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POLÍCIA MILITAR DO CONTROLE DE PROCESSO:

ESTADO DE SÃO DISTÚRBIOS CIVIS


PAULO PADRÃO Nº
ESTABELECIDO EM
NOME DO PROCEDIMENTO: REVISTA EM
ESTABELECIMENTO PRISIONAL REVISADO EM

MATERIAL NECESSÁRIO

1. Capacetes anti-tumulto (disponível) ou balísticos (ideal);


2. Coletes balísticos;
3. Escudos de placas de aramida;
4. Caneleiras e luvas de procedimento (descartáveis);
5. Cassetetes ou tonfas;
6. Granadas explosivas GL 304, GL 305 (ambiente aberto);
7. Granadas explosivas – modelo “indoor”;
8. Espingardas calibre 12 e “thru-flight” com munições anti-motim (elastômero);
9. Extintores de incêndio e corta frios;
10. Rádios de comunicação que obedeçam a freqüência “direta”;
11. Lanternas;
12. Cantis com água;
13. Pistolas .40 (oficiais e sargentos habilitados) ou revólveres calibre 38 (oficiais e
sargentos) com a respectiva munição real, além de algemas;
14. Metralhadora 9 mm – “Beretta” – com a respectiva munição real.

ATIVIDADES CRÍTICAS
1. Entrada nos pavilhões ou raios;
2. Deslocamento e posicionamento da tropa no interior dos pavilhões ou raios;
3. Tomada e varredura das celas;
4. Escoamento dos presos;
5. Contenção dos presos;
6. Retorno dos presos às celas;
7. Retirada da tropa dos pavilhões ou raios.
SEQÜÊNCIA DAS AÇÕES
1. Entrada da tropa de choque no estabelecimento prisional, adotando uma formação
emassada;
2. Posicionar os pelotões de choque nos pavilhões ou raios mais distantes da entrada do
estabelecimento;

Pavilhão 01 Pavilhão 03

Entrada Pelotões de choque

Pavilhão 04
02

3. Posicionar equipes de policiais nas entradas dos pavilhões ou raios que ainda não foram
ou já foram revistados;

Pavilhão 01 Pavilhão 03

Entrada

Pavilhão 02 Pavilhão 04

4. Dispor o pelotão em formação emassada no interior do pavilhão, próximo à entrada do


mesmo;

Celas

Pavilhão
Pelotão

Entrada
5. Ordem de recolhimento às celas aos presos que, eventualmente, estiverem fora das
mesmas;
6. Deslocamento emassado do pelotão em linha ou semicírculo;

Celas

Pelotão Pavilhão

7. No caso de pavilhões ou raios com mais de um andar, iniciar a revista pelo andar mais
superior, guarnecendo as escadarias que dão acesso aos pisos pelos quais o pelotão
passar com, no mínimo, 3 policiais;
8. No avanço pelas escadas, o pelotão deverá adotar a formação “escudos ao alto” ou
“guarda alta emassada”;
9. Conforme houver o deslocamento do pelotão pelo corredor ou quadra do recinto, os
escudeiros das extremidades se posicionam, cada um, na entrada da cela que estiver à
lateral do pelotão;

Escudeiro

10. Há locais, no entanto, como os pisos superiores dos raios do Presídio de Parelheiros, em
que não existe um espaço central onde o pelotão possa se deslocar, e sim dois estreitos
corredores que dão acesso às celas e dispostos um paralelo ao outro. Nessa situação, o
conveniente é que o pelotão, em formação “por dois”, se desloque, simultaneamente,
concentrando uma coluna em cada corredor;
Espaço central vazio

11. O escudeiro, posicionado à entrada da cela e com o escudo protegendo a sua área
frontal, determina aos presos que retirem suas vestimentas e objetos de uso pessoal,
permanecendo somente com a peça íntima e retirem cortinas e panos que prejudiquem a
visibilidade da cela. Posteriormente, ordena aos presos que se posicionem sentados ou
de joelhos, com as mãos entrelaçadas na nuca, cabeça baixa e de costas para ele;
12. Geralmente, o número de escudeiros é insuficiente para a demanda de celas do pavilhão
ou raio. Assim sendo, após o domínio visual da cela, o escudeiro é rendido por um
lançador ou atirador do pelotão e prossegue para as demais celas ainda não vistoriadas;
13. Com o pleno domínio do pavilhão ou andar que será revistado, iniciar-se-á a tomada e
varredura das celas pela equipe ou célula sob comando de sargento;
14. Sempre que possível, a revista deve ter início do ponto mais distante em relação à
entrada do recinto e, quando se tratar de local com celas nas duas laterais, a abertura das
portas deverá ser alternada;
15. A equipe ou célula de tomada de cela é composta, nesta ordem, por um escudeiro, um
sargento (comandante da equipe empunhando uma pistola ou revólver) e um segurança
com metralhadora. A célula será posicionada em coluna, um atrás do outro;
16. A célula será disposta obliquamente à porta da cela, deixando um espaço para o
escoamento dos presos. A escolha do lado que a célula irá se posicionar será contrário
ao lado que os presos apoiarem ao saírem da cela. Tal postura serve para direcionar os
presos e, principalmente, proteger a célula;

