fo-
principal agente na produção mundial de ener- ram consultadas, a saber: Agência Nacional de
gias limpas a partir da cana-de-açúcar. Energia Elétrica (Aneel), Ministério de Minas e
Para o alcance desses objetivos, o arti- Energia (MME), Fundação de Amparo à Pesqui-
go foi subdividido em seis seções, aí incluída, sa do Estado de São Paulo (Fapesp), Instituto de
como primeira seção, esta introdução. Na se- Economia Agrícola (IEA), União da Indústria de
gunda seção, é discutido o método empregado Cana-de-Açúcar (Única), União dos Produtores
na realização deste trabalho. Na terceira seção, de Bioenergia (Udop) e United Nations Indus-
é realizado um breve desenvolvimento teórico trial Development Organization (Unido).
acerca dos temas “desenvolvimento sustentá- Assim, ressalte-se que o tipo de pesquisa
vel” e “produção limpa”. Na quarta seção, é realizada foi o do tipo teórica, direcionada para
analisada a importância da indústria da cana no um mosaico científico, na medida em que alguns
País, com as vantagens advindas da utilização dados quantitativos também foram utilizados
das energias limpas. Na quinta seção, são dis- para a fundamentação do objeto com o qual se
cutidos os entraves à efetiva representatividade trabalha. O mosaico científico, segundo Becker
do Brasil, inclusive em âmbito internacional, (1993), pode ser definido como um recorte de
como lócus de produção de energias limpas a realidades distintas e a sistematização de dados
partir da cana. Essa discussão é feita a partir do qualitativos e quantitativos no caso estudado.
entendimento dos temas teóricos discutidos na
terceira seção. Na última seção, são feitas algu-
mas considerações.
Contribuições teóricas
Foi em 1972, durante a Conferência de
Metodologia Estocolmo, que o conceito de “ecodesenvol-
vimento” foi cunhado e divulgado por Ignacy
O principal método utilizado para a re-
Sachs. Para a sociedade, ficou clara a dimen-
alização da pesquisa foi um levantamento bi-
são do problema quando Sachs (1993) decla-
bliográfico, de caráter qualitativo, para se obter
rou que toda abordagem de desenvolvimento
um embasamento teórico e o entendimento de
deveria contemplar dimensões de sustentabili-
conceitos empregados na pesquisa. Esse levan-
dade social, econômica, ecológica, espacial e
tamento tomou como referências artigos cientí-
cultural. Em decorrência disso, em meados da
ficos, livros e sites que abordavam o tema “sus-
década de 1980, surgiria o conceito de “desen-
tentabilidade” e sua relação com a “produção
volvimento sustentável”. Foi a partir do Relató-
limpa” em sistemas produtivos, especificamen-
rio Brundtland (WORLD COMISSION..., 1987),
te no sistema agroindustrial da cana-de-açúcar,
intitulado Nosso Futuro Comum, que surgiu a
para a geração de energias limpas e renováveis.
definição mais utilizada sobre desenvolvimen-
A evolução das teorias de desenvolvimen- to sustentável: desenvolvimento que satisfaz as
to serviram de base para as reflexões desenvolvi- necessidades presentes sem comprometer a ha-

