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Folha 1/45
Relatório dos ensaios da rede de IED e protocolo IEC 61850 para o novo sistema elétrico da PETROBRAS / RPBC
Sumário
Folha 2/45
Relatório dos ensaios da rede de IED e protocolo IEC 61850 para o novo sistema elétrico da PETROBRAS / RPBC
2. Introdução
O sistema elétrico da Refinaria Presidente Bernardes de Cubatão (RPBC), da PETROBRAS, foi
automatizado em meados da década de 90, utilizando-se um Sistema de Controle e Monitoração
Distribuído (SCMD), o qual trouxe grandes ganhos para as Unidades. Com os novos empreendimentos a
serem realizados e os avanços tecnológicos na área de automação elétrica, o atual momento é de
reavaliação das tecnologias utilizadas e na especificação da arquitetura dos novos sistemas de proteção e
automação elétricas.
Quando da sua automação, foi adotado na Refinaria um sistema com arquitetura de “inteligência”
distribuída, baseada em Unidades Terminais Remotas – UTR e operação centralizada a partir do Centro
de Controle Integrado. Esta automação foi baseada em sistemas ‘proprietários’, com quase total
dependência do usuário ao fabricante original e com pouca integração com os relés numéricos existentes,
sendo os recursos desses poucos utilizados.
A Refinaria Presidente Bernardes de Cubatão encontra-se atualmente em processo de
implementação de grandes alterações no seu sistema elétrico de recebimento e de distribuição de força. O
novo sistema de distribuição receberá alimentação em 230 kV, proveniente da UTE – Cubatão (Unidade
Termo Elétrica de Cogeração à Gás Natural – 220 MW – 230 kV) e distribuirá a energia em 13.8 kV, a
partir de 3 novos Centros de Distribuição de Carga, denominadas subestações SE C-17, SE C-14 e SE C-
03. A RPBC possui dezenas de subestações unitárias instaladas em seu parque industrial, as quais
alimentam as diversas unidades de processamento de petróleo e de tratamento de derivados, apresentando
um consumo de cerca de 40 MW.
O novo sistema de automação e proteção para este novo e complexo sistema elétrico será baseado
em uma rede de IEDs (Intelligent Electronic Devices) e Switches Ópticos gerenciáveis, com redes de
comunicação em protocolo aberto, de normalização internacional IEC, padrão Ethernet, TCP/IP. No
nível superior de automação do sistema elétrico, serão utilizados servidores com protocolo OPC Server,
que permitirá a interoperabilidade dos diferentes sistemas digitais de controle elétrico da RPBC, inclusive
futuros, através de uma mesma plataforma operacional.
Será utilizado protocolo de comunicação aberto padronizado por normas internacionais da IEC,
seguindo os padrões estabelecidos pela família de Normas IEC 61850 - Communication networks and
systems in substations, que atende os requisitos e funcionalidades requeridos pelo sistema de proteção e
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automação elétrica, além de possibilitar a interoperabilidade entre IEDs de qualquer fabricante que utilize
este protocolo internacional padronizado.
O laboratório de proteção de sistemas elétricos da Escola Politécnica da USP (L-PROT) está
equipado com cerca de 15 IEDs, com capacidade de comunicação de dados utilizando o protocolo
IEC 61850, além de switches ópticos, conversores de protocolo e caixas de calibração de relés de
proteção.
Estes equipamentos foram utilizados para a simulação da configuração do novo sistema de
automação e proteção a ser implementada no novo sistema elétrico de distribuição da Refinaria de
Cubatão e para a realização de uma série de ensaios de desempenho sobre as redes de comunicação
constituídas por estes IEDs.
Diferentemente dos outros protocolos até então disponíveis, orientados à aquisição de dados e
comando remoto, o protocolo IEC 61850 visualiza a automação como um conjunto de funções que podem
interoperar em forma distribuída, estas funções podem estar alocadas em diferentes dispositivos físicos,
os que podem estar geograficamente distribuídos e conectados em rede. Ao mesmo tempo, este protocolo
utiliza estes mesmos princípios para a integração numa mesma rede de dispositivos de funções de medida,
controle e proteção.
