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Rev Dor.

São Paulo, 2017 out-dez;18(4):355-61 ARTIGO DE REVISÃO

Physiotherapeutic treatment in temporomandibular disorders


Tratamento fisioterapêutico nas desordens temporomandibulares
Marcelo Pelicioli1, Rafaela Simon Myra1, Vivian Carla Florianovicz1, Juliana Secchi Batista2

DOI 10.5935/1806-0013.20170129

ABSTRACT RESUMO

BACKGROUND AND OBJECTIVES: Temporomandibular JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: A disfunção temporomandi-


dysfunction is defined as a set of dysfunctions that affect the bular é definida como um conjunto de disfunções que acometem
masticatory muscles, the temporomandibular joint and asso- os músculos mastigatórios, a articulação temporomandibular e
ciated structures. The objective of this study was to systematize estruturas associadas. O objetivo deste estudo foi sistematizar
scientific evidence on the techniques of physiotherapeutic treat- evidências científicas sobre técnicas de tratamento fisioterapêu-
ment for temporomandibular disorders. tico para as desordens temporomandibulares.
CONTENTS: The search was performed on the Medline, LI- CONTEÚDO: A busca foi realizada a partir da consulta às ba-
LACS and Scielo databases, as well as the Pubmed search tool ses de dados Medline, LILACS e Scielo, além da ferramenta de
for articles published in the last 10 years, from August 2006 busca Pubmed dos artigos publicados nos últimos 10 anos, de
to August 2016. The survey was carried out with the following agosto 2006 à agosto de 2016. O levantamento foi realizado
descriptors: “temporomandibular joint” and “physiotherapy”, com os seguintes descritores: “articulação temporomandibular”
“temporomandibular joint disorders” and “physiotherapy”, e “fisioterapia”, “transtornos da articulação temporomandibular”
“temporomandibular joint” and “physiotherapy techniques”, e “fisioterapia”, “temporomandibular joint” and “physiotherapy
“temporomandibular joint disorders” and “physiotherapy tech- techniques”, “temporomandibular joint disorders” and “physio-
niques”. We included randomized trials and case reports, com- therapy techniques”. Foram incluídos ensaios randomizados e
posed only of patients with temporomandibular disorders who relatos de casos, compostos apenas por pacientes com desordens
underwent physical therapy. The search totaled 32 studies and temporomandibulares que realizaram tratamento fisioterapêuti-
11 of them were selected. The pain was assessed by unanimity. co. A busca totalizou 32 estudos e destes, foram selecionados 11
The articles did the same amount of sessions. artigos. A dor foi avaliada por unanimidade. Os artigos realiza-
CONCLUSION: Several resources such as ultrasound, laser, ca- ram a mesma quantidade de sessões.
thodic current; or manual therapies, as muscle stretching, and CONCLUSÃO: Diversos recursos como o ultrassom, laser, cor-
joint mobilization bring remarkable benefits to temporomandi- rente catódica, ou ainda, terapias manuais como alongamento
bular dysfunction. However, studies with higher methodological muscular e mobilização articular trazem benefícios notáveis
quality with follow-up are necessary. na dor da disfunção temporomandibular. Porém, estudos com
Keywords: Physiotherapy, Temporomandibular dysfunction, maior qualidade metodológica com follow-up são necessários
Temporomandibular joint, Temporomandibular joint disorders. Descritores: Articulação temporomandibular, Disfunção tem-
poromandibular, Fisioterapia, Transtornos da articulação tempo-
romandibular.

INTRODUÇÃO

A articulação temporomandibular (ATM) é considerada a mais com-


plexa do corpo humano. A ATM realiza movimentos rotacionais e
translacionais devido à articulação dupla do côndilo do osso temporal.
O fato de a ATM apresentar duas articulações (côndilos) conectadas
à mandíbula exige que trabalhem de forma sincronizada entre a oclu-
são dental, o equilíbrio neuromuscular e a própria articulação. Essa
1. Universidade do Estado Santa Catarina, Faculdade de Fisioterapia, Florianópolis, SC, Brasil.
2. Universidade de Passo Fundo, Disciplina de Fisioterapia, Carazinho, RS, Brasil.
articulação fica vulnerável a alterações funcionais ou patológicas, pro-
piciando desarranjos como a disfunção temporomandibular (DTM)1.
Apresentado em 03 de maio de 2017. A DTM é definida como um conjunto de distúrbios que envol-
Aceito para publicação em 08 de novembro de 2017
Conflito de interesses: não há – Fontes de fomento: não há. vem os músculos mastigatórios, a ATM e os segmentos adjacentes.
Esses distúrbios impactam o equilíbrio dinâmico das estruturas,
Endereço para correspondência:
BR Km 292, Av. Brasil Leste, 285 - São José levando a uma série de sinais e sintomas típicos dessa disfunção.
99052-900 Passo Fundo, RS, Brasil. Dores na face, ATM e/ou músculos mastigatórios e cefaleia são os
E-mail: rafaelasimonmyra@gmail.com
principais. Outros sintomas, menos frequentes, que podem estar
© Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor presentes são manifestações como zumbido e vertigem. Quanto