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bilidade das futuras gerações de satisfação das estratégias integradas e preventivas em produtos
próprias necessidades (WORLD COMISSION..., e processos produtivos.
1987). Essa concepção abriu caminho para a
Tais aspectos, que vão além do espaço
criação, em 1997, de um acordo de coopera-
acadêmico quando relacionados aos modelos
ção – o Protocolo de Kyoto –, no qual os países
de gestão e negócios, impõem (ou deveriam im-
industrializados comprometiam-se a reduzir, até
por) uma nova postura aos agentes envolvidos.
2012, suas emissões de dióxido de carbono a
A racionalização da utilização de recursos – seja
níveis pelo menos 5% menores, sob pena de
pela transparência de comportamento por parte
sanções econômicas (STIGLITZ, 2007).
dos consumidores, seja pela responsabilidade
A noção de sustentabilidade, de modo socioambiental, seja, ainda, pela estratégia de
amplo, refere-se ao uso de recursos – humanos, mercado – exige atenção muito mais abrangen-
naturais e artificiais – de maneira eficiente, de te, que vai além da necessidade de obtenção de
modo que seja possível, às gerações atuais, a sa- lucros.
tisfação de suas necessidades, sem comprome-
ter a capacidade de sobrevivência das futuras A adoção de produção mais limpa nos
gerações. Com a integração de aspectos eco- ciclos dos processos produtivos tem como ob-
nômicos, sociais e ecológicos, a produção sus- jetivo o aumento de produtividade, utilizando-
tentável é capaz de prover alternativas menos se de eficiência no uso das matérias-primas, da
nocivas para o meio ambiente e, além disso, água e da energia, por meio da eliminação, da
deve contribuir para a melhoria da qualidade minimização ou da reciclagem de resíduos ge-
de vida da sociedade e para o desenvolvimento rados, com benefícios ambientais e econômicos
do agronegócio (OECD, 2001). para os processos produtivos, e também com
redução do impacto ambiental (UNIDO, 2009).
A sustentabilidade também foi amplamen-
te discutida na Conferência das Nações Uni- Um dos efeitos esperados pela adoção
das sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, desses novos sistemas é também aumentar, para
também conhecida como Cúpula da Terra ou as empresas dos países em desenvolvimento,
Eco-92, no Rio de Janeiro, em 1992, que contou seu grau de competitividade, facilitando seu
com a participação de representantes de aproxi- acesso aos mercados internacionais. Esse é o caso
madamente 180 países. No evento, foi estabe- do Brasil, que tem realizado maciços investimen-
lecido que o desenvolvimento sustentável seria tos no setor sucroalcooleiro, visando à geração de
uma das metas a ser alcançada pelos governos energias limpas e renováveis (como o etanol e a
e pelas sociedades em todo o mundo (DIAS, bioeletricidade), que possam atender aos interes-
2007). Entre os desdobramentos e/ou meca- ses nacionais e aos internacionais – principalmen-
nismos mais importantes, a Agenda 21 foi o de te no caso do etanol. O etanol, também conhe-
ação mais abrangente, constituindo, então, um cido como álcool etílico, é produzido no País
programa internacional com o estabelecimento quase que exclusivamente pela fermentação e
de parâmetros para alcance do desenvolvimen- pela destilação do caldo de cana e do melaço,
to sustentável (UNIDO, 2009). um resíduo da produção de açúcar. Já a bioe-
letricidade é uma energia elétrica produzida a
Como forma de melhor explorar a susten-
partir de biomassa (recurso renovável oriundo
tabilidade nos aspectos produtivos, a Organi-
de matéria orgânica) de origem vegetal, que, es-
zação das Nações Unidas para o Desenvolvi-
pecificamente no Brasil, é derivada da queima
mento Industrial (Unido) contribuiu (a partir de
do bagaço da cana (JANK, 2008a).
meados da década de 1990) com o desenvolvi-
mento de programas de produção mais limpa – Esses produtos são derivados da indústria
em consonância com organizações correlacio- da cana-de-açúcar, setor em que o País despon-
nadas –, no propósito de coordenar projetos de ta como o maior produtor mundial. A partir da