O objetivo do protocolo IEC 61850 é permitir uma integração das informações de campo
utilizando padrões não proprietários, visando a redução dos custos de engenharia, comissionamento,
monitoramento, diagnóstico e manutenção. Ao mesmo tempo este padrão tem compromisso com as
exigências de desempenho, suportando futuros desenvolvimentos.
Do ponto de vista de projeto três são os mecanismos definidos pelo protocolo IEC 61850 que
permitiram elaborar um projeto da automação de uma subestação:
• Modelos de objetos
• Serviços de comunicação
• Linguagem SCL.
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Modelo Descrição
Servidor Representa o comportamento visível externo do dispositivo
Acesso a Dados Provê os meios para acessar os objetos de informação existentes em campo.
Dispositivo Lógico Representa um grupo de funções agrupadas como um dispositivo lógico
Nó Lógico Representa função específica do sistema de subestações (exemplo: proteção de sobrecorrente).
Configuração do grupo de controle Define como mudar os grupos de parâmetros ativos nos relés.
Descreve as condições para gerar notificações automáticas, seja periódicas ou disparadas por
Notificação Automática ou Log
eventos, bem como o registro de eventos.
Transmissão de valores amostrados Transferência rápida e cíclica de amostras (exemplo: transformadores de instrumentação)
Controle Descreve os modos de controle (exemplo: Controle Direto ou SBO - Select Before Operation)
Sincronização Provê uma base de temporização para o sistema
Transferência de Arquivos Define o intercâmbio de grandes blocos de dados
Sistema de transmissão por eventos
Provê uma distribuição rápida e confiável de dados; intercâmbio de dados binários no modelo
GSSE (Generic Substation Status
Peer-to-Peer entre IEDs
Event)
Tabela de modelos e serviços ACSI.
O SCL é uma linguagem que possui a capacidade de descrever a modelagem de objetos. Assim
para IED são mostrados os dispositivos lógicos LD, os nós lógicos LN, as classes comuns de dados CDC.
A linguagem SCL possui os recursos necessários para a descrição funcional do sistema nos
seguintes contextos:
• Estrutura primária do sistema: onde são descritos os equipamentos primários (exemplo:
barramentos, transformadores, disjuntores e chaves seccionadoras) e sua conexão elétrica.
• Sistema de comunicação. Descreve a topologia das sub-redes e redes, bem como seus pontos de
acesso (portos de comunicação).
• Aplicações no nível de comunicação. Como os dados são agrupados e que serviços de
comunicação utilizam.
• Definição de tipos e instâncias dos nós lógicos e suas relações com os IEDs e os equipamentos
primários nas subestações.
Para realizar esta descrição o SCL utiliza um modelo de objetos que apresenta três níveis de
objetos básicos:
• Subestação: Os dispositivos do bay (dispositivos do processo), sua conexão, e a designação do
dispositivo e funções descritas. As designações são construídas de acordo a estrutura funcional do
IEC 61346 - Industrial systems, installations and equipment and industrial products - Structuring
principles and reference designations.
• Produto: padroniza os objetos relacionados ao produto como o IED e os nós.
• Comunicação: Este tipo de objetos relacionados como pontos de acesso, e descreve as conexões
entre IEDs indiretamente entre LN como clientes e servidores.
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Logical Node
Reporting and
Reports (GOMSFE)
Logging
Control
Data GSSE
Substitution
Data Peer-to-Peer
Set GOOSE
Get / Set
Streaming
Hardwire
Measured
CT, PT Inputs
Values
Sampled Measured
Activate Setting Group Values, SMV
IEDs Server Sampled Measured Values (SMV), arquivos and relatórios LN - IEDs Broadcast
Generic Substation Events (GSE) que incluem Mensagens Peer-to-Peer do tipo GOOSE/GSSE.
5.8. Exemplo de arquitetura geral de uma rede Ethernet de IEDs com Protocolo IEC 61850
Controle
IHM Distribuído
Ethernet Switch
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- Relé 2 – Relé 1) da ordem de 4 a 6 ms. Depois da implementação da VLAN e do tag de prioridade, este
tempo caiu para 2 a 4 ms.
Os relés enviam no pacote Ethernet os bits de prioridade para a infraestrutura (switches ópticos),
conforme mostrado no exemplo da figura abaixo.
