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E o começo de tudo!
Capítulo um
O começo do grande caso
-Ei, fica calmo, ele é gente boa. E, aliás, não vai te morder. Então, é a minha deixa. Falou.
-Falou.
Entrei no edifício, falei com porteiro e subi as escadas. Não sei por que, mas achei que eu e
ele nos daríamos bem. Afinal, gostávamos dos mesmos jornais, das mesmas músicas, ou seja,
tínhamos quase os mesmos gostos.
-Prazer, eu sou o Jack Coast. Pode botar suas coisas no seu quarto.
-Obrigado.
Botei minhas coisas no quarto e voltei à sala de estar. Quando cheguei lá ele estava lendo
um jornal que falava sobre um assassinato.
-Não.
-Os policiais estão meio incertos sobre isso. E eu quero investigar. Você vem comigo?
Pegamos um táxi para a rodoviária 69, e de lá fomos para o local do assassinato. Era um
edifício, grande, alto e largo. Seu nome era Big Palace.
-Jack Coast Luiz da Silva, detetive particular, químico, professor, com o CPF 22853697425.
-Liberado.
Depois de passarmos pelo guarda, nos dirigimos à sala do crime. Lá dentro encontramos o
corpo de um homem; tinha barba curta, cabelos negros e olhos castanhos. No cômodo
também havia dinheiro espalhado pelo chão, uma caixa de remédio e gotas de sangue no
tapete. Cacos de vidro velho no chão completavam a cena.
-Olhe atentamente, meu caro John, -sussurrou Jack para mim- pode ser mais do que você
pensa. Como diz o ditado “Não julgue um livro pela capa.” Isso não é só um caco de vidro
velho.
Olhei atentamente, e percebi que o que parecia ser um caco de vidro era, na verdade,
uma cobertura de uma fotografia! Embaixo dele havia uma foto de um homem e uma mulher
abraçados; julguei que fossem casados.
-Deve ter morrido a menos de dois dias. Seu rosto ainda está pálido do espanto. Isso
significa que o assassino não está longe. Mas não há sinais de ferimentos, então essas gotas de
sangue não pertencem a dele.
-Espere, eu conheço esse homem- disse apontando para o corpo- É o Nike, o carpinteiro.
-Bem... –falou Jack- Eu e o John vamos continuar investigando. Caso vocês tenham alguma
informação nova, nos chamem.
-Manteremos contato. –respondeu outro guarda que, pela aparência, devia ser o
comandante de lá.
-Agora, meu caro John, - disse Jack enquanto nos dirigíamos ao táxi- Vamos ao museu,
quero conversar com um antigo conhecido.
Pegamos outro táxi que nos levou ao museu. Chegando ao museu fomos conduzidos por
um homem de aparência estranha e roupas esquisitas, que nos levou para os fundos do
museu. Lá fomos apresentados a um homem alto, forte, branco e com cabelos castanhos. Ele
nos levou ao seu camarote e começamos a conversar.
Senti que Mike estava em um daqueles momentos em que você sente tristeza e, ao mesmo
tempo, ódio.
-Sabe quem o matou?-pergunta Mike.
-Bem... Tem um cara que diz que ele roubou algo seu. Fora ele, mais ninguém.
-Agora, meu caro John, vamos voltar para casa. Temos muito que raciocinar.
Capítulo dois
Uma visita inesperada
Tendo chegado, me dirigi direto para a minha cama. Essa investigação me deixou muito
incomodado. O quê um assassino que sabe cobrir seus rastros iria querer com um
carpinteiro?!
Mas logo caí no sono. Apesar de estar incomodado, o sono é maior que o incômodo, e,
aliás, não consegui dormir desde a manhã daquele dia, então foi fácil pegar no sono.
Quando acordei, ouvi uma voz conversar com o detetive. Botei minhas roupas, fiz minha
oração matinal e escutei a conversa.
-Minha filha foi morta há dois dias. O sujeito tinha uma aparência estranha, era alto,
forte, tinha pele morena e cabelo grisalho. Parecia que ele estava atrás de vingança. O quê
deduziu?
-Deduzi que o seu caso pode estar interligado com a morte do carpinteiro- disse Jack.
-Tenho certeza.
Saí do quarto, e vi quem estava falando. Era uma mulher que aparentava ter cinquenta
anos. Tinha cabelos ruivos, feições velhas, mas ainda belas e olhos castanhos; usava um
vestido longo e escurecido além de um chapéu da mesma cor.
-Eu acho- disse a mulher, reprimindo uma lágrima- Que este assassino deve ter tido um
histórico bem sofrido para se vingar de muita gente.
-Concordo. Um assassino esperto como este não iria matar duas pessoas só por matar.
Enquanto eles ficaram dialogando, eu raciocinei. “Que tipo de vingança é essa? Esse
assassino iria querer o que com um carpinteiro e uma jovem? Eu não sei. Mas sei que o
histórico desse homem deve ter sido bem constrangedor para ele tirar a vida de duas
pessoas.”
-Só sei que tinha um homem que a amava- falou a mulher e coloquei-me a ouvir - E ela
também, mas, um dia, ela traiu-o. Tinha chegado um rapaz, que era carpinteiro, na cidade; e,
ela deu seu amor a ele. O outro ficou furioso e disse que ela ia pagar caro. Só que ele morreu...
