DEPEN – AGENTE FEDERAL DE EXECUÇÃO PENAL

Baseado no formato de prova

• Nas questões a seguir, marque, para cada uma, a única opção correta, de acordo com o respectivo comando. Para as devidas
marcações, use a Folha de Respostas, único documento válido para a correção da sua prova.
• Em seu caderno de prova, caso haja opção(ões) constituída(s) pela estrutura Situação hipotética:... seguida de Assertiva:..., os

aplicado pela banca Cebraspe

dados apresentados como situação hipotética deverão ser considerados premissa(s) para o julgamento da assertiva proposta.
• Eventuais espaços livres – identificados ou não pela expressão “Espaço livre” – que constarem deste caderno de prova pode-
rão ser utilizados para rascunhos.

DEPARTAMENTO PENITENCIÁRIO NACIONAL

CONHECIMENTOS BÁSICOS 40 seu prato. Ela não sabe que é mortal, mas sabe muito bem que
necessita comer e que quem lhe providencia a comida sou eu.

A verdade é que vivemos os dois neste apartamento cheio
GRAMÁTICA E TEXTO de livros, quadros e móbiles (feitos por mim, não por Calder,
LUCAS LEMOS
ou seja, falsos móbiles) e nos entendemos bem. A Gatinha é
45 diferente do Gatinho, é de outra geração, a geração do pet shop.
Quisera ser um gato
Por isso mesmo, ela não come carne nem peixe, só come ração.

Consequentemente, ao contrário do Gatito, que subia na
1 Fora os fantasmas que me acompanham e me fazem
mesa para xeretar meu almoço, ela não está nem aí para comi-
refletir sobre o sentido da vida, vivo eu, neste apartamento,
da de gente, só quer saber de ração. E tem mais: só pode ser
com uma gatinha siamesa. Que é linda, não preciso dizer,
50 aquela ração; se mudar, ela não come, cheira e vai embora.
mas, além disso, é especial: quase nunca mia e, quando soa a

Aliás, isso criou um problema sério, quando a ra-
5 campainha da porta, se arranca. Nem eu sei onde ela se esconde.
ção que Adriana trouxera terminou. Como não en-

Ela é, portanto, muito diferente do gatinho que, an-
tendia de rações, ao ver que a dela acabara, fui a um
tes dela, me fazia companhia e que se foi. Morreu de ve-
pet shop aqui perto para comprar e, como não tinha a
lho, já que nunca havia adoecido durante seus 16 anos
55 dela, decidi comprar qualquer outra, mas fui advertido
de vida. Quando adoeceu, foi para morrer. Não preciso
pela dona da loja de que teria que ser da mesma ração.
10 dizer que fiquei traumatizado e não quis mais saber de outro

Fui a outra loja, bem mais longe, e lá também não ti-
gato. Amigos e amigas me ofereceram um substituto para
nha a tal ração. Pedi a meu neto que a comprasse num pet
o meu gatinho, e eu respondia que amigo não se substitui.
shop do Humaitá, bairro onde ele mora, e nada, lá também

Os anos se passaram, a dor foi se apagando, até que um
60 não havia. Desesperado, liguei para Adriana que, ime-
belo dia, minha amiga Adriana Calcanhotto chegou aqui em
diatamente, me fez chegar aqui em casa dois pacotes com
15 casa com um presente para mim: era uma gatinha siamesa.
a raríssima ração que a gatinha comia. Respirei, aliviado.
Faltou-me coragem para dizer não, mesmo porque a bichi-

Depois aprendi que para evitar que ela morra de fome,
nha me encantou à primeira vista. Manteve-se arredia por
no caso de faltar sua ração exclusiva, há que ter em casa
algum tempo, mas logo me aceitou e nos tornamos amigos.
65 uma ração parecida e ir misturando à sua até que se acos-

Hoje me sinto praticamente lisonjeado pelo fato de que,
tume. Coisas de gatos modernos, muito diferentes daqueles
20 por medo ou desconfiança, enquanto ela foge de todo mundo,
que, outrora, vagabundeavam aqui pelos telhados e pela rua.
me busca pela casa, sobe em minhas pernas e ali se deita,

Mas, se mudou a ração, não mudou a razão que me fez
isso sem falar que, todas as noites, dorme em minha cama.
adotá-la como minha companheira de todas as horas, que me

Confia em mim, sabe que gosto dela e que pode con-
70 acorda, pontualmente, às seis horas da manhã, vindo cheirar
tar comigo para o que der e vier. Essa confiança de um
meu rosto sob o lençol. E agora a vejo, ali, a poucos metros
25 bicho que não fala a minha língua, que não sabe quem
de mim, deitada na poltrona, livre da morte, nesta tarde de
sou eu, mas só o que sou dentro desta casa, me alegra.
março, num determinado ponto da Via Láctea, onde moramos.

E às vezes, olhando-a dormir na velha poltrona da
sala, lembro que para ela a morte não existe, como existe Ferreira Gullar (com adaptações)
para nós, gente. Ela é mortal, mas não sabe, logo é imortal.
30 A morte, no caso dela, é apenas um acidente como outro A respeito das ideias e das estruturas gramaticais, julgue os itens
qualquer, dormir, comer, brincar, correr; só existirá quando seguintes.
acontecer, sem que ela saiba o que está acontecendo.

Neste ponto é que a invejo. Já pensou como a vida se- 1 Depreende-se adequadamente do texto que o autor se arre-
ria leve se não tivéssemos consciência de que ela acaba?
pendeu de adotar a gatinha, uma vez que ele não estava habi-
35 Seria como viver para sempre, tal como ocorre com a gatinha.
tuado à modernidade do novo bichinho.

E enquanto penso essas tolices, ela — que se chama Ga-
tinha — se levanta, vem até mim e começa a se roçar nas
2 Conclui-se que após o desespero do autor em relação à co-
minhas pernas, insistentemente. Só então me dou conta de
que está pedindo que eu vá até a cozinha e ponha ração no mida da gatinha, a amiga Adriana passou a fornecer a ra-
ção adequada.

3 Diferentemente do antigo amigo do autor, a gatinha siamesa
não come carnes ou peixes; come apenas a ração.
4 O texto é predominantemente descritivo, pois visa a caracte-
rizar o mais novo animal de estimação.
5 A substituição do vocábulo “portanto” (l. 6) por destarte
manterá a correção gramatical e as ideias originais do texto.
6 As expressões “velha” (l. 27) e “da sala” (l. 27-28) desempe-
nham, contextualmente, mesma função morfossintática.
7 Em “lembro que” (l. 28), a substituição por lembro-me de
que, além de manter a correção gramatical, preserva a ideia
original do texto.
8 A forma pronominal, em “olhando-a dormir” (l. 27), exerce
a função de complemento direto da forma verbal, retomando
por coesão a amiga Adriana Calcanhotto.
A estante
1 Naquele novo apartamento da rua Visconde de Pirajá
pela primeira vez teria um escritório para trabalhar. Não era
um cômodo muito grande mas dava para armar ali a minha
tenda de reflexões e leitura: uma escrivaninha, um sofá e os
5 livros. Na parede da esquerda, ficaria a grande e sonhada
estante que caberia todos os meus livros. Tratei de enco-
mendá-la a seu Joaquim, um marceneiro que tinha oficina na
rua Garcia D’Avila com Barão da Torre.

O apartamento não ficava tão perto da oficina. Era
10 quase em frente ao prédio onde morava Mário Pedrosa, entre
a Farme de Amoedo e a antiga Montenegro, hoje Vinicius
de Moraes. Estava ali há uma semana e nem decorara ainda
o número do prédio. Tanto que, quando seu Joaquim, ao
preencher a nota da encomenda, perguntou-me onde seria
15 entregue a estante, tive um momento de hesitação. Mas foi só
um momento. Pensei rápido: “Se o prédio do Mário é 228, o
meu, que fica quase em frente, deve ser 227. “Mas lembrei-me
de que, ao ir ali pela primeira vez, observara que, apesar de ficar
em frente ao do Mário, havia uma diferença na numeração.
20 — Visconde de Pirajá 127 — respondi, e seu Joaquim
desenhou o endereço na nota.

— Tudo bem, seu Ferreira. Dentro de um mês estará lá
sua estante.

— Um mês, seu Joaquim! Tudo isso? Veja se reduz esse
25 prazo.

— A estante é grande, dá muito trabalho… Digamos,
três semanas.

Contei as semanas. Não via chegar o momento de ter no
escritório a estante sonhada, onde enfim poderia arrumar os
30 livros por assunto e autores. E,mais que isso, sentir-me um
escritor de verdade, um profissional, cercado de livros por
todos os lados. No dia da entrega, voltei do trabalho apres-
sado para ver minha estante.
DEPEN – AGENTE FEDERAL DE EXECUÇÃO PENAL

— Como é, veio? — perguntei ao entrar.
35 — Veio o quê?

— Como o quê? A estante!

Não viera. Seu Joaquim não cumprira com a pala-
vra empenhada, ah português filho de… Telefonei para
ele sem dissimular, no tom da voz, minha irritação. E ele:
40 — Como não cumpri? Andei com dois homens de cima
para baixo da rua e não encontrei o tal número que o senhor
me indicou. Não existe na rua Visconde de Pirajá o número
127, senhor Ferreira.

Fiquei sem ação. Dera a ele o número errado.
45 — Diga-me o número certo e sua estante estará em sua
casa amanhã mesmo.

Fiquei sem palavra. Se não era 127, qual número seria?
Não era 227, disso tinha certeza… E o Joaquim ao telefone:

— Qual o número, seu Ferreira?
50 — É 217, seu Joaquim… É isso, 217.

— Muito bem, 217. Já anotei. Amanhã terá sua estante.

Não tive. Ao chegar em casa e verificar que a estante não
estava lá, conclui que havia dado de novo o número errado ao
marceneiro. E corri para o telefone a fim de me desculpar.
55 — Seu Joaquim, é o senhor Ferreira… da estante.

— O senhor está querendo brincar comigo?

Fui tomado por um frouxo de riso, enquanto seu Joa-
quim, indignado, dizia que não ia mais entregar estante
nenhuma, que eu fosse buscá-la, pois já era a segunda vez
60 que subira e descera a Visconde de Pirajá, carregando aquela
estante enorme, etc. etc…
Ferreira Gullar (com adaptações)
Quanto às estruturas gramaticais e semânticas, julgue os itens
seguintes.
9 É possível concluir a partir das ideias do texto que seu Ferrei-
ra desconhecia o endereço de sua própria residência.
10 Está evidente, no texto, que seu Ferreira passou a morar onde
antes morava Vinicius de Moraes.
11 Infere-se que Seu Ferreira ficou muito bravo com o seu Joa-
quim, pois ele não queria entregar a estante.
12 Em “Na parede da esquerda, ficaria a grande e sonhada es-
tante que caberia todos os meus livros.” (l. 5 e 6), a vírgula
empregada é apenas estilística.
13 Em “(…) havia uma diferença na numeração.” (l. 19), o
sujeito da forma verbal destacada é conhecido como inde-
terminado.
14 Em “O apartamento não ficava tão perto da oficina.” (l. 9), a
expressão da oficina é empregada, sintaticamente, como um
complemento do termo “perto”.

15 Identifica-se, em “ao ir ali pela primeira vez, observara que”
(l. 18), uma noção de tempo.
ÉTICA
KÁTIA LIMA / GUSTAVO SCATOLINO
Sobre ética geral e ética no serviço público, julgue os itens:
16 Valores são natos e, portanto, não podem ser modificados e
não sofrem influência social.
17 Servidor público do DEPEN que se recusa a seguir ordem
ilegal do superior hierárquico comete desvio ético.
Conforme a Lei n. 12.846/2013, julgue o item a seguir:
18 Para aplicação da sanção administrativa, a Comissão deve le-
var em consideração, entre outros fatores, a personalidade do
agente público e os seus antecedentes.
RACIOCÍNIO LÓGICO
MARCELO LEITE
Neste mês, um Agente Penitenciário conseguiu intervir um bilhete
que seria repassado ao chefe de uma facção criminosa. Ao trans-
crever o texto para o diretor, o Agente escreveu as seguintes pre-
missas P1, P2, P3 e P4.
P1: Se o carro forte for ao banco, então os amigos irão invadir
o banco.
P2: Se os amigos invadirem o banco, então a operação será
abortada.
P3: A polícia não descobriu o delito ou a operação não será
abortada.
P4: A polícia descobriu o delito.
Considerando que as premissas citadas são verdadeiras, julgue os
itens a seguir:
19 A junção das premissas P1, P2, P3, e P4 com a conclusão “O
carro forte foi ao banco” formam um argumento válido.
20 A premissa P1 é equivalente à expressão “os amigos irão in-
vadir o banco, desde que o carro forte vá ao banco”.
21 Caso a proposição “A polícia não descobriu o delito” seja fal-
so, então a proposição “A operação não será abortada” será
obrigatoriamente verdadeira, para que a premissa P3 seja
verdadeira.
22 A afirmação “Tanto a polícia descobriu o delito como a ope-
ração será abortada.” possui valor lógico falso.
DEPEN – AGENTE FEDERAL DE EXECUÇÃO PENAL
23 Para limpar as alas de nº 4 a 10 de um Presídio Federal, 10
funcionários igualmente eficientes demoram 4 horas para re-
alizar o serviço. O diretor deseja que essas alas sejam limpas
em 5 horas, para que seja atendido o desejo do diretor dois
funcionários deverão ser dispensados do serviço.
24 Em uma pesquisa realizada no Presídio Federal, constatou-se
que 30% dos detentos possuem algum curso superior, entre os
demais, 20% cometeram algum crime violento. Então, a por-
centagem de detentos, nesse presídio, que não possuem curso
superior e cometeram algum crime violento é inferior a 12%.
INFORMÁTICA
FABRICIO MELO
Sobre a figura e conhecimentos relacionados ao Windows 10, em
português, configuração padrão, julgue o próximo item.
25 Ao selecionar o arquivo infocomfabricio.docx e pressio-
nar a tecla DELETE, o arquivo será enviado para a Lixeira
do Windows.
Sobre conceitos relacionados a Rede e Internet, julgue o item.
26 TELNET é um protocolo cliente-servidor usado para permitir
a comunicação entre computadores ligados numa rede (aces-
so remoto). É um protocolo baseado em TCP.
Sobre conceitos relacionados à segurança da informação, backup e
sistemas de armazenamento em disco e sistemas de replicação de
dados, julgue o próximo item.
27 Na replicação de dados assíncrona, os dados são gravados
no local primário e secundário ao mesmo tempo. Assim, os
dados permanecem idênticos e atuais em ambas as fontes. O
processo funciona rapidamente com pequena margem de erro.