• Estrutura do Pacote IEEE 802.1Q
Quatro bytes são adicionados ao frame Ethernet. O Tag Protocol Identifier (TPID) setado a
8100hex, identifica uma mensagem do tipo 802.1Q. 12 (doze) bits são utilizados como identificador da
VLAN e 3 bits utilizados para prioridade (8 níveis).
Estas mensagens prioritárias devem ser entendidas por switches óticos capazes de discriminar a
prioridade e mover para o topo da pilha as mensagens prioritárias. Nos switches Multilink estas
mensagens são carregadas para o topo da pilha em 15 µs, conforme indicado na figura abaixo:
Na estrutura do protocolo IEC61850 nos relés da linha UR, existe a possibilidade de definição do
LD Name, ou seja, o nome do domínio MMS (IEC61850 logical device) onde todos os nós lógicos
IEC/MMS estão localizados. Todos os dispositivos que se comunicam em IEC61850 devem ter o mesmo
LD Name.
Existe um ajuste chamado Include Non-IEC Data. Quando habilitado permite que uma série de
dados específicos da linha UR e que não estão presentes nos nós lógicos da norma IEC61850 sejam
habilitados. Estes dados não seguem a convenção de nomes da IEC61850. Para comunicações que devem
seguir estritamente a norma, este ajuste deve estar desabilitado.
Outro ajuste chamado “Server Scanning” permite que mensagens GOOSE/GSSE sejam enviadas
de relé para relé sem a necessidade de habilitar a comunicação cliente/servidor.
Quando desabilitado, permite que seja liberado uma grande capacidade de recursos dos relés da
linha UR como CPU e memória. Neste caso, não haverá updates do servidor (relé UR) para o cliente mas
entretanto, o cliente ainda poderá se conectar ao servidor.
Existe outro ajuste chamado de “Number of Status Pointsin GGIO1” que corresponde a um Nó
Lógico Genérico GGIO, mapeado a até 256 FlexStates na linha UR, permitindo que atuações de proteção,
resultados de equações, alarmes e outras variáveis de usuário sejam exteriorizadas no protocolo.
Existe um ajuste de “MMXU deadband” que representam os valores de banda morta usados para
determinar quando atualizar os valores MMXU “mag” e “cval” dos correspondentes valores MMXU
“instmag” e “instcVal”. Os valores de “mag” e “cVal” são utilizados para reports “buffered” and
“unbuffered” na IEC61850.
Mensagens GOOSE/GSSE são do tipo Multicast por especificação. Estas mensagens não são
usualmente enviadas por roteadores de rede. Entretanto, mensagens GOOSE podem ser enviadas por
roteadores desde que o mesmo seja configurado para uma funcionalidade VLAN.
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ML-2400 ML-1600
ML-2400
Além dos relés de linha UR o laboratório ainda conta com relés das linhas SR, 650 e MII:
• SR-469 – Proteção de Motores;
• SR-489 – Proteção de Geradores;
• SR-745 – Proteção Diferencial de Transformadores;
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O software permite a integração dos IED’s com qualquer software padrão OPC/DDE tipo
IHM/SCADA, DCS Systems e Bases de Dados. Através da utilização do servidor OPC da SISCO é
possível interagir com os IED’s através do padrão IEC 61850.
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automação digital baseado em UTRs, onde uma CPU central executava toda a lógica requerida pelo
sistema ou oriunda de comandos de IHMs.
Foram realizados ensaios de simulação das funcionalidades do sistema de descarte seletivo de
cargas, baseado na constante monitoração dos níveis de potência ativa gerada pela UTE e consumida
através de cada alimentador das diversas subestações. O descarte seletivo de alimentadores segue uma
tabela de prioridades de acordo com a importância operacional de cada subestação.
A simulação de ocorrência de curto circuito no sistema e da atuação das funções de proteção foi
realizada através das entradas de corrente dos IEDs que foram interligadas em série e alimentadas com
um sinal de corrente proveniente de uma caixa de calibração de relés existente no laboratório de sistema
de proteção L-PROT.
O elevado tráfego de informações pela rede, gerado pelo programa IP Load, serviu como um
excelente indicativo de desempenho de priorização de mensagens do tipo GSSE pelo protocolo
IEC 61850.
