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LEI Nº 1.

955, de 20 de janeiro de 2004

“Dispõe sobre o parcelamento, ocupação e uso do


solo do município de Tiradentes”

A Câmara Municipal de Tiradentes aprovou, e eu, Prefeito Municipal, sanciono a seguinte lei:

CAPITULO I
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º. Esta Lei estabelece as normas e as condições para parcelamento, ocupação e
uso do solo Urbano no Município de Tiradentes.
Parágrafo Único. Estão sujeitas às disposições desta Lei:
I – a execução de parcelamentos do solo;
II - as obras de edificações, no que se refere aos parâmetros urbanísticos relacionados
com coeficiente de aproveitamento do solo, quotas de terreno por unidade habitacional, taxa de
ocupação, gabarito, taxa de permeabilização, afastamentos, altura na divisa, saliências e áreas de
estacionamento;
III - a localização de usos e o funcionamento de atividades.
Art. 2º. Aplicam-se ainda ao Município de Tiradentes, nos setores e competências
específicas de atuação, as normas das legislações federais e estaduais vigentes relativas ao
parcelamento e ocupação do solo, proteção ao patrimônio histórico e artístico nacional, assim como
às de preservação ambiental.

CAPITULO II
DO ZONEAMENTO

Seção I
Da classificação das zonas

Art. 3º. A área urbana do Município de Tiradentes é dividida em zonas e diretrizes


estabelecidas nesta Lei.

Art. 4º. As zonas, diferenciadas de acordo com os potenciais do tipo de ocupação,


adensamento e demandas de preservação ambiental, histórica, cultural, arqueológica ou paisagística,
são as seguintes:

I – urbana;
II - urbana especial;
III - expansão urbana;
IV – industrial;
V – rural;
VI – de preservação permanente;
VII - uso especial.
Subseção I
Da zona urbana

Art. 5º. Ficam estabelecidos como urbanos os terrenos do Município de Tiradentes


compreendidos na poligonal da área urbana de sua sede, e os distritos e vilas que possuam os
seguintes equipamentos, mantidos pelo Poder Público:

I - rua de acesso, pavimentada ou não;


II - sistema abastecimento de água encanada;
III - sistema de esgoto sanitário;
IV - rede de distribuição de energia elétrica e iluminação pública;

Art. 6º. A zona urbana da sede do Município de Tiradentes é a área compreendida na


poligonal que se inicia no Cruzeiro da Trindade, daí até a nascente do Córrego do Pacu, ganhando
assim as fraldas da Serra de São José, segue por estas até o alto das Abelhas, que é alcançado em
linha reta deste ponto, seguindo –se pelo alto das Abelhas até alcançar o espigão das Marimbas e o
Capote, atravessando o Rio das Mortes em linha reta até alcançar o alto da estação da R.E.F.S.A.,
por esta até defrontar com o aforamento de José Pedro Pilar, deste

segue em linha reta até o alto da Mulata, dali segue margeando o Rio Elvas até o seu estuário, então
atravessando novamente o Rio das Mortes, ganhando o espigão da Mucoca, por este até o Cruzeiro
da Trindade, onde teve o início desta poligonal de demarcação.

Subseção II
Da zona urbana especial

Art. 7º. As zonas urbanas especiais estão sujeitas a critérios urbanísticos específicos,
determinantes da ocupação com baixa densidade e maior taxa de permeabilização, considerando o
interesse público na proteção ambiental e na preservação do patrimônio histórico, cultural,
arqueológico e paisagístico.

Parágrafo Único. As zonas urbanas especiais são as seguintes:

I - zona histórica;
II - zona ambiental;
III - zona de interferência;
IV - zona de altitude;
V - zona residencial.

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Art. 8º. A zona histórica é a área considerada de interesse e preservação históricos,
compreendida dentro da poligonal da zona urbana do Município de Tiradentes, cuja utilização será
regida, complementarmente, pela legislação federal e estadual específica vigente.

Parágrafo Único. A Área de Proteção Ambiental São José - APA São José -, definida
como zona de valorização histórica, é parte integrante da zona histórica do Município de Tiradentes.

Art. 9º. A zona histórica, destinada à proteção do patrimônio histórico e artístico


nacional, é delimitada como sendo as áreas compreendidas pela poligonal que inicia no Córrego
Santo Antônio, atrás do Chafariz, subindo pelo mesmo Córrego até encontrar a Trilha do Mangue,
virando a esquerda e seguindo pela mesma Trilha até encontrar a Rua Antônio Gabriel Rosa com a
Ladeira da Santíssima Trindade, seguindo pela Ladeira da Santíssima Trindade passando por trás da
Igreja da Santíssima até encontrar a Rua da Pedreira, virando a direita e seguindo pela rua da
Pedreira até encontrar a Rua Martins Paulucci, seguindo em linha reta passando por de trás do
casario a direita da Rua dos Inconfidentes até encontrar o Córrego Santo Antônio, passando pelo
Córrego em linha reta até a Beco do Moinho, seguindo por esta a direita até a direção da parte de
trás da Praça da Estação, virando à direita e seguindo em linha reta até o Rio das Mortes, passando
por este até a parte de trás da Praça da Estação até encontrar a Rua Herculano J. dos Santos,
seguindo por esta até a direção da Estação Ferroviária, virando a esquerda e seguindo em linha reta
passando a 50m (cinqüenta metros) por trás da Estação Ferroviária até encontrar o Rio das Mortes,
descendo pelo Rio, até a ponte da entrada da cidade, virando a direita e seguindo pela Av.
Governador Israel Pinheiro até a Praça Berço da Liberdade, seguindo pela Rua Fogo Simbólico até
encontrar a Rua Francisco Pereira de Morais, virando a direita nesta rua e seguindo por ela até a
Capela de Santo Antônio do Canjica, contornando por trás e a esquerda a capela até encontrar a Rua
Sílvio de Vasconcelos, seguindo por esta rua a esquerda até encontrar a Rua Agostinho Ferreira,
seguindo pela Rua Agostinho Ferreira a direita até a Rua Vereador Antônio Coimbra, seguindo por
esta até a Rua Custódio Gomes, seguindo por esta até encontrar a Rua do Moinho, seguindo por esta
a direita até o Córrego, descendo por este até o ponto médio do mesmo quarteirão, virando à direita
e seguindo em linha reta até a Rua do Chafariz, passando por esta, sempre em linha reta até a parte
de trás do casario aos fundos do Chafariz, virando a esquerda e seguindo em linha reta até encontrar
o Córrego Santo Antônio, fechando a poligonal.

Art. 10. A zona histórica é dividida em 8 (oito) setores específicos:

I - Setor I - Centro Histórico - área compreendida entre o Beco da Matriz, passando


aos fundos da Capela de São João Evangelista e seguindo em linha reta até o Beco da Pedreira,
seguindo por este até a rua da Pedreira, seguindo por esta até a rua Martins Paulucci, seguindo em
linha reta pelos fundos dos lotes da direita da Rua dos Inconfidentes até o Córrego Santo Antônio,
subindo por este até a Ponte do Largo das Forras, virando por esta até a Rua Ministro Gabriel
Passos, seguindo por esta até o ponto médio do quarteirão entre as Ruas da Cadeia e da Ladeira da
Matriz, virando a direita em linha reta até encontrar novamente o Córrego Santo Antônio, subindo
por este até o final do casario, virando a esquerda em linha reta até a Rua Frederico Ozanan,
seguindo por esta até o Beco da Chácara, seguindo por esta até o ponto médio do mesmo quarteirão,
virando a direita em linha reta por de traz do casario até o Beco do Pacu, seguindo ainda em linha
reta por de trás do Casario até a direção do Beco da Matriz, virando a esquerda e encontrando
novamente o Beco da Matriz;

II - Setor II - Santíssima Trindade - área compreendida entre o Beco da Matriz aos


fundos da Igreja, seguindo em linha reta por de trás do casario da Ladeira da Santíssima Trindade a
esquerda até a Rua da Pedreira, seguindo por esta a direita até encontrar a Ladeira da Santíssima
Trindade, seguindo por esta até encontrar a Rua Antônio Gabriel Rosa, contornando a Igreja,

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descendo pelo ponto médio do quarteirão a esquerda da Igreja da Santíssima Trindade, por de trás
do casario em linha reta até encontrar a Rua Maria e

Xavier, seguindo ainda em linha reta pelo ponto médio do quarteirão seguinte até encontrar o
Beco do Pacu, seguindo por este até encontrar novamente o Beco da Matriz com a ladeira da
Santíssima Trindade;

III - Setor III – Prainha - área compreendida entre a Rua São Francisco, passando por de
trás da Rodoviária, seguindo sempre em linha reta até encontrar a direção do ponto médio do
quarteirão entre a Rua da Cadeia e a Ladeira da Matriz, virando a esquerda passando pelo Córrego
Santo Antônio até a Rua Ministro Gabriel Passos, descendo por esta a esquerda até encontrar a
ponte do Largo das Forras, virando a esquerda até encontrar novamente a Rua São Francisco;

IV – Setor IV – Chafariz, Mercês e São Francisco - área que se delimita partindo


ponto do Córrego Santo Antônio e seguindo em linha reta passando por de trás do casario e do
Chafariz, virando a direita até encontrar a Rua do Chafariz, seguindo em linha reta na direção do
ponto médio do quarteirão seguinte até encontrar um córrego, subindo por este até a ponte da Rua
do Moinho, virando a direita até encontrar a Rua Custódio Gomes, seguindo por esta a esquerda até
a rua vereador Antônio Coimbra, seguindo por esta até a Rua Agostinho Ferreira, seguindo por esta
até encontrar a Rua Sílvio Vasconcelos, virando à esquerda e seguindo pela Rua Sílvio Vasconcelos
até encontrar a Capela de Santo Antônio do Canjica, contornando por trás da Capela à direita até
encontrar a Rua Francisco Pereira de Morais, seguindo por esta à direita até encontrar a Rua do
Fogo Simbólico até a Rua Henrique Diniz, seguindo por esta até o Largo das Mercês, seguindo em
frente pela Rua São Francisco, passando pelo córrego até encontrar a direção do ponto médio do
quarteirão entre a Rua da Cadeia e a Ladeira da Matriz, virando à direita, seguindo em linha reta até
o Córrego Santo Antônio, subindo por este até o ponto inicial na direção do casario aos fundos do
Chafariz;

V - Setor V – Serra - área que se delimita partindo do Beco da Matriz, na direção


dos fundos da Igreja de Santo Antônio, subindo em linha reta até a Rua da Pedreira, descendo por
esta à esquerda até encontrar o Beco da Pedreira, subindo por este à esquerda até o ponto médio do
mesmo quarteirão à esquerda, virando à esquerda e seguindo em linha reta por de trás da Capela de
São João Evangelista até encontrar o Beco da Matriz, seguindo por este até o ponto inicial nos
fundos da Igreja de Santo Antônio;

VI - Setor VI – Pacu - área que parte do Córrego Santo Antônio por trás do Chafariz,
subindo por este até a Trilha Cachoeira do Mangue, virando a esquerda e seguindo por esta trilha
até encontrar a Rua Antônio Gabriel Rosa com a Ladeira da Santíssima Trindade, seguindo pela
Ladeira da Santíssima Trindade até o ponto médio do quarteirão seguinte à direita, virando à direita
e seguindo sempre em linha reta pelo meio dos quarteirões até o Beco da Chácara, seguindo por este
à direita até encontrar a Rua Frei Veloso, seguindo por esta à direita até a direção do ponto inicial
passando pelo Córrego Santo Antônio até a parte de trás do Chafariz;

VII - Setor VII – Canjica e Ponte - área que se delimita com início no Rio das
Mortes, na direção da Estação Ferroviária, em linha reta até encontrar a Rua Joaquim Ramalho,
seguindo em frente pela Travessa José Barbosa, seguindo em frente pelo meio do quarteirão
seguinte até encontrar a Rua Silvio de Vasconcelos, seguindo por esta até encontrar a Rua Alberto

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Paulucci, seguindo por esta até encontrar a Rua Professor Moraes, seguindo por esta rua até o ponto
médio do mesmo quarteirão a direita, virando a direita e seguindo em linha reta até a Rua do Fogo
Simbólico, seguindo por esta à direita até encontrar a Beco do Moinho, virando à esquerda na Rua
do Moinho e seguindo por esta rua até o ponto na direção da parte de trás da Praça da Estação,
virando a direita e seguindo em linha reta até encontrar o Rio das Mortes, subindo por este até
encontrar o ponto inicial em frente a Estação Ferroviária;

VIII – Setor VIII - Estação - área compreendida entre o Rio das Mortes, a parte de
trás da Praça da Estação, Rua Herculano J. dos Santos, passando a 50m (cinqüenta metros) por de
trás da Estação Ferroviária até encontrar novamente o Rio das Mortes.

Art. 11. A zona ambiental é toda a unidade de conservação ecológica compreendida


nos limites do Município de Tiradentes.

Parágrafo Único. Na conservação da zona ambiental serão observadas as normas


estabelecidas por esta Lei e as demais normas específicas editadas pelos Governos Federal e
Estadual.

Art. 12. A zona ambiental da Área de Proteção Ambiental São José - APA São José-,
é a área delimitada pela poligonal que tem o seu início no cruzamento da estrada da Fazenda do
Retiro, Município de Coronel Xavier Chaves, com a Rodovia BR 383 que liga ao Município de
Prados; a linha perimétrica segue por aquela Rodovia até encontrar a ponte sobre o Córrego do
Caroço ou Boa Vista; daí sobe pelo Caroço ou Boa Vista até a sua mais alta cabeceira, onde
encontra o caminho que liga o Bairro Pinheiro Chagas às minerações existentes nas encostas
orientais da Serra São José; daí segue por aquele caminho até encontrar a mais alta vertente do
Córrego Palmital, até a sua confluência com o Córrego do Gritador; daí sobe pelo Córrego do
Gritador numa distância aproximada de 1.000m (mil metros); daí segue na direção do colo existente
no divisor de águas do Córrego do Gritador e Córrego Cachabrá até atingir a vertente mais oriental
do Córrego Cachabrá; daí desce pelo Córrego Cachabrá até a sua confluência com o Córrego do
Engenho, até encontrar o Córrego do Pau de Angu; daí sobe pelo córrego Pau de Angu, após, pelo
seu primeiro tributário da margem esquerda, até atingir o ponto mais alto de sua nascente mais
meridional; daí segue em direção ao divisor de águas do

mencionado tributário com o Córrego Santo Antônio pelo colo mais setentrional existente no
referido divisor, até atingir a nascente mais oriental do Córrego Pacu, dentro do perímetro urbano
do Município de Tiradentes; daí, sobe pelo Córrego do Pacu até sua menor eqüidistância com
estrada que liga a sede do Município de Tiradentes ao Município de Santa Cruz de Minas; daí segue
aquela estrada até atingir o ponto de cruzamento com a linha de alta tensão existente entre os
Municípios de São João Del Rey e Coronel Xavier Chaves; dai segue pela linha de alta tensão, em
direção norte, até atingir o ponto da que atravessa o caminho que liga a Colônia do Marçal à
Estância da Água Santa; daí segue por aquele caminho, até o Córrego da Água Santa, até encontrar
o Córrego das Pedras; daí segue por pelo Córrego das Pedras, sobe até atingir o ponto mais alto de
sua nascente mais oriental; daí, na direção leste, em linha reta, atravessa o espigão divisor dos
municípios de Coronel Xavier Chaves e Prados, até atingir o maior afluente da margem esquerda do
Córrego do Riacho; daí segue pelo Córrego do Riacho, de onde desce até a sua confluência com o
Córrego do Riacho; daí pela estrada que liga a Fazenda do Retiro com a Fazenda do Retiro Velho,
até atingir o cruzamento daquela estrada com a estrada que liga Prados à Fazenda do Retiro Velho,

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até atingir o cruzamento daquela estrada com a estrada que liga Prados à Rodovia BR 383, ponto
inicial desta descrição.

Parágrafo Único. A extensão da Área de Proteção Ambiental São José – APA São
José -, compreendida dentro dos limites do Município de Tiradentes, é subdividida nas seguintes
zonas de ocupação:

I - zona de valorização histórico – cultural;


II - zona de exploração mineral;
III - zona de conservação e uso turístico;
IV - zona urbana;
V - zona de uso turístico e agropecuário;
VI - zona de uso agropecuário restrito e turístico;
VII - zona de vida silvestre;
VIII - zona de uso especial.

Art. 13. A zona de interferência, considerada aquela cuja ocupação influi na zona
histórica, fica fixada como sendo a faixa de terra compreendida a uma distância de até 100m (cem
metros) do em torno da poligonal que define a zona histórica do Município de Tiradentes.

Art. 14. A zona de altitude é o espaço das zonas histórica, de interferência, urbana e
rural localizado acima da cota de altitude de 950 (novecentos e cinqüenta).

Subseção III
Da zona de expansão urbana

Art. 15. A zona de expansão urbana do Município de Tiradentes é constituída dos


terrenos compreendidos na poligonal da área urbana, contíguos ou não, que não possuam os
equipamentos urbanos mantidos pelo Poder Público, sendo destinados a parcelamentos do solo e
crescimento da cidade, distritos ou vilas.

Subseção IV
Da zona industrial

Art. 16. A zona industrial é destinada à implantação de projetos de indústrias de


pequeno porte não poluentes e centros de produção manufaturada.

Art. 17. A zona industrial será demarcada fora da zona urbana do Município de
Tiradentes, através de lei específica, de preferência nas áreas lindeiras às vias de ligação regional.

Subseção V
Da zona rural

Art. 18. A zona rural do Município de Tiradentes é constituída das terras


pertencentes aos limites do território municipal, destinadas à exploração agrícola, pastoril ou
extrativa.

Seção II
Da preservação das vias, cursos d’água e encostas

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Art. 19. As faixas de domínio do Departamento Nacional de Infra-estrutura de
Tráfego - DNIT e Departamento Estadual de Estradas de Rodagem - DER são os terrenos a partir
do eixo e ao longo das rodovias, com largura e uso definidos em normas específicas dos respectivos
órgãos legislativos.

Parágrafo Único. As áreas das faixas de domínio do DNIT e DER são consideradas
áreas não edificáveis, sendo vedada a sua inclusão como parte integrante dos projetos e
parcelamentos de solo a serem

aprovados às margens das rodovias.