Escudo
Entrada da cela
Célula
17. O comandante da equipe determinará a abertura da cela e ordenará ao preso (que estiver
mais próximo à porta) que fique em pé, abaixe a peça íntima até a altura dos joelhos,
promova três flexões de membros inferiores (agachamento), vire de frente para ele,
ergua a peça íntima, ergua os braços, abra a boca, levante a língua, feche a boca,
coloque as duas mãos na nuca, abaixe a cabeça e saia da cela. O contato verbal com o
preso deve ser feito a uma distância de, no mínimo, três metros e o mesmo
procedimento é adotado com todos os presos. O terceiro homem da célula desde já
procede à varredura visual do campo superior da cela, apontando sua arma para onde
estiver olhando.
18. Com o escoamento de todos os presos da cela para a área de contenção, o escudeiro e
comandante da célula adentram ao recinto e promovem uma varredura frontal, lateral e
nos campos inferiores. O segurança permanece na entrada da cela e promove uma
varredura em todo o espaço superior do recinto;
19. Com a saída da célula, o recinto está liberado para a revista por parte dos agentes
penitenciários;
20. Deverá ser aberta uma cela de cada vez, e o número de celas que permanecerão abertas
estará condicionado ao número de agentes penitenciários disponíveis para a revista;
21. Os presos, após a saída da cela, serão direcionados para a área de contenção, que será
sempre um espaço disponibilizado em uma das extremidades do pavilhão ou raio;

Área de contenção

Piso superior do Pavilhão 9 –


Casa de Detenção - Carandiru
22. Tal disposição da área de contenção é para não prejudicar o trânsito de policiais e
agentes penitenciários. Se fosse em um ponto central ou do lado das celas, ocuparia
mais policiais na equipe de contenção, além de, em espaços estreitos, atrapalhar,
sobremaneira, a locomoção, o que interfere na segurança do pelotão;
23. Na área de contenção, a postura dos presos será a mesma daquela adotada no interior da
cela, além de serem orientados para não conversar e não erguer a cabeça;
24. A equipe de contenção será formada por três policiais, preferencialmente com o apoio
de cães, e posicionada, no mínimo, a dois metros dos presos;
25. Após a revista da cela pelos agentes penitenciários, os presos são chamados de acordo
com o número do compartimento para retornarem ao recinto. Ex.: “I-29, de pé, um atrás
do outro, correndo de volta à cela”.
26. Mesmo após a revista e o retorno à cela, os presos permanecem sentados ou ajoelhados
e de costas para a porta com as mãos entrelaçadas na nuca;
27. Os escudeiros continuam com a vigilância das celas até a retirada da tropa do pavilhão
ou raio (no caso de vários pisos, até a retirada da tropa do piso revistado);
28. Quaisquer instrumentos que possam ser utilizados como arma, tais como, estiletes,
facas, pedaços de ferro, além de celulares, carregadores, cordas deverão ser recolhidos,
relacionados e posteriormente encaminhados ao Distrito Policial.

RESULTADOS ESPERADOS
1. Domínio do ambiente de risco com segurança;
2. Realizar a revista nos pavilhões ou raios do estabelecimento.

POSSÍVEIS PROBLEMAS E AÇÕES CORRETIVAS


1. O pelotão é muito pequeno para toda a demanda de funções.
CORREÇÃO: a) A tropa com cães pode ser posicionada nas entradas dos pavilhões ou
raios que foram ou serão revistados, além de comporem toda a equipe de contenção / b)
Solicitar reforço.
2. Os presos não querem retornar às celas quando da chegada da tropa ou mostram-se
resistentes às ordem durante a operação (não querem sair da cela, por exemplo).
CORREÇÃO: a) Se os presos estiverem amotinados em número razoável e houver
condições de espaço disponível (nunca no interior da cela), utilizar granada “indoor” ou
efeito moral para promover a dispersão, ou ainda tiros com munição anti-motim (desde que
obedeçam a uma distância de, no mínimo, 10 metros dos presos, intencionando atingi-los
da cintura para baixo) / b) Se for caso isolado, proceder com a energia proporcional à ação
do resistente para retirá-lo do recinto em que se encontra ou para fazê-lo cumprir a
determinação SEMPRE ATENTANDO PARA A SEGURANÇA DOS POLICIAIS
ENVOLVIDOS.
3. O preso não entende alguma ordem do comandante da célula.
CORREÇÃO: a) Repetir a ordem duas ou três vezes, pausadamente, em claro e bom tom /
b) Se persistir o problema, retirá-lo da cela utilizando de meios enérgicos proporcionais à
resistência demonstrada.
4. Algum policial deixa de observar a doutrina da tropa de choque ou desobedece ao
esquema tático montado.
CORREÇÃO: a) Chamar a atenção do policial energicamente / b) Se reincidir na falha,
recolhê-lo, de imediato, ao veículo de transporte de tropa e adotar as providências
disciplinares quando retornar ao quartel.

BIBLIOGRAFIA
1. POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO. Manual de controle de
distúrbios civis. 3ª ed, São Paulo: Setor Gráfico do CSM/M Int, 1997.
2. Apostila do curso de Controle de Distúrbios Civis/00.

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