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LENCIONI, S. A Geografia como Ciência e a Região como Objeto de Estudo. In:______.

Região e Geografia. São Paulo: EDUSP, 2003. p. 73-118.

PLANEJAMENTO: PERGUNTA PROBLEMA:1

1. Definição dos Objetivos: Baseie-se no Capítulo:


- Estabeleça claramente os objetivos - Reflita sobre os principais temas,
do seminário. Isso pode incluir a conceitos ou dilemas abordados no
compreensão dos principais conceitos, capítulo selecionado.
análise crítica do texto, identificação de
temas relevantes, entre outros. Torne a Pergunta Aberta:
- Formule a pergunta de forma aberta,
2. Organização da Estrutura do para que os participantes tenham
Seminário: liberdade para interpretar e contribuir
- Divida o tempo disponível em com diferentes perspectivas.
segmentos para cada parte do seminário,
como introdução, discussão do capítulo, Desafie os Participantes:
atividades práticas e conclusão. - Tente criar uma pergunta que desafie
Considere a inclusão de pausas para os participantes a aplicar o que
perguntas e reflexões ao longo do aprenderam no capítulo, ou a pensar
seminário. criticamente sobre questões relacionadas.

3. Preparação dos Materiais: Estimule a Reflexão:


- Prepare materiais adicionais, como - Faça uma pergunta que incentive a
apresentações, resumos ou atividades reflexão pessoal dos participantes,
práticas, conforme necessário. levando-os a compartilhar suas próprias
experiências, opiniões e insights.
4. Planejamento das Atividades:
- Determine o formato das atividades, Promova a Discussão:
que podem incluir discussões em grupo, - Escolha uma pergunta que seja
debates, análise de casos, apresentações provocativa o suficiente para gerar
individuais, entre outros. discussões interessantes e construtivas
entre os participantes.
5. Avaliação e Feedback:
- Ao final do seminário, reserve um PERGUNTA-PROBLEMA:
tempo para avaliar o seu sucesso em
Como a geografia enquanto ciência se manifesta
relação aos objetivos definidos. em sua investigação? Além disso, de que forma
- Solicite feedback dos participantes o conceito de região está integrado ou poderia
para identificar pontos fortes e áreas de ser integrado à sua pesquisa?
melhoria para futuros seminários.

1
Exemplo de Pergunta-Problema:
“Considerando os conceitos discutidos neste
capítulo, como você vê a aplicação dessas ideias
em contextos da vida real? Quais são os desafios
e oportunidades que surgem ao tentar
implementar esses conceitos em prática?”
ANOTAÇÕES
Geógrafa reconhecida nacionalmente, muito querida dentro da comunidade de
geógrafos brasileiros, bem como fora. Sua personalidade, companheirismo e amizade,
bem com profissionalismo é reconhecido por seus companheiros e companheiras
dentro da ciência.
Homenagem (2016):
 Profa. Dra. Ana Fani Alessandri Carlos: “Uma das maiores características da
Sandra é falar tudo que pensa, é uma pessoa que se expõe, que se posiciona e que
assume tudo que fala...”
 Prof. Dr. José Borzachiello: da Silva “Sandra Lencioni é um nome muito
reconhecido na geografia brasileira e na geografia internacional.”
 Profa. Dra. Rosa Ester Rosini: “Eu costumo dizer que a vida é feita de acasos
felizes e acasos infelizes. A minha vida é marcada por acasos felizes, um deles foi,
e é, a oportunidade de trabalhar e conhecer a Sandra.”
 Profa. Dra. Rita de Cássia Ariza da Cruz: “A Sandra é uma professora, no melhor
sentido da palavra, alguém que dedica 50 anos da sua vida ao magistério
(primeiro ao ensinar crianças e adolescentes e depois o magistério superior) só
pode ser alguém que ama muito o que faz... posso dizer que ela foi movida por
essa paixão pelo magistério”
 Funcionário do DG/USP, Orlando Silva Barbosa: “Na condição de geógrafa que é,
uma de excelência de reconhecimento mundial, eu tenho muita certeza que eu
acompanhei sua carreira acadêmica aqui dentro (DG/USP) ao longo desses 26
anos... Professora Sandra me ensinou muitas coisas, viu minhas condições de vida,
viu minhas filhas nascer, crescerem se formar, viu eu casar, viu eu me divorciar e
sempre puxando minha orelha, como uma boa mãe que é.”
RESENHA

LENCIONI, S. A Geografia como Ciência e a Região como Objeto de Estudo.