Art. 20. As faixas de domínio da R.F.S.A. são constituídas dos terrenos a partir do
eixo e ao longo das ferrovias, com largura e uso definidos em normas específicas dos órgãos
estaduais e federais de ferrovias.

Art. 21. São consideradas zonas de preservação permanente e não edificáveis as


faixas de terra às margens dos cursos d’água existentes, com 30m (trinta metros) de largura mínima
da margem.

Parágrafo Único. A legislação florestal vigente definirá a variação da largura das


áreas de preservação permanente e não edificáveis, conforme o dimensionamento e a caracterização
dos cursos d’água.

Art. 22. São consideradas zonas de preservação permanente e não edificáveis as


faixas de terra às margens das nascentes de cursos d’água e lagoas existentes, com 50m (cinqüenta
metros) de largura mínimos do centro ou da margem.

Parágrafo Único. A legislação florestal vigente definirá a variação da largura das


áreas de preservação permanente não edificáveis, conforme o dimensionamento e a caracterização
das nascentes e lagoas.

Art. 23. São consideradas zonas de preservação permanente e não edificáveis as


encostas com mais de 50%(cinqüenta por cento) de declividade.

Art. 24. É vedada a ocupação nas zonas de preservação permanente, que têm como
objetivo garantir:

I - o espaço para a manutenção da diversidade das espécies e propiciar refúgio à


fauna;
II - proteger as nascentes, cabeceiras e cursos d’água;
III - evitar riscos geológicos.

Seção III
Das disposições especiais

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Art. 25. Nas áreas predominantemente ocupadas ou desocupadas, localizadas na zona
de preservação permanente, zona ambiental, zona de altitude e zona histórica, a ocupação terá
normas específicas e diferenciadas, conforme estabelecido nesta Lei.

Parágrafo Único. As áreas em processo de ocupação, localizadas na zona de


preservação permanente, zona ambiental, zona de altitude e zona histórica, serão controladas
visando à proteção ambiental e paisagística e a preservação do patrimônio histórico e cultural.

CAPÍTULO III
DO PARCELAMENTO DO SOLO

Seção I
Das normas a serem obedecidas pelos projetos de parcelamento do solo

Art. 26. Os projetos de parcelamento e ocupação do solo do Município de Tiradentes,


nas áreas localizadas nas faixas de domínio das rodovias e ferrovias estaduais e federais,
obedecerão ao disposto nesta Lei e na legislação específica editada pelos Governos Federal e
Estadual.

Art. 27. Os projetos de parcelamento e ocupação do solo do Município de Tiradentes


serão executados com fiscalização da Câmara Municipal, pelos sistemas de controle externo.

Art. 28. Os projetos de parcelamento e ocupação do solo do Município de Tiradentes,


executados em terrenos da zona histórica do Município, obedecerão ao disposto nesta Lei e na
legislação federal e estadual de proteção ao patrimônio histórico e artístico nacional.

Art. 29. Os projetos de parcelamento e ocupação do solo do Município de Tiradentes,


executados em terrenos localizados na zona histórica, zona de interferência, zona de altitude e na
zona ambiental, obedecerão ao disposto nesta Lei e na legislação federal e estadual específica no
que tange ao comprometimento da paisagem do Conjunto do Patrimônio Histórico e Ambiental.

Art. 30. Os projetos de parcelamento de solo executados na zona rural do Município


de Tiradentes obedecerão ao disposto nesta Lei e na legislação federal e estadual específica.

Art. 31. Os projetos de parcelamento e ocupação do solo do Município de Tiradentes,


executados em terrenos com área superior a 400.000m2 (quatrocentos mil metros quadrados),
localizados na

zona urbana, têm sua aprovação condicionada a parecer prévio favorável do órgão de licenciamento
ambiental do Estado de Minas Gerais e da Secretaria Municipal de Meio Ambiente.

Art. 32. Os projetos de parcelamento e ocupação do solo do Município de Tiradentes,


executados em terrenos com área inferior a 400.000m2 (quatrocentos mil metros quadrados),
localizados na zona urbana, têm sua aprovação condicionada a parecer prévio favorável do órgão
estadual competente e à confecção de relatório de proteção ambiental aprovado pelo CODEMA e
pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente.

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Art. 33. Os projetos de parcelamento e ocupação do solo do Município de Tiradentes,
implantados em terrenos localizados nas regiões de ausência ou deficiência de infra-estrutura de
abastecimento de água, esgotamento sanitário, equipamentos urbanos, equipamentos comunitários,
de precariedade ou saturação da articulação viária interna ou externa, deverão apresentar projeto de
adequação que assegure a solução das demandas atualizadas e futuras, a ser aprovado pelo
Município.

§1º. Os projetos de parcelamento e ocupação do solo do Município de Tiradentes,


implantados em terrenos localizados nas regiões carentes ou com insuficiência de infra-estrutura
urbana, deverão manter baixa densidade demográfica, caso não haja a aprovação do Município.

§2º. Para fins deste artigo, define-se como baixa densidade demográfica a ocupação
do solo realizada com o índice máximo de 35 (trinta e cinco) habitantes por hectare de terra.

Art. 34. Caberá ao Poder Executivo promover as negociações de infra-estrutura,


equipamentos urbanos e comunitários com o proprietário para a realização dos parcelamentos do
solo do Município de Tiradentes envolvendo as futuras áreas urbanas da municipalidade.

Art. 35. As zonas de reestruturação são as regiões ocupadas desordenadamente por


população de baixa renda, nas quais existe o interesse público em promover programas
habitacionais de urbanização e regularização fundiária, urbanística e jurídica, visando à promoção
da melhoria da qualidade de vida e integração urbanas, estando sujeitas a critérios especiais para o
parcelamento e nova ocupação do solo.

Art. 36. As zonas de integração são as constituídas das regiões desocupadas


pertencentes ao Poder Público, nas quais há o interesse público em ordenar a ocupação por meio de
urbanização e regularização fundiária ou em implantar ou complementar programas habitacionais
de interesse social.

§1º. De forma excepcional ao previsto nesta Lei, a gleba ou lote localizado na malha
urbana, com subdivisão, ocupação e documentação irregulares, existentes até a data da aprovação
desta Lei, deverá ser regularizado, desde que obedeça aos seguintes critérios:

I - seja mantida a medida de 10m (dez metros) de frente mínima para o logradouro;
II – tenham frente para um via aprovada;
III – possua área mínima de 125m2 (cento e vinte e cinco metros quadrados);
IV - a edificação pertencente à gleba ou lote passe a integrar o conjunto
arquitetônico, quanto aos afastamentos, a fachada e aos limites máximos de altura já existentes.

§2º. A aplicação do §1º deste artigo terá validade até o prazo máximo de 180 (cento
e oitenta) dias após a aprovação desta Lei, findo este prazo a gleba irregular deve seguir os
parâmetros gerais estabelecidos nesta lei para regularizar sua situação.

Art. 37. O Município de Tiradentes, mediante lei específica de iniciativa do Poder


Executivo, implantará, com fins de preservação do Patrimônio Histórico, plano de controle para o
acesso de veículos automotores na zona histórica, atendendo às necessidades de cada região.

Parágrafo Único. O plano de controle de acesso à zona histórica do Município de


Tiradentes, por veículos automotores, não poderá prejudicar o direito de locomoção dos moradores
e deverá se articular com o sistema viário adjacente mantendo a fluidez do tráfego e apresentar meio
de transporte alternativo.

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Seção II
Das formas, condições e critérios de parcelamento do solo

Art. 38. O parcelamento do solo urbano será feito através de loteamento aberto,
loteamento fechado ou condomínio fechado e desmembramento.

§1º. Considera-se loteamento aberto a subdivisão de gleba urbana em lotes


destinados à edificação, que implique em abertura, prolongamento, modificação ou ampliação de
vias de circulação ou logradouros públicos já existentes.

§2º. Considera-se loteamento fechado a subdivisão de gleba urbana, em lotes


destinados a

edificação, que tenha acesso controlado, áreas de uso comum, seja cercado e implique a abertura e
implantação de um sistema viário independente, ligado à malha urbana pelo prolongamento de pelo
menos uma via do sistema viário existente.

§3º. Considera-se desmembramento a subdivisão de gleba urbana em lotes


destinados a edificação, com aproveitamento do sistema viário existente, que não implique em
abertura de novas vias e logradouros públicos, nem no prolongamento, modificação ou ampliação
dos existentes.

Art. 39. O parcelamento do solo não é permitido nos terrenos:

I - alagadiços, sem que sejam asseguradas as providências para o escoamento das


águas;
II - que tenham sido aterrados com material nocivo a saúde pública, sem prévio
saneamento;
III – naturais, com declividade acima de 50% (cinqüenta por cento);

IV - contíguos a mananciais, cursos d’água, represas e demais recursos hídricos, sem


a prévia manifestação dos órgãos competentes, conforme estabelecido nesta Lei;

V - em que a poluição impeça a existência de condições sanitárias suportáveis, sem


que se assegure a correção do problema;

VI - em terrenos situados em zona de preservação permanente;

VII - em terrenos com declividade entre 30% (trinta por cento) e 50% (cinqüenta por
cento), sem o devido compromisso formalizado que assegure a não existência de futuras
terraplenagens nos lotes e a assunção da responsabilidade técnica da viabilidade das edificações a
serem realizadas no local perante o Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura de Minas
Gerais - CREA/MG.

Art. 40. Os parcelamentos devem atender às seguintes condições:

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I - os lados dos quarteirões não podem ter extensão superior a 300m (trezentos
metros) nos loteamentos fechados;

II - os lados dos quarteirões não podem ter extensão superior a 200m (duzentos
metros) nos loteamentos abertos;

III - os lotes devem ter área mínima de 300m2 (trezentos metros quadrados) e
máxima de 5.000m2 (cinco mil metros quadrados), no mínimo 12m (doze metros) de frente e
relação entre profundidade e testada não superior a 5 (cinco);

IV - os parcelamentos destinados a programas públicos habitacionais ou privados em


parceria com os setores públicos obedecerão a critérios especiais, permitindo o parcelamento em
lotes com área mínima de 250m2 (duzentos e cinqüenta metros quadrados) e frente mínima de 10m
(dez metros), e relação entre a profundidade e testada não superior a 5 (cinco);

V - os parcelamentos, realizados em terrenos que margeiam cursos d’água corrente


ou dormente, deverão respeitar uma reserva, em cada lado, de 30m (trinta metros) no mínimo, a
partir da margem, como área de preservação permanente não edificável e não parcelável;

VI - o plano de arruamento deve ser elaborado considerando as condições


topográficas locais e observando a inclinação máxima de 15% (quinze por cento) e a condição mais
favorável para o escoamento pluvial, insolação e ventilação;

VII - nos loteamentos, as vias do plano de arruamento devem se articular com as vias
adjacentes já existentes ou projetadas, e harmonizadas com a topografia local;

VIII - os lotes aprovados e situados na zona histórica deverão ter área mínima de
400m2 (quatrocentos metros quadrados) e frente mínima de 14m (quatorze metros), e relação entre
profundidade e testada não maior do que 5 (cinco);

IX - os lotes aprovados e situados na zona de altitude deverão ter área mínima de


1.000m2 (mil metros quadrados) e frente mínima de 25m (vinte e cinco metros), e relação entre
profundidade e testada não maior do que 5 (cinco);

X - os lotes aprovados e situados na zona ambiental deverão ter área mínima de


2
10.000m (dez mil metros quadrados) e frente mínima de 40m (quarenta metros), e relação entre
profundidade e testada não maior do que 5 (cinco);

XI - os lotes aprovados e situados na zona de interferência deverão ter área mínima


2
de 500m

(quinhentos metros quadrados) e frente mínima de 14m (quatorze metros) e relação entre
profundidade e testada não maior do que 5 (cinco);

XII - os lotes em terrenos com declividade superior a 30% (trinta por cento) deverão
ter área mínima de 1.000m2 (mil metros quadrados) e frente mínima de 18m (dezoito metros) e
relação entre profundidade e testada não maior do que 5 (cinco);

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XIII - os lotes em terrenos com declividade superior a 30% (trinta por cento) e
inferior a 35% (trinta e cinco por cento) deverão ter área mínima de 2.000m2 (dois mil metros
quadrados) e frente mínima de 20m (vinte metros) e relação entre a profundidade e a testada não
maior do que 5 (cinco);

XIV - os lotes em terrenos com declividade superior a 35% (trinta e cinco por cento)
até 50% (cinqüenta por cento) deverão ter área mínima de 5.000m2 (cinco mil metros quadrados) e
frente mínima de 25m (vinte e cinco metros) e relação entre profundidade e testada não maior do
que 5 (cinco);

XV - os lotes deverão confrontar-se com a via pública, vedada a frente para via de
pedestre;

XVI - os parcelamentos realizados em terrenos que margeiam as faixas de domínio


das rodovias, ferrovias e dutos, deverão obedecer ao afastamento da área não edificável definida
nesta Lei, reservando uma faixa de no mínimo 15m (quinze metros) de largura de cada lado a partir
do eixo das rodovias, ferrovias ou dutos não parceláveis;

XVII - não é permitido o parcelamento de lotes com área inferior a 2.000m2 (dois mil
metros quadrados) em glebas localizadas nas vias classificadas como arteriais e de ligação regional;

XVIII - não é permitido o parcelamento de lotes com área inferior a 2.000m2 (dois
mil metros quadrados) em glebas localizadas nas vias classificadas como comerciais;

XIX - os parcelamentos realizados em terrenos que margeiam águas canalizadas


deverão respeitar em cada lado uma reserva de 30m (trinta metros), no mínimo, a partir da margem,
como área de preservação permanente não edificável e não parcelável.

§1º. Serão admitidos quarteirões com a medida dos lados superior às permitidas no
inciso II do caput deste artigo somente em casos onde a natureza do empreendimento demande
grandes áreas contínuas e desde que suas vias circundantes se articulem com as adjacentes,
observados os critérios para o parcelamento.

§2º. Nas situações consolidadas existentes no centro histórico, cuja divisão da área
comum construída não seja possível da forma prevista no inciso VIII do caput deste artigo, em
razão das construções já existentes no terreno, admitir-se-á o parcelamento do solo em lotes com
área mínima de 125m2 (cento e vinte e cinco metros quadrados) e frente mínima de 5 (cinco
metros).

§3º. As áreas não edificáveis deverão ser identificadas nas plantas dos
parcelamentos.

§4º. Nos loteamentos fechados, as vias do plano de arruamento devem se articular


entre si, com acesso por uma via que se interligue ao sistema viário adjacente existente ou
projetado, harmonizando com a topografia local.

§5º. Os loteamentos fechados poderão obstaculizar a continuidade das vias, devendo


assegurar e assumir a implantação de um sistema viário alternativo viável, dando continuidade e
interligando a malha viária adjacente já existente na zona urbana.

12
§6º. Compete exclusivamente aos loteamentos fechados com relação às suas áreas
internas:
I - coleta de lixo;
II - manutenção da infra-estrutura;
III - instalação de equipamentos e pessoal de segurança;
IV - instalação de sistema de prevenção e controle de incêndios;
V - instalação de sistema de abastecimento de água, esgoto, energia elétrica,
iluminação pública, abertura das vias, pavimentação, drenagem, passeios, arborização e
ajardinamento das praças e canteiros centrais.

Art. 41. É permitido o parcelamento em gleba urbana com área superior a 10.000 m2
(dez mil metros quadrados), com uma frente mínima de 100m (cem metros).

Art. 42. Os lotes isolados só serão aprovados quando situados em quarteirões


delimitados por pelo menos 3 (três) vias públicas aprovadas.

Parágrafo Único. Não se aplica o disposto no caput deste artigo aos terrenos lindeiros
às rodovias federais, estaduais e municipais.

Art. 43. Os loteamentos licenciados e aprovados pelo Município deverão ser


protocolados no cartório de registro de imóveis no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias após
a data da aprovação, sob pena de caducidade.

CAPITULO IV
DO LOTEAMENTO

Art. 44. Nos loteamentos é obrigatória a transferência ao Município de, no mínimo,


35% (trinta e cinco por cento) da gleba a ser parcelada, para instalação de equipamentos urbanos e
comunitários, sistema de circulação, espaços livres de uso público e área para a preservação de
vegetação, exceto para aqueles que se enquadrem no art. 4º, § 1, da Lei nº 6.766, de 19 de setembro
de 1.979.

Art. 45. Mediante análise de conveniência e oportunidade procedida pelo Poder


Executivo, poderão os loteamentos construir obras de interesse da comunidade, em substituição do
equivalente às áreas destinadas a construção de equipamentos comunitários.

Art. 46. Para os fins desta lei, consideram-se os seguintes conceitos:

I - equipamentos urbanos: equipamentos públicos destinados a abastecimento de


água, serviço de esgotos, energia elétrica, coleta de águas pluviais, rede telefônica e gás canalizado;

II - equipamentos comunitários: equipamentos públicos destinados à educação,


saúde, cultura, lazer, segurança e similares;

III - sistema de circulação: vias necessárias ao tráfego de veículos e pedestres;

13
IV - áreas verdes: espaços destinados à revitalização ou à preservação de vegetação
existente.

Art. 47. O percentual que deve ser destinado às áreas para uso de equipamentos
comunitários é de no mínimo 5% (cinco por cento) da área da gleba a ser parcelada.

Art. 48. O percentual que deve ser destinado à área verde é de no mínimo 10% (dez
por cento) da área da gleba a ser parcelada.

Art. 49. As áreas destinadas a equipamentos comunitários deverão ter declividade


máxima de 30% (trinta por cento), aproveitamento mínimo de 50% (cinqüenta por cento) e deverão
ser servidas por vias do plano de arruamento dos loteamentos.

Parágrafo Único. Não se incluem no cálculo do percentual de terrenos a serem


transferidos para o Município:

I – as áreas não parceláveis e não edificáveis previstas nesta lei;

II – as áreas relativas à servidão ao longo das linhas de transmissão de energia


elétrica.

Art. 50. As áreas definidas como áreas de preservação permanente poderão ser
transferidas, caso haja justificado interesse público de ordem ambiental, sendo computada para
efeito do cálculo do percentual.

Art. 51. Não são computados como área verde as áreas de canteiros centrais ao longo
das vias e praças, as quais serão computadas como área do sistema viário e parte integrante do plano
de arruamento.

Art. 52. As áreas transferidas ao Município devem ter, no mínimo, 12m (doze
metros) de frente para o logradouro público e acesso direto ao sistema viário adjacente já existente.