Sobre a figura e conhecimentos relacionados ao Microsoft
Word 2016/2019/365, configuração padrão, idioma português,
julgue o item.
28 É correto afirmar que o texto possui uma quebra de linha,
que pode ter sido inserida através da combinação de teclas,
SHIFT+ENTER.
Sobre a figura e conhecimentos relacionados ao Libre Office Calc,
configuração padrão, idioma português, julgue o próximo item.
29 Considerando que na célula A1, da planilha DEPEN2, con-
tém o valor 3. É correto inferir que o valor de A1 da pla-
nilha DEPEN, pode ter sido obtido por meio da fórmula:
=SOMA(DEPEN2.A1+C1).
Sobre conceitos relacionados a banco de dados, julgue o
próximo item.
30 Uma das desvantagens de utilizar sistema gerenciador de
banco de dados é o fato de ele não realizar o controle da re-
dundância de dados, o que pode ocorrer inconsistências entre
os arquivos.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
DIREITO CONSTITUCIONAL
RICARDO BLANCO
Julgue os itens de acordo com a jurisprudência do STJ.
31 Não há que se falar em ilegalidade do flagrante se não houve
interceptação de dados ou quebra de sigilo, visto que os diá-
logos preexistiam e estavam gravados no celular de outro réu
preso em flagrante, podendo ser visualizados por qualquer
pessoa que tivesse acesso ao aparelho que, no caso, foram os
policiais, por atuação voluntária do proprietário, que forne-
ceu de forma espontânea o acesso ao aparelho, não podendo
ser considerada prova ilícita.
32 Em regra, o Estado não está obrigado a dispensar medicamen-
to não constante de lista do Sistema Único de Saúde (SUS). O
reconhecimento do direito individual ao fornecimento, pelo
Estado, de medicamento de alto custo, não incluído em polí-
tica nacional de medicamentos ou em programa de medica-
mentos de dispensação em caráter excepcional, constante de
rol dos aprovados, independe da demonstração da imprescin-
dibilidade (adequação e necessidade), da impossibilidade de
substituição e da incapacidade financeira do enfermo e dos
membros da família solidária.
33 As hipóteses de perda da nacionalidade possui um rol taxati-
vo, na Constituição.
34 É possível que o vice-prefeito, que ocupou o cargo de prefeito
por força de decisão judicial que determinou o afastamento
do titular, possa ter registro de candidatura a uma terceira as-
sunção na chefia do Poder Executivo municipal.
35 O reconhecimento da justa causa para transferência de parti-
do político afasta a perda do mandato eletivo por infidelidade
partidária. Contudo, ela não transfere ao novo partido o direi-
to de sucessão à vaga.
36 Os substitutos eventuais do Presidente da República – o Pre-
sidente da Câmara dos Deputados, o Presidente do Senado
Federal e o Presidente do Supremo Tribunal Federal, ficarão
unicamente impossibilitados de exercer, em caráter interino,
a Chefia do Poder Executivo da União, caso ostentem a posi-
ção de réus criminais, condição que assumem somente após o
recebimento judicial da denúncia ou da queixa-crime.
37 No caso de dupla vacância, do prefeito e do vice, o município
deve respeitar o modelo de eleição direta ou indireta fixada
na constituição.

38 A escolha do governador do Estado de delegados ou delega-
das integrantes da carreira policial, independente do estágio
de sua progressão funcional.
DIREITO PENAL
GERAL E ESPECIAL
WALLACE FRANÇA
Considerando o Código Penal, bem como entendimento doutriná-
rio e jurisprudencial dominante, julgue os itens seguintes.
39 Conforme entendimento do STJ, não se aplica o arrependi-
mento posterior para o agente que fez o ressarcimento da dí-
vida principal antes do recebimento da denúncia, mas somen-
te pagou depois os juros e a correção monetária.
40 Comete crime de desobediência o indivíduo que não atende a
ordem dada pelo oficial de justiça na ocasião do cumprimento
de mandado de entrega de veículo.
41 A ação penal no crime de estelionato será pública incondicio-
nada se a vítima for pessoa com deficiência física ou mental.
42 A ação penal no crime de estelionato será pública incondicio-
nada se a vítima for pessoa idosa.
43 No crime de furto (art. 155 do Código Penal), a ação penal
será sempre pública incondicionada, sendo cabível a ação pe-
nal privada subsidiária da pública.
44 Por ausência de previsão legal, o crime de dano pratica-
do contra o Distrito Federal será dano simples e não dano
qualificado.
45 O crime de receptação não será punível se desconhecido o
autor do crime de que proveio a coisa.
46 Aplica-se à receptação culposa o mesmo regramento do furto
privilegiado.
47 A receptação imprópria não admite tentativa.
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DIREITO PROCESSUAL PENAL
ÉRICO PALAZZO
48 No que concerne à lei processual penal no espaço, apesar do
Código de Processo Penal brasileiro adotar o princípio da
territorialidade, existem algumas exceções nas quais referido
diploma não será aplicado.
49 João Ferreira, maior imputável, é réu em ação penal em virtu-
de da prática do crime de roubo. Durante a ação penal, surge
uma nova lei processual que vem a lhe prejudicar conside-
ravelmente. É correto afirmar que a referida lei processual
não será aplicada à ação penal em curso contra João Ferreira,
dado o princípio da irretroatividade da lei processual penal
prejudicial ao réu.
50 No curso de uma ação penal, o juiz proferiu uma decisão que
cabe recurso no prazo de 10 dias. Ocorre que no 2º dia do pra-
zo recursal, entra em vigor a lei X, que passa a estabelecer o
prazo de 5 dias para a interposição do referido recurso. Neste
caso, é correto afirmar que a parte possui somente mais 3 dias
para interpor o recurso.
51 Aplicação analógica, que é sinônimo de analogia, é admitida
em direito processual penal, seja para beneficiar ou preju-
dicar o réu.
52 O inquérito policial possui a característica da dispensabilida-
de, segundo a qual não se trata de um procedimento obriga-
tório no âmbito da persecução penal, e da indisponibilidade,
segundo a qual a autoridade policial não poderá mandar ar-
quivar autos de inquérito.
53 De acordo com as alterações produzidas no Código de Pro-
cesso Penal, pela Lei n. 13.964/2019 (Pacote Anticrime),
compete ao juiz das garantias decidir sobre a prisão temporá-
ria ou prisão preventiva na fase pré-processual.
54 Excepcionalmente, a ação penal de iniciativa privada pode
ser promovida mediante denúncia do Ministério Público.
55 O perdão do ofendido poderá ser aceito por procurador com
poderes especiais.
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DIREITO ADMINISTRATIVO DIREITOS HUMANOS E

RICARDO BLANCO
PARTICIPAÇÃO SOCIAL
THIAGO MEDEIROS
Julgue o item segundo a Lei n. 8.112/1990.
Julgue os itens abaixo de acordo o Decreto n. 9.759/2019.
56 Os servidores investidos em cargo ou função de direção ou
chefia e os ocupantes de cargo de Natureza Especial terão
64 O Decreto n. 9.759/2019 tem como objetivo estabelecer dire-
substitutos indicados no regimento interno ou, no caso de
trizes, regras e limitações para os colegiados da Administra-
omissão, previamente designados pela chefia imediata.
ção Pública federal.

Julgue o item segundo a Lei n. 8.666/1993.

57 É vedada a inclusão, no objeto da licitação, de fornecimento
de materiais e serviços sem previsão de quantidades ou cujos
quantitativos não correspondam às previsões reais do projeto
básico ou executivo.
Julgue o item segundo o Decreto n. 10.024/2019.
58 Para fins do disposto nesse Decreto, considera-se serviço
comum de engenharia a atividade ou conjunto de atividades
que necessitam da participação e do acompanhamento de
profissional engenheiro habilitado, e cujos padrões de de-
sempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos
pela Administração Pública, mediante especificações usuais
de mercado.
Julgue o item segundo o Decreto n. 6.0170/2007.
59 Para os efeitos desse Decreto, considera-se concedente o ór-
gão ou entidade da Administração Pública federal direta ou
indireta, responsável pela transferência dos recursos financei-
ros destinados à execução do objeto do convênio.
Julgue o item segundo a Lei n. 9.784/1999.
60 Os processos administrativos de que resultem sanções po-
derão ser revistos, a qualquer tempo, a pedido ou de ofício,
quando surgirem fatos novos ou circunstâncias relevantes
suscetíveis de justificar a inadequação da sanção aplicada.
Julgue os itens.
61 A culpa da vítima e a culpa de terceiros são causas atenuantes
da responsabilidade civil do Estado.
62 O Estado é civilmente responsável por dano causado a par-
ticular em decorrência de má conservação de rodovia que se
encontra sob responsabilidade pública.
65 O Decreto n. 9.759/2019 extingue os colegiados criados por
lei, decretos e atos normativos inferiores a decretos.
66 O Decreto n. 9.759/2019 extingue os colegiados criados por
decretos, porém não alcança os colegiados criados por atos de
outros colegiados.
Julgue os itens abaixo de acordo com o Decreto n. 7.037, de 21 de
dezembro de 2009, que aprovou o Programa Nacional de Direi-
tos Humanos.
67 A partir da metade dos anos 1970, começam a ressurgir no
Brasil iniciativas de rearticulação dos movimentos sociais, a
despeito da repressão política e da ausência de canais demo-
cráticos de participação. Fortes protestos e a luta pela demo-
cracia marcaram esse período. Paralelamente, surgiram ini-
ciativas populares nos bairros reivindicando direitos básicos
como saúde, transporte, moradia e controle do custo de vida.
Nesse sentido um dos objetivos do PNDH-3 é a promoção
dos Direitos Humanos como princípios orientadores das polí-
ticas públicas e das relações internacionais.
68 Alcançar o desenvolvimento com Direitos Humanos é capa-
citar as pessoas e as comunidades a exercerem a cidadania,
com direitos e responsabilidades. É incorporar, nos projetos,
a própria população brasileira, por meio de participação ativa
nas decisões que afetam diretamente suas vidas. Nesse senti-
do um dos objetivos estratégicos do PNDH-3 é a implemen-
tação de políticas públicas de desenvolvimento com inclu-
são social.
Julgue o item abaixo de acordo com o que prevê expressamente a
Declaração Universal dos Direitos Humanos.
69 De acordo com a Declaração Universal dos Direitos Huma-
nos, a saúde é um direito de todos e dever do Estado.

63 O poder regulamentar confere ao Chefe do Executivo a edi-

ção de decretos para modificar as leis.

Julgue os itens a seguir sobre o Conselho Nacional de Política Cri-
minal e Penitenciária, o Conselho da Comunidade e o Conselho
Penitenciário.
70 O Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária é
um dos órgãos da execução penal e tem a incumbência de
estimular e promover a pesquisa criminológica. O mandado
dos membros do Conselho terá duração de 4 (quatro) anos.
71 O Conselho Penitenciário será integrado por membros desig-
nados por meio de ato do Ministério da Justiça.
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
DIEGO FONTES
72 Segundo o STJ, é inviável a aplicação da causa especial de
diminuição de pena do tráfico privilegiado quando há conde-
nação simultânea do agente nos crimes de tráfico de drogas e
de associação para o tráfico, por evidenciar a sua dedicação a
atividades criminosas ou a sua participação em organização
criminosa.
73 Constitui crime de Indução, Instigação ou Auxílio ao uso de
drogas, previsto no § 2º do art. 33 da Lei n. 11.343/2006, a
realização de manifestações públicas dirigidas à liberação do
uso de drogas.
74 Nos termos da Lei n. 12.850/2013, o Ministério Público po-
derá deixar de oferecer denúncia se a proposta de acordo de
colaboração referir-se à infração de cuja existência não te-
nha prévio conhecimento e o colaborador for o primeiro a
prestar efetiva colaboração e não for o líder da organização
criminosa.
75 O juiz poderá recusar homologação à proposta de colabora-
ção premiada que não atender aos requisitos legais, ou ade-
quá-la ao caso concreto.
76 A tipificação do crime de lavagem de dinheiro exige que se
demonstre cabalmente a autoria e a materialidade da infração
penal anterior.
77 Floriosmildo é agente de Polícia Civil e foi condenado à pena
de reclusão de quatro anos pela prática de tortura. De acordo
com a Lei n. 9.455/1997, a condenação de Floriosmildo acar-
retará a perda do seu cargo, função ou emprego público e a
interdição para seu exercício por oito anos.
78 O crime de tortura é insuscetível de fiança ou graça, mas é
suscetível de anistia.
DEPEN – AGENTE FEDERAL DE EXECUÇÃO PENAL
79 De acordo com a Lei n. 12.846/2013, a proposta de acordo de
leniência somente se tornará pública após a sua publicação
em Diário Oficial.
80 Responde por crime de abuso de autoridade o agente público
que constranger, sob violência ou grave ameaça, funcionário
ou empregado de instituição hospitalar pública ou privada a
admitir para tratamento pessoa cujo óbito já tenha ocorrido,
por acreditar que a referida pessoa ainda está viva e, desespe-
radamente, buscar tratamento médico.
CONHECIMENTOS
COMPLEMENTARES
EXECUÇÃO PENAL
DIEGO FONTES / RAFAEL OLIVEIRA
81 Os condenados por crime praticado, dolosamente, com vio-
lência de natureza grave contra pessoa, ou por crimes he-
diondos ou equiparados a hediondos, serão submetidos, obri-
gatoriamente, à identificação do perfil genético, mediante
extração de DNA – ácido desoxirribonucleico, por técnica
adequada e indolor.
82 A autoridade policial, federal ou estadual, poderá, no caso
de inquérito instaurado, acessar o banco de dados de iden-
tificação de perfil genético, independentemente de autoriza-
ção judicial.
83 Segundo a Lei de Execução Penal, a assistência educacional
compreenderá a instrução escolar e a formação profissional
do preso e do internado.
84 De acordo com a Lei de Execução Penal, o trabalho do preso
será remunerado, mediante prévia tabela, não podendo ser in-
ferior a 1/3 (um terço) do salário mínimo.
85 mos da Lei de Execução Penal, para o preso provisório, o tra-
balho não é obrigatório e só poderá ser executado no interior
do estabelecimento.
86 Segundo o STJ, há incompatibilidade entre o benefício da saí-
da temporária e prisão domiciliar por falta de estabelecimento
adequado para o cumprimento de pena de reeducando que se
encontre no regime semiaberto.
87 A ausência de vigilância direta na saída temporária não im-
pede a utilização de equipamento de monitoração eletrônica
pelo condenado, quando assim determinar o juiz da execução.

