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UNIVERSIDADE POLITÉCNICA

A POLITÉCNICA

INSTITUTO SUPERIOR UNIVERSITÁRIO DE TETE - ISUTE

Tema:

Máquinas assíncronas
(Motor Assíncronos e Gerador assíncronos)

Nome do autores:

1. LIDIA BONIFACIO ASSADO CHATULA


2. DAVID AZEITE EDUARDO
3. OWENE FERNANDO DO ROSÁRIO SAMBANE
4. SAMUEL PAULO BINZE
5. LUCAS CARVALHO FILOMENO

Tete, Março de 2024


Nome do autor: Lídia Bonifácio Assado Chatula

Título do Projecto:

Máquinas assíncronas
(Motor Assíncronos e Gerador assíncronos).

Trabalho elaborado por estudante do


curso de Engenharia Eléctrica, 3º Ano,
Instituto Superior Universitário de Tete
para fins de avaliação na cadeira de
Máquinas Eléctricas.

O Tutor: Eng.ª Marta Vasco João.

Tete, Março de 2024


Índice
Lista de figuras.............................................................................................................................................. v
Resumo ...................................................................................................................................................... viii
Abstract ........................................................................................................................................................ ix
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................................... 1
1.1. Objectivos .................................................................................................................................... 1
1.1.1. Objectivo geral ................................................................................................................................................... 1
1.1.2. Objectivos específicos ........................................................................................................................................ 1
1.2. Metodologia ................................................................................................................................. 2
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ..................................................................................................... 3
2.1. Conceitos básicos ......................................................................................................................... 3
2.1.1. Aspectos construtivos ........................................................................................................................................ 3
2.1.2. Princípio de funcionamento .............................................................................................................................. 4
2.1.4. F.E.M induzidas ................................................................................................................................................. 8
2.2. O circuito equivalente de um motor de indução ...................................................................... 8
2.3. O circuito equivalente final ........................................................................................................ 9
2.4. Geradores de indução ............................................................................................................... 11
2.4.1. Princípio de Funcionamento ........................................................................................................................... 11
2.4.2. Componentes-chave de um Gerador de Indução .......................................................................................... 12
2.4.3. Tipos de Geradores de Indução ...................................................................................................................... 12
2.4.4. Aplicações dos Geradores de Indução ............................................................................................................ 12
2.5. Conjugado de um gerador assíncrono. ................................................................................... 13
2.5.1. Partida no gerador assíncrono ................................................................................................. 14
Potencia reactiva nos geradores de indução ...................................................................................................................... 14
2.5.2. Regulação de tensão nos Geradores de Indução ................................................................ 15
2.6. Análise da máquina de indução sob carga .............................................................................. 16
2.6.1. Ensaios no Gerador de Indução ........................................................................................... 16
2.6.2. Ensaio de resistência do estator ...................................................................................................................... 17
2.7. Dimensionamento de máquinas assíncronas .......................................................................... 17
2.5. Controlo de velocidade e factor de potência ........................................................................... 19
2.6. Cálculo de eficiência.................................................................................................................. 20
2.7. Potência e conjugado em um motor de indução ..................................................................... 21
2.7.1. Separação entre as perdas no cobre do rotor e a potência convertida, no circuito equivalente do motor de
indução 24
3. CONCLUSÃO ................................................................................................................................... 26
4. Referências bibliográficas ................................................................................................................ 27
Lista de figuras
Figura 1. Secção transversal de uma máquina assíncrona. ............................................................. 3
Figura 2. Vista explodida de máquina assíncrona de gaiola de esquilo.......................................... 4
Figura 3. Secção transversal de uma máquina assíncrona. ............................................................. 5
Figura 4. Distribuição de campo magnético. .................................................................................. 6
Figura 5. O modelo de transformador para um motor de indução, com rotor e estator conectados
por meio de um transformador ideal com relação de espiras aef. ................................................... 9
Figura 6.. O modelo de circuito do rotor com todos os efeitos devidos à frequência
(escorregamento) concentrados na resistência ................................................................................ 9
Figura 7 O circuito equivalente por fase de um motor de indução ou assíncrono ............... 11
Figura 8. Características do conjugado versus velocidade de uma máquina de indução. ............ 14
Figura 9. Curva característica da tensão gerada quando há aumento de carga. ............................ 15
Figura 10. Configuração da ligação dos enrolamentos do gerador e ligação dos equipamentos
utilizados no ensaio DC. ............................................................................................................... 17

v
DEDICATÓRIAS

Dedico o trabalho aos mais importantes da minha vida, Pais, irmãos, amigos, em geral toda a
família sem esquecer do corpo docente, e a todos que tem contribuído de forma directa e indirecta
nesta caminhada.

vi
Agradecimentos

Agradecemos a Deus pela vida, pois graças a ele estamos vivos e com a oportunidade de nos tornar
pessoas melhores a cada dia.

Agradecemos a nossa família pela ajuda e suporte incansável, que tem nos proporcionado para a
conclusão do curso.

