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GPL/26

GRUPO DE ESTUDO DE PLANEJAMENTO DE SISTEMAS ELÉTRICOS - GPL

DESAFIOS DA INTEGRAÇÃO ELETROENERGÉTICA NA AMÉRICA DO SUL: DA PERSPECTIVA TÉCNICA


À IMPLEMENTAÇÃO DE UMA POLÍTICA MULTILATERAL.

GUILHERME ZANETTI ROSA; THIAGO GUILHERME FERREIRA PRADO; LORENA MELO SILVA PERIM ;
THAIS INGRINDE DE SOUZA ARAÚJO; KARINA ARAUJO SOUSA; VALDIR BORGES SOUZA JUNIOR;
MARLIAN LEÃO DE OLIVEIRA;
MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA

RESUMO

A América do Sul possui abundantes recursos energéticos, incluindo hidrocarbonetos, hidroeletricidade, ventos, sol,
biomassa e biocombustíveis, além do potencial de minerais críticos. Essas fontes energéticas são mais do que
suficientes para atender às demandas regionais e permitem a exportação dos excedentes para otimizar os potenciais
energéticos no planejamento nacional. Este trabalho apresenta uma perspectiva atual e futura da integração
eletroenergética na América do Sul, tendo o Brasil como ponto de partida. Além de abordar projetos específicos, são
propostas soluções para superar as principais barreiras identificadas, com o objetivo de construir um ambiente
multilateral que concretize os benefícios destacados nos estudos técnicos nos países envolvidos.

PALAVRAS-CHAVE
Planejamento Eletroenergético na América do Sul; Integração Eletroenergética na América do Sul; e Mecanismos de
Integração Bilateral e Multilateral.

1.0 INTRODUÇÃO

A complementaridade das fontes entre os países sul-americanos potencializa as sinergias resultantes da integração
eletroenergética, contribuindo para a otimização dos recursos, redução de custos operacionais e aumento da
segurança no fornecimento de energia. No entanto, apesar desse potencial, sua exploração tem sido historicamente
limitada devido a desafios políticos, financeiros e de planejamento em âmbito nacional e regional, além das
dificuldades na legitimação de acordos internacionais bilaterais e multilaterais.

Diante desse desafio, importantes atores atuantes na América do Sul, como a Organização Latino-Americana de
Energia (OLADE), a Comissão de Integração Energética Regional (CIER), o Sistema de Integração Energética do
Sul (SIESUL o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e a Corporação Andina de Fomento (CAF), têm
desempenhado um papel significativo na promoção de ações técnicas que incentivam a integração regional. As
iniciativas dessas instituições têm gerado diversos estudos que destacam os benefícios mencionados anteriormente,
visando uma maior eficiência na utilização dos recursos disponíveis e trazendo benefícios regionais, como o
mapeamento de ações para reduzir o risco cambial nas transações de energia elétrica, riscos de garantias
energéticas, riscos regulatórios, entre outros. Esses esforços conjuntos visam impulsionar a integração
eletroenergética na América do Sul, explorando todo o seu potencial e promovendo um ambiente energético mais
sustentável e seguro para todos os países envolvidos.

Em suma, este artigo oferece um panorama abrangente dos blocos multilaterais que surgiram ao longo das últimas
décadas na América do Sul, em adição às iniciativas bilaterais de integração elétrica e energética. Além disso,
apresenta uma visão geral das condições atuais de interconexão, o estado atual do desenvolvimento dos principais
estudos técnicos de interligação que envolvem o Brasil, e a situação dos blocos multilaterais em que o país está
inserido. Com isso, pretende-se fornecer uma base de informações para a compreensão do contexto da integração
eletroenergética na região e a posição do Brasil nesse ambiente a fim de estabelecer as bases para o
aprofundamento das questões e solução das barreiras identificadas.

2.0 DIAGNÓSTICO

2.1 INSTITUIÇÕES FINANCIADORAS MULTILATERAIS ATIVAS NA AMÉRICA DO SUL

De forma ampla e não exaustiva, as seguintes instituições bancárias com formação multilateral financiam estudos e
projetos na América do Sul, a saber:

guilherme.rosa@mme.gov.br
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 Corporação Andina de Fomento (CAF);


 Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID); e,
 Banco Mundial (WB).

Tais instituições são ativas e buscam propor temas, identificar gargalos, indicar soluções e dar suporte especializado
aos países da América do Sul, além de prestar suporte técnico e financeiro no decorrer da produção dos estudos
técnicos contratados pelos bancos.

2.1 INSTITUIÇÕES TÉCNICAS MULTILATERAIS ATUANTES NA AMÉRICA DO SUL

2.1.1 ORGANIZAÇÃO LATINO-AMERICANA DE ENERGIA (OLADE)

A Organização Latino-Americana de Energia (OLADE), tal como indica do seu nome, tem campo de atuação que vai
além da América do Sul, englobando toda a América Latina (desde o México até o Chile / Argentina). É um órgão
público intergovernamental de cooperação, coordenação e assessoramento técnico, do qual o Brasil participa,
instituído em 2 de novembro de 1973 pela assinatura do Acordo de Lima, ratificado por 27 países latino-americanos
e caribenhos, com o objetivo fundamental de promover a integração, conservação, uso racional, comercialização e
defesa dos recursos energéticos da Região. Sua sede está localizada em Quito, Equador.

