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UNIVERSIDADE PAULISTA

EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA
CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM MARKETING

PROJETO INTEGRADO MULTIDISCIPLINAR – VI


Indústria e Comércio de Cachaça Ipueira Ltda

Ramon Medeiros Brandão – RA 2194546

CURRAIS NOVOS-RN
2022
UNIVERSIDADE PAULISTA
CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM MARKETING

PROJETO INTEGRADO MULTIDISCIPLINAR – IV


Indústria e Comércio de Cachaça Ipueira Ltda

Projeto Integrado Multidisciplinar apresentado à UNIP –


Universidade Paulista – Polo Currais Novos, como
requisito necessário à aprovação nas disciplinas:
Estatística Aplicada, Gerenciamento de Produtos,
Serviços e Marcas e Ética, Cidadania e Sustentabilidade
do Curso Superior de Tecnologia em Marketing.

Orientadora: Profa. Daniela Menezes Brandão

CURRAIS NOVOS-RN
2022
RESUMO

O presente Projeto Integrado Multidisciplinar VI, do curso de Tecnologia em Marketing


da Universidade Paulista – UNIP, discorre sobre um estudo de caso da empresa
Indústria e Comércio de Cachaça Ipueira Ltda. No desenvolvimento do projeto foi
adotada uma perspectiva interdisciplinar abordando as disciplinas: Estatística
Aplicada, Gerenciamento de Produtos, Serviços e Marcas e Ética, Cidadania e
Sustentabilidade. Foi dada ênfase na revisão do referencial teórico adequado às
disciplinas. O desenvolvimento do estudo de caso foi feito tendo por base um engenho
de cachaça localizado na cidade de Areia/PB. Através desta análise pode-se conhecer
um pouco da aplicação de cálculos estatísticos na rotina de produção do engenho, o
gerenciamento estratégico dos produtos e da marca do Engenho, e ainda, conhecer
um pouco da aplicação de sustentabilidade defendida pela empresa.

Palavras-chave: Estatística Aplicada. Gerenciamento Estratégico. Sustentabilidade.


Engenho. Cachaça.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 4
2 REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................... 5

2.1 Estatística aplicada............................................................................................ 5

2.1.1 Medidas de tendência central ............................................................................ 5

2.1.2 Medidas de dispersão ....................................................................................... 6

2.2 Gerenciamento de Produtos, Serviços e Marcas .............................................. 6

2.2.1 Produtos ............................................................................................................ 7

2.2.2 Serviços ............................................................................................................. 8

2.2.3 Marcas ............................................................................................................... 9

2.3 Ética, Cidadania e Sustentabilidade .................................................................. 9

2.3.1 Cidadania ........................................................................................................ 10

2.3.2 Desenvolvimento sustentável .......................................................................... 10


3 ESTUDO DE CASO............................................................................................ 12

3.1 Descrição da organização ............................................................................... 12

3.1.1 Breve apresentação ........................................................................................ 12

3.1.2 Denominação e forma de constituição ............................................................ 12

3.1.3 Composição da força de trabalho .................................................................... 12

3.2 Estatística aplicada.......................................................................................... 13

3.3 Gerenciamento de produtos, serviços e marcas ............................................. 14

3.3.1 Produtos .......................................................................................................... 14

3.3.2 Marca .............................................................................................................. 15

3.4 Ética, cidadania e sustentabilidade ................................................................. 16


4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 18
REFERÊNCIAS......................................................................................................... 19
4

1 INTRODUÇÃO

O Projeto Integrado Multidisciplinar VI desenvolve-se sobre os conteúdos


aprendidos nas disciplinas Estatística Aplicada; Gerenciamento de Produtos, Serviços
e Marcas; Ética, Cidadania e Sustentabilidade, e sua aplicabilidade na Indústria e
Comércio de Cachaça Ipueira Ltda., que tem como atividade principal a fabricação de
cachaça (aguardente de cana-de-açúcar).

A empresa, sediada na cidade de Areia/PB, por meio de seus produtos, exerce


uma grande influência no mercado de destilados das regiões do Brejo e Seridó
paraibano, e por causa das vendas online já se pode encontrar a cachaça Ipueira em
grande parte dos Estados do Brasil. O Engenho Ipueira atualmente produz destilados
que atendem a todas as classes econômicas apreciadoras de uma cachaça de
qualidade.