Agradecemos aos nossos docentes, pelo acompanhamento e orientação, nos nossos aprendizados
no dia-a-dia do decorrer da cadeira.

vii
Resumo
As máquinas assíncronas, também conhecidas como motores e geradores assíncronos,
desempenham um papel vital em uma ampla gama de aplicações industriais e comerciais. Este
resumo busca explorar em profundidade o funcionamento, características e aplicações dessas
máquinas, destacando sua importância no contexto da engenharia eléctrica. Para compreender
completamente as máquinas assíncronas, é crucial entender seu princípio de funcionamento. Essas
máquinas operam com base no princípio da indução electromagnética. Um motor assíncrono, por
exemplo, consiste em um estator estacionário e um rotor giratório. Quando uma corrente alternada
é aplicada ao estator, ela cria um campo magnético rotativo que induz correntes no rotor, gerando
assim torque e movimento. Por outro lado, um gerador assíncrono opera de maneira semelhante,
mas ao contrário: o movimento mecânico do rotor induz uma corrente no enrolamento do estator,
produzindo uma corrente alternada. Este estudo aborda as máquinas assíncronas, destacando tanto
os motores quanto os geradores, suas características operacionais e aplicações. Explora-se o
princípio de funcionamento dessas máquinas, suas vantagens e desvantagens, bem como as
principais considerações de projecto e operação.

Palavras-chave: Máquinas Assíncronas, Motores Assíncronos, Geradores Assíncronos, Princípio


de Funcionamento, Aplicações.

viii
Abstract
Asynchronous machines, also known as asynchronous motors and generators, play a vital role in
a wide range of industrial and commercial applications. This summary aims to explore in-depth
the operation, characteristics, and applications of these machines, highlighting their significance
in the context of electrical engineering. To fully understand asynchronous machines, it is crucial
to grasp their operating principle. These machines operate based on the principle of
electromagnetic induction. An asynchronous motor, for example, consists of a stationary stator
and a rotating rotor. When alternating current is applied to the stator, it creates a rotating magnetic
field that induces currents in the rotor, thus generating torque and motion. Conversely, an
asynchronous generator operates similarly but in reverse: the mechanical motion of the rotor
induces a current in the stator winding, producing an alternating current. This study addresses
asynchronous machines, highlighting both motors and generators, their operational characteristics,
and applications. The operating principle of these machines, their advantages and disadvantages,
as well as the main design and operation considerations, are explored.

Keywords: Asynchronous Machines, Asynchronous Motors, Asynchronous Generators,


Operating Principle, Applications.

ix
1. INTRODUÇÃO
As máquinas assíncronas, também conhecidas como motores e geradores assíncronos,
desempenham um papel crucial em diversas aplicações industriais e comerciais. Sua operação
baseia-se no princípio da indução eletromagnética, oferecendo uma alternativa eficaz aos sistemas
síncronos em muitos cenários. Nesta pesquisa, examinamos de perto o funcionamento, as
características e as aplicações dessas máquinas, destacando suas nuances de projeto e operação.
Os motores assíncronos são especialmente prevalentes em muitos setores devido à sua
confiabilidade e eficiência. Eles são amplamente utilizados em sistemas de transporte, desde
pequenos aparelhos domésticos até grandes máquinas industriais. Em fábricas e plantas de
produção, motores assíncronos alimentam linhas de montagem, máquinas de processamento e
equipamentos de movimentação de materiais. Sua capacidade de operar de forma confiável em
condições adversas, como variações de carga e picos de demanda, faz com que sejam escolhas
populares em ambientes industriais exigentes.

1.1. Objectivos
1.1.1. Objectivo geral
 Investigar o papel e a importância das máquinas assíncronas, tanto motores quanto geradores,
em diversas aplicações industriais e comerciais, com o intuito de compreender seu
funcionamento, características operacionais e contribuições para o avanço da engenharia
eléctrica.
1.1.2. Objectivos específicos
 Analisar o princípio de funcionamento das máquinas assíncronas, incluindo o processo de
indução electromagnética, que impulsiona a operação desses dispositivos.
 Investigar as vantagens e desvantagens dos motores e geradores assíncronos em comparação
com outras tecnologias, como máquinas síncronas e de corrente contínua.
 Explorar as aplicações industriais e comerciais das máquinas assíncronas, destacando
exemplos de uso em diferentes sectores, como transporte, geração de energia, manufatura e
outros.

1
1.2. Metodologia

A elaboração do presente trabalho deu-se em fases: A primeira fase consistiu na recolha de dados
em fontes bibliográficas manuais e electrónicas, na segunda fase, procedeu-se a leitura cuidadosa
das fontes bibliográficas e debates presenciais feito pelos membros do grupo de forma a garantir
uma percepção crescente e uniforme acerca do tema do trabalho e Por último (na ultima fase)
procedeu-se com a compilação do mesmo.

2
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1. Conceitos básicos
2.1.1. Aspectos construtivos

A Fig 1. Abaixo mostra a secção transversal da parte útil de uma máquina assíncrona enquanto a
Fig. 2 Apresenta uma vista geral da máquina. Suas partes constitutivas são as seguintes:

 Estator: Constituído de chapas de ferro-silício laminado, com ranhuras uniformemente


espaçadas onde estão alojados os condutores de um enrola mento polifásico (em geral
trifásico), semelhante ao de uma máquina síncrona. Em máquinas normais, esta parte é
fixa, podendo ser livre para girar em algumas máquinas especiais.
 Rotor: Constituído também de chapas de ferro-silício laminado, com ranhuras
uniformemente distribuídas, onde estão alojados os condutores do enrolamento do rotor
(também denominado de enrolamento rotórico). São dois os tipos de enrolamentos
rotóricos.