A OLADE realiza diversos estudos técnicos e treinamentos para formação profissional na área de energia e integra
diferentes bases de informações energéticas no seu campo de atuação, gerando valor aos seus países membros e
usuários de informações energéticas. Dessa forma, sua atuação é mais ampla e tangencia aspectos gerais que
norteiam os interesses dos seus membros.

2.1.2 COMISSÃO DE INTEGRAÇÃO ENERGÉTICA REGIONAL (CIER)

A CIER também é uma organização internacional cuja atuação extrapola a América do Sul, alcançando toda a
América Latina. De duração ilimitada e sem fins lucrativos, reúne empresas e organizações do setor energético dos
países membros, bem como membros associados e entidades relacionadas. A sede internacional da CIER está
localizada em Montevidéu, Uruguai. Cada país membro é representado por um Comitê Nacional e a América Central
e– Caribe – por um Comitê Regional.

Em razão da sua matriz de composição reunir empresas e organizações, a CIER possui um viés mais voltado a
promover e favorecer a integração do setor energético com ênfase na interligação dos sistemas elétricos e
intercâmbios comerciais. Assim como a OLADE, busca promover um ambiente de cooperação entre seus membros
e produção de conhecimento.

2.1.3 SISTEMA DE INTEGRAÇÃO ENERGÉTICA DO SUL (SIESUL)

Diante dos potenciais benefícios da integração elétrica entre os países da américa do sul e do diagnóstico de que as
interligações existentes podem ter seu uso ampliado com o intuito de oferecer melhores oportunidades de troca
comercial de energia, o BID e CAF lideram e organizam as mesas de diálogo do Sistema de Integracion
Energetica del Sur – SIESUR (do Espanhol). A iniciativa é motivada pela experiência dos Bancos na concepção e
concretização do Sistema de Interconexão Elétrica dos Países Centro-Americanos (SIEPAC).

Com ações iniciadas em 2018, o plano de trabalho do SIESUL é formatado e conduzido por meio da realização de
mesas de diálogo, sob a coordenação dos países membro acontecendo de maneira rotativa, anualmente. As mesas
buscam identificar os desafios existentes em casos concretos e, também, aqueles a serem enfrentados, para uma
efetiva visão integrada do setor e promoção de uma maior integração dos sistemas elétricos da região.

As mesas são compostas por representantes de alto nível dos ministérios de energia da República Argentina, Brasil,
Chile, Paraguai e Uruguai e contam também com a participação da OLADE, CIER e CAF. A atuação do BID também
tenciona a interação entre outras sub-regiões buscando fomentar a troca de experiências e aproximação entre os
seus membros.

O SIESUL já desenvolveu estudos de uso e otimização da infraestrutura de intercâmbio entre os países participantes
bem como estudos da legislação aplicável nesses a fim de:
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a) Identificar e avaliar as interligações elétricas internacionais dos países que compõem o SIESUL, realizando
um estudo atualizado sobre as complementaridades tecnicamente aproveitáveis, com base no recente e
significativo desenvolvimento das energias renováveis em alguns países da sub-região;

b) Avaliar as oportunidades para intensificar a curto e médio prazos as trocas binacionais de eletricidade e
entre todos os países do SIESUL, com uma quantificação dos benefícios econômicos e ambientais;

c) Analisar o marco legal, institucional e regulatório dos países para identificar barreiras e espaços para
harmonização e possibilidade de trânsito de energia comercializada entre dois países, por meio de um
terceiro;

d) Identificar alternativas para cobrir o risco cambial, decorrente das transações de energia realizadas entre
países; e

e) Desenhar e executar atividades voltadas à disseminação dos resultados entre os atores envolvidos no
processo.

Como resultados, os trabalhos do SIESUL atualmente indicam que a troca de eletricidade regional possui margem
para realizar um relevante crescimento ao longo da próxima década. No trabalho conduzido pela OLADE [12],
estimou-se que o benefício econômico a médio prazo proporcionado pelo incremento nas trocas de energia entre os
países membro, refletido na redução de custos operacionais, variam entre 1,3 e 2,4 bilhões de dólares, dependendo
do grau de integração. A maior integração também traz novos custos e riscos. O risco cambial associado a transações
internacionais de energia é um dos principais custos financeiros associados ao aumento das trocas de eletricidade
no SIESUL.

Os estudos técnicos para os objetivos “a)” a “d)”, mencionados, foram realizados e apresentados ao longo das sete
mesas de diálogo ocorridas desde a criação da iniciativa. O grupo encontra-se atualmente sob a coordenação do
Governo do Paraguai, que a exercerá até o final do ano de 2023. Finalizadas as recomendações técnicas e com o
fim de se atingir o objetivo destacado “e)”, citado, espera-se que a iniciativa evolua no campo diplomático para que
as ações mapeadas se tornem efetivas nos próximos anos.

2.2 DIMENSÃO POLÍTICA DE INTEGRAÇÃO EM BLOCO

No levamento de instituições, organismos e blocos com dimensão de atuação política, foram identificados o Mercado
Comum do Sul (MERCOSUL) e o Foro para o Progresso e Integração da América do Sul (PROSUL).

Ao analisar ambas as estruturas, nota-se uma sobreposição parcial de suas atuações – principalmente na dimensão
política – sem, contudo, avançar nas demais competências normativas do MERCOSUL. De certa forma, se as
atuações forem articuladas em harmonia, o PROSUL poderá subsidiar o MERCOSUL nos temas em que houver
sobreposição.