No decorrer do presente trabalho será feita uma breve revisão da literatura


envolvida no estudo das disciplinas abordadas e, em seguida, será apresentada a
correlação do referencial teórico aplicado nas atividades da empresa objeto deste
estudo.
5

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Estatística aplicada

Estatística é a ciência relacionada ao tratamento de informações, ou seja, à


coleta, análise e interpretação de dados associados a qualquer área de conhecimento,
para que se possam fazer conclusões acerca da população em estudo. Segundo
Lopes (2008), trata-se de um saber de relevância no qual se converte dados em
informações que caracterizam e refletem a realidade da sociedade. O conhecimento
de Estatística é importante para o desenvolvimento de raciocínio e interpretação de
situações cotidianas de uma empresa, por exemplo.

Martins e Ponte (2010), consideram que a Estatística é, muitas vezes, distinta


da Matemática, e não um integrante dela, pois abrange uma série de conteúdos que
tratam de descrever características ou padrões a partir da análise dos fatos, sejam
eles escritos em forma de tabelas ou gráficos. Para tanto, faz-se necessário o uso de
alguns conceitos estatísticos importantes.

2.1.1. Medidas de tendência central

Como descrito em Barbetta (2007), as medidas de tendência central são


utilizadas para resumir algumas informações dos dados, em um estudo cuja variável
é classificada como quantitativa.

Em estatística denominam-se medidas de tendência central: a média, a


mediana e a moda.

• Média: é a medida que transmite o “valor. Matematicamente, pode ser


expressa pelo somatório de todos os termos, dividido pelo número de termos:

Soma dos termos


Média=
Número de termos

• Mediana: quando se tem um conjunto de dados ordenado, a mediana é o


número representado pelo valor central das observações, como mostra Bussab e
Morettin (1986, p. 27).
6

(...) se as cinco observações de uma variável forem 3, 4, 7, 8, 8, a mediana é


o valor 7, correspondendo à terceira observação. Quando o número de
observações é par, usa-se como mediana a média aritmética das duas
observações centrais. Assim, se as observações de uma variável são 3, 4, 7,
8, 8, e 9, a mediana é (7+8) ÷ 2 = 7,5.

• Moda: Spiegel (1976) define moda como o valor que ocorre com maior
frequência num conjunto de dados, isto é, o valor mais comum. Em alguns casos,
pode haver mais de uma moda, ou seja, a distribuição pode ser bimodal, trimodal, etc.
Por exemplo, sendo 3, 4, 7, 7, e 8 a quantidade de clientes atendidos por um vendedor
em cada dia da semana, o valor da moda seria a quantidade com maior frequência,
ou seja, 7.

2.1.2. Medidas de dispersão

Conforme ensinam Bussab e Morettin (1986), as medidas de dispersão são


responsáveis por mostrar a variabilidade de uma série de valores que as medidas de
posição não informam. Chama-se de “desvio” a distância entre cada elemento e a
média da distribuição.

• Variância: A variância, representada como Var(X), expressa o desvio


quadrado médio de uma distribuição, sendo matematicamente expressa por:

∑(Xi - X)²
Var(X)=
n-1

Onde: Xi – valor analisado; X – média aritmética do conjunto; n – número de


dados do conjunto.

• Desvio Padrão (DP): Conforme ensinam Bussab e Morettin (1986) o desvio


padrão é a raiz quadrada da variância e é usado para evitar problemas causados pela
interpretação desta. Comumente é mais utilizado, pois apresenta unidade de medida
idêntica a unidade da média da distribuição. Pode ser expresso como:

DP(X)= √ Var(X)

2.2 Gerenciamento de Produtos, Serviços e Marcas

O gerenciamento de produtos, serviços e marcas tem como objetivo analisar,


planejar aqueles três elementos do ponto de vista mercadológico, buscando contribuir
7

na tomada de decisões da empresa. Para tanto, faz-se necessário o estabelecimento


das diferenças e particularidades dos elementos: produtos, serviços e marcas.

2.2.1. Produtos

Kotler (2000) define como produto qualquer coisa que possa ser oferecida ao
mercado para satisfazer uma necessidade ou desejo. Em marketing produto é tudo
aquilo que pode ser oferecido a um mercado para aquisição ou consumo, como, por
exemplo, objetos físicos, serviços, personalidades, lugares, organizações e ideias
(ROCHA et al, 1996). De acordo com Boone e Kurtz (1998) produto é um conceito
amplo que também leva em conta a satisfação de todas as necessidades do
consumidor em relação a um bem, serviço ou ideia.