Figura 1. Secção transversal de uma máquina assíncrona.

O primeiro deles, presente em aproximadamente 95% das máquinas assíncronas, é construído com
barras de material condutor, em geral alumínio, que preenchem as ranhuras do rotor em toda a sua
extensão. As extremidades destas barras são curto-circuitadas por um anel condutor, perfazendo-
se o que é convencionalmente denominado de gaiola de esquilo.

3
A segunda forma construtiva do enrolamento rotórico de uma máquina assíncrona consiste em
alojar-se nas ranhuras rotóricas um enrolamento polifásico (em geral trifásico) semelhante ao do
estator e com o mesmo número de polos deste. Por esta razão, na extremidade do seu eixo são
colocados anéis deslizantes, conectados aos terminais do enrolamento rotórico, para que através
de escovas os mesmos possam ser acessados externamente.

Quando a máquina assíncrona opera como motor (sua forma mais comum de trabalho), o motor
de gaiola de esquilo é denominado de motor de indução de gaiola, ao passo que na segunda forma
construtiva o motor é denominado de motor de indução de anéis.

Figura 2. Vista explodida de máquina assíncrona de gaiola de esquilo.

2.1.2. Princípio de funcionamento

A Fig. 3 mostra um estator elementar de uma máquina assíncrona, com seis ranhuras
uniformemente espaçadas, onde estão alojadas 3 bobinas com o mesmo número de espiras,
conectadas em ligação estrela (poderia ser em ligação triângulo). O rotor, nesta etapa do estudo,
pode ser suposto como sendo um cilindro ferromagnético laminado desprovido de qualquer
enrolamento.

4
Figura 3. Secção transversal de uma máquina assíncrona.

Suponhamos agora que as bobinas deste enrolamento sejam percorridas por correntes trifásicas
equilibradas, isto é, correntes que tenham a mesma amplitude porém desfasadas de 120º uma da
outra. Temos portanto:

Como já foi discutido anteriormente, este enrolamento, quando percorrido por estas correntes,
produz uma distribuição de campo magnético (aproximadamente) senoidal no entreferro. Esta
distribuição de campo gira ao redor do estator com uma rotação denominada de rotação síncrona,
dada por:

Onde:
f1- é a frequência de alimentação;
p-é o número de pares de polos do enrolamento.
A distribuição de campo magnético, no instante (t=0) em que a corrente pela fase A é máxima está
mostrada na Fig. 4. Note que nos instantes seguintes esta mesma distribuição de campo se repete
em posições diferentes do estator.

5
Figura 4. Distribuição de campo magnético.

2.1.3. Escorregamento

Saindo do repouso, o rotor atingirá uma rotação [rpm]. Define-se nesta etapa uma grandeza
denominada de escorregamento, que mede a velocidade relativa entre o campo girante e o rotor,
como uma fracção da rotação síncrona:

A tensão induzida nas barras do rotor de um motor de indução depende da velocidade do rotor em
relação aos campos magnéticos. Como o comportamento de um motor de indução depende da
tensão e da corrente do rotor, muitas vezes é mais lógico falar em velocidade relativa. Dois termos
são comumente utilizados para definir o movimento relativo do rotor e dos campos magnéticos.
Um deles é a velocidade de escorregamento, definida como a diferença entre a velocidade síncrona
e a velocidade do rotor:

6
O outro termo usado para descrever o movimento relativo é o escorregamento, que é a velocidade
relativa expressa em uma base por unidade ou percentagem. Isto é, o escorregamento é definido
como

Essa equação também pode ser expressa em termos da velocidade angular (radianos por segundo)
como

Observe que, se o rotor estiver girando na velocidade síncrona, então s = 0, ao passo que, se o rotor
estiver estacionário, então s = 1. Todas as velocidades normais de um motor recaem em algum
lugar entre esses dois limites. É possível expressar a velocidade mecânica do eixo do rotor em
termos de velocidade síncrona e de escorregamento. Resolvendo as Equações acima em relação à
velocidade mecânica,

ou

Essas equações são úteis na dedução das relações de conjugado e potência do motor de indução.

7
2.1.4. F.E.M induzidas

As f.e.m. induzidas no estator e rotor (à semelhança do transformador) são dadas por:

Na medida em que o rotor está em movimento, a f.e.m. induzida no rotor difere da tensão induzida
quando o mesmo está parado, devido à mudança da frequência rotórica. Assim sendo, supondo o
rotor em movimento (caracterizado por um dado escorregamento) e lembrando que s f2 sf1 ,
podemos escrever:

2.2. O circuito equivalente de um motor de indução

Para funcionar, um motor de indução baseia-se na indução efetuada pelo circuito do estator de
tensões e correntes no circuito do rotor (acção de transformador). Como as tensões e correntes no
circuito do rotor de um motor de indução são basicamente o resultado de uma acção de
transformador, o circuito equivalente de um motor de indução será muito semelhante ao circuito
equivalente de um transformador. Um motor de indução é denominado máquina de excitação
simples (em oposição a uma máquina síncrona que é de excitação dupla), porque a potência é
fornecida somente ao circuito de estator do motor. Como um motor de indução não tem um circuito
de campo independente, seu modelo não contém uma fonte de tensão interna, como no caso da
tensão gerada interna EA de uma máquina síncrona.

