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PROTOCOLO DE ACLIMATAÇÃO DE

ALEVINOS DE TILÁPIA DO NILO


(OREOCHROMIS NILOTICUS) E PÓS LARVAS
DE CAMARÃO DA MALÁSIA
(MACROBRACHIUM ROSENBERGII)

TRIÂNGULO
DO CAMARÃO

Licenciado para - Luckas Neves da Silva - 13382332701 - Protegido por Eduzz.com


Daniel Cavalcanti
@triângulodocamarao

Criação

Produção e Copywriter
Cynthia Maria

Revisão
Karina Ribeiro
Prof. na UFRN

1º Edição
Setembro 2020

** As palavras sublinhadas (ex: Biometria) neste protocolo,


possuem link direcionando para uma publicação que aborda
um pouco mais sobre o assunto. Para acessar basta clicar na
palavra.

TRIÂNGULO
DO CAMARÃO

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Índice
INTRODUÇÃO 2
TRANSPORTE DAS PÓS LARVAS OU ALEVINOS 2
PARÂMETROS DE ÁGUA 3
ACLIMATAÇÃO EM BERÇÁRIO 5

ACLIMATAÇÃO DIRETO NO VIVEIRO DE CULTIVO 6


11 OBSEVAÇÕES IMPORTANTES 8
ANEXOS – FICHA DE BIOMETRIA 10
CHECK LIST DE ACLIMATAÇÃO 11

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INTRODUÇÃO
O camarão da Malásia (Macrobrachium rosenbergii),
assim como a Tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus), possui
a capacidade de suportar algumas mudanças no ambiente
de cultivo.
Toda via apesar da rusticidade destes animais, os
estágios iniciais de vida necessitam de cuidados. Pois, neste
período eles ainda estão em fase de desenvolvimento, logo
não possuem a mesma resistência que os adultos.
Neste protocolo abordaremos sobre as boas práticas
na recepção tanto dos alevinos como das pós larvas. Com a
finalidade de proporcionar o bem estar do animal reduzindo
as chances de mortalidade.

TRANSPORTE DAS PÓS LARVAS OU


ALEVINOS
O transporte de alevinos ou pós larvas, normalmente,
ocorre em sacos plásticos, estes devem ter suas pontas
amarradas ou dobradas evitando assim altas mortalidades.
Recomenda-se que estes sacos contenham um 1/3 de
água para 2/3 de oxigênio. Além disso necessitam ser
devidamente fechados e mantidos a uma temperatura
constante em torno dos 20°C.
Nesta temperatura as atividades metabólicas bem
como o consumo de oxigênio, estão reduzidos. Desta forma
o estresse durante o transporte diminui.
Contudo, você deverá fazer um planejamento de
transporte. Para que as pós larvas e/ou alevinos fiquem
somente o tempo necessário nestas embalagens,
garantindo previamente boas condições de recepção no seu
berçário.

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Figura 1 – Inspeção das pós larvas
recém chegadas.

PARÂMETROS DE ÁGUA
Antes de recepcionar as pós larvas e/ou alevinos, é
necessário conferir se a água do seu berçário ou do
ambiente que irá receber os animais, está adequada para a
espécie em questão. Afinal, o valor destes parâmetros
deverá ser mantido até o final do cultivo. Abaixo você
confere a faixa ideal para o Macrobrachium rosenbergii.
Parâmetro Faixa ideal
pH 7 – 8,5
Dureza 30 – 150 mg/L de CaCO3
Amônia 0,1 – 0,3 mg/L
Oxigênio 3 – 7 mg/L
Alcalinidade 40 – 60 mg/L
Temperatura 25 – 32°C
Transparência 25 – 50 cm
Fonte: Carcinicultura de água doce: tecnologia para a produção de camarões

O monitoramento prévio, permite que caso os seus


valores se encontrem fora da faixa ideal de cultivo, você
poderá fazer a correção. Através das práticas de manejo
adequadas, tornando o ambiente próprio para as pós larvas
e/ou alevinos.
Ao sair das larviculturas, os animais são transportados
na água de cultivo com os parâmetros do laboratório. Por
isso, para evitar mudanças bruscas que ocasionam
estresse, eles devem passar por uma aclimatação.