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aos sinais, encontram-se primariamente a sensibilidade muscular cruzamentos entre “Temporomandibular Joint” AND “physiothe-
e da ATM à palpação, limitação e/ou distúrbios do movimento rapy techniques” OR “Temporomandibular Joint Disorders” AND
mandibular e ruídos articulares. Estima-se que 40 a 75% da po- “physiotherapy techniques”. Na fase inicial, os títulos e os resumos
pulação apresente no mínimo um sinal de DTM, como ruídos, e foram identificados e avaliados de forma independente por dois re-
pelo menos um sintoma, como dor na face ou na ATM (33%)2. visores, para selecionar os que atendessem aos critérios de elegibili-
A DTM acomete grande parte da população mundial. Esse fato dade. Os artigos que não se encaixaram nos critérios descritos foram
faz com que seja essencial o desenvolvimento de técnicas terapêu- excluídos pela análise do título, seguido da exclusão pelo resumo
ticas para seu tratamento. A fisioterapia contribui para amenizar e, por fim, os estudos potencialmente relevantes foram retidos para
os sintomas da DTM, pois estimula a propriocepção, produção uma análise posterior do texto na íntegra. As informações relevantes
do líquido sinovial na articulação, melhora a elasticidade das fibras foram apresentadas em forma de tabelas descritivas, considerando-se
musculares aderidas e a dor3. as seguintes variáveis: ano, país, amostra, desfechos avaliados, dese-
Dessa forma, para minimizar os efeitos causados pela DTM, a fi- nho metodológico, intervenção e efeitos encontrados.
sioterapia torna-se fundamental e parte integrante no tratamento Na pesquisa inicial nas bases de dados foram encontrados 32 ar-
desses pacientes. tigos. Após uma primeira seleção por título foram excluídos 13
Diante do exposto, o objetivo deste estudo foi organizar as evidên- artigos, restando 16 para análise dos resumos. Desses, foram sele-
cias científicas sobre os tratamentos fisioterapêuticos utilizados em cionados 11 artigos que se enquadraram nos critérios de inclusão
pacientes com desordens temporomandibulares. estabelecidos. A Figura 1 mostra o processo de seleção dos artigos
incluídos. A tabela 1 apresenta a relação dos estudos selecionados
CONTEÚDO que utilizaram técnicas fisioterapêuticas para o tratamento das de-
sordens temporomandibulares.
A revisão sistemática foi realizada a partir de consulta retrospectiva
às bases de dados Scielo, Pubmed e LILACS. A coleta de artigos foi
realizada em setembro de 2016, sendo a estratégia de busca formula- Bases de dados: Scielo, Pubmed e LILACS (n=32)
da por meio do cruzamento de descritores (DeCS e MeSH), sendo
incluídos apenas as pesquisas realizadas com pacientes diagnosti-
Leitura dos títulos Artigos excluídos (n=13)
cados com disfunção ou desordem temporomandibular e tratados
com técnicas de fisioterapia. Além disso, os estudos deveriam ser em
Análise dos resumos (n=16) Artigos excluídos (n=5)
português ou inglês, publicados de agosto de 2006 a agosto de 2016.
Nas bases Scielo e LILACS (DeCS), utilizaram-se os seguintes cru-
Artigos selecionados (n=11)
zamentos: “articulação temporomandibular” AND “fisioterapia” OR
“transtornos da articulação temporomandibular” AND “fisiotera-
pia”. Já no Pubmed (MeSH), os artigos foram obtidos por meio dos Figura 1. Busca de dados

Tabela 1. Descrição dos estudos selecionados que utilizaram técnicas fisioterapêuticas para o tratamento das desordens temporomandibulares
Estudo Amostra Desfechos avaliados Desenho Intervenção Efeitos encontrados
metodológico
Priebe, Média de Questionário de critérios Estudo longitu- O programa de fisioterapia 76% apresentaram ausência de
Antunes idade: 31,6 diagnósticos em pesqui- dinal incluiu a combinação de mo- diagnóstico de DTM logo após
e Corrêa3 anos. sa para desordens tem- dalidades terapêuticas, com o tratamento. Destes, 17 (68%)
Indivíduos poromandibulares (RDC/ enfoque sobre as estruturas do mantiveram esse resultado no
de ambos TMD). sistema craniocervicomandibu- follow-up de dois meses, confor-
os sexos: Fichas de avaliação da lar, como: ultrassom terapêuti- me a avaliação do RDC/TMD.
20 mulheres presença de ruídos arti- co, liberação miofascial, terapia Quanto à sensibilidade da dor à
e 5 homens culares, sensação dolo- manual, exercícios de alonga- pressão, não houve diferença sig-
rosa das regiões muscu- mento e neuromusculares, além nificativa no limiar da dor na com-
lares e articulares, Valo- de orientações de autocuidado paração dos resultados logo após
res de limiar doloroso à e de exercícios domiciliares. o tratamento e após dois meses
pressão em 16 músculos do seu término.
avaliados bilateralmente: Os ruídos articulares permaneceram
temporal anterior, médio ausentes em 60% dos pacientes.
e posterior, masseter su- Em relação à dor durante a palpa-
perior, médio e inferior, ção, das 24 estruturas analisadas
ester nocleidomastoi- no RDC/TMD, 21 delas mantiveram
deo e trapézio superior, os resultados pós-tratamento no
através do algômetro de período de follow-up, com exceção
pressão. do masseter inferior direito, pterigoi-
deo lateral direito e tendão do tem-
poral esquerdo.