Poderemos obter o circuito equivalente de um motor de indução se usarmos o que sabemos sobre
os transformadores e o que já sabemos sobre a variação de frequência no rotor dos motores de
indução em função da velocidade. Começaremos a desenvolver um modelo para o motor de
indução usando o modelo de transformador. A seguir, deveremos analisar um modo de também
incluir a frequência variável do rotor e outros efeitos similares apresentados pelo motor de indução.

8
Figura 5. O modelo de transformador para um motor de indução, com rotor e estator conectados por meio de um transformador
ideal com relação de espiras aef.

2.3.O circuito equivalente final

Para obter o circuito equivalente final por fase de um motor de indução, é necessário que a parte
do rotor no modelo seja referida ao lado do estator. O modelo do circuito do rotor que será referido
para o lado do estator é o modelo mostrado na Figura 6, que tem todos os efeitos de variação de
velocidade concentrados no termo de impedância. Em um transformador comum, podemos referir
tensões, correntes e impedâncias do lado secundário do dispositivo para o lado primário, por meio
da relação de espiras do transformador

Figura 6.. O modelo de circuito do rotor com todos os efeitos devidos à frequência (escorregamento)
concentrados na resistência

9
E em que os sinais de linha (´ ) indicam os valores referidos de tensão, corrente e impedância.
Exatamente o mesmo tipo de transformação pode ser feito com o circuito do rotor do motor de
indução. Se a relação de espiras efetiva de um motor de indução for aef, a tensão de roto
transformada torna-se

e a corrente do rotor torna-se

e, ainda, temos que a impedância do rotor torna-se

Agora, se adotarmos as seguintes definições

Então o circuito equivalente final por fase do motor de indução será como está mostrado na Figura
7 A resistência do rotor RR e reatância do rotor XR0, com o rotor bloqueado, são de determinação
muito difícil ou impossível em rotores de gaiola de esquilo
A relação de espiras efetiva aef também é de difícil obtenção no caso de rotores de gaiola de
esquilo. Felizmente, contudo, é possível realizar medidas que darão diretamente a resistência e a
reatância referidas 𝑅2 e 𝑥2 , mesmo que 𝑅𝑅0 , 𝑋𝑅0 e 𝑎𝑒𝑓 não sejam conhecidas separada

10
Figura 7 O circuito equivalente por fase de um motor de indução ou assíncrono

2.4. Geradores de indução

Os geradores de indução são dispositivos que convertem energia mecânica em energia elétrica
através do fenómeno da indução eletromagnética. São amplamente utilizados em várias aplicações,
desde pequenos geradores em ferramentas elétricas até grandes turbinas em usinas de energia.

2.4.1. Princípio de Funcionamento

O princípio básico por trás do gerador de indução é a Lei de Faraday da Indução Eletromagnética.
Esta lei declara que uma variação no fluxo magnético através de um circuito fechado induzirá uma
corrente elétrica nesse circuito. Em termos mais simples, quando um condutor se move em um
campo magnético ou um campo magnético varia ao redor de um condutor, é gerada uma corrente
elétrica no condutor.

As máquinas assíncronas operam com base no princípio da indução electromagnética. De acordo


com Fitzgerald et al. (2018), essas máquinas são compostas por um estator fixo e um rotor
giratório. No caso dos motores, a corrente alternada no estator cria um campo magnético rotativo
que induz correntes no rotor, gerando torque e movimento. Nos geradores, o movimento mecânico
do rotor induz uma corrente no enrolamento do estator, produzindo uma corrente alternada.

11
2.4.2. Componentes-chave de um Gerador de Indução

 Estator: A parte estacionária do gerador que contém enrolamentos nos quais a corrente
elétrica é induzida.

 Rotor: A parte rotativa do gerador que gira dentro do estator. Dependendo do design, o
rotor pode ter um campo magnético fixo ou induzido.

 Fonte de Energia Mecânica: Pode ser qualquer coisa, desde um motor a gasolina até uma
turbina movida a vento ou água. Esta fonte faz o rotor girar.

2.4.3. Tipos de Geradores de Indução

Existem principalmente dois tipos de geradores de indução:

1. Gerador de Indução Auto-excitado: Este tipo de gerador possui capacidade de se auto-


exitar. Isto é, mesmo que inicialmente não haja corrente no estator, o movimento do rotor
começa a induzir uma pequena corrente que, por sua vez, induz um campo magnético. Esse
campo magnético cresce progressivamente, aumentando a corrente até que o gerador
alcance sua capacidade total.