Art. 53. Nos loteamentos fechados, as áreas verdes a serem transferidas ao Município
não terão acesso direto ao sistema viário adjacente já existente.

Art. 54. As áreas destinadas a equipamentos urbanos e comunitários, a sistema de


circulação e a áreas verdes, devem constar no projeto de loteamento e no memorial descritivo.

Art. 55. No caso de registro do loteamento, passam ao domínio do Município as


áreas transferidas a que se refere esta lei.

Art. 56. Nenhum quarteirão pode pertencer a mais de um loteamento.

Art. 57. A elaboração do projeto de loteamento deve ser precedida da fixação das
informações básicas pelo Município, em atendimento a requerimento do interessado, acompanhado,
no mínimo, da planta da gleba urbana que se pretende lotear, contendo localização da gleba dentro
da zona urbana.

14
Art 58. O processo para aprovação do projeto de loteamento deverá ser precedido de
um requerimento junto ao protocolo da Prefeitura Municipal, contendo os seguintes documentos e
informações:

I - informação básica para o parcelamento de solo no Município, fornecida pelo


Poder Executivo;

II - planta da gleba a ser loteada, contendo suas divisas geometricamente definidas de


acordo com as normas técnicas oficiais vigentes;

III - localização dos cursos d’água;

IV - localização das rodovias, ferrovias, linhas de transmissão de energia elétrica,


redes de telefonia, dutos e demais instalações e suas respectivas faixas de domínio ou servidão;

V - localização das áreas arborizadas e edificações existentes;

VI - altimetria da gleba a ser parcelada, com delimitação das áreas com declividade
entre 30% (trinta por cento) e 50% ( cinqüenta por cento ) e superior a esta última;

VII - arruamentos contíguos a todo o perímetro com os elementos necessários à


integração do loteamento com as áreas circunvizinhas, conforme previsto nesta Lei;

VIII - planta do projeto do parcelamento indicando o plano de arruamento, quadras e


lotes numerados e cotados, áreas verdes, áreas para uso comunitário e equipamentos sociais,
classificação, nomeação e articulação das vias com a rede viária do Município e da região e áreas de
preservação permanente;

IX - memorial descritivo contendo todas as características e partes do loteamento,


descrição das vias, dimensionamento dos lotes, áreas verdes, áreas de equipamentos comunitários,
vias, identificação das áreas, lotes e quadro demonstrativo contendo as áreas de aproveitamento.

Art. 59. Aprovado o loteamento ou a sua modificação, deverá ser expedido o Alvará
de Urbanização com prazo de validade de 2 (dois) anos, prorrogáveis por mais 2 (dois) anos para a
conclusão das obras.

Parágrafo Único. O prazo previsto no caput se inicia na data do registro do projeto


de parcelamento no cartório de registro de imóveis.

Art. 60. A execução das obras constantes do projeto de loteamento deve ser garantida
pelo depósito, confiado ao Município, do valor a elas correspondentes, da seguinte forma:

I – em dinheiro;

II – em títulos da dívida pública;

III – por fiança bancária;

IV - por vinculação de parte do imóvel ou de lotes ou de imóvel fora do local,


mediante instrumento público;

15
V – por seguro garantia.

§1º. Cumprido o cronograma de obras, o depósito será restituído no momento da


liberação do loteamento, depois de feita vistoria pelas concessionárias de água, esgoto, energia
elétrica e Secretaria Municipal de Obras.

§2º. A critério do Poder Executivo, o depósito previsto no caput pode ser liberado
parcialmente à medida em que as obras de urbanização forem executadas e recebidas pelas
concessionárias de água, esgoto, energia elétrica e Secretaria Municipal de Obras, respeitando plano
de execução previamente estabelecido e acertado com o Município na aprovação do projeto de
parcelamento.

CAPITULO V
DO SISTEMA VIÁRIO

Art. 61. As vias públicas dos loteamentos constantes nesta lei são classificadas como:
I - de ligação regional;
II - arterial;
III - comercial;
IV- coletora;
V - local;
VI - de pedestre;
VII - ciclovia.

§1º. Entende-se por:

I - via de ligação regional: a via ou trecho com função de fazer a ligação com
municípios vizinhos, com acesso às vias lindeiras devidamente sinalizado;

II - via arterial: a via ou trecho com o mínimo de 18m (dezoito metros) de largura e
significativo volume de tráfego, utilizada nos deslocamentos urbanos de maior distância, com
acesso às vias lindeiras devidamente sinalizado;

III - via comercial: a via ou trecho com o mínimo de 18m (dezoito metros) de largura
e finalidade de atender a uma concentração de uso comercial não classificada como local, de fluxo
de trânsito intenso;

IV - via coletora: a via ou trecho com o mínimo de 16m (dezesseis metros) de largura
e função de permitir a circulação entre as vias arteriais ou de ligação regional e as vias locais;

V - via local: a via ou trecho com o mínimo de 12m (doze metros) de largura e baixo
volume de tráfego, com função de possibilitar o acesso direto às edificações;

VI - via de pedestre: a via ou trecho com o mínimo de 4m (quatro metros) de largura,


destinada à circulação de pedestres e eventualmente de bicicletas;

16
VII – ciclovia: a via ou pista lateral fisicamente separada de outras vias, destinada
exclusivamente ao trânsito de bicicletas.

§2º. As vias públicas são compostas pelos espaços destinados à circulação de


veículos e pedestres.

§3º. O disposto neste artigo não se aplica à classificação das vias, a ser realizada por
decreto, considerando as suas características específicas e sua localização estratégica.

§4º. Nas vias consideradas comerciais, deverá ser respeitado um afastamento frontal
de 15m (quinze metros) para a implantação de acesso marginal aos lotes.

Art. 62. O sistema viário dos loteamentos deve obedecer à geometria e às


características vias definidas nesta lei.

§1º. O ato de aprovação do projeto de loteamento deve estabelecer a classificação das


vias.

§2º. Na gleba cujo acesso ao sistema viário somente possa ser feito através de terreno
de propriedade pública, a construção do acesso ao parcelamento será realizada por conta e ônus do
proprietário, cabendo ao Poder Executivo a definição da localização e da geometria e a classificação
da via de acesso.

CAPITULO VI
DO DESMEMBRAMENTO

Art. 63. Os desmembramentos estão sujeitos à transferência ao Município de, no


mínimo, 15% (quinze por cento) da gleba a ser parcelada.

§1O. A transferência prevista no caput deste artigo não se aplica às glebas com área
inferior a 800m2 (oitocentos metros quadrados).

§2º. No caso de glebas com área inferior a 5.000m2 (cinco mil metros quadrados), é
facultado converter a transferência prevista no artigo anterior em pagamento em espécie.

§3º. Nos casos em que, dos 15% (quinze por cento) a serem transferidos ao
Município, resulte em uma área menor do que o mínimo permitido para o parcelamento previsto
nesta lei, é obrigatório o estabelecido no artigo anterior.

§4º. O valor da conversão prevista nos parágrafos anteriores é calculado de acordo


com a planta de valores imobiliários utilizada para cálculo do Imposto Sobre Transmissão Inter
Vivos de Bens Imóveis (ITBI).

§5º. Aplicam-se à transferência prevista no caput deste artigo as disposições do art.


44, inciso IX desta Lei.

17
Art. 64. A planta da gleba a ser desmembrada terá suas divisas geometricamente
definidas conforme as técnicas oficiais vigentes.

Art. 65. Só será permitida a aprovação de lotes com área inferior a 2.000m2 (dois mil
metros quadrados), situados em vias arteriais e de ligação regional, em caso de imobilidade física
resultante de aprovação anterior dos lotes que circundam o terreno a ser desmembrado.

CAPITULO VII
DO CONDOMÍNIO

Art. 66. Condomínio é o conjunto de mais de uma edificação assentada em uma ou


mais glebas, dispondo de espaços de uso comum, caracterizados como bens de condomínio, cujo
terreno não pode ter área superior a 100.000 m2 (cem mil metros quadrados).

Art. 67. Os projetos de condomínio deverão transferir ao município no mínimo 35 %


(trinta e cinco por cento) equivalentes à área das glebas ocupadas, conforme previsto nesta lei para
os parcelamentos.

Art. 68. As áreas transferidas ao Município resultantes do processo de aprovação dos


condomínios devem se localizar fora da área condominial.

Art. 69. Compete exclusivamente aos condomínios definidos neste Capítulo com
relação às suas áreas internas:
I - coleta de lixo;
II - manutenção da infra-estrutura;
III - instalação de equipamentos e pessoal de segurança;
IV - instalação de sistema de prevenção e controle de incêndios;
V - instalação de sistema de abastecimento de água, esgoto, energia elétrica,
iluminação pública, abertura das vias, pavimentação, drenagem, passeios, arborização e
ajardinamento das praças e canteiros centrais.

CAPITULO VIII
DO REPARCELAMENTO

Art. 70. O reparcelamento consiste na redivisão de parte ou de todo o parcelamento,


que implique alteração do sistema viário, das áreas verdes, de uso público e das áreas destinadas à
instalação de equipamentos urbanos e comunitários.

§1º. A desafetação do domínio público relativa ao reparcelamento será realizada


através de lei específica.

§2º. No reparcelamento é obrigatória a manutenção do percentual de área transferido


ao Município no parcelamento original.

§3º. O reparcelamento pode objetivar a implantação de condomínio em parcelamento


aprovado.

§4º. Aplicam-se no reparcelamento, no que couber, as regras desta Lei previstas para
o parcelamento.

18
Art. 71. O Poder Executivo somente poderá deferir requerimento de reparcelamento
em que haja a previsão de urbanização compatível com o novo parcelamento proposto.

CAPITULO IX
DA OCUPAÇÃO DO SOLO

Seção I
Das edificações

Art. 72. As edificações somente poderão ser construídas em lotes ou conjuntos de


lotes que atendam a uma das seguintes condições:
I - ser parte integrante de parcelamento aprovado;

II - ter existência anterior a 19 de dezembro de 1.979, comprovada mediante a


conferência do registro público.

Parágrafo Único. No caso do inciso I deste artigo, a edificação será permitida apenas
nos lotes que possuam frente mínima de 10m (dez metros), voltada para logradouro público
aprovado.

Art. 73. As edificações realizadas no Município de Tiradentes devem dispor de:

I - sistema de esgoto ligado à rede pública, quando existir, ou fossa séptica com
filtro com projeto técnico acompanhado da anotação de responsabilidade;
II - instalação de rede de água ligada a sistema de rede pública ou privada;
III - passeio e meio fio conforme estabelecido nesta lei, contíguo ao logradouro;
IV - drenagem e recolhimento das águas pluviais por dutos, com lançamento na rede
publica.

Parágrafo Único. A drenagem por lotes adjacentes deve ser implantada por sistema
de dutos subterrâneos.

Art. 74. Os parâmetros urbanísticos previstos nesta lei são os definidos neste
Capítulo e os aplicáveis às zonas históricas e ambientais, a serem definidos em leis específicas.

Art. 75. O Poder Executivo poderá exigir que os proprietários de terrenos lindeiros às
vias arteriais, comerciais e de ligação regional respeitem um recuo mínimo de 10 m (dez metros).

Parágrafo Único. De acordo com o traçado básico das vias, pode o Poder Executivo
permitir recuos de alinhamento inferiores ao estabelecido no caput deste artigo.

Art. 76. Deverá ser anexado junto ao projeto arquitetônico de edificação a ser
aprovado no Município de Tiradentes, a anotação de responsabilidade técnica do projeto geotécnico
junto ao Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura de Minas Gerais - CREA/MG, no caso de
terrenos que, em função dos serviços de terraplenagem tenham taludes de corte, de aterro ou mistos
superiores a 4m (quatro metros).

19
Parágrafo Único. O Poder Executivo poderá fornecer, mediante requerimento
protocolado na Prefeitura Municipal, projeto padrão adequado às normas estabelecidas nesta Lei,
até o máximo de 60m2 (sessenta metros quadrados).

Seção II
Do coeficiente de aproveitamento

Art. 77. O potencial construtivo é o cálculo realizado mediante a multiplicação da


área total do terreno pelo coeficiente de aproveitamento - CA - da zona na qual se situa.

§ 1º. Na zona urbana será de 1.5 (um e meio);


§ 2º. Na zona histórica será de 1.0 (um);
§ 3 º. Na zona ambiental será de 1.0 (um);
§ 4º. Na zona de interferência será de 1.0 (um);
§ 5º. Na zona de altitude será de 1.0 (um).

Art. 78. Não são computadas para o cálculo do coeficiente de aproveitamento - CA:

I - a área destinada ao estacionamento de veículos;

II - o pilotis destinado à recreação e área de uso comum nas edificações residenciais


e de uso misto;

III - o pilotis destinado a serviços de uso comum do condomínio nas edificações não
residenciais;

IV - a área situada no subsolo destinada à recreação e lazer de uso comum, em


edificações residenciais multifamiliares;

V - a área de circulação vertical coletiva;

VI - a área de circulação horizontal coletiva equivalente a 2 (duas) vezes a área entre


as escadas e elevadores;

VII - as varandas abertas, situadas em unidades residenciais que tenham área


equivalente a 10% (dez por cento) da área total do pavimento onde se localizam;

VIII - a caixa d’água, a casa de máquinas e a subestação;

IX - os compartimentos destinados a depósitos de lixo;

X - a guarita de até 6m2 (seis metros quadrados);

XI - a zeladoria de até 15m2 (quinze metros quadrados);

20
XII - os compartimentos destinados a depósitos em edificações residenciais,
localizados no pilotis ou na garagem;

XIII - a antecâmara, se exigida pelo corpo de bombeiros;

XIV - a área das jardineiras, contada da fachada da edificação até 60cm (sessenta
centímetros) de projeção;

XV - a área equivalente a até 20% (vinte por cento) da parte do pavimento


imediatamente abaixo, em edificações na cobertura integrantes de unidade residencial, desde que a
área total edificada na cobertura não ultrapasse a 50% (cinqüenta por cento) da área do pavimento
imediatamente abaixo;

XVI - a área equivalente a 120% (cento e vinte por cento) da parte da instalação
sanitária de uso comum, que possua condições adequadas de acessibilidade e utilização por
portadores de deficiência física, nos termos definidos pela Agência Brasileira de Normas Técnicas -
ABNT;

XVII - a área equivalente a 120% (cento e vinte por cento) das rampas que estejam
adequadas aos portadores de deficiência física, nos termos definidos pela Agência Brasileira de
Normas Técnicas – ABNT, ou que:

a. façam parte de edificação não qual não seja obrigatória a instalação de elevadores;
b. estejam situados em edificações de uso não residencial ou na parte não residencial
das de uso misto.

§1º. O compartimento de edificação não residencial, cujo pé direito exceda 4,50 m


(quatro metros e cinqüenta centímetros), deve ter sua área considerada para efeito do cálculo do
coeficiente de aproveitamento - CA, da seguinte forma:

I - se igual ou inferior a 5,80m (cinco metros e oitenta centímetros), a área do


compartimento é multiplicada por 1,5 (um e meio);
II - se superior a 5,80m (cinco metros e oitenta centímetros), a área do
compartimento é multiplicada por 2 (dois).

§ 2º. Será admitido pé direito superior a 4,50 m (quatro metros e cinqüenta


centímetros), sem acréscimos da área a ser computada, por razões técnicas relativas a:

I - acústica ou visibilidade em auditórios, salas de espetáculos ou templos religiosos;


II - necessidade de aproveitamento do espaço aéreo;
III - logradouro em declive cujo pé direito mínimo do primeiro pavimento deverá ser
de 4m (quatro metros), e o máximo não exceda 6,50m (seis metros e cinqüenta centímetros).

§ 3º. Não poderá ser aproveitado para piso adicional o espaço decorrente da exceção
prevista no parágrafo anterior.

Seção III
Da taxa de ocupação

21
Art. 79. A taxa de ocupação – TO - é a relação entre a área de projeção horizontal da
edificação e a área do terreno.

§1º. As taxas de ocupação do Município de Tiradentes são as seguintes:

I - para a zona urbana, de 60% (sessenta por cento);


II - para a zona histórica, de 50% (cinqüenta por cento);
III - para a zona ambiental, de 50 % (cinqüenta por cento);
IV - para a zona de interferência, de 50% (cinqüenta por cento);

V - para a zona de altitude, de 40 % (quarenta por cento).

§2º. As jardineiras, beirais, rampas externas, escadas externas, pisos e pequenas


saliências não são computadas no cálculo da taxa de ocupação prevista nesta lei.

Seção IV
Da altura das edificações

Art. 80. As edificações não podem ter mais de 2 (dois) pavimentos ou altura total de
9m (nove metros), incluindo o telhado, acima da cota altimétrica do alinhamento do terreno.

§1º. Na zona histórica as edificações não podem ter mais de 1 (um) pavimento ou
altura total de 6m (seis metros) acima da cota altimétrica do alinhamento do terreno;

§2º. Na zona ambiental as edificações não podem ter mais de 2 (dois) pavimentos ou
altura total de 9m (nove metros) acima da cota altimétrica do alinhamento do terreno.

§3º. Na zona de interferência as edificações não podem ter mais de 1 (um) pavimento
ou altura total de 6m (seis metros) acima da cota altimétrica do alinhamento terreno.

§4º. Na zona de altitude as edificações não podem ter mais de 1 (um) pavimento ou
altura total de 6m (seis metros) acima da cota altimétrica do alinhamento do terreno.

§5º. Na zona rural as edificações devem obedecer às condições estabelecidas no


Código de Obras do Município de Tiradentes.

§6º. Para fins deste artigo não são considerados pavimentos as coberturas, os pilotis,
as caixas d’água, as casas de máquinas dos elevadores e subsolo para fins de estacionamento ou
área de lazer.

§7º. Para fins deste artigo deve ser considerado para o pavimento a altura máxima de
2,80m (dois metros e oitenta centímetros) entre piso e a laje.

Art. 81. Na zona histórica, zona de interferência , zonas ambientais e nas zonas de
altitude, as edificações não podem ter mais de um sub solo.

22
Art. 82. O Município poderá, constatada a necessidade, restaurar a seu custo a
edificação que esteja localizada na zona histórica, conforme projeto aprovado pelo proprietário e
pelo órgão competente.

Parágrafo Único. O proprietário não poderá obstacularizar a realização da


restauração.

Seção V
Da taxa de permeabilização

Art. 83. Considera-se taxa de permeabilizaçào a área descoberta do terreno, em


relação a sua área total, dotada de vegetação que contribua para o equilíbrio climático e propicie
alívio para o sistema público de drenagem urbana.