2.2.1 MERCADO COMUM DO SUL (MERCOSUL)

Afora a questão mencionada no subitem anterior, quanto ao posicionamento estratégico do SIESUL, apresenta-se
no MERCOSUL uma estrutura existente de mobilização política de alto nível.

O Mercado Común del Sur ou MERCOSUR (do Espanhol) é uma organização intergovernamental regional fundada,
a partir do Tratado de Assunção, em 26 de março de 1991. Os Estados Partes fundadores do MERCOSUL e
signatários do Tratado de Assunção são a Argentina, o Brasil, o Paraguai e o Uruguai. Há também os Estados
Associados, que são aqueles membros da Associação Latino-Americana de Integração (ALADI) com os quais o
MERCOSUL subscreve acordos de livre comércio, e que, posteriormente, solicitam ser considerados como membros
plenos. Os Estados Associados estão autorizados a participar nas reuniões de órgãos do MERCOSUL que tratem
temas de interesse comum. Essa é a situação atual do Chile, Colômbia, Equador e Peru. Além desses, há também
o interesse de participação da Venezuela que, no momento, encontra-se suspensa, e da Bolívia que aguarda a
ratificação parlamentar de seu protocolo de adesão como membro pleno.

Assim, o MERCOSUL estabelece uma integração regional, inicialmente econômica, configurada atualmente em uma
união aduaneira, na qual há livre-comércio intrazona e política comercial comum entre os países membros. Tal
configuração está em linha com as demandas deste trabalho de importação e exportação de energia.
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Conforme estabelecido no art. 1º do “Protocolo de Ouro Preto” sobre a Estrutura Institucional do MERCOSUL, os
órgãos com capacidade decisória de natureza intergovernamental do MERCOSUL são: o Conselho do Mercado
Comum (CMC), o Grupo Mercado Comum (GMC) e a Comissão de Comércio do MERCOSUL (CCM).

São dezessete Subgrupos de Trabalho (SGT) que compõem o GMC (o SGT 2 – “Aspectos Institucionais” foi extinto),
com os seguintes temas: Comunicações; Regulamentos Técnicos e Avaliação da Conformidade; Assuntos
Financeiros; Transporte; Meio Ambiente; Indústria e Integração Produtiva; Agricultura; Energia; Assuntos
Trabalhistas, Emprego e Seguridade Social; Saúde; Investimentos; Comércio Eletrônico; Infraestrutura Física;
Mineração e Geologia; Contratações Públicas; Serviços; e Integração. A seguir, consta o detalhamento do subgrupo
de trabalho de interesse deste artigo.

2.2.2 MERCOSUL E O SUBGRUPO DE TRABALHO (SGT) Nº 9: ENERGIA

O Subgrupo de Trabalho nº 9 do MERCOSUL encarrega-se do tema “Energia". No entanto, o SGT nº 9ficou 12 anos
sem realizar qualquer reunião técnica. O Brasil protagonizou a reabertura do SGT nº 9 em 2021, quando ocupou a
Presidência Pro Tempore, a qual, atualmente, está designada ao Uruguai. Cabe destacar que a presidência pro
tempore é rotativa e tem duração de 6 meses.

Atualmente, o SGT nº 9 dedica-se a organizar atividades voltadas a facilitar a integração elétrica e gasífera, composta
por quatro etapas, das quais as duas primeiras já foram realizadas:

1- Retomada do SGT N° 9 no MERCOSUL;


2- Rodada de intercâmbio de conhecimento “Visão geral de planejamento energético”;
3- Convergência de interesses: Construção dos objetivos, escopo e metodologia; e,
4- Estudos para a produção de evidências dos benefícios esperados da integração regional.

Nota-se que há uma convergência de interesses e até uma sobreposição das atuações entre algumas iniciativas
multilaterais atuantes na América do Sul, como é possível verificar entre, o SIESUL e o MERCOSUL, especialmente
no que se refere às atividades do seu Grupo de Trabalho SGT nº 9 (Energia).

3.0 PROJETOS DE INTEGRAÇÃO ELETROENERGÉTICA EM OPERAÇÃO COM O BRASIL

Tal como evidenciado neste trabalho, nos últimos anos, a integração eletroenergética tem se mostrado uma
estratégia promissora para otimizar o uso dos recursos energéticos e fortalecer a segurança e a sustentabilidade do
suprimento de eletricidade. Nesse contexto, o Brasil tem desempenhado um papel central como país integrador na
América do Sul, por meio de projetos de integração eletroenergética em operação. O objetivo deste tópico é analisar
esses projetos, considerando os benefícios, desafios e impactos dessa cooperação energética regional.

3.1 BRASIL – PARAGUAI

Itaipu é uma usina hidrelétrica (UHE) binacional que foi consolidada pelo Tratado Internacional celebrado entre a
República Federativa do Brasil e a República do Paraguai em 26 de abril de 1973. Com capacidade instalada de
14.000 MW, a UHE foi constituída pelas Centrais Elétricas Brasileiras S.A (Eletrobras), por parte do Brasil, e pela
Administración Nacional de Eletricidad (ANDE), por parte do Paraguai, com igual participação no capital. A energia
produzida pela usina é dividida em partes iguais entre os dois países, sendo reconhecido o direito de aquisição da
energia que não seja consumida pela outro país, nos termos do Tratado. No ano de 2020, o Brasil importou do
Paraguai, por meio da UHE Itaipu, volume que chegou a 22.095 GWh, representando um relevante montante de
suprimento ao Sistema Interligado Nacional (SIN) [13].