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Durante a aclimatação você deverá verificar os
principais parâmetros, tais como temperatura, pH e
oxigênio. Este monitoramento será de ambos os ambientes
(berçário e saco plástico) e deverá ser constante.
ENTENTENDO OS PARÂMETROS

• pH – Devido as trocas químicas que ocorrem durante


o transporte, este parâmetro pode apresentar
diferença nos valores quando comparado a água do
berçário;
• Oxigênio – O ambiente dentro dos sacos de
transporte possui saturação deste gás, contudo no
novo ambiente essa concentração é menor. O
monitoramento ajudará a evitar que o oxigênio chegue
a níveis muito baixos.
• Temperatura – A redução deste parâmetro para o
transporte reduz a atividades metabólica das pós
larvas. Mantendo desta forma o ambiente confortável
para o transporte de uma elevada densidade de
animais.
• Salinidade – Diferentemente dos demais, para este
parâmetro você deverá informar a salinidade da sua
fazenda ao laboratório responsável. Assim os animais
serão previamente adaptados a sua salinidade.
• Alcalinidade – Deverá ser informada pelo laboratório,
em caso de diferenças a correção ocorrerá durante a
aclimatação, a mistura das águas permitirá esse
ajuste.
Evidentemente à medida que a água do berçário for
misturada a água do saco plástico os parâmetros irão
entrar em equilíbrio químico. Por isso o monitoramento
ajudará a determinar o fim da aclimatação.

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É valido lembrar que a observação desses parâmetros
deverá ocorrer também na transferência dos animais para o
viveiro. Tendo em vista que este novo ambiente deverá
apresentar parâmetros semelhantes
ao berçário.

Figura 2 – Conferência dos


parâmetros de qualidade de água.

ACLIMATAÇÃO EM BERÇÁRIO
Logo que estes animais chegam à fazenda antes de
serem colocados no berçário, devem passar pelo processo
de adaptação, conhecido como aclimatação. Que consiste
nas seguintes etapas:
1. Os sacos com o camarão (ou peixes), ainda fechados,
devem ser colocados dentro do berçário que irá ser
povoado. Eles deverão permanecer boiando por cerca de 10
minutos, para que a água do saco comece a igualar a
temperatura com a água do berçário.
2. Posteriormente os sacos deverão ser abertos, com uso de
um material cortante, e lentamente deve ser acrescido 500ml
de água do viveiro no seu interior. Este processo deverá
ocorrer a cada 20 minutos, para que os parâmetros do saco
se equilibrem com os do berçário.
3. Por fim, após os parâmetros atingirem o equilíbrio, ou a
diferença de temperatura seja menor que 1°C, e de pH
menor que 0,5 – só então os animais podem ser liberados.
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4. Confira após 1 hora com uma peneira se as pós-larvas (ou
alevinos) estão ativas no berçário.
Todas estas etapas permitem que o animal se adeque
ao novo ambiente de forma gradual. Evitando assim o
estresse que seria ocasionado pela mudança brusca nos
parâmetros do ambiente.

ACLIMATAÇÃO DIRETO NO VIVEIRO DE


CULTIVO
1. Os sacos com o camarão (ou peixe), ainda fechados,
devem ser colocados dentro do berçário que irá ser
povoado. Eles deverão permanecer boiando por cerca de 10
minutos, para que a água do saco comece a igualar a
temperatura com a água do berçário.
2. Para facilitar o manejo, amarre os sacos em uma estaca
para eles não saírem boiando dentro do viveiro e dificultando
o processo.
3. Evite entrar com bota ou calça dentro do viveiro para que
as pós-larvas não fiquem grudadas ou dentro dos tais.
4. Posteriormente os sacos deverão ser abertos, com uso de
um material cortante, e lentamente deve ser acrescido 500ml
de água do viveiro no seu interior. Este processo deverá
ocorrer a cada 20mim, para que os parâmetros do saco se
equilibrem com os do berçário.
5. Por fim, após os parâmetros atingirem o equilíbrio, ou a
diferença de temperatura seja menor que 1°C, e de pH
menor que 0,5 – só então os animais podem ser liberados.
Todas estas etapas permitem que o animal se adeque
ao novo ambiente de forma gradual. Evitando assim o
estresse que seria ocasionado pela mudança brusca nos
parâmetros do ambiente.