São descritas a seguir as lógicas de proteção e controle implementadas nos IEDs, para a
simulação e ensaio do sistema elétrico da Refinaria Presidente Bernardes de Cubatão:
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uma falha na abertura do disjuntor mais a jusante com conseqüente atuação do segundo relé. Esse ensaio
foi realizado com falha de até 3 relés, simulando uma contingência tripla (falha de 3 disjuntores).
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Tela para proteção e controle da SE C-17 - Diagrama Unifilar da Interligação entre os Painéis PN-17101
A/B/C – 13.8 kV
Tela para proteção e controle da SE C-17 - Diagrama Unifilar do Painel PN-17101 A – 13.8 kV
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Tela para proteção e controle da SE C-17 - Diagrama Unifilar do Painel PN-17101 B – 13.8 kV
Tela para proteção e controle da SE C-17 - Diagrama Unifilar do Painel PN-17101 C – 13.8 kV
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Tela de para proteção e controle da SE C-03 - Diagrama Unifilar do painel PN-03010 – 13.8 kV
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12. Rede de IEDs de motores para controle através de SDCD para controle e monitoração
do processo
Existe instalado na RPBC um Sistema Digital de Controle Distribuído (SDCD), para monitoração
de controle do sistema de processo de refino de petróleo e tratamento de derivados das Unidades de
Processamento, Unidades de Tratamento de Efluentes e Parque de Tanques e Esferas de Armazenamento,
existentes na RPBC.
Através da configuração do novo sistema de proteção e automação elétrica, o SDCD será
interligado diretamente à rede de IED de proteção e controle de motores, a serem instaladas nas
subestações de cada uma das novas unidades de processo a serem construídas. Esta nova configuração
leva em consideração que os motores acionam máquinas que estão diretamente relacionadas com o
processo e, portanto necessitam ser monitoradas e controladas pelo sistema de automação de processo
(SDCD).
Esta rede de comunicação de dados, de acordo com padrão existente no SDCD, será realizada
utilizando protocolo do tipo MODBUS. Esta rede de comunicação executará as funções de monitoração
das variáveis de corrente e estado dos motores, bem como as funções de partida e parada de cada motor.
São os seguintes os requisitos para partida e parada de motores, seja por através do sistema de
automação, seja através de comandos manuais:
• O comando e monitoração dos motores elétricos são realizados pelo Sistema Digital de Controle
Distribuído (SDCD), o qual é interligado através de Switch ou Conversor de Protocolo de
comunicação, à rede comunicação elétrica dos IEDs de proteção de motores utilizando-se o
protocolo MODBUS ou PROFIBUS.
• Todos os comandos para disjuntores, contatores e chaves seccionadoras motorizadas são
realizados via IED, diretamente por botões no frontal do dispositivo de proteção ou remotamente
pelas estações de operação.
• Os equipamentos instalados nos centros de distribuição de cargas são ligados e desligados
remotamente pelos respectivos IEDs; já os equipamentos de pequeno porte são instalados em
centro de comando de motores do tipo “inteligente” o qual é conectado ao SDCD, de onde
recebem os sinais de partida e parada remota.
• Os casos de partidas e paradas de motores que envolvam apenas automatismos de processo, os
comandos são realizados pelo SDCD através da rede de comunicação elétrica com os IEDs de
proteção dos motores.
• Os casos de partidas e paradas de motores que envolvam segurança, os comandos são realizados
pelo PES/SIS com atuação direta nas gavetas por cabos de controle.
• As botoeiras de campo são ligadas às respectivas gavetas dos CCMs através de cabos de controle.
• Os sinais de “desliga” de segurança devem atuar diretamente nas bobinas dos disjuntores ou
contatores, sem depender da atuação dos IEDs.
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RS-485 – Modbus/RTU
Computer
F485
Rack - 1
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Rack - 3
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P/ O SCMD
ESTAÇÃO CENTRAL
ENERVISTA VIEWPOINT (OPC SERVER)
Computer
SWITCH ÓPTICO
M60 D60
F60
T60 L90-1
CCM - MT
G60 L90-2
CCM - BT
SDCD
C60
GPS
CCM - BT Computer
MULTINET
Rede geral de IEDs e Switches Ópticos construída no Laboratório de Proteção Sistemas, para
simulação da arquitetura do novo sistema de proteção e automação elétrica da
RPBC/PETROBRAS.