Tendo em vista a abordagem do assunto à luz de vários autores, pode-se


perceber que o produto é um agente importante na relação marketing versus clientes.
O marketing também cria necessidades. Desta forma, cabe ressaltar que existem dois
tipos de necessidades - a latente e não latente. O marketing atende e contempla essas
duas naturezas - clientes que querem comprar e clientes que ainda não querem, mas
que serão induzidos à compra.

Para Kotler e Keller (2006), ao planejar a oferta do produto para o mercado a


empresa deve pensar em cinco níveis de produtos que constituem o portfólio de valor
para o cliente. Primeiro, é o benefício central, ou seja, a utilidade do produto real e
específica do produto. O segundo nível é a transformação do benefício central em
produto básico. Em outras palavras, as demais funções do produto, além da função
central.

Posteriormente avança-se a um produto esperado, que significa as condições


mínimas ou básicas e esperadas de um produto, por exemplo, que ele funcione
adequadamente. Por seguinte, o quarto nível é o produto ampliado, que excede as
expectativas do cliente, sendo este nível geralmente aplicado no posicionamento da
marca. Por fim, o último nível é o sistema de consumo - a maneira como o usuário
desempenha as tarefas de obter, usar, adaptar e descartar o produto (KOTLER;
KELLER, 2006).
8

2.2.2. Serviços

Conforme o entendimento de Casas (2007), serviço é qualquer atividade ou


benefício que uma parte possa oferecer a outra, que seja essencialmente intangível e
não resulte na propriedade de qualquer coisa. Peter (2000) menciona que, segundo a
American Marketing Association, serviços são produtos, como empréstimos bancários
ou seguros residenciais, que são intangíveis, ou pelo menos intangível em sua maior
parte.

Para Casas (2007, p. 202):

Os serviços profissionais são aqueles serviços que estariam localizados na


extremidade do continuum e cuja comercialização, consequentemente,
distancia-se do marketing tradicional de bens, no qual são utilizadas
ferramentas destinadas à massificação.

Sendo assim, Lima (2007) comenta que a definição de serviços é um


emblema, uma vez que constituem uma amplitude e complexidade que abrangem
desde os serviços de caráter pessoal até os serviços relacionados a produtos, como
entrega em domicílio e os serviços de suporte.

Para Kotler e Keller (2006 apud LIMA, 2007) serviço é qualquer ato ou
desempenho essencialmente intangível, que uma parte pode oferecer a outra e que
não resulta na propriedade de nada. A execução do serviço pode estar ou não ligada
a um produto concreto.

Lima (2007) define que os serviços possuem quatro características:


intangibilidade, inseparabilidade, variabilidade e perecibilidade. Segundo o autor,
intangibilidade significa que o serviço não pode ser visto, provado, sentido, ouvido
nem cheirado. A inseparabilidade constitui que o serviço é produzido, entregue e
consumido simultaneamente. A variabilidade significa que um serviço prestado a um
cliente não é exatamente o mesmo serviço para o próximo cliente. A perecibilidade
implica em que o serviço não pode ser estocado, dependendo única e exclusivamente
da demanda.

Para Lima (2007), de um modo geral os serviços são percebidos muito


subjetivamente. Uma das formas de percepção tem a ver com experiência prévia do
cliente com um determinado serviço, pois, só pode ter um parecer de algo uma vez
9

que o tenha experimentado. Ainda, segundo o autor, durante o relacionamento do


cliente com a organização existe uma sucessão de momentos que requerem cuidados
e atenção para aqueles que constroem a imagem do serviço.

2.2.3. Marcas

Marca é a identidade do produto, que permite que se atribua a


responsabilidade, qualidade e várias outras características ao fabricante. Esse poder
de associação ajuda muito as empresas, pois, sem marcas, seria praticamente
impossível diferenciar os fabricantes de um mesmo artigo ou produto.

Marca é um nome, termo, sinal, símbolo ou desenho, ou uma combinação


dos mesmos, que pretende identificar os bens e serviços de um vendedor ou
grupo de vendedores e diferenciá-los daqueles dos concorrentes (AMA, 1960
apud KOTLER; KELLER, 2006, p. 269).