88 O STJ entende que para obtenção dos benefícios de saída
temporária e trabalho externo, considera-se o tempo de cum-
primento da pena no regime fechado.
89 A jurisprudência do STJ não admite a possibilidade de fixa-
ção de calendário anual de saídas temporárias por ato judi-
cial único.
90 Ao liberado condicional deverão ser impostas as condições
de obter ocupação lícita, dentro de prazo razoável se for apto
para o trabalho; comunicar periodicamente ao Juiz sua ocu-
pação e não mudar do território da comarca do Juízo da exe-
cução, sem prévia autorização deste.
91 Constitui dever do preso comparecer perante oficial de justi-
ça quando citado no interior de estabelecimento penal. Caso
podendo comparecer para ser citado, não o faça, poderá ser
punido pelo cometimento de falta grave.
92 É competência do Juiz da Execução Penal propor diretrizes
da política criminal quanto à prevenção do delito, administra-
ção da Justiça Criminal e execução das penas e das medidas
de segurança.
93 O direito de chamamento nominal do preso pode ser restringi-
do por ato motivado do diretor do estabelecimento prisional.
94 Constitui atribuição do Departamento Penitenciário Nacional
colaborar com as Unidades Federativas mediante convênios,
na implantação de estabelecimentos e serviços penais.
95 O uso da força pelos agentes de segurança pública deverá se
pautar nos documentos internacionais de proteção aos direitos
humanos e deverá considerar, primordialmente: ao Código de
Conduta para os Funcionários Responsáveis pela Aplicação
da Lei, adotado pela Assembleia Geral das Nações Unidas na
sua Resolução n. 34/169, de 17 de dezembro de 1979.
96 É legítimo o uso de armas de fogo contra pessoa em fuga
que esteja desarmada ou que, mesmo na posse de algum tipo
de arma, não represente risco imediato de morte ou de lesão
grave aos agentes de segurança pública ou terceiros.
DEPEN – AGENTE FEDERAL DE EXECUÇÃO PENAL
EXECUÇÃO PENAL: PLANO
NACIONAL DE POLÍTICA CRIMINAL
E PENITENCIÁRIA 2020 – 2023
EDUARDO GALANTE
Nos termos do Plano Nacional de Política Criminal e Penitenciária
(2020-2023), julgue os itens a seguir.
97 Ao se deparar com a prática do fato criminoso, quer seja ele
violento ou não, as autoridades policiais e seus agentes, o
representante do Ministério Público e o juiz, haverão de ser
acionados, cada qual ao seu tempo, para que, de forma de-
pendente, exercitem os seus misteres, quer seja investigando,
denunciando ou julgando o infrator.
98 Um grande empecilho enfrentado pelos operadores da in-
vestigação policial diz respeito à dificuldade em pesquisar e
confirmar dados dos investigados em tempo hábil, bem como
o compartilhamento dessas informações entre os órgãos,
não somente os congêneres da área de segurança e justiça,
mas também com aqueles que dão o suporte necessário nos
grandes casos.
99 A perseguição aos bens e valores tidos como proventos da in-
fração ou utilizados para a sua prática, em determinados mo-
mentos é mais importante ou até proporciona maiores resul-
tados práticos que a própria condenação e prisão do infrator.
100 Para todo o trabalho do aparelho preventivo visa a provar a
existência do crime e a sua autoria para que haja a efetiva
condenação dos envolvidos na prática dos ilícitos.
101 Conforme destacado no Atlas da Violência de 2019, “a cri-
minalidade violenta constitui um grande problema político”.
102 Crimes econômicos, tributários e de lavagem de dinhei-
ro merecem atenção específica, uma vez que seu resultado
atinge severamente o Estado, dado seu impacto nas finan-
ças públicas.
103 Para fortalecer a investigação criminal, de forma geral, é
necessário investir em inteligência, sistemas de informação,
integração e em capacitação das forças policiais. Não só, tam-
bém é necessário que se possa estabelecer prioridades quanto
aos delitos a serem investigados, evitando a dispersão de re-
cursos do Estado, que são finitos, em detrimento da eficiência
e da produtividade na apuração de delitos graves.

104 A criação do Banco Nacional Multibiométrico e de Impres-
sões Digitais e, quando possível, de íris, face e voz, mostra-se
incoerente porque, em primeiro lugar, aumenta a segurança
da identificação da pessoa investigada, evitando acusações
que recaiam sobre pessoa errada e aumentando as chances de
sucesso na elucidação da autoria de crimes.
DEPERTAMENTO
PENITENCIÁRIO NACIONAL
DEUSDEDY SOLANO / DIEGO FONTES
GILCIMAR RODRIGUES / RODRIGO CARDOSO
Analise a situação hipotética e julgue os dois itens a seguir.
Situação hipotética. Devison exerce liderança de uma organiza-
ção criminosa que atua no Distrito Federal e em outros Estados
da federação, a organização é ligada à prostituição, estupros de
vulnerável e pedofilia virtual. As investigações realizadas pela
Coordenação Especial de Combate à Corrupção e ao Crime Orga-
nizado (Cecor) da PCDF foram concluídas no dia 22.06.2020. Três
dos investigados na operação já cumprem pena na Penitenciária
Federal do Distrito Federal. Outras duas pessoas alvo das prisões,
dentre elas Devison, não foram encontradas e são consideradas
foragidas.
105 Neste caso, conforme descreve a Lei que dispõe sobre a trans-
ferência e inclusão de presos em estabelecimento penais fe-
derais, é correto afirmar que se Devison vier a ser preso, só
poderá ser incluído no estabelecimento federal se já estiver
acusado em processo penal, pois a inclusão não é possível
para presos provisórios que sejam apenas indiciados em in-
quérito policial.
106 Baseado na situação hipotética, conforme descreve o regu-
lamento da Lei que dispõe sobre a transferência e inclusão
de presos em estabelecimentos penais federais, Devison não
poderá ser incluído em penitenciária federal, pois não há mo-
tivação nos termos do regulamento que justificaria sua trans-
ferência e inclusão para um estabelecimento penal federal.
Conforme prevê a Lei que dispõe sobre a transferência e inclusão
de presos em estabelecimentos penais federais e seu decreto regu-
lamentar, julgue o item a seguir.
107 O processo de inclusão e de transferência, de caráter ex-
cepcional e temporário, terá início mediante requerimento
da autoridade administrativa, do Ministério Público ou do
próprio preso. O requerimento deverá conter os motivos que
justifiquem a necessidade da medida e estar acompanhado
da documentação pertinente. O processo de inclusão ou de
transferência será autuado nos autos principais do processo
de execução.
DEPEN – AGENTE FEDERAL DE EXECUÇÃO PENAL
De acordo com o previsto na Lei Federal n. 11.671/2008 e a juris-
prudência do Superior Tribunal de Justiça.
108 Conforme previsto em Lei, instruídos os autos do processo
de transferência, serão ouvidos, no prazo de 5 (cinco) dias
cada, quando não requerentes, a autoridade administrativa,
o Ministério Público e a defesa, bem como o Departamento
Penitenciário Nacional – DEPEN, a quem é facultado indicar
o estabelecimento penal federal mais adequado. Não obstante
o previsto na Lei, segundo o Superior Tribunal de Justiça não
fere o contraditório e o devido processo decisão que, sem ou-
vida prévia da defesa, determine transferência ou permanên-
cia de custodiado em estabelecimento penitenciário federal.
Conforme previsto na Lei Federal n. 11.671/2008 e seu regula-
mento, julgue o item a seguir.
109 Havendo extrema necessidade, o juiz federal poderá autorizar
a imediata transferência do preso e, após a instrução dos autos,
decidir pela manutenção ou revogação da medida adotada.
À luz do previsto na Lei Federal n. 11.671/2008, regulamentada
pelo Decreto n. 6.877/2009, analise e julgue o item.
110 Os Estados e o Distrito Federal deverão construir estabeleci-
mentos penais de segurança máxima, ou adaptar os já exis-
tentes, aos quais será aplicável, no que couber, o disposto na
Lei que dispõe sobre a transferência e inclusão de presos em
estabelecimentos penais federais.
111 Para os fins do convênio de cooperação federativa previsto na
Lei n. 11.473/2007, o registro e a investigação de ocorrências
policiais constituem atividades e serviços imprescindíveis à
preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas
e do patrimônio.
112 Em caráter ordinário, as atividades de cooperação federativa
no âmbito do Ministério da Justiça e Segurança Pública serão
desempenhadas por militares e por servidores das atividades-
-fim dos órgãos de segurança pública e dos órgãos de perícia
criminal da União, dos Estados e do Distrito Federal que te-
nham passado para a inatividade há menos de cinco anos.
113 Expedir certidões, resumo de tempo de serviço, atestados, de-
clarações e demais expedientes é competência do Serviço de
Apoio à Gestão e Desligamento.
114 É competência da Coordenação Nacional de Alternativas Pe-
nais apoiar a Coordenação-Geral de Alternativas Penais no
desempenho de suas atribuições regimentais.
 DEPEN – AGENTE FEDERAL DE EXECUÇÃO PENAL

115 Obter, tratar, integrar e sistematizar as bases de dados cole-

tadas de fontes internas e externas é competência do Dire-
tor-Geral.

116 Ao Chefe da Assessoria de Informações Estratégicas incum-

be acompanhar o desenvolvimento e a execução de ações,
projetos e programas operacionais e estratégicos do DEPEN.

Julgue os itens com fundamento na Lei n. 11.907/2009.

117 Compõem a remuneração dos Agentes Penitenciários Fede-

rais a Gratificação de Desempenho de Atividade de Agente
Penitenciário Federal – GDAPEF e a Gratificação de Ativi-
dade Penitenciária Federal, desde que no exercício regular de
suas funções.

118 O servidor recém-nomeado para cargo que compõe as Carrei-

ras da Área Penitenciária Federal receberá o valor correspon-
dente a 100% referente a GDAPEN ou da GDAPEF, até que
seja realizada a primeira avaliação de desempenho individual.

Com fundamento no Decreto n. 6.049/2007, que aprova o Regula-

mento Penitenciário Federal, julgue os seguintes itens.

119 O preso fica sujeito a regras disciplinares criadas para a con-

vivência dentro dos presídios federais. A inclusão no regime
disciplinar diferenciado e a isolamento na própria cela ou em
local adequado são penas previstas na legislação.

120 O estabelecimento penal federal tem características que os

diferem dos presídios estaduais, como por exemplo, a capaci-
dade para até duzentos e oito presos e a acomodação do preso
em cela individual.
 DEPEN – AGENTE FEDERAL DE EXECUÇÃO PENAL

PROVA DISCURSIVA
DIOGO ALVES

SIMULADO REDAÇÃO DISCURSIVA – DEPEN

• Nesta prova, faça o que se pede, usando, caso deseje, o espaço para rascunho indicado no presente caderno. Em seguida, transcreva
o texto para a FOLHA DE TEXTO DEFINITIVO DA PROVA DISCURSIVA, no local apropriado, pois não serão avaliados frag-
mentos de texto escritos em locais indevidos.
• Qualquer fragmento de texto que ultrapassar a extensão máxima de linhas disponibilizadas será desconsiderado.
• Na folha de texto definitivo, identifique-se apenas na primeira página, pois não será avaliado o texto que apresentar qualquer assi-
natura ou marca identificadora fora do local apropriado.
• Ao domínio do conteúdo serão atribuídos até 20,00 pontos, dos quais até 1,00 ponto será atribuído ao quesito apresentação (legibi-
lidade, respeito às margens e indicação de parágrafos) e estrutura textual (organização das ideias em texto estruturado).

TEXTO MOTIVADOR

A segurança pública é um tema que, de forma praticamente diária, está em pauta na imprensa do Brasil. A sensação de inse-
gurança, somada ao medo, está presente na vida de grande parte da sociedade civil brasileira, principalmente nos grandes centros
urbanos. Assim como o acesso à saúde, à educação e à moradia, a garantia de ir e vir com segurança é um direito fundamental pre-
visto pela Constituição Federal de 1988, sendo dever do Estado assegurá-lo.

Fonte: Politize! (com adaptações).

Considerando que o fragmento de texto acima tem caráter unicamente motivador, redija um texto dissertativo acerca do seguinte
tema.

POLÍTICAS PÚBLICAS DE SEGURANÇA PÚBLICA E CIDADANIA

Ao elaborar seu texto, aborde, necessariamente, os seguintes aspectos:

1 dê exemplos de políticas públicas que assegurem a reinserção do preso; [valor: 6,50 pontos]
2 segurança como condição para o exercício da cidadania; [valor: 6,50 pontos]
3 desafios do sistema prisional brasileiro. [valor: 6,00 pontos]
 SIMULADO PREPARATÓRIO PARA CONCURSO PÚBLICO
DEPARTAMENTO PENITENCIÁRIO NACIONAL
AGENTE FEDERAL DE EXECUÇÃO PENAL

GABARITO

Item 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
Gabarito E E C E C C C E C E E E E C C

Item 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
Gabarito E E E E C C C C E C C E C C E

Item 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45
Gabarito C E C E C C E C E C E E E E E

Item 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60
Gabarito E C C E E C C C E C E C C C C

Item 61 62 63 64 65 66 67 68 69 70 71 72 73 74 75
Gabarito E C E C E E C C E E E C E C E

Item 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90
Gabarito E C E E E E E C E C E C C E C

Item 91 92 93 94 95 96 97. 98. 99. 100. 101. 102. 103. 104. 105
Gabarito E E E C C E E C C E E C C E E

Item 106 107 108 109 110 111 112 113 114 115 116 117 118 119 120
Gabarito E E C C E C E C E E E E E C C

CONHECIMENTOS BÁSICOS
GRAMÁTICA E TEXTO
LUCAS LEMOS
Quisera ser um gato
1 Fora os fantasmas que me acompanham e me fazem
refletir sobre o sentido da vida, vivo eu, neste apartamento,
com uma gatinha siamesa. Que é linda, não preciso dizer,
mas, além disso, é especial: quase nunca mia e, quando soa a
5 campainha da porta, se arranca. Nem eu sei onde ela se esconde.

Ela é, portanto, muito diferente do gatinho que, an-
tes dela, me fazia companhia e que se foi. Morreu de ve-
lho, já que nunca havia adoecido durante seus 16 anos
de vida. Quando adoeceu, foi para morrer. Não preciso
10 dizer que fiquei traumatizado e não quis mais saber de outro
gato. Amigos e amigas me ofereceram um substituto para
o meu gatinho, e eu respondia que amigo não se substitui.

Os anos se passaram, a dor foi se apagando, até que um
belo dia, minha amiga Adriana Calcanhotto chegou aqui em
15 casa com um presente para mim: era uma gatinha siamesa.
Faltou-me coragem para dizer não, mesmo porque a bichi-
nha me encantou à primeira vista. Manteve-se arredia por
algum tempo, mas logo me aceitou e nos tornamos amigos.

Hoje me sinto praticamente lisonjeado pelo fato de que,
20 por medo ou desconfiança, enquanto ela foge de todo mundo,
me busca pela casa, sobe em minhas pernas e ali se deita,
isso sem falar que, todas as noites, dorme em minha cama.

Confia em mim, sabe que gosto dela e que pode con-
tar comigo para o que der e vier. Essa confiança de um
25 bicho que não fala a minha língua, que não sabe quem
sou eu, mas só o que sou dentro desta casa, me alegra.

E às vezes, olhando-a dormir na velha poltrona da
sala, lembro que para ela a morte não existe, como existe
para nós, gente. Ela é mortal, mas não sabe, logo é imortal.
30 A morte, no caso dela, é apenas um acidente como outro
qualquer, dormir, comer, brincar, correr; só existirá quando
acontecer, sem que ela saiba o que está acontecendo.

Neste ponto é que a invejo. Já pensou como a vida se-
ria leve se não tivéssemos consciência de que ela acaba?
35 Seria como viver para sempre, tal como ocorre com a gatinha.

E enquanto penso essas tolices, ela — que se chama Ga-
tinha — se levanta, vem até mim e começa a se roçar nas
minhas pernas, insistentemente. Só então me dou conta de
que está pedindo que eu vá até a cozinha e ponha ração no
40 seu prato. Ela não sabe que é mortal, mas sabe muito bem que
necessita comer e que quem lhe providencia a comida sou eu.

A verdade é que vivemos os dois neste apartamento cheio
de livros, quadros e móbiles (feitos por mim, não por Calder,
ou seja, falsos móbiles) e nos entendemos bem. A Gatinha é
45 diferente do Gatinho, é de outra geração, a geração do pet shop.
Por isso mesmo, ela não come carne nem peixe, só come ração.
DEPEN – AGENTE FEDERAL DE EXECUÇÃO PENAL

Consequentemente, ao contrário do Gatito, que subia na
mesa para xeretar meu almoço, ela não está nem aí para comi-
da de gente, só quer saber de ração. E tem mais: só pode ser
50 aquela ração; se mudar, ela não come, cheira e vai embora.

Aliás, isso criou um problema sério, quando a ra-
ção que Adriana trouxera terminou. Como não en-
tendia de rações, ao ver que a dela acabara, fui a um
pet shop aqui perto para comprar e, como não tinha a
55 dela, decidi comprar qualquer outra, mas fui advertido
pela dona da loja de que teria que ser da mesma ração.