Continua...

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Tabela 1. Descrição dos estudos selecionados que utilizaram técnicas fisioterapêuticas para o tratamento das desordens temporomandibulares
– contninuação
Estudo Amostra Desfechos avaliados Desenho Intervenção Efeitos encontrados
metodológico
Franco et Uma pa- Ficha de avaliação fisio- Relato de caso, Realizados alongamentos passi- Ouve redução gradual das sensa-
al.16 ciente de 35 terapêutica, composta avaliado pré e vos de ECOM e trapézio, aplica- ções dolorosas por meio da EAV,
anos por avaliação da ADM, pós-intervenção ção de laser de baixa intensidade a média de alivio da dos sintomas
10 sessões, inspeção palpação exa- e reavaliado 15, de arsenito de gálio (AS-GA) pa- dolorosos foi de 20% por ses-
1 vez por mes físicos. 30 e 60 dias após râmetros 4J para área da articu- são, alcançando valor de zero nas
semana. o termino da in- lação de forma pontual e 8J na últimas sessões.
tervenção. área muscular na forma pontual e
varredura com distância de 1mm,
com modo pulsátil 1min por pon-
to. Relaxamento facial com técni-
cas de deslizamento, orientações
para exercícios caseiros comple-
mentares, alongamentos ativos
da musculatura cervical extenso-
res e flexores da cabeça e pes-
coço. Técnica de desativação de
PGM. Manutenção noturna da
placa oclusal miorrelaxante.
Freire et Média de Questionário de critérios Estudo longitudi- Ultrassom de 3 MHz em modo Redução do número de diagnósti-
al.6 idade: 34,5 diagnósticos em pesqui- nal, 10 sessões. contínuo, com intensidade de 1,3 cos em todos os subgrupos e au-
anos sa para desordens tem- Avaliados antes W/cm2, durante 3 minutos para sência de diagnóstico em 41,7%
24 indivídu- poromandibulares (RDC/ do tratamento dor crônica; em modo pulsado dos 24 participantes após o trata-
os (21 do TMD) (AV1), imediata- com intensidade de 0,5 W/cm2, mento.
sexo femi- Índice temporomandi- mente após o tra- durante 3 minutos para dor aguda. Significante redução do ITM na
nino e 3 do bular (ITM) e seus sub- tamento (AV2) e Termoterapia superficial com comparação entre AV1 e AV2 (p =
masculino) -índices dois meses após radiação infravermelha durante 0,000). Não houve diferença entre
o final do trata- 20 minutos. AV2 e AV3 (p = 0,204) em 13 par-
mento (AV3) Liberação miofascial e alonga- ticipantes avaliados dois meses
mento bilateralmente. após o término do tratamento.
Técnicas de distração e massa-
gem terapêutica na coluna cer-
vical e na ATM.
Exercício com tubo de borracha
de silicone
Amaral et Média de Questionário de critérios Estudo longitudi- Mobilização mandibular ines- Diferença estatisticamente signifi-
al.7 idade: 25,6 diagnósticos em pesqui- nal Grupo DTM pecífica (MMI). O paciente é cante somente para o grupo DTM
anos. sa para desordens tem- (apresentar DTM, posicionado em decúbito dorsal no centro de oscilação de pressão
50 indiví- poromandibulares (RDC/ desvio ou defle- e luvas descartáveis foram uti- (p<0,03) no deslocamento me-
duos de TMD) xão mandibular) lizadas pelo terapeuta; o quinto diolateral (p<0,006), na amplitude
ambos os Avaliação estabilométri- e grupo controle quirodáctilo posicionado em mediolateral (p<0,01) e na variável
sexos ca sobre uma plataforma (não apresentar cima do segundo ou terceiro velocidade nas direções antero-
de força, com os olhos DTM) molar (se presente) para realiza- posterior, (p<0,03) e mediolateral
abertos e fechados. ção da MMI, em pequeno grau, (p<0,03).
intermitentemente durante um
minuto, sendo realizadas cinco
repetições. Entre cada mobiliza-
ção, foi realizada, por dez vezes,
abertura bucal com língua na
papila incisiva, para promover
um relaxamento local.
Gomes et Média de Questionário RDC/TMD. Ensaio clínico Eletrodos posicionados bilate- Comparação intragrupo observou
al.5 idade: 22,5 - Avaliação da dor atra- randomizado, du- ral na porção lateral do músculo se que 10 aplicações de EEAV ca-
anos. vés da EAV. plamente enco- temporal (canal1), sobre o mas- tódica promoveu redução da dor
25 indiví- berto. seter (canal2) e o eletrodo disper- no GE, enquanto no GP não se
duos de GE (grupo expe- so na região cérvico torácica (cer- notou diferença. O GE apresentou
ambos os rimental): 10 apli- vical baixa torácica alta), parâme- maior redução da intensidade da
sexos. cações de EEAV e tros usados frequência de 10Hz, dor comparado com o GP.
no GP (grupo pla- largura de pulso fixada pelo apa-
cebo): 10 aplica- relho em dois pulsos gêmeos de
ções com o apa- 20us cada um com intervalo de
relho desligado. 100us voltagem a 100 volts am-
bos os canais com duração de 30
min de 2 a 3 vezes por semana.
Continua...