2. Gerador de Indução Externamente Excitado: Ao contrário do auto-excitado, este tipo


de gerador precisa de uma fonte externa para iniciar sua operação. Ele não pode começar
a gerar eletricidade a menos que já exista um campo magnético inicial.

Os geradores de indução têm várias vantagens, incluindo sua simplicidade, robustez e capacidade
de operar em condições adversas. No entanto, também possuem desafios, como a necessidade de
controle de velocidade para manter a frequência eléctrica estável.

2.4.4. Aplicações dos Geradores de Indução

Devido à sua flexibilidade e robustez, os geradores de indução são utilizados em uma variedade
de aplicações:

 Usinas de Energia Renovável: Em especial, as turbinas eólicas frequentemente utilizam


geradores de indução devido à sua capacidade de lidar com variações de velocidade.

12
 Aplicações Domésticas e Comerciais: São comuns em geradores de reserva para fornecer
energia em caso de falhas elétricas.

 Indústria: Utilizados em máquinas que requerem conversão de energia mecânica em


elétrica.

Vantagens:

 Robustez e durabilidade, podendo operar em ambientes hostis.

 Manutenção relativamente baixa em comparação com outros tipos de geradores.

 Flexibilidade de operação em diferentes velocidades.

Desvantagens:

 A necessidade de controle de velocidade para manter a frequência elétrica


constante.
 Algumas versões precisam de excitação externa para iniciar a operação.
 Em comparação com geradores síncronos, podem ser menos eficientes em algumas
aplicações.

Aplicações:

 As máquinas assíncronas são amplamente utilizadas em diversas aplicações industriais e


comerciais. Devido à sua simplicidade de construção e operação robusta, os motores
assíncronos são comuns em sistemas de accionamento de bombas, ventiladores, compressores
e outras cargas de torque variável. Por outro lado, os geradores assíncronos são empregados
em usinas de energia eólica, microgeração distribuída e outras aplicações de geração de
energia.

2.5. Conjugado de um gerador assíncrono.

Se a máquina atingir a velocidade síncrona, o escorregamento será zero e não haverá torque,
porque o campo magnético será constante em relação ao rotor. A máquina de indução opera como
gerador se o escorregamento pode ser negativo, se a velocidade do rotor for acima da velocidade

13
síncrona. A figura 6 ilustra o desenvolvimento de torque da máquina de indução para diferentes
aplicações, seja operando como motor, gerador ou em frenagem por contracorrente.

Figura 8. Características do conjugado versus velocidade de uma máquina de indução.

2.5.1. Partida no gerador assíncrono

Para gerar energia eléctrica, precisa produzir tensão induzida nas bobinas do estator. Para dar a
partida no gerador assíncrono e energia mecânica em eléctrica, é necessário obter potência reactiva
da rede para formar o campo girante. Este campo faz o rotor girar como no motor. Por estar ligado
a uma máquina primária, a velocidade do rotor deve ser maior que a do campo girante para gerar
potência activa.

Potencia reactiva nos geradores de indução


A potência reactiva necessária para que um gerador de indução possa funcionar isoladamente tem
sido objecto de estudos por muito tempo. O primeiro estudo foi desenvolvido por (BASSETT;
POTTER, 1935), segundo eles, descobriu-se que o gerador de indução com capacitância estática

14
ligada em derivação através dos seus terminais, irá acumular tensão de uma forma semelhante à
acumulação que um gerador CC em paralelo produziria no gerador de indução.

Em máquinas de indução operando como geradores, a potência reactiva é fundamental para a


terminais do sistema. A potência reactiva é crucial para a terminais (refere-se à capacidade do
gerador de indução de manter sua própria excitação eléctrica, ou seja, a capacidade de manter a
tensão do terminal dentro de limites aceitáveis mesmo quando a carga do sistema varia) porque
ela cria o campo magnético necessário no enrolamento do estator do gerador de indução.

Quando a carga do gerador vária, a potência reactiva também precisa variar para manter o campo
magnético do estator em um nível adequado. Se a tensão do terminal cair abaixo de um
determinado limite, o gerador pode perder sua capacidade de terminais e falhar em fornecer energia
eléctrica estável.

2.5.2. Regulação de tensão nos Geradores de Indução

Quando se trabalha com o gerador de indução gaiola de esquilo, é possível manipular três
grandezas externas com a intenção de manter a frequência e a tensão gerada constantes. São elas:
a velocidade de accionamento, as características da carga e a potência reactiva fornecida para a
excitação do gerador. A figura.7 mostra que a tensão gerada decai com o aumento da carga. A
potência reactiva fornecida pelos condensadores ao gerador, é regulada, para melhorar o
desempenho da tensão e tentar manter frequência gerada constante.

Figura 9. Curva característica da tensão gerada quando há aumento de carga.


Onde:

𝑉𝑔 - é a tensão gerada. E 𝐼𝐶 - é a corrente na carga.

15
2.6. Análise da máquina de indução sob carga

Se por meio de uma máquina primária, o motor de indução for acelerado até que à velocidade
rotórica (ωR) ultrapasse a velocidade síncrona (ωs) observa-se alguns efeitos no comportamento
operacional da máquina assíncrona:

 O escorregamento fica negativo;


 O sentido em que o campo girante corta as bobinas rotóricas é agora no sentido inverso ao
funcionamento como motor;
 A corrente rotórica circula de forma inversa ao modo motor;
 O fluxo de potência activa é invertido;
 O fluxo de potência reactiva permanece inalterado.