§1º. A taxa de permeabilização mínima é de 20% (vinte por cento) para os lotes com
área acima de 500m2 (quinhentos metros quadrados).

§ 2º. A taxa de permeabilização mínima é de 10% (dez por cento) para os lotes com
área entre 360m2 (trezentos e sessenta metros quadrados) e 500m2 (quinhentos metros quadrados).

§3º. As edificações unifamiliares integrantes de projetos habitacionais de ordem


pública poderão impermeabilizar 100% (cem por cento) da área do terreno, desde que:

I - nelas haja área descoberta equivalente à taxa de permeabilização mínima prevista,


dotada de vegetação;

II – sejam construídas nas edificações caixas de drenagem que retarde o lançamento


das águas pluviais provenientes da área referida no inciso anterior.

§4º. As taxas de permeabilização previstas nesta Lei podem ser dispensadas nos
casos em que, comprovado por parecer técnico, seja desaconselhável a permeabilização do terreno.

Seção VI
Dos afastamentos

Art. 84. O afastamento frontal mínimo das edificações constitui-se da distância fixa
definida em razão da via lindeira à testada do terreno, sendo definido nesta Lei com as seguintes
medidas:

I - nas vias de ligação regional e arteriais, 4m (quatro metros);


II - nas vias comerciais,15m (quinze metros);
III - nas demais vias, 3m (três metros).

23
§1º. Na zona histórica, na zona de interferência e na zona ambiental, o afastamento
frontal deve seguir o afastamento adjacente já existente ou o estabelecido em normas específicas
para a respectiva zona.

§2º. O afastamento frontal das edificações lindeiras às vias de ligação regional e


arterial não podem ser utilizados como estacionamento ou guarda veículos, nem para instalação de
elementos construtivos, salvo a possibilidade de continuar o livre trânsito no local.

§3º. Em razão do baixo fluxo de pedestres nas vias e da topografia acidentada, pode a
exigência do parágrafo anterior ser substituída por ajardinamento, permitida neste caso a construção
de guarita.

Art. 85. O afastamento frontal mínimo é dispensado nas áreas destinadas a


estacionamento de veículos ou de uso comum.

Art. 86. As guaritas a que se refere o §3º do artigo 83 desta Lei devem ter área
máxima equivalente a 10% (dez por cento) do afastamento frontal.

Art. 87. Os afastamentos laterais e de fundo dos pavimentos em lotes com frente até
14m (quatorze metros) são os seguintes:

I – 1,50m (um metro e cinqüenta centímetros) para os pavimentos com altura menor
que 6m (seis metros);

II - 2,30m (dois metros e trinta centímetros) para os pavimentos com altura maior ou
igual a 6m (seis metros) e menor ou igual a 12m (doze metros).

§1º. Entende-se por altura a distância vertical, em metros, entre a laje de cobertura de
cada pavimento e a laje de piso do primeiro pavimento acima da cota altimétrica média do passeio
lindeiro ao alinhamento do lote.

§2º. Os valores fracionados da altura serão arredondados da seguinte forma:

I - entre 0,01cm (um centímetro) e 0,50cm (cinqüenta centímetros), exclusive, serão


arredondados para o número inteiro imediatamente anterior;

II - entre 0,50cm (cinqüenta centímetros) e 1m (um metro), exclusive, serão


arredondados para o número inteiro imediatamente superior.

§3º. Havendo níveis de subsolo, a altura deve ser medida em relação ao piso deste,
exceto quando a utilização do subsolo for para estacionamento, guarda veículos ou área de lazer
aberta.

Art. 88. Os afastamentos laterais e de fundo dos pavimentos em lotes com frente
acima de 14 m (quatorze metros) e abaixo de 18 m (dezoito metros) são os seguintes:

I - 2m (dois metros) para os pavimentos com altura menor que 6m (seis metros);

II - 3m (três metros) para os pavimentos com altura maior ou igual a 6m (seis


metros) e menor ou igual a 12m (doze metros).

24
§1º. Entende-se por altura a distância vertical, em metros, entre a laje de cobertura de
cada pavimento e a laje de piso do primeiro pavimento acima da cota altimétrica média do passeio
lindeiro ao alinhamento do lote.

§2º. Os valores fracionados da altura serão arredondados da seguinte forma:

I - entre 0,01cm (um centímetro) e 0,50cm (cinqüenta centímetros), exclusive, serão


arredondados para o número inteiro imediatamente anterior;

II - entre 0,50cm (cinqüenta centímetros) e 1m (um metro), exclusive, serão


arredondados para o

número inteiro imediatamente superior.

§3º. Havendo níveis de subsolo, a altura deve ser medida em relação ao piso deste,
exceto quando a utilização do subsolo for para estacionamento, guarda veículos ou área de lazer
aberta.

Art. 89. Os afastamentos laterais e de fundo dos pavimentos em lotes com frente
maior do que 18m (dezoito metros) são os seguintes:

I - 3m (três metros) para os pavimentos com altura menor que 6m (seis metros);
II - 5m (cinco metros) para os pavimentos com altura maior ou igual a 6m (seis
metros) e menor ou igual a 12,00 m (doze metros).

§1º. Entende - se por altura a distância vertical, em metros, entre a laje de cobertura
de cada pavimento e a laje de piso do primeiro pavimento acima da cota altimétrica média do
passeio lindeiro ao alinhamento do lote.

§2º. Os valores fracionados da altura serão arredondados da seguinte forma:

I - entre 0,01 (um centésimo) e 0,50 (cinqüenta centésimos), exclusive, serão


arredondados para o número inteiro imediatamente anterior;

II - entre 0,50 (cinqüenta centésimos) e 1,00 (cem centésimos), exclusive, serão


arredondados para o número inteiro imediatamente superior.

§3º. Havendo níveis de subsolo, a altura deve ser medida em relação ao piso deste,
exceto quando a utilização do subsolo for para estacionamento, guarda veículos ou área de lazer
aberta.

Art. 90. As edificações independentes localizadas no mesmo lote deverão obedecer a


um afastamento mínimo entre elas de 5m (cinco metros).

Art. 91. As edificações poderão ser construídas sem afastamento lateral e de fundo
até as alturas máximas das divisas previstas.

§1º. A altura máxima permitida nas divisas laterais e de fundo é calculada em relação
aos seguintes níveis de referência:

25
I - 5m (cinco metros) da cota do passeio no ponto de encontro da divisa lateral com o
alinhamento, no caso de divisa lateral com terreno natural plano ou em declive em relação àquela
cota;

II - 5m (cinco metros) da média aritmética dos níveis do terreno natural


correspondente ao ponto limítrofe da parte da edificação construída em cada divisa lateral, no caso
de terreno em aclive, em relação à cota prevista no inciso anterior.

§2º. Nenhum elemento construtivo da edificação pode ultrapassar os limites de altura


máxima das divisas sem obedecer aos afastamentos laterais e de fundo definidos nesta lei.

§3º. É proibida a construção sem os afastamentos laterais e de fundo estabelecidos


nas partes das edificações nas quais haja aberturas voltadas para as divisas laterais ou as de fundo.

§4º. No caso de terreno em declive, especificado neste artigo, e elemento construtivo


situado acima do nível da altura máxima permitida na divisa de fundo, devem ter afastamento
mínimo de 1,50m (um metro e cinqüenta centímetros) em relação à divisa dos fundos.

§5º. O afastamento previsto no parágrafo anterior deve ser aplicado à parte da


edificação situada abaixo da cota altimétrica média do passeio lindeiro ao alinhamento do lote.

§6º. A edificação pode ser construída sem o afastamento lateral, até a altura máxima
da divisa lateral e de fundo, desde que uma das laterais da edificação tenha o afastamento em dobro
do estabelecido nesta lei para sua classificação.

§7º. No caso de edificações lindeiras a vias arteriais e de ligação regional, a altura


máxima da divisa é de 10m (dez metros).

Art. 92. Consideram-se saliências os brises, as jardineiras e os elementos decorativos


e estruturais.

Parágrafo Único. As saliências podem avançar sobre as áreas delimitadas pelos


afastamentos laterais e de fundo mínimos em até 25 cm (vinte e cinco centímetros).

Seção VII
Das vagas de garagem

Art. 93. As edificações devem ter no mínimo 2 (duas) vagas de garagem para cada
2
50m (cinqüenta metros quadrados) construídos.

§1º. Ficam excluídas da exigência contida neste artigo:

I – as habitações unifamiliares;

II - a unidade não residencial com área até 100 m2 (cem metros quadrados), situada
em terreno onde exista, além dela, somente uma edificação de uso residencial;

III - a unidade não residencial que esteja em terreno localizado na zona histórica;
IV - os templos e locais de culto.

26
§2º. Cada vaga de estacionamento de veículo deve ser prevista em projeto e ter área
livre com dimensões mínimas de 2,30m (dois metros e trinta centímetros), por 4,50m (quatro
metros e cinqüenta centímetros).

§3º. Nas vagas de estacionamento deve ser reservada área que garanta, para cada
vaga de acesso, circulação e espaço para manobras.

§4º. O impedimento de acesso de uma vaga de garagem por outra somente será
permitido se no respectivo projeto constar a observação destacada desta situação.

§5º. As rampas de acesso devem ter largura mínima de 2,50m (dois metros e
cinqüenta centímetros) e declividade máxima de 25% (vinte e cinco por cento).

§6º. O estacionamento e a circulação podem ser feitos, a critério do órgão


fiscalizador, de forma diversa da disposta neste artigo, desde que sejam utilizados equipamentos
especiais, devendo constar do projeto a justificativa e as especificações técnicas, bem como
observação destacada da utilização.

Art. 94. Devem dispor de pista com 5m (cinco metros), a partir do afastamento
frontal para acumulação interna, junto à entrada e ao nível do logradouro:

I – as edificações de uso não residencial, com mais de 50 (cinqüenta) vagas de


estacionamento;
II – as edificações de uso misto, com mais de 50 (cinqüenta) vagas de
estacionamento, excluídas as vagas relativas à parte residencial;

III – os estacionamentos de veículos aberto ao público;

Parágrafo Único. Considera-se o cálculo para o número de vagas de estacionamento


os valores definidos no artigo anterior.

CAPITULO X
DOS USOS

Art. 95. Ficam estabelecidas as seguintes categorias de uso do solo do Município de


Tiradentes:

I - residencial;
II - não residencial;
III - misto.

Art. 96. Os usos não residencial e misto, conforme a repercussão produzida pela
atividade no ambiente urbano, classificam - se em 3 (três) grupos distintos:

I - grupo I;
II - grupo II;
III - grupo III.

Art. 97. As repercussões consideradas são as seguintes:

27
I - atração de alto número de veículos leves;
II - atração de alto número de veículos pesados;
III - atração de alto número de pessoas;
IV - geração de risco de segurança;
V - geração de concentração de atividades similares.
VI - geração de efluentes poluidores, odores, gases ou radiações ionizantes;
VII - geração de ruídos e vibrações.

Art. 98. A localização dos usos não residenciais é disciplinada pela conjugação do
Anexo I da classificação de cada atividade, com a natureza da via pública, a largura da via, pelo
zoneamento municipal e concentração da atividade.

Art. 99. As edificações destinadas ao uso não residencial, para a implantação de


pousadas, hotéis e similares, poderão ser objeto de fiscalização através dos instrumentos de controle
externo.

§1º. As edificações com uso destinado a hotéis, pousadas e similares devem obedecer
ao seguinte:

I - para pousada, devem ter no mínimo 3 (três) e no máximo 24 (vinte e quatro)


unidades de quartos;

II - para hotel, devem ter no mínimo 24 (vinte e quatro) e no máximo 50 (cinqüenta)


unidades de quartos.

§2º. O tamanho das edificações previsto no parágrafo anterior poderá ser alterado no
caso concreto, no qual se verifique o interesse público e a viabilidade econômica do projeto,
mediante autorização legal do Município.

§3º. A edificação destinada à atividade hoteleira deve possuir seu registro e sua
classificação para funcionamento no órgão competente.

Art. 100. A localização de uso dos grupos II e III só será permitida na zona histórica
e na zona ambiental após a avaliação da repercussão no ambiente urbano.

Art. 101. A determinação das localizações será feita com a classificação das
atividades não listadas no Anexo I, mediante estudo que avalie e determine as repercussões no meio
urbano.

Art. 102. A classificação referida no artigo anterior poderá ser alterada, respeitando o
direito de permanência dos usos já instalados regularmente.

Art. 103. As pré-escolas, os estabelecimentos de ensino de 1º (primeiro) e 2º


(segundo) graus, os pré-vestibulares e as unidades isoladas de escolas de ensino superior, somente
poderão ser localizados em terrenos lindeiros às vias de ligação regional, arteriais e coletoras.

Art. 104. No Município de Tiradentes é proibida a localização de edificações com


mais de 1 (um) pavimento com uso exclusivo destinado a estacionamento.

28
Art. 105. Nas edificações de uso misto, os usos residencial e não residencial devem
estar separados por pilotis, acima do qual somente poderá haver pavimento destinado ao uso
residencial.

Art. 106. O funcionamento das atividades é condicionado ao atendimento de medidas


a serem definidas em lei, que possibilitem amenizar as repercussões negativas provocadas a
critérios urbanísticos, tais como:

I - para as atividades atratoras de veículos leves:

a. reserva de área de embarque e desembarque;


b. previsão de número adicional de vagas de estacionamento;
c. implantação de sinalização e equipamentos de controle de tráfego;
d. alteração da geometria das vias.

II - para atividades atratoras de veículos pesados:

a. reserva de área para carga e descarga;


b. previsão de área adicional de estacionamento;
c. atendimento das alíneas do inciso anterior.

III - para as atividades atratoras de pessoas, reserva de área interna para filas:

a. para as atividades que geram riscos de segurança;


b. aprovação de projeto específico de prevenção e combate a incêndios;
c. implantação de sistema de alarme e segurança.

IV - para as atividades geradoras de efluentes poluidores, odores, gases ou radiações


ionizantes:

a.tratamento da fonte poluidora por meio de equipamentos e materiais;


b .implantação de programa de monitoramento.

V - para as atividades geradoras de ruídos e vibrações, implantação de sistema de


isolamento acústico ou de vibrações.

Parágrafo Único. - A lei de que trata o caput deste artigo definirá as repercussões de
cada atividade, de acordo com o artigo 97 desta Lei, bem como os padrões de emissão de poluentes
e as medidas amenizadoras das repercussões negativas, considerando seu porte e suas
características.

Art. 107. São considerados usos do grupo III (três), além dos listados no Anexo I:

I – os empreendimentos não residenciais com mais de 50 (cinqüenta) vagas de


estacionamento;

II – os empreendimentos mistos com mais de 50 (cinqüenta) vagas de


estacionamento, excetuadas as correspondentes à parte residencial, calculadas de acordo com os
critérios específicos definidos nesta Lei.

29
Art. 108. Sujeitam-se às disposições deste Capítulo as atividades classificadas como
uso dos grupos II e III exercidas em edificações, ainda que por autônomo.

Art. 109. Os usos regularmente instalados em data anterior a entrada em vigor desta
Lei permanecerão inalterados.

CAPITULO XI
DAS NORMAS GERAIS DO PROCESSO ADMINISTRATIVO E APLICAÇÃO DE
PENALIDADES

Art. 110. O processo administrativo relativo à aprovação de projetos pelo Poder


Executivo deverá ser encerrado, com deferimento ou indeferimento do pedido, no prazo máximo de
30 (trinta dias) a contar da data do protocolo do requerimento de aprovação, exceto no caso da
ausência de documentação necessária, conforme estabelece esta Lei.

§1º. Na falta da documentação exigida para se dar início ao processo de aprovação


do projeto, o Executivo terá no máximo 15 (quinze) dias para notificar o requerente pessoalmente
ou mediante via postal com aviso de recebimento, e devolver o projeto ao mesmo para que seja
completado.

§2º. No caso de irregularidades e descumprimento das normas estabelecidas nesta


Lei, o processo também será devolvido ao requerente no prazo máximo de 15 (quinze) dias, através
de notificação pessoal ou por via postal com aviso de recebimento, para que seja corrigido.

Art. 111. O proprietário que receber o projeto para complementação de


documentação ou correção, deverá devolvê-lo ao Executivo no prazo máximo de 30 (trinta) dias,
sob pena de extinção do processo.

Art. 112. O processo administrativo relativo a infração pelo descumprimento do


disposto nesta Lei deve ser concluído no prazo máximo de 60 (sessenta) dias, admitindo-se,
fundamentadamente, a prorrogação do prazo.

Art. 113. A infração ao disposto nesta lei implica a aplicação de penalidades ao


agente que as der causa, nos termos deste Capitulo.

Parágrafo Único. O infrator de qualquer preceito desta lei deve ser previamente
notificado, pessoalmente ou por via postal com aviso de recebimento, para regularizar a situação, no
prazo máximo de 30 (trinta) dias, salvo nos casos de prazo menor fixados neste Capitulo.

Art. 114. Em caso de reincidência o valor da multa prevista nesta lei será
progressivamente aumentado, acrescentando-se ao último valor aplicado o valor básico respectivo.

Parágrafo Único. Para os fins desta lei considerar-se-á reincidência:

I - o cometimento, pela mesma pessoa física ou jurídica, de nova infração da mesma


natureza, em relação ao mesmo estabelecimento ou atividade;

II - a persistência no descumprimento da Lei, apesar de já punido por infração


anterior.

30
Art. 115. O pagamento da multa não implica na regularização da situação, nem obsta
nova notificação caso permaneça a irregularidade.

Art. 116. A multa será automaticamente lançada a cada 30 (trinta) dias, até que o
interessado solicite vistoria para comprovar a regularização da situação.

Art. 117. A aplicação das penalidades previstas nesta Lei não obsta a iniciativa do
Poder Executivo para promover a ação judicial necessária para a demolição da obra irregular.

CAPITULO XII
DAS PENALIDADES POR INFRAÇÃO ÀS NORMAS DE PARCELAMENTO

Art. 118. A realização de parcelamento sem a aprovação do Poder Executivo enseja a


notificação do seu proprietário ou de qualquer de seus responsáveis para paralisar imediatamente as
obras, ficando obrigado a iniciar o processo de regularização do empreendimento dentro dos 5
(cinco) dias úteis seguintes.