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Tabela 1. Descrição dos estudos selecionados que utilizaram técnicas fisioterapêuticas para o tratamento das desordens temporomandibulares
– contninuação
Estudo Amostra Desfechos avaliados Desenho Intervenção Efeitos encontrados
metodológico
Borin et 40 mulhe- Questionário da RDC- Ensaio clínico As participantes do GA foram Verificou-se melhora no nível de
al.8 res, com -TMD, a gravidade da randomizado. In- submetidas a acupuntura duas gravidade pelo índice crânioman-
idade en- DTM foi verificada antes divíduos divididos vezes na semana por cinco sema- dibular (p=0,004) e pelo Índice de
tre 20 e 40 e após o tratamento pelo em dois grupos: nas ininterruptas. O tratamento foi Fonseca (p=0,000) de indivídu-
anos Índice de Fonseca. Ainda GA: acupuntura, realizado com agulhas descartá- os com DTM após o tratamento
avaliou o Índice de Dis- que realizou inter- veis (0,25x0,15mm) inseridas nos por acupuntura, e no nível de dor
função Crâniomandibu- venção duas ve- respectivos pontos com a pele (p=0,000). Segundo a classifica-
lar. A dor foi avaliada, an- zes por semana previamente limpa com algodão e ção pelo Índice de Fonseca. Antes
tes e após o tratamento, (n=20); e controle álcool etílico a 70%. A terapia de do tratamento os indivíduos apre-
pela EAV. GC: que não reali- acupuntura totalizou 10 atendi- sentaram a seguinte classificação
zou tratamento mentos. Os pontos selecionados para DTM: 6 com grau modera-
para o tratamento foram os refe- do e 14 com grau grave. Após o
ridos na literatura como pontos tratamento, observou-se por esta
para o tratamento da DTM e pon- classificação: 7 com grau leve, 10
tos para ansiedade. moderado e 3 grave.
Basso, Partici- Questionário de RDC/ Estudo transver- O grupo intervenção foi subme- O GII obteve melhora na redução
Corrêa e param do TMD. sal, qualitativo, 10 tido a 10 sessões de RPG por da dor orofacial crônica.
Silva4 estudo 20 Fotografia com câme- semanas de inter- 45min, 1 vez por semana ado-
indivíduos ra digital para avaliação venção. tando duas posturas por sessão
de ambos postural. GI: desordem mus- de terapia. Posturas sem carga,
os sexos cular; GII: deslo- e posturas com carga.
Média de camento de disco;
idade: 27,5 GIII: outras condi-
anos. ções articulares.
Calixtre 12 mulheres A dor e a função da man- Estudo longitudi- Submetidos a 10 sessões de A função mandibular aumentou em
et al.12 com idade díbula foram avaliadas nal grupo, avalia- aproximadamente 35min. Mo- 7 pontos na escala após a interven-
média de com o MFIQ, além disso ção pré e pós 5 bilização de cervical em flexão, ção (p=0,019) e dor diminuiu sig-
22.08±2.23 o nível de abertura da semanas de inter- Mobilização anteroposterior e nificativamente (p=0,009). O nível
anos boca sem dor e os PG de venção. posteroanterior em C5, exercí- de abertura da mandíbula variou
masseter e músculo tem- cio de estabilização de flexão de ±8.8 a 38±8.8 mm para 38±8.8
poral foram avaliados. craniocervical, alongamento. mostrando melhora significativa
(p=0,017), a dor em ambos os mas-
seteres e temporais melhoraram.
Machado Partici- Gravidade da DTM atra- Ensaio clínico ran- Submetidos a 12 sessões Ocorreu melhora em ambos os
et al.11 param do vés da parte II do Ques- domizado. Os par- de 45min. GI: laser contínuo grupos em todos os âmbitos
estudo 82 tionário ProTMDmulti, ticipantes foram I=60mW por 40s e D=60±1.0 J/ avaliados com estabilidade no
indivíduos pontos de tensão pela divididos em GI: cm2 e exercícios para língua, bo- follow-up, quando comparados
com DTM palpação, e a funcionali- Laser e exercícios chechas e músculos mandibula- entre si todos os grupos tratados
crônica e 20 dade orofacial pelo Oro- oromandibulares, res, treinamento orofacial funcio- não mostraram diferenças sobre
indivíduos facial Myofunctional Eva- GII: terapia mus- nal; GII: exercícios para língua, pontos de tensão a palpação no
saudáveis luation with Scores. cular orofacial, GIII: bochechas e músculos mandi- follow-up. GI, GII e GIII não mos-
(idade mé- laser placebo e bulares, treinamento orofacial traram diferença com o controle
dia 30 ± 9.6 exercícios oroman- funcional; laser; estratégias para sobre a funcionalidade orofacial,
anos) dibulares, GIV: La- diminuição da dor; GIII: laser pla- enquanto diferiam significativa-
ser, GC: saudáveis. cebo e exercícios; GIV: laser. mente de GIV (p<0,01).
Oliveira 32 adultos Foi utilizado o da Fon- Ensaio clínico, O protocolo de tratamento durou As características clínicas da do-
et al.15 jovens com seca questionnaire para duplamente cego. 4 semanas, todos os participan- ença nos dois grupos foram iguais
idade mé- a triagem inicial dos pa- Os pacientes fo- tes realizaram exercícios que após o tratamento, quanto a qua-
dia de 24,7 cientes, após isso para ram divididos em continham liberação miofascial, lidade de vida pode-se perceber
± 6,8 anos dor foi utilizado a EAV e dois grupos: A - alongamento muscular, tração que os dois grupos obtiveram re-
diagnost i- para a Qualidade de vida ativo submetido a cervical, exercícios para melho- sultados positivos. A intensidade
cados com a WHOQOL-BREF. exercício mais es- rar a ADM da mandíbula, forta- de dor dos grupos diminuiu após
DTM. timulação trans- lecimento muscular entre outros. o segundo dia de tratamento, mas
craniana não in- Além disso o Grupo A recebeu de formas diferentes e ao final
vasiva e B - con- 20min de estimulação não inva- percebeu-se que o Grupo A teve
trole que realizou siva transcraniana com amplitu- níveis de dor menor do que o Gru-
exercícios mais de de 2mA, com eletrodos locali- po B, porém a diferença não foi
falsa estimulação. zados sobre C3 ou C4 (região do estatisticamente significativa.
córtex motor), nos indivíduos do
Grupo B se posicionou os ele-
trodos no mesmo local, porém a
corrente durou 30 segundos.