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cana-de-açúcar, é possível extrair uma ampla de maior produtor mundial, seguido pela Índia,
variedade de produtos, como alimentos, rações pela Tailândia e pela Austrália. No Brasil, as
animais, biocombustíveis e bioeletricidade, e, regiões Sudeste, Centro-Oeste, Sul e Nordeste
recentemente, até bioplásticos, que vêm a ser são as de maior cultivo, conseguindo duas sa-
resinas produzidas a partir da cana-de-açúcar fras anuais, com a ocupação de 2,2% das terras
(JANK, 2008a). Vários projetos estão em gesta- cultiváveis. A região Centro-Sul é a que deno-
ção pelas usinas do setor sucroalcooleiro, em ta maior participação na produção da cultura,
parceria com a indústria química, para a produ- tendo representado 88,7% na safra 2008–2009
ção do “plástico verde”. – o Estado de São Paulo representou 60,1%
da cana-de-açúcar processada nacionalmente.
O carro flex fuel aumentou significativa- A produção da cultura da cana é também a mais
mente o consumo de álcool combustível. Am- representativa da agricultura nacional, tendo re-
bientalmente isso é relevante, uma vez que as gistrado a produção de 569 milhões de tonela-
emissões de gás carbônico emitidas são diminu- das na safra 2008–2009 (PRODUÇÃO..., 2009).
ídas por causa da substituição de combustíveis Para se ter uma ideia da expansão do cultivo
fósseis por renováveis. A cogeração de energia a no País, basta observar o índice de crescimento
partir do bagaço de cana também é uma alterna- da cana processada em um período de 10 anos:
tiva de fonte de energia. Contudo, é preciso lem- 62,8%, nas safras de 1997–1998 a 2007–2008
brar que o sistema de produção da cana tam- (PRODUÇÃO..., 2008). Esse desempenho foi
bém degrada o meio ambiente. Por exemplo, se possível graças a vários fatores: expansão da
subprodutos da cana, como a torta de filtro e a área plantada no País (42,2% no período); in-
vinhaça, não forem utilizados corretamente, po- vestimentos em tecnologia e em pesquisas de
variedades de cana; aumento da mecanização
derão contaminar tanto o solo quanto o lençol
da colheita; melhoria dos sistemas de irrigação;
freático. Há ainda mais outra questão a resolver:
e melhor aproveitamento dos subprodutos da
a indústria sucroalcooleira consome água em
produção de álcool e açúcar.
excesso. Esse mal hábito pode ser inibido com
a cobrança de taxas de consumo por parte do Com a indústria da cana – que conta com
Estado (ALVARENGA; QUEIROZ, 2008). aproximadamente 350 usinas instaladas no País
–, é possível obter o açúcar, o etanol e a bioele-
Observa-se, portanto, que ainda há al- tricidade, o que coloca a nação na posição de
guns entraves, tanto de origem doméstica quan- maior produtora e exportadora de açúcar e eta-
to externa, que colocam em xeque a efetiva nol, com receita bruta anual de US$ 20 bilhões
participação do Brasil na liderança mundial, no (JANK, 2008a). Quanto ao etanol e à bioeletri-
campo do desenvolvimento sustentável, com a cidade, esses colocam o País em condição de
produção de energias limpas e renováveis. Este avançar (nacional e internacionalmente), com
artigo vem contribuir, portanto, com a análise destaque para a produção de energias limpas e
de alguns desses entraves, e também com a pro- sustentáveis. A Figura 1 permite observar o fun-
posição de ações públicas e privadas para a su- cionamento da cadeia produtiva da cana e sua
peração das barreiras enfrentadas pelo setor. importância para a indústria de alimentos (açú-
car) e para a matriz energética nacional.
De acordo com Brasil (2007a), a deman-
A importância da cana na geração da total de energia a partir de fonte primária (em
especial a cana-de-açúcar) vem crescendo forte-
de energias limpas e renováveis mente, influenciada pelo dinamismo econômico
O sistema agroindustrial sucroalcooleiro na década de 1970, e pela desaceleração nas
é extremamente competitivo e avançado tec- décadas de 1980 e 1990. Para o novo milênio,
nologicamente, garantindo ao Brasil a posição observa-se uma forte retomada do crescimento

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Figura 1. Funcionamento da cadeia produtiva da cana-de-açúcar.
Fonte: Jank (2008a), Brasil (2007b) e Produção... (2009).

dessa demanda. O crescimento da estrutura de quisa Energética (EPE). A cana-de-açúcar e deri-


consumo, em especial da cana-de-açúcar e de vados teve um índice de crescimento de 612%
seus derivados, pode ser visualizado na Tabela 1. na estrutura do consumo energético nacional, de
A participação da matriz energética sucro- 1975 a 2005. Foi o maior índice, mesmo se com-
alcooleira no consumo energético nacional é parado à eletricidade, que apresentou um índice
bastante expressiva: em 1975, o conjunto baga- de crescimento de 437%. Além disso, observa-se
ço de cana e etanol representava 4,7%, passan- a diminuição do consumo dos derivados de pe-
do para 14,5% em 2005. Foi o maior crescimen- tróleo, mostrando uma tendência para o uso de
to, entre as fontes apontadas pelo Ministério de combustíveis renováveis (o petróleo apresentou
Minas e Energia (MME) e pela Empresa de Pes- um índice de crescimento de 98%).