Fui a outra loja, bem mais longe, e lá também não ti-
nha a tal ração. Pedi a meu neto que a comprasse num pet
shop do Humaitá, bairro onde ele mora, e nada, lá também
60 não havia. Desesperado, liguei para Adriana que, ime-
diatamente, me fez chegar aqui em casa dois pacotes com
a raríssima ração que a gatinha comia. Respirei, aliviado.

Depois aprendi que para evitar que ela morra de fome,
no caso de faltar sua ração exclusiva, há que ter em casa
65 uma ração parecida e ir misturando à sua até que se acos-
tume. Coisas de gatos modernos, muito diferentes daqueles
que, outrora, vagabundeavam aqui pelos telhados e pela rua.

Mas, se mudou a ração, não mudou a razão que me fez
adotá-la como minha companheira de todas as horas, que me
70 acorda, pontualmente, às seis horas da manhã, vindo cheirar
meu rosto sob o lençol. E agora a vejo, ali, a poucos metros
de mim, deitada na poltrona, livre da morte, nesta tarde de
março, num determinado ponto da Via Láctea, onde moramos.
Ferreira Gullar (com adaptações)
A respeito das ideias e das estruturas gramaticais, julgue os itens
seguintes.
1 Depreende-se adequadamente do texto que o autor se arre-
pendeu de adotar a gatinha, uma vez que ele não estava habi-
tuado à modernidade do novo bichinho.
Errado.
No último parágrafo, o autor afirma que “Mas, se mudou a ra-
ção, não mudou a razão que me fez adotá-la como minha com-
panheira de todas as horas”. Então, ele não se arrepende.
2 Conclui-se que após o desespero do autor em relação à co-
mida da gatinha, a amiga Adriana passou a fornecer a ra-
ção adequada.
Errado.
Depreendemos do texto que a amiga Adriana ajudou uma única
vez. Depois, ele aprendeu a misturar a ração de preferência do
gato com outra ração similar.
3 Diferentemente do antigo amigo do autor, a gatinha siamesa
não come carnes ou peixes; come apenas a ração.
Certo.

É possível observar, no texto, que a gatinha siamesa come ape-
nas a sua específica ração.
4 O texto é predominantemente descritivo, pois visa a caracte-
rizar o mais novo animal de estimação.
Errado.
Podemos observar que o autor Ferreira Gullar conta a experiên-
cia dele com a nova gatinha; ou seja, trata-se de um texto pre-
dominantemente narrativo. Logo, a alternativa está incorreta.
5 A substituição do vocábulo “portanto” (l. 6) por destarte
manterá a correção gramatical e as ideias originais do texto.
Certo.
Em “Ela é, portanto, muito diferente do gatinho”, a conjunção
“portanto” indica uma ideia conclusiva, assim como a palavra
“destarte”. Por isso, o item está correto.
6 As expressões “velha” (l. 27) e “da sala” (l. 27-28) desempe-
nham, contextualmente, mesma função morfossintática.
Certo.
Na frase “E às vezes, olhando-a dormir na velha poltrona da
sala, (…)”, observe que a palavra “velha” e a expressão “da
sala” caracterizam o substantivo “poltrona”; ou seja, ambos
são, morfologicamente, adjetivos. No primeiro caso, temos um
adjetivo; e no segundo, uma locução adjetiva. E, sintaticamen-
te, desempenham função de adjunto adnominal. Ou seja, exer-
cem mesma função morfossintática. Então, o item está correto.
7 Em “lembro que” (l. 28), a substituição por lembro-me de
que, além de manter a correção gramatical, preserva a ideia
original do texto.
Certo.
O verbo “lembrar” também poderá ser grafado com o pronome

— Como o quê? A estante!
“se”, ou seja, o verbo pode ser pronominal ou não. E, apesar

Não viera. Seu Joaquim não cumprira com a pala-
de não alterar o sentido nem prejudicar a correção gramatical,
haverá uma alteração na função sintática. O verbo pronominal
lembrar-se exige a preposição de (VTI), já o verbo lembrar
não exige preposição (VTD). Isso ocorrerá também com os se-
guintes verbos: esquecer, recordar, admirar, desfazer. Por-
tanto, o item está correto.
8 A forma pronominal, em “olhando-a dormir” (l. 27), exerce
a função de complemento direto da forma verbal, retomando
por coesão a amiga Adriana Calcanhotto.
Errado.
Note-se que o pronome oblíquo átono “as” retoma, contextual-
mente, a “gatinha siamesa” e exerce a função sintática de objeto

— Muito bem, 217. Já anotei. Amanhã terá sua estante.
direto. Veja que quem olha, olha algo. Sendo assim, o item está

Não tive. Ao chegar em casa e verificar que a estante não
incorreto.
DEPEN – AGENTE FEDERAL DE EXECUÇÃO PENAL
A estante
1 Naquele novo apartamento da rua Visconde de Pirajá
pela primeira vez teria um escritório para trabalhar. Não era
um cômodo muito grande mas dava para armar ali a minha
tenda de reflexões e leitura: uma escrivaninha, um sofá e os
5 livros. Na parede da esquerda, ficaria a grande e sonhada
estante que caberia todos os meus livros. Tratei de enco-
mendá-la a seu Joaquim, um marceneiro que tinha oficina na
rua Garcia D’Avila com Barão da Torre.

O apartamento não ficava tão perto da oficina. Era
10 quase em frente ao prédio onde morava Mário Pedrosa, entre
a Farme de Amoedo e a antiga Montenegro, hoje Vinicius
de Moraes. Estava ali há uma semana e nem decorara ainda
o número do prédio. Tanto que, quando seu Joaquim, ao
preencher a nota da encomenda, perguntou-me onde seria
15 entregue a estante, tive um momento de hesitação. Mas foi só
um momento. Pensei rápido: “Se o prédio do Mário é 228, o
meu, que fica quase em frente, deve ser 227. “Mas lembrei-me
de que, ao ir ali pela primeira vez, observara que, apesar de ficar
em frente ao do Mário, havia uma diferença na numeração.
20 — Visconde de Pirajá 127 — respondi, e seu Joaquim
desenhou o endereço na nota.

— Tudo bem, seu Ferreira. Dentro de um mês estará lá
sua estante.

— Um mês, seu Joaquim! Tudo isso? Veja se reduz esse
25 prazo.

— A estante é grande, dá muito trabalho… Digamos,
três semanas.

Contei as semanas. Não via chegar o momento de ter no
escritório a estante sonhada, onde enfim poderia arrumar os
30 livros por assunto e autores. E,mais que isso, sentir-me um
escritor de verdade, um profissional, cercado de livros por
todos os lados. No dia da entrega, voltei do trabalho apres-
sado para ver minha estante.

— Como é, veio? — perguntei ao entrar.
35 — Veio o quê?
vra empenhada, ah português filho de… Telefonei para
ele sem dissimular, no tom da voz, minha irritação. E ele:
40 — Como não cumpri? Andei com dois homens de cima
para baixo da rua e não encontrei o tal número que o senhor
me indicou. Não existe na rua Visconde de Pirajá o número
127, senhor Ferreira.

Fiquei sem ação. Dera a ele o número errado.
45 — Diga-me o número certo e sua estante estará em sua
casa amanhã mesmo.

Fiquei sem palavra. Se não era 127, qual número seria?
Não era 227, disso tinha certeza… E o Joaquim ao telefone:

— Qual o número, seu Ferreira?
50 — É 217, seu Joaquim… É isso, 217.
estava lá, conclui que havia dado de novo o número errado ao
marceneiro. E corri para o telefone a fim de me desculpar.

55 — Seu Joaquim, é o senhor Ferreira… da estante.

— O senhor está querendo brincar comigo?

Fui tomado por um frouxo de riso, enquanto seu Joa-
quim, indignado, dizia que não ia mais entregar estante
nenhuma, que eu fosse buscá-la, pois já era a segunda vez
60 que subira e descera a Visconde de Pirajá, carregando aquela
estante enorme, etc. etc…
Ferreira Gullar (com adaptações)
Quanto às estruturas gramaticais e semânticas, julgue os itens
seguintes.
9 É possível concluir a partir das ideias do texto que seu Ferrei-
ra desconhecia o endereço de sua própria residência.
Certo.
De fato, o seu Ferreira não sabia ao certo qual o endereço de sua
própria residência. Logo, esta alternativa está correta.
10 Está evidente, no texto, que seu Ferreira passou a morar onde
antes morava Vinicius de Moraes.
Errado.
Na verdade, Vinicius de Moraes é o nome da rua; por isso, o
item está errado.
11 Infere-se que Seu Ferreira ficou muito bravo com o seu Joa-
quim, pois ele não queria entregar a estante.
Errado.
Na verdade, o seu Joaquim é que ficou bastante irritado com o
seu Ferreira, porque nunca passava o endereço correto. Então,
o item está errado.
12 Em “Na parede da esquerda, ficaria a grande e sonhada es-
tante que caberia todos os meus livros.” (l. 5 e 6), a vírgula
empregada é apenas estilística.
Errado.
No trecho “Na parede da esquerda, ficaria a grande e sonhada
estante que caberia todos os meus livros”, a vírgula foi empre-
gada para marcar o deslocamento do adjunto adverbial de lugar
de longa extensão “Na parede da esquerda”; por essa razão, o
item está errado, pois não é uma opção estilística do autor.
13 Em “(…) havia uma diferença na numeração.” (l. 19), o
sujeito da forma verbal destacada é conhecido como inde-
terminado.
Errado.
Na frase “havia uma diferença na numeração”, observe-se que
o verbo “haver” é um verbo existencial. Nesta situação, poder-
-se-á também usar a seguinte construção: existia uma diferença
DEPEN – AGENTE FEDERAL DE EXECUÇÃO PENAL
na numeração. Quando o verbo “haver” significar existir, será
considerado verbo impessoal, e, neste caso, o sujeito será ine-
xistente. Portanto, a alternativa está errada.
14 Em “O apartamento não ficava tão perto da oficina.” (l. 9), a
expressão da oficina é empregada, sintaticamente, como um
complemento do termo “perto”.
Certo.
No trecho “O apartamento não ficava tão perto da oficina”, a
expressão “da oficina” exerce a função sintática de complemen-
to nominal do advérbio “perto”. O complemento nominal é um
termo preposicionado que completa um adjetivo, um advérbio,
ou um substantivo abstrato. Por isso, o item está correto.
15 Identifica-se, em “ao ir ali pela primeira vez, observara que”
(l. 18), uma noção de tempo.
Certo.
No trecho “ao ir ali pela primeira vez, observara que”, notamos
um tempo; por isso, oração subordinada adverbial temporal. E
será reduzida, porque o verbo “ir” se apresenta no infinitivo.
DICA IMPORTANTE
Preposição para + infinitivo = finalidade: Para ser aprova-
do, estude.
Preposição por + infinitivo = causa: Por chegar tarde,
foi demitido.
Locução prepositiva apesar de + infinitivo = concessão: Ape-
sar de ter acordado cedo, chegou atrasado.
Contração ao + infinitivo = tempo: Ao chegar, devolva-me os
documentos.
ÉTICA
KÁTIA LIMA / GUSTAVO SCATOLINO
Sobre ética geral e ética no serviço público, julgue os itens:
16 Valores são natos e, portanto, não podem ser modificados e
não sofrem influência social.
Errado.
Os valores éticos dependem da cultura, pois são influenciados
por esta; são construídos, não nascem com o indivíduo.
17 Servidor público do DEPEN que se recusa a seguir ordem
ilegal do superior hierárquico comete desvio ético.
Errado.
O servidor público deve obedecer a ordens superiores, desde
que não sejam ilegais.

Conforme a Lei n. 12.846/2013, julgue o item a seguir:
18 Para aplicação da sanção administrativa, a Comissão deve le-
var em consideração, entre outros fatores, a personalidade do
agente público e os seus antecedentes.
Errado.
O fator apontado acima não está na citada lei.
Art. 7º Serão levados em consideração na aplicação das sanções:
I – a gravidade da infração;
II – a vantagem auferida ou pretendida pelo infrator;
III – a consumação ou não da infração;
IV – o grau de lesão ou perigo de lesão;
V – o efeito negativo produzido pela infração;
VI – a situação econômica do infrator;
VII – a cooperação da pessoa jurídica para a apuração das in-
frações;
VIII – a existência de mecanismos e procedimentos internos de
integridade, auditoria e incentivo à denúncia de irregularidades
e a aplicação efetiva de códigos de ética e de conduta no âmbito
da pessoa jurídica;
IX – o valor dos contratos mantidos pela pessoa jurídica com o
órgão ou entidade pública lesados; e
X – (VETADO).
Parágrafo único. Os parâmetros de avaliação de mecanismos e
procedimentos previstos no inciso VIII do caput serão estabeleci-
dos em regulamento do Poder Executivo federal.
RACIOCÍNIO LÓGICO
MARCELO LEITE
Neste mês, um Agente Penitenciário conseguiu intervir um bilhete
que seria repassado ao chefe de uma facção criminosa. Ao trans-
crever o texto para o diretor, o Agente escreveu as seguintes pre-
missas P1, P2, P3 e P4.
P1: Se o carro forte for ao banco, então os amigos irão invadir
o banco.
P2: Se os amigos invadirem o banco, então a operação será
abortada.
P3: A polícia não descobriu o delito ou a operação não será
abortada.
P4: A polícia descobriu o delito.
Considerando que as premissas citadas são verdadeiras, julgue os
itens a seguir:
19 A junção das premissas P1, P2, P3, e P4 com a conclusão “O
carro forte foi ao banco” formam um argumento válido.
Errado.
A partir de P4 será feita a análise:
P1: (Se o carro forte for ao banco (F), então os amigos irão
invadir o banco (F).) VERDADEIRA
P2: (Se os amigos invadirem o banco (F), então a operação será
abortada (F).) VERDADEIRA
DEPEN – AGENTE FEDERAL DE EXECUÇÃO PENAL
P3: (A polícia não descobriu o delito (F) ou a operação não será
abortada (V).) VERDADEIRA
P4: (A polícia descobriu o delito). VERDADEIRA
Conclusão: O carro forte foi ao banco. (FALSO)
Nesse argumento a verdade das premissas não garante a
verdade da conclusão, o que caracteriza um ARGUMEN-
TO INVÁLIDO.
Portanto, o item é ERRADO.
20 A premissa P1 é equivalente à expressão “os amigos irão in-
vadir o banco, desde que o carro forte vá ao banco”.
Certo.
A expressão citada no item é uma condicional (desde que = se),
assim a sentença “os amigos irão invadir o banco, desde que o
carro forte vá ao banco” é equivalente a “os amigos irão invadir
o banco, SE o carro forte for ao banco” cuja representação na
ordem direta será representada por “Se o carro forte for ao ban-
co então os amigos irão invadir o banco.”.
Portanto, o item é CERTO.
21 Caso a proposição “A polícia não descobriu o delito” seja fal-
so, então a proposição “A operação não será abortada” será
obrigatoriamente verdadeira, para que a premissa P3 seja
verdadeira.
Certo.
P3: (A polícia não descobriu o delito (FALSO) ou a operação
não será abortada (?).) VERDADEIRA
Como P3 é uma disjunção e para que a mesma seja verdadei-
ra, pelo menos uma proposição deverá ser verdadeira. A pro-
posição “A polícia não descobriu o delito” é FALSO, assim a
proposição “a operação não será abortada” deverá ser obrigato-
riamente VERDADEIRO, para que a DISJUNÇÃO seja VER-
DADEIRA. Portanto, o item é CERTO.
22 A afirmação “Tanto a polícia descobriu o delito como a ope-
ração será abortada.” possui valor lógico falso.
Certo.
Como a premissa P3 é uma disjunção e sua negação é dada
por: ~(A v B) = (~A) ^ (~B), assim a sentença “A polícia não
descobriu o delito ou a operação não será abortada.” cujo valor
lógico é verdadeiro poderá ser negado por “A polícia descobriu
o delito e a operação será abortada.” cujo valor lógico é FAL-
SO. Portanto, o item é CERTO.
23 Para limpar as alas de nº 4 a 10 de um Presídio Federal, 10
funcionários igualmente eficientes demoram 4 horas para re-
alizar o serviço. O diretor deseja que essas alas sejam limpas
em 5 horas, para que seja atendido o desejo do diretor dois
funcionários deverão ser dispensados do serviço.
Certo.
 DEPEN – AGENTE FEDERAL DE EXECUÇÃO PENAL