No entanto, o sistema de corrente contínua em alta tensão (CCAT ou em inglês HVDC) da concessionária FURNAS
Centrais Elétricas (FURNAS), que conecta a parte paraguaia da UHE ao SIN e cuja entrada em operação comercial
ocorreu no período compreendido entre os anos de 1984 e 1987, passou a apresentar sinais claros de final de vida
útil física de diversos componentes instalados nos bipolos, Esse fato foi observado devido ao aumento contínuo de
intervenções para substituição/reparo de componentes do sistema de corrente contínua.

Como encaminhamento, em dezembro de 2020 foi assinado Convênio de Cooperação Técnica, de caráter bilateral,
entre a ITAIPU Binacional e FURNAS, cujo objeto é o desenvolvimento do Projeto “Revitalização do Sistema HVDC
de FURNAS associado à UHE de ITAIPU”, com recursos integralmente oriundos de ITAIPU Binacional.
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O plano de obras objeto desse instrumento foi posteriormente reconhecido pelo Poder Concedente, com a publicação
do POTEE 2020 – “Rede Básica e demais Instalações de Transmissão (1ª emissão)”, e também integrou ato
autorizativo da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), por meio da Resolução Autorizativa nº 11.324, de 8 de
março de 2022. Desde então a concessionária de transmissão vem atuando na execução da modernização do
sistema HVDC proposta.

3.2 BRASIL – ARGENTINA

As atividades com a Argentina serão destacadas neste trabalho em duas áreas: Aproveitamento dos Recursos
Hidrelétricos e Interligação Elétrica.

3.2.1 INTERLIGAÇÃO ELÉTRICA

A interligação elétrica com a Argentina se dá por duas estações conversoras de frequência 50/60 Hz, tipo back-to-
back, em Uruguaiana/RS (50MW) e Garabi (I e II) / Argentina (2 x 1.100MW).

A conversora Garabi I começou a sua operação comercial em 2000, enquanto a conversora Garabi II em 2002. Em
2020, houve o término do contrato de concessão de Garabi I. Em 2022, ocorreu o término do contrato de Garabi II.

Nesse contexto, o Planejamento Setorial brasileiro promoveu avaliações para identificar o benefício na continuidade
da prestação desse serviço de transmissão ao longo de um novo contrato, bem como investimentos prudentes para
a licitação dos Sistemas de Transmissão Garabi I e II. Os resultados foram indicados no trabalho referenciado em
[14], que concluiu pela necessidade de adequação das instalações das conversoras Garabi I e II como escopo para
uma licitação. Ato contínuo, o Ministério de Minas e Energia (MME) procedeu o detalhamento das informações junto
à concessionária equiparada, Enel CIEN, e o material foi disponibilizado à Aneel para compor licitação.

Dessa forma, o empreendimento foi objeto do Leilão de Transmissão nº 02/2022, Lote 5, arrematado pela
concessionária TAESA, que deverá promover a execução dos reforços indicados pelo planejamento e disponibilizar
a instalação para operação do SIN pelo período estipulado no novo contrato de concessão.

Em relação às instalações da conversora de frequência de Uruguaiana, com base na evolução do SIN, nas
características construtivas e no seu histórico de utilização, bem como nos estudos realizados pela Empresa de
Pesquisa Energética (EPE) e pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), o MME, por meio da Portaria nº
654/GM/MME, de 13 de junho de 2022, formalizou a determinação do descomissionamento dessas instalações após
o fim da vigência do seu contrato.

Em 2020, o Brasil importou da Argentina, por meio das Conversoras de Garabi I e II e Uruguaiana, volume que
chegou a 2.617 GWh. A energia proveniente de Garabi I e II mostrou-se um importante recurso em cenários de baixa
hidrologia vividos no nosso país recentemente. Por sua vez, o Brasil registrou, nesse período, exportação à Argentina
em valor igual à 350 GWh [13].

3.2.2 APROVEITAMENTO DOS RECURSOS HIDRELÉTRICOS

Atualmente, os aproveitamentos hidrelétricos binacionais com a República da Argentina com inventários elaborados,
concluídos e aprovados resultaram na indicação dos Aproveitamentos Hidrelétricos Binacionais de Garabi e
Panambi. A fundamentação legal para a realização desses empreendimentos repousa no Decreto nº 88.441, de 29
de junho de 1983, que é o tratado para o aproveitamento dos recursos hídricos compartilhados dos trechos limítrofes
do Rio Uruguai e do seu Afluente o Rio Pepiri-Guaçu, entre Brasil e Argentina.

Os estudos de inventário hidrelétrico do trecho compartilhado do rio Uruguai foram aprovados pelo Ministério de
Minas e Energia por meio da Portaria MME nº 610/2012, que indicaram a possível viabilidade de dois
aproveitamentos hidrelétricos: Garabi (com reservatório na elevação 89 metros em relação ao nível do mar e potência
de 1.152 MW) e Panambi (com reservatório na elevação 130 metros em relação ao nível do mar e potência de 1.048
MW), resultando, portanto, em 2.200MW de potência previstos para os dois empreendimentos. A viabilização dos
aproveitamentos hidrelétricos Garabi e Panambi está em linha com a política energética brasileira quanto à elevação
de participação de fontes renováveis na matriz de energia elétrica nacional.