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Tabela 1. Estrutura do consumo energético final por fonte de energia (milhões de tep(1) e %).

Fonte 1975 1980 1985 1990 1995 2000 2005


3.720 6.812 11.725 11.266 14.345 13.381 21.147
Bagaço de cana
4,4% 6,5% 10,0% 8,8% 9,7% 7,8% 10,8%
276 1.673 4.651 6.346 7.481 6.457 7.321
Etanol
0,3% 1,6% 4,0% 5,0% 5,1% 3,8% 3,7%

Cana-de-açúcar e derivados 3.996 8.485 16.376 17.612 21.826 19.838 28.468


(subtotal) 4,8% 8,1% 14,0% 13,8% 14,8% 11,5% 14,5%
6.005 10.548 14.921 18.711 22.764 28.509 32.267
Eletricidade
7,1% 10,1% 12,7% 14,7% 15,4% 16,6% 16,5%
42.107 53.038 48.406 57.334 69.338 84.234 83.683
Derivados de petróleo
50,1% 50,8% 41,3% 44,9% 46,9% 49,0% 42,7%
31.984 32.311 37.379 33.939 33.770 39.368 51.491
Outros
38,0% 31,0% 31,9% 26,6% 22,9% 22,9% 26,3%
84.093 104.383 117.083 127.597 147.699 171.950 195.910
Total
100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0%
(1)
tep: tonelada equivalente de petróleo.
Fonte: Brasil (2007a).

Acompanhando essa tendência de au- contribuir com 18,5% do total de energia ofer-
mento do consumo de energias limpas, em es- tada pela matriz energética brasileira, em 2030.
pecial da matriz sucroalcooleira, os cenários Essa expectativa de crescimento é superior até
projetados apontam para uma grande amplia- mesmo às outras fontes energéticas, como deri-
ção da oferta, com previsões até 2030, como vados de petróleo, as quais, apesar de expressi-
ilustra a Tabela 2. Mais uma vez, a cana-de- vas (atualmente, representam 34,8%), manifes-
açúcar e seus derivados apresentam uma proje- tam tendência de queda de oferta energética
ção de maior índice de crescimento (em termos nos próximos anos.
percentuais, de 34%, de 2005 a 2030), vindo a
Demonstrada a importância dessa fonte
Tabela 2. Projeção da oferta interna de energia primária (cana-de-açúcar e derivados), em ter-
(participação em %). mos quantitativos, é importante indicar, para
a matriz energética nacional, outras vantagens
Fonte 2005 2010 2020 2030 (econômicas, ambientais e outras) derivadas
Cana-de-açúcar e de seu uso. Em comparação com outras fontes
13,8 14,1 17,4 18,5
derivados energéticas (fósseis e provenientes de outras
Hidráulica e culturas vegetais), as vantagens de utilização
14,8 13,5 13,7 13,5
eletricidade do etanol como combustível são principalmen-
Derivados de te econômicas e ambientais, além de favore-
38,7 34,8 29,9 28,0
petróleo cer um maior balanço energético. Jank (2008a)
Outros 32,7 37,6 39,0 40,0 aponta as seguintes vantagens: a) o etanol gera
9,3 unidades de energia renovável para cada
Total 100,0 100,0 100,0 100,0
unidade de combustível fóssil utilizada em seu
Fonte: Brasil (2007a). ciclo de produção (em outras matérias-primas,