Outro aspecto importante a ser observado é que a velocidade rotórica sendo maior que a velocidade
síncrona, conduz a um escorregamento negativo. O escorregamento negativo é devido à
componente de velocidade relativa (ωs = ωs – ωR) que fica negativa devido a velocidade rotórica
ser maior que a as velocidades do campo magnético. Funcionando como gerador, a máquina de
indução inverte o fluxo da corrente, invertendo-se também o fluxo de potência activa e
permanecendo o fluxo de potência reactiva invariável.

2.6.1. Ensaios no Gerador de Indução

Os parâmetros da máquina de indução são fundamentais para o modelo matemático do


equipamento. Neste modelo os parâmetros: Resistência do estator e rotor, reactâncias de dispersão
do estator e rotor e reactância de magnetização de ser conhecidos. Tais parâmetros são obtidos
através de alguns ensaios realizados na máquina e do equacionamento do circuito do gerador em
regime permanente. Alguns destes ensaios são normalizados pela NBR 5383 – 1. Para a obtenção
de parâmetros os seguintes ensaios são suficientes:

 Ensaio de resistência do estator;


 Ensaio a vazio a velocidade síncrona;
 Ensaio com rotor bloqueado.
 Ensaio á velocidade síncrona.

16
2.6.2. Ensaio de resistência do estator

Um dos métodos para a medição da resistência da resistência do estator é o método de queda de


tensão ou método DC. É usado para medições de baixas resistências e consiste na aplicação directa
de corrente continua nos enrolamentos do estator da máquina com o auxílio de uma fonte DC.

A resistência de estator é independente da resistência do rotor (Rr) e das reactâncias de dispersão


(Xls, Xlr), logo a corrente continua que circula no enrolamento não produz nenhuma tensão
induzida no rotor e não existe, portanto, nenhum fluxo resultante de corrente no rotor, o que
possibilita a medição directa da resistência do estator.

A NBR 5383-1 menciona que a corrente a ser aplicada no ensaio não deve ser superior a 15% da
corrente nominal a fim de evitar o superaquecimento do estator, porém Chapman (2005) afirma
que melhores resultados são obtidos quando a corrente continua aplicada no ensaio chega a valores
mais próximos da corrente nominal.

Figura 10. Configuração da ligação dos enrolamentos do gerador e ligação dos equipamentos
utilizados no ensaio DC.

2.7. Dimensionamento de máquinas assíncronas

O dimensionamento de máquinas assíncronas, como motores e geradores, é um processo crucial


na engenharia eléctrica e envolve determinar as especificações adequadas para atender aos
requisitos de uma determinada aplicação. Abaixo estão os principais passos envolvidos no
dimensionamento de máquinas assíncronas:

17
1. Determinação das especificações do sistema: O primeiro passo é entender os requisitos
operacionais do sistema no qual a máquina assíncrona será utilizada. Isso inclui fatores
como a carga a ser acionada (por exemplo, uma bomba, um ventilador), a velocidade
necessária, o torque exigido e outros parâmetros específicos da aplicação.

2. Seleção do tipo de máquina assíncrona: Com base nos requisitos do sistema, é necessário
determinar se um motor ou gerador assíncrono é mais apropriado para a aplicação em
questão. Isso pode depender de fatores como a necessidade de conversão de energia
mecânica em energia elétrica (para motores) ou vice-versa (para geradores).

3. Cálculo da potência requerida: Com base na carga a ser acionada, é necessário calcular
a potência elétrica necessária para atender às demandas do sistema. Isso geralmente é feito
considerando fatores como a potência mecânica exigida pela carga, as perdas no sistema e
a eficiência da máquina assíncrona.

4. Determinação da capacidade nominal: Uma vez calculada a potência requerida, é


possível selecionar uma máquina assíncrona com uma capacidade nominal adequada para
atender a essa demanda. Isso envolve considerar fatores como a potência nominal do motor
ou gerador, sua velocidade de operação e outras características relevantes.

5. Verificação das condições de operação: Além da capacidade nominal, é importante


verificar se a máquina assíncrona selecionada é capaz de operar dentro das condições
específicas do sistema, como variações de carga, temperatura ambiente e outras condições
ambientais.

6. Consideração dos aspectos de projeto: Durante o dimensionamento, também é


importante levar em conta considerações de projeto, como a escolha do tipo de rotor (por
exemplo, rotor em gaiola de esquilo ou rotor bobinado), a tensão de alimentação, a
frequência de operação e outras características técnicas.

7. Avaliação da eficiência e custo: Por fim, ao dimensionar uma máquina assíncrona, é


importante considerar não apenas sua capacidade de atender aos requisitos de desempenho
do sistema, mas também sua eficiência energética e custo associado. Isso pode envolver a
comparação de diferentes opções de máquinas assíncronas disponíveis no mercado.