14. Medição de tempos de resposta e resultados comparativos obtidos dos ensaios com e
sem carregamento de tráfego na rede
14.1. Ensaio de Seletividade Lógica e Breaker Failure com tráfego de rede normal
A função de Seletividade Lógica (68) é uma função de automação aplicada entre IEDs que
possuam a função de sobrecorrente que estão ligados em cascata em diversos pontos de um mesmo
circuito, ou seja, há correntes de curto-circuito que podem ser comuns a todos eles.
Através da seletividade lógica pretende-se que todos os IEDs possam utilizar as suas unidades
instantâneas de proteção de curto-circuito sem perda da seletividade de atuação, reduzindo assim o tempo
de coordenação entre os IEDs e reduzindo o tempo de eliminação de faltas.
A seletividade lógica é aplicada entre os IEDs dos disjuntores de interligação com os disjuntores
de entrada do centro de carga e, entre os disjuntores dos circuitos de 13,8 kV que alimentam motores
neste nível de tensão.
A seletividade lógica é considerada nas funções de sobrecorrente instantâneas tanto para curto
circuito entre fases quanto para fase-terra, com o tempo de seletividade adequado para o processamento
das informações dos IEDs envolvidos, enquanto que as funções temporizadas dos IEDs continuam a
operar como retaguarda da proteção do IED a jusante.
Os sinais de seletividade lógica são enviados através rede de comunicação de IEDs, via
mensagens do tipo GSSE do protocolo IEC 61850.
A função falha de disjuntor (50BF) faz com que o IED envie uma mensagem ao IED à
montante, através da função GSSE (IEC 61850), quando comandar o trip do disjuntor e este não abrir,
devido a uma falha eletromecânica.
Esta função faz com que o IED continue a supervisionar o circuito após comando de trip de
sobrecorrente. Se a corrente continuar acima de um determinado valor ajustável decorrido um
determinado tempo ajustável após o trip, o IED envia uma mensagem do tipo GSSE, que comanda a
abertura de um disjuntor à montante.
A função de seletividade lógica foi configurada para um tempo de retardo 50 ms e a função de
50 BF foi configurada com um tempo de retardo de 100 ms.
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Ensaio de Breaker Failure do Feeder da SE C-18, com atuação do Alimentador do PN-14010. Sem
carregamento da rede de comunicação. Tempo de TRIP entre pick-up do feeder da C-18 e abertura
do disjuntor de entrada do PN-14010 = 154.2 ms
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Ensaio de Breaker Failure de: Feeder da SE C-18 + Alimentador do PN-14010 + Feeder do PN-14010
no PN-17010C, com atuação do Alimentador da Entrada do PN-17010C. Sem carregamento da rede de
comunicação. Tempo de TRIP entre pick-up do feeder da C-18 e abertura do disjuntor de entrada
do PN-17010C = 460.4 ms (Simulação de Ocorrência de 3 falhas de disjuntor simultâneas).
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14.2. Ensaio de Seletividade Lógica e de Breaker Failure com carregamento de 100% da rede
O software “IP Load” foi configurado para enviar continuamente 4.000 pacotes (frames) de 200
bytes por segundo, para o IP 192.168.1.152 (Relé do Alimentador do PN-14010). Portanto o total de
tráfego de informação na rede Ethernet com protocolo IEC-61850 é de 6.4 MBit/s (4000 pacotes x
200 bytes/s x 8 Bit/byte), em uma rede de 10MBits/s.
O Switch divide a banda entre informações recebidas e enviadas (configuração FULL DUPLEX).
Dessa forma, o carregamento da rede foi de 100% (conforme mostrado no gráfico de carregamento da
rede obtido do sistema Windows XP ®). Portanto o volume total de frames enviados (6.4 MBit/s) excede
a capacidade da banda de recebimento que é de 5 MBit/s.
Foi verificado que, em função da configuração FULL DUPLEX das portas de comunicação do
Switch, a taxa de colisão foi de 0 (zero).
Telas de Configuração do Programa IP Load, com configuração dos Frames e do Endereço IP do IED de
destino para recebimento dos pacotes de dados, através da rede de comunicação.