O objetivo das empresas é fidelizar marcas positivas no mercado, buscando,


com essa fidelização, reforçar a lealdade à marca, aumento de participação no
mercado. Isso possibilita cobrar um preço maior pelo produto, estender a linha de
produtos da marca, diminuir os custos de lançamento, alavancar as vendas de outros
produtos da empresa, integrar os programas de marketing e melhorando a eficiência.

A utilização de uma marca estimula outras compras pelo mesmo consumidor,


ou seja, quando o produto o satisfaz, ele torna a comprar, o que pode gerar lealdade
à marca. Outro ponto importante é que a utilização de marcas pode gerar mais lucros
do que os produtos genéricos e permite segmentar adequadamente o mercado que
se pretende atingir.

2.3 Ética, Cidadania e Sustentabilidade

Conforme ensinam Arruda, Whitaker, Ramos (2003) o nascedouro da ética


está na Grécia, em Platão, que se referiu que comportar-se eticamente é agir de
acordo com o logos, ou melhor, com retidão de consciência. Os mesmos autores citam
que, para Aristóteles, não se estuda Ética para saber o que é a virtude, mas para
aprender a tornar-se virtuoso e bom; de outra maneira, seria um estudo
completamente inútil (ARRUDA; WHITAKER; RAMOS, 2003).
10

Na Idade Moderna, Kant (1724-1804) sintetizou que o comportamento ético


de cada indivíduo deve ser em conformidade com os princípios universais aplicáveis
a todos, não se admitindo exceções e não se podendo exigir do próximo o que não se
exige de si próprio. Para Marcondes (2001) a ética kantiana pode ser considerada
como uma ética do dever, uma ética prescritiva.

2.3.1. Cidadania

A Cidadania é apontada pela Constituição Federal do Brasil, em seu artigo 1°,


II, como um dos fundamentos da República Federativa do Brasil.

Conceitualmente, cidadão não é apenas aquele que vota, mas aquela pessoa
que tem meios para exercer o voto de forma consciente e participativa. Portanto,
cidadania é a condição de acesso aos direitos sociais (educação, saúde, segurança,
previdência) e econômicos (salário justo, emprego) que permitem ao cidadão
desenvolver todas as suas potencialidades, incluindo a de participar de forma ativa,
organizada e consciente da vida coletiva no Estado.

Segundo Santos (1987 apud BRZEZINSKI; SANTOS, 2015), no campo da


retórica, o conceito de cidadania é um dos mais proclamados, anunciados e
prometidos, mas, no campo dos fatos, é também um dos mais negligenciados. Muitas
vezes, ser cidadão implica no conceito da própria existência humana com dignidade.

Para Vieira (1998, p. 27), ser cidadão é:

(…) “ser membro de pleno direito da cidade, seus direitos civis são
plenamente direitos individuais. Mas ser cidadão é também ter acesso à
decisão política, ser um possível governante, um homem político. Ele tem
direito não apenas a eleger representantes, mas a participar diretamente na
condução dos negócios da cidade.

Uma cidadania plena, que combine liberdade, participação e igualdade para


todos, é ideal, mas talvez inatingível. Contudo, tem servido como parâmetro para o
julgamento da qualidade da cidadania no país.

2.3.2. Desenvolvimento sustentável

A definição universal de desenvolvimento sustentável foi estabelecida em


1987 pela Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento. Também
conhecido como “Relatório Brundtland”, publicado no mundo inteiro com o nome de
11

“Nosso Futuro Comum”, teve a vantagem de denunciar como inviáveis os modelos de


desenvolvimento da época, tanto no Norte quanto no Sul, pois não seguiam os
padrões de crescimento econômico não-sustentáveis a longo prazo.

A noção de desenvolvimento sustentável, segundo alguns autores (GODARD,


2002, IGNACY, 2002 e SIMONIAN, 2000) ainda é incerta, uma vez que esta se
encontra, segundo Godard (1997) no cruzamento de várias tradições intelectuais,
onde na atualidade serve para expressar um desejo de conciliação entre
desenvolvimento econômico e a proteção ao meio ambiente do planeta a longo prazo,
ao mesmo tempo em que favorece aproximações intelectuais, recomposições teóricas
e reorganizações institucionais.