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Em resumo, o dimensionamento de máquinas assíncronas requer uma análise cuidadosa dos
requisitos operacionais do sistema, seguida pela selecção da máquina mais adequada para atender
a esses requisitos, levando em conta aspectos técnicos, económicos e de eficiência energética.

2.5. Controlo de velocidade e factor de potência

O controle de velocidade de máquinas assíncronas, como motores assíncronos, é fundamental em


muitas aplicações industriais e comerciais, onde é necessário variar a velocidade de operação para
atender às demandas específicas do processo. Existem várias técnicas de controle que podem ser
empregadas para ajustar a velocidade dessas máquinas. Abaixo estão algumas das principais:

1. Controle de frequência variável (VFD): Esta é uma das técnicas mais comuns de controle
de velocidade para motores assíncronos. Um inversor de frequência, também conhecido
como VFD, é utilizado para controlar a frequência da corrente alternada fornecida ao
motor, o que por sua vez afeta sua velocidade de rotação. Ao variar a frequência da
alimentação, é possível ajustar a velocidade do motor ao longo de uma faixa ampla,
permitindo um controle preciso da velocidade.

2. Controle de tensão variável: Além do controle de frequência, o controle de tensão


também pode ser usado para ajustar a velocidade de motores assíncronos. Este método
envolve a variação da tensão aplicada ao motor, o que pode afetar sua velocidade de
operação. No entanto, o controle de tensão variável é menos comum do que o controle de
frequência variável devido a algumas limitações, como a redução da eficiência e a
possibilidade de sobreaquecimento do motor.

3. Controle de rotor:

 Controle de rotor resistivo: Neste método, resistores são conectados em série com
o rotor do motor, o que permite ajustar a velocidade através da variação da
resistência. No entanto, este método é menos eficiente e menos preciso do que
outras técnicas de controle de velocidade.

 Controle de rotor bobinado: Em motores assíncronos com rotores bobinados, é


possível variar a velocidade ajustando as conexões entre as bobinas do rotor. Ao
alterar a configuração da bobina, é possível alterar a impedância do rotor e,

19
portanto, ajustar a velocidade do motor. Este método oferece um controle mais
preciso em comparação com o controle de rotor resistivo, mas pode ser mais
complexo e exigir mais manutenção.

4. Controle de tensão de alimentação: Em algumas aplicações, a velocidade do motor


assíncrono pode ser controlada ajustando-se a tensão de alimentação do motor. No entanto,
este método é menos eficiente em comparação com o controle de frequência variável,
especialmente em velocidades mais baixas.

Cada método de controle de velocidade tem suas próprias vantagens e desvantagens, e a escolha
do método mais adequado dependerá das características específicas da aplicação, como a faixa de
velocidade desejada, a precisão do controle necessário, o custo e a eficiência energética. Em muitos
casos, o controle de frequência variável (VFD) é preferido devido à sua flexibilidade, precisão e
eficiência em uma ampla faixa de velocidades.

2.6. Cálculo de eficiência.

Parâmetro Fórmula

Potência de entrada 𝑷𝑬𝒏𝒕 = 𝝉 ∗ 𝝎𝒎

Potência mecânica útil 𝑷𝒎𝒆𝒄 = 𝑷𝑬𝒏𝒕 − 𝑷𝒂𝒅𝒊𝒄𝒊𝒐𝒏𝒂𝒊𝒔

Potência convertida 𝑷𝒄𝒐𝒏𝒗 = 𝑷𝒎𝒆𝒄 − 𝑷𝒏𝒖𝒄𝒍𝒆𝒐

Potência de saída 𝑷𝒔𝒂𝒊𝒅𝒂 = 𝑷𝒄𝒐𝒏𝒗 − 𝟑𝑰𝟏 𝟐 ∗ 𝑹𝟏 𝟐

Eficiência 𝑷𝒔𝒂𝒊𝒅𝒂
𝓷= 𝒙𝟏𝟎𝟎%
𝑷𝑬𝒏𝒕

Onde:

𝝎𝒎 – Velocidade angular mecânica do rotor;

𝝉 – Torque aplicado ao rotor;

𝑷𝒏𝒖𝒄𝒍𝒆𝒐 – perdas no núcleo;

(𝟑𝑰𝟏 𝟐 ∗ 𝑹𝟏 𝟐 ) – perdas nos enrolamentos do estator.

20
2.7.Potência e conjugado em um motor de indução

A Figura 7 mostra o circuito equivalente por fase de um motor de indução. Se o circuito equivalente
for examinado com atenção, poderemos usá-lo para deduzir as equações de potência e conjugado
que governam o funcionamento do motor. A corrente de entrada de uma fase do motor pode ser
obtida dividindo a tensão de entrada pela impedância equivalente total: Em que

Portanto, as perdas no cobre do estator, as perdas no núcleo e as perdas no cobre do rotor podem
ser obtidas. As perdas no cobre do estator nas três fases são dadas por

As perdas no núcleo são dadas por

de modo que a potência de entreferro pode ser encontrada como

Examine com atenção o circuito equivalente do rotor. O único elemento do circuito equivalente
em que a potência de entreferro pode ser consumida é no resistor R2/s. Portanto, a potência de
entreferro também pode ser dada por