As grandezas funcionários e tempo são grandezas INVER- xeira está vazia, logo, podemos afirmar que, de acordo com as
SAMENTE PROPORCIONAIS, assim será multiplicado configurações padrão, a Lixeira terá espaço para armazenar um
em “LINHA”. arquivo de texto.
FUNCIONÁRIO TEMPO (Horas)
10 4 Sobre conceitos relacionados a Rede e Internet, julgue o item.
X 5
5.X = 10.4 26 TELNET é um protocolo cliente-servidor usado para permitir
5.X = 40 a comunicação entre computadores ligados numa rede (aces-
X = 8 funcionários so remoto). É um protocolo baseado em TCP.
Portanto, o item é CERTO.
Certo.
24 Em uma pesquisa realizada no Presídio Federal, constatou-se Famoso protocolo da família TCP/IP para acesso remoto (a dis-
que 30% dos detentos possuem algum curso superior, entre os tância) que utiliza como protocolo de transporte o TCP.
demais, 20% cometeram algum crime violento. Então, a por-
centagem de detentos, nesse presídio, que não possuem curso Sobre conceitos relacionados à segurança da informação, backup e
superior e cometeram algum crime violento é inferior a 12%. sistemas de armazenamento em disco e sistemas de replicação de
dados, julgue o próximo item.
Errado.
Possuem algum curso superior: 30% 27 Na replicação de dados assíncrona, os dados são gravados
Não possuem curso superior: 70%, desses 20% cometeram al- no local primário e secundário ao mesmo tempo. Assim, os
gum crime violento. dados permanecem idênticos e atuais em ambas as fontes. O
Assim, a porcentagem de detentos que não possuem curso su- processo funciona rapidamente com pequena margem de erro.
perior e cometeram algum crime violento será igual a 20% de
Errado.
70% = x = = 14% Conceito de replicação de dados síncrona.

Portanto, o item é ERRADO. Sobre a figura e conhecimentos relacionados ao Microsoft

Word 2016/2019/365, configuração padrão, idioma português,
INFORMÁTICA julgue o item.
FABRICIO MELO

Sobre a figura e conhecimentos relacionados ao Windows 10, em

português, configuração padrão, julgue o próximo item.

28 É correto afirmar que o texto possui uma quebra de linha,

que pode ter sido inserida através da combinação de teclas,
SHIFT+ENTER.

25 Ao selecionar o arquivo infocomfabricio.docx e pressio-
nar a tecla DELETE, o arquivo será enviado para a Lixeira
do Windows.
Certo.
Observe que o botão Mostrar Tudo está habilitado, com isso,
por meio do símbolo , podemos afirmar que foi pressionado
a combinação de teclas SHIFT+ENTER, quebra de linha.

Certo.
Sim, o arquivo será enviado para a Lixeira.
Atenção! O Windows 10, via de regra, não exibe mais a men-
sagem de confirmação para envio à lixeira. Observe que a li-
 DEPEN – AGENTE FEDERAL DE EXECUÇÃO PENAL

Sobre a figura e conhecimentos relacionados ao Libre Office Calc, CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

configuração padrão, idioma português, julgue o próximo item.

DIREITO CONSTITUCIONAL
RICARDO BLANCO

Julgue os itens de acordo com a jurisprudência do STJ.

31 Não há que se falar em ilegalidade do flagrante se não houve

interceptação de dados ou quebra de sigilo, visto que os diá-
logos preexistiam e estavam gravados no celular de outro réu
preso em flagrante, podendo ser visualizados por qualquer
pessoa que tivesse acesso ao aparelho que, no caso, foram os
policiais, por atuação voluntária do proprietário, que forne-
ceu de forma espontânea o acesso ao aparelho, não podendo
29 Considerando que na célula A1, da planilha DEPEN2, con-
ser considerada prova ilícita.
tém o valor 3. É correto inferir que o valor de A1 da pla-
nilha DEPEN, pode ter sido obtido por meio da fórmula:
Certo.
=SOMA(DEPEN2.A1+C1).
Não há que se falar em ilegalidade do flagrante se não houve in-
terceptação de dados ou quebra de sigilo, visto que os diálogos
Certo.
preexistiam e estavam gravados no celular de outro réu preso
Referência externa (3D) do Libre Office Calc. Por meio da fór-
em flagrante, podendo ser visualizados por qualquer pessoa que
mula citada, ele irá fazer uma soma da célula A1 da planilha
tivesse acesso ao aparelho que, no caso, foram os policiais, por
DEPEN2 com a C1 da planilha ativa, DEPEN. O Excel utiliza
atuação voluntária do proprietário, que forneceu de forma es-
o sinal ! (exclamação) após o nome da planilha. O Calc utiliza
pontânea o acesso ao aparelho, não podendo ser considerada
o “.” (ponto).
prova ilícita. (Acórdão 1083587, unânime, Relator: ROBER-
VAL CASEMIRO BELINATI, 2ª Turma Criminal, data de jul-
Sobre conceitos relacionados a banco de dados, julgue o
gamento: 8/3/2018)
próximo item.
32 Em regra, o Estado não está obrigado a dispensar medicamen-
30 Uma das desvantagens de utilizar sistema gerenciador de
to não constante de lista do Sistema Único de Saúde (SUS). O
banco de dados é o fato de ele não realizar o controle da re-
reconhecimento do direito individual ao fornecimento, pelo
dundância de dados, o que pode ocorrer inconsistências entre
Estado, de medicamento de alto custo, não incluído em polí-
os arquivos.
tica nacional de medicamentos ou em programa de medica-
mentos de dispensação em caráter excepcional, constante de
Errado.
Conceito invertido: uma das vantagens de utilizar sistema ge- rol dos aprovados, independe da demonstração da imprescin-
renciador de banco de dados é o fato de ele realizar o controle dibilidade (adequação e necessidade), da impossibilidade de
da redundância de dados, o que impede a ocorrência de incon- substituição e da incapacidade financeira do enfermo e dos
sistências entre os arquivos. membros da família solidária.

Errado.
Em regra, o Estado não está obrigado a dispensar medicamento
não constante de lista do Sistema Único de Saúde (SUS). (...)
O reconhecimento do direito individual ao fornecimento, pelo
Estado, de medicamento de alto custo, não incluído em política
nacional de medicamentos ou em programa de medicamentos
de dispensação em caráter excepcional, constante de rol dos
aprovados, depende da demonstração da imprescindibilidade
(adequação e necessidade), da impossibilidade de substituição
e da incapacidade financeira do enfermo e dos membros da fa-
mília solidária, respeitadas as disposições sobre alimentos dos
arts. 1.649 a 1.710 do Código Civil (CC) e assegurado o direi-
to de regresso. [RE 566.471, rel. min. Marco Aurélio, j. 11-3-
2020, P, Informativo 969, RG, Tema 6.]

33 As hipóteses de perda da nacionalidade possui um rol taxati-
vo, na Constituição.
Certo.
A perda da nacionalidade brasileira, por sua vez, somente pode
ocorrer nas hipóteses taxativamente definidas na Constituição
da República, não se revelando lícito, ao Estado brasileiro, seja
mediante simples regramento legislativo, seja mediante trata-
dos ou convenções internacionais, inovar nesse tema, quer para
ampliar, quer para restringir, quer, ainda, para modificar os ca-
sos autorizadores da privação – sempre excepcional – da condi-
ção político-jurídica de nacional do Brasil. [HC 83.113 QO, rel.
min. Celso de Mello, j. 26-3-2003, P, DJ de 29-8-2003.]
34 É possível que o vice-prefeito, que ocupou o cargo de prefeito
por força de decisão judicial que determinou o afastamento
do titular, possa ter registro de candidatura a uma terceira as-
sunção na chefia do Poder Executivo municipal.
Errado.
Vice-prefeito que ocupou o cargo de prefeito por força de deci-
são judicial que determinou o afastamento do titular. Registro
de candidatura a uma terceira assunção na chefia do Poder Exe-
cutivo municipal. Impossibilidade. Nos termos do § 5º do art.
14 da CF, "os prefeitos e quem os houver sucedido ou substitu-
ído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos para um único
período subsequente". [RE 464.277 AgR, rel. min. Ayres Britto,
j. 9-10-2007, 1ª T, DJE de 4-4-2008.] = RE 756.073 AgR, rel.
min. Ricardo Lewandowski, j. 17-12-2013, 2ª T, DJE de 13-2-
2014 Vide RE 1.128.439 AgR, rel. min. Celso de Mello, j. 23-
10-2018, 2ª T, DJE de 14-12-2018.
35 O reconhecimento da justa causa para transferência de parti-
do político afasta a perda do mandato eletivo por infidelidade
partidária. Contudo, ela não transfere ao novo partido o direi-
to de sucessão à vaga.
Certo.
O reconhecimento da justa causa para transferência de parti-
do político afasta a perda do mandato eletivo por infidelidade
partidária. Contudo, ela não transfere ao novo partido o direito
de sucessão à vaga. [MS 27.938, rel. min. Joaquim Barbosa, j.
11-3-2010, P, DJE de 30-4-2010.] Vide MS 26.604, rel. min.
Cármen Lúcia, j. 4-10-2007, P, DJE de 3-10-2008.
36 Os substitutos eventuais do Presidente da República – o Pre-
sidente da Câmara dos Deputados, o Presidente do Senado
Federal e o Presidente do Supremo Tribunal Federal, ficarão
unicamente impossibilitados de exercer, em caráter interino,
a Chefia do Poder Executivo da União, caso ostentem a posi-
ção de réus criminais, condição que assumem somente após o
recebimento judicial da denúncia ou da queixa-crime.
Certo.
DEPEN – AGENTE FEDERAL DE EXECUÇÃO PENAL
Os substitutos eventuais do Presidente da República – o Presi-
dente da Câmara dos Deputados, o Presidente do Senado Fe-
deral e o Presidente do Supremo Tribunal Federal (CF, art. 80)
– ficarão unicamente impossibilitados de exercer, em caráter
interino, a Chefia do Poder Executivo da União, caso ostentem
a posição de réus criminais, condição que assumem somente
após o recebimento judicial da denúncia ou da queixa-crime
(CF, art. 86, § 1º, I). Essa interdição, contudo – por unicamente
incidir na hipótese estrita de convocação para o exercício, por
substituição, da Presidência da República (CF, art. 80) –, não
os impede de desempenhar a chefia que titularizam no órgão
de Poder que dirigem, razão pela qual não se legitima qualquer
decisão que importe em afastamento imediato de tal posição
funcional em seu órgão de origem. A ratio subjacente a esse
entendimento (exigência de preservação da respeitabilidade das
instituições republicanas) apoia-se no fato de que não teria sen-
tido que os substitutos eventuais a que alude o art. 80 da Carta
Política, ostentando a condição formal de acusados em juízo
penal, viessem a dispor, para efeito de desempenho transitório
do ofício presidencial, de maior aptidão jurídica que o próprio
chefe do Poder Executivo da União, titular do mandato, a quem
a Constituição impõe, presente o mesmo contexto (CF, art. 86,
§ 1º), o necessário afastamento cautelar do cargo para o qual foi
eleito. [ADPF 402 MC-REF, rel. p/ o ac. min. Celso de Mello,
j. 7-12-2016, P, DJE de 29-8-2018.]
37 No caso de dupla vacância, do prefeito e do vice, o município
deve respeitar o modelo de eleição direta ou indireta fixada
na constituição.
Errado.
Art. 75 da Lei Orgânica do Município de Manaus/AM, que dis-
põe sobre os substitutos eventuais do prefeito e vice-prefeito no
caso de dupla vacância. (...) A jurisprudência da Corte fixou-se
no sentido de que a disciplina acerca da sucessão e da substitui-
ção da chefia do Poder Executivo municipal põe-se no âmbito
da autonomia política do Município, por tratar tão somente de
assunto de interesse local, não havendo dever de observância do
modelo federal (...). [RE 655.647 AgR, rel. min. Dias Toffoli, j.
11-11-2014, 1ª T, DJE de 19-12-2014.]
38 A escolha do governador do Estado de delegados ou delega-
das integrantes da carreira policial, independente do estágio
de sua progressão funcional.
Certo.
Ausência de vício formal de iniciativa quando a emenda da
Constituição estadual adequar critérios de escolha do chefe da
polícia civil aos parâmetros fixados no art. 144, § 4º, da Cons-
tituição da República. Impõe-se, na espécie, interpretação con-
forme para circunscrever a escolha do governador do Estado a
delegados ou delegadas integrantes da carreira policial, inde-
pendente do estágio de sua progressão funcional. [ADI 3.077,
rel. min. Cármen Lúcia, j. 16-11-2016, P, DJE de 1º-8-2017.]

