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TEXTO II
Tiago Muniz Cavalcanti, coordenador nacional da Conaete (Coordenadoria
Nacional e Combate e Erradicação do Trabalho Escravo), órgão da Procuradoria Geral
do Trabalho, afirma que o problema atual é a falta de vontade política por parte do
governo de enfrentar o trabalho escravo. (...)
Por uma nova Lei Áurea
Quantos brasileiros compreendem a concepção contemporânea de trabalho
escravo? Certamente, não muitos, tendo em vista a ausência de contextualização
histórica das mazelas sociais nativas nas discussões em rodas e redes. “A gente brinca
que a Princesa Isabel assinou a Lei Áurea mas esqueceu de assinar a Carteira de
Trabalho de todos aqueles negros que estavam sendo libertados. Isso fez com que eles
continuassem numa situação de vulnerabilidade que, ao longo da história, os submete
a um processo de exploração”, constata Mello Rosa, da OIT. Se hoje os trabalhadores
escravizados não são todos negros, a maioria é.
“Quando você olha as características dos trabalhadores egressos do trabalho
escravo, são pessoas em condição de extrema pobreza, não documentadas, com
pouca educação, sem oportunidade de qualificação. E muitas vezes elas próprias não
têm consciência da sua condição”, descreve Mello Rosa.
Dentre os milhares de casos relatados por ano no Brasil encontram-se, segundo
Vitor Filgueiras, auditor fiscal do Ministério do Trabalho, em artigo publicado no site da
ONG Repórter Brasil, os de “trabalhadores obrigados a dormir sob barracos de lona,
em chiqueiros, currais, sobre esterco de animais, consumindo água contaminada por
agrotóxicos, alimentos em putrefação, ou mesmo mantidos em condição famélica”. (...)
Disponível em:
<https://www.diariodocentrodomundo.com.br/trabalho-escravo-no-brasil-uma-realidade-que-nos-envergonha-por-paul
o-henrique-arantes/>
TEXTO III