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Figura 3 – Aclimatação de
alevinos de Tilápia.

Figura 4 – Liberação de
alevinos de Tilápia no
berçário.

Figura 5 – Aclimatação de pós


larvas.

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11 OBSEVAÇÕES IMPORTANTES
1. Todo material/equipamento a ser utilizado durante a
recepção dos animais deve ser previamente separado,
higienizado e disponibilizado na área de uso. Com a
finalidade de evitar o desperdício de tempo.
2. Mantenha sempre a aeração forte durante o processo.
3. Lembre-se de checar as pontas dos sacos e todo ele
para saber se não há pós-larvas grudadas.
4. Teste todo seu sistema de berçário antes da chegada
das pós larvas.
5. Lembre-se de fazer a fertilização do berçário com uma
semana de antecedência.
6. Alimentação das pós-larvas/alevinos são em pó com 300
a 600 micras, entre 40 a 45% de proteína. E deve ser feita
à lanço pro todo o viveiro.
7. Biometria no mínimo uma vez por semana ou a cada 15
dias, sempre evitando o manejo dos animais.
8. Checagem dos parâmetros da água quatro vezes ao dia
(no mínimo).
9. A alimentação deve ser ofertada 2h após a aclimatação
e sendo repetida com o mesmo intervalo de tempo.
10. A oxigenação dos berçários ocorre durante 24 horas,
mesmo durante a despesca do berçário para transferir para
o viveiro a aeração deve continuar ligada.
11. Por fim, o povoamento deve ser evitado em fases de
lua cheia e de lua nova. Pois neste período o camarão está
em processo de troca da carapaça (ecdise), logo sua
estrutura está fragilizada. Portanto deve-se evitar possíveis
estresses a fim de reduzir o risco de mortalidade neste
período.

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Figura 6 – Verificando a existência
de pós larvas nos cantos do saco
plástico.

Figura 7 – Testando aeração


do berçário a ser povoado.

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ANEXOS – FICHA DE BIOMETRIA

Data ___/___/______

Biometria nº: _______


Viveiro nº: ________

Peso total Número


Peso da tara dos de Peso médio
Peso da
+ camarões camarões camarões individual
Amostra tara (g)
ou peixe ou peixe ou peixes (g)
(g) (unid.)
T C PT=C-T N PM=PT/N

Nu = Número estimado de animais = __________ indivíduos

Peso médio individual (PM) = ___________ g

Biomassa = Nu x PM x Sobrevivência (%) = _____________ g

Quantidade total de ração fornecida por dia (QT) = Biomassa (g) x


Taxa de arraçoamento (%) =___________ g

Quantidade de ração fornecida por refeição (QR) = QT/ número de


refeições = __________ g

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CHECK LIST DE ACLIMATAÇÃO

Dias Antes
Realizar fertilização
Testar todo sistema (aeração e demais estrutura)
Checagem dos parâmetros de água
Planejamento do transporte do local de recepção
até a fazenda
Verificar fase da lua no dia do povoamento
No dia da recepção dos alevinos/pós larvas
Materiais e equipamentos a separar:
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
Materiais e equipamentos higienizados e disponibilizados
no local de uso
Inspecionar os sacos de transporte e o estado dos animais,
logo que chegarem à fazenda.
Verificar a existência de pós larva grudada nos cantos
do saco plástico
Colocar sacos dentro do viveiro e deixar boiando
por 10 minutos
Sacos abertos lentamente e acrescentar 500ml de
água do berçário a cada 20 minutos
Verificar parâmetros do saco e do berçário
Verificar atividade dos animais no saco plástico
Parâmetros em equilíbrio ou com diferença mínima
Povoamento
Após 1 hora conferir atividade dos animais no
berçário com uma peneira
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