DIREITO PENAL
GERAL E ESPECIAL
WALLACE FRANÇA
Considerando o Código Penal, bem como entendimento doutriná-
rio e jurisprudencial dominante, julgue os itens seguintes.
39 Conforme entendimento do STJ, não se aplica o arrependi-
mento posterior para o agente que fez o ressarcimento da dí-
vida principal antes do recebimento da denúncia, mas somen-
te pagou depois os juros e a correção monetária.
Errado.
Conforme julgado publicado no Informativo n. 973 do STF,
aplica-se o arrependimento posterior para o agente que fez o
ressarcimento da dívida principal antes do recebimento da
denúncia, mas somente pagou depois os juros e a correção
monetária.
40 Comete crime de desobediência o indivíduo que não atende a
ordem dada pelo oficial de justiça na ocasião do cumprimento
de mandado de entrega de veículo.
Certo.
Conforme julgado publicado no Informativo n. 975 do STF,
comete crime de desobediência o indivíduo que não atende a
ordem dada pelo oficial de justiça na ocasião do cumprimento
de mandado de entrega de veículo.
41 A ação penal no crime de estelionato será pública incondicio-
nada se a vítima for pessoa com deficiência física ou mental.
Errado.
Conforme artigo 171, § 5º, III, do Código Penal, a ação penal
do crime de estelionato será pública incondicionada se a vítima
for pessoa com deficiência mental.
42 A ação penal no crime de estelionato será pública incondicio-
nada se a vítima for pessoa idosa.
Errado.
Conforme artigo 171, § 5º, IV, do Código Penal, a ação penal
no crime de estelionato será pública incondicionada se a vítima
for maior de 70 (setenta) anos. Sendo que idoso é a pessoa com
idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos.
43 No crime de furto (art. 155 do Código Penal), a ação penal
será sempre pública incondicionada, sendo cabível a ação pe-
nal privada subsidiária da pública.
Errado.
Nos casos do art. 182 do Código Penal, o furto poderá ter ação
penal pública condicionada à representação do ofendido.
DEPEN – AGENTE FEDERAL DE EXECUÇÃO PENAL
44 Por ausência de previsão legal, o crime de dano pratica-
do contra o Distrito Federal será dano simples e não dano
qualificado.
Errado.
A Lei n. 13.531/2017 inclui o Distrito Federal como hipótese de
sujeito passivo que torna o crime de dano qualificado.
45 O crime de receptação não será punível se desconhecido o
autor do crime de que proveio a coisa.
Errado.
Conforme artigo 180, § 4º, do Código Penal, a receptação é
punível, ainda que desconhecido ou isento de pena o autor do
crime de que proveio a coisa.
46 Aplica-se à receptação culposa o mesmo regramento do furto
privilegiado.
Errado.
As regras do furto privilegiado são aplicáveis à recepta-
ção dolosa.
47 A receptação imprópria não admite tentativa.
Certo.
Conforme entendimento doutrinário, somente a receptação pró-
pria admite a tentativa; não a admitindo a receptação imprópria.
DIREITO PROCESSUAL PENAL
ÉRICO PALAZZO
48 No que concerne à lei processual penal no espaço, apesar do
Código de Processo Penal brasileiro adotar o princípio da
territorialidade, existem algumas exceções nas quais referido
diploma não será aplicado.
Certo.
De fato, o CPP adotou o princípio da territorialidade. Entretan-
to, as exceções são apresentadas no art. 1º do CPP.
49 João Ferreira, maior imputável, é réu em ação penal em virtu-
de da prática do crime de roubo. Durante a ação penal, surge
uma nova lei processual que vem a lhe prejudicar conside-
ravelmente. É correto afirmar que a referida lei processual
não será aplicada à ação penal em curso contra João Ferreira,
dado o princípio da irretroatividade da lei processual penal
prejudicial ao réu.
Errado.
Não se aplica ao direito processual penal o princípio da irretro-
atividade da lei penal mais gravosa. Este princípio é aplicável
ao direito penal. No direito processual penal, de acordo com o

art. 2º, CPP, aplica-se os princípios da aplicação imediata e do
tempus regit actum, ainda que a nova lei venha a ser prejudi-
cial ao réu.
50 No curso de uma ação penal, o juiz proferiu uma decisão que
cabe recurso no prazo de 10 dias. Ocorre que no 2º dia do pra-
zo recursal, entra em vigor a lei X, que passa a estabelecer o
prazo de 5 dias para a interposição do referido recurso. Neste
caso, é correto afirmar que a parte possui somente mais 3 dias
para interpor o recurso.
Errado.
Apesar do princípio da aplicação imediata determinar que leis
processuais penais devem ser aplicadas tão logo entrem em vi-
gor, no que concerne a prazo recursal, estes são estabelecidos
no momento da decisão judicial. Assim, uma vez que o prazo
de 10 dias já havia sido concedido quando da decisão judicial,
não é possível que seja alterado durante o curso deste prazo, sob
severo risco de insegurança jurídica ao recorrente.
51 Aplicação analógica, que é sinônimo de analogia, é admitida
em direito processual penal, seja para beneficiar ou preju-
dicar o réu.
Certo.
De fato, aplicação analógica é sinônimo de analogia e é ad-
mitida, sem restrições, em direito processual penal, conforme
expresso no art. 3º do CPP.
52 O inquérito policial possui a característica da dispensabilida-
de, segundo a qual não se trata de um procedimento obriga-
tório no âmbito da persecução penal, e da indisponibilidade,
segundo a qual a autoridade policial não poderá mandar ar-
quivar autos de inquérito.
Certo.
A dispensabilidade e a indisponibilidade são características do
inquérito policial delineadas pela doutrina pátria. Cumpre res-
saltar, porém, que a última tem previsão no art. 17 do Código
Penal brasileiro.
53 De acordo com as alterações produzidas no Código de Pro-
cesso Penal, pela Lei n. 13.964/2019 (Pacote Anticrime),
compete ao juiz das garantias decidir sobre a prisão temporá-
ria ou prisão preventiva na fase pré-processual.
Certo.
De fato, o Código de Processo Penal, em seu artigo 3º-B, defi-
niu que cabe ao juiz das garantias decidir sobre o requerimento
de prisão provisória ou outra medida cautelar. Ressalte-se que
a atuação do juiz das garantias ocorre na fase inquisitorial (pré-
-processual).
DEPEN – AGENTE FEDERAL DE EXECUÇÃO PENAL
54 Excepcionalmente, a ação penal de iniciativa privada pode
ser promovida mediante denúncia do Ministério Público.
Errado.
Não existe a exceção sugerida na assertiva. A ação penal de ini-
ciativa privada será sempre promovida mediante queixa-crime.
55 O perdão do ofendido poderá ser aceito por procurador com
poderes especiais.
Certo.
De fato, conforme art. 55, do CPP, o perdão do ofendido pode
ser aceito por procurador com poderes especiais. Lembrando
que o perdão do ofendido é um ato bilateral e, para gerar a ex-
tinção da punibilidade do réu, deve ser aceito por este ou por
seu procurador com poderes especiais.
DIREITO ADMINISTRATIVO
RICARDO BLANCO
Julgue o item segundo a Lei n. 8.112/1990.
56 Os servidores investidos em cargo ou função de direção ou
chefia e os ocupantes de cargo de Natureza Especial terão
substitutos indicados no regimento interno ou, no caso de
omissão, previamente designados pela chefia imediata.
Errado.
Art. 38. Os servidores investidos em cargo ou função de direção
ou chefia e os ocupantes de cargo de Natureza Especial terão
substitutos indicados no regimento interno ou, no caso de omis-
são, previamente designados pelo dirigente máximo do órgão
ou entidade.
Julgue o item segundo a Lei n. 8.666/1993.
57 É vedada a inclusão, no objeto da licitação, de fornecimento
de materiais e serviços sem previsão de quantidades ou cujos
quantitativos não correspondam às previsões reais do projeto
básico ou executivo.
Certo.
Art. 7º, § 4o É vedada, ainda, a inclusão, no objeto da licitação,
de fornecimento de materiais e serviços sem previsão de quan-
tidades ou cujos quantitativos não correspondam às previsões
reais do projeto básico ou executivo.

Julgue o item segundo o Decreto n. 10.024/2019.
58 Para fins do disposto nesse Decreto, considera-se serviço
comum de engenharia a atividade ou conjunto de atividades
que necessitam da participação e do acompanhamento de
profissional engenheiro habilitado, e cujos padrões de de-
sempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos
pela Administração Pública, mediante especificações usuais
de mercado.
Certo.
Art. 3º Para fins do disposto neste Decreto, considera-se: VIII
– serviço comum de engenharia – atividade ou conjunto de ati-
vidades que necessitam da participação e do acompanhamento
de profissional engenheiro habilitado, nos termos do disposto
na Lei n. 5.194, de 24 de dezembro de 1966, e cujos padrões
de desempenho e qualidade possam ser objetivamente defini-
dos pela administração pública, mediante especificações usuais
de mercado.
Julgue o item segundo o Decreto n. 6.0170/2007.
59 Para os efeitos desse Decreto, considera-se concedente o ór-
gão ou entidade da Administração Pública federal direta ou
indireta, responsável pela transferência dos recursos financei-
ros destinados à execução do objeto do convênio.
Certo.
Art. 1º, § 1º, IV – Para os efeitos deste Decreto, considera-se:
Concedente é o órgão ou entidade da administração pública fe-
deral direta ou indireta, responsável pela transferência dos re-
cursos financeiros destinados à execução do objeto do convênio.
Julgue o item segundo a Lei n. 9.784/1999.
60 Os processos administrativos de que resultem sanções po-
derão ser revistos, a qualquer tempo, a pedido ou de ofício,
quando surgirem fatos novos ou circunstâncias relevantes
suscetíveis de justificar a inadequação da sanção aplicada.
Certo.
Art. 65. Os processos administrativos de que resultem sanções
poderão ser revistos, a qualquer tempo, a pedido ou de ofício,
quando surgirem fatos novos ou circunstâncias relevantes sus-
cetíveis de justificar a inadequação da sanção aplicada.
Julgue os itens.
61 A culpa da vítima e a culpa de terceiros são causas atenuantes
da responsabilidade civil do Estado.
Errado.
São excludentes de responsabilidade.
DEPEN – AGENTE FEDERAL DE EXECUÇÃO PENAL
62 O Estado é civilmente responsável por dano causado a par-
ticular em decorrência de má conservação de rodovia que se
encontra sob responsabilidade pública.
Certo.
Por suas omissões, o Estado responde pela teoria subjetiva.
63 O poder regulamentar confere ao Chefe do Executivo a edi-
ção de decretos para modificar as leis.
Errado.
O decretos servem para garantir a execução das leis, mas não
podem alterá-las.
DIREITOS HUMANOS E
PARTICIPAÇÃO SOCIAL
THIAGO MEDEIROS
Julgue os itens abaixo de acordo o Decreto n. 9.759/2019.
64 O Decreto n. 9.759/2019 tem como objetivo estabelecer dire-
trizes, regras e limitações para os colegiados da Administra-
ção Pública federal.
Certo.
Extingue e estabelece diretrizes, regras e limitações para cole-
giados da Administração Pública federal.
65 O Decreto n. 9.759/2019 extingue os colegiados criados por
lei, decretos e atos normativos inferiores a decretos.
Errado.
Os colegiados criados por lei não são extintos pelo Decreto n.
9.759/2019.
A aplicação deste Decreto abrange os colegiados instituídos por:
I – decreto;
II – ato normativo inferior a decreto; e
III – ato de outro colegiado.
66 O Decreto n. 9.759/2019 extingue os colegiados criados por
decretos, porém não alcança os colegiados criados por atos de
outros colegiados.
Errado.
Os colegiados criados por ato de outros colegiados também
são extintos.
A aplicação deste Decreto abrange os colegiados instituídos por:
I – decreto;
II – ato normativo inferior a decreto; e
III – ato de outro colegiado.

Julgue os itens abaixo de acordo com o Decreto n. 7.037, de 21 de
dezembro de 2009, que aprovou o Programa Nacional de Direi-
tos Humanos.
67 A partir da metade dos anos 1970, começam a ressurgir no
Brasil iniciativas de rearticulação dos movimentos sociais, a
despeito da repressão política e da ausência de canais demo-
cráticos de participação. Fortes protestos e a luta pela demo-
cracia marcaram esse período. Paralelamente, surgiram ini-
ciativas populares nos bairros reivindicando direitos básicos
como saúde, transporte, moradia e controle do custo de vida.
Nesse sentido um dos objetivos do PNDH-3 é a promoção
dos Direitos Humanos como princípios orientadores das po-
líticas públicas e das relações internacionais.
Certo.
A questão transcreve o objetivo estratégico I da Diretriz 2.
Diretriz 2: Fortalecimento dos Direitos Humanos como instru-
mento transversal das políticas públicas e de interação democrá-
tica.
Objetivo estratégico I: Promoção dos Direitos Humanos como
princípios orientadores das políticas públicas e das relações in-
ternacionais.
68 Alcançar o desenvolvimento com Direitos Humanos é capa-
citar as pessoas e as comunidades a exercerem a cidadania,
com direitos e responsabilidades. É incorporar, nos projetos,
a própria população brasileira, por meio de participação ati-
va nas decisões que afetam diretamente suas vidas. Nesse
sentido um dos objetivos estratégicos do PNDH-3 é a im-
plementação de políticas públicas de desenvolvimento com
inclusão social.
Certo.
É o objetivo estratégico I da Diretriz n. 4.
Diretriz 4: Efetivação de modelo de desenvolvimento sustentá-
vel, com inclusão social e econômica, ambientalmente equili-
brado e tecnologicamente responsável, cultural e regionalmente
diverso, participativo e não discriminatório.
Objetivo estratégico I: Implementação de políticas públicas de
desenvolvimento com inclusão social.
Julgue o item abaixo de acordo com o que prevê expressamente a
Declaração Universal dos Direitos Humanos.
69 De acordo com a Declaração Universal dos Direitos Huma-
nos, a saúde é um direito de todos e dever do Estado.
Errado.
A assertiva não corresponde ao texto da Declaração Universal
dos Direitos Humanos. O texto foi extraído do art. 196 da Cons-
tituição Federal.
DEPEN – AGENTE FEDERAL DE EXECUÇÃO PENAL
Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garanti-
do mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução
do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e
igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e re-
cuperação.
Julgue os itens a seguir sobre o Conselho Nacional de Política Cri-
minal e Penitenciária, o Conselho da Comunidade e o Conselho
Penitenciário.
70 O Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária é
um dos órgãos da execução penal e tem a incumbência de
estimular e promover a pesquisa criminológica. O mandado
dos membros do Conselho terá duração de 4 (quatro) anos.
Errado.
O mandato dos membros do Conselho terá duração de 2
(dois) anos.
71 O Conselho Penitenciário será integrado por membros desig-
nados por meio de ato do Ministério da Justiça.
Errado.
O Conselho será integrado por membros nomeados pelo Gover-
nador do Estado, do Distrito Federal e dos Territórios, dentre
professores e profissionais da área do Direito Penal, Proces-
sual Penal, Penitenciário e ciências correlatas, bem como por
representantes da comunidade. A legislação federal e estadual
regulará o seu funcionamento.
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
DIEGO FONTES
72 Segundo o STJ, é inviável a aplicação da causa especial de
diminuição de pena do tráfico privilegiado quando há conde-
nação simultânea do agente nos crimes de tráfico de drogas e
de associação para o tráfico, por evidenciar a sua dedicação a
atividades criminosas ou a sua participação em organização
criminosa.
Certo.
Ora, se o sujeito foi condenado no crime de associação para o
tráfico, não resta preenchido um dos requisitos do § 4º do art.
33, já que se observa que ele se dedica a atividades criminosas.
73 Constitui crime de Indução, Instigação ou Auxílio ao uso de
drogas, previsto no § 2º do art. 33 da Lei n. 11.343/2006, a
realização de manifestações públicas dirigidas à liberação do
uso de drogas.
Errado.
De forma alguma! O STF tem precedente que entende que a re-
alização de tais manifestações está protegida pelo direito cons-
titucional de manifestação do pensamento.