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Tabela 1. Descrição dos estudos selecionados que utilizaram técnicas fisioterapêuticas para o tratamento das desordens temporomandibulares
– contninuação
Estudo Amostra Desfechos avaliados Desenho Intervenção Efeitos encontrados
metodológico
Tosato et n=20 mu- RDC-TMD após isso Estudo clínico A amostra foi dividida em 2 Ambos os grupos apresentaram
al.9 lheres, com para dor foi utilizado a randomizado. In- grupo: Grupo 1 recebeu uma aumento na atividade eletromio-
idade en- EAV e eletromiógrafo de divíduos divididos sessão de 30 minutos de mas- gráfica dos músculos masseteres
tre 22 e 46 superfície para captar o em G1: controle e soterapia na face, na região de e temporais, tanto em contrações
anos, com sinal elétrico dos múscu- G2: intervenção masseter e temporais, enquanto isométricas como isotônicas con-
média de los masseter e temporal. o Grupo 2 receberam estimula- cêntricas. Também houve redução
31,75±8,71 ção elétrica nervosa transcutâ- significativa na dor, em ambos os
anos, com nea durante 30 minutos, na re- grupos.
DTM mio- gião dos músculos masseteres
gênica, e temporais.
com dor na
musculatura
mastigatória.
Freitas et 1 paciente, A parir da EAV se avaliou Estudo experi- Utilizou-se o Laser na região da O paciente apresentou melhora na
al.10 37 anos, a dor, mensurou-se a mental de caso ATM utilizando a técnica pontual dor, aumentou a amplitude articu-
diagnost i- ADM mandibular e ava- clínico com densidade de energia (ΔE) lar da ATM e nas seguintes altera-
cada com liação clínica postural. 3J/cm² e atingindo uma ener- ções posturais:
DTM há 5 gia final de 2,6 J, desativação mandíbula prognata, cabeça em
anos. de pontos-gatilho miofasciais posição neutra, coluna cervical
nos músculos masseter, pteri- com lordose fisiológica e ombros
goideo, temporal, occipital, es- alinhados. Na parte muscular hou-
caleno, ECOM e trapézio fibras ve melhora no tempo de ativação
superiores, por 45 segundos muscular nos músculos da face.
em cada ponto e mobilização
articular utilizando a técnica de
deslizamento cefálico longitudi-
nal e anterior da ATM grau II.
ADM = amplitude do movimento; EAV = escala analógica visual; PGM = pontos-gatilho miofascial; DTM = disfunção temporomandibular; EEAV = estimulação elétrica
de alta voltagem; RPG = reeducação postural global; RDC-DTM = critério de diagnóstico para pesquisa de desordens temporomandibulares; MFIQ = Mandibular
Functional Impairment Questionnaire.

