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“eu durmo comigo”, de Angélica Freitas

“eu durmo comigo/ deitada de bruços eu durmo comigo/ virada


pra direita eu durmo comigo/ eu durmo comigo abraçada comigo/
não há noite tão longa em que não durma comigo/ como um
trovador agarrado ao alaúde eu durmo comigo/ eu durmo comigo
debaixo da noite estrelada/ eu durmo comigo enquanto os outros
fazem aniversário/ eu durmo comigo às vezes de óculos/ e
mesmo no escuro sei que estou dormindo comigo/ e quem quiser
dormir comigo vai ter que dormir ao lado”

Freitas nasceu em Pelotas, no Rio Grande do Sul, em 8 de abril de


1973. Formou-se em jornalismo pela Universidade Federal do Rio
Grande do Sul (UFRGS), residindo alguns anos em Porto Alegre.
Mudou-se mais tarde para São Paulo, onde trabalhou
como repórter para o jornal O Estado de S. Paulo e a
revista Informática Hoje. Deixou a capital paulista em 2006,
iniciando uma série de passagens e residências temporárias em
países como a Holanda, a Bolívia e a Argentina. Atualmente, a
poeta vive em Berlim, Alemanha.
Literatura
Angélica Freitas teve poemas reunidos em livro, pela primeira vez,
em uma antologia de poesia brasileira contemporânea publicada na
Argentina, intitulada Cuatro poetas recientes del Brasil (Buenos
Aires: Black & Vermelho, 2006), organizada e traduzida pelo poeta
e crítico argentino Cristian De Nápoli. Nesse mesmo ano,
participaria de leituras públicas de seus poemas em São Paulo,
na Casa das Rosas, e no Festival de Poesia Latino-americana de
Buenos Aires. Sua primeira coletânea de poemas viria com o
volume Rilke Shake (São Paulo: Cosac Naify, 2007), que integra a
coleção de poesia contemporânea "Ás de colete", dirigida pelo
poeta carioca Carlito Azevedo.
Desde então, seus poemas foram traduzidos e publicados
na Espanha, México, Estados Unidos, Alemanha e França. Angélica
Freitas estava também entre os autores brasileiros convidados para
o Festival de Poesia de Berlim (Poesiefestival Berlin), que dedicou
sua edição de 2008 à língua portuguesa. Em 2009, leu ainda
na Festa Literária Internacional de Paraty (FLIP) e em festivais
de Santiago (Chile) e Cidade do México. Seus poemas vêm sendo
também publicados em várias revistas impressas e eletrônicas,
como Inimigo Rumor (Rio de Janeiro, Brasil), Diário de
Poesía (Buenos Aires/Rosário, Argentina), águas furtadas (Lisboa,
Portugal), Hilda (Berlim, Alemanha) e Aufgabe (Nova Iorque,
Estados Unidos).
Em 2012 seu livro um útero é do tamanho de um punho (também
grafado por alguns periódicos com a primeira letra em maiúsculo)
alcançou grande sucesso de crítica, sendo finalista em 2013 no
Prêmio Portugal Telecom.[1][2][3]

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