In:______. Região e Geografia. São Paulo: EDUSP, 1999. p. 73-118.

Origem:
Tema do livro como no próprio título já se expressa é Região e Geografia. Temática
que originalmente faz parte da sua tese sobre livre-docência.

Lógica de organização e NÃO a organizarão de fato:


1. Origem do pensamento geográfico (incluindo a concepção empirica da noção de
região);
2. A geografia como ciência e o conceito de região como objeto de estudo;
3. Aspectos metodológicos que apontam o momento em que a região se eleva de
categoria de análise para
4. Perspetivas contemporâneas

Referencias:
A autora faz uma vasta revisão histórica se embasado no método dialético, para
unificar as bases paradigmáticas e epistemológicas da geografia, lhe compreendendo
em sua totalidade, a partir da visão de alguns contribuidores da ciência (geógrafos ou
não) que ajudaram a fomentar sua base e lhe constituir como tal é hoje.
Desde Ptolomeu a Milto Santos, constroi didaticamente um conhecimento profundo
sobre a geografia geral e o conceito de região.

Ideias condutoras:
Ela também evidencia a importância de não confundir e simplificar o conhecimento
geográfico da geografia enquanto ciência estruturada. Uma vez que o primeiro
confunde-se com a própria evolução da humanidade.

Importância do livro (Manuel Correia de Andrade),:


- Divulgar e contribuir para com o debate sobre a origem da geografia e o conceito de
região fortalecendo as bases do fundamento do pensamento geográfico
concomitantemente atualizando o conhecimento científico afim de lancar luz á
problemáticas que assolam o país, que tangem: 1. A globalização, que confronta
diretamente a regionalização, levantando questões sobre a compatibilidade entre
ambas; 2. A consolidação do internacional, que muitas vezes requer a supressão do
nacional, gerando tensões no contexto geográfico e regional; e 3. Os extremos
geográficos podem tanto se opor e se excluir mutuamente, quanto se complementar e
dar origem a novas unidades regionais, em um contexto em que a noção de região é
fundamental para compreender essas dinâmicas.

Na passagem introdutória:
A autora estabelece um quadro de referencias históricas para abordar o caráter
dinâmico da noção de região. Um quadro referencial histórico e conceptual

Justificativa da autora:
- Consciência da falta de estudos históricos sistemáticos sobre a noção de região.
Objetivos da autora:
Geral:
Promover a sistematização do conhecimento sobre a noção de região na Geografia,
contribuindo para preencher lacunas históricas e estimulando o debate teórico dentro e
fora do círculo de especialistas.

Específicos:
- Responder à necessidade de sistematização do conhecimento sobre a emergência e
enriquecimento da noção de região no pensamento geográfico.
- Motivar interessados em Geografia e contribuir para o debate teórico.
- Apresentar e discutir aspectos significativos de forma simples e didática para
compreensão da noção de região na Geografia.

Fichamento:

“[...] palavra região é de uso fluido e tem dificuldades em se estabelecer como um


conceito.” (Lencioni, 1999, p.16).

“A ideia de região se vê presente,portanto,na construção da realidade e faz parte do


senso comum. Por isso, como veremos, ao longo desta exposicão, há um sentido
dialético simultaneamente real e racional' .” (Lencioni, 1999, p.17).

“A ideia de região, como vimos, faz parte da linguagem comum, é passível de


mistificação social e manipulação política. Ela se constitui na construção da própria
sociabilidade dos homens, denunciando o quanto a Geografia está presente em suas
vidas.” (p.20)

“Qualquer sociedade elabora conhecimentos geográficos, explicitamente ou não, e


tem uma ideia de região como parte de um todo. É importante verificar que até
mesmo na mitologia grega, quando se pronuncia sobre a Criação, podemos encontrar
a ideia de região como parte de uma totalidade.” (p.21).