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como milho, grãos e beterraba, não passam de Essa energia é produzida principalmente a partir
duas unidades de energia renovável para cada do bagaço da cana, sendo esse o maior dejeto
unidade de energia fóssil utilizada na produção); da agroindústria brasileira; aproximadamente
b) usando-se etanol em substituição a gasolina, um terço do potencial energético da cana-de-
é possível evitar até 90% das emissões de gases açúcar é proveniente do bagaço. Assim, como
causadores de efeito estufa, equivalente em CO2; aponta Dantas (2008), a forma como a agroin-
c) o etanol de cana apresenta maior produtivida- dústria sucroalcooleira utiliza esse bagaço pos-
de que as alternativas de outras matérias-primas sui grande importância, pois o bagaço pode ser
em termos de litros de biocombustível por hec- destinado desde a indústria petroquímica até a
tare colhido – as novas variedades têm potencial sua utilização como combustível, sua utilização
para impulsionar a produtividade para até 13 mil mais frequente e tradicional.
litros de etanol/ha, contra os atuais 7,5 mil; e d) A utilização do bagaço da cana-de-açú-
graças aos ganhos de eficiência, o preço do eta- car, em comparação com outros tipos de bio-
nol no Brasil é considerado competitivo com o massas e das energias fósseis e hídricas, oferece
da gasolina, mesmo quando o preço do petróleo mais vantagens, também econômicas e ambien-
está no patamar de US$ 40/barril5, como obser- tais. Há estimativas de que apenas as usinas do
vado no início da década de 2000 (JANK, 2008a). interior de São Paulo poderiam gerar eletricida-
No âmbito geopolítico, o etanol supera a de suficiente para suprir a demanda dos estados
grande insegurança, experimentada em todo o do Rio de Janeiro, do Paraná e de Santa Catari-
mundo, em relação ao abastecimento por pe- na (SALOMÃO, 2008). Além disso, ao contrário
tróleo e derivados, insegurança que advém do da produção da madeira, o cultivo e o benefi-
fato de 65,4% deste combustível estar locali- ciamento da cana são realizados em grandes e
zado em regiões de grande conflito no Orien- contínuas extensões de terra, e o aproveitamen-
te Médio, sem contar com a alta oscilação de to de resíduos (bagaço, palha etc) é facilitado
preços desse combustível, observada desde as pela centralização dos processos de produção.
crises do petróleo. Essa elevação dos preços do A favor da utilização do bagaço da cana
petróleo deve-se, atualmente, à redução das re- para a geração de energia também está o fato de
servas desse combustível e aos intensos confli- o Brasil possuir vasta riqueza natural, topografia
tos étnico-religiosos em alguns países, como Irã e relevo favoráveis à produção agrícola, e o País
e Iraque, os maiores fornecedores do mundo. mantém-se na liderança da produção de etanol
Soma-se a isso o fato de as maiores reservas es- desde o início dos anos 1990.
tarem concentradas em poucas regiões e países,
A lavoura canavieira também tem alcan-
como a América do Norte, o Oriente Médio e
çado elevados índices de produtividade nos
a Rússia, o que favorece o controle da oferta
períodos de estiagem; sendo assim, os resídu-
mundial por esses países e, consequentemente,
os liberados pela cultura também são altos, e
o controle do preço.
o processo é acrescido por contínuos processos
A utilização do subproduto da cana para tecnológicos de transformação e otimização
a geração de energia elétrica (bioeletricidade) desses resíduos em energia cogerada a partir do
também traz grandes oportunidades ao País, bagaço da cana-de-açúcar. Além disso, o perío-
pois ajuda a suprir o fornecimento interno de do de colheita dessa cultura coincide com o de
energia, além de posicionar a nação como gran- estiagem das principais bacias hidrográficas do
de produtora de energias limpas não provenien- parque hidrelétrico brasileiro, tornando a opção
tes dos recursos fósseis e hídricos tradicionais. ainda mais vantajosa.

5
Nas últimas décadas, o preço do álcool nacional sofreu várias oscilações, predominantemente positivas, até mesmo por influência dos preços internacionais
de outros produtos, como o açúcar. Entretanto, experiências recentes de aumento do preço desse biocombustível são insuficientes para fazer conjecturas
sobre a sua contribuição para a matriz energética mundial.