-Até- respondi.
- Agora, - ele disse a mim enquanto a mulher saía - meu caro John, as peças do quebra-
cabeça estão se encaixando, e as que estão faltando nós vamos descobrir.
-Sim, mas o assassino não irá muito longe, na verdade ele deve estar entre nós. Isso nos
dá mais tempo para descobri-lo.
Não o contrário, pois eu sabia que ele estava certo. O assassino não poderia estar longe.
Capítulo três
Uma viagem à Washington
-Pegue o que achar que precisa levar- falou Jack, impaciente, para mim- vamos para
Washington.
Não precisava levar muita coisa. Peguei meu smartphone, uma lanterna e uma câmera; a
foto, minha jaqueta e comida não poderiam faltar.
-Passageiros, para sua segurança, botem seus cintos- ouvia a voz da garçonete pelo alto
falante quando entramos.
-Bom, vai demorar um pouco- falou-me Coast- então, enquanto estamos no trem, pode
descansar.
-Bom- pronunciou Jack- agora nós vamos achar uma hospedaria para ficar.
-Em uma hospedaria nós podemos reunir mais informações do que num hotel,
entendeu?- Foi a vez de Jack questionar.
-Paciência, acharemos uma hospedaria -disse Jack; e, apontando à frente- Olhe lá.
E como olhei. Olhei uma hospedaria velha e desgastada, mas estranhamente
acolhedora. Seu nome era The Start. Tinha janelas largas, algumas quebradas, muros
cinzentos, além de uma fachada sombria; uma porta de madeira finalizava o cenário.
Uma mulher esperava do lado de fora.
-Entrem- disse ela. Descobrimos logo que seu nome era Laurence. Tinha longos
cabelos ruivos, olhos castanhos, pele morena e uma boca maliciosa. Aparentava ser
viúva.
- Aceitamos.
Ele pagou à Mrs. Laurence e nós entramos. Por dentro a hospedaria era
acolhedora. A cozinha ficava à frente, a sala ao lado e os quartos ficavam no andar de
cima. Havia também um bar nos fundos.
-Ah, esse quarto está trancafiado há uma semana. Eu perdi a chave há algum
tempo, e noutro dia a porta estava trancada. Nós não sabemos o motivo.
-Nós?! –indaguei.
-É verdade – completou Jack- e após a missa iremos a uma palestra. Hoje não
podemos ir ao parque, mas amanhã iremos.
-Entendo- falou Mrs. Laurence.
Quando saímos da hospedaria, seguimos em direção na reta da rua, viramos à
esquerda e, um pouco mais adiante, viramos à esquerda novamente chegando enfim
numa igreja.
Era bem simples. Continha uma porta principal e uma dos fundos, à esquerda.
Continha oito janelas, o que a deixava bem iluminada. Continha oito cadeiras por
fileira, e esta última por ângulo. Havia três ângulos, dos quais estes eram esquerda,
direita e o último, reto.
Também continha uma mesa central, onde era oferecido o Sacrifício de Cristo; o
lugar das Leituras, localizado mais à esquerda; o local dos avisos, mais à direita; a
cadeira do padre, à direita, e nós aos fundos; uma galeria subterrânea, a qual continha
uma relíquia de São Thomas More, mais especificamente sua costela.
Essa era a descrição da pequena igreja em que nos localizávamos, a Igreja da Santa
Mãe de Deus, Virgem Imaculada, que continha como prior o padre Alfred.
Capítulo quatro
A Palestra
Após a Celebração da Palavra, nos dirigimos à palestra. Na mesma estrada da Igreja Santa
Mãe de Deus, Virgem Imaculada, a uns três quilômetros na frente, localizava-se a escola onde
iria acontecer a palestra.
O edifício era grande, com quatro andares. O primeiro era o Térreo, um local espaçoso
com pilastras altas, um chão liso e alguns sofás aconchegantes. Também havia uma mesa de
recepção, onde a recepcionista nos aguardava.
Após vinte minutos, que mais pareceram horas, o palestrante apareceu. Era um homem de
cabelo grisalho e barba curta. Usava óculos e aparentava estar na fase dos cinquenta. Logo
quando entrou, sentou-se em seu lugar de costume. A palestra tratou sobre questões políticas,
econômicas e sociais, sobre o dinheiro da cidade e outras coisas. Porém a parte em que Coast
e eu mais nos interessamos foi esta: “Amigos, esta noite não deve esquecer-se da morte de
Nike. Ela foi um aviso a todos os cidadãos que não se previnem de assassinatos como estes.
Nós devemos procurar mais pistas sobre este assassinato tão cruel. Pessoas andam dizendo
que foi Mike quem assassinou o próprio irmão. Outros dizem que ele matou-se, e outros ainda
de a causa ser envenenamento. Mas nós acreditamos que ele foi esfaqueado e que aquela
caixa de remédios na verdade continha dinheiro. Além do mais...”
E nunca soubemos o que ele iria dizer, pois foi baleado uma vez, e uma outra. Todos
ficaram amedrontados. O tiro tinha vindo de uma das janelas.
Capítulo cinco