DISCUSSÃO Outro aspecto importante no tratamento das DTM é a frequência


e a duração das sessões da fisioterapia. Considerando o número de
Este estudo revelou resultados eficazes em relação aos tratamen- sessões, em sete estudos foram realizadas 10. Contudo, no estudo
tos fisioterapêuticos utilizados para DTM. Os estudos de Basso, de Freitas et al.10, o autor sentiu a necessidade de um maior núme-
Corrêa e Silva4 e Gomes et al.5 relataram que a fisioterapia é capaz ro de sessões, totalizando 15 sessões. Isso demonstra que a maior
de promover melhora dos sintomas clínicos referentes à dor. Além parte dos autores concorda com a quantidade de sessões realizadas.
disso, de uma forma geral, a fisioterapia estimula a propriocepção Ao analisar a frequência das sessões, houve discordância perante
e a produção do líquido sinovial na articulação e melhora a elasti- os estudos de Priebe et al.3 e Basso, Corrêa e Silva4 por exemplo, o
cidade das fibras musculares aderidas3. número foi de uma vez por semana, já Borin et al.8, Freitas et al.10
Analisando os resultados obtidos pela estratégia de busca, obser- realizaram duas vezes por semana.
vou-se maior concentração de estudos no ano de 2015, havendo Ressalta-se que, as DTM podem estar relacionadas com a postura.
uma única publicação em 2010. É válido ressaltar que as pesquisas Nos estudos de Basso, Corrêa e Silva4 e Freitas et al.10 realizou-se
foram desenvolvidas em território norte e sul-americano. Eviden- a avaliação postural procurando encontrar evidências como ante-
cia-se também que os participantes dos estudos foram voluntários riorização da cabeça, aumento da lordose cervical e não nivela-
de diferentes faixas etárias, porém, a média de idade das amostras mento dos ombros. A estabilometria foi utilizada como método de
analisadas correspondeu à população de meia-idade. Esses mes- avaliação por Amaral et al.7 Esse teste é uma forma de mensurar
mos trabalhos apontam para elevada porcentagem de mulheres. o equilíbrio estático, que consiste na quantificação das oscilações
Entretanto, ainda não existe consenso na literatura sobre a razão da anteroposteriores e laterais do corpo, enquanto o indivíduo per-
maior prevalência no sexo feminino do que no masculino. manece de pé sobre uma plataforma de força. A avaliação desses
Dos 11 artigos que foram utilizados neste estudo, sete usaram parâmetros torna-se importante pois sabe-se que a DTM pode
como forma de avaliação o Questionário de Critérios Diagnós- causar alterações no equilíbrio.
ticos em Pesquisa para Desordens Temporomandibulares (RDC/ As DTM podem apresentar-se como dor muscular e/ou articular,
TMD). Esse questionário é reconhecido mundialmente e tem diminuição da amplitude bucal, cefaleia, distúrbios nos movimen-
como objetivo estabelecer critérios confiáveis e válidos para diag- tos mandibulares, estalos articulares5. No decorrer do processo de
nosticar e definir subtipos de DTMs3-9. Já nos estudos de relatos de pesquisa, notou-se que a variável dor foi a única selecionada por
casos foi utilizada a ficha de avaliação fisioterapêutica, que inclui: unanimidade nos estudos. A dor é um dos principais sintomas re-
inspeção, amplitude do movimento, palpação e exame físico10. feridos pelos pacientes com DTM sendo que 75% deles apresenta-