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Assim, a utilização do bagaço da cana- Entraves à consolidação do Brasil
de-açúcar para a cogeração de energia é mais como líder na produção de energias
vantajosa do que as demais fontes alternativas
de energia, podendo-se citar, de acordo com
limpas e renováveis
a Aneel (2005), as seguintes vantagens: a) re- Apesar de serem muitas as vantagens
dução na importação de combustíveis fósseis, oferecidas pelo uso da cana na produção de
imune às variações internacionais do preço do energias mais limpas e renováveis, há que se
petróleo e às variações cambiais; b) menor tem- considerar fatores internos e externos (relacio-
po de implantação (em uma usina já efetivada, nados a questões político-econômicas, sociais
o processo de implantação da estrutura para a e ambientais) que trazem impactos para o de-
cogeração de energia varia de 12 a 24 meses); senvolvimento e a produção dessas tecnologias
c) melhor aproveitamento sustentável de restos a partir da cana, no Brasil. Conquanto o Brasil
seja o maior exportador mundial de etanol, o
produzidos em grande escala no País, como a
acesso a novos mercados ainda apresenta um
palha, o bagaço e o vinhoto; e d) redução dos
gargalo. A despeito de os Estados Unidos e a
impactos ambientais, uma vez que o uso do
União Europeia terem estabelecido metas para
bagaço como alternativa energética reduz a a utilização de etanol (136 bilhões de litros nos
emissão de resíduos no ambiente, assim como Estados Unidos, até 2022, e 10% do uso de ga-
diminui o grau de poluição atmosférica, em solina da União Europeia, até 2020), esses pa-
comparação com outros combustíveis, como o íses continuam a aplicar barreiras comerciais
óleo diesel e o carvão (BACARIM; CASTILHO, à importação do etanol produzido pelo Bra-
2002; BRASIL, 2007b). Alguns estudos indicam sil. Os Estados Unidos impõem uma tarifa de
que, se for usada uma caldeira bem dimensio- US$ 0,54/galão sobre o etanol brasileiro; além
nada, uma chaminé de altura adequada e um disso, adotam subsídios aos grãos, principal-
sistema de extração de cinzas eficiente, o pro- mente ao milho, que é a principal matéria-pri-
blema de poluição praticamente se anula (ES- ma de fabricação do etanol nesse país (AGROE-
TUDO...., 2006). NERGIA, 2007; BRASIL, 2009).
Além de todos esses fatores, a cogeração A União Europeia, atenta às possibilidades
a partir da biomassa aumenta a perspectiva de de riscos sociais e ambientais, principalmente os
negociação de projetos para a comercialização relacionados à produção da cana e ao proces-
de créditos de carbono. Os créditos de carbo- so de produção do etanol, vem questionando a
no são certificados de redução de emissões de sustentabilidade dessa cultura. O atendimento a
poluentes (lançados), negociados no âmbito do padrões que comprovem a sustentabilidade da
produção da cana é, portanto, um fator crucial
Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL)
para garantir a sua competitividade no mercado
– um instrumento do Protocolo de Kyoto para
externo. Embora não tenha sido formado con-
auxiliar a reduzir, na atmosfera, os gases po-
senso, em acordos internacionais, sobre quais
luentes. O Brasil é o segundo país (vindo depois
seriam as práticas sustentáveis para a produção
da Índia) em número de projetos para a comer- de biocombustíveis, alguns países da União Eu-
cialização de créditos de carbono. O negócio ropeia, como a Inglaterra, a Suíça, a Holanda e
que mais tem atraído investidores estrangeiros a Alemanha, além dos Estados Unidos, já vêm
ao País é o de cogeração de energia a partir da discutindo propostas de certificação de biocom-
biomassa. O segmento já representa a maior bustíveis e biomassa. O governo brasileiro, por
parte dos projetos brasileiros nesse mercado, seu turno, por intermédio do Instituto Nacio-
e estima-se que seu potencial de redução de nal de Metrologia, Normalização e Qualidade
emissões alcance 2,486 milhões de toneladas Industrial (Inmetro), já está desenvolvendo um
de carbono no País, por ano (USINAS..., 2006). processo de certificação nacional para o etanol,