§1º. Em caso de descumprimento de qualquer das obrigações previstas no caput


deste artigo, fica o notificado sujeito sucessivamente a:

I - pagamento de multa, no valor equivalente a 250 (duzentos e cinqüenta) UFIRs,


(Unidade Fiscal de Referência), por metro quadrado do parcelamento irregular;

II - embargo da obra, caso a mesma continue após a aplicação da multa, com


apreensão das máquinas, equipamentos e veículos em uso no local das obras;

III - multa diária no valor equivalente a 250 (duzentas e cinqüenta) UFIRs, (Unidade
Fiscal de Referência) ,em caso de descumprimento do embargo.

§2º. Caso o parcelamento esteja concluído e não seja cumprida a obrigação prevista
no caput, o empreendedor fica sujeito sucessivamente a:

I - pagamento de multa no valor equivalente a 250 (duzentos e cinqüenta) UFIRs,


(Unidade Fiscal de Referência), por metro quadrado do parcelamento irregular;

II - interdição do local;

III - multa diária no valor equivalente a 250 (duzentos e cinqüenta) UFIRs (Unidade
Fiscal de Referência) em caso de descumprimento da interdição.

Art. 119. A falta de registro do parcelamento do solo enseja a notificação do


proprietário para que inicie o processo de registro junto ao cartório competente nos 5 (cinco) dias
úteis seguintes.

Parágrafo Único. Em caso de descumprimento da obrigação prevista no caput deste


artigo o notificado fica sujeito sucessivamente a:

I - pagamento de multa, no valor equivalente a 150 (cento e cinqüenta) de UFIRs


(Unidade Fiscal de Referência), por metro quadrado do parcelamento irregular;
II - embargo da obra ou interdição do local, conforme o caso, e a aplicação
simultânea de multa diária equivalente a 200 (duzentas) UFIRs (Unidade Fiscal de Referência).

31
Art. 120. A não conclusão da urbanização no prazo de validade fixado para o alvará
de urbanização, sujeita o proprietário do parcelamento ao pagamento de multa no valor equivalente
a 5.000 (cinco mil) UFIRs (Unidade Fiscal de Referência), por mês ou fração de atraso

CAPITULO XIII
DAS PENALIDADES POR INFRAÇÃO ÀS NORMAS DE EDIFICAÇÃO

Art. 121. O acréscimo irregular de área em relação ao coeficiente de aproveitamento


sujeita o proprietário do imóvel ao pagamento de multa, calculada multiplicando-se o valor do
metro quadrado do terreno pelo número de metros quadrados acrescidos e dividindo-se o produto
por dez vezes o índice do respectivo CA (coeficiente de aproveitamento).

§1º. Se a área irregularmente acrescida se situar em cobertura, será o valor da multa


aumentado em 50% (cinqüenta por cento).

§2º. O valor do metro quadrado do terreno deve ser definido conforme a planta de
valores imobiliários utilizada para o cálculo do ITBI (Imposto Sobre Transmissão de Bens
Imóveis).

Art. 122. A construção de mais unidades do que o permitido sujeita o proprietário da


edificação à multa correspondente a 40% (quarenta por cento) do valor de cada unidade acrescida,
apurado conforme os critérios utilizados para o cálculo do ITBI (Imposto Sobre Transmissão de
Bens Imóveis).

Art. 123. A desobediência aos parâmetros mínimos referentes às taxas de ocupação e


de permeabilização sujeita o proprietário do imóvel ao pagamento de multa no valor equivalente a
1.000 (um mil) UFIRs (Unidade Fiscal de Referência) por metro quadrado ou fração de área
irregular.

Art. 124. A desobediência às limitações de gabarito sujeita o proprietário do imóvel a


multa no valor equivalente a 500 (quinhentas) UFIRs (Unidade Fiscal de Referência) por metro
cúbico ou fração do volume superior ao permitido, calculado a partir da limitação imposta.

Art. 125. O desrespeito às medidas correspondentes à altura máxima na divisa


sujeita o proprietário do imóvel a multa no valor equivalente a 500 (quinhentas) UFIRs (Unidade
Fiscal de Referência) por metro cúbico ou fração do volume superior ao permitido, calculado a
partir da limitação imposta.

Parágrafo Único. Referindo-se a irregularidade citada no caput apenas ao muro


divisório, a multa será equivalente a 500 (quinhentas) UFIRs (Unidade Fiscal de Referência) por
metro quadrado ou fração de área superior à permitida, calculada a partir da limitação imposta.

Art. 126. A invasão dos afastamentos mínimos estabelecidos nesta Lei ou o


descumprimento do disposto nos artigos 78, 79 e 80 sujeitam o proprietário do imóvel ao
pagamento de multa no valor equivalente a 250 (duzentos e cinqüenta) UFIRs (Unidade Fiscal de
Referência) por metro cúbico ou fração de volume invadido, calculado a partir da limitação
imposta.

Art. 127. A construção da edificação sem a aprovação do projeto arquitetônico


sujeita o proprietário cumulativamente a:

32
I - multa, no valor equivalente a 1 (uma) UFIR (Unidade Fiscal de Referência) por
metro quadrado ou fração área edificada;

II - embargo da obra ou interdição da edificação, até que seja regularizada.

Parágrafo Único. A aplicação das penalidades previstas no caput não elide a


aplicação das penalidades por desrespeito aos parâmetros urbanísticos previstos nesta Lei.

Art. 128. A execução de área de estacionamento em desconformidade com o


estabelecido nesta Lei implica no pagamento de multa equivalente ao valor de 1.000 (um mil)
UFIRs (Unidade Fiscal de Referência) por vaga de estacionamento a menos, no caso de número de
vagas inferior ao exigido por esta lei

CAPITULO XIV
DAS PENALIDADES POR INFRAÇÃO ÀS NORMAS DE LOCALIZAÇÃO DE USOS E
ATIVIDADES

Art. 129. O funcionamento de estabelecimento em desconformidade com os


preceitos desta Lei enseja a notificação para o encerramento da atividade irregular no prazo de 10
(dez) dias.

§1º. O descumprimento da obrigação referida no caput implica no pagamento de


multa diária no valor equivalente a:

I - 250 (duzentos e cinqüenta) UFIRs (Unidade Fiscal de Referência) por dia, no caso
de uso do grupo I;

II - 500 (quinhentas) UFIRs (Unidade Fiscal de Referência) por dia, no caso de uso
do grupo II;

III - 1.000 (um mil) UFIRs (Unidade Fiscal de Referência) por dia, no caso de uso do
grupo III.
§2º. Após 5 (cinco) dias da incidência da multa o estabelecimento será interditado.

§3º. O valor da multa diária referida no §1º é acrescido de seu valor básico:

I - a cada 30 (trinta) dias de incidência daquela, caso não tenha havido a interdição;

II - a cada 5 (cinco) dias, por descumprimento da interdição.

§4º. No caso de atividade poluente, assim considerada pela lei ambiental, é


cumulativa com a aplicação da primeira multa a apreensão ou a interdição da fonte poluidora.

§5º. Para as atividades em que haja perigo iminente, enquanto este persistir o valor
da multa diária é equivalente a 3.000 (três mil) UFIRs (Unidade Fiscal de Referência), podendo a
interdição se dar de imediato, cumulativamente com a multa.

§6º. Para os fins deste artigo, entende-se por perigo iminente a ocorrência de
situações em que se coloque em risco a vida ou a segurança de pessoas, demonstrada no auto de
infração respectivo.

33
Art. 130. Pelo descumprimento de outros preceitos desta Lei não especificados nos
capítulos anteriores, o infrator será punido com multa no valor equivalente a 500 (quinhentas)
UFIRs (Unidade Fiscal de Referência).

CAPITULO XV
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 131. Será anexado pelo Poder Executivo, como parte desta Lei, no prazo
máximo de 180 (cento e oitenta dias):

I – Anexo I - o mapa do zoneamento;


II – Anexo II - a tabela de características geométricas e classificação das vias;
III – Anexo III - a tabela de classificação das atividades.
IV – Anexo IV - a tabela das atividades e usos;
V – Anexo V - a tabela de localização de usos.

Art. 132. São considerados lotes aprovados as partes de lotes que possam ser
inequivocamente identificadas na planta cadastral do Município de Tiradentes em data anterior a 19
de dezembro de 1.979.

§1º. O proprietário do lote de que trata o caput deste artigo deverá regularizar sua
situação junto ao cartório de registro de imóveis por meio de certidão de origem fornecida pelo
Poder Executivo Municipal.

§2º. Os loteamentos correspondentes a vilas e bairros que tenham sua existência


anterior a 19 de dezembro de 1.979, comprovada por meio de registro em cartório, escrituras,
contrato de compra e venda, levantamento aerofotogramétrico ou documento similar, podem ser
regularizados desde que atendam à legislação em vigor na época de sua instalação.

Art. 133. Para que se constituam em planta de parcelamento de solo aprovada, devem
os lotes receber identificação que os correlacione com a planta cadastral.

Art. 134. É obrigatória a instalação de elevadores ou escadas rolantes, quando a


circulação vertical atingir um desnível superior a 10m (dez metros).

Parágrafo Único. No caso de garagem, será considerado para efeito do disposto no


caput, o desnível entre esta e a unidade a ela vinculada.

Art. 135. O zoneamento só poderá ser revisto mediante lei específica:

I - em sua área de influência, sempre que for aberta nova via regional ou arterial;
II - em qualquer parte do Município de Tiradentes, de 4 (quatro) em 4 (quatro) anos a
partir da primeira revisão, que será feita em 2005.

Art.136. Os acréscimos aos anexos poderão ser feitos da seguinte forma:

I - por decreto, quando se tratar de aprovação de parcelamento;

II - por lei, de 6 (seis) em 6 (seis) meses, contados da data de vigência desta Lei;

34
III - por decreto, quando de operação urbana.

Parágrafo Único. O Decreto referido no inciso I não poderá ser alterado por outro.

Art. 137. Os empreendimentos considerados de impacto são:

I - os destinados a uso não residencial nos quais a área liquida da edificação seja
superior a 4.500m2 (quatro mil e quinhentos metros quadrados);

II - os destinados a uso residencial e não residencial, cujo número de cômodos seja


maior do que 50 (cinqüenta);

III - os destinados a uso misto, em que o somatório da área das unidades residenciais
e área líquida da parte da edificação de uso não residencial for superior a 4.500m2 (quatro mil e
quinhentos metros quadrados);

IV - os seguintes equipamentos urbanos e similares:

a. parcelamentos em área superior a 1.000.000m2 (um milhão de metros quadrados);

b. aterros sanitários e usinas de reciclagem de resíduos sólidos;

c. indústrias de médio e grande porte;

d. autódromos, hipódromos, e estádios esportivos;

e. cemitérios e necrotérios;

f. matadouros e abatedouros;

g. presídios;

h.quartéis;

i. terminais rodoviários, ferroviários e aeroviários;

j. corpo de bombeiros;

l. terminal de carga;

m. jardim zoológico;

n. jardim botânico.

Parágrafo Único. A instalação, a construção, a ampliação ou o funcionamento dos


empreendimentos referidos neste artigo estão sujeitos à aprovação dos órgãos ambientais
competentes.

Art. 138. A zona residencial especial é a área fora do perímetro urbano do Município
de Tiradentes, onde se poderá implantar loteamento fechado nas seguintes condições:

35
I - os lotes devem ter área mínima de 5.000m2 (cinco mil metros quadrados);

II - o loteamento deve arcar com todos os ônus de infra-estrutura e manutenção;

III - o loteamento deve recolher aos cofres do Município de Tiradentes todos os


impostos e taxas vigentes e cabíveis;

IV - o uso e a ocupação do loteamento da zona residencial especial deve ser


estritamente residencial;

V - o loteamento da zona residencial especial deve ter a anuência prévia dos órgãos
ambientais competentes, exceto se implantado em área inferior a 400.000m2 (quatrocentos mil
metros quadrados);

VI - o loteamento implantado em área inferior a 400.000m2 (quatrocentos mil metros


quadrados) deve ter a anuência prévia do órgão florestal competente e da Secretaria Municipal do
Meio Ambiente;

VII - o loteamento deve observar a todas as demais disposições definidas nesta Lei.

Art. 139. O Poder Executivo, no prazo de 180 (cento e oitenta) dias contados da
publicação desta Lei, providenciará a edição gráfica nas escalas de 1:10.000 e 1:25.000 do mapa do
zoneamento, bem como as tabelas dos anexos com a classificação dos usos, listagens das vias com
suas respectivas características e larguras.

Art. 140. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 141. Revogam-se as disposições em contrário.

Tiradentes, 20 de janeiro de 2004.

ELVIO GARCIA
PREFEITO MUNICIPAL

36
LEI Nº 1.956

“DISPÕE SOBRE O CÓDIGO DE OBRAS


DO MUNICÍPIO DE TIRADENTES”

A Câmara Municipal de Tiradentes aprovou, e eu, Prefeito Municipal, sanciono a


seguinte lei:

TÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º. Fica instituído o Código de Obras do Município de Tiradentes, o qual


estabelece normas que disciplinam a elaboração de projetos e a execução de obras, instalações,
reconstrução, restauração, reforma, ampliação e demolição de edificações, visando assegurar
seus aspectos técnicos, estruturais e funcionais, melhores padrões urbanos de higiene,
segurança, conforto e harmonia das edificações.

Parágrafo Único. As disposições deste Código devem ser aplicadas com rigorosa
observância da Lei de Uso e Ocupação do Solo de Tiradentes.

Art. 2º. Aplica-se ainda ao Município de Tiradentes a legislação federal e estadual


vigente relativa à proteção do patrimônio histórico e artístico nacional, assim como à preservação
ambiental, dentro das respectivas áreas de atuação.

Art. 3º. Na elaboração dos projetos e na execução de obras, devem ser observadas as
normas e especificações da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT.

Art. 4º. Para efeito de aplicação do disposto neste Código, o distrito sede do
Município é constituído pela área delimitada pelo perímetro da zona urbana municipal, conforme
descrito na Lei de Uso e Ocupação do Solo do Município de Tiradentes.

37
Parágrafo Único. Este Código também é aplicável às demais zonas urbanas do
Município, formadas pelos distritos, zonas industriais e zonas residenciais especiais que contenham:

I – rua, pavimentada ou não;


II - escola primária a uma distância de 5 Km (cinco quilômetros) da área
considerada;
III - abastecimento de água;
IV - sistema de esgoto sanitário;
V - rede de iluminação pública para distribuição domiciliar;
VI - canalização de águas pluviais.

CAPÍTULO II
DOS PROJETOS DE EDIFICAÇÕES

Art. 5º. Os projetos arquitetônicos de restauração das edificações localizadas na zona


histórica do Município de Tiradentes, devem apresentar a anuência prévia do órgão federal
responsável pelas políticas de proteção do patrimônio histórico e artístico no Município, de acordo
com a respectiva legislação federal vigente.

Art. 6º. Os projetos arquitetônicos relativos à edificação nova, reforma e acréscimos


às construções, devem ser protocolados por requerimento junto à Prefeitura Municipal, apresentado
em 2 (duas) vias, podendo uma via ser cópia, na escala de 1:100 ou 1:50, contendo:

I – planta de cada pavimento, com cotas parciais e gerais, especificando o destino de


cada compartimento, com suas respectivas áreas e níveis de implantação;

II - corte longitudinal e transversal da edificação, convenientemente cotado para o


perfeito entendimento do projeto, sendo obrigatório, quando da existência de escadas ou rampas no
projeto, que o corte passe pelos mesmos;

III - planta da cobertura, na escala de 1:200, com indicação do sentido de escoamento


e do grau de inclinação das águas do telhado, indicando também a dimensão dos beirais;

IV - planta de locação, na escala de 1:200, com indicações das divisas, cotas,


orientação magnética, posição relativa à rua ou logradouro público, além da designação do número
do lote, do quarteirão e do bairro ou loteamento;

V - elevação de 02 (duas) fachadas voltadas para logradouro público;

VI – especificação de quadro descritivo de esquadrias e portas, quando não


identificados em planta;

VII – carimbo padronizado do Município, localizado no extremo direito inferior da


folha, contendo:

a. natureza e local do terreno;


b. área do terreno;
c. área ocupada pela edificação;
d. área total da construção;

38
e. nome do proprietário, com assinatura;
f. nome do responsável técnico, com assinatura, titulo e número da carteira profissional.

§1º. O projeto localizado na zona de altitude deve apresentar desenho que contenha
a inserção da edificação na paisagem, a fim de avaliar o impacto na composição urbana.

§ 2º. No caso de reforma interna e externa ou ampliação da edificação, deve


ser apresentado no projeto arquitetônico o que vier a ser construído, demolido ou conservado, de
acordo com o aprovado pelo Município, obedecendo a parte da edificação a ser reformada ou
acrescida às seguintes convenções:

I – partes existentes hachuradas;


II – partes a serem demolidas tracejadas;
III – partes a serem acrescidas com traço contínuo.

§3º. Nos projetos de reforma e acréscimo de edificações, indicar-se-ão nas cópias


com legendas as partes da construção que devem permanecer, as que devem ser demolidas e as que
serão acrescidas.

§ 4º. É obrigatória a apresentação de um memorial descritivo da obra para o


entendimento do projeto.

Art. 7º. O Poder Executivo, no prazo de 30 (trinta) dias, deve aprovar o projeto ou
encaminhá-lo para as anuências prévias, se for o caso, ou rejeitá-lo caso este não esteja em
conformidade com o que dispõe a Lei de uso e ocupação do solo do Município de Tiradentes e este
Código, notificando o proprietário com parecer técnico especificando as devidas correções a serem
feitas no projeto rejeitado.

Art. 8º. O proprietário, no prazo de 30 (trinta) dias, deve devolver o projeto


devidamente corrigido, inclusive com a folha de rosto, sob pena de cancelamento do processo e
recolhimento de novas taxas.

§1º. O proprietário fica responsável pela guarda dos projetos arquitetônicos e dos
complementares, a saber:
I – projetos estruturais;
II – memórias de cálculo;
III – projetos hidro - sanitários;
IV – projetos elétricos.

§2º. Os projetos especificados no parágrafo anterior, quando solicitados, deverão ser


apresentados durante a construção.

Art. 9º. Sem a audiência do órgão competente, não serão permitidas alterações no
projeto aprovado, sob pena deste ser considerado globalmente recusado.

Art. 10. Dos exemplares do projeto aprovado, rubricados pela autoridade


competente, uma cópia será entregue ao interessado juntamente com o alvará para execução da
obra, ficando a outra cópia arquivada na Prefeitura Municipal.