A noção de "desenvolvimento sustentável" tem adquirido difusão ampla e


diversificada no meio social e acadêmico, o que implica na possibilidade de
atendimento de uma variedade de projetos, valores, atores e grupos sociais dos mais
diversos. Contudo, as incertezas que ainda envolvem esta noção colocam a função
que tem exercido na atualidade, entendida num processo de construção buscando
aproximar problemáticas e interesses diferentes, abrindo caminho para novas formas
de relação, favorecendo ainda reorganizações.

Numa perspectiva prática de abordagem, a noção de desenvolvimento


sustentável atende, de forma indiscutível, a vários objetivos: o primeiro apresenta a
necessidade de se favorecer a eliminação das barreiras entre diferentes disciplinas e
diferentes tradições de pensamento, buscando a construção da interdisciplinaridade,
que ainda se articula com certa dificuldade, tendo em vista os muros construídos pelo
próprio conhecimento científico.
12

3 ESTUDO DE CASO

3.1 Descrição da organização

3.1.1. Breve apresentação

A Indústria e Comércio de Cachaça Ipueira Ltda. iniciou sua atividade no ano


de 1974, na cidade de Areia, estado da ParaíbaB, com a produção de rapadura.
Atualmente tem como sócios Donato Feitosa e Ricardo de Araújo Feitosa,
respectivamente, pai e filho. A empresa é sediada no Engenho Ipueira, na zona rural
do município de Areia/PB.

A empresa conta, atualmente, com uma equipe de 15 colaboradores fixos, além


de contratar mão-de-obra temporária para determinados períodos do ano. Atualmente
possui em seu mix de produtos cinco variedades do destilado de cana-de-açúcar.

3.1.2. Denominação e forma de constituição

A natureza da empresa é Sociedade Empresária Limitada, sob código 206-2.


O ramo de atividade é a construção de edifícios em seu respectivo código CNAE nº
11.11-9-01. Atualmente está classificada como microempresa (ME), com limite de
faturamento de R$ 360 mil reais por ano.

3.1.3. Composição da força de trabalho

A empresa conta com uma equipe de 15 colaboradores fixos, além de contratar


mão-de-obra temporária para períodos de colheita e replantio da cana-de açúcar. A
força de trabalho fixa é composta por 4 operadoras de envasamento, 1 tratorista e 10
trabalhadores de serviços gerais. Durante o período de colheita e replantio, contratam-
se até 20 trabalhadores para compor a mão-de-obra necessária ao atendimento da
demanda.

A maior parte dos colaboradores é do sexo masculino, com faixa etária entre
25 e 55 anos. O tempo de permanência dos funcionários fixos na empresa, em média,
é de cinco a oito anos.
13

3.2 Estatística aplicada

A produção de cachaça do Engenho Ipueira começou em 2002, com uma


destilação diária em torno de 250 litros/dia. Nessa época, a mão-de-obra necessária
era muito baixa, quase que exclusivamente familiar, e o impacto na folha de
pagamento não tinha uma alta representatividade. Atualmente, o impacto financeiro
da folha de pagamento é bem mais significante, inclusive por causa dos trabalhadores
temporários que variam a cada temporada.

Não foi revelado o faturamento da empresa, portanto, os dados apresentados


são restritos apenas ao número de empregados a cada temporada, assim como a
produção.

TABELA 1 – RELAÇÃO DE PRODUÇÃO MÉDIA DE CACHAÇA POR COLABORADOR


CONTRATADO NO ENGENHO IPUEIRA.

Produção Número de Média


Ano
(Litros/Ano) colaboradores produção/colaborador

2002 6.000 4 1.500

2005 40.000 10 4.000

2010 120.000 20 6.000

2015 300.000 28 10.714

2020 500.000 35 14.286

Fonte: Do autor, 2022

Observa-se, na tabela acima, que conforme a produção da cachaça no


Engenho foi aumentando, a necessidade de mão-de-obra também aumentou, mas
esse crescimento não foi totalmente proporcional. Isso se dá devido ao investimento
em processo de tecnificação que a empresa implementou durante o tempo, fazendo
com que a média de produção por colaborador aumentasse em quase 10 vezes
14

quando comparada a média estabelecida em 2002, ano do início da produção de


cachaça no Engenho.

3.3 Gerenciamento de produtos, serviços e marcas

3.3.1. Produtos

A Indústria e Comércio de Cachaça Ipueira Ltda. oferece aos clientes um mix


com cinco tipos de produtos destilados da cana-de açúcar, sendo que dois deles são
considerados os produtos principais, que representam o maior volume de produção e
de vendas, e os outros são destinados a atender nichos específicos de consumidores.