74 Nos termos da Lei n. 12.850/2013, o Ministério Público po-
derá deixar de oferecer denúncia se a proposta de acordo de
colaboração referir-se à infração de cuja existência não te-
nha prévio conhecimento e o colaborador for o primeiro a
prestar efetiva colaboração e não for o líder da organização
criminosa.
Certo.
Perfeito! Repare que com o pacote anticrime, passamos a ter
um novo requisito trazido na assertiva: “a proposta de acordo
de colaboração referir-se à infração de cuja existência não tenha
prévio conhecimento”.
75 O juiz poderá recusar homologação à proposta de colabora-
ção premiada que não atender aos requisitos legais, ou ade-
quá-la ao caso concreto.
Errado.
Com as alterações promovidas pelo Pacote Anticrime, o Juiz
não pode mais adequar a proposta de colaboração premiada ao
caso concreto. Para favorecer a imparcialidade do Juiz, a partir
de agora o Juiz deve devolver a proposta às partes para as ade-
quações necessárias (§ 8º, art. 4º da Lei n. 12.850/2013).
76 A tipificação do crime de lavagem de dinheiro exige que se
demonstre cabalmente a autoria e a materialidade da infração
penal anterior.
Errado.
De acordo com o § 1º do art. 2º da Lei n. 9.613/1998, “a de-
núncia será instruída com indícios suficientes da existência da
infração penal antecedente, sendo puníveis os fatos previstos
nesta Lei, ainda que desconhecido ou isento de pena o autor, ou
extinta a punibilidade da infração penal antecedente.”
77 Floriosmildo é agente de Polícia Civil e foi condenado à pena
de reclusão de quatro anos pela prática de tortura. De acordo
com a Lei n. 9.455/1997, a condenação de Floriosmildo acar-
retará a perda do seu cargo, função ou emprego público e a
interdição para seu exercício por oito anos.
Certo.
Exato. De acordo com a Lei, a condenação acarretará a perda
do cargo, função ou emprego público e a interdição para seu
exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada.
78 O crime de tortura é insuscetível de fiança ou graça, mas é
suscetível de anistia.
Errado.
O crime de tortura, na qualidade de crime equiparado a hedion-
do, é inafiançável e insuscetível de graça, indulto e anistia.
DEPEN – AGENTE FEDERAL DE EXECUÇÃO PENAL
79 De acordo com a Lei n. 12.846/2013, a proposta de acordo de
leniência somente se tornará pública após a sua publicação
em Diário Oficial.
Errado.
A proposta de acordo de leniência somente se tornará pública
após a efetivação do respectivo acordo, salvo no interesse das
investigações e do processo administrativo (art. 16, § 6º).
80 Responde por crime de abuso de autoridade o agente público
que constranger, sob violência ou grave ameaça, funcionário
ou empregado de instituição hospitalar pública ou privada a
admitir para tratamento pessoa cujo óbito já tenha ocorrido,
por acreditar que a referida pessoa ainda está viva e, desespe-
radamente, buscar tratamento médico.
Errado.
Não responde por crime de abuso de autoridade por ausência de
dolo específico, consistente no especial “fim de alterar local ou
momento de crime, prejudicando sua apuração” (conduta nor-
malmente levada a cabo para prejudicar alguém ou obter benefí-
cio para si ou para outrem). Na nossa questão, o agente público
apenas buscava desesperadamente tratamento para uma pessoa
que acreditava estar viva. Esse agente pode responder na esfera
administrativa ou cível, ou até mesmo criminalmente pela vio-
lência ou grave ameaça exercida, mas não responderá por crime
de abuso de autoridade por ausência de dolo específico.
CONHECIMENTOS
COMPLEMENTARES
EXECUÇÃO PENAL
DIEGO FONTES / RAFAEL OLIVEIRA
81 Os condenados por crime praticado, dolosamente, com vio-
lência de natureza grave contra pessoa, ou por crimes he-
diondos ou equiparados a hediondos, serão submetidos, obri-
gatoriamente, à identificação do perfil genético, mediante
extração de DNA – ácido desoxirribonucleico, por técnica
adequada e indolor.
Errado.
Os condenados por crimes equiparados a hediondos não serão
submetidos à identificação de perfil genético, tendo em vista
que a LEP apenas faz menção aos crimes dolosos praticados
com violência de natureza grave contra pessoa e aos crimes pre-
vistos no art. 1º da Lei n. 8.072/1990 (apenas os hediondos, não
incluindo os equiparados). Há, logicamente, a possibilidade de
um condenado por crime equiparado praticado com violência
de natureza grave contra pessoa, como o crime de tortura co-
metido nessas circunstâncias, ser submetido à referida identifi-
cação, mas o será pelo caráter de violência grave contra pessoa
utilizada na prática dessa infração penal, e não pelo fato de ter
cometido um crime equiparado a hediondo.

82 A autoridade policial, federal ou estadual, poderá, no caso
de inquérito instaurado, acessar o banco de dados de iden-
tificação de perfil genético, independentemente de autoriza-
ção judicial.
Errado.
Para o referido acesso será indispensável prévia autoriza-
ção judicial.
83 Segundo a Lei de Execução Penal, a assistência educacional
compreenderá a instrução escolar e a formação profissional
do preso e do internado.
Certo.
A assertiva está de acordo com o disposto no art. 17 da LEP.
84 De acordo com a Lei de Execução Penal, o trabalho do preso
será remunerado, mediante prévia tabela, não podendo ser in-
ferior a 1/3 (um terço) do salário mínimo.
Errado.
Não poderá ser inferior a 3/4 (três quartos) do salário mínimo.
85 Nos termos da Lei de Execução Penal, para o preso provisó-
rio, o trabalho não é obrigatório e só poderá ser executado no
interior do estabelecimento.
Certo.
É o que dispõe o parágrafo único do art. 31 da LEP.
86 Segundo o STJ, há incompatibilidade entre o benefício da saí-
da temporária e prisão domiciliar por falta de estabelecimento
adequado para o cumprimento de pena de reeducando que se
encontre no regime semiaberto.
Errado.
De acordo com a jurisprudência do STJ, o condenado que se
encontra cumprindo pena em prisão domiciliar por falta de va-
gas no regime semiaberto tem direito à saída temporária como
se estivesse efetivamente no regime semiaberto (Informati-
vo n. 655).
87 A ausência de vigilância direta na saída temporária não im-
pede a utilização de equipamento de monitoração eletrônica
pelo condenado, quando assim determinar o juiz da execução.
Certo.
Trata-se da vigilância indireta, compatível com a saída tempo-
rária quando determinado pelo Juiz (art. 122, § 1º, da LEP).
88 O STJ entende que para obtenção dos benefícios de saída
temporária e trabalho externo, considera-se o tempo de cum-
primento da pena no regime fechado.
DEPEN – AGENTE FEDERAL DE EXECUÇÃO PENAL
Certo.
Trata-se da Súmula 40/STJ.
89 A jurisprudência do STJ não admite a possibilidade de fixa-
ção de calendário anual de saídas temporárias por ato judi-
cial único.
Errado.
De acordo com o STJ, se a apreciação individual do pedido
estiver, por deficiência exclusiva do aparato estatal, a interferir
no direito subjetivo do apenado e no escopo ressocializador da
pena, deve ser reconhecida, excepcionalmente, a possibilidade
de fixação de calendário anual de saídas temporárias por ato
judicial único (Informativo n. 590).
90 Ao liberado condicional deverão ser impostas as condições
de obter ocupação lícita, dentro de prazo razoável se for apto
para o trabalho; comunicar periodicamente ao Juiz sua ocu-
pação e não mudar do território da comarca do Juízo da exe-
cução, sem prévia autorização deste.
Certo.
Trata-se do disposto no art. 132 da LEP.
91 Constitui dever do preso comparecer perante oficial de justi-
ça quando citado no interior de estabelecimento penal. Caso
podendo comparecer para ser citado, não o faça, poderá ser
punido pelo cometimento de falta grave.
Errado.
De forma alguma! O rol de deveres previstos na LEP e o rol
de faltas graves são exaustivos. Não pode o intérprete aplicar
interpretação extensiva ao rol de faltas graves de maneira a san-
cionar disciplinarmente o preso por hipótese não prevista ex-
pressamente na Lei. Isso feriria o princípio da legalidade. Além
disso, o pano de fundo dessa questão (não comparecer para ser
citado diante de oficial de justiça) já foi objeto de decisão do
STJ, que reconheceu o posicionamento aqui mencionado (HC
108.616-SP).
92 É competência do Juiz da Execução Penal propor diretrizes
da política criminal quanto à prevenção do delito, administra-
ção da Justiça Criminal e execução das penas e das medidas
de segurança.
Errado.
Trata-se, na verdade, de atribuição do Conselho Nacional de
Política Criminal e Penitenciária.
93 O direito de chamamento nominal do preso pode ser restringi-
do por ato motivado do diretor do estabelecimento prisional.
Errado.
O diretor do estabelecimento prisional só pode restringir ou sus-
pender os seguintes direitos: proporcionalidade na distribuição

do tempo para o trabalho, o descanso e a recreação; visita do
cônjuge, da companheira, de parentes e amigos em dias deter-
minados; e contato com o mundo exterior por meio de corres-
pondência escrita, da leitura e de outros meios de informação
que não comprometam a moral e os bons costumes.
94 Constitui atribuição do Departamento Penitenciário Nacional
colaborar com as Unidades Federativas mediante convênios,
na implantação de estabelecimentos e serviços penais.
Certo.
A referida atribuição está prevista no art. 72, IV da LEP.
95 O uso da força pelos agentes de segurança pública deverá se
pautar nos documentos internacionais de proteção aos direitos
humanos e deverá considerar, primordialmente: ao Código de
Conduta para os Funcionários Responsáveis pela Aplicação
da Lei, adotado pela Assembleia Geral das Nações Unidas na
sua Resolução n. 34/169, de 17 de dezembro de 1979.
Certo.
1. O uso da força pelos agentes de segurança pública deverá se
pautar nos documentos internacionais de proteção aos direitos
humanos e deverá considerar, primordialmente:
a. ao Código de Conduta para os Funcionários Responsáveis
pela Aplicação da Lei, adotado pela Assembleia Geral das
Nações Unidas na sua Resolução n. 34/169, de 17 de dezem-
bro de 1979.
96 É legítimo o uso de armas de fogo contra pessoa em fuga
que esteja desarmada ou que, mesmo na posse de algum tipo
de arma, não represente risco imediato de morte ou de lesão
grave aos agentes de segurança pública ou terceiros.
Errado.
4. Não é legítimo o uso de armas de fogo contra pessoa em fuga
que esteja desarmada ou que, mesmo na posse de algum tipo de
arma, não represente risco imediato de morte ou de lesão grave
aos agentes de segurança pública ou terceiros.
DEPEN – AGENTE FEDERAL DE EXECUÇÃO PENAL
EXECUÇÃO PENAL: PLANO
NACIONAL DE POLÍTICA CRIMINAL
E PENITENCIÁRIA 2020 – 2023
EDUARDO GALANTE
Nos termos do Plano Nacional de Política Criminal e Penitenciária
(2020-2023), julgue os itens a seguir.
97 Ao se deparar com a prática do fato criminoso, quer seja ele
violento ou não, as autoridades policiais e seus agentes, o
representante do Ministério Público e o juiz, haverão de ser
acionados, cada qual ao seu tempo, para que, de forma de-
pendente, exercitem os seus misteres, quer seja investigando,
denunciando ou julgando o infrator.
Errado.
Pág. 38 – Ao se deparar com a prática do fato criminoso, quer
seja ele violento ou não, as autoridades policiais e seus agentes,
o representante do Ministério Público e o juiz, haverão de ser
acionados, cada qual ao seu tempo, para que, de forma interde-
pendente, exercitem os seus misteres, quer seja investigando,
denunciando ou julgando o infrator.
98 Um grande empecilho enfrentado pelos operadores da in-
vestigação policial diz respeito à dificuldade em pesquisar e
confirmar dados dos investigados em tempo hábil, bem como
o compartilhamento dessas informações entre os órgãos,
não somente os congêneres da área de segurança e justiça,
mas também com aqueles que dão o suporte necessário nos
grandes casos.
Certo.
Pág. 43 – Um grande empecilho enfrentado pelos operadores
da investigação policial diz respeito à dificuldade em pesqui-
sar e confirmar dados dos investigados em tempo hábil, bem
como o compartilhamento dessas informações entre os órgãos,
não somente os congêneres da área de segurança e justiça,
mas também com aqueles que dão o suporte necessário nos
grandes casos.
99 A perseguição aos bens e valores tidos como proventos da in-
fração ou utilizados para a sua prática, em determinados mo-
mentos é mais importante ou até proporciona maiores resul-
tados práticos que a própria condenação e prisão do infrator.
Certo.
Pág. 44 – A perseguição aos bens e valores tidos como proven-
tos da infração ou utilizados para a sua prática, em determinados
momentos é mais importante ou até proporciona maiores resul-
tados práticos que a própria condenação e prisão do infrator.

100 Para todo o trabalho do aparelho preventivo visa a provar a
existência do crime e a sua autoria para que haja a efetiva
condenação dos envolvidos na prática dos ilícitos.
Errado.
Pág. 45 – Para todo o trabalho do aparelho repressivo visa a
provar a existência do crime e a sua autoria para que haja a efe-
tiva condenação dos envolvidos na prática dos ilícitos.
101 Conforme destacado no Atlas da Violência de 2019, “a cri-
minalidade violenta constitui um grande problema político”.
Errado.
Pág. 48 – Conforme destacado no Atlas da Violência de 2019,
“a criminalidade violenta constitui um grande problema
econômico”.
102 Crimes econômicos, tributários e de lavagem de dinhei-
ro merecem atenção específica, uma vez que seu resultado
atinge severamente o Estado, dado seu impacto nas finan-
ças públicas.
Certo.
Pág. 48 – Crimes econômicos, tributários e de lavagem de di-
nheiro merecem atenção específica, uma vez que seu resulta-
do atinge severamente o Estado, dado seu impacto nas finan-
ças públicas.
103 Para fortalecer a investigação criminal, de forma geral, é ne-
cessário investir em inteligência, sistemas de informação, in-
tegração e em capacitação das forças policiais. Não só, tam-
bém é necessário que se possa estabelecer prioridades quanto
aos delitos a serem investigados, evitando a dispersão de re-
cursos do Estado, que são finitos, em detrimento da eficiência
e da produtividade na apuração de delitos graves.
Certo.
Pág. 49 – Para fortalecer a investigação criminal, de forma
geral, é necessário investir em inteligência, sistemas de infor-
mação, integração e em capacitação das forças policiais. Não
só, também é necessário que se possa estabelecer prioridades
quanto aos delitos a serem investigados, evitando a dispersão
de recursos do Estado, que são finitos, em detrimento da efici-
ência e da produtividade na apuração de delitos graves.
104 A criação do Banco Nacional Multibiométrico e de Impres-
sões Digitais e, quando possível, de íris, face e voz, mostra-se
incoerente porque, em primeiro lugar, aumenta a segurança
da identificação da pessoa investigada, evitando acusações
que recaiam sobre pessoa errada e aumentando as chances de
sucesso na elucidação da autoria de crimes.
Errado.
Pág. 55 – A criação do Banco Nacional Multibiométrico e de
Impressões Digitais e, quando possível, de íris, face e voz, mos-
DEPEN – AGENTE FEDERAL DE EXECUÇÃO PENAL
tra-se pertinente porque, em primeiro lugar, aumenta a seguran-
ça da identificação da pessoa investigada, evitando acusações
que recaiam sobre pessoa errada e aumentando as chances de
sucesso na elucidação da autoria de crimes.
DEPERTAMENTO
PENITENCIÁRIO NACIONAL
DEUSDEDY SOLANO / DIEGO FONTES
GILCIMAR RODRIGUES / RODRIGO CARDOSO
Analise a situação hipotética e julgue os dois itens a seguir.
Situação hipotética. Devison exerce liderança de uma organização
criminosa que atua no Distrito Federal e em outros Estados da
federação, a organização é ligada à prostituição, estupros de vul-
nerável e pedofilia virtual. As investigações realizadas pela Coor-
denação Especial de Combate à Corrupção e ao Crime Organi-
zado (Cecor) da PCDF foram concluídas no dia 22.06.2020. Três
dos investigados na operação já cumprem pena na Penitenciária
Federal do Distrito Federal. Outras duas pessoas alvo das prisões,
dentre elas Devison, não foram encontradas e são consideradas
foragidas.
105 Neste caso, conforme descreve a Lei que dispõe sobre a
transferência e inclusão de presos em estabelecimento penais
federais, é correto afirmar que se Devison vier a ser preso, só
poderá ser incluído no estabelecimento federal se já estiver
acusado em processo penal, pois a inclusão não é possível
para presos provisórios que sejam apenas indiciados em in-
quérito policial.
Errado.
Pode ser para preso provisório, mesmo que seja apenas na fase
de inquérito, antes da ação penal.
Lei n. 11.671/2008, art. 6º, § 7º A autoridade policial será co-
municada sobre a transferência do preso provisório quando a
autorização da transferência ocorrer antes da conclusão do in-
quérito policial que presidir.
106 Baseado na situação hipotética, conforme descreve o regu-
lamento da Lei que dispõe sobre a transferência e inclusão
de presos em estabelecimentos penais federais, Devison não
poderá ser incluído em penitenciária federal, pois não há mo-
tivação nos termos do regulamento que justificaria sua trans-
ferência e inclusão para um estabelecimento penal federal.
Errado.
Há motivação para a transferência e inclusão para estabelecimen-
to penal federal, pelo fato da liderança da organização criminosa.
Decreto n. 6.877/2009, art. 3º Para a inclusão ou transferência,
o preso deverá possuir, ao menos, uma das seguintes caracterís-
ticas: I – ter desempenhado função de liderança ou participado
de forma relevante em organização criminosa.
 DEPEN – AGENTE FEDERAL DE EXECUÇÃO PENAL