A partir deste ponto, a Eletrobras e a Empreendimentos Energéticos Binacionales S.A. (EBISA) foram os
responsáveis pela contratação e execução dos projetos –viabilidade e básico – e da documentação técnica licitatória
para construção dos Aproveitamentos Hidrelétricos (AHEs) Garabi ePanambi. Os estudos foram divididos em cinco
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contratos: Estudos e Projeto de Engenharia do AHE Panambi; Estudos e Projeto de Engenharia do AHE Garabi;
Estudos Ambientais e Projeto Básico Ambiental para o AHE Garabi; Estudos Ambientais e Projeto Básico Ambiental
para o AHE Panambi; e, por fim, Ações de Comunicação Social para os dois empreendimentos.

Entretanto, o AHE Panambi é objeto de contencioso judicial no Brasil, desde 2015, pois há uma discussão quanto a
eventual alagamento de uma área da Unidade de Conservação Estadual de Proteção Integral do Turvo em ação
movida pelo Ministério Público Federal e Estadual brasileiros. No lado argentino, há também questionamentos,
embora o projeto preserve o Salto do Yucymã/Moconá. Por outro lado, o AHE Garabi não apresenta tais restrições
iniciais para continuidade e avanço nos estudos ambientais e de engenharia.

Figura 1 – Área de influência direta e indireta dos aproveitamentos hidrelétricos e sua relação com o Parque Estadual do Turvo.

Atualmente, os estudos acima mencionados encontram-se suspensos e dependem de uma avaliação do Comitê
Técnico Misto Brasil-Argentina para decidir se haverá prosseguimento ou não dos projetos atualmente contratados
ou se o aproveitamento ótimo do trecho binacional deve ser revisto diante dos desafios identificados até o momento.

3.3 BRASIL – URUGUAI

Em 2020, o Brasil importou do Uruguai, por meio das interligações de Candiota e Rivera, volume que chegou a 438
GWh, sendo esse um recurso que se mostrou importante em cenários de baixa hidrologia vividos no nosso país
recentemente. Por sua vez, o Brasil registrou, nesse período, exportação ao Uruguai em valor igual à 44 GWh [13].

Estudos de planejamento indicaram a necessidade e o benefício ao SIN com a interligação dos barramentos 230 kV
da Subestação Candiota, classificada como instalação de uso exclusivo da interligação internacional, atualmente sob
titularidade da Eletrobras, e da Subestação Candiota 2, instalação da Rede Básica sob titularidade da concessionária
Chimarrão.

Atualmente, estão em curso tratativas entre os agentes em atuação no Brasil envolvidos nesse caso e os atores e
contrapartes uruguaias, com a finalidade de se efetivar a conexão física das instalações. Essa obra proporcionará
benefícios operativos ao Brasil e maior confiabilidade às instalações de importação de energia uruguaia.

3.4 BRASIL – VENEZUELA

Em 7 de março de 2019, houve a completa interrupção de fornecimento da energia proveniente da Venezuela. Desde
então, o atendimento à totalidade das cargas de Boa Vista tem sido realizado integralmente pelo parque termelétrico
instalado, que somava, à época, 245 MW de geração disponível, com utilização de óleo diesel como combustível.

Em 31 de maio de 2019, foi realizado o Leilão de Geração nº 1/2019 para suprimento a Boa Vista e localidades
conectadas, objeto da Portaria MME nº 512/2018. O certame resultou na contratação de nove empreendimentos de
variadas fontes, totalizando 294 MW de potência. Das nove soluções vencedoras, há projetos a gás natural, óleo
diesel e biomassa, além de soluções híbridas, combinando biocombustíveis, solar fotovoltaica e baterias.
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Sob a ótica da integração elétrica regional e das recentes iniciativas do MME sobre o tema, a existência da
Interligação Brasil-Venezuela poderá ensejar novos movimentos que visem ao aprimoramento das modalidades de
intercâmbios entre países, especialmente no cenário pós-interligação de Roraima ao SIN, contribuindo com o
movimento que tem levado o Brasil a um novo patamar na integração elétrica regional na América do Sul. Esse
movimento potencializa a cooperação brasileira no cenário internacional e no amplo diálogo com os países vizinhos,
aproveitando as vantagens competitivas dessa integração e sendo respeitada a soberania de cada nação.

Dessa forma, o MME, por meio da Portaria nº 631/GM/MME, de 24 de março de 2022, autorizou a incorporação dos
bens e das instalações que compõem a interligação Brasil-Venezuela, na ocasião, com prazo perto do encerramento,
ao Contrato de Concessão da Centrais Elétricas do Norte do Brasil S.A. (Eletronorte), que passa a ser remunerada
para manter disponíveis essas instalações em solo brasileiro.

Nesse contexto, ressaltam-se as recentes tratativas entre os governos brasileiro e venezuelano que, entre outros
pontos, expressaram publicamente a intenção de retomada da relação energética entre os países, com o retorno da
importação para o sistema do estado de Roraima.

Dessa maneira, a futura retomada na importação poderá potencialmente deslocar custos de geração térmica
atualmente dispendidos nesse Sistema Isolado. De acordo com dados da Câmara de Comercialização de Energia
Elétrica (CCEE), o estado de Roraima atualmente consome mais de R$ 1,5 bilhão ao ano com reembolso proveniente
de recursos da Conta de Consumo de Combustíveis (CCC). Depreende-se, portanto, que há margem relevante de
recursos a serem utilizados de forma mais eficiente com a potencial reativação da importação de energia proveniente
da Venezuela.