100% de Tráfego no
endereço IP de destino do
IED a receber o comando
de trip via mensagem
GSSE.
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Ensaio de Breaker Failure do Feeder da SE C-18, com atuação do Alimentador do PN-14010. Com carregamento da
rede de comunicação. Tempo de TRIP entre pick-up do Feeder da C-18 e abertura do disjuntor de entrada do
PN-14010 = 156.2 ms
Ensaio de Seletividade Lógica entre Feeder da SE C-18 e Alimentador do PN-14010. Com carregamento de 100%
da rede de comunicação, utilizando o software “IP Load”. Tempo de Envio do Sinal de Bloqueio = 4 ms. Tempo
Total de TRIP = 26.20 ms (Tempo de operação do contato do IED = 8 ms)
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IP Load Ativado – Sincronizado pelo SNTP – Tela Tempo Atuação Feeder C-18 sem 50 BF registrado
pelo programa da OMICRON – tempo de trip registrado de 26.20 ms
IP Load Ativado – Sincronizado pelo SNTP – Tela Tempo Atuação Feeder C-18 com 50BF registrado
pelo programa da OMICRON – tempo de trip registrado de 17.30 ms (este tempo refere-se a soma de 3
fatores : tempo de atraso da caixa de calibração OMICRON, tempo de atuação do contato de trip do relé
(4 ms) e precisão de tempo da função 50 (< 16 ms para I trip = 3 * I pick-up)).
O tempo de 177.20 ms refere-se ao tempo de atuação do transfer trip. 50BF ajustado para 100 ms.
Seletividade lógica ajustada em 50 ms.
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Ensaio de Breaker Failure de: Feeder da SE C-18 + Alimentador do PN-14010 + Feeder do PN-14010 no
PN-17010C, com atuação do Alimentador da Entrada do PN-17010C. Com carregamento da rede de
comunicação. Tempo de TRIP entre pick-up do feeder da C-18 e abertura do disjuntor de entrada
do PN-17010C = 460.4 ms (Simulação de Ocorrência de 3 falhas de disjuntor simultâneas)
IP Load Ativado – Sincronizado pelo SNTP – Tela mostrando tempo Atuação Feeder C-18 com 3 falhas
simultâneas de 50BF para disjuntores Feeder C-18, Entrada C-14 e Feeder C-14 (no PN-17010) registrado
pelo programa da OMICRON – tempo de trip registrado de 16.00 ms. O tempo de 476.10 ms refere-se ao
tempo de atuação das falhas simultâneas destes disjuntores. 50BF ajustado para 100 ms. Seletividade
lógica ajustada em 50 ms
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14.3. Ensaio de Paralelismo Momentâneo de Alimentadores (Função 43), com tráfego normal.
O paralelismo momentâneo de alimentadores consiste em fazer manobras nos alimentadores dos
Centros de Distribuição de Carga (CDC), através de comando remotos do sistema de supervisão, sem
interrupção de energia às cargas.
Esta operação é necessária sempre que se quiser operar o CDC em “L”, a fim de permitir a
liberação um alimentador para manutenção ou durante a abertura do disjuntor de interligação, a fim de se
retornar com o sistema às condições de operação normal.
O paralelismo momentâneo de alimentadores e feito utilizando os IEDs de entrada e interligação do
CDC, com liberação pelo sinal de sincronismo de fontes proveniente do sistema supervisório.
• Condição Inicial (Disjuntor A: fechado e Disjuntor B: aberto).
o Comando Selecionado: Fechamento do Disjuntor B e Abertura do Disjuntor A
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Neste cálculo de tempo de envio de sinal através de mensagem GSSE pelo protocolo IEC 61850,
já estão descontados os 100 ms de temporização implementada na lógica do paralelismo momentâneo de
alimentadores.
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14.4. Ensaio de Paralelismo Momentâneo de Alimentadores (Função 43) com o “IP LOAD”
Para este ensaio, o IP Load foi programado para enviar os pacotes para o relé do disjuntor do Tie
no qual estão carregadas todas as lógicas do Paralelismo Momentâneo. Essa lógica tem aproximadamente
250 passos de programação.