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As perdas resistivas reais do circuito do rotor são dadas pela equação

Como a potência não se altera quando é referida de um lado para outro em um transformador ideal,
as perdas no cobre do rotor também podem ser expressa como:

Depois que as perdas no cobre do estator, no núcleo e no cobre do rotor são subtraídas da potência
de entrada do motor, a potência restante é convertida da forma elétrica para a mecânica. Essa
potência convertida, algumas vezes denominada potência mecânica desenvolvida, é dada por

Observe, com base nas Equações anteriores que as perdas no cobre do estator são iguais à potência
de entreferro vezes o escorregamento:

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Portanto, quanto menor o escorregamento do motor, menores serão as perdas no rotor da máquina.
Observe também que, se o rotor não estiver girando, o escorregamento será s = 1 e a potência de
entreferro será consumida inteiramente no rotor. Isso é lógico, porque, se o motor não estiver
girando, a potência de saída Psaída 𝑃𝑠𝑎𝑖𝑑𝑎 (=𝜏𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎𝜔 deve ser zero. Como Pconv = PEF -PPCR,
𝑚

isso também fornece outra relação entre a potência de entreferro e a potência convertida da forma
elétrica em mecânica:

Finalmente, se as perdas por atrito e ventilação e as perdas suplementares forem conhecidas, a


potência de saída poderá ser obtida por

O conjugado induzido 𝜏 𝑖𝑛𝑑 de uma máquina foi definido como o conjugado gerado pela
conversão interna de potência elétrica em mecânica. Esse conjugado difere do conjugado
realmente disponível nos terminais do motor em um valor igual aos conjugados de atrito e
ventilação da máquina. O conjugado induzido é dado pela e

Esse conjugado é também denominado conjugado desenvolvido da máquina. O conjugado


induzido de um motor de indução também pode ser expresso de forma diferente. A Equação
anterior fornece a velocidade real em termos de velocidade síncrona e escorregamento, ao passo
que a Equação 2 expressa Pconv em termos de PEF e escorregamento. Substituindo as duas
equações da ultima equação temos

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A última equação é especialmente útil porque expressa o conjugado induzido directamente em
termos de potência de entreferro e velocidade síncrona, que não varia. Portanto, o conhecimento
de PEF fornece diretamente 𝜏𝑖𝑛𝑑.

2.7.1. Separação entre as perdas no cobre do rotor e a potência convertida, no circuito


equivalente do motor de indução

Parte da potência que flui no entreferro de um motor de indução é consumida como perdas no
cobre do rotor e outra parte é convertida em potência mecânica para acionar o eixo do motor. É
possível separar essas duas partes da potência de entreferro e expressá-las separadamente no
circuito equivalente do motor.

Figura 11 circuito equivalente por fase, com as perdas do rotor e a Pnúcleo separadas

A Equação anterior fornece uma expressão da potência total de entreferro para um motor de
indução, ao passo que a outra equação dá as perdas reais no rotor do motor. A potência de

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entreferro é a potência que seria consumida em um resistor de valor R2/s, ao passo que as perdas
no cobre do rotor são expressas pela potência que seria consumida em um resistor de valor R2. A
diferença entre elas é Pconv, que, portanto, deve ser a potência que seria consumida em um resistor
de valor

A Figura 11 mostra o circuito equivalente por fase onde se pode ver, na forma de elementos
distintos de circuito, as perdas no cobre do rotor e a potência convertida para a forma mecânica.

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3. CONCLUSÃO

Os geradores de indução são peças essenciais de tecnologia que têm desempenhado um papel
crucial na geração de energia eléctrica em diversas aplicações. Sua capacidade de converter
eficientemente energia mecânica em eléctrica, combinada com sua robustez e durabilidade, os
torna uma opção atraente em muitos cenários. No entanto, é importante considerar suas limitações
e garantir que sejam utilizados de maneira adequada, dependendo das necessidades específicas da
aplicação. Conhecendo bem seus prós e contras, os engenheiros e técnicos podem implementar
geradores de indução de maneira eficaz, contribuindo assim para um fornecimento de energia mais
confiável e sustentável.

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4. Referências bibliográficas
 Fitzgerald, A. E., Kingsley Jr, C., & Umans, S. D. (2018). Electric machinery. McGraw-
Hill Education.
 Chaston, A. N.: Electric Machinery, Reston Publishing, Reston, Va., 1986. Del Toro, V.:
Electric Machines and Power Systems, Prentice-Hall, Englewood Cliffs, N.J., 1985. 3.
 Fitzgerald, A. E. e C. Kingsley, Jr.: Electric Machinery, McGraw-Hill Book Company,
Nova York, 1952. 4
 Fitzgerald, A. E., C. Kingsley, Jr. e S. D. Umans: Electric Machinery, 5ª ed., McGraw-Hill
Book Company, Nova York, 1990.
 Kosow, Irving L.: Electric Machines and Transformers, Prentice-Hall, Englewood Cliffs,
N.J., 1972.
 Liwschitz-Garik, Michael e Clyde Whipple: Alternating-Current Machinery, Van
Nostrand, Princeton, N.J., 1961.

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