3.5 BRASIL – GUIANA FRANCESA – SURINAME – GUIANA (ARCO NORTE)

Denomina-se Projeto Arco Norte, os estudos da interconexão elétrica entre o Brasil, a Guiana, o Suriname e a Guiana
Francesa por meio de alternativas de transmissão a partir dos estados brasileiros de Roraima e do Amapá. O BID é
a instituição multilateral financiadora dos estudos e quem suporta as discussões multilaterais entre os países.

O ponto de partida para realização desses estudos foi o Memorando de Entendimentos entre as Centrais Elétricas
Brasileiras S.A., N.V. Energiebedrijven Suriname, Electricité De France S.A., Guyana Energy Agency, Agence
Française de Développement, tendo o próprio BID como agente interveniente.

Figura 2 – Corredores de Transporte de Energia e Conexão para Centrais Geradoras – Arco Norte

Os estudos indicaram a viabilidade econômica da interconexão com possibilidades de exportação de energia, para
a alternativa de maior custo-benefício, vinculada a um intercâmbio energético médio que varia entre 1.500 MW, 3.000
MW e 4.500 MW com o sistema brasileiro. Os custos estimados para implementação desse projeto podem alcançar
US$ 9,443 bilhões. Entretanto, a premissa é de que o estado de Roraima esteja interligado ao SIN e que haja uma
expansão no estado do Amapá pela Rede Básica até a municipalidade do Oiapoque. Este último foi objeto de análise
pela EPE quanto à viabilidade de interligação ao SIN, onde há a indicação de que o ano de 2031 seria o melhor
cenário para ocorrer tal integração, sem previsão pelo planejamento setorial de implantação no curto e médio prazos.
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A interligação avaliada para o Arco Norte compreende um sistema de transmissão com 1.900 km e subestações
conversoras, interligando os estados de Roraima e Amapá, com linhas que passam pelas regiões litorâneas da
Guiana, Suriname e Guiana Francesa, buscando integrar os principais centros de carga.

Entre os potenciais benefícios identificados nos estudos, a interligação do Arco Norte permitiria a transferência de
energia gerada a partir de novos empreendimentos hidrelétricos ou termelétricos, particularmente aqueles localizados
no Suriname e na Guiana. Devido à sua posição no hemisfério Norte, o recurso hidráulico desses países pode ser
interessante para o Brasil se os projetos nessa região demonstrarem complementaridade hidráulica com as
hidrelétricas brasileiras, podendo proporcionar ganhos para a operação do SIN, o que ainda não foi objeto dos
estudos em curso.

Por outro lado, destaca-se, ainda, que a implantação de projetos de infraestrutura desse porte, entre diferentes
países, como contemplado no Projeto Arco Norte, envolve a discussão e a viabilização de Tratados Internacionais e
a avaliação dos impactos socioambientais relacionados a implantação das novas linhas de transmissão e dos novos
empreendimentos de geração que envolvem regiões com sensibilidade socioambiental, uma vez que a instalação
das linhas de transmissão atravessam 123 km em terras indígenas (Uiará - Mirim) em território nacional e, também,
afeta direta e indiretamente populações indígenas nos demais países.

Em todos os cenários dos estudos do Arco Norte, a viabilidade dessa interconexão está associada ao papel do Brasil
como importador permanente da energia gerada nesse corredor, cabendo destacar que a interligação em 500 kV
Manaus-Boa Vista, licitada em 2011 e ainda em execução, representa um ponto crítico para a viabilidade do Projeto
Arco Norte, uma vez que somente a interligação de Roraima ao SIN permitiria efetivamente usufruir dos eventuais
benefícios dessa integração internacional.

Por outro lado, a possibilidade de interligação com a Guiana Francesa, caso se identifique benefício, permite também
expandir o SIN até sistemas isolados, à exemplo do Oiapoque/AP.

Ao mesmo tempo, enquanto Boa Vista/RR permanece isolada, um projeto de integração elétrica com a Guiana pode
favorecer a entrega de energia e potência em cenários de postergação da Interligação Boa Vista-Manaus e,
eventualmente, impulsionar uma dinâmica de oferta de preços com a interligação existente com a Venezuela.

Atualmente, encontra-se em andamento uma tratativa para a atualização do estudo em função das mudanças nas
matrizes dos países que integram o Arco Norte decorrentes da exploração de petróleo e gás natural na margem
equatorial.

Um ponto recorrente nas discussões do projeto é quanto à operação do ativo de transmissão e o despacho. As
experiências bem sucedidas no Sistema de Interconexión Eléctrica de los Países de América Central podem servir
de marco inicial para promover tais discussões de segurança energética nacionais e integração operativa entre
diferentes partes.

4.0 PRINCIPAIS BARREIRAS IDENTIFICADAS

A partir do levantamento das atividades realizadas pelo diferentes atores, observa-se que recursos para estudos não
são obstáculos. O maior desafio está em solucionar o próximo passo: como transformar estudos em políticas, este
tem sido o maior desafio. Foram realizados diferentes diagnósticos no âmbito regulatório e técnico, como os que
foram realizados pelo SIESUR nos últimos 5 anos, desses estudos são apontadas as ações e metas que devem ser
perseguidas pelos países que não avançam como indicados nos estudos.