“Desta importante constatação decorre a necessidade de distinguir conhecimento


geográfico de Geografia. Tal distinção tem como fundamento a preocupação com a
organização do conhecimento e com a explicação da realidade. Portanto, pensar em
região simplesmente como parte, ou como categoria geográfica de análise, ou como
conceito ou como noção, significa utilizar procedimentos completamente distintos.
Isso não quer dizer que apenas a Geografia trata da região no âmbito de parâmetros
científicos. Em outros termos, a Geografia não se constitui na única ciência social a
refletir sobre a região e o regionalismo.” (p.21).

“Embora várias disciplinas se debrucem sobre o tema da região, é no âmbito da


Geografia que se encontram as bases e o desenvolvimento de conceitos ou noções
relativos à região. É no âmbito da Geografia que se constrói e se discute o que seria a
região e a Geografia Regional. Nossa discussão assume a perspectiva geográfica para
discutir a região.” (p.22).

Como a região é percebida segundo a autora:


 A percepçao do outro está acompanhada da percepcão do espaço do outro. (p.17)
 Nas conversas comuns do dia-a-dia, são frequentes as referências à região.
Podemos notá-las tanto em relatos de viagens [...]. Desde a mais remota
Antiguidade, relatar regiões desconhecidas, com aspectos bizarros e peculiares do
mundo, narrando os desafios inesperados, tem público certo. (p.17) E
ACRESCENTAM EM SEGUIDA “A aventura do futuro, a ficção científica,
despertam a imaginação pelo que virá, pelo que o mundo poderá ser.” (p.17)
 “A mistificação geográfica, no caso em que comentamos, não está no fato de a
representação cinematográfica produzir uma ideia equivocada do local dos
acontecimentos; ou seja, de produzir uma ideia de região descaracterizada em seu
conteúdo real. Não há por que exigir o contrário de um espetáculo produzido para
a indústria do entretenimento. Além disso, trata-se de arte e não de ciência. O
problema [...] ocorre quando o equívoco aparece como verdade e torna-se
consenso; mais precisamente, quando se mascara a dinâmica social do real e se
naturaliza a sua história.” (p.20).

DESTAQUES DA OBRA

1. Organização da obra:
- A obra está organizada em cinco capítulos, seguindo uma sequência cronológica e
temática. O primeiro capítulo aborda "As Origens do Conhecimento Geográfico", o
segundo discute "A Geografia como Ciência e a Geografia Regional", o terceiro trata
"A Influência do Neokantismo e do Positivismo Lógico no Estudo Regional", o
quarto discute "A Incorporação da Fenomenologia e do Marxismo no Estudo
Regional", e o quinto capítulo aborda "Perspectivas Contemporâneas da Geografia
Regional".

2. Ideias da autora:
- A autora ressalta a importância de distinguir Geografia de conhecimento
geográfico, destacando que o conhecimento geográfico está presente em todas as
civilizações e não se limita às formas acadêmicas instituídas no século XIX. Além
disso, enfatiza a necessidade de refletir sobre o caráter ético da pesquisa e a
importância de superar preconceitos ao abordar a região na Geografia.

3. Caráter ético da pesquisa:


- A autora ressalta a importância de não construir uma polarização entre o homem e
a natureza, e a necessidade de evitar a cisão entre Geografia Física e Geografia
Humana, buscando compreender a unidade da Geografia. Além disso, destaca a
importância de superar preconceitos ao abordar a região na Geografia.

4. Escolhas da autora para seguir a pesquisa dela:


- A autora opta por iniciar a análise a partir da Antiguidade, discutindo as origens do
conhecimento geográfico, e segue uma sequência cronológica para examinar a
evolução da Geografia como ciência e da Geografia Regional. Ela também destaca a
importância de considerar diferentes perspectivas teóricas, como o neokantismo, o
positivismo lógico, a fenomenologia e o marxismo, na análise do estudo regional.

5. Posições de defesa da autora:


- A autora defende a ideia de que o conceito de região está vinculado à ideia de
parte de um todo, mas também se constitui numa totalidade, sendo importante adotar
uma concepção dialética da totalidade para compreender as partes e o todo na
Geografia. Ela também defende a ideia de que as partes podem ter qualidades
diferentes do todo, o que contribui para a compreensão da complexidade das relações
geográficas.