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ram desconforto ou disfunção da articulação temporomandibular. cervical como tratamento para DTM, melhorando aspectos como
Um dos métodos encontrados para a avaliação da dor foi através da dor, equilíbrio muscular e postura. Já Calixtre et al.12 realizaram
escala analógica visual (EAV)5,9,10,16. Apenas o estudo realizado por mobilização articular de C5, exercícios de estabilização cervical e
Gomes at al.5 apresentou cálculo amostral com base nos valores alongamento muscular passivo da região dorsal superior, e obtive-
de desvio padrão obtidos pela EAV, fornecendo medidas de inten- ram aumento da abertura da boca e redução da dor.
sidade de dor. Por sua vez, Priebe, Antunes e Corrêa3 utilizaram Basso, Corrêa e Silva4 mostram que a postura em indivíduos com
o algômetro de pressão - Dinamômetro Force Dial® FDK/FDN DTM é prejudicada. Neste estudo o RPG foi utilizado, propon-
(Wagner Instruments), como método de avaliação desse quesito. do uma atuação terapêutica de alongamentos visando o equilíbrio
Ambos foram satisfatórios para a avaliação dos parâmetros da dor das tensões miofasciais e da postura corporal como um todo. Esse
nesses pacientes. tratamento é capaz de reduzir a intensidade da dor orofacial e me-
O tratamento fisioterapêutico objetiva o alívio dos sintomas, bus- lhorar sintomas psicológicos da DTM, assim como melhora do
cando restabelecer a função normal do aparelho mastigatório do alinhamento e simetria corporais.
paciente, para isso diferentes técnicas podem ser utilizadas. De O tratamento também pode ser focado sobre as estruturas do siste-
acordo com os estudos, os aparelhos como o laser, ultrassom e ma craniocervicomandibular, como apontam os estudos realizados
corrente catódica, são benéficos no tratamento. Todavia, a terapia por Priebe, Antunes e Corrêa3 e Freire et al.6. Os alongamentos
manual, através de exercícios de alongamentos musculares, mobili- passivos dos músculos ECOM e trapézio, relaxamento facial com
zações articulares e exercícios para estabilização segmentar cervical técnicas de deslizamento, alongamentos ativos da musculatura
podem estar inclusos no processo de reabilitação7,10-12,16. cervical extensores e flexores da cabeça e pescoço foram técnicas
Tosato, Biazotto-Gonzalez e Caria9 utilizaram a eletromiografia utilizadas.
para avaliar a ativação elétrica dos músculos masseter e porção A aplicação de agulhas de acupuntura também pode trazer bene-
anterior do músculo temporal e a EAV para mensurar a dor. A fícios para o manuseio da DTM, que tem como finalidade o con-
amostra composta por 20 mulheres foi dividida em dois grupos. trole da dor, principalmente quando de origem muscular. Borin
Ambas passaram pelo processo de avaliação descrito. Depois, o et al.8 aplicaram agulhas em pontos específicos na região do arco
grupo 1 foi submetido a 30 minutos de massoterapia na região zigomático, no músculo masseter e processo mastoide. Após a in-
de masseter e porção anterior do temporal; o grupo 2 recebeu tervenção, observou-se que a acupuntura promove redução signi-
30 minutos de estimulação elétrica nervosa transcutânea, sobre ficativa no nível de dor e na gravidade da DTM, demonstrando
os mesmos músculos. Após, os dois grupos foram reavaliados e, uma redução em 75% no grau da dor (p=0,000).
ambos apresentaram maior ativação muscular e redução estatisti- El Hage et al.13 investigaram o efeito imediato da aplicação de mas-
camente significativa da dor. Demonstrando que a terapia manu- sagem facial no equilíbrio estático em indivíduos com DTM. Nes-
al é benéfica e pode ser empregada na redução de dor de DTM. se estudo participaram 20 indivíduos diagnosticados com DTM
Machado et al.11 investigaram a eficácia da combinação do uso que foram avaliados por meio de uma plataforma de equilíbrio
de laser terapêutico de baixa intensidade com exercícios motores que calculava as oscilações que ocorriam nos planos anteroposte-
orais na reabilitação de pacientes com DTM. Foram selecionados riores e médio-laterais. As avaliações ocorreram de olhos fechados
82 pacientes com DTM crônica e 20 pacientes saudáveis que for- e abertos, no primeiro momento antes do descanso (linha de base),
maram o grupo controle. Os indivíduos foram divididos de forma após 10 minutos em descanso em decúbito dorsal (pré-massagem)
aleatória em 5 grupos. GI: laser + exercícios orofaciais; GII: terapia e após a aplicação da técnica (pós-massagem). Os resultados mos-
miofuncional orofacial, que consistia em alívio da dor e exercícios traram que só houve diferença significativa na avaliação realizada
orofaciais; GIII: laser placebo e exercícios orofaciais e GIV: laser. O com os olhos fechados nas oscilações anteroposteriores.
laser teve como objetivo a analgesia (parâmetros utilizados: tama- Em outro estudo realizado por Amaral et al.14, foi utilizado o mes-
nho da onda de 780-nm; intensidade de 60 mW, 40 s e 60 ± 1.0 J/ mo protocolo para avaliar os efeitos da MMI. Os participantes
cm²) e os exercícios orofaciais foram usados para restabelecimento foram divididos em dois grupos: 25 indivíduos com DTM e 25
da sua funcionalidade. Todos os grupos tratados obtiveram me- indivíduos sem DTM. A mobilização consistiu no terapeuta po-
lhora significativa em relação ao grupo controle. Comparando os sicionar o quinto quirodáctilo sobre o segundo ou terceiro molar
grupos tratados, percebeu-se que os grupos que utilizaram laser e durante um minuto, em pequeno grau de amplitude, promoven-
exercícios orofaciais e terapia miofuncional orofacial obtiveram re- do o deslocamento da mandíbula em protrusão, por cinco vezes.
sultados mais efetivos. Franco et al. 16 também utilizaram o laser de Entre cada repetição havia um relaxamento local. De acordo com
baixa intensidade, associado a exercícios de alongamento muscular a avaliação após MMI, houve melhora do controle postural em
da cervical e placa noturna oclusal miorrelaxante. A intervenção ambos os grupos, sugerindo uma possível estimulação do sistema
perdurou 10 sessões e obteve redução do quadro álgico. trigeminal que, por sua vez, influenciaria no equilíbrio.
Já a mobilização articular foi eleita como tratamento no estudo de Técnicas mais atuais para o tratamento da DTM foram um dos
Amaral et al.7, Freitas et al.10 e Calixtre et al.12. Porém, cada estudo achados desta revisão. A estimulação não invasiva, incluindo a
teve sua particularidade. No estudo de Amaral et al.7, a mobili- estimulação transcraniana por corrente contínua (ETCC), [AS1]
zação mandibular inespecífica (MMI) foi utilizada, a fim de pro- [RSM2] pode ser considerada uma alterativa para o tratamento
mover melhora do controle postural em indivíduos com DTM. da dor. Oliveira et al.15 avaliaram a dor e a qualidade de vida de
Freitas et al.10, além da mobilização articular, utilizaram a desa- pacientes com DTM após serem submetidos à intervenção fisiote-
tivação de pontos-gatilho miofasciais e exercício de estabilização rapêutica e estimulação não invasiva durante quatro semanas. Os