O mix de produtos da Cachaça Ipueira é formado por uma completa e


qualificada variedade de cachaças, visando atender ao gosto dos clientes, desde o
mais simples até o mais elaborado.

A família de produtos oferecidos é composta por:

• Cachaça Ipueira Cristal – 355 ml e 1 litro;


• Cachaça Ipueira Umburana – 250 ml e 1 litro;
• Cachaça Ipueira Bidestilada – 275 ml;
• Cachaça Ipueira Encorpada – 600 ml;
• Cachaça Ipueira Reserva Extra Premium Especial – 750 ml;

FIGURA 1: PARTE DO MIX DE PRODUTOS DO ENGENHO IPUEIRA

Fonte: https://www.joaquimpinheiro.com.br/, 2021.


15

Dentre os produtos oferecidos destacam-se a Ipueira Cristal e a Umburana


como as responsáveis pelo maior volume de vendas da empresa. Outro destaque é a
Cachaça Ipueira Reserva Extra Premium Especial, que se destaca, não pelo volume
de vendas, já que é um produto de mais alto valor agregado, mas pela extrema
qualidade, inclusive recebendo premiações na ExpoCachaça, a maior feira de
cachaças do Brasil.

A cachaça Ipueira chegou a um nível em que consegue oferecer um produto


nichado aos clientes que são apreciadores de um produto de qualidade. Os clientes
são exigentes com seus gostos e o objetivo do Engenho é oferecer um produto que
possa satisfazer essa exigência. Os consumidores da cachaça são bastante
segmentados, pois, vão desde os que possuem menor poder aquisitivo mas não
abrem mão de um destilado de qualidade, até os que têm maior renda e apreciam um
produto Premium.

Em relação à distribuição, pode-se classificar como intensiva e ampla, porque


são produtos que são encontrados em diversos locais como distribuidores de bebidas
e supermercados, já que o Engenho Ipueira não faz venda direta ao consumidor final.

A classificação quanto à durabilidade é bastante peculiar, pois poderia ser


classificado com um produto não durável, visto que, geralmente, é comprado para ser
consumido rapidamente. Por outro lado, quando se observa a validade indeterminada,
tratando-se de um destilado de cana-de-açúcar, poderia ser classificado como um
produto durável.

3.3.2. Marca

A Indústria e Comércio de Cachaça Ipueira Ltda. é uma empresa que aposta


na tradição. Sua marca é vista na região do Brejo Paraibano como um elemento que
preserva suas raízes de qualidade, desde a época que o Engenho tinha como produto
exclusivo a produção de rapadura.

A preservação da tradição da marca é representada na logomarca da


empresa, que traz a representação do antigo moinho de cana, fabricado em 1878, no
Reino Unido.
16

FIGURA 2: LOGOMARCA DA CACHAÇA IPUEIRA

Fonte: Acervo pessoal, 2022

FIGURA 3: MOINHO DE CANA DE FABRICAÇÃO BRITÂNICA

Fonte: https://www.joaquimpinheiro.com.br/, 2021

Na região de Areia, quando se fala em cachaça de qualidade, logo a Ipueira


é lembrada, devido ao forte trabalho dos proprietários para entregar um produto da
mais alta qualidade aos consumidores.

3.4 Ética, cidadania e sustentabilidade

Conforme dito anteriormente, o Engenho Ipueira conta, em seus períodos de


colheita e replantio da cana-de-açúcar, com aproximadamente 30 funcionários. Dentre
17

estes, 15 são empregados fixos, com carteira assinada. Os demais, quando


contratados, são garantidos todos os direitos conforme a legislação trabalhista
vigente.

A preferência para a contratação de sua equipe de funcionários é, em primeiro


lugar, hereditária, pois há a tradição de passar o trabalho de geração a geração de
trabalhadores do Engenho. Quando não há essa característica, a preferência de
contratação de mão-de-obra é por moradores da região da Mata Limpa, distrito do
município de Areia/PB, localizado próximo ao engenho. Essa preferência, segundo os
empresários, visa a melhoria da condição social dos moradores da região, fazendo
com que haja uma melhoria na qualidade de vida dos habitantes dos arredores do
Engenho.