6. Ideias da autora:
- A autora destaca a importância de distinguir Geografia de conhecimento
geográfico e ressalta que o conhecimento geográfico está presente em todas as
civilizações, não se limitando às formas acadêmicas instituídas no século XIX. Ela
também enfatiza a necessidade de refletir sobre o caráter ético da pesquisa e a
importância de superar preconceitos ao abordar a região na Geografia.

7. Caráter ético da pesquisa:


- A autora expressa a posição de que não há neutralidade na ciência, o que a
distancia do positivismo. Ela enfatiza a importância de ser cautelosa ao escolher e
pesquisar materiais, buscando vigiar os próprios preconceitos e superar a estreiteza de
visão que pode levar à corroborar ou negar ideias científicas com base em simpatias
ou divergências políticas.

8. Escolhas da autora para seguir a pesquisa dela:


- A autora opta por iniciar a análise a partir da Antiguidade, discutindo as origens do
conhecimento geográfico, e segue uma sequência cronológica para examinar a
evolução da Geografia como ciência e da Geografia Regional. Ela também destaca a
importância de considerar diferentes perspectivas teóricas, como o neokantismo, o
positivismo lógico, a fenomenologia e o marxismo, na análise do estudo regional.

9. Posições de defesa da autora:


- A autora defende a ideia de que o conceito de região está vinculado à ideia de
parte de um todo e que cada parte também se constitui numa totalidade. Ela
argumenta a favor da concepção dialética da totalidade, destacando que a totalidade
pode ser tanto fechada quanto aberta. Além disso, ela enfatiza que as divergências na
percepção e interpretação do mundo contribuem para o desenvolvimento do
conhecimento científico.

SOBRE OS CAPÍTULOS

1. **Capítulo 1: "As Origens do Conhecimento Geográfico"**:


- Este capítulo discute as origens do conhecimento geográfico, situando o ponto de
partida na Antiguidade. Ele provavelmente abordará como as primeiras civilizações
percebiam e descreviam o mundo ao seu redor, além de como essa compreensão
inicial evoluiu ao longo do tempo.

2. **Capítulo 2: "A Geografia como Ciência e a Geografia Regional"**:


- O segundo capítulo analisa a institucionalização da Geografia como ciência e o
desenvolvimento da Geografia Regional. Aqui, é provável que a autora explore como
a disciplina geográfica se formalizou, bem como a emergência do conceito de região e
sua importância na prática geográfica.

3. **Capítulo 3: "A Influência do Neokantismo e do Positivismo Lógico no Estudo


Regional"**:
- Neste capítulo, a autora provavelmente examina como o neokantismo e o
positivismo lógico influenciaram o estudo regional. Pode-se esperar uma análise das
abordagens teóricas e metodológicas utilizadas na Geografia Regional sob a
influência desses movimentos filosóficos.

4. **Capítulo 4: "A Incorporação da Fenomenologia e do Marxismo no Estudo


Regional"**:
- Aqui, a autora deve discutir como a fenomenologia e o marxismo foram
incorporados no estudo regional. É provável que ela explore as contribuições dessas
perspectivas teóricas para uma compreensão mais ampla das regiões geográficas e das
relações sociais dentro delas.

5. **Capítulo 5: "Perspectivas Contemporâneas da Geografia Regional"**:


- O último capítulo provavelmente aborda as perspectivas contemporâneas da
Geografia Regional, considerando o contexto atual de globalização, formação de
blocos regionais e questões relacionadas ao papel do Estado e ao surgimento de
regionalismos. Aqui, a autora pode fornecer uma visão geral das tendências atuais e
desafios enfrentados pela disciplina.

Entendimento geral ao final:


Ao seguir a sequência dos capítulos, o leitor é conduzido por uma análise histórica e
teórica da Geografia Regional, desde suas origens até as perspectivas contemporâneas.
Ao final da obra, espera-se que o leitor tenha adquirido uma compreensão abrangente
da evolução da disciplina e das principais abordagens teóricas que moldaram o estudo
das regiões geográficas. Além disso, o leitor deve estar familiarizado com as questões
atuais e os debates em torno da Geografia Regional, preparando-o para uma reflexão
crítica sobre o tema.

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