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Olhando a Caixa-Preta: a política de Ciência Nacional estabelecida por José Dion de

Melo Telles durante sua gestão no CNPq (1975-1979).

Gabriel Amabile Boscariol

Mestrado

Palavras Chave: CNPq, História da Ciência, História do Brasil, SBPC.

Instituições são caixas pretas para o observador externo, com essa perspectiva
procurou-se nesse artigo estabelecer as relações que construíram o modelo de ciência
nacional englobando as mais diversas áreas. Com o objetivo de estabelecer conexões
históricas nas decisões que formaram o modelo de ciência nacional do Conselho
Nacional do Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), até sua forma mais
conhecida de Fundação. O estudo da gestão de José Dion de Melo Teles (1975-1979)
resgatou importantes informações sobre a reformulação do CNPq. A lei que formulou o
CNPq foi estabelecida em 1949, trouxe uma perspectiva de projeto para a ciência
brasileira, foi executada apenas em 1951. A visão de um modelo que abrangesse toda a
ciência brasielira, um objetivo que havia sido projetado desde os anos 1940, foi apenas
realizado a partir de 1972. A falta de coordenação na área científica foi uma crítica
constante dos pesquisadores e cientistas. Espalhados pelos institutos de pesquisa e
outros órgãos públicos, em 1948 um grupo desses pesquisadores fundou a SBPC,
defendendo essa ciência e o cientista brasileiro. Com o discurso de uma ciência nacional
o CNPq foi construído para gerenciar recursos e projetos, expandiu sua atuação
conforme as necessidades e o projeto mudava. A forma moderna do CNPq foi alcançada
na gestão de José Dion de Melo Teles na presidência da autarquia, foi transformada em
Fundação e adicionou as ciências humanas na visão geral de ciência. A ciência nacional
dessa forma criou uma visão mais ampla na sua forma institucional, pois era uma
cobrança já existente na comunidade dos cientistas, como foi possível observar no
comportamento da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). Na
instituição as ambiguidades e a política estabelecida levam a uma série de
incompreensões para a comundiade científica, ao mesmo tempo que a instituição é
reformada e estabelecida com novas funções. O objetivo do artigo é trazer para
discussão a construção dos institutos que possibilitaram a construção de um modelo
nacional de ciências e dos grupos articuladores que estabeleceram a direção pela qual
foi conduzida.

O artigo lida com algumas discussões sobre a institucionalização da ciência no


Brasil e a comunidade científica brasileira. A formação de um ideal de ciência nacional
enquanto um projeto organizador da atividade de pesquisa nacional. A construção de
uma comunidade científica politizada e atuante não somente nos assuntos de ciência e
educação, mas, também na discussão de problemas nacionais. Esses são algumas das
discussões envolvendo a ciência brasileira na sua constituição e formalização na década
de 1970.

Ao identificar que a documentação envolvendo esses dois aspectos da


formalização da ciência nacional, que foi essencial para compreender a construção
dessas instituições. Dessa forma devemos estabelecer a base de como estudá-las. A
documentação utilizada principalmente foi institucional no caso do CNPq e com a
comunidade científica foram utilizadas entrevistas, reportagens e editoriais presentes na
revista da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) a revista Ciência e
Cultura.

O conceito de caixa preta de Nathan Rosemberg

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