Art. 11. O Município poderá fornecer, mediante requerimento protocolado na


Prefeitura, projeto padrão adequado ao tipo de lote, até o máximo de 60m2 (sessenta metros

39
quadrados), em conformidade com o que dispõe este Código e a Lei de uso e ocupação do solo do
Município de Tiradentes.

CAPÍTULO III
DA HABILITAÇÃO PROFISSIONAL

Art. 12. É considerado legalmente habilitado para projetar, calcular e construir, o


profissional que satisfizer às exigências da Legislação Federal pertinente e às deste Código.

Art. 13. O profissional deverá, obrigatoriamente, qualificar-se e apor sua assinatura


nos projetos, desenhos, cálculos e especificações de sua autoria, sendo competente para ser autor
do projeto, construtor e executor de instalações, o que possuir o respectivo título profissional
registrado junto ao Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura - CREA.

§1º. É obrigatório o registro, junto à Prefeitura Municipal, dos profissionais ou


empresas legalmente habilitados executores de projetos e obras no Município de Tiradentes.

§2º. O Poder Executivo disciplinará por Decreto o procedimento a ser seguido para o
registro dos profissionais e empresas especificados no parágrafo anterior.

Art.14. Os autores e os construtores dos projetos assumirão inteira responsabilidade


por seus trabalhos e pela observância dos dispositivos deste Código, ficando sujeitos às penas nele
previstas.

CAPÍTULO IV
DA LICENÇA PARA EXECUÇÃO DE OBRAS

Art. 15. A execução de obras de construção, total ou parcial, a demolição, os


acréscimos, reformas, reconstruções e restaurações de edifícios públicos ou particulares, somente
poderão ser procedidas após a aprovação do respectivo projeto e a emissão de licença, em
conformidade com as exigências previstas na Lei de uso e ocupação do solo do Município e neste
Código de Obras.

Art.16. A licença é concedida através de alvará, mediante requerimento realizado


junto à Prefeitura Municipal, instruído com os seguintes documentos:

I - projeto arquitetônico aprovado;

II - documento hábil que comprove a aquisição do lote e respectivas dimensões, de acordo com as
transcrições do Registro Geral de Imóveis.

Art. 17. A expedição de alvará para a execução das obras dependerá do pagamento
prévio das taxas de licença e, no caso da obra depender dos serviços de alinhamento e nivelamento,
a expedição das respectivas notas dependerá do pagamento da taxa devida.

Art. 18. O alvará terá validade de 1 (um) ano, contando a partir da data de sua
expedição, findo o qual será revalidado caso não tenha sido concluída ou iniciada a obra.

Art. 19. As obras já iniciadas até a data da aprovação desta Lei, que não tiverem o
alvará de execução válido, têm o prazo de 30 (trinta) dias para solicitar sua expedição.

40
Art. 20. As obras já iniciadas e as edificações concluídas sem o projeto arquitetônico
aprovado, até a data do início da vigência desta Lei, têm o prazo máximo de 180 (cento e oitenta)
dias para encaminhar o projeto à Prefeitura Municipal, nas condições exigidas pela legislação
anterior.

Art. 21. As obras concluídas com o projeto aprovado até a data do início da vigência
desta Lei, sem a emissão do “habite – se”, têm o prazo 30 (trinta) dias para fazê-lo, devendo as
mesmas estarem de acordo com o projeto aprovado.

CAPÍTULO V
DO HABITE-SE

Art. 22. Concluída qualquer edificação resultante de projeto aprovado e de licença


para construir, deverá ser requerido o “habite-se”.

Art. 23. A concessão de “habite-se” deverá ser antecedida de vistoria da edificação,


realizada por Comissão Técnica do Município, condicionada à verificação da obediência às
disposições deste Código de Obras e, quando for o caso, às determinações feitas pelo órgão
competente de proteção ao patrimônio histórico, artístico e ambiental para o respectivo projeto.

Parágrafo Único. Antes de ser feita a vistoria de que trata o caput deste artigo, não
será permitida a habitação, ocupação ou utilização do prédio, sob pena de multa e de outras
cominações legais.

Art. 24. No caso de edificações constituídas de diversas unidades, poderá ser


concedido o “habite-se” parcial para a unidade que puder ser utilizada independente da obra estar
completamente concluída.

Art. 25. Antes da emissão do documento de “habite-se” de toda e qualquer


edificação, a Secretaria Municipal de Fazenda obrigatoriamente providenciará a inscrição do imóvel
no respectivo cadastro municipal para a cobrança dos impostos e taxas incidentes sobre o mesmo.

CAPÍTULO VI
DA DEMOLIÇÃO

Art. 26. A demolição de qualquer construção, total ou parcial, está condicionada à


prévia autorização do Município e do órgão de proteção do patrimônio histórico, quando cabível a
intervenção deste, e ao pagamento da respectiva taxa.

Parágrafo Único. O Município poderá, sempre que julgar conveniente, estabelecer o


horário para a execução da demolição.

TÍTULO II
DAS NORMAS DE EDIFICAÇÃO

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

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Art. 27. Toda e qualquer obra só poderá ser iniciada após o recebimento do alvará
para sua execução.

Art. 28. O alinhamento do lote será fornecido pelo Município juntamente com as
diretrizes, quando do protocolo para aprovação do projeto, e indicado na planta de locação.

Art. 29. Não será exigido construtor responsável para a execução de casas populares
de que trata o artigo pertinente deste Código, e de outras obras dispensadas pelo Conselho Regional
de Engenharia e Arquitetura – CREA.

Art. 30. Durante a construção deverão ser mantidos na obra, com fácil acesso à
Fiscalização do Município, os seguintes documentos:
I - notas do alinhamento e nivelamento da construção, devidamente assinadas pela
autoridade competente;
II - alvará de construção;
III - cópia do projeto aprovado, assinado pela autoridade competente e pelos
profissionais responsáveis;
IV - placa informativa dos responsáveis e proprietários da obra.

Parágrafo Único. Os piquetes que assinalam os elementos das notas de alinhamento e


nivelamento deverão ser mantidos em suas posições, até o término da obra.

Art. 31. Em terrenos de esquina haverá 2 (duas) fachadas, sendo considerada como
principal, para efeitos de tributação e numeração, aquela que o proprietário designar.

Art. 32. Toda edificação deverá dispor de:

I – sistema de esgoto ligado à rede pública, quando esta exigir, ou fossa séptica –
filtro no mínimo;
II – instalação de água ligada à rede pública, quando houver, ou outro meio
permitido de abastecimento;
III – passeio pavimentado, quando o lote for contíguo a vias públicas que tenham
meio – fios assentados;

Parágrafo Único. As águas provenientes de pias de cozinha e de copa deverão passar


por uma caixa de gordura antes de serem lançadas na fossa.

Art. 33. Na construção de fossas sépticas devem ser observadas as normas aplicáveis
da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

Art. 34. O afastamento frontal é obrigatório, conforme estabelecido na Lei de uso e


ocupação do solo do Município de Tiradentes.

Art. 35. O afastamento lateral é obrigatório, conforme estabelecido na Lei de uso e


ocupação do solo do Município de Tiradentes.

Art. 36. Não é permitida a edificação com mais de 02 (dois) pavimentos no


Município de Tiradentes.

Art. 37. A altura máxima das edificações está limitada conforme estabelecido na Lei
de uso e ocupação do solo.

42
CAPÍTULO II
DAS INDÚSTRIAS

Art. 38. O uso industrial urbano compreende as atividades industriais classificadas


como indústria urbana de pequeno porte.

§1º. A indústria urbana de pequeno porte compreende os estabelecimentos industriais


com área construída de até 200m2 (duzentos metros quadrados), que não produzam ruídos, odores e
poeira que possam prejudicar as zonas residenciais próximas.

§2º. A localização da indústria urbana de pequeno porte que provoque qualquer


espécie de poluição ambiental, independentemente, é condicionada à apreciação prévia do Conselho
Municipal de Patrimônio e Saúde.

§3º. Às indústrias já existentes fica garantida a sua permanência desde que se


adeqüem às medidas de preservação ambiental e às melhorias das condições de instalações que
o Município exigir, assim condicionadas:

I – o Município notificará o proprietário da indústria indicando as adaptações


necessárias para o funcionamento;

II - O proprietário deve apresentar o projeto de adequação de sua indústria conforme


indicado pelo Município, no prazo máximo de 30 (trinta) dias, sob pena do pagamento de multa
equivalente a 500 (quinhentas) UFIRs (Unidade Fiscal de Referência);

III - aprovado o projeto de adequação da indústria urbana de pequeno porte, o


proprietário deve iniciar sua implantação no prazo máximo de 30 (trinta) dias, e seu término se dará
conforme o previsto no projeto e cronograma de funcionamento;

IV - a não adequação da industria às exigências do Município e dos órgãos de


proteção ao meio ambiente acarretará o impedimento de seu funcionamento e o pagamento de multa
equivalente a 1.000 (um mil) UFIRs (Unidade Fiscal de Referência).

CAPÍTULO III
DOS LOTES

Art. 39. Às áreas urbanas, edificadas ou não, cujo tamanho seja menor do que o
estabelecido na Lei de uso e ocupação do solo do Município de Tiradentes, é garantido o direito
adquirido da respectiva situação.

Parágrafo Único. As construções a serem realizadas nos terrenos desmembrados em


data anterior à entrada em vigor deste Código de Obras deverão obedecê-lo em todas as suas
disposições, bem como à Lei de uso e ocupação do solo, a fim de se manter a ordem e a qualidade
das edificações da cidade.

Art. 40. Os terrenos não edificados deverão ser conservados limpos, cercados e ter o
passeio devidamente definido e pavimentado.

CAPÍTULO IV

43
DOS PASSEIOS E LOGRADOUROS

Art. 41. Compete aos respectivos proprietários, em toda a extensão das testadas dos
terrenos, edificados ou não, a construção e a reconstrução dos passeios dos logradouros.

§1º. As entradas de garagens, oficinas, postos de gasolina, de lubrificação e lavagem


de veículos, não podem ter passeio com declividade superior a 15% (quinze por cento) no
sentido de sua largura, nivelando-se os meio-fios com a pavimentação da via.

§2º. O desnível de 2% (dois por cento) deve ser obedecido no sentido do logradouro,
para o escoamento das águas pluviais.

§3º. Ao proprietário da obra compete o ônus da construção, reconstrução ou


reparação dos passeios ou da parte atingida do logradouro em virtude de escavações conseqüentes
de assentamento de canalização, instalação em subsolo e outros serviços que afetem a conservação
dos pisos das partes citadas, quando executadas para atender às necessidades do lote, com ou sem
construção.

Art. 42. O Município é obrigado à reconstrução e conserto dos passeios, no caso de


alteração no nivelamento, redução ou estragos ocasionados por seus prepostos ou pela arborização.

CAPÍTULO V
DAS INSTALAÇÕES DE PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO

Art. 43. É obrigatória existência de instalações contra incêndio em edificações


destinadas à utilização coletiva, hotéis, pousadas, pensões e similares, edificações de valor histórico
e arquitetônico, indústrias, oficinas, postos de serviços e abastecimento de veículos, garagens
comerciais, escolas, casas de diversões e de reunião pública, hospitais e casas de saúde,
estabelecimentos comerciais e depósitos de explosivos ou inflamáveis.

Art. 44. As edificações destinadas ao uso coletivo, hotel, pousada, bar e restaurante,
assim como outros similares, e as edificações situadas na área de preservação e tombadas pelo
Patrimônio Histórico, terão, obrigatoriamente, um extintor de incêndio manual para cada 150m2
(cento e cinqüenta metros quadrados) de área edificada.

§1º. A edificação que tiver área inferior à 150m2 (cento e cinqüenta metros
quadrados) terá pelo menos um extintor de incêndio manual.

§2º. Na edificação que tiver mais de 1(um) pavimento, cada pavimento terá,
obrigatoriamente, pelo menos um extintor de incêndio manual, mesmo que tenha área inferior a
150m2 (cento e cinqüenta metros quadrados).

Art. 45. A edificação destinada à indústria, escola, casa de diversão e de reunião


pública, hospital e casa de saúde, grandes construções comerciais, oficinas, postos de serviços e
estabelecimento de veículos e depósitos de inflamáveis ou explosivos, adotará, obrigatoriamente, as
seguintes medidas relativas à extinção de incêndios:

I - se tiver área igual ou inferior a 750m2 (setecentos e cinqüenta metros quadrados),


terá um extintor de incêndio manual para cada 150m2 (cento e cinqüenta metros quadrados) de área;

44
II - se tiver área superior a 750m2 (setecentos e cinqüenta metros quadrados), além da
observância do disposto no item anterior, deve apresentar projeto de combate e prevenção de
incêndio aprovado pelo Corpo de Bombeiros.

Art. 46. Nas edificações já existentes e em que sejam necessárias instalações contra
incêndio, o Município, se julgar conveniente, expedirá as competentes intimações, fixando prazos
para seu efetivo cumprimento.

CAPÍTULO VI
DAS INSTALAÇÕES DE GÁS

Art. 47. As instalações de gás devem ser indicadas no projeto, com a localização do
depósito e das tubulações.

§1º. É exigido o projeto de instalação de gás, com a assinatura do responsável técnico


habilitado, sempre que este envolver depósitos não convencionais.

§2º. São considerados depósitos não convencionais o botijão de 13kg (treze


quilogramas) e o cilindro de 45kg (quarenta e cinco quilogramas) de GLP (gás liquefeito de
petróleo).

CAPÍTULO VII
DAS ÁGUAS PLUVIAIS E DE LAVAGEM

Art. 48. Em qualquer edificação a retirada das águas pluviais deve ser realizada por
tubulação subterrânea e ligada à rede pública de águas pluviais.

Art. 49. Os lotes em declive devem extravasar as águas pluviais para os lotes à
jusante, quando não for possível seu encaminhamento para as ruas, tubuladas por baixo dos
passeios, conforme estabelecido na Lei de uso e ocupação do solo.

Parágrafo Único. No caso previsto neste artigo, as obras de canalização das águas
ficam a cargo do proprietário, devendo o proprietário do lote à jusante permitir a sua execução.

Art. 50. A edificação construída sobre linhas divisórias deve ser provida dos
artifícios necessários para não deitar águas sobre os terrenos adjacentes.

Parágrafo Único. É proibida a ligação direta dos condutores de água pluvial à rede de
esgoto sanitário.

Art. 51. Os escoamentos das águas pluviais devem ser feitos de modo a serem
encaminhados aos cursos d’água ou à rede pública de água pluvial.

Parágrafo Único. As ligações dos ramais à rede pluvial serão feitas pelo Município às
expensas do proprietário.

CAPÍTULO VIII
DO MATERIAL DE CONSTRUÇÃO E DO PROCESSO CONSTRUTIVO

45
Art. 52. Durante a obra, o material de entulho ou de demolição que for colocado
sobre via pública e/ou passeio, deverá ser retirado no prazo máximo de 24hs (vinte e quatro horas)
de sua colocação no local, sob pena de multa.

Art. 53. O material utilizado na obra deverá ser armazenado e manuseado dentro do
terreno.

§1º. Quando necessário o manuseamento do material na área externa ao terreno, o


mesmo deverá ser retirado da via pública ou passeio no prazo máximo de 24hs (vinte e quatro
horas) de sua colocação no local.

§2º. Após a retirada do material ou entulho o executor da obra é obrigado à limpeza


da via pública e do passeio.

Art. 54. As entregas e retiradas de material de construção deverão ser realizadas no


período da manhã, sendo permitido o estacionamento para carga e descarga por um período de 01h
(uma hora), sob pena de multa.

Parágrafo Único. Se houver necessidade de permanecer por mais tempo, o Município


deverá ser informado através da Secretaria Municipal de Obras.

Art. 55. Na área de preservação do patrimônio histórico, para qualquer tipo de carga
ou descarga de material, somente será admitida a utilização de caminhões com capacidade de carga
máxima de até 4.000 Kg (quatro mil quilogramas) .

§1º. Quando necessária a utilização de caminhão maior por questões de


impossibilidade de transporte do material, o Município deverá ser avisado, a fim de não se efetuar a
aplicação da penalidade cabível.

§2º. - Caso a obra esteja localizada dentro do centro histórico, fica peremptoriamente
proibido o trânsito de caminhões com capacidade de carga máxima maior do que 4.000 Kg (quatro
mil quilogramas).

§3º. É proibida a escavação e a retirada de terra localizada às margens da via de


acesso ao Município e nos locais onde o estado de erosão seja avançado. O descumprimento desse
preceito ensejará a aplicação de multa ao infrator.

CAPÍTULO IX
DO PREPARO DO TERRENO E DOS ARRIMOS

Art. 56. Na execução do preparo do terreno e movimento da terra é obrigatório:

I - evitar que as terras alcancem o passeio e o leito dos logradouros públicos;


II - adotar as providências necessárias à sustentação dos terrenos, muros e
edificações vizinhas limítrofes;
III - adotar proteção contra intempéries;
IV - garantir a segurança dos trabalhadores e transeuntes.

Art. 57. As obras de terraplanagem e escavação só serão autorizadas mediante a


apresentação dos respectivos projetos.

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Art. 58. Quando as edificações exigirem a construção de muros de arrimo, estes
deverão ser executados em conformidade com as normas da Associação Brasileira de Normas
Técnica - ABNT.

Art. 59. A execução do muro de arrimo deverá ser iniciada simultaneamente à


execução das fundações e completada até o término destas.

Art. 60. O Município poderá exigir dos proprietários de terrenos vagos a construção
de arrimos ou outros meios de contenção de taludes, quando constatado em vistoria o perigo de
deslizamento de terra sobre logradouro público, edificações ou terrenos vizinhos.

Art. 61. Os barrancos e valas resultantes das escavações e movimentos de terra, com
desnível superior a 1,50m (um metro e cinqüenta centímetros), conterão escoramento dimensionado
segundo as necessidades e de acordo com as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas -
ABNT e da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT.

Art. 62. Os barrancos e valas resultantes das escavações e movimentos de terra, com
desnível superior a 1,50 m (um metro e cinqüenta centímetros), devem conter rampas ou escadas
para assegurar o rápido escoamento dos operários.

Art. 63. Os barrancos e valas resultantes de escavações e movimentos de terra, com


altura superior a 1,50m (um metro e cinqüenta centímetros), devem conter muro de arrimo ou talude
com tratamento compatível para evitar deslizamentos de terra.

