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TRABALHO ANÁLOGO À ESCRAVIDÃO NO

BRASIL: DESAFIOS PARA ERRADICAÇÃO


PROFESSORA THAIS ALVES
LEI No 10.803/2003.
Altera o art. 149 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal,
para estabelecer penas ao crime nele tipificado e indicar as hipóteses em que se
configura condição análoga à de escravo.
Art. 1o O art. 149 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940, passa a
vigorar com a seguinte redação:
"Art. 149. Reduzir alguém a condição análoga à de escravo, quer submetendo-o a
trabalhos forçados ou a jornada exaustiva, quer sujeitando-o a condições
degradantes de trabalho, quer restringindo, por qualquer meio, sua locomoção em
razão de dívida contraída com o empregador ou preposto:
P
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa, além da pena correspondente à
violência.
§ 1o Nas mesmas penas incorre quem:
I – cerceia o uso de qualquer meio de transporte por parte do trabalhador, com o
fim de retê-lo no local de trabalho;
II – mantém vigilância ostensiva no local de trabalho ou se apodera de documentos
ou objetos pessoais do trabalhador, com o fim de retê-lo no local de trabalho.
§ 2o A pena é aumentada de metade, se o crime é cometido:
I – contra criança ou adolescente;
II – por motivo de preconceito de raça, cor, etnia, religião ou origem." (NR)
O trabalho escravo ainda é uma violação de direitos humanos que persiste no Brasil. A sua
existência foi assumida pelo governo federal perante o país e a Organização Internacional do
Trabalho (OIT) em 1995, o que fez com que se tornasse uma das primeiras nações do mundo a
reconhecer oficialmente a escravidão contemporânea em seu território. (...) Mas o que é trabalho
escravo contemporâneo? O trabalho escravo não é somente uma violação trabalhista, tampouco se
trata daquela escravidão dos períodos colonial e imperial do Brasil. Essa violação de direitos
humanos não prende mais o indivíduo a correntes, mas compreende outros mecanismos, que
acometem a dignidade e a liberdade do trabalhador e o mantêm submisso a uma situação extrema
de exploração.
http://www.cartaeducacao.com.br/aulas/fundamental-2/trabalho-escravo-e-ainda-uma-
realidade-no-brasil/
Pureza
O filme - premiado nacional e internacionalmente
Vencedor de 28 prêmios nacionais e internacionais, o longa é
inspirado na história real de Dona Pureza, uma mãe brasileira que,
durante três anos, desafiou todos os perigos para encontrar seu
filho e se tornou um símbolo do combate ao trabalho escravo
contemporâneo.
Sua trajetória de luta foi reconhecida internacionalmente e, assim, em 1997,
recebeu em Londres o Prêmio Antiescravidão oferecido pela organização não-
governamental britânica Anti-Slavery International, a mais antiga organização
abolicionista em atividade.
Segundo o diretor Renato Barbieri, o filme serve de alerta e atua preventivamente
contra o trabalho escravo, já que quando um trabalhador assiste ao filme, ele
entende a mecânica do trabalho escravo, como acontece o aliciamento, por que
seus documentos são confiscados.
“Estamos fazendo sessões em regiões vulneráveis para aumentar a consciência
do país sobre esse gravíssimo problema que afeta a dignidade humana. É
necessário abrir os olhos e o coração da sociedade brasileira para o trabalho
escravo. Precisamos virar essa página dramática de nossa história", diz
“O Brasil, último país a acabar com a escravidão tem uma
perversidade intrínseca na sua herança, que torna a nossa classe
dominante enferma de desigualdade, de descaso.”
DARCY RIBEIRO
“Deve haver algum lugar onde o mais forte não consegue escravizar
quem não tem chances.”
RENATO RUSSO
Marx teorizou essa relação em 1846 em A miséria da filosofia:
“A escravidão direta é o eixo da indústria burguesa, assim como as
máquinas, o crédito etc. Sem escravidão, não teríamos o algodão;
sem o algodão, não teríamos a indústria moderna. A escravidão deu
valor às colônias, as colônias criaram o comércio universal, o
comércio universal é a condição da grande indústria. Assim, a
escravidão é uma categoria econômica da mais alta importância.”

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