O tempo do envio do sinal, do relé onde a lógica está implementada para o relé de abertura do disjuntor
foi de 1,230 ms (44,491764 s-44,490534 s). Neste cálculo de tempo de envio de sinal através de
mensagem GSSE pelo protocolo IEC 61850, já descontados os 100 ms de temporização implementada na
lógica do paralelismo momentâneo de alimentadores.
• Condição Inicial (antes da ocorrência da subtensão) Operação com as duas entradas energizadas
(disjuntores das entradas A e B fechados) e com o disjuntor de interligação (TIE) aberto
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Painel Frontal do IED do disjuntor da Entrada A do painel PN-14010, indicando corretamente a abertura
do disjuntor devido ao TRIP por subtensão, o comando de fechamento do disjuntor de TIE e ausência de
bloqueio (em função da não ocorrência de curto-circuito).
das subestações C-17, C-14 e C-03. As informações de balanço de energia de geração disponível e
energia consumida será fornecida para a rede de IEDs através de um servidor dedicado, a ser
implementado para essa finalidade. Para o ensaio, foram implementados 4 níveis distintos de
disponibilidade, conforme descrito abaixo:
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Relatório dos ensaios da rede de IED e protocolo IEC 61850 para o novo sistema elétrico da PETROBRAS / RPBC
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Relatório dos ensaios da rede de IED e protocolo IEC 61850 para o novo sistema elétrico da PETROBRAS / RPBC
14.8. Ensaio da Função de Bloqueio (Função 86) configurada em memória não volátil
A função de bloqueio (Função 86) será configurada nos IEDs através de funções lógicas,
inseridas na configuração das lógicas de programação dos IEDs. Esta lógica deve ser gravada em
memória não volátil do tipo EEPROM.
A vantagem da gravação das lógicas de programação em memória não volátil é a maior segurança
de retenção dos dados e estados do IED, em um evento de perda de alimentação elétrica.
Nos casos em que tais lógicas e estados são gravados em memórias voláteis do tipo RAM, os
dados são mantidos armazenados através de alimentação de bateria interna. Em caso desta bateria interna
apresentar falha ou baixo nível de carga, os dados podem ser perdidos.
No caso da função de bloqueio, em caso de perda de alimentação elétrica e simultaneidade de
falha na bateria interna do IED, um sinal existente de bloqueio poderia ser perdido.
Apesar dos dados serem gravados em memória não volátil, no caso do hardware utilizado nos
ensaios, e, portanto independentes da alimentação elétrica ou do estado da bateria interna, foi realizado
um ensaio para verificação da retenção da função de bloqueio em caso de perda de alimentação. Foram
provocadas situações de atuação da função de bloqueio em dois IEDs, para os quais foram desligadas os
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respectivos circuitos de alimentação elétrica. Estes IEDs foram mantidos desligados por um período de
11 dias. Decorrido este tempo, os circuitos de alimentação foram re-energizados. Foi verificada a
manutenção do sinal de bloqueio nos dois IEDs, sendo adequadamente bloqueados os circuitos de “liga”
dos respectivos disjuntores.
16. Conclusões
Com base nos resultados práticos obtidos dos ensaios realizados, pode-se verificar a adequação
dos tempos de propagação e atuação das mensagens prioritárias de proteção, enviadas através de rede de
dados.
Também com base nestes resultados, podem ser otimizados os tempos de atuação e de
seletividade de proteção entre diferentes níveis de proteção e subestações localizadas fisicamente em
locais diferentes. Podem ser implementados, com melhoria nos índices de desempenho do sistema de
proteção, funções de intertravamentos e proteção enviadas através de rede de dados, ao invés do sistema
clássico de implementação de circuitos físicos hardwired, através de circuitos de comando construídos
com fios de cobre.
Com base nas funções de proteção e comunicação disponíveis nas recentes tecnologias de relés
de proteção microprocessados, é possível a implementação de tempos de seletividade mais baixos,
baseados em esquemas de seletividade lógica e de Breaker Failure, que podem levar a uma redução dos
requisitos de limites térmicos de cabos e painéis elétricos.
A realização destes ensaios serve como subsídios de informações e dados para uma melhor
especificação de novos sistemas de proteção e automação de sistemas elétricos de potência, baseado em
IEDs interligados em redes Ethernet, com arquitetura baseada em Switches Ópticos, e com comunicação
de dados baseada nos requisitos do protocolo IEC 61850.