Do lado brasileiro, há a necessidade de envolvimento da Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e


Binacional (ENBPar) em ações anteriormente conduzidas pela Eletrobras, no cenário pós capitalização, para que os
estudos não concluídos sejam continuados para a devida atualização ou complementação, ou para continuidade das
tratativas institucionais e atividades inerentes nos acordos bilaterais

Outros pontos de sensibilidade podem ser destacados:

 Mudanças na composição das matrizes em decorrência de mudanças de curso na oferta de energia (ex.
países que integram o Arco Norte iniciaram a exploração de petróleo e gás natural na margem equatorial
em alternativa às fontes de energia hidráulica e térmical);
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 Risco de aversão dos países em contar, nos seus planejamentos nacionais, com a oferta firme de recursos
energéticos de outros países. Esse fato limita a discussão a intercâmbios de oportunidade (interruptíveis)
ao invés de favorecer ambientes de contratação com prazos maiores;
 Projetos Hidrelétricos Binacionais tem o desafio de buscar um modelo para implantação dessas usinas que
atraia o capital privado sem, contudo, colocar em risco a soberania dos países no aproveitamento
hidrelétrico, buscando um modelo alternativo ao implementado em Itaipu Binacional;
 Os governos Argentino, Uruguaio e Venezuelano vem manifestando interesse em vender energia elétrica
com contratos de longo prazo ao Brasil com necessidade de se avançar em regulamento para a construção
desse ambiente de negócios, caso seja interesse dos gestores.
 Alto risco cambial, incluindo os aspectos relacionados aos impostos e taxas envolvidos quando a energia
envolver um país de trânsito, que permeiam os contratos de importação. Ausência de balizas gerais para
celebração de contratos de longo prazo e ambiente dinâmicos para comercialização de sobras e chamadas
para cobertura de déficits.

Sob a ótica econômica, permitir a oferta de recursos energéticos de outros países configura-se em algo positivo,
embora traga à baila questões associadas à segurança energética nacional. Tais questões devem compor premissas
que abordem, sobretudo, benefícios em num ambiente competitivo e com possibilidade de contestação externa de
preços.

5.0 CONCLUSÕES

O presente trabalho de pesquisa resultou num mapeamento dos atores e blocos multilaterais que se desenharam ao
longo das últimas décadas na América do Sul vis-à-vis as iniciativas bilaterais de integração elétrica e energética,
apresentando um panorama geral das condições de interconexão atuais, estado da arte do desenvolvimento dos
principais estudos técnicos de interligação que envolvem o Brasil e, ao mesmo tempo, a situação dos blocos
multilaterais de que o país participa.

Uma das principais conclusões do presente trabalho é que os países sul-americanos historicamente têm privilegiado
iniciativas bilaterais em relação às iniciativas multilaterais. Considerando que as discussões têm um tempo e passo
próprios, possui influência nesse cenário o fato de haver processos eleitorais itinerantes e sequenciais de acordo
com o calendário nacional de cada país sul-americano.

No entanto, questões importantes, como protocolos de operação, ações focadas na redução do risco cambial, balizas
gerais para celebração de contratos de longo prazo e ambiente dinâmicos para comercialização de sobras e
chamadas para cobertura de déficits, bem como aspectos relacionados aos impostos e taxas envolvidos quando a
energia envolver um país de trânsito, teriam um melhor tratamento em fóruns multilaterais, visando uma padronização
regional, o que, no cenário de hoje, se mostra ainda muito incipiente.

Observa-se que não há uma carência de estudos que evidenciem os benefícios da integração eletroenergética
regional ou a falta de interessados em investir recursos para o financiamento de tais estudos, tampouco a inexistência
de blocos multilaterais organizados nas dimensões técnica e políticas. Nota-se que há uma grande barreira para
transportar e traduzir o amplo material técnico já produzido em mobilização política e decisória de alto nível e para
desenhar políticas públicas efetivas voltadas ao melhor uso das infraestruturas de energia existentes e futuras.

6.0 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

[1] BID. Arco Norte Electrical Interconnection Study – Component I – Baseline Study. Julho de 2016.Disponível em:
http://www.iadb.org.
[2] BID. Arco Norte Electrical Interconnection Study – Component II – Pre-Feasibility Study. Julho de
2016.Disponível em: http://www.iadb.org.
[3] EPE. Estudo de Alternativas para Suprimento de Energia Elétrica ao Oiapoque pelo Sistema Interligado
Nacional. Rio de Janeiro, 2018. Disponível em: https://www.epe.gov.br/sites-pt/publicacoes-dados-
abertos/publicacoes/PublicacoesArquivos/publicacao-281/EPE-DEE-NT-001-2018-r0%20-
%20Alternativas%20Oiapoque.pdf.
[4] MME. Processo Administrativo SEI nº 48360.000202/2019-15 – Arco Norte. Brasília, 2019.
[5] MME. Processo Administrativo SEI nº 48300.000195/2021-72 – Integração Energética com a República da
Argentina. Brasília, 2021.
[6] MME. Processo Administrativo SEI nº 48000.001912/2011-96 – Aproveitamentos Hidrelétricos Binacionais com
a República da Argentina. Brasília, 2011.
10