Art. 64. A terraplenagem, escavação, aterro e outras formas de intervenção no solo


devem ser dotadas de proteção contra intempéries, durante o tempo que durar a execução das obras.

Art. 65. Os trabalhos de saneamento do solo, quando necessários, ficam a cargo do


proprietário e do profissional legalmente habilitado.

Art. 66. Quando da realização dos serviços de terraplenagem, devem ser tomadas as
providências necessárias para o não comprometimento das instalações ou redes de serviço público
existentes sob o passeio.

Art. 67. O proprietário de lote vago ou construído é responsável pela construção de


arrimos e outros meios de proteção de cortes em barrancos, sempre que estes vierem a apresentar
riscos de erosão ou deslizamento que possam danificar logradouro público, edificações vizinhas,
terrenos vizinhos, sargetas ou canalizações públicas.

CAPÍTULO X
DOS TAPUMES E ANDAIMES

Art. 68. O Município poderá, sempre que julgar necessário, exigir elementos para a
proteção de operários, transeuntes e vizinhos das obras e demolições em execução.

Parágrafo Único. Os elementos de proteção definidos no caput deste artigo


consistirão em tapumes provisórios com no mínimo 2m (dois metros) de altura, andaimes e telas,
executados com material resistente e bem ajustados, sem apresentar pontas, pregos ou outras
imperfeições que possam causar danos às pessoas, podendo ocupar, no máximo, 1,50m (um metro e
meio) do passeio e/ou via pública.

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Art. 69. Os andaimes devem satisfazer às seguintes condições:

I - os esteios, travessas, escadas e demais peças de armação deverão oferecer


condições de resistência e estabilidade que resguardem os operários e os transeuntes de acidentes;
II - os tabuados com altura superior a 3m (três metros) serão protegidos, nas
extremidades laterais, por guarda-corpo;

III - o tabuado deverá dispor de uma cortina externa que impeça a queda de material.

Art. 70. Os andaimes suspensos não devem ter balanço superior a 1,50m (um metro e
meio), e serão guarnecidos em todas as faces externas, inclusive a inferior, com fechamento perfeito
para impedir a queda de materiais e a propagação excessiva de pó.

Art. 71. Os andaimes não podem danificar árvores, ocultar placas de nomenclatura de
ruas, aparelhos de iluminação ou dificultar o acesso a qualquer outro serviço público.

§1º. Quando for necessária a retirada de quaisquer dos aparelhos ou placas referidos
no caput desde artigo, o interessado deverá solicitar ao Município que o faça.

§ 2º. Na hipótese prevista no parágrafo anterior, as placas de nomenclatura das ruas e


as de numeração serão fixadas nos andaimes, em lugar visível, enquanto durar a construção.

CAPÍTULO XI
DAS FUNDAÇÕES

Art. 72. As fundações, estruturas e lajes devem ser projetadas, calculadas e


executadas de acordo com as respectivas normas técnicas oficiais.

Art. 73. No cálculo das fundações devem ser considerados os seus efeitos em
relação às edificações vizinhas, logradouros públicos e instalações de serviços públicos.

Parágrafo Único. As fundações, qualquer que seja o seu tipo, devem ficar situadas
inteiramente dentro dos limites do lote e independentes das edificações vizinhas.

CAPÍTULO XII
DAS PAREDES

Art. 74. As paredes externas das edificações devem ser impermeáveis, com espessura
mínima de 0,15m (quinze centímetros).

Art. 75. As paredes internas e as paredes de vedação para armários embutidos ou


banheiros, terão espessura mínima de 0,10m (dez centímetros).

Art. 76. As paredes divisórias, adjacentes, entre divisas de lotes devem ter fundação
própria e impedir a continuidade dos elementos estruturais da cobertura com as já existentes.

Art. 77. As paredes dos ambientes classificados como molhados, tais como cozinha,
banheiro, lavatório e área de serviço, devem ser revestidas com material impermeável até no
mínimo 1,50m (um metro e cinqüenta centímetros) de altura.

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Art. 78. Em edifícios residenciais pode ser admitido outro tipo de revestimento
impermeabilizante, como argamassa de cimento, desde que se instale o revestimento em azulejo ou
ladrilho no roda-pé e na área destinada ao banho, seguindo a altura mínima estipulada no artigo
anterior.

CAPÍTULO XIII
DAS COBERTURAS

Art. 79. As estruturas das coberturas devem ainda observar as seguintes exigências:

I - serem visitáveis com segurança e facilidade;


II - serem ventiladas;
III - serem constituídas de telhas de barro;
IV- terem estruturas independentes para cada unidade autônoma.

Art. 80. As coberturas devem obedecer a uma inclinação máxima de 45% (quarenta e
cinco por cento).

Art. 81. O projeto dever especificar o uso de calha e os pontos de coleta de água
pluvial no solo, referentes ao caimento da água da cobertura.

§1º. É obrigatória a construção de cobertura com telha de barro, para qualquer tipo de
edificação, a fim de manter a unidade arquitetônica característica da cidade de Tiradentes. As
lajes retas são aceitas desde que por cima exista uma cobertura de telha de barro.

§2º. Os projetos idealizados com laje ou platibanda, implantados em áreas que não
agridam o conjunto arquitetônico e paisagístico da cidade, poderão ser aprovados após análise
do órgão municipal competente.

TÍTULO III
DOS ELEMENTOS DA CONSTRUÇÃO

CAPÍTULO I
DA CLASSIFICAÇÃO DOS COMPARTIMENTOS

Art. 82. Os compartimentos das edificações, conforme sua destinação, se


classificam em:

I - de permanência prolongada;
II - de permanência transitória;
III - especiais.

Art. 83. Os compartimentos de permanência prolongada, destinados às atividades de


dormir, repousar, estar, lazer, consumo de alimentos, trabalho, ensino, recuperação, dentre outros,
são:

I - os dormitórios, quartos e salas;


II - lojas, sobrelojas, escritórios, oficinas e indústrias;
III - salas de aula, leitura e bibliotecas;

49
IV - ambulatórios;
V - refeitórios, bares e restaurantes;
VI - salão de festas;
VII - locais fechados para prática de esportes.

Art. 84. Os compartimentos de permanência transitória, destinados a atividades de


circulação, higiene pessoal, depósito, troca e guarda de roupa, serviços de limpeza e preparo de
alimentos, dentre outros, são:

I - escadas, rampas e patamares;


II - hall;
III - corredores e passagens;
IV - átrio;
V - cozinhas e copas;
VI - banheiro, lavabo e instalações sanitárias;
VII - depósitos e vestiários;
VIII - lavanderias e áreas de serviço.

Art. 85. Os compartimentos de permanência especiais são destinados a atividades


extraordinárias, como:

I - museus e galerias de arte;

II - teatros, cinemas e salas de espetáculo;


III - estúdios de gravação, rádio e televisão.

CAPÍTULO II
DA ILUMINAÇÃO E VENTILAÇÃO

Art. 86. Para efeito de iluminação, ventilação e insolação, todo compartimento


deverá dispor de abertura voltada para o logradouro público ou para as áreas livres do próprio lote.

Parágrafo Único. O disposto neste artigo não se aplica aos corredores de uso
privativo de até 6m (seis metros) de comprimento e aos corredores de uso coletivo de até 10m (dez
metros) de comprimento.

Art. 87. Nos compartimentos de uso prolongado os vãos destinados à iluminação e


ventilação deverão ter área mínima de 1/8 (um oitavo) da área do piso do compartimento. E nos
compartimentos de permanência transitória a área dos vãos deve ser de 1/6 (um sexto) do piso do
ambiente localizado.

§1º. Se os vãos de iluminação e ventilação derem para áreas cobertas, tais como
varandas, pórticos ou alpendres, as dimensões fixadas para os mesmos são de 1/6 (um sexto) para
compartimentos de permanência prolongada e 1/4 (um quarto) par compartimentos de permanência
transitória, em função do piso.

§2º. As áreas cobertas, para que estejam aptas a iluminar e ventilar qualquer
compartimento, deverão estar afastadas no mínimo de 1,50m (um metro e cinqüenta centímetros) de
qualquer divisa ou parede que lhe fique oposta.

Art. 88. Toda área livre, fechada ou coberta, deverá satisfazer às seguintes condições:

50
I - apresentar forma e dimensões adequadas à iluminação e ventilação indispensáveis
aos compartimentos que para ela abram seus respectivos vãos;

II - ter uma área mínima de 10m2 (dez metros quadrados) e largura mínima de 1,50m
(um metro e cinqüenta centímetros) ou, no caso de construções com dois pavimentos, de 2,50m
(dois metros e cinqüenta centímetros) de largura mínima.
Art. 89. A iluminação e ventilação zenital ou por meio de clarabóia será tolerada
desde que a área destinada à iluminação e ventilação seja, no mínimo, correspondente a 1/3 da área
total do compartimento.
Parágrafo Único. A iluminação zenital é permitida em vestíbulos, banheiros,
corredores, depósitos e lavanderias.

Art. 90. Quando se tratar de edificações destinadas a hotéis, lojas e escritórios, será
admitida a iluminação artificial e a ventilação indireta ou forçada dos compartimentos sanitários.

§1º. A ventilação indireta, por meio de forro falso através de compartimento


contíguo, deverá observar os seguintes requisitos:

I - altura livre não inferior a 0,40 cm (quarenta centímetros);

II - largura não inferior a 1m (um metro);

III - ter comprimento máximo de 6m (seis metros), exceto no caso de ser aberto nas
duas extremidades, quando não haverá limitação para o seu comprimento;

IV - ter comunicação direta com o espaço exterior.

§2º. Qualquer outra solução somente poderá ser executada mediante consulta prévia
ao órgão competente.

CAPÍTULO III
DA CIRCULAÇÃO HORIZONTAL E VERTICAL

Art. 91. Considera-se circulação horizontal os corredores de acessos e de circulação


interna dos edifícios, os quais deverão ter dimensão mínima de 1,00m (um metro) de largura e pé-
direito mínimo de 2,20m (dois metros e vinte centímetros).

Art. 92. Todo corredor que tiver mais de 10m2 (dez metros quadrados) deverá ter
iluminação e ventilação natural adequadas.

Art. 93. Considera-se circulação vertical as escadas, rampas e elevadores.

Art. 94. As escadas devem ser executadas com espelho mínimo de 0,175m (dezessete
e meio centímetros) e máximo de 0,20m (vinte centímetros), com degraus em profundidade de
no mínimo 0,28m (vinte e oito centímetros) e largura mínima de 1,00m (um metro), sendo
permitida uma largura mínima de 0,80m (oitenta centímetros) para escadas de uso eventual,
como para depósitos, adegas, garagens e dependências de empregados.

Art. 95. Toda escada deve ser protegida por corrimão, com altura mínima de 0,90m
(noventa centímetros). Em construções restritamente residenciais poderão ser aprovadas escadas
sem corrimão.

51
Art. 96. As escadas em leque, caracol ou com concepção diferente da tradicional,
devem passar por uma análise especial do órgão competente do Município.

Art. 97. A construção de rampas deve obedecer a uma inclinação máxima de 10%
(dez por cento), com largura mínima de 1,20m (um metro e vinte centímetros).

Art. 98. A construção de elevadores deve seguir às normas técnicas específicas de


segurança.

Parágrafo Único. A existência de elevador não dispensa a construção de escadas ou


rampas.

CAPÍTULO IV
DAS INSTALAÇÕES SANITÁRIAS

Art. 99. Nos logradouros não servidos de rede de esgoto, as edificações devem ser
dotadas de fossas sépticas, exclusivas para tratamento das águas dos sanitários e mictórios, e em
seguida infiltradas por meio de sumidouro.

Art. 100. As águas provenientes de pias de cozinha e copa devem passar,


obrigatoriamente, por uma caixa de gordura antes de serem lançadas no sumidouro.

Art. 101. As fossas sépticas e os sumidouros devem distar, no mínimo, 15m (quinze
metros) dos poços de captação de água.

Art. 102. Quando existir rede de esgoto no logradouro, a ligação a esta dos afluentes
da fossa séptica é obrigatória.

CAPÍTULO V
DAS MARQUISES E BALANÇOS

Art.103. Não é permitida a construção de marquises sobre os passeios dos


logradouros públicos.

Art. 104. As sacadas não são consideradas marquises, desde que tenham no máximo
0.80m (oitenta centímetros).

CAPÍTULO VI
DOS PORÕES

Art. 105. São considerados porões os compartimentos situados em nível inferior ao


piso do pavimento térreo e abaixo do meio-fio, fazendo parte do corpo da edificação.

Art.106. Na construção de porões serão observadas as seguintes exigências:

I - quando se destinarem total ou parcialmente a compartimentos de utilização


prolongada, a área correspondente a estes terá o pé-direito mínimo de 2,50m (dois metros e

52
cinqüenta centímetros) e deve receber abertura que permita a ventilação permanente e iluminação
natural do compartimento;

II - quando se destinarem total ou parcialmente a compartimentos de utilização


eventual, a área correspondente a estes terá o pé-direito mínimo de 2,40m (dois metros e quarenta
centímetros) e serão admitidas a iluminação e ventilação artificiais;

III - as paredes dos porões que se constituem em arrimos de contenção do terreno


receberão impermeabilização para evitar umidade no interior dos compartimentos.

TÍTULO IV
DAS NORMAS ESPECÍFICAS DAS EDIFICAÇÕES

CAPÍTULO I
DA CLASSIFICAÇÃO DAS EDIFICAÇÕES

Art. 107. Para fins de aplicação do disposto neste Código, as edificações classificam-
se em:

I - residenciais;

II - comerciais e de serviços ou não residenciais;

III - industriais;

IV - especiais;

V - mistas.
CAPÍTULO II
DAS EDIFICAÇÕES RESIDENCIAIS

Art. 108. São consideradas edificações residenciais aquelas destinadas à residência,


construídas isoladamente ou em grupos.

Art. 109. As edificações residenciais deverão atender às exigências relativas às


condições gerais das edificações.

Art. 110. São consideradas casas populares, para aplicação do disposto neste Código,
as edificações residenciais de apenas 1 (um) pavimento, com área construída de até 70m2 (setenta
metros quadrados), sendo o mínimo construído 35m2 (trinta e cinco metros quadrados).

Parágrafo Único. Para a construção de casas populares é dispensada a apresentação


dos projetos arquitetônicos e estruturais, desde que obedeçam às considerações deste Código ou ao
projeto padrão que poderá ser oferecido pelo Município.

Art. 111. Para a construção de casas populares é obrigatório o cumprimento das


seguintes exigências:

I - ter pé-direito mínimo de 2,60 m (dois metros e sessenta centímetros);


53
II - ter pelo menos um compartimento com área mínima de 9m2 (nove metros
quadrados);

III - ter cozinha com largura mínima de 1,50 m (um metro e cinqüenta centímetros);

IV – ter obrigatoriamente um compartimento sanitário com largura mínima de 0,90m


(noventa centímetros);

Art. 112. Para a construção de casas com área superior a 70m2 (setenta metros
quadrados) é obrigatório o cumprimento das seguintes exigências:

I - ter pé-direito mínimo de 2,80m (dois metros e oitenta centímetros);

II – quando houver um único dormitório na residência, deverá o mesmo te área


mínima deverá ser de 12m2 (doze metros quadrados);

III - quando houver mais de 01 (um) dormitório é admitido 01 (um) possuir área
mínima de 9m2 (nove metros quadrados) e os demais obrigatoriamente terão no mínimo 12m2 (doze
metros quadrados);

IV - a cozinha deverá ter largura mínima de 3m (três metros), podendo ter pé-direito
mínimo de 2,50m (dois metros e cinqüenta centímetros);

V - ter obrigatoriamente um compartimento sanitário com largura mínima de 1,20m


(um metro e vinte centímetros);

§1º. O compartimento destinado para guarda de veículo deve ter vão mínimo de
acesso de 3m (três metros), pé-direito mínimo 2,30m (dois metros e trinta centímetros) e a
profundidade adequada a cada veículo.

§2º. O local destinado para guarda de veículo em residência deve respeitar às


seguintes considerações:

I - não pode ter comunicação direta com os dormitórios;

II - quando em garagem fechada deverão ter abertura que assegure ventilação


permanente;

III - poderão fazer parte da edificação principal ou não, desde que se respeitem os
afastamentos exigidos.

Art. 113. A construção de residência multifamiliar geminada em 02 (duas) unidades


continuas, será permitida em cada lote desde que constituam um aspecto estético com unidade
arquitetônica definida.

§1º. A parede comum às residências deverá ter alvenaria mínima de 0,25m (vinte e
cinco centímetros), alcançando até o ponto mais alto da cobertura.

§2º. Cada uma das unidades deverá obedecer às demais exigências estabelecidas por
este Código.

54
CAPÍTULO III
DAS EDIFICAÇÕES COMERCIAIS E DE SERVIÇOS

Art. 114. É considerada edificação comercial e de serviço aquela destinada à


atividade relativa à compra e venda e à prestação de serviços, incluindo os serviços de hospedagem,
bem como os respectivos escritórios e depósitos.

Art. 115. Os restaurantes devem dispor de área destinada ao consumo de alimento,


devidamente iluminada e ventilada, além de:
I - cozinha, cuja área não pode ser inferior a 5m2 (cinco metros quadrados) em novas
construções. Em caso de adequação de edificações para o uso de restaurante, cabe ao Município
analisar as áreas destinadas a cada compartimento;

II - depósito;

III - instalações sanitárias para uso do público e instalação sanitária para uso dos
funcionários, separadamente.

Art. 116. Os bares e lanchonetes devem diferenciar as áreas destinadas à venda,


consumo e preparo de alimentos rápidos, frios ou quentes, sendo obrigatória a existência de
instalações sanitárias.

Parágrafo Único. O Município analisará e determinará as alterações especificas caso


a caso, a fim de melhor condicionar as instalações.

Seção I
Dos Serviços de Hospedagem

Art. 117. Além das exigências gerais para as edificações, as construções destinadas à
hospedagem deverão ter área mínima para dormitórios igual a 12m2 (doze metros quadrados).
Sendo um único dormitório na edificação, a área mínima será de 15m2 (quinze metros quadrados),
não computados nesta área os banheiros.

Parágrafo Único. Os hotéis, pousadas, pensões e similares deverão ter no mínimo


1(uma) vaga para veículo por unidade habitacional. Entendendo-se por unidade habitacional o
conjunto de até dois dormitórios com hall de acesso comum, destinados a um grupo familiar ou
de amigos, de até 5 (cinco) pessoas.