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Tratamento fisioterapêutico nas desordens temporomandibulares Rev Dor. São Paulo, 2017 out-dez;18(4):355-61

participantes foram divididos em dois grupos (grupo A e grupo ção temporomandibular. Rev Dor. 2015;16(1):6-9.
4. Basso D, Corrêa E, Silva MA. Efeitos da reeducação postural global no alinhamento
B) que realizaram exercícios que continham liberação miofascial, corporal e nas condições clínicas de indivíduos com disfunção temporomandibular
alongamento e fortalecimento muscular, tração cervical, exercícios associada a desvios posturais. Fisioter Pesqui. 2010;17(1):63-8.
5. Gomes NC, Berni-Schwarzenbeck KC, Packer AC, Bigaton DR. Efeitos da estimula-
para melhorar a amplitude do movimento da mandíbula. Além ção elétrica de alta voltagem catódica sobre a dor em mulheres com DTM. Rev Bras
disso, o grupo A recebeu 20min de ETCC com amplitude de Fisioter. 2012;16(1):10-5.
2mA, com eletrodos localizados sobre C3 ou C4 (região do córtex 6. Freire AB, Nardi AT, Boufleur J, Chiodelli L, Pasinato F, Corrêa EC. Multimodal
physiotherapeutic approach: Effects on the temporomandibular disorder diagnosis
motor), enquanto o grupo B recebeu estimulação sham. A intensi- and severity. Fisioter Mov. 2014;27(2):219-27.
dade de dor dos grupos diminuiu de forma diferente e ao final do 7. Amaral AP, Politti F, Hage YE, Arruda EE, Amorin CF, Biasotto-Gonzalez DA. Efeito
imediato da mobilização mandibular inespecífica sobre o controle postural em indi-
tratamento percebeu-se que o grupo A teve níveis de dor menor víduos com disfunção temporomandibular: ensaio clínico controlado, randomizado,
do que o grupo B, porém a diferença não foi estatisticamente sig- simples cego. Br J Phys Ther. 2013;7(2):121-7.
nificativa. 8. Borin GS, Corrêa EC, Silva MT, Milanesi JM. Acupuntura como recurso tera-
pêutico na dor e na gravidade da desordem temporomandibular. Fisioter Pesqui.
A fisioterapia é efetiva e melhora a função física de indivíduos com 2011;18(3):217-22.
DTM. A partir desta revisão nota-se que diversos recursos como 9. Tosato JP, Biazotto-Gonzalez DA, Caria PH. Efeito da massoterapia e da estimulação
elétrica nervosa transcutânea na dor e atividade eletromiográfica de pacientes com
o ultrassom, laser, corrente catódica, ou ainda, terapias manuais disfunção temporomandibular. Fisioter Pesqui. 2007;14(2):21-6.
como alongamento muscular e mobilização articular trazem bene- 10. Freitas DG, Pinheiro IC, Vantin K, Meinrath NC, De Carvalho NA. Os efeitos da
fícios notáveis. Porém, com a baixa qualidade metodológica, o pe- desativação dos pontos-gatilho miofasciais, da mobilização articular e do exercício de
estabilização cervical em uma paciente com disfunção temporomandibular: um estudo
queno número de participantes da maior parte dos estudos deixa de caso. Fisioter Mov. 2011;24(1):33-8.
aberto uma lacuna sobre o melhor tratamento para a DTM. Além 11. Machado CC, Mazzeto MO, da Silva MA, de Felício CM. Effects of oral motor exer-
cises and laser therapy on chronic temporomandibular disorders: a randomized study
disso, maior número de estudos de ensaio clínico randomizado e with follow-up. Lasers Med Sci. 2016;31(5):945-54.
que avaliem follow-up são necessários. 12. Calixtre LB, Grüninger BL, Haik MN, Albuquerque-Sendín F, Oliveira AB. Effects
of cervical mobilization and exercise on pain, movement and function in subjects
with temporomandibular disorders: a single group pre-post test. J Appl Oral Sci.
CONCLUSÃO 2016;24(3):188-97.
13. El Hage Y, Politti F, Herpich CM, de Souza DF, de Paula Gomes CA, Amorim CF, et
al. Effect of facial massage on static balance in individuals with temporomandibular
A fisioterapia pode beneficiar pacientes com DTM reduzindo a disorder – a pilot study. Int J Ther Massage Bodywork. 2013;6(4):6-11.
dor e aumentando a mobilidade, além de reequilibrar a ATM. 14. Amaral AP, Politti F, Hage YE, Arruda EE, Amorin CF, Biasotto-Gonzales DA. Efeito
imediato da mobilização mandibular inespecífica sobre o controle postural em indi-
víduos com disfunção temporomandibular: ensaio clínico controlado, randomizado,
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mandibular e Dor Orofacial. Dental Press J Orthod. 2010;15(3):114-20. Fisioterapia no tratamento da dor orofacial de pacientes com disfunção temporoman-
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