[7] MME. Processo Administrativo SEI nº 48340.004748/2019-75 – Integração Elétrica com a República da
Argentina. Brasília, 2019.
[8] MME. Processo Administrativo SEI nº 48360.000195/2017-81 – Integração Elétrica com a República Oriental
do Uruguai. Brasília, 2017.
[9] Noroeste Online. Mudança na delimitação do Parque Estadual do Turvo pode destravar projeto de usina no Rio
Uruguai. Rio Grande do Sul, 13 de junho de 2019. Disponível em: https://www.noroesteonline.com/mudanca-
na-delimitacao-do-parque-estadual-do-turvo-pode-destravar-projeto-de-usina-no-rio-uruguai/.
[10] MME. Processo Administrativo SEI nº 48300.000281/2018-80 e 48300.001818/2019-18 – Aproveitamentos
Hidrelétricos Binacionais, importação Termoelétrica e com o Estado Plurinacional da Bolívia. Brasília, 2018;
[11] MME. Processo Administrativo SEI nº –com a República da Argentina. Brasília, 2019.
[12] (Cornalino, 2021), E. Cornalino, Evaluación de las oportunidades de intensificar en el corto y mediano plazo los
intercambios de electricidad, binacionales y entre países de SIESUR, OLADE Organización Latinoamericana
de Energía, Quito, 2021.
[13] (CIER, 2020), Síntesis Informativa Energética de los Países de la CIER – Estadísticas 2020
[14] (ONS/EPE, 2021) Nota Técnica ONS DPL 0062/2021 / EPE-DEE-RE-051/2021-r0, Avaliação dos investimentos
prudentes para a licitação dos Sistemas de Transmissão Garabi I e II.
[15] https://www.ccee.org.br/web/guest/dados-e-analises/dados_contas_setoriais
11

DADOS BIOGRÁFICOS

(1) GUILHERME ZANETTI ROSA


Possui graduação e mestrado em Engenharia Elétrica pela Universidade de Brasília,
concluídos em 2008 e 2018, respectivamente. A partir de 2010 passou a atuar no Ministério
de Minas e Energia com o tema Planejamento Energético, mais especificamente,
Planejamento da Transmissão. Desde 2020 ocupa o cargo de Coordenador-Geral de
Planejamento da Transmissão, atuando ativamente na gestão dos relatórios técnicos de
planejamento da expansão da transmissão, Plano de Outorgas de Transmissão de Energia
Elétrica, leilões de transmissão, acesso à Rede Básica, dentre outros temas.

(2) THIAGO GUILHERME FERREIRA PRADO


Thiago Prado é Bacharel em Engenharia Elétrica e de Segurança de Trabalho na UnB; com Especialização em
Fontes Alternativas de Energia pela UFLA; MBA em Gerenciamento de Projetos pela FGV; e, Especialização em
Políticas Públicas e Gestão Governamental nos Setores Energético e Mineral na PUC-Rio. Possui Mestrado em
Energia e Eletrotécnica pelo Programa Interunidades em Energia da USP; Doutor em Engenharia Elétrica com ênfase
em Sistemas de Potência e Automação também pela UnB.Desde maio/2023 é Diretor do Departamento de
Planejamento e Outorgas de Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica e Interligações Internacionais do
Ministério de Minas e Energia.

(3) LORENA MELO SILVA PERIM


Engenheira eletricista graduada e Mestre pela Universidade de Brasília. Atuou por 1 ano em consultoria da área de
regulação de energia elétrica em Brasília, e desde 2012 é Analista de Infraestrutura do Ministério de Minas e Energia.
Entre 2012 e 2019 trabalhou na área econômica do MME, com fundos setoriais, desestatizações, empresas estatais
e orçamento público. Desde 2019 atua em Planejamento Energético, contemplando a expansão dos setores de
geração e transmissão de energia elétrica.

(4) THAIS INGRINDE DE SOUZA ARAÚJO


Possui graduação em Engenharia Elétrica pela UFMS (2011) e em Direito pela UNIDERP Anhanguera (2011) e
especialização em Planejamento, Execução e Controle de Obras Públicas pelo IPOG (2017). Tem experiência na
área de licenciamento ambiental, com ênfase no acompanhamento e avaliação da execução das medidas de controle
ambiental, mitigação e compensação do componente indígena. Atualmente, atua no planejamento de sistemas de
transmissão de energia elétrica no Ministério de Minas e Energia, especialmente na coordenação da elaboração dos
estudos e projetos necessários à concessão do serviço público de transmissão.

(5) KARINA ARAUJO SOUSA


Possui graduação em Engenharia Química pela Universidade Federal do Maranhão - UFMA (2012), MBA em Gestão
Pública (2016). Atualmente é Analista de Infraestrutura (2012) pelo Ministério da Economia - ME e desenvolve as
atividades relativas ao cargo de Coordenadora-Geral dos Sistemas Isolados na Secretaria de Transição Energética
e Planejamento do Ministério de Minas e Energia. Auxilia nas ações do departamento para o Planejamento e
Segurança Energética nacional, via leilões de energia; nas ações para Universalização dos serviços de energia
elétrica, planejamento do atendimento de sistemas isolados.

(6) VALDIR BORGES SOUZA JUNIOR


Engenheiro Eletricista pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com especializações nas áreas de políticas
públicas e desenvolvimento sustentável pelo Centro Universitário Internacional (Uninter) e em concessões e
parcerias com a administração pública pelo Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP). Foi
empregado público da Eletrobras-Eletronorte, atuando como engenheiro de projetos e construções. É servidor
público da carreira de analista de infraestrutura desde 2008, com atuações em diversas aéreas relacionadas ao
planejamento energético e infraestrutura do setor elétrico nacional, inclusive em cargos de assessoramento superior,
em órgãos como o Ministério de Minas e Energia e Presidência da República.

(7) MARLIAN LEÃO DE OLIVEIRA


Engenheira Sanitarista e Ambiental, Administradora, Mestra em Tecnologia Ambiental e Recursos Hídricos, Analista
de Infraestrutura do Governo Federal, Coordenadora de Estudos de Apoio à Expansão no Departamento de
Planejamento e Outorgas de Geração do Ministério de Minas e Energia.

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