Do ponto de vista da sustentabilidade, a propriedade conta com um total de


400 hectares de terras, ocupando pouco mais de 10% de sua área com o plantio de
cana-de-açúcar, mais precisamente, 42 hectares. O restante da propriedade é
ocupado como área de conservação e pasto para o rebanho de gado Nelore, atividade
coadjuvante e paixão do sócio proprietário, Donato Feitosa.

Com relação à produção da cachaça, a Ipueira é ambientalmente


comprometida, pois os cinco alambiques são movidos por uma fornalha abastecida
com o bagaço da cana-de-açúcar que sobra do processo de moagem. Essa cana é
colhida sem o processo de queima da palha, por dois motivos: o primeiro é por causa
da interferência no sabor do produto final, e o segundo é devido a preocupação com
o meio ambiente por parte dos proprietários do Engenho.
18

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente trabalho teve como objetivo evidenciar a aprendizagem no curso


de Tecnologia em Marketing em uma perspectiva interdisciplinar, demonstrando o
aprendizado adquirido nas disciplinas: Estatística Aplicada; Gerenciamento de
Produtos, Serviços e Marcas; Ética, Cidadania e Sustentabilidade, com ênfase em um
estudo de caso com uma breve revisão do referencial teórico.

A análise da Indústria e Comércio de Cachaça Ipueira Ltda., empresa que


serviu de base para o estudo de caso, foi importante pois permitiu verificar o
aprendizado das disciplinas propostas para este projeto em uma análise prática. O
aprendizado obtido na disciplina Gerenciamento de Produtos, Serviços e Marcas
contribuiu para mostrar a importância do controle das variáveis que envolvem o
reconhecimento da marca perante o mercado consumidor. Boa parte desse controle
passa pela disciplina de Estatística Aplicada, pois a análise constante dos dados que
envolvem a empresa poderá refletir na imagem final que o consumidor terá dela.

Por fim, a empresa analisada preza pela análise constante do seu


posicionamento no mercado consumidor de cachaça, assim como também se
preocupa com toda a questão ambiental do processo de produção do destilado. Não
foram detectados pontos a serem melhorados no tocante às disciplinas estudadas
neste Projeto Integrado Multidisciplinar.
19

REFERÊNCIAS

ARRUDA, Maria Cecília Coutinho, WHITAKER, Maria do Carmo e RAMOS, José


Maria Rodrigues. Fundamentos de Ética Empresarial e Econômica. 2.ed. São
Paulo: Atlas S/A., 2003.

BARBETTA, P. A. Estatística Aplicada às Ciências Sociais. 6 ed. Florianópolis:


UFSC, 2007.

BOONE, KURTZ. Marketing contemporâneo. 8. Ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos


e Científicos, 1998.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF:


Presidência da República, 2022. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso em: 02
jun. 2022.

BRZEZINSKI, I.; SANTOS, C. A. Sentido e significados da política: ação e


liberdade. Brasília: LiberLivro, 2015.

BUSSAB, W.O; MORETTIN, A. Estatística Básica. 3 ed. São Paulo: Atual, 1986.

CASAS, A. L. L., Marketing de Serviços. 5. Ed. São Paulo: Atlas, 2007

GODARD, Olivier. O desenvolvimento sustentável: paisagem intelectual. In: Castro,


Edna; Pinton, Florence (Orgs.). Faces do trópico úmido conceitos e questões
sobre desenvolvimento e meio ambiente. Belém: Cejup/UFPA-NAEA, 1997.

______________. A gestão integrada dos recursos naturais e do meio ambiente:


conceitos, instituições e desafios de legitimação. In: Vieira, Paulo Freire; Weber,
Jacques (Orgs.). Gestão de Recursos Naturais Renováveis e Desenvolvimento
novos desafios para a pesquisa ambiental. 3.ed. São Paulo: Cortez, 2002.

IGNACY, Sachs. Desenvolvimento sustentável, bio-industrialização descentralizada e


novas configurações rural-urbanas: os casos da Índia e do Brasil. In: Vieira, Paulo
Freire; Weber, Jacques (Orgs.). Gestão de Recursos Naturais Renováveis e
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KOTLER, Philip. Administração de Marketing: a edição do novo milênio. 10. Ed. São
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KOTLER, P. KELLER, K. L., Administração de marketing. 12. Ed. São Paulo:


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