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com o objetivo de resguardar o produto brasi- energia pelo bagaço da cana, entraves esses de-
leiro de eventuais barreiras ao comércio inter- correntes da ausência de políticas institucionais
nacional, ligadas a questões de sustentabilidade e reguladoras que favoreçam o sistema de co-
(NAPPO, 2008). Além disso, agentes do setor mercialização de excedentes energéticos gera-
também discutem uma certificação global para dos pelo setor.
a cana, conhecida como Better Sugarcane Ini- Algumas políticas de incentivo à reali-
tiative (BSI), que permitiria a adoção de um selo zação de investimentos pelo setor sucroalco-
(BSI) que garantisse o cumprimento de práticas oleiro foram desenvolvidas, como o Programa
agrícolas, sociais e ambientais. Os critérios para de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia
essa certificação levam em conta diretivas da Elétrica (Proinfa), efetivado em 2002, pelo go-
União Europeia de promoção de energia reno- verno federal, o qual favorecia a aquisição de
vável, adotadas no final de 2008, que determi- máquinas. Todavia, esse programa não conse-
nam a redução de 35% nas emissões de gases guiu manter os juros baixos, culminando em um
de efeito estufa, as quais chegariam a 50% em ambiente desfavorável para investimentos em
2017 (BARROS, 2009). novas plantas cogeradoras. Em 2005, o governo
A consolidação da matriz energética brasileiro criou os primeiros mecanismos para
brasileira como geradora de energias limpas a contratação de bioeletricidade, mas somente
e renováveis rechaça a possibilidade de que a uma pequena parte das usinas aderiu aos leilões
produção do etanol no Brasil possa crescer à de energia, levadas por motivos variados, con-
custa de desmatamento, o que iria de encon- forme aponta Jank (2008c): a) possibilidade de
tro aos proclamados benefícios conferidos por elevado custo do sistema de conexão, a depen-
esse produto ao meio ambiente. O zoneamento der da localização do projeto e da configuração
agroecológico vem contribuir para a redução da rede de transmissão existente6; b) expressiva
desse problema quando sinaliza com ações rá- elevação dos custos de investimento, ao longo
pidas do governo para coibir o avanço da ativi- dos anos, em virtude do aumento dos preços de
dade em biomas mais sensíveis, como a Floresta matérias-primas, da mão de obra, entre outros;
Amazônica e o Pantanal. c) maior custo da eletricidade produzida pelas
usinas de menor porte (60% da biomassa encon-
Na área social, conforme aponta Jank
tra-se em regiões tradicionais de cana, as quais
(2008b), o foco deve estar centrado no reconhe-
necessitam passar por reformas estruturais); e
cimento das empresas que adotam as melhores
d) em comparação com os preços do açúcar e
práticas trabalhistas, na forma de processos vo-
do etanol, a geração de energia ainda não gera
luntários de adesão, de auditoria e de certifica-
rentabilidade expressiva, servindo mais como
ção de conformidade, reconhecidos pelo mer-
uma garantia de fornecimento interno7 (JANK,
cado. Faz-se também necessária a adoção de
2008c).
amplos programas de qualificação de trabalha-
dores e de uma eventual recolocação, em ou- Em virtude desses entraves econômicos,
tros segmentos da economia, daqueles que fo- políticos e legais, faltou garantia para a efeti-
ram afastados do mercado de trabalho por conta vação de um sistema consolidado e de longo
da crescente mecanização da cana-de-açúcar. prazo, que garantisse às empresas o retorno dos
No tocante à produção de bioeletricidade, há investimentos exigidos para adequação a nesse
entraves legais à efetivação da cogeração de novo cenário energético.

6
Um fator que vem dificultar o pleno funcionamento do sistema de conexão é o licenciamento ambiental da linha de transmissão, principalmente no que
diz respeito às negociações com os proprietários rurais cujas terras o ramal percorrerá.
7
As propostas de compra que privilegiam as energias renováveis não são garantidas e encontram resistência por parte das concessionárias, que não desejam
perder o poder de barganhar o preço. Outro fator relacionado ao preço diz respeito às exigências técnicas para a regularização das unidades cogeradoras para
venda de energia, em razão das dificuldades burocráticas estabelecidas pela legislação, o que acaba ampliando os custos e o preço final para comercialização.