Art. 118. Todos os dormitórios deverão ter lavatório com água corrente e/ou
banheiro privativo.

Art. 119. Nas edificações destinadas a albergues ou pensionatos, serão permitidos


banheiros coletivos desde que haja um por andar e que se tenha um vaso e um banheiro para cada
grupo de quatro hospedes.

Parágrafo Único. Os quartos terão área mínima de 8m2 (oito metros quadrados) para
duas pessoas e 5m2 (cinco metros quadrados) para uma pessoa.

Art. 120. As entradas de serviço e dos hóspedes devem ser separadas.


55
Art. 121. Todas as edificações destinadas à hospedagem devem conter dependências
de serviço, guarnecidas no mínimo de banheiro e vestiário para os funcionários.

Art. 122. As cozinhas de bares e restaurantes deverão ter pisos e paredes


impermeáveis até a altura de 1,50m (um metro e cinqüenta centímetros).

Art. 123. As cozinhas não poderão comunicar-se diretamente com instalações


sanitárias ou dormitórios.

Art. 124. O projeto de construção de novas edificações destinadas à hospedagem


deve, quando a construção estiver contida em áreas sob proteção do Estado ou da União, se
submeterá à análise dos respectivos órgãos competentes.

Seção II
Dos açougues e mercadinhos

Art. 125. Os açougues e mercadinhos, além de atender às disposições deste Código,


deverão obedecer também ao seguinte:

I - as paredes serão revestidas de material liso, impermeável e lavável, até a altura de


2,10m (dois metros e dez centímetros);

II - não é permitido piso cimentado, sendo necessária a utilização de material liso;

III – é obrigatória a utilização de equipamentos adequados à conservação dos


alimentos;

IV – não terá área inferior a 14m2 (quatorze metros quadrados) para venda,
atendimento ao público, corte de carne e depósito;

V - terá água corrente e pia, além de instalação sanitária de acordo com o este
Código;

VI – os espaços destinados ao público, ao corte de carne ou venda serão separados


por meio de balcão.
CAPÍTULO IV
DAS EDIFICAÇÕES INDUSTRIAIS

Art. 126. São consideradas edificações industriais aquelas destinadas às atividades


relativas à produção, transformação ou montagem de matéria prima, bem como os respectivos
anexos, escritórios ou depósitos.

Art. 127. As edificações industriais urbanas de pequeno porte estão sujeitas à


anuência prévia dos conselhos municipais de urbanismo, de saúde, de turismo e do CODEMA.

Parágrafo Único. As edificações destinadas a indústrias devem obedecer às


disposições estabelecidas na Lei de uso e ocupação do solo do Município de Tiradentes.

Art. 128. Os afastamentos das edificações industriais devem ser definidos em prévia
consulta ao órgão público competente, estabelecidos em função do tipo de indústria e de sua
localização.
56
Art. 129. Toda indústria deve dispor de área privativa para carga e descarga de
matéria prima e dos produtos industrializados, de modo a não prejudicar o trânsito de veículos e
pedestres nos logradouros.

Art. 130. As edificações industriais, além das exigências deste Código referentes às
edificações em geral, deverão atender ainda às seguintes:

I - cumprir as determinações deste Código relativas à prevenção contra incêndios;

II - dispor de instalações sanitárias, vestiários e chuveiros, destinados ao uso


exclusivo de empregados, proporcionais ao seu número e grupados por sexo;

III - ter os depósitos de combustíveis instalados em locais apropriados, fora do


prédio;

IV - serem dotadas de instalação de filtros antipoluição em aparelhagem técnica


especial, de acordo com as exigências do órgão competente;

V - ter as instalações geradoras de calor localizadas em compartimentos especiais,


distantes 1,50m (um metro e cinqüenta centímetros), pelo menos, das paredes dos prédios
vizinhos, e isoladas termicamente.

Parágrafo Único. As edificações industriais devem atender ainda às normas relativas


à segurança e higiene do trabalho, expedidas pelo órgão competente, e serem dotadas de
dispositivos contra poluição, a critério do órgão competente.

Art 131. Toda edificação destinada à instalação de indústria e comércio de produtos


alimentícios deve ser protegida contra a penetração de insetos e animais daninhos.

Art. 132. A localização das edificações destinadas à indústria e depósito de


inflamáveis e explosivos deve ser indicada pelo Município, e a licença para a sua instalação
dependerá de sua aprovação expressa, podendo impor outras condições que julgar necessárias à
segurança das propriedades vizinhas.

CAPÍTULO V
DAS EDIFICAÇÕES ESPECIAIS

Art. 133. São consideradas edificações especiais aquelas destinadas à atividade de


natureza técnica, ou que exijam espaços especiais para equipamento e tratamento arquitetônico
adequado.

Art. 134. As edificações especiais, segundo a conformação e utilização, classificam-


se em:

I - estabelecimentos de assistência médico-hospitalar, nesta classe compreendidos os


hospitais, prontos-socorros, maternidades, casas de saúde, postos médicos e congêneres;

II - estabelecimentos escolares, compreendendo os jardins de infância, colégios,


grupos escolares e similares;

III - estabelecimentos de diversões, compreendendo os teatros, cinemas, clubes e


congêneres.
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§1º. As edificações destinadas à saúde e educação devem obedecer as condições
estabelecidas pelos órgãos responsáveis pela saúde e educação, respectivamente, na competência
Estadual e da União, além das disposições deste Código que lhes forem cabíveis.

§2º. As edificações destinadas a estabelecimentos de lazer e diversão serão


analisadas caso a caso pelo Município. Os edifícios de museu e galeria deverão ser acompanhados
de memorial para facilitar a análise pelo Município.

Art. 135. As edificações destinadas à instalação de estabelecimentos de diversões


devem atender, além das exigências deste Código para as edificações em geral, às seguintes:

I - as portas de saída terão:

a. vão mínimo de 1m (um metro) para as edificações com capacidade para até
100 (cem) pessoas, e a partir desse número um acréscimo de outra porta com largura de 1m (um
metro) para cada 100 (cem) pessoas ou fração;

b. passagem para circulação com largura mínima de 2m (dois metros) para


edificações com capacidade para até 100 (cem) pessoas, e a partir desse número um acréscimo de 1
m (um metro) para cada 100 (cem) pessoas ou fração;

c. as portas que derem para logradouros dever permitir a abertura completa do vão.

II – serão obrigatoriamente adotadas medidas que evitem o ruído perturbador do


sossego da vizinhança, nos estabelecimentos de diversão de caráter permanente.

Parágrafo Único. O Município poderá delimitar, via decreto, as áreas de proteção das
edificações que não devam ser prejudicadas com a instalação de estabelecimentos de diversão em
sua vizinhança, podendo ainda determinar outras exigências em função do tipo e da finalidade do
estabelecimento.
TÍTULO V
DAS PENALIDADES

CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 136. As infrações aos dispositivos deste Código devem ser punidas com as
seguintes penas:

I - multa;

II - embargo da obra;

III - interdição do prédio ou dependência;

IV - demolição.

§1º. A imposição de penalidade não se sujeita à ordem de apresentação relacionada


neste artigo.

58
§2º. A aplicação de uma das penalidades previstas neste artigo não exclui a
possibilidade da aplicação de outra, se cabível.

§3º. A aplicação de penalidade de qualquer natureza e o seu cumprimento não


dispensam o infrator da realização da obrigação de fazer, não fazer ou consentir a que está sujeito,
podendo ser aplicadas quantas penalidades forem correspondentes aos atos ilícitos por ele
praticados.

§4º. Sem prejuízo da aplicação das penalidades previstas nesta Lei, o Município
representará ao Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura em caso incapacidade técnica ou
inidoneidade moral do profissional infrator.

CAPÍTULO II
DA FISCALIZAÇÃO

Art. 137. Qualquer obra em qualquer etapa está sujeita à multa, embargo, interdição e
demolição, desde que esteja e desacordo total ou parcial com este Código.

Art. 138. A fiscalização expedirá notificações de caráter preliminar e autos de


infração endereçados ao proprietário da obra ou responsável técnico, tendo os mesmos um prazo de
08 (oito) dias para cumprimento da determinação.

Art. 139. Não cabe notificação preliminar, devendo o infrator ser imediatamente
autuado, nos seguintes casos:

I - quando iniciar a obra sem a devida licença do Município e sem o pagamento dos
devidos tributos e taxas;

II - quando do não cumprimento da notificação preliminar no prazo regulamentado;

III - quando houver necessidade de embargo ou interdição.

§1º. No caso de verificação, por vistoria, de que as obras não estão sendo
executadas de acordo com o respectivo projeto aprovado, o seu responsável técnico pela
execução ou o proprietário será autuado e obrigado a regularizá-la.

§2º. As construções clandestinas, vencido o prazo para sua regularização


através das normas anteriores a aprovação desta Lei, podem ter sua situação regularizada
perante o Município desde que a edificação não contrarie a legislação municipal vigente,
devendo ser submetida à vistoria.
CAPÍTULO II
DA MULTA

Art. 140. A multa deve ser imposta ao responsável pela infração, tendo como limites
mínimo e máximo 200 (duzentas) UFIRs (Unidade Fiscal de Referência) e 1000 (mil)
UFIRs(Unidade Fiscal de Referência) respectivamente.

§1º. A multa será aplicada em qualquer época depois de constatada a infração.

§2º. As multas devem ser aplicadas em grau mínimo, médio ou máximo, tendo em
vista a gravidade da infração e as suas circunstancias atenuantes ou agravantes.
59
Art. 141. Nas reincidências as multas devem ser aplicadas em dobro, e assim
sucessivamente.

§1º. Considera-se reincidência para duplicação de multa outra infração da mesma


natureza praticada pela mesma pessoa, ainda que em obra diversa.

§2º. A multa não paga no prazo legal será inscrita em divida ativa, sendo que os
infratores em débito com o Município não poderão receber quaisquer créditos da Fazenda
Municipal, participar de licitações, celebrar contratos de qualquer natureza, ou transacionar, a
qualquer titulo, com a Administração Municipal.

§3º. Os débitos decorrentes de multas não pagas no prazo previsto devem ter seus
valores atualizados com base nos índices de correção monetária vigente, ou outro que o substitua,
de acordo com o disposto na legislação municipal.

Art. 142. A multa será imposta pelo funcionário competente mediante auto de
infração lavrado.

Art. 143. Na imposição e na graduação da multa ter-se-á em vista:

I - a maior ou menor gravidade da infração;

II - as suas circunstâncias atenuantes e agravantes;

III - os antecedentes do infrator, com relação à observância da legislação de obras do


Município.

Art. 144. Aplicada a multa, terá o infrator o prazo de 10 (dez) dias para efetuar o seu
recolhimento amigável ou impugná-la.

§1º. Impugnada a multa, instaurar-se-á o processo administrativo.

§2º. Sendo julgada procedente a impugnação pela autoridade competente, extinguir-


se-á a infração, em não o sendo, o Município procederá a sua cobrança judicial, com os juros e
correção monetária devidos.

CAPÍTULO III
DO EMBARGO

Art. 145. A obra em andamento deve ser embargada:

I - se estiver sendo executada sem o alvará de construção;

II - se for desrespeitado o respectivo projeto, em seus elementos essenciais;

III – se não forem observadas as notas de alinhamento ou nivelamento, ou a


execução se iniciar sem elas;

IV - se for iniciada sem a responsabilidade de profissional registrado no Município;

V - se estiver em risco a sua estabilidade, com perigo para o público ou para o


pessoal que a executa.

60
Art. 146. Ocorrendo alguma das hipóteses do artigo anterior, o encarregado da
fiscalização, depois de lavrado o auto para a imposição da multa fará o embargo provisório da obra
por simples comunicação escrita ao construtor, dando imediata ciência do mesmo à autoridade
superior.

Art. 147. Verificada pela autoridade superior a procedência do embargo, dar-lhe-á


caráter definitivo, em auto que mandará lavrar, no qual fará constar as providências necessárias para
que a obra possa continuar, cominando multa correspondente a 200 ( duzentas ) UFIRs (Unidade
Fiscal de Referência).

Art. 148. O auto de infração será apresentado ao infrator para assinatura, devendo, no
caso de recusa ou de não ser encontrado o infrator, vir a ser publicado em resumo no Expediente da
Prefeitura, seguindo-se os processos administrativo e judicial para a suspensão da obra.

Art. 149. O embargo só será levantado depois de cumpridas as exigências constantes


do auto de infração e efetuado o pagamento da multa e emolumentos devidos.

CAPÍTULO IV
DA INTERDIÇÃO

Art. 150. A edificação ou qualquer das suas dependências poderão ser interditadas,
com impedimento de sua ocupação nos seguintes casos:

I - se for utilizado para fim diverso do considerado no respectivo projeto, verificado


o fato por 2 (dois) fiscais;

II - se o proprietário ou morador não fizer no prazo que lhe for fixado os consertos ou
reparos necessários à segurança, determinados em inspeção procedida pelo órgão competente do
Município.

Art. 151. A inspeção será feita sumariamente por 2 (dois) técnicos qualificados,
designados pelo Prefeito, com intimação do proprietário ou de seu representante.

Art. 152. Resolvida a interdição, lavrar-se-á o auto, do qual constará a razão dela e o
prazo para que o proprietário cumpra a intimação, sob pena de multa de 200 ( duzentas ) UFIRs.

Parágrafo Único. Tratando-se a interdição de mudança de destinação do prédio ou


dependência alugada, esse prazo não será inferior a 30 (trinta) nem superior a 90 (noventa) dias.

Art. 153. Se o proprietário ou seu representante não quiser assinar o auto, ou não for
encontrado, este será publicado em resumo no Expediente da Prefeitura, seguindo-se o processo
administrativo.
CAPÍTULO V
DA DEMOLIÇÃO

Art. 154. A demolição total ou parcial será imposta nos seguintes casos:

I - construção clandestina, entendendo-se por esta a que for feita sem prévia
aprovação do projeto ou sem o alvará de construção;

61
II - construção feita sem a observância do alinhamento ou nivelamento fornecido ou
sem as respectivas notas, ou com desrespeito à planta aprovada nos seus elementos essenciais;

III - obra julgada em risco, quando o proprietário não quiser tomar as providências
que o Município determinar para a sua segurança;

IV - construção que ameace ruína e que o proprietário não possa reparar, por falta de
recursos.

Parágrafo Único. As disposições deste Capítulo não se aplicam às edificações


tombadas pelo Governo Federal.

Art. 155. A demolição não será imposta nos casos dos itens I e II do artigo anterior,
se o proprietário, submetendo ao Município a planta da construção, demonstrar:

I - que a mesma preenche os requisitos deste Código;

II - que embora não os preenchendo, poderá sofrer modificações que satisfaçam as


exigências deste Código, e que o proprietário tenha condições de realizá-las.

Parágrafo Único. Na hipótese deste artigo, após a verificação da planta da construção


ou do projeto das modificações, será expedido pelo Município o respectivo alvará, mediante
pagamento prévio da multa e emolumentos devidos.

Art. 156. A demolição será precedida de vistoria realizada por 2 (dois) técnicos
qualificados, designados pelo Prefeito, correndo o processo da seguinte forma:

I - nomeada, a comissão designará dia e hora para a vistoria, fazendo intimar para
assisti-la pessoalmente o proprietário ou, quando este não for encontrado, intimando-o por edital
com prazo de 10 (dez) dias.

II- não comparecendo o proprietário ou seu representante, a comissão fará suscinto


exame da construção e, se verificar que a vistoria pode ser adiada, mandará fazer nova intimação ao
proprietário.

III - não podendo haver adiantamento, ou se o proprietário não atender à segunda


intimação, a comissão dará o seu laudo dentro de 3 (três) dias, devendo constar do mesmo o que for
constatado, o que o proprietário deve fazer para evitar a demolição e o prazo que para isso seja
realizado. Salvo caso de urgência, esse prazo não poderá ser inferior a 3 (três) dias, nem superior a
90 (noventa) dias.

IV - do laudo dar-se-á cópia ao proprietário e aos moradores do prédio, se for


alugado, acompanhada da intimação para o cumprimento das determinações nele contidas.

V - a cópia do laudo e a intimação ao proprietário serão entregues mediante recibo e,


se ele não for encontrado ou se recusar a recebê-los, serão publicados em resumo, por 3 (três)
vezes, no Expediente da Prefeitura.

VI - no caso de ruína iminente a vistoria será feita de imediato, dispensando-se a


presença do proprietário se não puder ser encontrado de pronto, levando-se ao conhecimento do
Prefeito Municipal as conclusões do laudo.

62
Art. 157. Intimado o proprietário do resultado da vistoria, seguir-se-á o processo
administrativo, passando-se ao procedimento judicial visando à demolição, se não forem cumpridas
as decisões do laudo.

CAPÍTULO VI
DOS RECURSOS

Art. 158. As intimações para cumprimento das determinações deste Código serão
sempre feitas por escrito e contra elas poderão os interessados reclamar, dentro de 48h (quarenta e
oito horas), por escrito, perante a autoridade superior.

Art. 159. Tratando-se de penalidade poderá o interessado, dispensado o processo


administrativo, recorrer desde logo para o Prefeito Municipal, oferecendo as razões do seu recurso.

Parágrafo Único. O recurso de que trata o caput deste artigo será interposto dentro de
5(cinco) dias, por simples petição dirigida ao Prefeito Municipal.

TÍTULO VI

DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 160. Os prazos previstos neste Código contar-se-ão por dias corridos.

Parágrafo Único. Não será computado no prazo o dia inicial e prorrogar-se-á para o
primeiro dia útil o vencimento de prazo que incidir em sábado, domingo ou feriado.

Art. 161. Os casos omissos ou as dúvidas suscitadas na aplicação deste Código serão
resolvidos pelo Prefeito Municipal, considerados os despachos dos dirigentes dos órgãos
competentes e a legislação civil vigente.

Art. 162. Para efeito deste Código, a Unidade Padrão Fiscal adotada será a UFIR
(Unidade Fiscal de Referência).

Art. 162. O Prefeito Municipal deve expedir decretos, portarias, circulares, ordens
de serviços e outros atos administrativos que se fizerem necessários à fiel observância das
disposições deste Código.

Art. 163. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 164. Revogam-se as disposições em contrário.

Tiradentes, 20 de janeiro de 2004.

ELVIO GARCIA
PREFEITO MUNICIPAL

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