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Doado por
“Prof. Dr Paulo Cezar Martins
Julho 12018
E Folclore e política
Nélson de Araújo.
arquias
oligis
m Coroené
Wilson Lins, Cid Teixeira, Gustavo Falcón e Maria Alba
Machado Mello.
m O professor leigo
Iracy S. Picanço, Maria Nelma de Castro Santana, Ana Maria de
Carvalho Luz, Olga Regina Vieira Sant'Anna, Odile Angelim
Gomes de Lima, J. F. de Sá Teles, Ana Maria Pita de Melo,
Robert Evan Verhine, Coriolinda Vasconcellos de Carvalho,
Jacy Celia de França Soares e Mary de Andrade Arapiraca.
E A tirania da escrita
Moniz Sodré.
IDENTIDADE NEGR À
E EDUCAÇÃO
Salvador, Balfia
1989
CDD 301.2981
EDIÇÕES IANAMÁ
Av. EE.UU., 18 — Edf. Wildberger, conj. 318/24
40010 — Salvador, BA.
| ; Obá-Bi io
O projeto Minicomunidade
dade em 1986, ade Obá-Biyí sofreu solução de continui
CORO — Idem.
Os Alabês acompanham, cantando e tocando; toque
corrido.
CAÇADOR — (sai dançando e vai colocar o pre-
sente no pé da árvore Rokô, ou Gameleira; quando
entrega o presente, diz): De acordo com o que Babalaô
me mandou fazer, aqui estou entregando este presente
para todos os Orixás do mato.
SOLO — Tani pa éran [Quem está caçando?)
CORO — Odé Obá ibô [O Pai Caçador que está no
mato)
Os Alabês acompanham cantando e tocando o toque
aguerê. Os animais começam a aparecer e vão até o pé
de Rôkô, mexer com o presente.
O Caçador começa a caçar, dançando o toque ague-
rê. Depois de ter matado um bocado de caças, volta
para a cabana muito contente, pensando ter conseguido
agradar os Orixás do mato. Enquanto o Caçador volta
para a cabana com a última caça, canta-se:
SOLO — Odé dê nilê [O Caçador chegou em casa).
CORO — Bê a unjê [Trazendo comida)
O Caçador dança um pouco e depois vai preparar
uma pequena caça para comer. Os Alabês e o Coro con-
tinuam cantando e tocando até quando o Pinto entra
na cabana; toque corrido.
O Caçador está cozinhando a caça e começa a chu-
viscar. O Pinto entra na cabana e fica ao lado do fogo,
tremendo. Os Alabês e o Coro param o cântico e o
toque.
CAÇADOR — (quando vê aquele Pinto ao lado do
fogo, fica assustado e vai até a porta da cabana,
da população.
“Dentro destes contextos e outros não citados, surge
em 1974 o Bloco Negro Ilê Aiyê, no Curuzu, bairro da
Liberdade, formado por um grupo de jovens negros,
para brincar o carnaval e para atividades políticas e
culturais. Novamente a repressão: o bloco seria regis-
trado com o nome Poder Negro, mas não puderam
registrá--lo.No primeiro aro em que foi-as ruas, os
jornais racistas da cidade crcriticaram esta entidade,
dentro da sua visão de classe dominante. — ———
“Togo após, a explosão cultural deu-se com tamanho
vigor político que este surgimento deu forças à
formação do Movimento Negro Unificado (MNU), em
Salvador. Hoje, politicamente, existem vários tipos
de atuação, que não deixam de ser facções dos blocos
negros e afoxés.
Existem os independentes, um número reduzido,
entre os quais o Ilê Aiyê e o Malê Debalê, que
produzem suas atividades fora do circuito comercial,
folclórico, e não dependem de políticos parlamentares
para sobreviver, mas sofrem assédio constante de enti-
a e
politizadas.
= Estas entidades são bem mais numerosas que as
entidades independentes (as razões acima explicam o
porquê) e trazem no conjunto dois aspectos políticos:
1) POSITIVO
m Permitir uma ampla difusão da cultura negro-
africana, a reaproximação dos negros e a formação de
entidades como forma de organização. O negro passou
a confiar mais no outro negro, quanto ao trabalho €
responsabilidades, enfim, os blocos e afoxés tornaram-
se instrumentos de reeducação sobre uma cultura de
participação dinâmica. Agora o negro volta a ser pro
dutor cultural, saindo da posição passiva e de objeto
2) NEGATIVO
m O número excessivo de entidades de pequeno
porte e estrutura frágil, que distorcem todo o movi-
mento e tiram a credibilidade junto à massa negra.
a A falta de uma sede ou base definida de atuação
faz com que as entidades choquem-se entre si. Por
exemplo, no Pelcurinho, várias entidades tentaram
tirar a área de ensaios do Olodum, usando políticos
e tráfico de influências.
Es O pouco intercâmbio entre as entidades negras
existentes no Brasil e as existentes em Salvador.
a O tribalismo: cada bloco se tornou uma tribo,
onde o “eu sou” pesa mais que a unidade por objetivos
comuns. Exemplo: nas festas de largo, as barracas do
Araketu e do Badaué sofreram constantes repressões
políticas e não conseguiram defender-se em conjunto,
conter essas agressões, pois o contato entre, eles é
pouco ou nenhum.
“8 As divisões de diretorias de blocos, frequente-
mente, a fim de fundar novos blocos ou afoxés.
s À concorrência entre alguns, em busca de títulos
afro, prêmios e medalhas não condizentes, estimula o
luxo, a competição, fazendo com que algumas enti-
dades estejam totalmente endividadas em agências de
poupança e bancos oficiais.
s Algumas entidades já estão dominadas por mes-
tiços que usam a cultura negra, mas não aceitam a
participação do negro na direção de seus blocos, nem
admitem serem negros e pregam a mistura das raças
como algo sensacional, Já notamos o surgimento dos
carnavalescos baianos e a ditadura de alguns deles em
“várias entidades.
Conclusão
Lp
Elisa Larkin Nascimento, Parafricanismo na América do Sul
Petrópolis, Vozes. 198 3,p. 36.
n 1
É Chiavenato,
op. cit, p. 173.
Jou,
y Ralph Linton, Cultura e personalidade, São Paulo, Mestre
1979,
Negritude
Bairros populares
Identificação étnica
Sem indenização,
Sem nenhuma proteção,
Correram alegres, desnorteados, chegando
[à exaustão.
Hoje, após um século, estão a perguntar:
Abolição, sim ou não?
É lamentável ainda
Milhões de negros viverem
Comerem e dormirem como animais.
Esses coitados ainda
Não se erguem como em anos atrás,
Prejudicados por serem negros demais.
Brasil.
O negro que nasce aqui é brasileiro