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Conclusões termos tecnológicos e ambientais, não há como
contestar que a equação social no campo ainda
Em todo o mundo, o desenvolvimento
não foi resolvida.
sustentável enfrenta desafios, o que deve obri-
gar cada país a rever as estratégias de desenvol- Alguns fóruns internacionais, principal-
vimento adotadas. O momento exige cautela e mente os alicerçados em temas ambientais,
respeito aos limites suportáveis pelo planeta. apresentaram propostas para minimizar algu-
Há que se considerar também a questão das mas questões ambientais. O Protocolo de Kyo-
distintas oportunidades de produção de energia to propôs, por exemplo, a venda de créditos de
no mundo: se, para alguns países, sobram alter- carbono. Entretanto, é importante questionar
nativas de produção de energia, para outros a se, dando oportunidade aos países de seques-
situação é de penúria, é desalentadora. trarem e comercializarem créditos de carbono
(até mesmo por meio das extensas área de culti-
Supondo-se que sejam descobertas novas
vo de cana-de-açúcar), haveria redução efetiva
fontes de recursos não renováveis, ou que sejam
do efeito estufa. A experiência declara que não.
aperfeiçoadas as já existentes, pergunta-se: as
nações estariam comprometidas com a sustenta- Mas não há como negar que sequestrar carbono
bilidade do desenvolvimento? A lógica da sus- custa muito menos do que desenvolver novas
tentabilidade estaria consolidada na racionaliza- estruturas produtivas que diminuam a emissão
ção do desenvolvimento? O tradicional cenário dos gases promotores do efeito estufa.
de exploração irracional imperaria com base na No Brasil, o setor carece também de po-
lógica da inegostabilidade dos recursos naturais? líticas públicas que assegurem os investimentos
Certamente, o cenário revela graves des- aplicados, considerando obviamente os merca-
dobramentos geopolíticos, com acirradas dispu- dos locais e globais.
tas, pautadas pela diferença de preços das com- A despeito dos incontestáveis benefícios
modities, pela prática de políticas protecionistas que a cogeração de energia pode acarretar ao
e pela necessidade de combate à poluição am- País, e de seu potencial ótimo de cogeração, ain-
biental. Tudo isso, muitas vezes, ancorado em da é necessário rever pontos fundamentais de in-
grandes conflitos. fraestrutura, tanto os referentes à ação do Estado
Todas essas questões se aplicam ao setor quanto à das empresas sucroalcooleiras. Sugere-
produtivo da cana, no Brasil, no qual há ainda se, por exemplo, que haja uma contrapartida de
muitas barreiras a serem vencidas. No campo serviços entre as empresas sucroalcooleiras e o
do comércio exterior, o Brasil tem travado ba- Estado: caberia às primeiras garantir ao Estado a
talhas, tendo obtido algum sucesso a partir da geração de eletricidade em épocas de entressa-
gestão do governo Obama. E há outras ainda, fra, e ao Estado a obrigação de oferecer redes de
de interesses variados, com países desenvolvi- captação e de distribuição que comportassem a
dos e o Oriente Médio. energia gerada.
Em âmbito doméstico, as dificuldades A gestão das organizações também mere-
têm, geralmente, fundamento social, como ce atenção, para impedir, por exemplo, que a
a questão da exploração da mão de obra no ingerência de empresas familiares que dificul-
campo, que envolve baixa remuneração e más tam o funcionamento do setor em geral. E, por
condições de trabalho e de moradia. Some-se fim, é imperativa a definição das áreas destina-
a isso a falta de perspectiva de ocupação desse das à exploração da cana-de-açúcar. Certamen-
trabalhador, cada vez mais ocioso, em decor- te, o negócio da cana-de-açúcar é promissor,
rência da acelerada mecanização dos processos porém, pensar em desenvolvimento de um setor
de produção, pois, se é verdade que a meca- em detrimento do desenvolvimento de outros
nização contribui para o desenvolvimento, em pode ser um equívoco.

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