A realização de ensaios desta natureza requer a disponibilização de uma infra-estrutura de
recursos humanos e de materiais, componentes e equipamentos com elevada complexidade, nem sempre
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acessíveis ou disponíveis dos usuários. Desta forma, esta sistemática de ensaios nem sempre é acessível
aos usuários, que necessitam de garantias de que os equipamentos e sistemas ofertados atendem aos
requisitos das normas IEC 61850.
A fim de assegurar aos usuários de sistemas de proteção e automação elétricos baseados nos
requisitos do protocolo IEC 61850, que os equipamentos e sistema ofertados de fato atendem aos
requisitos normalizados, deve ser requerido dos fornecedores, a apresentação de Certificados de
Conformidade emitidos por entidades de terceira parte, independentes dos fabricantes dos equipamentos.
Estes certificados devem ter sido emitidos por laboratórios de ensaios na área de eletricidade,
reconhecidos nacional ou internacionalmente. Devem ser atestados, nos certificados de conformidade a
serem fornecidos, que os produtos foram ensaiados de acordo com a Norma IEC 61850 - 10 - Networks
and Systems in Substations - Part 10: Conformance Testing, e que não apresentam não conformidades em
relação às partes 6, 7-1, 7-2, 7-3 e 8-1 da família de Normas IEC 61850. A posse de tais certificados deve
ser requisito para a qualificação de fabricantes e fornecedores de relés de proteção e sistemas de proteção
e automação elétricas que atendam os requisitos das normas IEC 61850.
Como resultado dos ensaios realizados, foram também verificadas as vantagens existentes entre o
desempenho e facilidades de configuração de um sistema de proteção e automação baseado em lógicas
distribuídas em IEDs, com protocolo de comunicação aberto, baseado na normalização internacional
IEC 61850, comparativamente com um sistema de automação baseado em UTRs, com protocolo de
comunicação fechado, proprietário do fabricante do sistema.
A disponibilização da base de dados para proteção e automação em um sistema OPC possibilita o
interfaceamento e operação de diferentes sistemas, tornando possível a integração de sistemas existentes,
mesmo operando em protocolos proprietários, com novos sistemas, baseados em protocolo aberto, padrão
IEC 61850.
17. Agradecimentos
Todos os responsáveis pela elaboração da simulação do novo sistema de proteção e automação do
sistema de distribuição de energia da RPBC e pela realização dos ensaios de verificação de desempenho
da rede de comunicação de dados utilizando IEDs e protocolo IEC 61850, agradecem pelo recebimento
de todo o apoio necessário, fornecidos pela Universidade de São Paulo / Escola Politécnica da USP /
Departamento de Energia e Automação Elétrica (PEA), pela GE SUPPLY do Brasil e pela
PETROBRAS / Refinaria Presidente Bernardes de Cubatão (RPBC).
Foram disponibilizados para a realização deste trabalho, todos os recursos materiais e humanos
necessários, sem o qual o mesmo não poderia ser realizado.
Este apoio foi de fundamental importância para a obtenção dos dados, índices e resultados dos
ensaios executados, sobre os quais foi possível a realização de importantes e inéditas observações e
conclusões, que nortearão o desenvolvimento e a melhoria de especificações técnicas e das arquiteturas
das redes de comunicação de dados para os novos sistemas digitais baseados em IEDs e protocolo
IEC 61850.
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ROBERVAL BULGARELLI
Graduado em Engenharia Elétrica pela Universidade Santa Cecília em 1985. Atua em projetos e implantação de
Empreendimentos de sistemas elétricos industriais desde 1988, na PETROBRAS, nas áreas de sistemas de proteção
e automação elétrica e equipamentos e instalações em atmosferas explosivas, para plantas de petróleo e
petroquímica. Membro da Subcomissão de Normalização Técnica da PETROBRAS, na área de eletricidade.
Coordenador do Subcomitê SC-31 do COBEI - Equipamentos e Instalações em Atmosferas Explosivas. Delegado
da ABNT para representação do Brasil no Technical Committee TC-31 (Equipment for Explosive Atmospheres) da
IEC. Mestrado em Proteção de Sistemas de Potência na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo.
E mail: bulgarelli@petrobras.com.br
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