Conforme prevê a Lei que dispõe sobre a transferência e inclusão

de presos em estabelecimentos penais federais e seu decreto regu- Certo.
lamentar, julgue o item a seguir. Lei Federal n. 11.671/2008, art. 5º, § 6º Havendo extrema ne-
cessidade, o juiz federal poderá autorizar a imediata transfe-
107 O processo de inclusão e de transferência, de caráter ex- rência do preso e, após a instrução dos autos, na forma do § 2º
cepcional e temporário, terá início mediante requerimento deste artigo, decidir pela manutenção ou revogação da medi-
da autoridade administrativa, do Ministério Público ou do da adotada.
próprio preso. O requerimento deverá conter os motivos que
À luz do previsto na Lei Federal n. 11.671/2008, regulamentada
justifiquem a necessidade da medida e estar acompanhado
pelo Decreto n. 6.877/2009, analise e julgue o item.
da documentação pertinente. O processo de inclusão ou de
transferência será autuado nos autos principais do processo
110 Os Estados e o Distrito Federal deverão construir estabeleci-
de execução.
mentos penais de segurança máxima, ou adaptar os já exis-
tentes, aos quais será aplicável, no que couber, o disposto na
Errado.
Decreto n. 6.877/2009, art. 2º O processo de inclusão e de Lei que dispõe sobre a transferência e inclusão de presos em
transferência, de caráter excepcional e temporário, terá início estabelecimentos penais federais.
mediante requerimento da autoridade administrativa, do Minis-
tério Público ou do próprio preso. § 1º O requerimento deverá Errado.
conter os motivos que justifiquem a necessidade da medida e O DF e os Estados poderão e não deverão.
estar acompanhado da documentação pertinente. § 2º O proces- Lei Federal n. 11.671/2008 – art. 11-B. Os Estados e o Distrito
so de inclusão ou de transferência será autuado em apartado. Federal poderão construir estabelecimentos penais de seguran-
ça máxima, ou adaptar os já existentes, aos quais será aplicável,
De acordo com o previsto na Lei Federal n. 11.671/2008 e a juris- no que couber, o disposto nesta Lei.
prudência do Superior Tribunal de Justiça.
111 Para os fins do convênio de cooperação federativa previsto na
108 Conforme previsto em Lei, instruídos os autos do processo Lei n. 11.473/2007, o registro e a investigação de ocorrências
de transferência, serão ouvidos, no prazo de 5 (cinco) dias policiais constituem atividades e serviços imprescindíveis à
cada, quando não requerentes, a autoridade administrativa, preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas
o Ministério Público e a defesa, bem como o Departamento e do patrimônio.
Penitenciário Nacional – DEPEN, a quem é facultado indicar
o estabelecimento penal federal mais adequado. Não obstante Certo.
A referida atividade está prevista no art. 3º, VI, da Lei.
o previsto na Lei, segundo o Superior Tribunal de Justiça não
fere o contraditório e o devido processo decisão que, sem ou-
112 Em caráter ordinário, as atividades de cooperação federativa
vida prévia da defesa, determine transferência ou permanên-
no âmbito do Ministério da Justiça e Segurança Pública serão
cia de custodiado em estabelecimento penitenciário federal.
desempenhadas por militares e por servidores das atividades-
Certo. -fim dos órgãos de segurança pública e dos órgãos de perícia
Lei n. 11.671/2008 – art. 5º (...), § 2o Instruídos os autos do criminal da União, dos Estados e do Distrito Federal que te-
processo de transferência, serão ouvidos, no prazo de 5 (cinco) nham passado para a inatividade há menos de cinco anos.
dias cada, quando não requerentes, a autoridade administrati-
va, o Ministério Público e a defesa, bem como o Departamento Errado.
Penitenciário Nacional – DEPEN, a quem é facultado indicar o A convocação de tais agentes públicos NÃO se dará em caráter
estabelecimento penal federal mais adequado. ORDINÁRIO, mas apenas quando forem insuficientes os con-
STJ, Súmula n. 639 – Não fere o contraditório e o devido pro- vênios firmados entre a União e os entes federados para suprir
cesso decisão que, sem ouvida prévia da defesa, determine a previsão do efetivo da Força Nacional de Segurança Públi-
transferência ou permanência de custodiado em estabelecimen- ca (FNSP), e em face da necessidade de excepcional interes-
to penitenciário federal. (Súmula 639, TERCEIRA SEÇÃO, se público.
julgado em 27/11/2019, DJe 02/12/2019)
113 Expedir certidões, resumo de tempo de serviço, atestados, de-
Conforme previsto na Lei Federal n. 11.671/2008 e seu regula- clarações e demais expedientes é competência do Serviço de
mento, julgue o item a seguir. Apoio à Gestão e Desligamento.

109 Havendo extrema necessidade, o juiz federal poderá autorizar Certo.

a imediata transferência do preso e, após a instrução dos autos, Art. 17, VI – expedir certidões, resumo de tempo de serviço,
decidir pela manutenção ou revogação da medida adotada. atestados, declarações e demais expedientes.

114 É competência da Coordenação Nacional de Alternativas Pe-
nais apoiar a Coordenação-Geral de Alternativas Penais no
desempenho de suas atribuições regimentais.
Errado.
Essa competência é da Coordenação Nacional de Monitoração
Eletrônica.
Art. 47, IX – apoiar a Coordenação-Geral de Alternativas Penais
no desempenho de suas atribuições regimentais.
115 Obter, tratar, integrar e sistematizar as bases de dados cole-
tadas de fontes internas e externas é competência do Dire-
tor-Geral.
Errado.
Competência do Chefe da Assessoria de Informações Es-
tratégicas.
Art. 63, V – obter, tratar, integrar e sistematizar as bases de dados
coletadas de fontes internas e externas.
116 Ao Chefe da Assessoria de Informações Estratégicas incum-
be acompanhar o desenvolvimento e a execução de ações,
projetos e programas operacionais e estratégicos do DEPEN.
Errado.
Apenas programas estratégicos.
Art. 63, III – acompanhar o desenvolvimento e a execução de
ações, projetos e programas estratégicos do DEPEN.
Julgue os itens com fundamento na Lei n. 11.907/2009.
117 Compõem a remuneração dos Agentes Penitenciários Fede-
rais a Gratificação de Desempenho de Atividade de Agente
Penitenciário Federal – GDAPEF e a Gratificação de Ativi-
dade Penitenciária Federal, desde que no exercício regular de
suas funções.
Errado.
Atualmente, os Agentes Penitenciários não recebem Grati-
ficação de Atividade Penitenciária Federal (art. 126, pará-
grafo único).
118 O servidor recém-nomeado para cargo que compõe as Car-
reiras da Área Penitenciária Federal receberá o valor cor-
respondente a 100% referente a GDAPEN ou da GDAPEF,
até que seja realizada a primeira avaliação de desempenho
individual.
Errado.
DEPEN – AGENTE FEDERAL DE EXECUÇÃO PENAL
“Até que seja processada a primeira avaliação de desempenho
individual que venha a surtir efeito financeiro, o servidor recém
nomeado para cargo efetivo e aquele que tenha retornado de
licença sem vencimento ou cessão sem direito à percepção da
GDAPEN ou da GDAPEF no decurso do ciclo de avaliação
receberão a gratificação no valor correspondente a 80 (oitenta)
pontos” (art. 129, § 4º).
Com fundamento no Decreto n. 6.049/2007, que aprova o Regula-
mento Penitenciário Federal, julgue os seguintes itens.
119 O preso fica sujeito a regras disciplinares criadas para a con-
vivência dentro dos presídios federais. A inclusão no regime
disciplinar diferenciado e a isolamento na própria cela ou em
local adequado são penas previstas na legislação.
Certo.
Consta no art. 46, que: “Os atos de indisciplina serão passíveis
das seguintes penalidades: (...) IV – isolamento na própria cela
ou em local adequado; e V – inclusão no regime disciplinar
diferenciado.
120 O estabelecimento penal federal tem características que os
diferem dos presídios estaduais, como por exemplo, a capaci-
dade para até duzentos e oito presos e a acomodação do preso
em cela individual.
Certo.
Consta no art. 6º, que: “O estabelecimento penal federal tem
as seguintes características: (...) II – capacidade para até du-
zentos e oito presos; (...) V – acomodação do preso em cela
individual”.
 DEPEN – AGENTE FEDERAL DE EXECUÇÃO PENAL

PROVA DISCURSIVA
DIOGO ALVES

SIMULADO REDAÇÃO DISCURSIVA – DEPEN

• Nesta prova, faça o que se pede, usando, caso deseje, o espaço para rascunho indicado no presente caderno. Em seguida, transcreva
o texto para a FOLHA DE TEXTO DEFINITIVO DA PROVA DISCURSIVA, no local apropriado, pois não serão avaliados frag-
mentos de texto escritos em locais indevidos.
• Qualquer fragmento de texto que ultrapassar a extensão máxima de linhas disponibilizadas será desconsiderado.
• Na folha de texto definitivo, identifique-se apenas na primeira página, pois não será avaliado o texto que apresentar qualquer assi-
natura ou marca identificadora fora do local apropriado.
• Ao domínio do conteúdo serão atribuídos até 20,00 pontos, dos quais até 1,00 ponto será atribuído ao quesito apresentação (legibi-
lidade, respeito às margens e indicação de parágrafos) e estrutura textual (organização das ideias em texto estruturado).

TEXTO MOTIVADOR

A segurança pública é um tema que, de forma praticamente diária, está em pauta na imprensa do Brasil. A sensação de inse-
gurança, somada ao medo, está presente na vida de grande parte da sociedade civil brasileira, principalmente nos grandes centros
urbanos. Assim como o acesso à saúde, à educação e à moradia, a garantia de ir e vir com segurança é um direito fundamental pre-
visto pela Constituição Federal de 1988, sendo dever do Estado assegurá-lo.

Fonte: Politize! (com adaptações).

Considerando que o fragmento de texto acima tem caráter unicamente motivador, redija um texto dissertativo acerca do seguinte
tema.

POLÍTICAS PÚBLICAS DE SEGURANÇA PÚBLICA E CIDADANIA

Ao elaborar seu texto, aborde, necessariamente, os seguintes aspectos:

1 dê exemplos de políticas públicas que assegurem a reinserção do preso; [valor: 6,50 pontos]
2 segurança como condição para o exercício da cidadania; [valor: 6,50 pontos]
3 desafios do sistema prisional brasileiro. [valor: 6,00 pontos]
 DEPEN – AGENTE FEDERAL DE EXECUÇÃO PENAL

DEPARTAMENTO PENITENCIÁRIO NACIONAL

CARGO: AGENTE FEDERAL DE EXECUÇÕES PENAIS
PROVA DISCURSIVA

PADRÃO DE RESPOSTA DEFINITIVO

SIMULADO DEPEN

PROVA DISCURSIVA – PADRÃO DE RESPOSTA

PADRÃO DE RESPOSTA

Espera-se que, relativamente ao primeiro aspecto proposto (exemplos de políticas públicas que assegurem a rein-
serção do preso), o candidato seja capaz de apontar que, segundo a Constituição Federal e a Lei de Execução Penal (Lei
7.210, de 1984), políticas de promoção do trabalho junto à população prisional devem ser adotadas como forma de pro-
mover a dignidade do indivíduo privado de liberdade, jamais como punição – a Constituição proíbe, em seu artigo 5º,
inciso LXVII, pena de trabalhos forçados. Nesse sentido, é direito da pessoa privada de liberdade participar ou não de
atividades de trabalho. Entre os programas de trabalho mantidos pelo DEPEN, em parceria com os Estados, por meio
de convênios, está o Programa de Capacitação Profissional e Implementação de Oficinas Permanentes. Por meio do pro-
grama, foram destinados R$ 9,5 milhões do Fundo Penitenciário Nacional (Funpen) para implementação de oficinas de
construção civil, marcenaria; serralheria; corte e costura industrial; panificação e confeitaria; manutenção de equipamen-
tos de informática e fabricação de fraldas. Para este ano, já estão garantidos R$ 14 milhões. Outro destaque é a promo-
ção da participação de detentos e egressos no Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec),
com 5.094 matriculados em 2013 e 20.852 em 2014 e investimento de mais de R$ 50 milhões nos últimos dois anos.

No que se refere ao segundo aspecto apontado (segurança como condição para o exercício da cidadania), é neces-
sário evidenciar que o exercício da segurança pública é mantido para preservação da ordem pública e da incolumi-
dade das pessoas e do patrimônio, através, entre outras, da atividade policial. Em uma sociedade como a nossa, em
que a democracia é plena, a segurança pública garante a proteção dos direitos individuais e assegura o pleno exercício
da cidadania. Nesse sentido, a segurança não se contrapõe à liberdade e é condição para o seu exercício a qualida-
de de vida dos cidadãos e o bem-estar de todos. Sendo assim, compete ao Estado garantir a segurança de pessoas e
bens na totalidade do território brasileiro, a defesa dos interesses nacionais, o respeito pelas leis e a manutenção da
paz e da ordem pública. Falando de competência do Estado, pode-se afirmar que a segurança pública praticada não
se limita à política de combate à criminalidade e nem se restringe à atividade policial. A segurança pública, enquan-
to atividade desenvolvida pelo Estado, é responsável por empreender ações de repressão e oferecer estímulos ativos
para que os cidadãos possam conviver, trabalhar, produzir e se divertir, protegendo-os dos riscos a que estão expostos.

Por fim, quanto ao terceiro aspecto (desafios do sistema prisional brasileiro), podem-se apontar, entre outros aspectos,
causas de uma população carcerária grande, em que o nível atual de desenvolvimento do país cresce, mas não é acom-
panhado de políticas de segurança e de inclusão social. Nessa perspectiva, os direitos individuais e coletivos garantidos
na Constituição Federal não são direitos de fato para parte da população (daí a importância da prioridade de o governo
combater a pobreza extrema). O acesso desequilibrado à educação de qualidade, à cultura, ao esporte, ao lazer, à saúde,
aos benefícios da ciência e da tecnologia, à informação, aos meios de obtenção de renda adequada e ao consumo também
compõem esse cenário. Não há investimentos suficientes em prevenção (investe-se mais em punição). O acesso à Justiça
não é universalizado. Há, também, os problemas de remuneração, carreira, equipamento e formação das polícias e cor-
pos de agentes penitenciários estaduais. O sistema não integrado das polícias também faz parte do quadro que vivemos.